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ARTE E DIREITO

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UNIDADE IV • <Título da Unidade IV>
DIREITO E ARTE 
CURSO: DIREITO 
ENCONTRO 01: ARTE E DIREITO 
	
	1 Intr1 Introdução
Olá, amigos. Tudo bem? 
É com enorme alegria que damos seguimento ao tema “ Direito e Arte ”. Vamos lá?
	
	2 Arte 2 Arte e Direito: uma união possível
É possível conciliar DIREITO e ARTE? Pode o direito servir-se da arte para alcançar seus fins? Estes são questionamentos frequentes e que permeiam a mente de operadores do direito dispostos a estabelecer uma conexão entre estas duas realidades sociais. 
Em princípio, DIREITO e ARTE afiguram-se temas contraditórios. Se de um lado a ARTE pode ser compreendida como a exteriorização da imaginação humana, dando ênfase à novidade, ao ineditismo e à inovação, do outro lado, o DIREITO é conservador, uma vez que tem pretensões de manter a ordem social. Todavia, o que parece inconciliável, em verdade, se complementa.
Como visto, uma das premissas da Arte é a inovação, sendo que no Direito tal característica não pode ser desconsiderada, tendo em vista o dinamismo das relações sociais. 
Com efeito, à medida que a sociedade vai evoluindo, novos direitos vão sendo incorporados e, portanto, o profissional que atua no Direito deve estar preparado para fatos novos e desconhecidos. O Direito é uma criação contínua, um romance cujo enredo não possui um final único e sim um último “contador”, como defende Dworkin.
Para Paulo Ferreira da Cunha, o Direito é um fenômeno que deve ser analisado a partir de uma perspectiva tríplice: técnica, ciência e arte, chegando à seguinte conclusão: é a arte que comanda a vida do Direito. Ciência e técnica são suas servidoras: mas, como tais, imprescindíveis.
A interseção entre a Arte e o Direito é de suma importância na produção de subjetividades do jurista, sobretudo para que este desenvolva sua capacidade de criar alternativas e linhas de fuga, possibilitando novas formas de organização, resolução de conflitos e mediações jurídico-institucionais.
O movimento Law and Literature é uma reação a não utilização de elementos literários na análise do Direito, tendo iniciado nos anos 70, nos Estados Unidos, e que toma corpo durante os anos 80. Foi o Law and Literature Movement que deu impulso aos estudos da Literatura no Direito, sistematizando e organizando seu método de estudo. Em que pese este movimento ter conseguido alguma repercussão na Europa, ainda passa desapercebido na cultura jurídica brasileira (SCHWARTZ; MACEDO, 2008, p. 1016).
É preciso empreender uma mudança no ensino jurídico, priorizando e incentivando a leitura, seja jurídica, seja não jurídica, visto que o Brasil está muito atrasado em relação aos outros países neste quesito. 
Em pesquisa realizada pelo Instituto Pró Livro, é apontado que no ano de 2007 a média de leitura do brasileiro era de 4,7 livros por habitante ano. Já em 2011, de 4 livros por habitante/ano, enquanto, em 2015, 4,96 livros por habitante/ano (IPL 2015, p. 68).
Na França, por outro lado, a média de leitura alcança o patamar de 25 livros por ano. Num ranking elaborado pela Unesco, dentre 52 países, o Brasil ocupou a 47º posição (ESTADÃO, 2011).
A leitura de doutrinas ou da jurisprudência é fundamental para a formação do operador do direito, no entanto, a utilização da arte pode auxiliar o jurista na criação de novas soluções e formas de lidar com o direito, além de despertar sua sensibilidade, levando-o a transcender ao extremo rigor da lei.
Um processo judicial é, além de conhecimento (processo de conhecimento), um conjunto de histórias contrapostas uma à outra. Sua lógica sequenciada permite ao juiz a compreensão do acontecimento dos fatos, da mesma forma que uma boa obra literária reporta o leitor ao entendimento linear de sua narração. Segundo Schwartz, Macedo (2008, p.1018), a correta narrativa judicial é, portanto, um meio de se assegurar uma decisão que estabilize as expectativas lançadas pelas partes em um procedimento judiciário.
	
	3 Em 3 Encerramento
Enfim, é perfeitamente salutar estabelecer uma conexão entre Direito e Arte, sendo a literatura um dos expoentes desta interação. Neste contexto, o ensino do Direito não pode apenas se limitar ao que a doutrina e jurisprudência dizem sobre determinado tema, mas também, deve utilizar a arte como fomento na construção de novos formatos de operadores do Direito. Por fim, mostram-se perspicazes as eternas lições de Pontes de Miranda: “Quem só o Direito sabe nem direito sabe”.
Durante a leitura desse texto, você conheceu um pouco mais sobre Arte e Direito e aprendeu a importância da arte no direito. Para saber mais sobre a importância da reflexão jurídica, assista ao screencast desse encontro. Bons estudos!
	
	REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.
CUNHA FILHO, Francisco Humberto. Cultura e Democracia na Constituição Federal de 1988: representação de interesses e sua aplicação ao Programa Nacional de Apoio à Cultura. Rio de Janeiro: Letra Legal, 2004.
FRANCA FILHO, Marcílio Toscano; LEITE, Geilson Salomão; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Antimanual de direito e arte. São Paulo: Saraiva, 2016
SCHWARTZ, Germano; MACEDO, Eliane. Pode o Direito ser arte? Respostas a partir do direito & Literatura. Disponível em: http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/salvador/germano_schwartz.pdf. Acesso em: jan. 2021.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 17ª ed. São Paulo: Malheiros, 1999.
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