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TCC-FAVENI-ADRIANA-DE-JESUS (1)

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11
16
FAVENI – FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
MATEMÁTICA E BIOLOGIA
ADRIANA DE JESUS
DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA E BIOLOGIA NO ENSINO FUNDAMENTAL II
VITÓRIA DA CONQUISTA - BA
2022
DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA E BIOLOGIA NO ENSINO FUNDAMENTAL II
Adriana de Jesus[footnoteRef:1] [1: adrijesus64@gmail.com] 
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). 
RESUMO – Ao longo dos anos, a história da Matemática e as belezas da Biologia vêm mostrando que aquilo que antes era pura abstração, pura fantasia, atualmente se revela como um verdadeiro celeiro de aplicações práticas e universais. Na verdade, aprender matemática e biologia não é tarefa fácil, mas é necessário criar maneiras de inovar o ensino mostrando a real importância dessas áreas do conhecimento no dia a dia, para melhorar a aprendizagem e vencer as dificuldades. Nesse contexto, insere-se a figura do professor para que não ocorra apenas uma aprendizagem mecânica, mas uma reflexão sobre o que se está aprendendo. Nessa perspectiva, este artigo se propõe a identificar e compreender as dificuldades de aprendizagem em matemática e biologia no ensino fundamental II. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica baseada em fontes secundárias, através de livros, artigos, monografias, entre outras. Os resultados encontrados mostraram que as principais dificuldades na aprendizagem de Matemática e Biologia são: deficiência visual e auditiva, leitura e escrita pobres, discalculia, aulas monótonas, despreparo do professor, déficit de atenção, entre outras. Conclui-se que a Matemática e a Biologia precisam ser ensinadas usando estímulos da capacidade de investigação lógica do aluno, fazendo-o raciocinar. Consequentemente, a tarefa do professor é o desenvolvimento do raciocínio lógico, do pensamento crítico e da criatividade apoiados nos conhecimentos adquiridos e em suas aplicações à tecnologia e ao progresso social.
PALAVRAS-CHAVE: Matemática. Biologia. Ensino Fundamental II. Dificuldades de Aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO
A avaliação da aprendizagem escolar vem passando por profundas modificações. Especificamente no ensino de Matemática e Biologia, onde são notadas as maiores dificuldades, vem sendo objeto de estudo de muitos educadores que se empenham a oferecer uma melhor qualidade no processo educacional. 
Matemática e Biologia não são ciências cristalizadas e imóveis; elas estão afetadas por uma contínua expansão e revisão dos seus próprios conceitos. Não se deve apresentar a Matemática e a Biologia como disciplinas fechadas, homogêneas, abstratas ou desligadas da realidade. Ao longo do tempo, elas estiveram ligadas às diferentes áreas do conhecimento, respondendo a muitas questões e necessidades do homem, ajudando-o a intervir no mundo que o rodeava.
As dificuldades de aprendizagem podem ter influência direta no processo de ensino aprendizagem dos estudantes, reduzindo o rendimento escolar. Outro fator que pode influenciar o aprendizado se refere à presença de concepções alternativas, que podem ter diversas origens no processo educacional. É de suma importância, para os docentes, por exemplo, conhecer as concepções e as dificuldades de seus educandos, tendo em vista que esse conhecimento pode contribuir significativamente para uma melhoria do processo de ensino aprendizagem. 
Ao perceber que a Matemática e a Biologia ainda são causas de maior repetência nas escolas e, ao passar pela experiência de lidar com alunos que sabem ler e escrever e ao mesmo tempo não conseguem adicionar dois mais dois, surgiu à inquietação e o interesse em aprofundar o conhecimento sobre esse assunto, com o intuito de analisar como se dá o processo de aprendizagem desses alunos.
Nesse contexto, este estudo faz o seguinte questionamento: Quais principais dificuldades de aprendizagem em matemática e biologia no ensino fundamental II? Para tentar responder esse questionamento o presente artigo visa identificar e compreender as dificuldades de aprendizagem em matemática e biologia no ensino fundamental II.
