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apostila farmacologia

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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE - UNIVILLE 
FARMACOLOGIA BÁSICA 
 
APOSTILA DE FARMACOLOGIA DO 2º ANO DE MEDICINA 
AUTORES: AMANDA L. DA SILVA 
GIOVANI CARVALHO 
MARIANA RIBEIRO 
LISIANE MARTINS 
JOÃO FRANCICO PETRY 
PÂMELLA CAROLINE KRELING 
 Os assuntos aqui abordados, estão na ordem em que foram dados no ano de 
2013, pela Professora Daniela Delwig. Portanto, eles podem sofrer alterações na 
ordem, caso essa apostila venha a ser usada por outras turmas. 
1º BIMESTRE: 
Linguagem farmacológica 
  Editar 
Editora: Lisiane Martins. 
Segue como material complementar alguns conceitos farmacológicos que podem ser úteis 
no decorrer das aulas: 


Droga: Matéria prima de origem mineral, vegetal ou animal da qual se pode extrair um ou 
mais princípios ativos. Substância química capaz de modificar as funções do organismo 
(provocar alterações somáticas ou funcionais em um organismo). 
Remédio: Qualquer meio, substância química ou não, utilizada com o propósito de cura. 
Ex.: chá de boldo 
Fármaco: Substância química de constituição definida, com aplicação farmacêutica 
(preventivo, curativo, agente diagnóstico), capaz de produzir efeito farmacológico (causar 
alterações somáticas ou funcionais em um organismo visando uma ação terapêutica). 
Medicamento: Preparado farmacêutico podendo ser formado por uma só substância ou 
pela associação de várias substâncias químicas. É o mesmo que fármaco, sendo constituído 
de uma forma farmacêutica específica. 
Placebo: Substância inativa, sem atividade farmacológica, que pode fazer efeito por auto-
sugestão. Usados em ensaios clínicos controlados para determinar a eficácia de novos 
medicamentos. 
Risco/benefício: Avaliação do efeito terapêutico do fármaco em relação ao risco sobre 
uma determinada função orgânica. 
Ex: Uso de antibióticos durante a gestação. 
Eficácia farmacológica: Efeito máximo do fármaco, produzido sobre uma função orgânica. 
Potência de fármacos: Quantidade de fármaco (dose) que produz efeito farmacológico. 
Quanto mais potente, menos efeitos colaterais. 
Tolerância Farmacológica: Processo pelo qual só se consegue o mesmo efeito 
farmacológico com a administração de doses cada vez mais elevadas. 
Interação Medicamentosa: Efeitos oriundos do uso concomitante de mais de um fármaco. 
http://pt-br.aia1317.wikia.com/wiki/Linguagem_farmacol%25C3%25B3gica?action=edit
Indução Enzimática: Interação medicamentosa em que um fármaco “a” aumenta o 
metabolismo de um fármaco “b” quando administrados juntos. 
Inibição Enzimática: Interação medicamentosa em que um fármaco “a” diminui o 
metabolismo de um fármaco “b” quando administrados juntos. 
Afinidade: Interação entre um fármaco e um alvo farmacológico (receptor). 
Atividade Intrínseca: Interação entre o fármaco e o receptor com desencadeamento do 
efeito farmacológico. 
Biodisponibilidade: Fração de dose do fármaco que atinge a circulação sistêmica quando 
administrada oralmente e comparada à administração endovenosa. 
Ex.: Na via endovenosa a biodisponibilidade é de 100% (não se perde nada). Já pela via 
oral não se sabe quando exatamente irá chegar na corrente sanguínea. 
Bioequivalência: Fármacos que apresentam biodisponibilidade comparáveis e tempos para 
alcançar picos de concentração sanguínea semelhantes. 
Ex.: No medicamento de “referência” e medicamento “genérico”. Já no “similar” a 
bioequivalência é diferente. 
Excreção: Remoção do fármaco do organismo com o envolvimento de alterações químicas. 
Efeitos Colaterais: Reações esperadas e explicáveis após o uso do fármaco devido a sua 
não seletividade (com o receptor). Aparecem lateralmente com o efeito terapêutico. 
Efeitos Adversos: São reações inesperadas e inexplicáveis após o uso do fármaco 
Efeito Terapêutico: Relaciona-se à eficácia dos medicamentos, corrigindo uma função 
alterada pela doença. 
Ações Farmacológicas: Relaciona-se a eficácia dos medicamentos e ao surgimento das 
reações adversas. -> Efeito terapêutico + efeito colateral 
Dependência Física: Capacidade que uma droga ou fármaco tem de passar a fazer parte 
do metabolismo, da vida do organismo. Ocorre quando o organismo necessita do fármaco 
para prevenir efeitos punitivos decorrentes de sua falta. 
Dependência Psicológica: Relação estreita e dependente que um usuário tem com um 
fármaco ou droga psicotrópica em virtude da representação inconsciente e 
superdimensionada que a droga tem em sua memória. 
Síndrome de Abstinência: Conjunto de sinais e sintomas decorrentes da falta de drogas/
fármacos em usuários dependentes. 
DE50- Dose Efetiva Média: Dose capaz de produzir efeito farmacológico em 50% de 
indivíduos de uma amostra populacional. 
DT50- Dose Tóxica Média: Dose capaz de produzir um determinado efeito tóxico em 50% 
de indivíduos de uma amostra populacional. 
DL50- Dose Letal Média: Dose capaz de produzir efeito letal em 50% de indivíduos de uma 
amostra populacional. 
Índice Terapêutico: Razão entre a DL50 e DE50 (IT= DE50/ DL50). 
OBS: Quanto maior este índice, maior será a segurança terapêutica do fármaco. 
Janela Terapêutica: Intervalo entre efeitos parcialmente eficazes (limite mínimo) e 
potencialmente tóxicos (limite máximo). 
Referências Bibliográficas 
1- FUCHS, Flávio Danni; WANNMACHER, Lenita.  Farmacologia clínica: fundamentos da 
terapêutica racional. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 
2- GOODMAN, L.S; GILMAN, A. (eds.). As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. Ed. 
Porto Alegre: Editora McGraw Hill, 2012. 
3-  MARTINS, Lisiane.  Anotação da aula da Disciplina de Farmacologia.  UNIVALI. 
12/03/2008. 
4- RANG, H. P.; DALE, M. M. Rang & Dale Farmacologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2011. 
Processos Farmacocinéticos 
Editora: Lisiane Martins. 
Conceito de Farmacologia 
           A farmacologia é a ciência que estuda os efeitos das substâncias químicas sobre a 
função dos sistemas biológicos,  ou seja, o que ocorre com o medicamento no nosso 
organismo desde o momento em que é administrado. Isso também depende da via pela 
qual é administrado, como será comentado em “Vias de Administração de Fármacos". A 
farmacologia envolve a absorção, distribuição, estudo do efeito que o fármaco vai gerar 
no organismo e a maneira pela qual irá ser metabolizado a fim de que seja eliminado. 
Cada vez que uma classe de medicamento for citada, esses efeitos serão avaliados. Dessa 
maneira, para organizar o estudo da farmacologia, tem-se farmacocinética e 
farmacodinâmica. 
Farmacocinética 
          A farmacocinética estuda a absorção, distribuição, metabolização e eliminação dos 
medicamentos, enquanto a farmacodinâmica irá estudar o mecanismo de ação dos 
medicamentos (onde irá se ligar para gerar efeito no organismo, seja a um receptor, em 
alguma célula, inibindo uma enzima, ou ativando um receptor, por exemplo). Isso é 
denominado como um mecanismo de ação, ou seja, o que o medicamento irá fazer para 
gerar um efeito. A finalidade dos medicamentos é atingir a homeostasia. Eles podem estar 
disponíveis em forma de pastilha, xarope, comprimido, supositório, suspensão, cápsula, 
drágea, ampola, etc. 


Absorção: transferência do fármaco desde seu local de aplicação até a corrente 
circulatória. 
Biotransformação: modifica a estrutura do fármaco, inativando-o (na maioria das vezes) e 
facilitando sua eliminação. 
Excreção: saída do fármaco do organismo. 
Antes da discussão farmacocinética, em 1970, os esquemas de administração eram 
decididos através de observação clínica, por ensaio X erro, até se conseguir doses eficazes 
(resposta terapêutica) ou excessivas (reações tóxicas). 
Intervalos entre as doses: calculados em função do tempo de eliminação do 
fármaco. 
A prescrição médica deve conter: 
▪ Dose 
▪ Via de administração 
▪ Intervalo entre as doses 


Isso é muito importante, principalmente quando a concentração terapêutica for muito 
próxima da tóxica (antiarrítmicos, anticonvulsivantes, etc). 
                       Quanto maiora distância entre a concentração terapêutica e a tóxica, menos 
críticos são os parâmetros farmacocinéticos. 
   
