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AULA-05 Direito 1

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Bens Jurídicos
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Aspectos gerais
Conceito 
Orlando Gomes explicava ser “bem toda utilidade material ou ideal, que possa incidir na faculdade de agir do sujeito”.
suscetível de valoração jurídica pois objeto de direito subjetivo de relações jurídicas. Aquele que sofre a dominação do sujeito, podendo ou não ser dotado de economicidade.
Bem x coisa
bem é gênero e coisa espécie (bens jurídicos materializados, corpóreos )
Aspectos gerais
Patrimônio jurídico 
complexo de relações jurídicas apreciáveis economicamente. Totalidade dos bens dotados de economicidade, sejam corpóreos ou incorpóreos.
conjunto das relações envolvendo uma pessoa, que podem ser apreciadas economicamente. 
Proibição de doação inoficiosa (art. 548/CC) – teoria do patrimônio mínimo
Constitui a garantia concedida àqueles que firmam relações jurídicas, posto que o devedor garante suas obrigações através de seu patrimônio, ou seja, dos seus bens economicamente considerados.
Patrimônio líquido x patrimônio bruto (ativo – passivo)
Classificação- bens considerados em si mesmos:
móveis 
adquiridos pela tradição
sujeitos a mútuo e penhor
Classificação
pela própria natureza 
Aqueles que podem ser movidos, por força alheia, sem deterioração de sua substância.
Semoventes
Mesma disciplina dos bens móveis por natureza
Bens que se movem de um lugar para outro, por movimento próprio (P. ex.: animais)
disposição legal – art. 83
Dicção expressa da lei.
por antecipação
Embora incorporados ao solo, são destinados a serem destacados e convertidos em móveis (árvores destinadas ao corte)
Classificação- bens considerados em si mesmos:
Imóveis
não pode ser removido sem alteração de sua substância
adquiridos por escritura pública registrada no Cartório
sujeitos a comodato e hipoteca
Classificação
por sua natureza - são aqueles cujo enfoque é a própria constituição natural do bem. É o solo e tudo quanto lhe incorporar pela própria natureza– art. 79 do CC. 
Classificação- bens considerados em si mesmos:
Imóveis
Classificação (continuação)
Acessão
Artificial, Física ou industrial – tudo que o homem incorporar permanentemente ao solo, de modo que não o possa retirar sem destruição ou dano ( P. ex.: edifícios, construções, etc.)
Não perdem a natureza de imóveis, os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele serem reempregados.
Por acessão intelectual – aqueles intencionalmente destinados e mantidos ao imóvel para exploração industrial, aformoseamento ou comodidade (ar condicionado, maquinário agrícola, etc.) - pertenças
Classificação- bens considerados em si mesmos:
Imóveis
Classificação (continuação)
Por disposição legal – prevalece a vontade do legislador (art. 80). 
Direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram.
Direito à sucessão aberta.
Princípio da saisine – a abertura da sucessão opera a imediata transferência dos bens da herança aos herdeiros legítimos ou testamentários.
Transferência do direito à sucessão a terceiro ou outro sucessor.
Classificação- bens considerados em si mesmos:
Fungíveis (art. 85, CC) – substituíveis, não individualizado.
Podem ser substituídos por outro de mesma espécie, qualidade e quantidade.
infungíveis
são aqueles que não permitem substituição por outro em razão da sua natureza especial, única, individualizada.
consumíveis – uso importa em destruição imediata
natural ou de fato (destruição da própria substância): alimentos
jurídica ou de direito – destinada a alienação: roupa
inconsumíveis – suportam uso constante e prolongado, sem prejuízo de sua utilidade (livro)
Classificação- bens considerados em si mesmos:
divisíveis (art.87, CC)
Permitem o fracionamento em partes homogêneas e distintas.
Podem ser repartidos em porções reais e distintas, formando cada uma delas um todo perfeito.
indivisíveis – fracionamento altera a substância ou o valor.
por natureza – decorre da substância (animal)
determinação legal (módulo rural)
vontade das partes (pagamento em única parcela)
corpóreos – existência material
incorpóreos – abstratos, de visualização ideal 
Classificação- bens considerados em si mesmos:
singulares 
mesmo reunidas são consideradas individualmente
Coisas consideradas em sua individualidade, representadas por uma unidade autônoma, distinta das outras. 