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica baseada em fontes secundárias, através de livros, artigos, monografias, entre outras.
1 A IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA E DA BIOLOGIA NO ENSINO FUNDAMENTAL II
A Matemática e a Biologia estão presentes na vida diária de toda pessoa. Na sociedade atual, estas disciplinas são cada vez mais importantes para modelar, descrever e resolver problemas nas diversas áreas da atividade humana. Na interpretação de um eletrocardiograma, o médico utiliza um modelo matemático; um pedreiro sabe calcular quantos metros quadrados de cerâmica será utilizada em um piso de uma casa, uma costureira pratica sua visão espacial e resolve problemas de geometria ao cortar uma peça ou criar um modelo, com habilidade confiável, tudo isso graças aos cálculos, medidas e figuras geométricas.
De fato, não se contesta a importância ou a necessidade de ensinar matemática e biologia na escola, pois sua influência nas Ciências e na prática social é usada de maneira vasta, como destacam os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s):
Para tanto, é importante que a matemática e a biologia desempenhe, equilibrada e indissociavelmente, seus papéis na formação de capacidades intelectuais, na estruturação do pensamento, na facilitação do raciocínio dedutivo do aluno, na sua aplicação a problemas, situações da vida cotidiana e atividades do mundo do trabalho e no apoio à construção de conhecimentos em outras áreas curriculares (BRASIL, 1997, p. 32). 
Se, por um lado, o ensino da matemática oportuniza o desenvolvimento lógico, por outro lado a biologia promove a aprendizagem e fornece instrumentos efetivos para compreender e atuar no mundo que nos cerca. Isto significa a concretização das conexões entre o que se aprende em sala de aula, e o uso que se faz da Matemática e Biologia fora do ambiente escolar reciprocamente.
Os PCN’s para a área de Matemática e Biologia no ensino fundamental II (BRASIL, 1997) estão pautados por princípios decorrentes de estudos, pesquisas, práticas e debates desenvolvidos nos últimos anos. Desse modo, as disciplinas Matemática e Biologia são componentes importantes na construção da cidadania, na medida em que a sociedade se utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar. Precisa estar, portanto, ao alcance de todos e a democratização do seu ensino deve ser meta prioritária do trabalho docente. 
A atividade matemática/biologia escolar não é "olhar para coisas prontas e definitivas", mas a construção e a apropriação de um conhecimento pelo aluno, que se servirá dele para compreender e transformar sua realidade. No ensino da Matemática, destacam-se dois aspectos básicos: um consiste em relacionar observações do mundo real com representações (esquemas, tabelas, figuras); outro consiste em relacionar essas representações com princípios e conceitos matemáticos. Nesse processo, a comunicação tem grande importância e deve ser estimulada, levando-se o aluno a "falar" e a "escrever" sobre Matemática, a trabalhar com representações gráficas, desenhos, construções, a aprender como organizar e tratar dados (BRASIL, 1997).
A aprendizagem em Matemática e Biologia estão ligadaa à compreensão, isto é, à apreensão do significado; apreender o significado de um objeto ou acontecimentopressupõe vê-lo em suas relações com outros objetos e acontecimentos. Assim, o tratamento dos conteúdos em compartimentos estanques e numa rígida sucessão linear deve dar lugar a uma abordagem em que as conexões sejam favorecidas e destacadas. O significado da Matemática e Biologia para o aluno resulta das conexões que ele estabelece entre ela e as demais disciplinas, entre ela e seu cotidiano e das conexões que ele estabelece entre os diferentes temas ligados a estas duas disciplinas. 
A seleção e organização de conteúdos não devem ter como critério único a lógica interna da Matemática e da Biologia. Deve-se levar em conta sua relevância social e a contribuição para o desenvolvimento intelectual do aluno. Trata-se de um processo permanente de construção (MALUCELLI; COSTA, 2014).
