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DIABETES MELLITUS O termo “diabetes” foi registrado pela primeira vez por Arataeus (Areteu) de Capadócia, médico grego que viveu no século I depois de Cristo, e significa sifão (torneira), sendo aplicado aos pacientes que produzem cronicamente grandes quantidades de urina (poliúria) e que por causa disso, têm muita sede (polidipsia). Entretanto, desde cerca de 1500 anos antes de cristo, no Egito, já havia a descrição de pacientes que urinavam mais do que o normal, tanto em frequência, como em quantidade. Em 1769, o químico e médico William Cullen sugeriu o termo mellitus (mel, em latim) para diferenciar diabetes insipidus (sem gosto) da diabetes mellitus (doce como o mel). A (ou O) diabetes insipidus é uma doença mais rara e está relacionada à deficiência de ADH (hormônio antidiurético ou vasopressina) e seu nome que em latim significa “sem sabor” (insípida), remonta o fato de que a urina nesses pacientes é muito diluída. Já a diabetes mellitus é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta ou da incapacidade de a insulina exercer corretamente os seus efeitos. A descoberta da importância do hormônio e do pâncreas que a produz, foi feito por Oskar Minkowski e Joseph von Mering, em 1889, a partir da observação que a retirada do órgão de um cão, fazia o animal desenvolver diabetes. Desde aquele momento o extrato produzido a partir do pâncreas de diversos animais foi testado por diversas vezes e por diversos pesquisadores do mundo todo, na tentativa de se obter algum controle sobre o diabetes, mas em todos os experimentos os resultados não foram promissores. Isso ocorria porque as enzimas pancreáticas digeriam a insulina, que é uma proteína. Além disso, como o extrato era dado pela via oral, as enzimas digestivas do paciente também destruíam a insulina, impedindo seu efeito. A descoberta de uma forma de purificação que isolava a insulina das proteases pancreáticas e que ao mesmo tempo permitia seu uso injetável foi feita pelo canadense Frederick Banting, em 1921, que extraiu insulina do pâncreas de um cão saudável e a administrou em um cão diabético, que prontamente teve as taxas de glicemia reduzidas pelo hormônio que fora injetado. Posteriormente, em 1922, o mesmo médico conduziu experimentos em humanos, obtendo o mesmo sucesso, conforme pode ser lido no artigo original abaixo: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1524425/pdf/canmedaj00414-0043.pdf Antes do uso da insulina exógena, era comum o diabético tipo I morrer precocemente, na infância ou no máximo na adolescência, após acumular sequelas e internações. A foto ao lado mostra um paciente canadense jovem, em coma, portador de diabetes tipo I. (Crédito - Biblioteca de Arquivos do Canadá). A diabetes mellitus caracteriza-se por hiperglicemia crônica com distúrbios do metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas. Sua progressão se dá na maior parte do tempo “silenciosa”, mas pode produzir disfunção e falência de múltiplos órgãos, especialmente rins, olhos, sistema nervoso e sistema cardiovascular ao longo do tempo. Além disso, complicações agudas como a cetoacidose, hipoglicemia e síndrome hiperosmolar podem ocorrer. As alterações no estilo de vida (sedentarismo, hábitos alimentares, tabagismo e etilismo) e longevidade da população têm aumentado a prevalência da doença a cada ano. Estima-se que atualmente 3% da população mundial apresentam diabetes mellitus, porém, mais da metade dos casos não são diagnosticados até que existam danos irreversíveis a órgãos-alvo. No Brasil, estima-se que ocorra em 10% da população. É um importante problema de saúde pública, pois está associada a complicações que comprometem a produtividade, a qualidade de vida e a sobrevida dos indivíduos, além de envolver altos custos sociais e econômicos ao indivíduo, à sociedade e ao estado: • Diabetes mellitus é a sexta causa primária de internação hospitalar e contribui fortemente para as