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Unidade 3

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Estruturas e funções do sistema endócrino 
UNIDADE 3 
3.1 Organogênese do sistema endócrino 
Iniciaremos nossos estudos apresentando 
como os três folhetos germinativos, 
derivados do processo de gastrulação e 
representados pela ectoderme, mesoderme 
e endoderme, se diferenciam e se 
desenvolvem, dando origem aos órgãos 
que compõem o sistema endócrino. A este 
processo é dado o nome de organogênese 
do sistema endócrino. 
Geralmente, a formação das glândulas 
que compõem o sistema endócrino inicia-se 
na quarta semana da gestação, sendo que 
cada glândula apresenta um padrão de 
desenvolvimento específico, a partir de 
diferentes estruturas formadas pelos três 
folhetos embrionários. 
Hipófise: Desenvolvimento do ectoderma 
da cavidade oral e do ectoderma do 
assoalho do diencéfalo. 
Tireoide: Endoderme da porção cranial do 
intestino primitivo anterior ou faríngeo, que 
originará a faringe primitiva. 
Paratireoides: Endoderme da terceira e 
quarta bolsas faríngeas. 
Pâncreas: Endoderme da porção caudal 
do intestino primitivo anterior. 
Glândulas suprarrenais: Mesoderme 
(região cortical) e células da crista neural 
(região medular). 
3.1.1 Hipófise 
A hipófise é proveniente do 
desenvolvimento do ectoderma, ela possui 
duas porções principais distintas, tanto em 
relação à origem do ectoderma, quanto às 
suas funções. A glândula é formada pela 
evaginação de uma porção do ectoderma 
da cavidade oral primitiva (estomodeu), 
que se desenvolve em direção cranial, 
formando a bolsa de Rathke e pelo 
crescimento do assoalho do diencéfalo em 
direção caudal, denominado infundíbulo. 
Durante a terceira semana do 
desenvolvimento embrionário, a bolsa de 
Rathke continua crescendo no sentido 
dorsal, em direção ao infundíbulo, 
perdendo a conexão com a cavidade oral 
no final do segundo mês de gestação, 
porém, permanecendo em contato íntimo 
com o infundíbulo. Subsequentemente, as 
células da parede anterior da bolsa de 
Rathke se multiplicam rapidamente, dando 
origem ao lobo anterior da hipófise, mais 
conhecido como adeno-hipófise. 
 
Parte do labo anterior da hipófise, 
conhecida como porção tuberal, cresce ao 
redor do pedículo do infundíbulo, 
circundando toda a sua região. Contudo, a 
parede posterior da bolsa de Rathke, 
próxima ao infundíbulo, se desenvolve na 
porção intermediária da adeno-hipófise. 
O infundíbulo originará o pedículo e a 
parte nervosa, ou lobo posterior da 
hipófise, mais comumente designada neuro-
hipófise. Esta é formada por células 
neurogliais e fibras dos neurônios 
hipotalâmicos. 
 
 
3.1.2 Tireoide 
A glândula tireoide é formada pelo 
desenvolvimento do folheto embrionário 
endodérmico da porção cranial do intestino 
primitivo anterior, também denominado 
intestino faríngeo, que dará origem à 
faringe primitiva. 
A partir do 24º dia de desenvolvimento 
embrionário, ocorre um espessamento 
endodérmico mediano do assoalho da 
faringe primitiva (A), entre o tubérculo 
ímpar e a cópula (estruturas relacionadas 
ao desenvolvimento da língua), formando 
uma evaginação conhecida como tireoide 
primitiva (B). Subsequentemente, com o 
crescimento do embrião, a glândula em 
desenvolvimento migra pelo pescoço, 
passando ventralmente ao osso hioide e às 
cartilagens laríngeas em desenvolvimento. 
Durante essa migração, a tireoide 
permanece conectada à língua por um 
canal estreito, o ducto tireoglosso (C). 
 