Espécies:
simples – suas partes componentes encontram-se ligadas naturalmente 
composto – conjunto de bens simples sem individualidade. A coesão dos seus componentes depende do engenho humano (carro, avião)
Classificação- bens considerados em si mesmos:
coletivos – compostos de várias coisas singulares, são considerados em conjunto, formando um todo único com individualidade própria
universalidade de fato (art.90, CC) – a unidade baseia-se na realidade natural (coisas singulares simples agrupadas pela vontade do homem. P. ex.: biblioteca, galeria)
Permite-se a desconstituição pela vontade do titular
universalidade de direito (art. 91, CC) – complexo de direitos e obrigações a que a ordem jurídica atribui caráter unitário (herança, massa falida)
Classificação - Dos bens reciprocamente considerados (Art. 92/97, CC):
principais: possui existência própria (solo, crédito).
Autonomia estrutural
acessórios: não tem existência própria e depende de outro bem (sua existência supõe o principal).
Classificação:
frutos: utilidades produzidas com periodicidade pela coisa principal, cuja percepção não diminui sua substância.
Classificação quanto à natureza:
Naturais - decorrem do desenvolvimento orgânico vegetal ou animal. Independe da intervenção humana (laranja, soja, bezerro)
Industriais – decorrem da atividade industrial humana (bens manufaturados)
Civis - Utilidades que a coisa frugífera periodicamente produz, viabilizando a percepção de renda (juros, , aluguel)
Classificação - Dos bens reciprocamente considerados (Art. 92/97, CC):
acessórios: não tem existência própria e depende de outro bem (sua existência supõe o principal).
Classificação:
Frutos (continuação)
Classificação quanto à ligação com a coisa principal.
pendentes: unido à coisa, não destacado
percebido ou colhido: separado, mas existente
estantes: separados e estocados para venda
percipiendos: deveriam ter sido separados mas ainda não foram
consumidos: não mais existem
Classificação - Dos bens reciprocamente considerados (Art. 92/97, CC):
acessórios: não tem existência própria e depende de outro bem (sua existência supõe o principal).
Classificação (continuação):
rendimento: frutos civis de uso ou gozo (aluguel)
Os produtos – são utilidades que a coisa principal produz, cuja percepção ou extração diminui a sua substância (P. ex.: extração de minério)
Frutos x produtos – alterabilidade da substância principal
Classificação - Dos bens reciprocamente considerados (Art. 92/97, CC):
acessórios: não tem existência própria e depende de outro bem (sua existência supõe o principal).
Classificação (continuação):
Pertenças (art.93, CC) – coisas acessórias, destinadas a conservar ou facilitar o uso das coisas principais, sem que destas sejam integrantes. (máquinas de uma fábrica, implementos agrícolas, ar condicionado, etc).
Caracteres
Vínculo intencional, estabelecido por quem faz uso da coisa;
Fim em virtude do qual a põe a serviço da coisa principal
Destinação de fato e concreta da pertença colocada a serviço da coisa principal.
Classificação - Dos bens reciprocamente considerados (Art. 92/97, CC):
acessórios: não tem existência própria e depende de outro bem (sua existência supõe o principal).
Classificação (continuação):
benfeitorias: despesas e obras realizadas na coisa principal, com o propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la.
voluptuárias ou suntuárias: empreendidas para embelezamento ou deleite, sem aumento da utilidade da coisa.
úteis: visam proporcionar maior conforto. Facilitam a utilização da coisa. (instalação elétrica)
necessárias: conservação da coisa. Visam evitar a deterioração da coisa
principal (p. ex.: reparo na estrutura de uma casa) 
Classificação - Dos bens reciprocamente considerados:
parte integrante: se unem ao principal e forma um todo (lâmpada de abajur, pneu de carro, telha de casa)
Classificação – quanto ao titular do domínio:
Quanto ao titular do domínio:
privados – pessoas jurídicas ou física de direito privado;
Púbicos – pertencentes às pessoas jurídicas de direito público (união –art. 20, CF – estados - art. 26, CF – municípios)
uso comum – uso por qualquer pessoa (praça, rua, mar)
uso especial – uso pelo próprio Poder Público para realização do seus serviços públicos ou cuja fruição, na forma da lei, é atribuída a determinada pessoa. 
dominical ou dominial – patrimônio disponível estatal. Bens públicos não afetados à utilização direta e imediata do povo, nem aos usuários de serviços.
