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Samambaia (Pteridium Aquilinum) A intoxicação por exposição crônica. Os primeiros sinais são emagrecimento e queda de produtividade. Aspectos gerais: ➔ Planta primitiva- cosmopolita ➔ Solos ácidos e arenosos; plantações abandonadas ➔ Pouca competição → crescimento exuberante, pois os esporos se espalham facilmente. ➔ O broto e a planta jovem madura são as partes mais tóxicas da planta. ➔ Não é palatável, o animal consume em situações de fome, vício (mesmo após ser corrigido por manejo, ele se acostumou com a planta) ➔ As espécies mais sensíveis são bovinos, equinos, ovinos e suínos ➔ A parte mais tóxica é o broto, mas tem em toda planta fresca ou seca. Toxicidade: ➔ Intoxicação crônica para bovinos- 10g/kg/dia por 1 ano ou +. Principio ativo tóxico e mecanismo de ação: Possui vários princípios ativos, o principal é o ptaquilosideo (é o mais instável), então a partir do momento que o animal consumiu a planta, o ptaquilosídeo facilmente atravessa as membranas plasmática e nuclear, e estando em meio ácido, é convertido em pterosina B. Por outro lado, se o ptaquilosídeo estiver em meio alcalino é convertido em dienona, que é responsável pelos efeitos tóxicos da samambaia, pois se liga a proteínas terminais amino, e muitas estão no DNA, muitas vezes é formada no núcleo. Logo, vai ocorrer alterações irreparáveis nos genes, como o gene p53, que tem como função regulador da apoptose e supressão de tumores. Se a dienona causar alteração irreparável no gene p53 o animal, ao longo do tempo, terá essas funções suprimidas, logo vai formar tecido afuncional e canceroso. Ocorre especialmente em bovinos. Outro princípio ativo da samambaia que é a tiaminase, vai atingir quase que exclusivamente equinos, não afeta bovinos, pois a microbiota ruminal se encarrega de produção em larga escala de tiamina, logo, a tiaminase presente na planta, dificilmente vai inativar uma quantidade considerável de tiamina. Compromete do metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos e prejuízo na transmissão dos impulsos nervosos. A tiamina é importante para formação de acetilCoA e succinilCoA, cofatores essenciais no ciclo de Krebs. Sintomatologia: Em equinos, evoluem muito rápido de forma aguda (até 48h) ➔ Incoordenação motora ➔ Tremores musculares ➔ Taquicardia ➔ Convulsões ➔ Opistótono ➔ Morte Diagnóstico diferencial: ➔ Raiva, encefalomielite e leucoencefalomalácia equina. Em bovinos: ➔ Diátese hemorrágico (efeito radiomimético): mimetizam o rádio, ocorre de 3 a 8 semanas de ingestão da planta, hemorragias em mucosas e na pele+ sangramento por orifícios naturais. ➔ Hematúria enzoótica (pode durar anos): acomete animais com mais de 2 anos de idade e necessita de exposição continuada à planta, é caracterizada por hematúria intermitente + anemia + perda de peso ➔ Carcinomas o trato digestivo superior (associada ao papiloma vírus). Acomete animais com mais de 5 anos de idade, apresentam nódulos causam obstrução mecânica, o animal apresenta tosse, regurgitamento, timpanismo, diarreia e perda de peso. Tratamento: Em equinos só serão eficazes nos estágios iniciais de intoxicação com a administração de tiamina 1,25mg/kg de peso vivo Bovinos só serão eficazes nos inícios dos sinais clínicos. Na fase aguda pode-se fazer a transfusão de sangue e antibioticoterapia para evitar infecções secundárias, pode-se utilizar estimulante de medula óssea, visto que os animais apresentam anêmicos, por exemplo, a administração do álcool batílico (5g: 50ml óleo de oliva). No estágio crônico não há tratamento, o recomendado é o abate do animal. Profilaxia: Adubação corretiva com calcário (calagem) para aumentar o pH do solo, aplicação de herbicidas em áreas infestadas; bom manejo alimentar do rebanho, evitar queimadas para limpeza de área.
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