Em torno da sétima semana de gestação, a 
tireoide alcança sua posição final na frente 
da traqueia, observado na figura acima 
(D) e o ducto tireoglosso degenera-se, 
restando apenas vestígios da sua abertura 
denominado forame cego no dorso da 
língua. Por volta da 11ª semana, a tireoide 
começa a funcionar, podendo se observar 
os primeiros folículos contendo coloide. As 
células foliculares produzem o coloide, que 
funciona como matriz para síntese de 
tiroxina e de tri-iodotironina. 
Entretanto, a tireoide também possui, em 
sua constituição, localizadas entre os 
folículos, as células parafoliculares ou 
células C, responsáveis pela produção do 
hormônio calcitonina. Essas células são 
originadas da migração das células da 
crista neural, provenientes do fechamento 
do tubo neural na região cranial do 
embrião, presentes no corpo 
ultimobranquial (região ventral da quarta 
bolsa branquial), que, posteriormente, será 
incorporado à glândula tireoide. 
3.1.3 Paratireoides 
As glândulas paratireoides originam-se da 
terceira e quarta bolsa faríngea, formadas 
a partir do desenvolvimento do folheto 
embrionário endodérmico da porção 
cranial do intestino primitivo anterior, 
também denominado intestino faríngeo, 
que posteriormente originará a faringe 
primitiva. 
A terceira e a quarta bolsas faríngeas são 
caracterizadas por apresentarem, na sua 
extremidade distal, uma porção dorsal e 
outra ventral. Por volta da quinta semana 
de gestação, a região dorsal da terceira 
bolsa faríngea se diferencia na glândula 
paratireoide inferior, enquanto que o timo 
se origina da porção ventral da bolsa, 
observe na figura a seguir. Ambos os 
primórdios glandulares perdem sua 
conexão com a parede faríngea, e a 
glândula paratireoide inferior acompanha 
o timo em sua migração no sentido caudal 
e medial. 
Embora a principal porção do timo se 
mova rapidamente até sua posição final, 
na porção anterior do tórax, enquanto se 
funde com seu complemento do lado 
oposto, sua porção caudal persiste 
algumas vezes inserida na glândula 
tireoide ou como nichos tímicos isolados. O 
tecido paratireoideo da terceira bolsa 
finalmente se posiciona na superfície dorsal 
da glândula tireoide e forma a glândula 
paratireoide inferior. 
 
Contudo, o desenvolvimento do epitélio da 
região dorsal da quarta bolsa faríngea irá 
formar a glândula paratireoide superior, 
que, ao perder contato com a parede da 
faringe, se adere à superfície dorsal da 
tireoide, que migra caudalmente e se torna 
a glândula paratireoide superior, visto na 
figura acima. É interessante ressaltar, que 
a glândula paratireoide derivada da 
terceira bolsa migra com o timo e, por essa 
razão, assume uma posição inferior à 
glândula paratireoide derivada da região 
dorsal da quarta bolsa faríngea. 
3.1.4 Pâncreas 
O pâncreas é formado pelo 
desenvolvimento do folheto embrionário 
endodérmico da porção caudal do intestino 
primitivo anterior, que, conjuntamente, 
originará o duodeno e outros órgãos do 
sistema digestório. É inicialmente constituído 
por dois brotos: pancreático dorsal, 
localizado no mesentério e pancreático 
ventral, próximo ao ducto biliar. Com a 
movimentação do duodeno para a direita, 
o broto pancreático ventral se move 
dorsalmente, posicionando-se 
imediatamente abaixo e atrás do broto 
dorsal. Subsequentemente, o parênquima e 
os sistemas de ductos dos brotos 
pancreáticos dorsal e ventral se fundem, 
formando as diferentes regiões anatômicas 
do pâncreas; o broto ventral forma o 
processo uncinado e a porção inferior da 
cabeça do pâncreas, enquanto que a 
porção restante da glândula é derivada 
do broto dorsal. 
No terceiro mês da vida fetal, as ilhotas 
pancreáticas ou de Langerhans, se 
desenvolvem a partir do tecido 
pancreático parenquimatoso, que no 
indivíduo adulto, serão constituídas por 
quatro tipos de células diferentes: células β 
- produtoras de insulina, células α - 
produtoras de glucagon, as células δ - 
produtoras de somatostatina e as células P 
- produtoras de polipeptídeo prancreático. 
A distribuição desses tipos celulares não é 
homogênea ao longo do parênquima do 
órgão devido à origem ventral e dorsal 
desse órgão. Dessa maneira, no corpo e na 
cauda, há maior densidade de células α e 
β, enquanto que na cabeça, há uma 
prevalência de células P. O mesoderma 
visceral, que circunda os brotos 
pancreáticos, forma o tecido conjuntivo 
pancreático. 
3.1.5 Glândulassuprarrenais (adrenal) 
A glândula suprarrenal adulta é composta 
por duas diferentes regiões, o córtex e a 
medula, que possuem origem no 
desenvolvimento do folheto embrionário 
mesodérmico e ectodermico, 
respectivamente. 
Durante a quinta semana do 
desenvolvimento embrionário, as células 
mesoteliais entre a raiz do mesentério e a 
gônada em desenvolvimento começam a 
proliferar e penetram o mesênquima 
subjacente. Nesse ponto, elas se 
diferenciam em grandes células acidófilas, 
que formam o córtex fetal ou córtex 
primitivo, da glândula suprarrenal. 
Posteriormente, outras células do mesotélio 
(morfologicamente menores) invadem o 
mesenquima, circundando a massa celular 
acidófila presente. Após o nascimento, o 
córtex fetal regenera-se e as células 
mesoteliais menores remanescentes se 
diferenciam em três camadas definitivas, 
formando o córtex da adrenal adulta, que 
é compartimentalizado em três regiões 
denominadas zona glomerulosa, zona 
fasciculada e zona reticular. As 
especificidades histológicas e funcionais 
dessas sub-regiões do córtex da adrenal 
serão abordadas adiante. 
Concomitantemente à formação do córtex, 
as células da crista neural (origem 
ectodérmica) invadem a região medial da 
glândula, onde ficam arranjadas em 
cordões e grupos para formar a medula 
da glândula, observe na figura abaixo. As 
células da crista neural se diferenciarão 
nas células cromafins, que representam 
neurônios simpáticos pós-ganglionares 
modificados, inervados por fibras 
simpáticas que, quando estimuladas, 
produzem adrenalina e noradrenalina, 
liberadas diretamente na corrente 
sanguínea. 
 