Desse modo, o conhecimento matemático e biológico deve ser apresentado aos alunos como historicamente construído e em permanente evolução. O contexto histórico possibilita ver a Matemática/Biologia em sua prática filosófica, científica e social e contribui para a compreensão do lugar que ela tem no mundo. Recursos didáticos como jogos, livros, vídeos, calculadoras, computadores e outros materiais têm um papel importante no processo de ensino e aprendizagem. Contudo, eles precisam estar integrados a situações que levem ao exercício da análise e da reflexão, em última instância, a base para a formalização matemática e biológica (MALUCELLI; COSTA, 2014).
A Matemática e a Biologia comportam um amplo campo de relações, regularidades e coerências que despertam a curiosidade e instigam a capacidade de generalizar, projetar, prever e abstrair, favorecendo a estruturação do pensamento e o desenvolvimento do raciocínio lógico. Faz parte da vida de todas as pessoas nas experiências mais simples como contar, comparar e operar sobre quantidades. Nos cálculos relativos a salários, pagamentos e consumo, na organização de atividades como agricultura e pesca, a Matemática se apresenta como um conhecimento de muita aplicabilidade. Também é um instrumental importante para diferentes áreas do conhecimento, por ser utilizada em estudos tanto ligados às ciências da natureza como às ciências sociais e por estar presente na composição musical, na coreografia, na arte e nos esportes (BRASIL, 1997).
De acordo com os PCN’s de Matemática (BRASIL, 1997, p.37), as finalidades do ensino de Matemática e Biologia indicam como objetivos do ensino fundamental, levar o aluno a:
Identificar os conhecimentos matemáticos/biológicos como meios para compreender e transformar o mundo à sua volta e perceber o caráter de jogo intelectual como aspecto que estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação e o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas;
Fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos do ponto de vista do conhecimento e estabelecer o maior número possível de relações entre eles, utilizando para isso o conhecimento matemático (aritmético, geométrico, métrico, algébrico, estatístico, combinatório, probabilístico); selecionar, organizar e produzir informações relevantes, para interpretá-las e avaliá-las criticamente;
Resolver situações-problema, sabendo validar estratégias e resultados, desenvolvendo formas de raciocínio e processos, como dedução, indução, intuição, analogia, estimativa, e utilizando conceitos e procedimentos matemáticos, bem como instrumentos tecnológicos disponíveis;
Comunicar-se matematicamente e biologicamente, ou seja, descrever, representar e apresentar resultados com precisão e argumentar sobre suas conjecturas, fazendo uso da linguagem oral e estabelecendo relações entre ela e diferentes representações matemáticas e biológicas;
Estabelecer conexões entre temas matemáticos e biológicos de diferentes campos e entre esses temas e conhecimentos de outras áreas curriculares; e interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando coletivamente na busca de soluções para problemas propostos, identificando aspectos consensuais ou não na discussão de um assunto, respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com eles.
Segundo Lima (2012), essa potencialidade do conhecimento matemático e biológico deve ser explorada, da forma mais ampla possível, no ensino fundamental. Para tanto, é importante que a Matemática e a Biologia desempenhe, equilibrada e indissociavelmente, seu papel na formação de capacidades intelectuais, na estruturação do pensamento, na agilização do raciocínio dedutivo do aluno, na sua aplicação a problemas, situações da vida cotidiana e atividades do mundo do trabalho e no apoio à construção de conhecimentos em outras áreas curriculares.
2 APRENDIZAGEM E DIFICULDADES EM MATEMÁTICA E BIOLOGIA NO ENSINO FUNDAMENTAL II
Embora as dificuldades de aprendizagem tenham-se tomado o foco de pesquisas mais intensas nos últimos anos, elas ainda são pouco entendidas pelo público em geral. O termo dificuldades de aprendizagem refere-se não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho acadêmico. Raramente, elas podem ser atribuídas a uma única causa: muitos aspectos diferentes podem prejudicar o funcionamento cerebral, e os problemas psicológicos dessas crianças frequentemente são complicados, até certo ponto, por seus ambientes doméstico e escolar (MRECH, 2019).
