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Bens Jurídicos CLAUDIAVIANA@CLAUDIAVIANA.ADV.BR WWW.CLAUDIAVIANA.ADV.BR Aspectos gerais Conceito Orlando Gomes explicava ser “bem toda utilidade material ou ideal, que possa incidir na faculdade de agir do sujeito”. suscetível de valoração jurídica pois objeto de direito subjetivo de relações jurídicas. Aquele que sofre a dominação do sujeito, podendo ou não ser dotado de economicidade. Bem x coisa bem é gênero e coisa espécie (bens jurídicos materializados, corpóreos ) Aspectos gerais Patrimônio jurídico complexo de relações jurídicas apreciáveis economicamente. Totalidade dos bens dotados de economicidade, sejam corpóreos ou incorpóreos. conjunto das relações envolvendo uma pessoa, que podem ser apreciadas economicamente. Proibição de doação inoficiosa (art. 548/CC) – teoria do patrimônio mínimo Constitui a garantia concedida àqueles que firmam relações jurídicas, posto que o devedor garante suas obrigações através de seu patrimônio, ou seja, dos seus bens economicamente considerados. Patrimônio líquido x patrimônio bruto (ativo – passivo) Classificação- bens considerados em si mesmos: móveis adquiridos pela tradição sujeitos a mútuo e penhor Classificação pela própria natureza Aqueles que podem ser movidos, por força alheia, sem deterioração de sua substância. Semoventes Mesma disciplina dos bens móveis por natureza Bens que se movem de um lugar para outro, por movimento próprio (P. ex.: animais) disposição legal – art. 83 Dicção expressa da lei. por antecipação Embora incorporados ao solo, são destinados a serem destacados e convertidos em móveis (árvores destinadas ao corte) Classificação- bens considerados em si mesmos: Imóveis não pode ser removido sem alteração de sua substância adquiridos por escritura pública registrada no Cartório sujeitos a comodato e hipoteca Classificação por sua natureza - são aqueles cujo enfoque é a própria constituição natural do bem. É o solo e tudo quanto lhe incorporar pela própria natureza– art. 79 do CC. Classificação- bens considerados em si mesmos: Imóveis Classificação (continuação) Acessão Artificial, Física ou industrial – tudo que o homem incorporar permanentemente ao solo, de modo que não o possa retirar sem destruição ou dano ( P. ex.: edifícios, construções, etc.) Não perdem a natureza de imóveis, os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele serem reempregados. Por acessão intelectual – aqueles intencionalmente destinados e mantidos ao imóvel para exploração industrial, aformoseamento ou comodidade (ar condicionado, maquinário agrícola, etc.) - pertenças Classificação- bens considerados em si mesmos: Imóveis Classificação (continuação) Por disposição legal – prevalece a vontade do legislador (art. 80). Direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram. Direito à sucessão aberta. Princípio da saisine – a abertura da sucessão opera a imediata transferência dos bens da herança aos herdeiros legítimos ou testamentários. Transferência do direito à sucessão a terceiro ou outro sucessor. Classificação- bens considerados em si mesmos: Fungíveis (art. 85, CC) – substituíveis, não individualizado. Podem ser substituídos por outro de mesma espécie, qualidade e quantidade. infungíveis são aqueles que não permitem substituição por outro em razão da sua natureza especial, única, individualizada. consumíveis – uso importa em destruição imediata natural ou de fato (destruição da própria substância): alimentos jurídica ou de direito – destinada a alienação: roupa inconsumíveis – suportam uso constante e prolongado, sem prejuízo de sua utilidade (livro) Classificação- bens considerados em si mesmos: divisíveis (art.87, CC) Permitem o fracionamento em partes homogêneas e distintas. Podem ser repartidos em porções reais e distintas, formando cada uma delas um todo perfeito. indivisíveis – fracionamento altera a substância ou o valor. por natureza – decorre da substância (animal) determinação legal (módulo rural) vontade das partes (pagamento em única parcela) corpóreos – existência material incorpóreos – abstratos, de visualização