 
3.2.1 Introdução ao sistema endócrino 
O sistema endócrino é formado pelo 
hipotálamo e por um conjunto de glândulas 
envolvidas na produção de substâncias 
denominadas hormônios, que são lançados 
na circulação sanguínea até alcançarem os 
determinados órgãos de atuação. Em 
cooperação com o sistema nervoso, o 
sistema endócrino coordena toda a 
fisiologia corporal. Essa associação é 
possível devido à existência do 
hipotálamo, formado por um grupo de 
células nervosas localizadas na base do 
encéfalo, que estabelece a integração 
entre esses dois sistemas orgânicos, por 
meio do sistema porta-hipofisário. 
Hormônios são moléculas, com diferentes 
naturezas químicas, que agem como 
sinalizadores. Essas moléculas são 
sintetizadas e liberadas na corrente 
sanguínea, por células epiteliais 
especializadas denominadas endócrinas. 
Essa denominação foi dada porque essas 
células secretam os hormônios para dentro 
da circulação sanguínea, ao contrário das 
células de glândulas exócrinas, cuja 
secreção é conduzida pelos ductos 
excretores à uma cavidade de um 
determinado órgão ou à superfície do 
corpo. Os hormônios são responsáveis por 
diversas funções corporais consideradas 
contínuas e de longo prazo, que incluem 
metabolismo, regulação de temperatura, 
balanço hídrico e de íons, reprodução, 
crescimento e desenvolvimento 
As células endócrinas comumente se unem, 
formando glândulas endócrinas, nas quais 
se organizam geralmente sob forma de 
cordões celulares, havendo exceções. 
Existem também muitas células endócrinas 
isoladas, tais como as encontradas no 
sistema digestório (sistema endócrino 
difuso). Entretanto, hormônios também 
podem ser liberados por neurônios (neuro-
hormônios) e, ocasionalmente, por células 
do sistema imune (citocinas). 
Nesse contexto, os principais órgãos do 
sistema endócrino, que podem ser 
observados na figura abaixo, são: o 
hipotálamo, a glândula hipófise, a 
glândula tireoide, o timo, a região 
endócrina do pâncreas, as glândulas 
suprarrenais, os testículos e os ovários. 
 
