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A1 INTERAÇÃO CLINICO PATOLOGICA

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O ambiente interno em que as células estão, se altera muito pouco. Isto porque temos mecanismos de proteção e regulação que, por exemplo, aquecem o ar frio que inalamos, umedecem o ar seco, mantém o fluxo sanguíneo constante, mantém a quantidade de água, eletrólitos, carboidratos, proteínas, lipídeos dentro de limites ideais dentro das células, etc. Pequenas variações, como por exemplo pequenas oscilações da oferta de glicose ou oxigênio são toleradas sem prejuízo para as células, que mantém sua morfologia e funcionamento íntegros (homeostase).
Em algumas situações, como uma demanda por maior trabalho das fibras musculares, pode ocorrer adaptação celular, neste caso hipertrofia. Estas adaptações podem ocorrer em situações normais como a gravidez (hiperplasia dos ácinos mamários), menopausa (atrofia do endométrio) ou situações anormais, como ocorre na hipertensão arterial, por causa do aumento da resistência vascular periférica e que produz hipertrofia cardíaca. Caso este estímulo nocivo seja mais intenso ou mais prolongado, a capacidade adaptativa da célula é excedida e ocorre lesão celular.
Lesão celular pode ser reversível ou irreversível.
A lesão celular reversível ocorre quando a célula agredida pelo estímulo nocivo sofre alterações funcionais e morfológicas, porém mantém-se viva, recuperando-se quando o estímulo nocivo é retirado ou cessa. A lesão celular é irreversível quando a célula se torna incapaz de recuperar-se depois de cessada a agressão, caminhando para a morte celular.
Causas de lesão celular
1) Privação de oxigênio (hipóxia ou anóxia) - asfixia, altitudes extremas
2) Isquemia - obstrução arterial.
3) Agentes físicos - trauma mecânico, queimaduras, radiação solar, choque elétrico, radiação ionizante.
4) Agentes químicos - álcool, medicamentos, poluentes ambientais, venenos, drogas ilícitas.
5) Agentes infecciosos - vírus, bactérias, fungos, protozoários.
6) Reações imunológicas - doenças autoimunes, reação anafilática.
7) Defeitos genéticos - anemia falciforme.
8) Alterações nutricionais - obesidade, desnutrição.
Mecanismos de lesão celular
Princípios:
1) A resposta celular depende do tipo da agressão, sua duração e sua intensidade.
2) As consequências da agressão à célula dependem do tipo celular, estado e adaptabilidade da célula agredida. Por exemplo, uma célula com dificuldade de produzir energia é muito mais sensível a uma lesão que uma célula repleta de glicogênio.
3) As lesões celulares causam alterações bioquímicas e funcionais em um ou mais componentes celulares, sendo essas:
a) respiração aeróbia
b) membranas celulares
c) síntese proteica
d) citoesqueleto
e) aparato genético da célula
 (
4
)
Mecanismos envolvidos
1 - Depleção do ATP 2 - Lesão mitocondrial
3 - Influxo de cálcio para o citosol e perda da homeostase do cálcio
4 - Acúmulo de radicais livres (Espécies Reativas do Oxigênio - ERO) 5 - Defeitos na permeabilidade das membranas
Quando há depleção do ATP (por anóxia, isquemia, envenenamento), a falta de energia produz falha das bombas de sódio e potássio, que são localizadas na membrana celular. Com isto há entrada de sódio e água e saída de potássio, produzindo edema intracelular.
A célula então inicia glicólise anaeróbia, que é menos eficiente na produção de ATP, gerando menos energia e produzindo mais subprodutos, ou seja, substâncias ácidas (ácido lático, fosfatos inorgânicos). Com isto há queda do pH intracelular.
A falha na bomba de Cálcio (falta ATP) faz com que o cálcio comece a se acumular no citoplasma, ativando enzimas tais como as proteases, ATPases, endonucleases e outras, que destroem componentes importantes da célula (proteínas, ATP, ácidos nucléicos,membranas), podendo levar à morte celular. O retículo endoplasmático rugoso começa a perder os seus ribossomos, ocorrendo prejuízo ou parada da produção de proteínas (estruturais e funcionais), o que pode também levar a célula à morte.