outras, como cardiopatia isquêmica, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e hipertensão arterial; • Pacientes diabéticos representam até 30% dos pacientes internados em UTI e até metade dos pacientes que ingressam em programas de diálise; • É a principal causa de amputações de membros inferiores e de cegueira adquirida; https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1524425/pdf/canmedaj00414-0043.pdf • É a terceira maior causa de morte no mundo e só no Brasil acomete cerca de dez porcento da população. Tipos de diabetes mellitus: • Diabetes tipo 1: doença autoimune que se caracteriza pela perda da capacidade do organismo de produzir e secretar insulina. A doença leva à morte das células beta do pâncreas e consequente diminuição na produção de insulina. Representa mais de 10% dos casos de diabetes. • Diabetes tipo 2: caracterizada pela incapacidade das células em reconhecer a insulina, e por isso não permitir a entrada da glicose, mesmo havendo insulina circulante, por conta da resistência insulínica (diminuição na quantidade de receptores de insulina ou de transportadores de glicose). Representa até 90% dos casos de diabetes. • Diabetes gestacional: diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada pela primeira vez na gestação, podendo ou não persistir após o parto. Representa menos de 1% dos casos de diabetes, mas está presente em cerca de 10% das gestações. • Diabetes por causas genéticas: associadas a disfunções genéticas diversas que impedem a produção ou a ação da insulina. Causa rara. • Diabetes por causas farmacológicas: desencadeada por fármacos diabetogênicos (Glicocorticoides, fenitoína, estrógenos, betabloqueadores, interferon, agentes simpatomiméticos, ácido nicotínico, diazóxido, entre outros.). Causa rara. O tratamento para cada tipo de diabetes varia de acordo com a etiologia da doença, mas em todos os casos são recomendados que o paciente: • evite consumir fontes de glicose como a sacarose (açúcar de cana e de beterraba) e os amidos, farinhas e féculas, • faça exercícios físicos e • faça várias refeições ao dia com pouca ingestão de alimentos de cada vez e com aumento na ingestão de fibras. A Insulina é um hormônio produzido nas células beta das ilhotas de Langerhans no pâncreas, liberada quando a glicemia aumenta. http://www.diabetes.org.br/profissionais/images/pdf/diabetes-tipo-1/002-Diretrizes-SBD- Aplicacao-Insulina-pg219.pdf A insulina quando se liga ao seu receptor, presente nas membranas de várias células do organismo, promove a ativação de transportadores de membrana, que carregam a glicose para dentro da célula, permitindo a entrada da glicose por difusão facilitada, onde finalmente será usada como fonte de energia ou como substrato para a produção de outras substâncias. http://www.diabetes.org.br/profissionais/images/pdf/diabetes-tipo-1/002-Diretrizes-SBD-Aplicacao-Insulina-pg219.pdf http://www.diabetes.org.br/profissionais/images/pdf/diabetes-tipo-1/002-Diretrizes-SBD-Aplicacao-Insulina-pg219.pdf A insulina também estimula a produção de: • glicogênio nas células do fígado e dos músculos no processo chamado glicogênese, • gordura nos hepatócitos e adipócitos, no processo chamado lipogênese, • aminoácidos não essenciais pelos hepatócitos. Insulina é considerada o único hormônio hipoglicemiante do organismo humano. Principais sinais e sintomas do diabetes: • Poliúria, • polidipsia, • polifagia, • boca seca (xerostomia), • emagrecimento rápido, • fraqueza, • letargia, • diminuição brusca da acuidade visual, • hiperglicemia ou hipoglicemia, • glicosúria, • proteinúria, • retinopatia, • neuropatia, • ulcerações crônicas nos pés, • nefropatia, • aterosclerose, • impotência sexual, • paralisia oculomotora, • infecções urinárias ou cutâneas de repetição, • cetoacidose, • síndrome de hiperosmolaridade, entre outros. É responsável por diversas patologiasassociadas, tais como a cegueira causada principalmente pelo glaucoma e catarata e pela destruição da retina (retinopatia diabética); gangrena causada pela dificuldade de circulação e cicatrização das feridas, que pode levar à necessidade de amputação dos membros afetados; a formação de coágulos que podem levar ao infarto do miocárdio; perda da função renal e hepática; problemas neurológicos; hipertensão e doenças coronarianas e doenças respiratórias. A hiperglicemia moderada não causa sinais ou sintomas, mas com concentrações mais altas, a glicosúria determina diurese osmótica e desidratação. Concentrações extremamente elevadas (maiores que 600 mg/dL), podem ainda causar coma resultante da hiperosmolaridade sérica, que causa danos aos tecidos, sobretudo o nervoso. Hemoglobina glicosada: O excesso de glicose na circulação pode se ligar a proteínas do sangue e dos tecidos. Um exemplo prático disso é a hemoglobina, que pode ser glicosada (ou glicada) quando o paciente permanece em estado de hiperglicemia por muito tempo e rotineiramente. É possível conhecer a aderência do paciente ou o sucesso do tratamento recomendado nos últimos 2 meses, avaliando a quantidade de hemoglobina glicada que ele apresenta. Se o tratamento está sendo seguido à risca e a glicemia controlada, a quantidade desse indicador deve ser mínima. Por outro lado, se o paciente está sendo refratário ao tratamento ou ele não está surtindo o efeito desejável, o paciente apresentará níveis elevados de hemoglobina glicada, mesmo que sua glicemia no momento do exame ou da consulta tenha se apresentado normal. ✓ www.youtube.com/watch?v=-SqlIkO4pgs (12m) Pâncreas: Sistema Endócrino ✓ www.youtube.com/watch?v=nyvu2euX8tM (8m) Diabetes ✓ www.youtube.com/watch?v=XQ7qBOgl-sg (11m) Na lousa #49: Diabetes mellitus tipo 1 e 2 http://www.youtube.com/watch?v=-SqlIkO4pgs http://www.youtube.com/watch?v=nyvu2euX8tM http://www.youtube.com/watch?v=XQ7qBOgl-sg DISLIPIDEMIAS E ATEROSCLEROSE Apolipoproteínas ou lipoproteínas são associações entre lipídeos e proteínas que transportam os lipídios pelo plasma e outros fluidos. De outro modo, os lipídeos, que são hidrofóbicos não conseguiriam se mover livremente na água do plasma. A fração lipídica das lipoproteínas é variável e permite a classificação delas em 5 grupos distintos, de acordo com suas densidades: ✓ Quilomícron (quilomicra): É a maior e menos densa das lipoproteínas. Essa lipoproteína é proveniente dos intestinos, e transporta lipídeos e vitaminas lipossolúveis dos alimentos para tecidos como coração, músculos e glândula mamária. ✓ VLDL: Very Low Density Lipoprotein (Lipoproteína de Densidade Muito Baixa) transporta principalmente triacilglicerol e colesterol do fígado para os tecidos periféricos. ✓ IDL (Intermediary Density Lipoprotein - Lipoproteína de Densidade Intermediária). Após perder parte do seu conteúdo lipídico aos tecidos, o VLDL dá origem ao IDL, que pode ter dois destinos: • ir para o fígado onde é reabsorvido, ou • perder parte dos lipídeos e apoE, e converter-se em LDL. ✓ LDL: Low Density Lipoprotein (Lipoproteína de Densidade Baixa), resulta da perda de triglicérides do IDL e é a principal lipoproteína transportadora de colesterol no sangue. É conhecida popularmente como "mau colesterol" pois em excesso é a principal responsável pelo depósito de colesterol nas paredes das artérias (ateroma), que diminui ou mesmo bloqueia o fluxo sanguíneo, causando isquemia nos órgãos onde ocorre. Em situações não patológicas, o destino da maior parte do LDL tende a ser a reabsorção pelo fígado. • youtube.com/watch?v=HlfkW6QJhfo (2m) Apo e lipoproteínas • ✓ HDL: High Density Lipoprotein (Lipoproteína de Densidade Alta). Por ter um conteúdo escasso em gorduras, mas abundante em proteínas, é a lipoproteína mais densa e de menor tamanho. http://www.youtube.com/watch?v=HlfkW6QJhfo Seus níveis aumentados no sangue estão associados à diminuição do risco de infarto agudo do miocárdio e doenças isquêmicas. É formada a partir do colesterol e de outros lipídeos, como triglicérides e fosfolipídios que são recolhidos dos