Propriedades dos Fármacos 
Para que ocorra a absorção, distribuição, metabolismo e eliminação desses 
medicamentos, eles devem ser transportados através das membranas celulares. Para que 
esse transporte ocorra, eles precisam possuir algumas características/propriedades que 
vão facilitar ou reduzir a capacidade de serem transportados:  
▪ Peso molecular: porque quando menor o PM, mais fácil será o seu transporte através 
das membranas; 
▪ Configuração da substância (configuração estrutural): essa confirguração irá ou não 
possibilitar transporte, através da ligação a receptores de membrana e a proteínas 
transportadoras para que ele possa ser transportado; 
▪ Grau de ionização (dissociação): pois o fármaco ionizado não sofre transporte 
através da membrana. É o não-ionizado que sofre esse transporte. Assim, ter 90% de 
fármaco não-ionizado e 10% ionizado é melhor do que ter 50% não-ionizado e 50% 
ionizado; 
▪ Lipossolubilidade: Quanto mais lipossolúvel, mais fácil será o transporte através das 
membranas; 
▪ Ligação às proteínas: o que realmente auxilia no transporte dos compostos polares 
são as proteínas transportadoras. Isso inclui tanto as proteínas plasmáticas quanto as 
teciduais. 


       Os fármacos possuem uma fração ligada à proteína e uma fração livre. No plasma, a 
albumina é a principal proteína que se liga aos medicamentos. A fração ligada não é ativa. 
Concentração em sítio-alvo Efeitos
Excessiva Tóxicos
Máxima permitida Potencialmente tóxicos
Ótima Terapêuticos
Limiar Parcialmente eficazes
Insuficiente Ausentes
Isso porque quando um fármaco se liga às proteínas, ele forma um complexo grande (e as 
proteínas já possuem o peso molecular alto). Portanto, se ligada ao fármaco, forma um 
complexo (fármaco+proteína) que não vai sofrer transporte pela membrana. 
A fração livre (que não se ligou à proteína) terá menor PM, sendo chamada de fração 
ativa. A fração livre é a ativa, e é a que interessa, pois sofre transporte através das 
membranas. Assim, se estiver ligado a proteínas, o fármaco não será transportado. A 
fração livre está em menor proporção (o que depende de cada medicamento) e vai chegar 
ao seu local de ação para proporcionar o efeito. 
As proteínas teciduais também estão incluídas porque se o medicamento chegar num 
tecido e se ligar a uma proteína (ficar complexado) independente de ser ou não o local 
dele, ele não poderá ser transportado para outros locais. Esse fármaco poderá ficar ligado 
num local que é reservatório e depois, aos poucos, pode retornar para a corrente 
sanguínea. Mas enquanto estiver ligado, ele não estará atuando onde deveria estar. Então 
há uma dependência tanto da ligação a proteínas plasmáticas, quanto às teciduais. 
Membranas Celulares 
 
A membrana das células é composta de uma bicamada lipídica, e possui o fluido 
extracelular. Essa bicamada é composta principalmente por fosfolipídeos, que são 
moléculas anfipáticas, pois têm uma fração polar e outra apolar. A fração polar 
corresponde aos grupamentos fosfato, que por serem polares se orientam para o meio 
extracelular (também é polar) e para o citoplasma da célula (que também é polar). Já a 
fração de ácido graxo é formada por hidrocarbonetos (carbono e hidrogênio) e se orienta 
para o centro dessa bicamada lipídica. Essas moléculas de lipídeo também podem se ligar 
a moléculas de colesterol e regular a fluidez da membrana, a flexibilidade, a organização 
e torná-la impermeável a moléculas polares. A bicamada, por ser apolar, é impermeável a 
moléculas polares (e permeável a apolares). Dessa maneira, o fármaco lipossolúvel é 
transportado facilmente, porque é solúvel em lipídeos e sofre difusão fácil através da 
membrana. Já os fármacos polares não conseguem ser transportados pela bicamada 
lipídica, por isso nessa membrana existem as proteínas. Elas podem atuar como proteínas 
integrais (transmembrana) que atravessam toda a bicamada, ou como proteínas 
periféricas. As proteínas periféricas estão ligadas a proteínas integrais ou à superfície 
externa da membrana. 
Tais proteínas, para conseguirem atravessar a membrana, são compostas na parte apolar 
por aminoácidos apolares, o que possibilita que atravessem a bicamada. Na parte voltada 
para o meio extracelular e o citoplasma, contêm aminoácidos polares (o que possibilita 
que também possa se orientar para o citoplasma e para o meio extracelular). A diferença 
entre as proteínas integrais e as periféricas é que as periféricas geralmente vão atuar 
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como enzimas e também são alvo da ação de medicamentos. Isso porque alguns 
medicamentos têm seu efeito voltado para atuar sobre as enzimas (estimular ou inibir). 
Transporte Passivo 
As proteínas integrais vão atuar nos canais iônicos e nas proteínas transportadoras. Esses 
canais iônicos e proteínas transportadoras possuem receptores para ligação de substâncias 
(tanto do organismo quanto de fármacos). Os canais iônicos (ex: aquaporinas) não 
funcionam muito para transporte de medicamentos, porque possuem diâmetro pequeno. O 
que realmente auxilia no transporte de medicamentos polares são as proteínas 
transportadoras. 
Além disso, essas membranas são consideradas relativamente permeáveis à água. Isso 
ocorre dependendo dos mecanismos de difusão (a favor do gradiente de concentração, de 
onde tem mais para onde há menos) e também dos gradientes formados através da 
membrana (gradientes transmembrana) que envolvem o gradiente osmótico e o gradiente 
hidrostático. O gradiente osmóstico se refere a [ ] de solutos, enquanto o hidrostático à [ ] 
de líquidos. Então, se houver uma membrana e uma alta [ ] de soluto de um lado, isso 
gerará um gradiente osmótico transmembrana. Assim, a água sofrerá transporte para o 
lado com mais soluto (efeito osmótico). Quando a água sofre esse efeito osmótico em 
função da [ ] de soluto, tem-se um gradiente hidrostático (aumento de pressão 
hidrostática) que favorecerá o fluxo de líquidos através das membranas. Esse processo é 
chamado de mecanismo por convecção ou dragagem pelo solvente. 
O transporte da água também possibilita que a água leve com ela algumas moléculas de 
soluto, quando sofre o efeito osmótico, inclusive fármacos. No entanto, um fármaco pode 
estar presente ligado à proteína ou livre. Assim, se estiver ligado à proteína não pode 
sofrer esse efeito osmótico, pois o complexo será de alto peso molecular e a água não irá 
conseguir transportá-lo. Somente o fármaco livre pode ser transportado juntamente com a 
água, se o seu peso molecular for também adequado. O limite para transporte desse efeito 
é de até 200 daltons. 
Sempre é mantida uma proporção dentro de diferentes compartimentos e as frações 
ligadas/desligadas de proteínas, a fim de manter o equilíbrio. Quando o fármaco livre é 
transportado para o seu tecido de ação, diminui a fração do plasma, e outra fração ligada 
se desliga da proteína para também sofrer transporte (e assim sucessivamente). Isso tem 
um limite, para que devido a esse mecanismo de desligamento não haja somente fármacos 
livres no organismo (o que traria um efeito imensamente maior, e não é o que se espera). 
Esse transporte é transcelular (através da célula) e também paracelular, (entre as células) 
pelo espaço intercelular. O transporte entre as células é muito usado nas células 
endoteliais dos capilares, pois a união das células não é tão firme (junções oclusivas).  Isso 
é importante para os fármacos que não forem lipofílicos, pois podem ter esse tipo de 
transporte e permitir a passagem de medicamento. 
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Todavia, esse tipo de transporte não ocorre em alguns locais do organismo, como por 
exemplo o SNC, pois ascélulas endoteliais dos capilares cerebrais estão unidas por junções 
íntimas. Essa barreira pode ser hematoencefálica (com células endoteliais dos capilares 
cerebrais firmemente conectadas e sem frestas entre elas) e liquórica. As células gliais 
auxiliam essa comunicação e inviabilizam a passagem de medicamentos pelo meio 
paracelular. Assim, não ocorre esse tipo de transporte (o que limita o transporte 
paracelular é o fluxo sanguíneo, pois quanto maior esse fluxo, mais fácil o transporte). O 
transporte paracelular dos fármacos polares costuma ser mais rápido, pois não precisa 
atravessar membranas. Numa meningite, no entanto, os fármacos podem ter acesso ao 
SNC devido ao aumento da permeabilidade que ocorre. 
Transporte dos medicamentos: 
 