Existem vários tipos de dificuldades de aprendizagem, mas uma vez que, com frequência, ocorrem em combinações – e também variam imensamente em gravidade -, pode ser muito difícil perceber o que os estudantes agrupados sob esse rótulo têm em comum (MRECH, 2019). Muitas crianças com dificuldades de aprendizagem têm inteligência na faixa de média a superior, e o que em geral é mais óbvio nelas é que são capazes em algumas áreas. O que as crianças com dificuldades de aprendizagem têm em comum é o baixo desempenho inesperado.
Embora os prejuízos neurológicos possam afetar qualquer área do funcionamento cerebral, as deficiências que mais tendem a causar problemas acadêmicos são aquelas que afetam a percepção visual, o processamento da linguagem, as habilidades motoras finas e a capacidade para focalizar a atenção. Até mesmo deficiências menores nessas áreas (que podem passar completamente despercebidas em casa) podem ter um impacto devastador tão logo a criança entre na escola (FONSECA, 2015).
Consideram-se dificuldades de aprendizagem aquelas apresentadas ou só percebidas no momento de ingresso da criança no ensino formal. O conceito é abrangente e inclui problemas decorrentes do sistema educacional, de características próprias do indivíduo e de influências ambientais. 
O termo "Dificuldades de Aprendizagem" ou "Distúrbios do Aprendizado" começou a despertar interesse à medida que o ingresso às escolas se desligou das elites e se democratizou. Até o século XIV a entrada para a escola acontecia por volta dos 13 anos e, além disso, não eram todas as crianças de uma família que iam para a escola. O aprendizado das tarefas ligadas à economia familiar era mais importante que o aprendizado da leitura, da escrita e do cálculo matemático (FONSECA, 2015).
A criança com dificuldade de aprendizagem, durante muito tempo, foi encaminhada ao médico, cujo diagnóstico isolado, ansiosamente aguardado pela família e pela escola, iria confirmar ou negar a sua normalidade. Num passado ainda próximo, nos casos detectados, geralmente a criança era encaminhada para classes ou escolas especiais que ofereciam um ensino diferenciado. Com isso, acabava por tornar-se estigmatizada e fazer parte de um segmento social marginalizado, onde as oportunidades de ampliação de suas potencialidades eram reduzidíssimas. Apenas com a chancela do médico, na maioria das vezes, a criança com dificuldade de aprendizagem passava a ser considerada, por muitas pessoas, como um ser incapaz de criar e produzir conhecimento (FONSECA, 2015).
 Mesmo hoje, não se pode ignorar que, diante de qualquer desvio do padrão de comportamento, principalmente na escola, a primeira hipótese de explicação ainda faz referência a umpossível problema mental. Como sujeito dotado tão somente de cabeça, desprovido de corpo, emoção e sentimento, a criança distante dos padrões de competência foi, até a bem pouco tempo, vítima de um julgamento equivocado e parcial.
Esse procedimento se modificou somente há poucas décadas, em decorrência, principalmente, dos avanços nas pesquisas neurológicas comprovando a plasticidade do cérebro que, mesmo lesado, tem condições de reconstituir-se e garantir seu funcionamento, bem como da Psicologia, cuja contribuição está sendo significativa no sentido de colaborar para que a criança seja também considerada como dotada de sentimentos, que desde a vida intrauterina influenciam o seu comportamento. A Pedagogia, igualmente, acabou por repensar a sua prática, investigando mais profundamente a relação ensino-aprendizagem. E todos esses profissionais, atuando integradamente, deram um impulso à questão (MRECH, 2019).
Há que se destacar que, com o surgimento e contribuições da Psicopedagogia, todos os conceitos envolvidos no aprender estão sendo reconsiderados. Por aprendizagem, por exemplo, estendeu-se o conceito para além do conhecimento formal, acadêmico. Qualquer sujeito, independente do seu comprometimento corporal, orgânico, cultural ou psicológico se relaciona e elabora aprendizagem, pois é um ser social, que estabelece relações vinculares durante toda a sua existência. 