ideal Classificação- bens considerados em si mesmos: singulares mesmo reunidas são consideradas individualmente Coisas consideradas em sua individualidade, representadas por uma unidade autônoma, distinta das outras. Espécies: simples – suas partes componentes encontram-se ligadas naturalmente composto – conjunto de bens simples sem individualidade. A coesão dos seus componentes depende do engenho humano (carro, avião) Classificação- bens considerados em si mesmos: coletivos – compostos de várias coisas singulares, são considerados em conjunto, formando um todo único com individualidade própria universalidade de fato (art.90, CC) – a unidade baseia-se na realidade natural (coisas singulares simples agrupadas pela vontade do homem. P. ex.: biblioteca, galeria) Permite-se a desconstituição pela vontade do titular universalidade de direito (art. 91, CC) – complexo de direitos e obrigações a que a ordem jurídica atribui caráter unitário (herança, massa falida) Classificação - Dos bens reciprocamente considerados (Art. 92/97, CC): principais: possui existência própria (solo, crédito). Autonomia estrutural acessórios: não tem existência própria e depende de outro bem (sua existência supõe o principal). Classificação: frutos: utilidades produzidas com periodicidade pela coisa principal, cuja percepção não diminui sua substância. Classificação quanto à natureza: Naturais - decorrem do desenvolvimento orgânico vegetal ou animal. Independe da intervenção humana (laranja, soja, bezerro) Industriais – decorrem da atividade industrial humana (bens manufaturados) Civis - Utilidades que a coisa frugífera periodicamente produz, viabilizando a percepção de renda (juros, , aluguel) Classificação - Dos bens reciprocamente considerados (Art. 92/97, CC): acessórios: não tem existência própria e depende de outro bem (sua existência supõe o principal). Classificação: Frutos (continuação) Classificação quanto à ligação com a coisa principal. pendentes: unido à coisa, não destacado percebido ou colhido: separado, mas existente estantes: separados e estocados para venda percipiendos: deveriam ter sido separados mas ainda não foram consumidos: não mais existem Classificação - Dos bens reciprocamente considerados (Art. 92/97, CC): acessórios: não tem existência própria e depende de outro bem (sua existência supõe o principal). Classificação (continuação): rendimento: frutos civis de uso ou gozo (aluguel) Os produtos – são utilidades que a coisa principal produz, cuja percepção ou extração diminui a sua substância (P. ex.: extração de minério) Frutos x produtos – alterabilidade da substância principal Classificação - Dos bens reciprocamente considerados (Art. 92/97, CC): acessórios: não tem existência própria e depende de outro bem (sua existência supõe o principal). Classificação (continuação): Pertenças (art.93, CC) – coisas acessórias, destinadas a conservar ou facilitar o uso das coisas principais, sem que destas sejam integrantes. (máquinas de uma fábrica, implementos agrícolas, ar condicionado, etc). Caracteres Vínculo intencional, estabelecido por quem faz uso da coisa; Fim em virtude do qual a põe a serviço da coisa principal Destinação de fato e concreta da pertença colocada a serviço da coisa principal. Classificação - Dos bens reciprocamente considerados (Art. 92/97, CC): acessórios: não tem existência própria e depende de outro bem (sua existência supõe o principal). Classificação (continuação): benfeitorias: despesas e obras realizadas na coisa principal, com o propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. voluptuárias ou suntuárias: empreendidas para embelezamento ou deleite, sem aumento da utilidade da coisa. úteis: visam proporcionar maior conforto. Facilitam a utilização da coisa. (instalação elétrica) necessárias: conservação da coisa. Visam evitar a deterioração da coisa principal (p. ex.: reparo na estrutura de uma casa) Classificação - Dos bens reciprocamente considerados: parte integrante: se unem ao principal e forma um todo (lâmpada de abajur, pneu de carro, telha de casa) Classificação – quanto ao titular do domínio: Quanto