O transporte é algo extremamente importante, pois é disso que os medicamentos 
dependerão para atuar. O principal mecanismo de transporte do fármaco através das 
membranas é o transporte passivo, sendo que a maior parte dos medicamentos são 
transportadas dessa forma. Então, se é por transporte passivo, este ocorre por difusão, 
dependendo de um gradiente de concentração (a favor do mesmo), que também 
dependerá da lipossolubilidade do medicamento, pois vai estar associada a sua 
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solubilidade na bicamada lipídica. Quando mais lipossolúvel, mais fácil a difusão. A difusão 
depende também, portanto, do coeficiente de partição hidrolipídica. Esse coeficiente nos 
diz quanto de um medicamento é solúvel em água e quanto é solúvel em lipídeo. 
Para que sofra difusão pela bicamada, é preciso que seja mais solúvel em lipídio, 
dependendo de vários coeficientes de partição de lipídio.   Segundo a professora, o livro 
Goodman está errado, pois diz que depende de um ALTO coeficiente de partição 
hidrolipídica, mas segundo ela, depende de um baixo coeficiente ou de um alto 
coeficiente de partição óleo-água. Assim, se o coeficiente de partição for baixo, quer 
dizer que o medicamento é pouco solúvel em água e bastante solúvel em lipídeo. Quando 
mais baixo for, mais fácil será   o transporte pela membrana. Além disso, quanto maior a 
área de membrana exposta, mais fácil e rápido será o processo de difusão. Após atingir o 
estado de equilíbrio, a [ ] do fármaco será a mesma dos dois lados da membrana, pois a 
difusão ocorre até que se estabeleça equilíbrio. Isso só ocorre com o fármaco livre (visto 
que o ligado não sofre difusão). 
Compostos Iônicos 
No caso de compostos iônicos, compreendem os fármacos que são ácidos fracos e bases 
fracas. Para esses fármacos, o estado de equilíbrio vai depender: 
• do gradiente de concentração do medicamento; 
• do pKa do fármaco e da diferença de pH transmembrana (entre os dois lados). 
pKa: É o pH no qual a  metade  do fármaco (ácido ou base fraca) está em sua forma 
ionizada. Em outras palavras, o pKa é uma constante de dissociação, que diz que em um 
determinado pH, se terá 50% do fármaco ionizado e 50% do fármaco não-ionizado. Ex: pKa 
= 5. Dessa forma, no pH 5, 50% do medicamento estará ionizado, e 50% não ionizado. 
Fármacos 
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Um grande número de fármacos  são ácidos fracos e bases fracas e precisam estar dessa 
forma, a fim de que não sejam totalmente ionizados, pois não seriam absorvidos. Ou 
então, eles podem estar na forma não-ionizada, que é lipossolúvel e sofre transporte 
através das membranas. Com base nisso, a figura mostra como vai se comportar um ácido 
que é fraco e possui pH de 3,5 e uma base fraca com pH de 8,6. Tem-se três 
compartimentos (suco gástrico, plasma e urina – líquido no lúmen tubular). A barra mais 
escura representa a fração não-ionizada, e barra mais clara diz respeito a fração ionizada 
do medicamento. No ácido fraco, a fração não-ionizada está em equilíbrio nos diferentes 
compartimentos (não tem interferência na difusão). A fração livre (à medida que o pH foi 
aumentando), aumentou também a fração ionizada desses ácidos fracos – aumentou a 
liberação de prótons no meio e o fármaco foi se ionizando. A maior fração livre tem pH 
mais alto, inclusive. Já em relação a base fraca,a medida que o pH se torna mais ácido, 
mais ionização a base terá, fazendo com que se acumule mais num meio mais ácido 
(coeficiente de partição de pH). 
Equação de Henderson-Hasselbalch 
pH = pKa + log([A-]/[HA]) 
Conforme dito anteriormente, o fármaco não ionizado passa pela membrana, e o 
ionizado não o faz. Ele se ioniza porque vai mudando o pH, que se torna muito diferente 
do pKa dele. Na urina, que é alcalina, mais ionização ela irá receber. Assim, libera prótons 
para manter o equilíbrio do meio. Quando o pH vai caindo, começa a liberar hidroxila. 
Um fármaco ácido fraco sempre vai se acumular mais num meio mais alcalino, pois 
lá estará mais ionizada (forma que não sofre transporte). Um fármaco que é uma base 
fraca, por outro lado, se acumulará mais num meio mais ácido, pois nesse meio estará 
mais ionizado e não sofrerá difusão. Esses conceitos interferem tanto na absorção quanto 
na eliminação. 
Ex.: urina (pH 8): uma grande quantidade estará no lúmen tubular e não poderá ser 
reabsorvido (será eliminado). Somente o que ficou de fármaco não ionizado poderá ser 
reabsorvido e voltar para o organismo.   Isso é importante na intoxicação: a alcalinização 
da urina, depois de intoxicação por ácido acetilsalicílico favorecerá sua eliminação do 
organismo. 
O fármaco que é um acido fraco é mais facilmente absorvido no estômago (está 
mais não-ionizado), e um fármaco que é base fraca é mais facilmente absorvido no 
intestino, devido ao meio ser mais alcalino. Dessa maneira, a absorção é favorecida 
quando o meio é mais parecido com o tipo do fármaco. Assim, para um ácido fraco ser 
absorvido no intestino, irá levar mais tempo. Não quer dizer que não será absorvido (pois a 
forma não-ionizada precisa se manter em equilíbrio). Então sofrerá difusão e diminuirá 
gradativamente o conteúdo do estômago, e uma fração ionizada terá que se tornar não-
ionizada para dar continuidade ao processo. Isso, contudo, faz com que o medicamento 
seja absorvido mais lentamente. Assim, perde-se medicamento, pois se o medicamento for 
metabolizado por enzimas no intestino, essa degradação resultará em perda (mas mesmo 
assim será absorvido). 
Sintetizando os fatores que influenciam os transportes: 
§  Permeabilidade seletiva (Constituintes de membrana, sua inter-relação, 
polaridade, diâmetro dos poros); 
§ Velocidade de transporte (espessura, área permeável da membrana, tamanho 
e forma molecular do fármaco). 
Meio ácido: 
o Bases fracas 
o Forma ionizada 
o Polar 
o Mais hidrossolúvel 
o Maior dificuldade para transpor a membrana 
Meio alcalino: 
     o Processos inversos 
     o Formas não-ionizadas 
        o pH pode ser modificado (mediante adição de ácidos ou bases, com a finalidade 
terapêutica de facilitar ou dificultar os transportes através de membranas). 
Transporte (Carreadores) 
Difusão Passiva 
 
Difusão facilitada: a favor do gradiente de [ ]  e com velocidade superior à da difusão 
simples. Não utiliza energia por hidrólise de ATP (pois é a favor do gradiente), e depende 
de uma proteína transportadora (transmembrana) que possui um sítio de ligação. Assim, a 
substância a ser transportada vai se ligar ao sítio de ligação, precisando ter conformação 
semelhante a este. O transporte é importante para substâncias maiores (polares) que 
dependem de um carreador. Após a ligação, ocorre alteração conformacional, para que do 
lado externo se abra para o interno, a fim de que ocorra ligação da substância. 
Ex: transportador de glicose – GLUT 4 – é dependente de insulina e se localiza na 
membrana da célula  muscular. Ele é uma proteína transmembrana(integral) e sua síntese 
é estimulada pela insulina. Quanto mais insulina, mais glicose para o sangre. Então o 
pâncreas libera insulina, que aumenta a expressão/síntese de GLUT 4, o que possibilita a 
captação de glicose pela célula muscular (por processo de difusão facilitada), para ser 
utilizada como fonte de energia. 
Os fármacos não transportados por difusão (minoria):  
Transporte ativo 
Contra gradiente  de concentração (energia por hidrólise de ATP ou de outras ligações 
altamente energéticas):         
▪ Pode ser dividido em primário e secundário: 
Primário   
 
É contra gradiente de [ ] e utiliza energia proveniente da hidrólise do ATP ou outro 
nucleotídeo. Se caracteriza por saturabilidade (é saturável, tem sítios de ligação que 
quando estão todos preenchidos, outra substância não pode se ligar), seletivo (no sítio de 
ligação do sódio não há como o potássio se ligar, por exemplo) e pode ter competição de 
fármacos (inibição competitiva). Ex: Bomba de sódio-potássio-ATPase. 
Ex: Digoxina (glicosídio digitálico),   que compete com o potássio pelo sítio de ligação – 
impede que ele se ligue – aumentando a força de contração do músculo cardíaco, sendo 
usada em casos de insuficiência cardíaca. 
Obs.: Bomba de sódio-potássio-magnésio-ATPase se referem à mesma bmba, pois o 
magnésio pode estar na bomba já   que ele é um co-fator (a bomba precisa de magnésio 
para funcionar). A bomba está presente em todas as células e é responsável por “arrumar” 
os gradientes de concentração (manter a concentração de sódio correta no meio 
extracelular, e de potássio no meio intracelular) no intuito de manter o repouso da célula. 
O sódio é um cátion, presente em alta concentração no meio extracelular. Já o potássio é 
cátion presente em alta concentração no meio intracelular. A bomba vai contra gradiente: 
bombeia sódio do meio intracelular para o meio extracelular, e potássio do meio 
extracelular para o meio intracelular. Os potenciais ocorrem com entrada de sódio e saída 
de potássio, então a bomba irá reorganizar o processo. Existem três sítios de ligação para 
o sódio e dois sítios de ligação para o potássio. O sódio sempre se liga primeiro. Para sair 
da célula, a ATPase hidrolisa o ATP, que libera fosfato no processo. O fosfato se liga a 
bomba, o que significa que ela foi fosforilada e vai sofrer alteração conformacional para 
que os três sódios possam ser liberados para o meio extracelular.  Nesse momento, ocorre 
liberação de sódio e os dois potássios se ligam à bomba, e o grupamento fosfato é liberado 
(desfosforilação). Irá sofrer então alteração conformacional para que os dois potássios 
possam ser transportados para o meio intracelular. 
 