A prática psicopedagógica mais moderna nos tem mostrado que, mesmo na “ignorância”, a criança assim persiste certamente por elaborar mecanismos inteligentes de defesa ou de manutenção de uma dinâmica grupal na qual se encontra inseridas (PAIN, 2015).
Apesar do conceito de dificuldades de aprendizagem apresentar diversas definições e ainda ser um pouco ambíguo, é necessário que tentemos determinar à que fazemos referência com tal expressão ou etiqueta diagnóstica, de modo que se possa reduzir a confusão com outros termos tais como “necessidades educativas especiais”, “inadaptações por déficit socioambiental”, etc. Conforme destaca Pain (2015), aproximadamente 20% das crianças apresentam dificuldades na aprendizagem escolar. Inicialmente o médico tende a buscar a causa na criança, porém devemos lembrar de que muitos fatores interferem na aprendizagem.
Nesse contexto, o professor e a escola, a família, a sociedade envolvem aspectos socioculturais importantes para o aprendizado da criança. Por exemplo, o método da escola pode dificultar a aprendizagem de uma criança com dificuldades na percepção visual quando se utiliza métodos visuais (ensino de frases e textos). Neste caso métodos auditivos são mais indicados. Assim, o professor deve ter a capacidade de identificar o melhor para a criança utilizando, se possível, variação metodológica dentro da sala de aula (COELHO; ASSUNÇÃO, 2017).
Como resultado de tantos sentimentos negativos que a Matemática proporciona ao aluno, somado ao bloqueio em não dominar sua linguagem e não ter acesso ao seu conhecimento vem o sentimento de fracasso. Desse modo, esta disciplina ao se configurar para os alunos como algo difícil de compreensão, sendo de pouca utilidade prática, produz representações e sentimentos que vão influenciar no desenvolvimento da aprendizagem. Nesse contexto, Vitti (2019, p.19) destaca que:
O fracasso do ensino de matemática e as dificuldades que os alunos apresentam em relação a essa disciplina não é um fato novo, pois vários educadores já elencaram elementos que contribuem para que o ensino da matemática seja assinalado mais por fracassos do que por sucessos.
A tomada de consciência da dificuldade em aprender Matemática e Biologia, não é nova. Acredita-se que depende da forma como o assunto é mostrado ao aluno em cada faixa etária. Na fase operatória ao passar do concreto para a abstração, o aluno pode encontrar barreiras ao desenvolver as atividades propostas pelo professor, que ele aprenderia melhor a somar contando balinhas ou qualquer outro material concreto. Porém, se lhe é exercido memorizar os resultados não sabendo como chegou a eles, como sempre, não adquiriu o conceito necessário para dar continuidade aos estudos.
Acredita-se também que um dos aspectos a ser considerado trágico pela sua ocorrência no ensino de Matemática é o algebrismo. Define-se o algebrista como aquele que tem por interesse somente a parte algébrica pura, não tem proveito em buscar por hora à aplicação de suas demonstrações. Essa abstração para o aluno que não tem uma base em Matemática é prejudicial e traz mais confusão que a construção do seu conhecimento.
Segundo Curi (2014), o algebrista, em sua falta de entendimento para chegar a conclusões úteis ou interessantes, inventa problemas confusos, inteiramente separados de qualquer finalidade prática, procura para resolver questões facílimas, artifícios complicadíssimos, labirintos extravagantes, tropeços sem o menor interesse para o educando. E isto, faz com que o ensino da Matemática se torne menos atrativo para o aluno.
Dessa forma a aprendizagem significativa é preferível a aprendizagem mecânica, ou imposta. Pois, a aprendizagem significativa possibilita a compreensão de significados, relacionando-se as experiências anteriores e vivências pessoais dos alunos, permitindo a formulação de problemas de algum modo desafiantes que incentivem o aprender.