tecidos periféricos e de outras lipoproteínas, para transportá-los ao fígado. É conhecido popularmente como "bom colesterol" porque retira o excesso de colesterol das artérias, reduzindo seu depósito e as obstruções dos vasos. Quando HDL é criada pelo fígado, é formada quase que exclusivamente por lipoproteínas, mas enquanto vai andando pelos vasos, vai “recolhendo” colesterol livre dos tecidos periféricos com o objetivo de conduzi-lo ao fígado de onde o excesso de colesterol será metabolizado e secretado com a bile principalmente na forma de sais biliares (transporte reverso de colesterol). • youtube.com/watch?v=q0YiPqmsXRg (3m) HDL e transporte reverso de colesterol http://www.youtube.com/watch?v=q0YiPqmsXRg DISLIPIDEMIAS (DLP) são alterações na concentração normal de lipídeos e lipoproteínas plasmáticas. Podem ser subdivididas em: ✓ hiperlipoproteinemias (hiperlipidemias) e ✓ hipolipoproteinemias (hipolipidemias), Mas as de maior interesse clínico são as hiperlipoproteinemias, pois estão associadas ao aumento no risco de doenças cardiocirculatórias e pancreatite. A Doença Arterial Aterosclerótica é a manifestação mais importante das dislipidemias, pois a mortalidade nesses pacientes é elevada. Angina pectoris, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência vascular periférica são outras manifestações frequentes nos pacientes com alterações nas concentrações plasmáticas do colesterol e triglicérides. Entretanto, a maioria das dislipidemias são assintomáticas por vários anos e só podem ser descobertas através de exames de sangue regulares. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS DISLIPIDEMIAS: As dislipidemias são investigadas em laboratório a partir da análise do lipidograma, um conjunto de testes bioquímicos que inclui as dosagens de Colesterol Total (CT), Triglicerídeos (TG), HDL Colesterol (HDL-C) e LDL Colesterol (LDL-C. TRATAMENTO DAS HIPERLIPIDEMIAS: O tratamento principal baseia-se sempre nas modificações do estilo de vida: • Adequação da dieta, • redução de peso e • prática regular de exercícios físicos, além de • interrupção do tabagismo e alcoolismo, por toda a vida. Uma dieta adequada inclui a redução de gorduras saturadas e colesterol das carnes vermelhas, gema de ovo, leite integral, queijos amarelos, manteiga, frituras, frutos do mar, vísceras (fígado, miolo), torresmo e toucinho, embutidos (presuntos, mortadelas, salames, linguiças, etc.), pele de frango, crustáceos (siri, caranguejo, camarão e lagosta), azeite de dendê, manteiga de cacau, chocolate, e gordura de coco e o aumento no consumo de alimentos ricos em fibra, tais como verduras, frutas, cereais e produtos integrais (arroz, macarrão, trigo, etc.). Já as gorduras poli-insaturadas podem e devem ser consumidas, pois são benéficas ao organismo. São encontradas nos óleos vegetais (girassol, canola, milho e soja), nas oleaginosas (nozes, castanhas, amêndoas), em algumas sementes como o linho e na gordura de algumas espécies de peixe como a sardinha, o salmão, as anchovas, o bacalhau e a cavala. As gorduras monoinsaturadas, como no azeite de oliva, também podem ser consumidas, pois possuem algum efeito benéfico ao sistema cardiovascular. Na hipertrigliceridemia, deve-se também reduzir a ingestão de açúcar, bebidas alcoólicas e de carboidratos complexos (arroz, massas, pães, batatas e doces). Quando apenas as modificações no estilo de vida não são suficientes para controlar a dislipidemia, o segundo passo é a terapia farmacológica com medicamentos que reduzem a produção ou a absorção dos lipídeos. ATEROSCLEROSE é uma doença inflamatória crônica multifatorial que ocorre em resposta a uma agressão endotelial, acometendo principalmente a camada íntima de artérias.