Secundário 
O outro tipo de transporte ativo. Nele, a energia é gerada por um gradiente de 
concentração transmembrana (uma diferença de [ ] entre os dois lados da membrana). O 
gradiente é gerado pelos íons, principalmente pelos íons sódio, potássio e cloreto (os três 
são capazes de gerar energia, pois são os íons em maior concentração ou no meio extra ou 
no intracelular (Por exemplo o cloreto: é mais abundante no meio extracelular, também 
podendo gerar gradiente de concentração). 
Esse transporte secundário vai se dividir em  contra-transporte  ou  antiporte  (que 
possuem o mesmo significado) e co-transporte ou simporte (também são sinônimos). 
Co-transporte (transporte para a mesma direção) – proteína integral que possui dois sítios 
de ligação orientados para o mesmo meio (extracelular ou intracelular). Se o transporte 
for para o meio intracelular, quem fornece energia é o potássio. 
Ex: sódio-glicose –    o sódio se liga a um sítio e a glicose a outro. Quando os dois se 
ligarem, a proteína sofre alteração conformacional e o sódio é transportado para o meio 
intracelular (por difusão, a favor do gradiente) fornecendo energia para que a glicose 
também seja transportada para o mesmo meio. Assim, o transporte da glicose utilizou 
energia proveniente do gradiente de concentração do sódio. Se o sódio não tivesse se 
ligado, a glicose não entraria na célula. Isso ocorre nas células epiteliais do trato 
gastrointestinal e também nos túbulos renais. O sódio pode retornar para o meio 
extracelular através de uma ATPase. 
Contra-transporte: a diferença está nos sítios de ligação. Também é uma proteína 
transmembrana, mas um sítio de ligação está voltado para o meio extracelular e o outro 
para o meio intracelular. 
Ex: sódio-cálcio. O cálcio se liga ao sítio voltado para o meio intracelular. A partir do 
momento em que os dois se ligaram, a proteína sofre alteração conformacional e o sódio 
entra por difusão na célula, fornecendo energia para que o cálcio saia da mesma (contra 
gradiente de concentração, visto que está indo para um local de maior concentração). 
Transportadores de Eliminação 
Além desses transportadores, existem outros, que são os transportadores de eliminação. É 
o caso da glicoproteína P, que auxilia na eliminação de medicamentos (tanto renal quanto 
a retirada do medicamento de um local que o organismo não quer que ele esteja). Existe 
no SNC, nos astrócitos, na membrana dos canalículos biliares, nos túbulos renais, na 
placenta, etc. O SNC vai restringir que um fármaco permaneça no mesmo, e a placenta vai 
impedir que o fármaco seja transportado até o feto. 
Figura Resumo 
 
Essa figura é basicamente um resumo da aula, e foi requisitado pela professora que fosse 
preenchida. 
Difusão passiva – fármaco lipossolúvel sofrerá facilmente difusão através da membrana. 
O não lipossolúvel não sofrerá facilmente essa difusão, e dependerá da difusão facilitada, 
por exemplo. Fármacos ácidos fracos e bases fracas estarão na forma não-ionizada 
(lipossolúvel e sofre difusão através das membranas) e ionizada (o contrário). 
Através do poro: aquaporinas, por exemplo. Envolve canal iônico com pequeno diâmetro 
interno, não contribuindo muito para transporte de medicamento. O transporte de gases é 
mais efetivo (gás carbônico, oxigênio). 
Difusão  facilitada  – fármacos polares, que têm proteína transmembrana que ajudará no 
transporte desse fármaco a favor do seu gradiente de concentração. 
Transporte ativo  –  primário e secundário, contra o gradiente de [ ] – primário usa 
hidrólise de ATP e secundário usa energia da diferença de concentração iônica existente 
transmembrana de íons. Se divide em co-transporte (na mesma direção) e contra-
transporte (direção oposta). 
Absorção 
Transferência de um fármaco do seu local de administração para o compartimento central 
e a amplitude com que isso ocorre. O compartimento central é a circulação sistêmica. A 
absorção do medicamento mostra a absorção do medicamento a partir da onde é 
administrado. Portanto, depende da via. Pode ser via oral ou intravenosa, por exemplo. Na 
intravenosa, já é administrado diretamente no compartimento central, não necessitando 
ser transferido. Se um fármaco é administrado via oral, será transportado, passará pelo 
estômago, intestino, sendo então absorvido e levado pela circulação-porta para a célula 
hepática e de lá atinge a circulação sistêmica.                           
 