Assim, ao aprender o que muda não é quantidade de informações que o aluno possui sobre um determinado conteúdo, mas também a sua competência, ou seja, aquilo que é capaz de fazer, de pensar e de compreender. E isso depende muito da qualidade do conhecimento que cada um possui e as possibilidades de continuar aprendendo. Entretanto uma aprendizagem significativa está relacionada à possibilidade dos alunos aprenderem por múltiplos caminhos e formas de inteligência permitindo aos estudantes usar diversos meios e modos de expressões (CURI, 2014).
Um fato observado no cotidiano escolar são professores desmotivados com a profissão. Uma das causas é o baixo salário, sendo obrigado a trabalhar em mais de uma jornada para o sustento familiar, levando a uma rotina estressante ao ter que enfrentar todos os dias as classes cheias, a maioria contendo 48 alunos, falta de livros ou biblioteca da escola fechada, falta de tempo para preparar aulas e corrigir trabalhos. Esses professores não têm tempo de participar de cursos de capacitação o ensino desta disciplina difícil de ser ministrada para os alunos que apresentam grandes dificuldades de raciocínio matemático (CURI, 2014).
A realidade atualrevela também que os pais ao distanciar da vida escolar dos filhos, principalmente, na adolescência é uma das principais causas das dificuldades, consequentemente, influência nos problemas futuros. Pois, na adolescência a aproximação familiar é importantíssima, até mesmo sob o aspecto da escolha profissional, porque os pais ainda são os modelos de vida dos filhos. O adolescente carente de convivência familiar tende a não se interessar por nada, ou, ao contrário, se sente onipotente, e nesse caso, ele procura outras formas para lhe chamar atenção, por exemplo, vai querer beber, usar drogas, fumar, agredir professores e até mesmo chegar em casa no horário que bem entender. O jovem adolescente precisa de um porto seguro dentro de casa para que não busque segurança de outra forma.
3 O PAPEL DO PROFESSOR NO ENSINO DE MATEMÁTICA E BIOLOGIA
O conhecimento da história dos conceitos matemáticos e biológicos precisa fazer parte da formação dos professores para que tenham elementos que lhes permitam mostrar aos alunos a Matemática e Biologia como ciências que não tratam de verdades eternas, infalíveis e imutáveis, mas como ciências dinâmicas, sempre abertas à incorporação de novos conhecimentos (CURI, 2014). Além disso, conhecer os obstáculos envolvidos no processo de construção de conceitos é de grande utilidade para que o professor compreenda melhor alguns aspectos da aprendizagem dos alunos.
O conhecimento matemático e biológico precisa, necessariamente, ser transformado para se tornar passível de ser ensinado/aprendido; ou seja, a obrae o pensamento do matemático teórico não são passíveis de comunicação direta aos alunos. Essa consideração implica rever a ideia, que persiste na escola, de ver nos objetos de ensino cópias fiéis dos objetos da ciência (BRASIL, 1997).
Esse processo de transformação do saber científico em saber escolar não passa apenas por mudanças de natureza epistemológica, mas é influenciado por condições de ordem social e cultural que resultam na elaboração de saberes intermediários, como aproximações provisórias, necessárias e intelectualmente formadoras. É o que se pode chamar de contextualização do saber (CURI, 2014).
Por outro lado, um conhecimento só é pleno se for mobilizado em situações diferentes daquelas que serviram para lhe dar origem. Para que sejam transferíveis a novas situações e generalizados, os conhecimentos devem ser descontextualizados, para serem contextualizados novamente em outras situações. Mesmo no ensino fundamental, espera-se que o conhecimento aprendido não fique indissoluvelmente vinculado a um contexto concreto e único, mas que possa ser generalizado, transferido a outros contextos (VITTI, 2019).