PS. Usucapião de bens públicos (art. 120, CC) 
Classificação - quanto à possibilidade de comercialização
Quanto à possibilidade de comercialização:
no comércio – podem ser apropriados e alienados
fora do comércio – insuscetíveis de alienação e usucapião
pela própria natureza – ar, luz solar, água do mar (res communes omnium)
por vontade das partes – cláusula de inalienabilidade em negócios gratuitos
Relativização na via judicial- prevalência do fim social da norma.
Classificação - quanto à possibilidade de comercialização
fora do comércio (continuação)
por disposição legal – a lei proíbe a alienação
públicos (art. 100);
pertencentes a fundações (arts. 62 a 69);
menores (art. 1.691)
terreno onde fica condomínio de andares (art. 3º/Lei nº4591/64)
capital para pagamento de alimentos (art. 602§§1º e 4º/CPC)
terras ocupadas pelos índios (bens públicos)
herança de pessoa viva (art. 426)
lotes rurais remanescentes de loteamento já inscritos quando tiverem área inferior ao módulo da região (Lei nº4.947/66);
Obs.
Res nullius- coisa que atualmente não pertence a ninguém, mas que podem vir a pertencer pela ocupação (P. ex.: a concha encontrada da praia)
Res derelictae – coisa abandonada, que pode vir a pertencer a alguém, também pela ocupação.
Exige a voluntariedade do abandono
Não se confunde com a coisa perdida
Involuntariedade
Permanece, abstratamente, a pertencer ao patrimônio do titular
O dito popular “achado não é roubado” tem respaldo jurídico?
Bem de família
Natureza Jurídica – forma de afetação para fim especial
Espécies:
Convencional (arts. 1711 a 1722):
Características: 
ato voluntário do titular;
Legitimidade para instituição
Entidade familiar (união estável, família monoparental)
E a situação da pessoa solteira?
registro em cartório
residência familiar com assessórios e pertenças;
limitação financeira – 1/3 (art. 1.711)
Bem de família
Convencional (arts. 1711 a 1722):
Características(continuação): 
duração limitada (art. 1.722)
Enquanto viverem os cônjuges e até que seus filhos atinjam a maioridade
Inalienabilidade (relativa)
Destina-se, exclusivamente ao domicílio
Venda excepcional, com anuência dos interessados e seus representantes, mediante autorização judicial.
 impenhorabilidade (limitada)
exceções: tributo e despesas de condomínio
Excluído da execução por dívidas posteriores
solvência presumida (em relação a dívidas anteriores)
Extingue-se
Pela morte dos cônjuges , companheiros ou cabeça da família monoparental e os filhos atingirem a maioridade
Bem de família
Espécies (continuação):
Legal ou Obrigatório (Lei nº 8.009/90) (art. 1º):
Características
Destinatário da proteção
Entidade familiar
Ps. O locatário - móveis e benfeitorias quitados;
Ps. E o devedor solteiro? Estende-se-lhe a proteção da impenhorabilidade? (posição do STJ – Não)
não depende de ato do titular;
Imóvel de menor valor ou em cuja residência tenha sido fixada há mais de 3 anos;
não há limitação financeira;
Bem de família
Legal ou Obrigatório (Lei nº 8.009/90):
Características (continuação)
exceções referentes à impenhorabilidade legal:
créditos trabalhistas de trabalhadores domésticos ou residenciais e respectivas contribuições previdenciárias;
créditos financeiros para aquisição e construção;
Credor de pensão alimentícia;
Tributos vinculados ao imóvel;
hipoteca;
fiança em contrato de locação (igualdade – constitucionalidade da previsão);
cotas condominiais;
questões criminais – produto de crime
			 - execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.

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