3.2.2 Classificação hormonal, síntese, 
secreção, transporte, depuração e 
mecanismos de ação dos hormônios 
Os hormônios podem ser classificados de 
acordo com a natureza química de suas 
moléculas, que, embora possam apresentar 
uma grande diversidade estrutural, tais 
como os hormônios peptídicos (ou 
proteicos), os hormônios esteroides e os 
hormônios derivados de aminoácidos 
(amínicos), didaticamente é conveniente 
classificá-los em dois grandes grupos: os 
hidrossolúveis e os lipossolúveis. 
O caráter de hidrossolubilidade dos 
hormônios influencia na determinação de 
características comuns nos processos de 
síntese, secreção, transporte e 
metabolização, assim como o tipo de 
receptor e o mecanismo de ação. 
Hormônios hidrossolúveis: Também 
conhecidos como o grupo dos hormônios 
proteicos, são formados, principalmente, 
por proteínas. Estas, são formadas por 
cadeias de aminoácidos, conectados entre 
si por ligações peptídicas, preservando a 
característica polar das moléculas dos 
aminoácidos, o que os torna hidrossolúveis. 
A composição desses hormônios varia 
desde um único aminoácido modificado 
(hormônios derivados de aminoácidos), 
passando por peptídeos simples (hormônios 
peptídicos), até grandes proteínas. Os 
hormônios ainda podem ser formados por 
proteínas modificadas após um processo 
de glicosilação (adição de um carboidrato) 
ou ainda por fosforilação (adição de 
grupos fosfato PO4). Como exemplos de 
hormônios hidrofílicos proteicos podemos 
citar a insulina, o glucagon e o 
paratormônio. A ocitocina e o hormônio 
antidiurético são exemplos de hormônios 
peptídicos e as catecolaminas são 
exemplos de hormônios hidrossolúveis 
derivados de aminoácidos. 
A síntese dos hormônios proteicos é 
realizada pelos ribossomos presentes no 
retículo endoplasmático rugoso (RER) das 
células, sendo denominados de pré-pro-
hormônios, por serem proteínas grandes e 
inativas, contendo um peptídeo sinal, que 
as direcionam para o lúmen do RER, onde 
ocorrerá a clivagem dessa sequência, e, 
consequentemente, a formação do pré-
hormônio (ainda inativo). Este é 
transportado por vesículas até o complexo 
de Golgi, onde poderá ocorrer 
modificações como a glicosilação e 
fosforilação. Posteriormente, essa 
substância será empacotada em vesículas 
de secreção, juntamente com enzimas 
proteolíticas que irão ativar esse hormônio. 
As vesículas, então, se fundem à membrana 
plasmáticas das células, liberando os 
hormônios ativos no interstício ou nos 
capilares sanguíneos. 
Em relação ao transporte, os hormônios 
hidrossolúveis solubilizam-se facilmente, 
tanto no interstício como no sangue, de 
forma que circulam livres até atingirem as 
células -alvo, com algumas exceções, tais 
como o hormônio do crescimento e os IGF, 
que circulam acoplados a uma proteína 
carreadora. 
Os hormônios proteicos e os derivados de 
aminoácidos são degradados no fígado e 
nos rins, devido à grande quantidade de 
enzimas proteolíticas existentes nesses 
órgãos. Além disso, na célula alvo da 
ação hormonal, ocorre um contínuo 
processo de internalização do complexo 
hormônio-receptor, e, por ação dos 
lisossomos, ocorre a metabolização dos 
hormônios. Alguns desses hormônios têm 
meia-vida (definida como tempo necessário 
par degradar 50% da quantidade 
secretada num dado momento) 
extremamente curta, como a da insulina, 
que é de 5 a 8 minutos, o que justifica a 
necessidade de síntese contínua pelo 
organismo. 
Em relação ao mecanismo de ação, é 
importante ressaltar que por conta da 
característica lipossolúvel da membrana 
plasmática, os hormônios hidrossolúveis, 
como o hormônio do crescimento, não são 
capazes de penetrar passivamente pela 
bicamada lipídica das células. 
Dessa maneira, esses hormônios possuem 
receptores localizados na membrana 
plasmática das células-alvo, com o sítio de 
ligação ao hormônio exposto ao meio 
extracelular, como observado na figura 
acima. A interação do hormônio com o seu 
respectivo receptor desencadeia uma 
cascata de sinalização intracelular, 
gerando a resposta fisiológica esperada 
para aquele determinado hormônio. 
Hormônios lipossolúveis: São aqueles 
que possuem moléculas lipídicas como 
precursores, cujo caráter lipídico ou 
lipossolúvel é mantido na forma ativa do 
hormônio.Entretanto, os hormônios 
tireoidianos T3 e T4 são exceções. Esses 
hormônios são constituídos pela ligação de 
dois aminoácidos hidrossolúveis de tirosina 
que, ao serem posteriormente iodados, 
perdem o caráter hidrossolúve1 e passam 
a apresentar características de hormônios. 
A maioria deles são derivados da molécula 
de colesterol, sendo chamados de 
hormônios esteroides. Entretanto, podem 
também ser sintetizados a partir de 
moléculas análogas de colesterol, tais como 
os calciferóis, ou de ácidos graxos, como a 
prostaglandina. A síntese destes hormônios 
depende da presença do substrato lipídico 
precursor e de enzimas específicas na 
célula secretora, que irão metabolizar o 
precursor lipídico até a formação do 
hormônio ativo. Um exemplo de proteína é 
a aromatase, que converte a testosterona 
(hormônio esteroide masculino) em estradiol 
(hormônio esteroide feminino). 
O tipo de hormônio a ser sintetizado em 
cada território depende da presença de 
enzimas específicas na célula, conduzindo a 
rota da esteroidogênese para 
determinados produtos finais. Por exemplo, 
a testosterona é produzida a partir do 
colesterol, no retículo endoplasmático liso 
das células de Leydig, situadas no testículo, 
por meio da atuação de diversas enzimas, 
incluindo a enzima 17b-HSD. Além de 
serem produzidos nos testículos e nos 
ovários e, consequentemente, estarem 
envolvidos em funções reprodutoras 
masculinas e femininas, esses hormônios 
também são sintetizados no córtex da 
adrenal e desempenham funções no 
metabolismo de carboidratos 
(glicocorticoides) e no equilíbrio eletrolítico 
(mineralocorticoides). 
Ao contrário dos hormônios hidrossolúveis, 
os hormônios esteroides possuem afinidade 
pela membrana plasmática das células, 
sendo secretados à medida que são 
sintetizados, por difusão simples para o 
interstício ou para capilares sanguíneos. 
 