É caracterizada por lesões na túnica íntima, e as consequências dessas lesões são conhecidas como ateromas, placas ateromatosas, ateroscleróticas ou fibrogordurosas. As placas ateromatosas invadem e obstruem o lúmen vascular. Principais fatores de risco: ✓ Idade: Entre 40 e 60 anos, a incidência de infarto do miocárdio se eleva em 5 vezes. ✓ Gênero: Os homens são mais propensos a desenvolver aterosclerose, mas a incidência de aterosclerose e infarto do miocárdio se iguala entre homens e mulheres após os 70 anos de idade. ✓ Dislipidemias (DLP): A hiperlipidemia é o principal fator de risco da aterosclerose, destacando-se os níveis elevados de LDL, sobretudo associado à hipercolesterolemia familiar (HF). ✓ Hipertensão Arterial Sistólica (HAS): promove lesão no endotélio e inicia o processo inflamatório. ✓ Tabagismo: Aumenta a pressão arterial, eleva os níveis de LDL, diminui os níveis de HDL, contém substâncias que promovem agressão ao endotélio. ✓ Diabetes mellitus (DM): Está associado ao aumento na pressão arterial e no colesterol do sangue. ✓ Sedentarismo: Está associado ao aumento na pressão arterial e nos níveis plasmáticos de colesterol. Lesão Ateromas são placas formadas principalmente por lipídeos como o colesterol e tecido fibroso, que se depositam abaixo da camada íntima dos vasos, que se acumulam progressivamente causando estreitamento da luz (lúmen), dificultando a passagem do sangue, e predispondo a formação de trombos e infarto. A formação do ateroma se dá após a ocorrência de uma lesão no endotélio vascular, frequentemente associada à hipertensão arterial, diabetes, hiperlipidemias, tabagismo e alcoolismo. ✓ www.youtube.com/watch?v=5gHIt-kx50I (3,5m) História Natural de um Ateroma ✓ www.youtube.com/watch?v=S3-jCFKQGUU (7,5m) Ateroma diminui? ✓ www.youtube.com/watch?v=GvYfF-_GzhI (2m) Como si forma la placa de ateroma ✓ www.youtube.com/watch?v=F0Y5hss1tZQ – (3,5m) Ateroma necropsia ✓ www.youtube.com/watch?v=Ps_54TQsv0c - (4m) Ateroma + trombo ✓ www.youtube.com/watch?v=NkzRZZw37Yo – (4,5m) Ateroma + trombo + infarto ✓ www.youtube.com/watch?v=VlVnDfuOno8 - (6m) Lâminas aterosclerose No início, a primeira evidência da placa ateromatosa é a presença de macrófagos normais e cheios de gordura (células espumosas) em áreas mais espessas da camada íntima dos vasos, sem manifestações clínicas. Essa gordura é proveniente principalmente de lipoproteínas como o LDL, que se deposita na camada íntima das artérias entre o endotélio e a túnica média, cheia de fibras musculares. Posteriormente, ocorre aumento na quantidade de macrófagos e infiltração de gordura em células musculares lisas da camada média dos vasos. Até esse ponto pode se passar até uns 20 anos desde o início da formação da placa. Com a evolução da lesão, gordura começa a acumular também fora das células espumosas e musculares. http://www.youtube.com/watch?v=5gHIt-kx50I http://www.youtube.com/watch?v=S3-jCFKQGUU http://www.youtube.com/watch?v=GvYfF-_GzhI http://www.youtube.com/watch?v=F0Y5hss1tZQ http://www.youtube.com/watch?v=Ps_54TQsv0c http://www.youtube.com/watch?v=NkzRZZw37Yo http://www.youtube.com/watch?v=VlVnDfuOno8 Algum tempo depois o ateroma condensa em um único núcleo gordura, células necrosadas, restos celulares, tecido fibroso, colágeno e cristais de colesterol. Na superfície desse núcleo encontram-se células espumosas em decomposição, depósitos de colágeno e de cálcio. Nesse ponto o ateroma pode ou não ser sintomático, tendo passado em média 30 anos desde início da formação da placa. Com o tempo ocorre aumento na deposição de colágeno e células de musculatura lisa no ateroma, com espessamento e deformação da camada íntima que se projeta mais ainda para dentro da luz do vaso. Uma placa aterosclerótica bem antiga e grande pode começar a perder sua capa de colágeno por conta de proteases produzidas por linfócitos que migram para o local da lesão, atraídos por citocinas produzidas por macrófagos como resposta à necrose e gordura oxidada no centro do ateroma, resultando em instabilidade da placa. Isso pode levar à ruptura da placa e o desprendimento do seu material ou a formação de trombos. Tardiamente ocorre mais deposição de cálcio e cicatrizes colágenas, com ausência ou mínima presença de