Portanto, existe um processo de transporte para que chegue à circulação sistêmica, o que 
demanda um tempo maior do que o fármaco que já foi administrado diretamente por via 
intravenosa. Uma fração do fármaco estará livre e outra se ligará as proteínas 
plasmáticas. A fração livre será transportada para seus locais de ação. No local de ação, a 
fração livre irá se ligar a receptores e exercer seu mecanismo de ação. A fração que se 
ligou, novamente através de uma constante de dissociação (o fármaco não ficara ligado 
todo o tempo), e o fármaco livre será novamente liberado e poderá retornar à circulação . 
Além do transporte para o local de ação, pode ser transportado para outros locais, em 
função do fluxo sanguíneo. Esses outros locais podem atuar como reservatórios teciduais, 
por afinidade. O tecido adiposo, por exemplo, é um reservatório de fármacos.Como exemplo, os benzodiazepínicos são utilizados, pois o tecido adiposo é lipofílico e o 
remédio também. Assim, devido ao transporte, acaba se acumulando e se transformando 
em reservatório de benzodiazepínico. Uma vez livre, o medicamento pode retornar para a 
circulação sistêmica. Se o fármaco permanecer acumulado, pode gerar uma 
hepatotoxicidade (no caso do fígado, por exemplo), uma fibrose (no caso do pulmão), etc. 
Por isso é importante que o medicamento retorne à forma livre. Quando o fármaco retorna 
do local de depósito, volta à circulação sistêmica e é transportado novamente para outros 
locais (como por exemplo o fígado -   ocorrência da maior parte do metabolismo), onde 
serão metabolizados para poderem ser eliminados. A principal via de eliminação é a via 
renal. No entanto, alguma quantidade é eliminada também pelas fezes (como os 
sequestradores de ácidos biliares).   
Fármacos por via oral: a taxa de absorção para circulação sistêmica também vai 
depender da preparação do fármaco. A preparação sólida depende da dissolução da 
cápsula (da degradação do comprimido). Numa solução ou suspensão, a absorção é mais 
rápida que num comprimido.  
Biodisponibilidade 
Prescreve a percentagem na qual uma dose do fármaco chega no seu local de ação. Assim, 
se for um fármaco injetado pela via intravenosa, a biodisponibilidade é alta, pois chega 
rapidamente no local em que vai atuar. Por via oral, o medicamento pode iniciar a 
degradação já no estômago (devido ao ph ácido) que para alguns fármacos não é bom, por 
já dar início ao processo degradativo, de destruição do medicamento. No intestino, 
existem enzimas que degradam o fármaco e fazem o metabolismo do mesmo, mesmo 
antes de ser absorvido. Então, há perda de medicamento. Do intestino ele irá para a 
célula hepática, onde também há enzima que metaboliza e, novamente, há perda de 
fármaco. Após o fígado, o medicamento vai para a circulação sistêmica, e a 
biodisponibilidade desse fármaco é diminuída. Esse é o metabolismo de primeira passagem 
(que não pode ser chamado de metabolismo hepático, porque também ocorre no 
intestino). É assim denominado porque não havia a intenção dessa perda de medicamento, 
que sempre vai depender da via de administração. Se a capacidade do fígado de 
metabolizar ou de excretar (para a bile) for grande, isso levará a uma grande queda na 
biodisponibilidade do fármaco. 
Referências 
▪ FUCHS, Flávio Danni; WANNMACHER, Lenita. Farmacologia Clínica: fundamentos da 
terapêutica racional. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.</li> 
▪ GOODMAN, L.S; GILMAN, A. (eds.). As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. Ed. 
Porto Alegre: Editora McGraw Hill, 2012.</li> 
▪ MARTINS, Lisiane.  Anotação da aula da Disciplina de Farmacologia. UNIVILLE. 
06/03/2013.</li> 
▪ RANG, H. P.; DALE, M. M. Rang & Dale. Farmacologia. 7. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2011.</li> 
Vias de Administração de Fármacos 
Editora: Lisiane Martins. 
Absorção 
 Transferência de um fármaco de seu local de administração para o compartimento 
central e a amplitude com que isso ocorre. 
»     É um dos determinantes de escolha de vias de administração e doses. 
»     Se a absorção é lenta, o efeito pode ser retardado. 
»         Depende do movimento transmembranas, do fluxo sanguíneo no sítio, extensão e 
espessura da superfície de absorção e vias de administração escolhidas. 
»     Situações fisiológicas (menstruação) ou patológicas (edema, inflamação) a modificam. 
»         Pode ser intencionalmente retardada, por meio de complexação do fármaco com 
outro composto. 
▪ Quanto mais lipossolúvel, melhor a absorção do fármaco, pois o medicamento 
passa mais facilmente pela bicamada lipídica. É importante lembrar que o tecido 
adiposo é um importante reservatório de fármacos, a exemplo do Diazepam. 
▪ Quanto menor o peso molecular, maior a absorção do fármaco. 
▪ O medicamento é melhor absorvido na forma não-ionizada, de modo que atravessa 
mais rápido a membrana celular. 
▪ Quanto mais alta a concentração, maior a chance de absorção do fármaco. 
▪ Quanto maior a vascularização, maior a absorção. 
▪ Órgãos maiores absorvem mais, devido a alta superfície de absorção. 
▪ A albumina é a principal proteína que se liga aos medicamentos. 
Fração livre: De menor peso molecular, é a fração ativa. É ela que sofre transporte 
através da membrana, e constitui a menor proporção. 
Biodisponibilidade: 
»     Proporção (em percentagem) e velocidade de aparecimento na corrente sanguínea 
de determinada dose administrada. Quando 100% da dose atinge a corrente circulatória, 
diz-se que a biodisponibilidade equivale a 1. Deve ser levada em conta no cálculo das 
doses necessárias ao estabelecimento de concentrações terapêuticas.       
»          Pode ser afetada pelo grau de desintegração e dissolução das formas 
farmacêuticas nos fluidos orgânicos. Fatores que influenciam a absorção de fármacos 
também fazem variar a biodisponibilidade. 
»     Influencia resposta clínica e escolha de doses e vias de administração. 
»        Situações clínicas que alteram a farmacocinética também podem modificar a 
biodisponibilidade (por exemplo a diminuição da metabolização hepática).     
Vias de administração 
Enterais – Fármaco entra em contato com qualquer segmento do trato digestivo (vias 
sublingual, oral e retal) 
Parenterais – Não utilizam o tubo digestivo. Dividida em direta e indireta 
DIRETA: Compreende as áreas acessadas por injeção (intravenosa, intramuscular, 
subcutânea e outras) 
INDIRETA: as que dela (injeção) prescindem (cutânea, respiratória, conjuntiva, 
etc). 
Cada via pode ser abordada por diversos métodos de administração (injeção, infusão, 
instilação, deglutição, inalação, sondagem nasogástrica, fricção, etc), nela se usando 
variadas formas farmacêuticas. 
Os efeitos podem ser locais ou sistêmicos. 
Via Enteral                                                   
 Via oral 
É considerada o método mais utilizado, muitas vezes o preferido devido a mais fácil 
administração. É considerado também o mais seguro. 
Desvantagem: absorção limitada (associada à hidrossolubilidade do fármaco), pois é o 
fármaco lipossolúvel que atravessa a membrana das células. Pode ocorrer vômito quando 
um fármaco causa irritação da mucosa gástrica. Assim haverá eliminação do fármaco antes 
mesmo de ser absorvido. Também pode haver destruição de fármacos por ação de enzimas 
digestivas ou devido à acidez estomacal, levando a desintegração da cápsula ou 
comprimido, o que leva à perda de atividade do medicamento. Também pode haver 
irregularidades na absorção e produção relacionada ao uso do fármaco junto com 
alimentos ou mesmo concomitante a outro medicamento. Isso porque se o fármaco for 
usado com alimentos, haverá retardo do esvaziamento gástrico, o que levará a uma 
diminuição/retardo do tempo de absorção do mesmo. Além disso, alguns medicamentos 
também se ligam a certos alimentos, e uma vez que isso acontece, também há diminuição 
da absorção. 
Ex: alguns medicamentos que se ligam ao alumínio, ao magnésio, a cálcio. No entanto, 
pode ser indicado o uso do medicamento junto com a alimentação para evitar irritação da 
mucosa (é melhor ter a absorção diminuída do que piorar o quadro do paciente). Uma vez 
ocorrida essa ligação, serão formados complexos maiores que irão impedir a absorção. 
Então, além de retardar, pode haver perda de parte do fármaco. No caso do uso de dois 
fármacos ao mesmo tempo, eles podem competir pelo sistema de absorção. Ex: se dois 
medicamentos utilizam o mesmo transportador, estarão competindo pelo meio de 
transporte, o que vai fazer com que haja redução da absorção de um (ou ambos) os 
medicamentos. Os fármacos do TGI também sofrem ação de enzimas, o que diminui então 
a quantidade de fármacos a serem absorvidos, pois elas irão metabolizar/degradar esse 
medicamento, formando compostos diferentes que não serão absorvidos. Ex.: enzimas da 
mucosa intestinal.   
Sofrendo açãode enzimas, há perda da absorção, ou atividade dos medicamentos. A 
absorção pelo TGI depende da área de absorção: quanto maior for a área disponível, mais 
rápida será a absorção do medicamento. Também depende do fluxo sanguíneo na área 
absortiva (quanto maior o fluxo sanguíneo, mais rápida a absorção do medicamento). O 
estado físico do fármaco (preparação sólida) também é importante, pois se for uma 
cápsula ou comprimido haverá dependência do tempo de desintegração dessa cápsula ou 
comprimido para que haja liberação do medicamento, influenciando também na absorção 
de fármaco. Se for uma solução, o fármaco estará livre e, assim que ingerido, começará o 
processo de absorção (pois não dependerá da desintegração). Outros fatores envolvem 
hidrossolubilidade ou lipossolubilidade porque a forma lipossolúvel será absorvida mais 
facilmente, e concentração de fármaco no local de absorção (quanto maior quantidade 
houver no local de absorção, mais rápida será). A maior parte da absorção pelo TGI ocorre 
de forma passiva, mostrando que haverá dependência da lipossolubilidade. E para os 
fármacos que são compostos iônicos: ácidos e bases fracas dependerão do pH do meio e da 
lipossolubilidade do fármaco (forma não ionizada do medicamento). Um ácido fraco tende 
a se concentrar mais num meio mais básico, pois é onde estará  mais ionizado (pois 
ionizado ele não sofre absorção na membrana). De acordo com esse conceito de pH, um 
ácido fraco será melhor absorvido no estômago, e uma base fraca será melhor absorvida 
no intestino. Porém o epitélio do estômago é revestido por uma camada de muco, 
diminuindo muito a área absortiva. A área de absorção dele (1m² ) é muito menor que a do 
intestino delgado (mais ou menos 200m², devido as vilosidades, o que aumenta bastante a 
área). Além disso, o fluxo sanguíneo do intestino delgado é muito maior que o do 
estômago. Então, considerando a área e o fluxo sanguíneo em cada local, diz-se que um 
fármaco sempre será absorvido em maior quantidade no intestino, e não no estômago. 
(Independente se ele é um ácido fraco ou base fraca). 
Esse conceito de partição de pH vai influenciar: se for uma base fraca no intestino, estará 
não ionizada, o que irá favorecer uma absorção mais rápida do que se for um ácido fraco, 
que no intestino estará mais ionizado (pois isso dependerá da cte de dissociação de cada 
medicamento). 
Além disso, qualquer fator que acelere o esvaziamento gástrico provavelmente (ver 
exceção) irá acelerar a absorção de fármacos pelo intestino, porque a maior parte de 
absorção é ocorre no intestino (mais rapidamente o medicamento é transportado para o 
local em que a absorção dele é melhor). E qualquer fator de retardo do esvaziamento irá 
retardar a absorção do fármaco no intestino. Isso porque o fármaco ficará mais tempo no 
estômago, demorando pra chegar no intestino delgado e ocorrer a maior parte da absorção 
do medicamento.    Exceção: vômito, pois levará a perda do medicamento, então não 
haverá absorção no intestino. Contudo, esse caso não se enquadra na fisiologia normal, é 
patológico. 
Nós também podemos usar por via oral preparações com revestimento entérico. Esse 
revestimento é útil em fármacos que sofrem destruição em função do pH ácido do 
estômago ou que sejam irritantes para a mucosa. Esse revestimento entérico impede que 
o comprimido sofra desintegração no estômago. Se não houver essa desintegração, não 
será liberado e nem irritará a mucosa gástrica. Essas preparações fazem que o fármaco 
comece a ser desintegrado no intestino. Só que isso algumas vezes (para alguns 
medicamentos) também pode diminuir a absorção, por haver um retardo na 
desintegração. Porém, houve prevenção contra a ação do ph ácido ou contra a 
desintegração ou irritação da mucosa. Um exemplo de fármaco irritável para o estômago é 
o acido acetilsalicílico, tanto que indivíduos com problemas estomacais não devem fazer o 
uso, a não ser que haja preparação com revestimento entérico. O diclofenaco é um 
medicamento que possui revestimento entérico. 
Também existem preparações de liberação controlada. Essas preparações têm o objetivo 
de fazer com que o fármaco seja liberado e absorvido aos poucos, de forma constante. A 
vantagem é que se diminui a frequência de administração do medicamento. Geralmente se 
indica essa preparação para medicamentos que possuem uma meia-vida curta (considerada 
até 4 horas). Lembrando que meia-vida é o tempo necessário pra que a [ ] do fármaco no 
organismo seja reduzida à metade. Esse tipo de liberação diminui a incidência e a 
intensidade de efeito indesejado, pois haverá menor pico de [ ] de fármacos, visto que 
estará sendo absorvido de forma lenta. Assim, logo que é absorvido já começa o processo 
de distribuição, e consequentemente metabolismo e eliminação. 
Só que, às vezes, essas preparações podem falhar. Por exemplo, se o medicamento 
desintegrar e liberar todo o conteúdo que há dentro dele. Nesse caso, se falhar, a 
quantidade liberada seria muito maior do que a liberada numa dose normal de 
medicamento. Se ocorrer essa desintegração, haverá efeitos indesejados, com maior risco 
de toxicidade. O que contribui pra essas medicações falharem é a grande acidez 
estomacal e se forem administrados com uma dieta rica em lipídios (o excesso da gordura 
pode interagir com o veículo do comprimido, causando maior desintegração e liberação). 
Isso pode levar então a altas concentrações do fármaco na corrente sanguínea. 
Administração sublingual 
Administração através da mucosa oral. Para o fármaco ser absorvido através da mucosa 
oral ele tem que ser lipossolúvel e não pode estar na forma ionizada. Quanto mais 
lipossolúvel, mais fácil a absorção.