ao titular do domínio: privados – pessoas jurídicas ou física de direito privado; Púbicos – pertencentes às pessoas jurídicas de direito público (união –art. 20, CF – estados - art. 26, CF – municípios) uso comum – uso por qualquer pessoa (praça, rua, mar) uso especial – uso pelo próprio Poder Público para realização do seus serviços públicos ou cuja fruição, na forma da lei, é atribuída a determinada pessoa. dominical ou dominial – patrimônio disponível estatal. Bens públicos não afetados à utilização direta e imediata do povo, nem aos usuários de serviços. PS. Usucapião de bens públicos (art. 120, CC) Classificação - quanto à possibilidade de comercialização Quanto à possibilidade de comercialização: no comércio – podem ser apropriados e alienados fora do comércio – insuscetíveis de alienação e usucapião pela própria natureza – ar, luz solar, água do mar (res communes omnium) por vontade das partes – cláusula de inalienabilidade em negócios gratuitos Relativização na via judicial- prevalência do fim social da norma. Classificação - quanto à possibilidade de comercialização fora do comércio (continuação) por disposição legal – a lei proíbe a alienação públicos (art. 100); pertencentes a fundações (arts. 62 a 69); menores (art. 1.691) terreno onde fica condomínio de andares (art. 3º/Lei nº4591/64) capital para pagamento de alimentos (art. 602§§1º e 4º/CPC) terras ocupadas pelos índios (bens públicos) herança de pessoa viva (art. 426) lotes rurais remanescentes de loteamento já inscritos quando tiverem área inferior ao módulo da região (Lei nº4.947/66); Obs. Res nullius- coisa que atualmente não pertence a ninguém, mas que podem vir a pertencer pela ocupação (P. ex.: a concha encontrada da praia) Res derelictae – coisa abandonada, que pode vir a pertencer a alguém, também pela ocupação. Exige a voluntariedade do abandono Não se confunde com a coisa perdida Involuntariedade Permanece, abstratamente, a pertencer ao patrimônio do titular O dito popular “achado não é roubado” tem respaldo jurídico? Bem de família Natureza Jurídica – forma de afetação para fim especial Espécies: Convencional (arts. 1711 a 1722): Características: ato voluntário do titular; Legitimidade para instituição Entidade familiar (união estável, família monoparental) E a situação da pessoa solteira? registro em cartório residência familiar com assessórios e pertenças; limitação financeira – 1/3 (art. 1.711) Bem de família Convencional (arts. 1711 a 1722): Características(continuação): duração limitada (art. 1.722) Enquanto viverem os cônjuges e até que seus filhos atinjam a maioridade Inalienabilidade (relativa) Destina-se, exclusivamente ao domicílio Venda excepcional, com anuência dos interessados e seus representantes, mediante autorização judicial. impenhorabilidade (limitada) exceções: tributo e despesas de condomínio Excluído da execução por dívidas posteriores solvência presumida (em relação a dívidas anteriores) Extingue-se Pela morte dos cônjuges , companheiros ou cabeça da família monoparental e os filhos atingirem a maioridade Bem de família Espécies (continuação): Legal ou Obrigatório (Lei nº 8.009/90) (art. 1º): Características Destinatário da proteção Entidade familiar Ps. O locatário - móveis e benfeitorias quitados; Ps. E o devedor solteiro? Estende-se-lhe a proteção da impenhorabilidade? (posição do STJ – Não) não depende de ato do titular; Imóvel de menor valor ou em cuja residência tenha sido fixada há mais de 3 anos; não há limitação financeira; Bem de família Legal ou Obrigatório (Lei nº 8.009/90): Características (continuação) exceções referentes à impenhorabilidade legal: créditos trabalhistas de trabalhadores domésticos ou residenciais e respectivas contribuições previdenciárias; créditos financeiros para aquisição e construção; Credor de pensão alimentícia; Tributos vinculados ao imóvel; hipoteca; fiança em contrato de locação (igualdade – constitucionalidade da previsão); cotas condominiais; questões criminais – produto de crime - execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
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