lipídeos, particularmente após mais de 40 anos do início do processo. Angina pecturis é uma sensação de opressão precordial ou retroesternal, que pode irradiar para o membro superior esquerdo ou direito, mandíbula, epigástrio ou região torácica dorsal. Pode acompanhar náuseas, vômitos, sudorese, mal-estar intenso e sensação de morte iminente. ✓ www.youtube.com/watch?v=0lcixxyuHCs (4m) Qual a diferença entre angina e infarto? Causa das anginas: Placa ateromatosa ou espasmo coronariano causam obstrução ao fluxo sanguíneo coronariano, que se torna insuficiente para suprir a demanda de oxigênio do miocárdio. Ocorre principalmente na taquicardia induzida por exercício ou pela emoção, obrigando as células em hipóxia iniciarem anaerobiose, produzindo ácido lático (dor!). Obs. Antigamente, o infarto do miocárdio era chamado de “angina verdadeira” e o que chamamos hoje de “angina pecturis” era chamado de angina falsa. TIPOS DE ANGINA: ANGINA ESTÁVEL é a forma mais comum da doença (90 a 95%) e ocorre por estenose (diminuição do calibre) das artérias coronárias devido à formação de placas de ateroma. • Dor em queimação ou constrição, • induzida por esforço ou estresse emocional, • com duração inferior a 20 minutos e • que remite com repouso ou uso de nitratos. ANGINA INSTÁVEL a estenose é causada pelo desprendimento de placa de ateroma, causando tromboembolia parcial e espasmo coronariano. Costuma aparecer principalmente após esforço intenso, mas também pode ocorrer em repouso. Tende a ter maior duração, intensidade e frequência que na angina estável. Esta dor costuma anunciar a aproximação de um Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), por isso, também é chamada de angina pré-infarto. • Dor com duração superior a 20 min, • que não remite com o uso de nitratos, • com surgimento recente (< 4 semanas), • padrão crescente (mais intensa, prolongada e freqüente que as anteriores), • que pode resultar de mudanças nos padrões da angina estável. ANGINA VARIANTE, VASOESPÁTICA OU DE PRINZMETAL é uma forma rara de angina, que geralmente ocorre em repouso e é causada por um espasmo coronariano. • Dor remite com o uso de nitratos, • costuma ocorrer à noite, • em pessoas mais jovens do que nos outros tipos de angina, • o principal fator de risco parece ser o tabagismo. Obs. A estase que ocorre em quaisquer das formas de angina pode provocar formação de agregados plaquetários (trombos), provocando mais obstruções e danos, como o infarto e o acidente vascular. http://www.youtube.com/watch?v=0lcixxyuHCs HIPERTENSÃO ARTERIAL A cada sístole do Coração, um fluxo sanguíneo é lançado para dentro das artérias. Essa força que o sangue faz contra as paredes internas das artérias é chamada de Pressão Arterial. A hipertensão arterial é uma doença crônica caracterizada pela elevação constante da pressão arterial, em níveis considerados acima do normal. Esses valores de referência costumam variar dependendo da literatura consultada. A hipertensão arterial é uma doença silenciosa, mas que com o passar dos anos vai produzindo alterações fisiopatológicas que acabam causando diversas complicações no sistema cardiovascular e em outros sistemas e órgãos. Por isso, é considerada fator de risco importante para outras doenças, tais como: • aterosclerose, • acidente vascular encefálico, • infarto do miocárdio, • insuficiência cardíaca, • arritmias, • anginas, • trombose, • doença renal, • retinopatias, entre outras. Os principais fatores de risco paradesenvolver a hipertensão arterial são: • idade elevada, • fatores genéticos, • excesso de peso, • sedentarismo, • diabetes mellitus, • tabagismo, • etilismo, • consumo excessivo de sal, entre outros. ✓ www.youtube.com/watch?v=v_UyNI0yOnM (4m) Você sabe o que é a Hipertensão Arterial? ✓ www.youtube.com/watch?v=NrPddz5qDEs (5m) O QUE É HIPERTENSÃO ARTERIAL? http://www.youtube.com/watch?v=v_UyNI0yOnM http://www.youtube.com/watch?v=NrPddz5qDEs
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