Vantagem: ou pra medicamentos que são destruídos no ph ácido do estômago (instáveis ao 
pH) ou aqueles que sofram intensa metabolização antes da absorção. Ex: medicamentos 
que seriam degradados em grande quantidade no intestino ou no fígado, antes de chegar 
na circulação sistêmica. Assim, o fármaco tem drenagem direta para a veia cava superior, 
atingindo a circulação sistêmica sem passar pelo fígado. Dessa maneira, o medicamento 
não sofre o metabolismo hepático de primeira passagem. Já será usado numa dose certa 
para chegar diretamente na circulação (o que evita a toxicidade). Ex de medicamento: 
nitroglicerina – se fosse utilizada por via oral, não produziria efeito (seria totalmente 
metabolizada antes de chegar à circulação sistêmica). É um vasodilatador em pacientes 
hipertensos que, por via sublingual, é facilmente absorvida (é não iônica e lipossolúvel). 
Administração retal 
Geralmente usada para obter um efeito local. Mas também pode ser uma via para obter 
efeito sistêmico. É geralmente usada na forma de supositórios. Opção quando a via oral 
estiver impedida, como em caso de vômitos. 50% do fármaco absorvido no reto sofre 
passagem pelo fígado para chegar à circulação. Assim, somente 50% desse medicamento 
sofrerá o metabolismo de primeira passagem. Isso num primeiro momento é vantajoso, 
pois pela via oral todo o medicamento passará pelo metabolismo de primeira passagem. 
Dentre os inconvenientes, está a dificuldade da pessoa querer fazer uso de medicamentos 
por essa via, além da absorção ser irregular em algumas vezes, lenta ou alguns 
medicamentos serem irritantes da mucosa anal. Mas o supositório pode ser usado para 
favorecer a defecação, agindo com efeito local (causando distensão do reto e favorecendo 
o peristaltismo). Se o efeito for local a biodisponibilidade é maior. 
Via Parenteral 
A vantagem é que pode ser usada pra medicamentos que, se fossem usados via oral, 
seriam muito metabolizados antes de chegar na circulação sistêmica. Então ela pode 
permitir que o fármaco chegue na circulação sistêmica em sua forma ativa. A 
biodisponibilidade é mais rápida, pois o fármaco irá chegar à circulação sistêmica mais 
rápido do que se ele fosse usado via oral. 
Principaisvias parenterais: Intravenosa, subcutânea e intramuscular. 
 