Entretanto, apesar da característica 
lipossolúvel facilitar a secreção desses 
hormônios, o transporte em meio aquoso, 
seja no interstício ou no sangue, depende 
da ligação desses hormônios às proteínas 
hidrossolúveis, denominadas globulinas, 
que, ao englobar as moléculas lipídicas, 
lhes conferem hidrossolubilidade, 
permitindo-lhes a mobilização por meios 
hidrofílicos. Uma vez que os hormônios 
esteroides entram na célula por difusão, o 
mecanismo de ação desses hormônios será 
desencadeado a partir da sua ligação a 
receptores intracelulares, geralmente 
nucleares, cujo complexo hormônio-receptor 
termina por se ligar em sítios específicos da 
região promotora de genes-alvo, agindo 
como fatores transcricionais da expressão 
gênica, ou seja, controlando a expressão 
gênica das células-alvo. 
3.2.3 Controle por feedback da secreção 
hormonal 
O funcionamento dos diversos sistemas 
orgânicos dos organismos é possibilitado 
devido à existência de mecanismos 
fisiológicos que garantem a manutenção do 
equilíbrio, também denominado 
homeostase. Um desses mecanismos é a 
retroalimentação, popularmente conhecida 
pela sua denominação em inglês, 
“feedback”. 
A retroalimentação pode ser definida de 
maneira geral, como uma mudança no 
estado de um dos componentes de um 
sistema, gerando uma interação que reduz 
(feedback negativo), ou aumenta 
(feedback positivo), a resposta do sistema 
no qual está inserido. Pode parecer um 
pouco confuso, mas vamos observar uma 
situação simples do nosso organismo. 
Imagine as reações do seu corpo quando 
você está correndo uma maratona, 
imaginou? Dentre as várias adaptações, 
após um tempo, ocorrerá um aumento da 
temperatura do seu corpo. Como a sua 
temperatura deve manter-se constante 
para o ideal funcionamento das enzimas, o 
seu sistema nervoso compreende essa 
mudança e promove a liberação de suor. A 
evaporação do suor na sua pele promove 
o resfriamento do corpo, causando 
diminuição na temperatura. Ou seja, essa 
situação mostra que, ao detectar o 
aumento da temperatura, o organismo 
promoveu a diminuição dela por meio da 
produção de suor, sendo um clássico 
exemplo de retroalimentação negativa. 
O controle da atuação da grande maioria 
dos hormônios do nosso corpo ocorre pelo 
mecanismo de retroalimentação negativa, 
regido por um eixo principal denominado 
eixo hipotálamo-hipófise. Esse eixo, além 
de representar uma conexão entre o 
sistema nervoso central e o sistema 
endócrino, atua no controle da secreção de 
hormônios de glândulas endócrinas tais 
como a tireoide, paratireoide, pâncreas 
endócrino, suprarrenais, testículos e ovários. 
Alterações nesses eixos hipotálamo-
hipófise-glândulas, podem causar doenças 
tais como: diabetes, hipotireoidismo, 
hipertireoidismo, gigantismo, entre outras. 
3.3.1 Eixo hipotálamo-hipofisário 
A glândula hipófise localiza-se em uma 
cavidade do osso esfenoide, denominada 
sella turcica. A hipófise se liga ao 
hipotálamo, situado na base do cérebro, 
por meio do infundíbulo, ligação entre a 
hipófise e o sistema nervoso central. 
 