Lesão mitocondrial
Lesões celulares frequentemente são acompanhadas por alterações morfológicas das mitocôndrias. As mitocôndrias são lesionadas por diversos mecanismos, tais como perda do equilíbrio do cálcio intracelular, cuja concentração aumenta no citoplasma, acúmulo de radicais livres (estresse oxidativo) e fragmentação dos fosfolipídios. O aparecimento de poros na membrana mitocondrial pode levar à morte da célula.
Influxo de cálcio para o citoplasma e perda da homeostase do cálcio 
A homeostase do cálcio é indispensável para a manutenção das funções celulares. A falência da bomba de cálcio promove a sua entrada nocitoplasma, além de permitir que o mesmo escape das mitocôndrias e do retículo endoplasmático. O cálcio em excesso no interior da célula promove a ativação de diversas enzimas. Estas enzimas ativadas promovem a inativação do ATP (pela ativação das ATPases), lise das membranas celulares (ativação das fosfolipases), lise das proteínas estruturais e das membranas (ativação das proteases) e fragmentação da cromatina (ativação das endonucleases).
Acúmulo de radicais livres (ERO).
Como consequência do metabolismo celular normalmente há formação de pequena quantidade de radicais livres, que tem potencial lesivo para as células. Estas possuem mecanismos de defesa que evitam danos por estes radicais livres (vitamina C, catalase, superóxido-dismutases, glutationa peroxidase, ferritina, ceruloplasmina). Porém um desequilíbrio neste sistema (aumento da formação e/ou diminuição da inativação) pode levar a lesões celulares. Há diversos mecanismos para formação destes radicais livres: absorção de radiação ionizante, metabolização de determinadas drogas, geração de óxido nítrico (NO) e outros. As consequências desta agressão por radicais livres são diversas, mas as principais são: peroxidação dos lipídios das membranas, oxidação de proteínas e lesões do DNA.
Defeitos na permeabilidade das membranas
A perda da permeabilidade seletiva das membranas celulares, das mitocôndrias e lisossomos, causa uma série de transtornos à célula, permitindo a entrada ou escape de substâncias. Esta lesão pode ser causada por falta de energia (isquemia) ou por lesão direta por toxinas, vírus, substâncias químicas, fragmentos do complemento, etc. Os mecanismos bioquímicos envolvidos são: disfunção mitocondrial, perda de fosfolipídios das membranas, anormalidades no citoesqueleto, acúmulo de radicais livres e de subprodutos da fragmentação dos lipídios.
As lesões celulares reversíveis podem levar ao inchaço da célula (edema celular) ou ao acúmulo de gordura em seu interior (esteatose).
O edema intracelular ocorre quando a célula é incapaz de manter o seu equilíbrio iônico, ocorrendo entrada e acúmulo de sódio e água na célula. Ao microscópio óptico nota-se aumento do tamanho da célula, que geralmente torna-se arredondada e com citoplasma pálido, às vezes percebendo-se pequenos vacúolos. O núcleo mantém-se na sua posição normal. Ocorre principalmente nas células tubulares renais e nas células miocárdicas. Macroscopicamente o órgão está com peso e volume aumentados, pálido e firme de consistência.
A esteatose ocorre por hipóxia, agressão por toxinas ou alterações metabólicas. Neste caso formam-se vacúolos pequenos ou grandes de lipídeos no citoplasma, que podem deslocar o núcleo para a periferia do citoplasma. Ocorre principalmente nos hepatócitos e células miocárdicas.
Macroscopicamente o órgão está com peso e volume aumentados, mole e amarelado.
As lesões celulares irreversíveis levam à morte da célula por um de dois possíveis mecanismos: necrose ou apoptose.
Pode-se definir necrose como as alterações que ocorrem após a morte celular em um organismo vivo. É sempre patológica e habitualmente provoca inflamação no local afetado. Estas alterações podem ser inicialmente vistas ao microscópio eletrônico, posteriormente ao microscópio óptico e finalmente a olho.

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