Tradicionalmente, a prática mais frequente no ensino de Matemática e Biologia era aquela em que o professor apresentava o conteúdo oralmente, partindo de definições, exemplos, demonstração de propriedades, seguidos de exercícios de aprendizagem, fixação e aplicação, e pressupunha que o aluno aprendia pela reprodução. Considerava-se que uma reprodução correta era evidência de que ocorrera a aprendizagem (CURI, 2014). 
Essa prática de ensino mostrou-se ineficaz, pois a reprodução correta poderia ser apenas uma simples indicação de que o aluno aprendeu a reproduzir, mas não apreendeu o conteúdo. Além de organizador, o professor também é consultor nesse processo. Não mais aquele que expõe todo o conteúdo aos alunos, mas aquele que fornece as informações necessárias, que o aluno não tem condições de obter sozinho. Nessa função, faz explanações, oferece materiais, textos, etc.
Atua como controlador ao estabelecer as condições para a realização das atividades e fixar prazos, sem esquecer-se de dar o tempo necessário aos alunos. Como um incentivador da aprendizagem, o professor estimula a cooperação entre os alunos, tão importante quanto à própria interação adulto/criança. A confrontação daquilo que cada criança pensa com o que pensam seus colegas, seu professor e demais pessoas com quem convive é uma forma de aprendizagem significativa, principalmente por pressupor a necessidade de formulação de argumentos (dizendo, descrevendo, expressando) e a de comprová-los (convencendo, questionando) (CURI, 2014).
Além da interação entre professor e aluno, a interação entre alunos desempenha papel fundamental na formação das capacidades cognitivas e afetivas. Em geral, explora-se mais o aspecto afetivo dessas interações e menos sua potencialidade em termos de construção de conhecimento (CURI, 2014).
Embora não exista uma receita pronta e acabada que se possa seguir para enfrentar os desafios de ensinar Matemática e Biologia, ressalta-se que antes de optar por um material, deve-se refletir sobre o paradigma; sobre o papel de cada um, sobre o tipo de aluno que se quer formar, sobre qual matemática e biologia acredita ser importante para esse aluno. Segundo os PCNs (BRASIL, 1998, p. 36):
É consensual a ideia de que não existe um caminho que possa ser identificado como único e melhor para o ensino de qualquer disciplina, em particular da matemática. No entanto, conhecer diversas possibilidades de trabalho em sala de aula é fundamental para que o professor construa a sua pratica. Dentre elas, destaca se a história da matemática, as tecnologias da comunicação e os jogos como recursos que podem fornecer os contextos dos problemas, como também os instrumentos para construção das estratégias de resolução.
Ensinar Matemática e Biologia é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento autônomo, a criatividade e a capacidade de resolver problemas dos alunos. Desse modo, os educadores devem procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, concentração, atenção, raciocínio lógico-dedutivo e o senso cooperativo, desenvolvendo a socialização e aumentando as interações do indivíduo.
Uma das alternativas de ajudar o aluno na abstração é utilizar jogos matemáticos em sala de aula, isso estimula o raciocínio-lógico. Moysés (2016, p. 47) afirma que “através do brinquedo a criança aprende a agir numa esfera de conhecimento, sendo livre para determinar suas próprias ações”. Desse modo, o brinquedo estimula a curiosidade e a autoconfiança, proporcionando desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção. 
As relações entre professor de matemática e biologia, aluno e conteúdo são dinâmicas; por isso, a atividade de ensino deve ser um processo coordenado de ações docentes, em que o professor deverá organizar, com o máximo de cuidado possível, suas aulas, levando em conta sempre as reais necessidades dos seus alunos nos diversos tipos de ambientes onde estão inseridos. Segundo os PCNs (BRASIL, 1998, p. 42):
O professor para desempenhar o seu papel de mediador entre o conhecimento matemático e o aluno ele precisa ter um sólido conhecimento dos conceitos e procedimentos dessa área e uma concepção de matemática como ciência que não trata de verdades infalíveis e imutáveis, mas como ciência dinâmica sempre aberta à incorporação de novos conhecimentos.