 
 
O hipotálamo atua em diversos centros de 
controle e de integração do organismo, 
dentre eles, a coordenação de atividades 
dos sistemas nervoso e endócrino. O 
hipotálamo age tanto por meio de 
estimulação ou inibição de células 
endócrinas na adeno-hipófise, como 
também por secreção de hormônios pelo 
núcleo supra-óptico (hormônio antidiurético 
- ADH) e pelo núcleo paraventricular 
(ocitocina). A hipófise, em razão de sua 
origem embriológica dupla, consiste, na 
realidade, em duas glândulas: a hipófise 
anterior ou adeno-hipófise e a hipófise 
posterior ou neuro-hipófise, unidas 
anatomicamente, porém, apresentando 
diferentes funções inter-relacionadas. A 
neuro-hipófise, porção de origem nervosa 
do telencéfalo é formada por uma porção 
volumosa (a pars nervosa) e pelo seu 
pedículo de fixação ao hipotálamo 
denominado infundíbulo. 
A adeno-hipófise, originada do ectoderma 
da cavidade oral primitiva é constituída de 
três regiões: a primeira e mais volumosa, a 
pars distalis ou lobo anterior; a segunda, 
porção cranial que envolve o infundíbulo, 
denominada pars tuberalis; a terceira, 
denominada pars intermedia é 
intermediária entre a neuro-hipófise e a 
pars distalis, separada desta última pela 
fissura restante da cavidade da bolsa de 
Rathke, como observado na figura acima. 
As células endócrinas da adeno-hipófise 
sintetizam e secretam diversos hormônios. 
Essa secreção ocorre por conta da 
liberação de hormônios peptídicos, 
sintetizados pelos neurônios dos núcleos 
dorso-mediano, dorsoventral e infundibular 
do hipotálamo. Esses hormônios, são 
liberados no sistema porta hipofisário da 
eminencia mediana e são transportados 
para adeno-hipófise pelos capilares. Ao 
atingirem a adeno-hipófise, esses 
hormônios estimulam as células endócrinas 
a produzirem hormônios proteicos, que, ao 
atingirem os capilares, irão atuar nos mais 
diversos órgãos. 
 