Além disso, outra vantagem é no tratamento de emergência, pois atinge a concentração 
máxima na corrente sanguínea em um minuto. Num paciente inconsciente é uma 
alternativa, pois não pode ser administrado nenhum medicamento via oral. Também é uma 
alternativa para crianças, pois têm crianças em que há muita dificuldade de fazê-la ingerir 
qualquer medicamento ou solução, pois acabam “colocando para fora” (e a mãe não sabe 
o quanto ela ingeriu da solução, ficando difícil completar a dose – principalmente no caso 
de antibióticos). Dentre as desvantagens: às vezes são dolorosas, dependendo da pessoa; e 
às vezes é necessário automedicação, precisando da contribuição do paciente para isso (se 
não tem ninguém para injetar nele, fica mais complicado, principalmente em idosos que 
possuem mais dificuldade). 
A absorção vai depender de difusão simples. Depende então do gradiente de concentração 
do fármaco existente, entre o local em que é aplicado e o plasma. Esse gradiente que vai 
favorecer o transporte. Também dependerá do fluxo sanguíneo no local da administração. 
Outra vantagem dessas vias é que na membrana endotelial dos capilares têm-se os canais 
iônicos, que favorecem a passagem dos fármacos hidrossolúveis. Tanto os lipossolúveis 
quanto hidrossolúveis podem ser usados via subcutânea ou via intramuscular. 
Administração transdérmica 
Através da pele. Depende da superfície em que o fármaco está sendo aplicado e da 
lipossolubilidade do medicamento (porque a epiderme é uma barreira lipídica). A derme é 
que vai permear a maior parte dos medicamentos, a epiderme não. Portanto, quanto 
maior a lipossolubilidade do fármaco, maior a absorção. A absorção na pele que sofreu 
abrasão/queimadura será maior porque a região está exposta. A inflamação e qualquer 
outro distúrbio que aumente o fluxo sanguíneo local e gere vasodilatação também 
favorece a absorção. A suspensão de medicamento em veículo (onde o fármaco está 
presente) oleoso também favorece a absorção, porque vai estar de acordo com a 
lipossolubilidade da pele. A fricção causa abrasão, que aumenta a absorção do 
medicamento. 
Ex.: adesivos de estrogênio, nicotina, para dor muscular. 
è A escopolamina age na cinetose (enjoo em resposta ao movimento. Ex.: ao andar de 
barco ou em uma montanha-russa). 
Via intravenosa 
O fármaco precisa estar em solução aquosa, porque esse medicamento será lançado 
diretamente na veia. Assim, a biodisponibilidade será rápida e completa (ou quase 
completa) quando comparada a outras vias. A injeção tem que ser dada de forma lenta e o 
fármaco atinge a circulação sistêmica em torno de um minuto. 
Desvantagens: Efeitos colaterais, porque há uma alta concentração de fármaco na 
corrente sanguínea e também nos tecidos. E, uma vez que chega à corrente sanguínea, 
começa o processo de distribuição desse medicamento, sendo maior o pico de 
concentração. Assim, o risco de efeito colateral também será maior. O fármaco também 
pode ser utilizado por infusão intravenosa contínua, através de bomba de infusão. Dessa 
forma, o medicamento é liberado na veia aos poucos e de forma constante. Isso é muito 
utilizado em hospitais. O pico de concentração é mais baixo na corrente sanguínea, pois à 
medida que ocorre o processo de absorção, já estará acontecendo o processo de 
distribuição também, e consequentemente o metabolismo e eliminação. Dessa maneira, 
diminui-se o risco de efeito colateral. Outra desvantagem é manter a veia desobstruída, o 
que às vezes para um paciente hospitalizado não é muito fácil (principalmente em idosos e 
aqueles que estão mais debilitados). 
Além disso, fármacos dissolvidos em veículos oleosos que precipitem no sangue e destruam 
hemácias e combinação de fármacos que formam precipitados não devem ser utilizados 
por via endovenosa. É necessário que seja solução aquosa. 
Via subcutânea                                                     
Só poderão ser usados medicamentos que não sejam irritantes para os tecidos, caso 
contrário poderia até haver uma necrose tecidual. A absorção é constante e lenta se o 
fármaco for administrado na forma de grânulo de depósito ou veículo oleoso. Se for em 
solução aquosa, a absorção é rápida devido aos canais aquosos que irão facilitá-la. Se um 
efeito local é desejado, pode ser acrescentado um vasoconstritor a esse medicamento. 
Ex.: a lidocaína é um anestésico local que possui epinefrina (vasocontritor) em sua 
fórmula. A duração desse efeito local vai depender do tempo que o fármaco estiver na 
região. O vasoconstritor diminui a ação sistêmica e prolonga a ação local. 
Via intramuscular 
Pode ser usada solução aquosa e oleosa. Na aquosa, a absorção será rápida e poderá ser 
modulada pelo fluxo sanguíneo. Aquecimento e massagem no local favorecem a absorção, 
pois aumentam o fluxo sanguíneo e a absorção. Exercício e banho quente também 
favorecem a absorção. Isso também vai depender do local onde o medicamento está sendo 
administrado. Ex: deltóide e glúteo. Será melhor absorvido no deltóide, pois há menos 
gordura. 
Se o indivíduo sair andando depois de aplicar a injeção, a sua absorção será mais rápida do 
que um indivíduo que ficou em repouso, pois o aumento do fluxo sanguíneo favoreceu a 
absorção no primeiro caso. Já os medicamentos em solução oleosa terão absorção lenta e 
constante. Exemplo: antibióticos e substâncias irritantes. 
Via intra-arterial 
Administração do medicamento diretamente em uma artéria, para ter um efeito local e 
mais rápido. Exemplo: num tumor hepático pode-se utilizar a artéria hepática. Já num 
problema cardíaco, pode-se utilizar a artéria aorta. A vantagem é que a administração é 
no local, então não sofre metabolismo hepático de primeira passagem, e também não 
passa pelos pulmões (onde também há enzimas que metabolizam medicamentos). 
Via intratecal 
Administração no espaço subaracnoideo (entre as meninges). É importante em função da 
barreira hematoencefálica e hematoliquórica, que reduzem/ impedem/retardam o 
transporte de medicamentos até o sistema nervoso. Em função disso, a administração por 
essa via pode ser eficaz quando se quer um efeito rápido que, se fosse utilizada outra via 
demoraria muito tempo para chegar até o SN. Ex.: tratamento de infecções agudas no 
SNC, anestesia espinhal. 
Absorção Pulmonar 
Os medicamentos precisam ser gasosos e voláteis para poderem ser inalados pelo epitélio 
pulmonar. O acesso a circulação é rápido em função da área pulmonar ser grande, o que é 
uma vantagem (absorção quase instantânea). No caso de uma doença pulmonar, o fármaco 
será aplicado diretamente no seu local de ação (não passa pelo metabolismo de primeira 
passagem – exemplo da asma). O pulmão também é considerado uma via de eliminação de 
medicamentos (anestésicos voláteis inalados e eliminados por essa via), além de ser 
considerado um reservatório de fármacos. O pulmão é uma partição lipídica, podendo 
armazenar fármacos lipofílicos (bases fracas na forma não-ionizada). 
Aplicação tópica através das mucosas 
Diretamente nelas, pelo efeito local. 
Nos olhos, fármacos oftálmicos administrados diretamente nos olhos (efeito tópico – 
exemplo do colírio), utilizados para efeito local. Pode ocorrer absorção sistêmica 
indesejada, porque existe a drenagem através do canal nasolacrimal, fazendo com que 
chegue à corrente sanguínea sem sofrer metabolismo de primeira passagem, podendo 
gerar efeito colateral indesejado. No caso de infecção ou traumatismo craniano, há 
aumento da área exposta, o que aumenta a taxa de absorção sistêmica do medicamento. 
 
è Creatinocinase: está presente no músculo (por isso pode ocorrer sua liberação) e é uma 
enzima presente no músculo cardíaco. Geralmente se pede seu exame para confirmar 
infarto agudo do miocárdio. No entanto, também pode ocorrer liberação por dano 
muscular (na injeção intramuscular), o que não significaque a pessoa teve um infarto. 
Portanto, se o médico desconfia de um infarto, precisa saber se o indivíduo está fazendo 
uso de injeção intramuscular. A enzima permanece alta durante 3 a 4 dias, depois retorna 
ao normal. 
  Escolha da Via 
o   Objetivo terapêutico; 
o   Características próprias do fármaco; 
o   Conveniência do paciente; 
o   Factibilidade nos serviços de saúde. 
Equivalentes farmacêuticos: 
Quando os fármacos apresentam as mesmas quantidades e concentrações dos mesmos 
princípios ativos, mesma forma farmacêutica e idêntica via de administração. 
 
Referências 
▪ FUCHS, Flávio Danni; WANNMACHER, Lenita. Farmacologia Clínica: fundamentos da 
terapêutica racional. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.</li> 
▪ GOODMAN, L.S; GILMAN, A. (eds.). As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. Ed. 
Porto Alegre: Editora McGraw Hill, 2012.</li> 
▪ MARTINS, Lisiane.  Anotação da aula da Disciplina de Farmacologia. UNIVILLE. 
13/03/2013. 
Administração e Excreção dos Fármacos 
Editora: Amanda Lewandowski da Silva 
DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS 
Depois de sofrer absorção ou administração sistêmica no sangue, o fármaco se distribui 
para os líquidos intersticiais e intracelulares. A distribuição depende:  
- Débito cardíaco; 
·         - Permeabilidade capilar; 
·         - Fluxo sanguíneo local; 
·         - Volume tecidual. 
O fígado, os rins, o cérebro e outros órgãos bem irrigados recebem, primeiramente, 
a maior parte do fármaco, enquanto os tecidos menos irrigados (músculos, pele, vísceras, 
tecido adiposo) irão receber secundariamente, e de forma mais lenta o medicamento. 
PROTEÍNAS PLASMÁTICAS (importante) 
Alguns fármacos circulam pelo sangue ligados á proteínas plasmáticas e, dessa 
forma, têm a ação farmacológica inativada. Como exemplo tem-se a albumina e a 
glicoproteína ácida alfa 1, que se ligam, respectivamente, a fármacos ácidos e básicos. 
Esse gênero de ligação caracteriza-se por ser reversível. 
Alguns fatores influenciam a ligação fármaco-proteína, como a concentração 
plasmática do fármaco, afinidade às proteínas e número de locais de ligação disponíveis. 
Hipoalbuminemia secundária à doença hepática grave ou à síndrome nefrótica 
diminui a ligação proteica do fármaco e, dessa maneira, aumenta a porção ativa do 
medicamento. Por outro lado, doenças como infarto do miocárdio, doença de Crohn e 
câncer aumentam a ligação proteica dos fármacos alcalinos, através do aumento da 
glicoproteína ácido alfa 1. 
Quando um fármaco se liga a uma proteína plasmática a concentração nos tecidos e 
nos locais de ação fica limitada, assim como a filtração. Neste processo, a concentração 
do fármaco livre não se altera imediatamente, logo, não influenciará na concentração do 
fármaco ligado. Já na secreção tubular renal e no metabolismo, a concentração do 
fármaco livre diminui. Isso levará a uma dissociação (separação) do medicamento que 
antes estava ligado a proteínas, como forma de equilibrar a fração livre e a ligada. 
LIGAÇÃO AOS TECIDOS 
Quando um fármaco está sendo transportado pela corrente sanguínea ele pode 
encontrar um tecido pelo qual tenha afinidade e, se ligar a esse tecido que servirá de 
reservatório. Assim, o reservatório prolongará a ação local do fármaco e até mesmo, em 
locais distantes. Essa acumulação é reversível e pode ser exemplificada pelo uso 
prolongado de um anti-malárico quinacrina, o qual se acumulará no fígado. 
Exemplos de reservatórios 
Tecido adiposo 
Fármacos lipossolúveis se acumulam nesse tecido. É um reservatório muito estável 
devido a pobre irrigação sanguínea. Exemplo: três horas após a administração intravenosa 
de tiopental, um anestésico geral, 70% do medicamento se desloca para o tecido adiposo. 
O uso prolongado de benzodiazepínicos para controle da ansiedade, por exemplo, 
leva a acumulação do fármaco no tecido adiposo. Entretanto, quando o nível sérico do 
benzodiazepínico diminuir, haverá um “resgate” no reservatório. Desse modo, causará 
efeitos indesejáveis, como sonolência logo pela manhã. 
Ossos 
  Carac te r i za - se po r se r um re se rva tó r i o de l i be ração l en ta . O 
antibiótico tetraciclina se acumula nos ossos e dentes. Metais pesados como o chumbo e 
rádio também ficam armazenados no tecido ósseo, o qual os liberará de forma lenta, 
gerando um efeito tóxico. A acumulação de um fármaco nos ossos é uma vantagem 
terapêutica para indivíduos com osteoporose. 
REDISTRIBUIÇÃO 
A inibição do efeito farmacológico com a interrupção da administração pode ocorrer 
por excreção, metabolismo e redistribuição. Esta consiste na transferência de um 
medicamento do local de ação para outros tecidos. Exemplo:  tiopental, anestésico 
intravenoso, altamente lipossolúvel, que chega ao cérebro um minuto após a 
administração. Depois da injeção, o tiopental direciona-se para outros tecidos, diminuindo 
a concentração plasmática. Como esse anestésico se liga pouco aos reservatórios cerebrais 
a redistribuição do mesmo é rápida. A anestesia a partir do tiopental tem início e término 
rápidos. 
SNC e líquido cefalorraquidiano 
A penetração do cérebro por um fármaco depende do transporte transcelular 
(através das membranas), devido às junções de oclusão nas células endoteliais dos 
capilares. As peculiaridades das células endoteliais dos capilares cerebrais e das células da 
glia formam a barreia hematoencefálica, a qual só pode ser transponível por fármacos 
lipofílicos. 
Exemplo:  loratadina  e  difenidramina  (anti-histamínicos) atuam em receptor para 
histamina H1, desse modo, a histamina não consegue se ligar, logo, esses fármacos terão 
efeito antagonista ao da histamina. A loratadina é usada nas reações alérgicas, como a 
rinite. A difenidramina previne náuseas e vômitos frente a algum movimento (viagem de 
avião, por exemplo), é mais lipossolúvel, conseguindo ultrapassar a barreira 
hematoencefálica. 
Fármacos hidrossolúveis só conseguem atravessar a barreira HE através de 
transportadores específicos. Para retirar os medicamentos do cérebro é necessário 
transportadores de membrana, de efluxo, como a glicoproteína P. 
Transferência placentária dos fármacos 
Determinantes: lipossolubilidade, ligação a proteínas e grau de ionização. Como o plasma 
fetal (7,0 – 7,2) é ligeiramente mais ácido que o plasma materno (7,4), os fármacos 
alcalinos fracos ficam retidos na placenta. 
Os medicamentos podem ser retirados da placenta por transportadores de efluxo 
(glicoproteína P) e poder ser trazidos pelos transportadores de afluxo, os quais podem 
causar efeitos colaterais ao feto. É o caso dos benzodiazepínicos, que quando 
administrados na mãe, de forma contínua, até pouco antes do parto podem causar 
síndrome de abstinência no bebê, que quando nasce fica sem o contato com o 
medicamento. 
EXCREÇÃO DOS FÁRMACOS 
São eliminados de forma inalterada ou são convertidos em metabólitos. Os órgãos 
excretores têm maior facilidade em eliminar compostos polares do que compostos 
lipossolúveis. É por isso que os fármacos lipossolúveis precisam ser metabolizados (tornar-
se mais polar) para poderem ser excretados. 
O pulmão é a exceção a regra, pois é mais eficaz na eliminação de compostos 
apolares, como os gases anestésicos. Os rins, as fezes e o leite materno são os mecanismos 
de eliminação mais comuns, juntamente com o pulmão. 
 