Diante das necessidades do aluno de desenvolver um contato com a matemática de forma atrativa, para obter melhor resultado em seu aprendizado quanto mais cedo o aluno desenvolver disponibilidade e interesse pela Matemática e Biologia e reconhecer um problema, buscar e selecionar informações tomará decisões, e logo terá mais chances em interagir com tecnologias atuais, tendo mais possibilidades para resolver outros problemas, buscar e selecionar melhores informações tomará decisões mais acertadas e aumentará as chances de conquistar uma carreira promissora.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como se pôde observar ao longo do exposto, a Matemática e a Biologia auxiliam no processo de construção do conhecimento e consequentemente na aprendizagem, o que a torna indispensável para o aluno. Sua dinâmica relacionada com o dia-a-dia faz com que haja uma exploração maior na construção de conceitos que aperfeiçoam o desenvolvimento cognitivo do aluno.
Para os alunos que apresentam maiores dificuldades em abstrair as situações problemas que a disciplina exige, recomenda-se uma metodologia diferenciada, onde, o professor, se possível irá determinar um atendimento individualizado na própria sala, sem colocar o aluno em situação constrangedora.
Nos dias de hoje, ainda existem pessoas que têm pensamentos negativos e preconceituosos expostos no trabalho sobre a Biologia e principalmente a Matemática, mas para mudar estes pensamentos, exige-se a mediação e a experiência do professor, peça fundamental para a construção do conhecimento destas disciplinas tão importantes para o aluno do Ensino Fundamental II.
A educação de uma nova escola exige um novo professor, alguns professores continuam cobrando memorizações que não fazem sentido para o aluno simplesmente decora como no caso do algebrista, ou seja, uma aprendizagem mecânica, fazendo destes alunos, depósitos de signos sem significados, sem relações primordiais com seu contexto.
Destacou-se também que a construção do conhecimento exige novas metodologias e ambientes diferenciados de aprendizagem, pois, cada sala é formada por um grupo heterogêneo de alunos. Desse modo, o ensino tradicional não atende às dificuldades que alguns alunos apresentam, fazendo emergir a necessidade de uma educação, onde o aprender a aprender faça parte do cotidiano dos alunos e professores. A mudança da metodologia tem um papel principal na transformação do processo de ensino aprendizagem de matemática. 
Os resultados encontrados mostraram que as principais dificuldades na aprendizagem deMatemática e Biologia são: deficiência visual e auditiva, leitura e escrita pobres, discalculia, aulas monótonas, despreparo do professor, déficit de atenção, entre outras.
Conclui-se que, a Matemática e a Biologia precisam ser ensinadas usando estímulos da capacidade de investigação lógica do aluno, fazendo-o raciocinar. Consequentemente, a tarefa do professor é o desenvolvimento do raciocínio lógico, do pensamento crítico e da criatividade apoiados nos conhecimentos adquiridos e em suas aplicações à tecnologia e ao progresso social.
Este estudo não tem a pretensão de esgotar o assunto proposto, mas servir de subsídio teórico para futuras pesquisas. Desse modo, sua abrangência é multidisplinar, pois a Matemática e a Biologia estão no dia a dia de todos os seres humanos.
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997.
______. PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: MEC/ SEF, 1998. 
COELHO, M. T.; ASSUNÇÃO, J. E. Problemas de Aprendizagem. São Paulo: Ática, 2017.
CURI, Edda. Formação de professores polivalentes: uma análise dos conhecimentos para ensinar matemática e das crenças e atitudes que interferem na constituição desses conhecimentos. Tese de Doutorado. PUC/SP. São Paulo, 2014.
FONSECA, V. Introdução às dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 2015.
LIMA, E. L. Análise de livros de matemática para o ensino fundamental Sociedade brasileira de Matemática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
MALUCELLI, Vera Maria Brito e COSTA, Reginaldo Rodrigues da. Inovações metodológicas e instrumentais para o ensino de ciências e matemática. São Paulo: Summus, 2014.
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