No caso da neuro-hipófise, o hormônio 
produzido nos núcleos supra-ópticos e 
paraventriculares, são conduzidos pelos 
axônios e permanecem armazenados na 
neuro-hipófise. 
3.3.2 Neuro-hipófise e diabetes insipidus 
Agora iremos aprofundar nossos estudos 
nas funções desempenhadas pelos 
hormônios produzidos pelo hipotálamo e 
armazenados na neuro-hipófise, o 
hormônio antidiurético (ADH) e a oxitocina. 
A secreção da vasopressina, mais 
comumente conhecida como hormônio 
antidiurético (ADH) é controlada pela 
pressão osmótica do sangue. O aumento 
da pressão osmótica estimula os 
osmorreceptores situados no hipotálamo 
anterior, promovendo a secreção em 
neurônios do núcleo supraóptico nos 
capilares da neuro-hipófise, fazendo com 
que a vasopressina atinja a circulação 
sanguínea. Ao alcançar os rins, esse 
hormônio exerce efeito em aumentar a 
permeabilidade dos túbulos coletores do 
rim à água, fazendo com que ela saia do 
lúmen desses túbulos em direção ao 
interstício, onde é coletada pelos capilares 
sanguíneos, fazendo com que haja 
reabsorção de água pelo organismo.A 
ligação do ADH ao seu receptor na 
membrana plasmática desencadeia uma 
cascata de sinalização que culmina com o 
aumento de aquaporinas na membrana, 
possibilitando a entrada de água nas 
células dos ductos coletores renais. Dessa 
forma, a vasopressina atua na regulação 
do equilíbrio osmótico do ambiente interno. 
Lesões do hipotálamo que causem danos às 
células produtoras de ADH são 
responsáveis pela doença denominada 
diabetes insípido, caracterizada pela 
perda da capacidade renal de concentrar 
urina e consequente reabsorção de água 
pelo organismo. Como resultado, um 
paciente pode eliminar cerca de 20 litros 
de urina por dia e beber grandes 
quantidades de líquidos 
Outro hormônio secretado pela neuro-
hipófise é a ocitocina, que atua na 
estimulação das células musculares lisas da 
parede uterina e nas células mioepiteliais 
que cercam os alvéolos e ductos das 
glândulas mamárias. 
A secreção de ocitocina é estimulada por 
distensão da vagina, distensão da cérvice 
uterina e pela amamentação, por meio de 
tratos nervosos que agem sobre o 
hipotálamo. O reflexo neuro-hormonal 
estimulado pela sucção dos mamilos é 
chamado reflexo de ejeção do leite. 
3.4 Tireoide (função hormonal, eixo 
hipotálamo-hipófise-tireoide, 
hipertireoidismo e hipotireoidismo) 
A tireoide é uma glândula endócrina, 
localizada na região cervical anterior à 
laringe, ilustrada na figura abaixo, que 
desempenha a função de sintetizar os 
hormônios tiroxina (T4) e triiodotironina 
(T3), que atuam em atividades envolvidas 
na regulação da taxa de metabolismo do 
corpo, tais como o crescimento e 
desenvolvimento somático e neural, a 
termogênese, o metabolismo intermediário 
e a função sexual. 
 
A tireoide é composta de milhares de 
folículos tireoidianos, revestidos por 
epitélio simples, cujas células são também 
denominadas tireócitos. A cavidade dos 
folículos contém uma substância gelatinosa 
chamada coloide, que fornece a matriz de 
formação dos hormônios T3 e T4. Outro 
tipo de célula encontrado na tireoide é a 
célula parafolicular ou célula C, 
responsável pela síntese do hormônio 
calcitonina. 
A glândula tireoide é regulada pelo eixo 
hipotálamo-hipófise-tireoide. Os órgãos 
envolvidos nesse mecanismo são o 
hipotálamo, a hipófise, a tireoide e as 
diversas células-alvos de atuação dos 
hormônios tireoidianos, distribuídas ao 
longo de praticamente todos os órgãos do 
corpo humano. 
A tireotrofina (TSH), produzida pela 
adeno-hipófise, atua na glândula tireoide, 
estimulando a produção dos hormônios 
tireóideos triiodotironina (T3) e a tiroxina 
(4), que são liberados na corrente 
sanguínea, para a agirem nas células-alvo. 
A liberação da calcitonina é estimulada 
pelos níveis dos íons Ca2+ no sangue. 
 
A liberação do TSH é estimulada pelo 
hormônio liberador de tireotrofina (TRH), 
produzida pelo hipotálamo, via sistema 
porta hipotalâmico-hipofisário. Tanto o TSH 
quanto o TRH, são controlados por 
retroalimentação negativa (feedback 
negativo), mediante inibição exercida 
pelos hormônios tireoidianos livres, 
principalmente o T3, como observado na 
figura acima. 
3.5 Paratireoides e Metabolismo do 
Cálcio (paratormônio, vitamina D, 
calcitonina). Metabolismo ósseo. 
Raquitismo e osteomalacia 
As paratireoides são quatro pequenas 
glândulas que se localizam nos polos 
superiores e inferiores da face dorsal da 
tireoide. Mais raramente, podem situar-se 
no interior da tireoide ou no mediastino, 
próximo ao timo, devido à proximidade da 
localização dessas glândulas durante o 
desenvolvimento embrionário. 
O paratormônio, hormônio produzido pelas 
paratireoides é uma proteína que se liga a 
receptores de membrana em osteoclastos, 
estimulando a produção de um fator que 
aumenta o número e a atividade dessas 
células, intensificando as taxas de 
reabsorção de matriz óssea calcificada e a 
liberação de Ca2+ no sangue. Por outro 
lado, a elevação da concentração de 
Ca2+, inibe a produção de paratormônio 
por meio de receptores de cálcio 
encontrados na superfície das células 
principais da paratireoide. 
Entretanto, a calcitonina, produzida pelas 
células parafoliculares da glândula 
tireoide, inibe os osteoclastos, diminuindo a 
reabsorção de osso e a concentração desse 
íon no plasma. A calcitonina tem, portanto, 
ação oposta à do paratormônio. 
 
A ação conjunta de ambos hormônios é um 
mecanismo importante para regular, de 
forma eficiente, o nível de Ca2+ no 
sangue, um fator importante para o 
funcionamento de muitos processos que 
ocorrem nas células e nos tecidos. 
3.6 Pâncreas Endócrino e Glândulas 
Suprarrenais (Córtex e medula da 
suprarrenal) 
De maneira geral, os hormônios produzidos 
por essas glândulas atuam no metabolismo 
de carboidratos, proteínas e lipídios, mas 
também desempenham outras funções 
3.6.1 Pâncreas endócrino 
A parte endócrina do pâncreas é 
constituída pelas ilhotas de Langerhans, e, 
quando observados ao microscópio, 
apresentam-se como grupos arredondados 
de células de coloração menos intensa, 
incrustados no tecido pancreático. As 
ilhotas são constituídas por células 
poligonais, dispostas em cordões, envoltas 
por uma abundante rede de capilares 
sanguíneos. 
 
Uma doença metabólica muito comum 
atualmente é a diabetes. O diabetes do 
tipo 1 é uma doença autoimune, cujos 
anticorpos produzidos contra células beta 
deprimem a atividade dessas células. 
Já no diabetes tipo 2, ocorre a resistência 
à insulina por parte de alguns tipos 
celulares, de diversos órgãos do corpo. 
Como consequência, há uma taxa 
plasmática de glicose alta nos pacientes 
acometidos por essa patologia, 
representados principalmente por adultos. 
3.6.2 Glândulas Suprarrenais (Córtex e 
medula da suprarrenal) 
As adrenais são duas glândulas achatadas 
com forma de meia-lua, cada uma situada 
sobre o polo superior de cada rim. Em 
humanos podem também ser chamadas 
suprarrenais, porque se situam sobre os 
rins. A glândula, que está envolvida 
principalmente na síntese de hormônios 
esteroides, é dividida duas porções 
concêntricas distintas: uma periférica 
denominada camada cortical ou córtex 
adrenal, e outra central, conhecida como 
camada medular ou medula da adrenal 
As células do córtex adrenal se dispõem 
em organização cordonal e variam a 
disposição organizacional em cada região. 
Possuem ultraestrutura típica de células 
secretoras de esteroides, com 
predominância de retículo endoplasmático 
liso no citoplasma. O córtex adrenal pode 
ser subdividido em três camadas 
concêntricas cujos limites nem sempre são 
perfeitamente definidos em humanos: a 
zona glomerulosa, a zona fasciculada e a 
zona reticulada. 
A zona glomerulosa se situa imediatamente 
abaixo da cápsula de tecido conjuntivo. A 
zona glomerulosa secreta a aldosterona, 
importante mineralocorticoide que contribui 
para manter o equilíbrio de sódio e 
potássio, e consequentemente dos níveis de 
pressão arterial. A aldosterona age 
principalmente nos túbulos contorcidos 
distais dos rins, mas também na mucosa 
gástrica, nas glândulas salivares e 
sudoríparas. 
A células da zona fasciculada estão 
envolvidas na síntese de hormônios 
glicocorticoides, dentre os quais, um dos 
mais importantes é o cortisol. Os 
glicocorticoides regulam o metabolismo de 
carboidratos, proteínas e lipídios, 
exercendo, portanto, ações no organismo 
inteiro. Os glicocorticoides atuam na 
supressão da resposta imune. Contudo, as 
células da zona reticulada produzem 
andrógenos e, em menor grau, 
glicocorticoides e mineralocorticoides. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As células do parênquima da medula da 
adrenal, originadas das células da crista 
neural, sintetizam os hormônios epinefrina e 
a norepinefrina, pertencentes a uma classe 
de substâncias denominadas catecolaminas. 
 
Os hormônios produzidos pelo córtex daadrenal são regulados pelo eixo 
hipotálamo-hipófise- adrenal, pelo 
mecanismo de retroalimentação negativa

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