Excreção renal 
É composta de três processos: filtração glomerular, secreção tubular ativa e 
reabsorção tubular passiva. 
Na filtração glomerular a quantidade de fármaco que chega ao lúmen do túbulo 
depende da taxa de filtração e da ligação dos fármacos as proteínas. Vale lembrar, que 
apenas a fração livre é filtrada.  
 
A secreção tubular ativa, que ocorre no túbulo proximal do rim, é mediada por 
transportadores, os quais fazem o trajeto do capilar para o lúmen tubular. A glicoproteína 
transporta ânions anfipáticos  (que possuem uma parte hidrofílica e uma parte 
hidrofóbica)  e a proteínatipo 2 carrega metabólitos  conjugados, como o  ácido 
glicurônico, o sulfato e o glutationa. 
No túbulo distal do rim, os transportadores de membrana são responsáveis pela 
reabsorção ativa do fármaco (do lúmen para a circulação sistêmica). 
Já a reabsorção passiva dos túbulos proximal e distal reabsorve ácidos e bases fracas 
nas formas não ionizada, esse processo depende do ph. Quando a urina tubular estiver 
mais alcalina, os ácidos fracos serão eliminados, porque estão ionizados. Quando a urina 
tubular estiver mais ácida a excreção do fármaco é diminuída, devido a pouca ionização 
do produto, embora a reabsorção aumente. 
O aumento da acidificação e alcalinização da urina auxilia na excreção de fármacos, 
no caso de uma intoxicação farmacológica, por exempo. 
- Recém nascido tem função renal baixa; 
- A velocidade de eliminação de um medicamento é maior em adultos do que em 
idosos. 
Excreção biliar 
Na membrana dos hepatócitos há transportadores (glicoproteína P e MRP2) que secretam 
fármacos e metabólitos na bile, que posteriormente serão liberados no trato 
gastrointestinal. Nos enterócitos também há transportadores secretores que funcionam 
transportando fármacos da circulação para o lúmen intestinal. Em seguida, esses fármacos 
podem ser reabsorvidos e voltar ao organismo, ao invés de serem eliminados nas fezes. 
Esse processo se chama reciclagem êntero-hepática e pode prolongar o efeito de um 
fármaco no organismo. 
Outras vias de excreção: suor, saliva, lágrimas, cabelos e leite materno. 
 
METABOLISMO DOS FÁRMACOS 
Normalmente o metabolismo gera metabólitos inativos em metabólitos mais polares, 
para serem mais facilmente eliminados. Mas também, se pode produzir metabólitos mais 
ativos ou tóxicos através do metabolismo. Este ocorre principalmente no fígado, trato 
gastrointestinal, rins e pulmões. 
Reação de fase I 
Introduz ou expõe um grupo funcional do composto. Em geral leva à  inativação do 
fármaco, embora  alguma vezes o ative. Um exemplo é o anti- hipertensivo  enalapril, 
ingerido na forma inativa, como forma de se defender dos phs e secreções ácidas do trato 
gastrointestinal, e é ativado depois. 
 
Reação de fase II 
Nessa fase ocorre uma ligação covalente entre um grupo funcional de um composto 
ou do metabólito da fase I com uma substância hidrofílica (ácido glicurônico, sulfato, 
glutationa, acetato). Depois disso o conjugado se torna bastante polar e é inativado, 
sendo excretado rapidamente. 
Referências: 
1. GOODMAN, L.S; GILMAN, A. (eds.). As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. Ed. 
Porto Alegre: Editora McGraw Hill, 2012. 
2. SILVA, AL. Anotações em sala de aula a partir da aula ministrada pela professora Daniela 
Dewling de Lima. 
3. RANG, H. P.; DALE, M. M. Rang & Dale. Farmacologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2011. 
Farmacocinética - Modelos cinéticos - 
Compartimentos 
Editor: Giovani Meneguzzi de Carvalho 
Metabolismo de Primeira Passagem 
Refere-se ao metabolismo que a droga sofre antes de atingir a circulação sistêmica. 
A passagem do fármaco pelo organismo o degrada devido a ação de enzimas estomacais e 
intestinais, além de sua passagem pelo fígado. Deste modo a disponibilidade do fármaco 
diminui e a fração que chega na circulação sistêmica intacta é dita 
como biodisponibilidade. 
Farmacocinética 
É a resposta do organismo ao fármaco. Isto reflete as alterações na concentração 
do fármaco em relação à dose administrada. Os parâmetros que influenciam na disposição 
do medicamento são: Depuração, Volume de distribuição, Meia vida de eliminação e 
Biodisponibilidade. 
Depuração:  
Um sinônimo pode ser remoção. É a quantidade de fármaco (em volume de plasma) que 
está sendo eliminada do organismo por unidade de tempo. Assim, a depuração relaciona a 
velocidade de eliminação e a concentração plasmática do fármaco. 
Estado de equilíbrio é quando a taxa de eliminação é igual a taxa administração de um 
fármaco, desta forma a biodisponibilidade é total. Atinge-se 94% (um valor que já é 
satisfatório) desse estado após quatro meias vidas (t1/2) durante a administração continua 
do medicamento. Durante a primeira administração se tem 100% de concentração do 
fármaco, depois de sofrida a meia vida, elimina-se 50%. Na segunda dose haverá 150% de 
concentração (100 da dose administrada e 50 da dose restante), após ocorrida a meia vida 
haverá 75% de concentração do fármaco no organismo. Após a quarta administração já 
existirá 100% de concentração do medicamento no organismo e mais 100% da dose, 
ocorrerá a meia vida e 100% de concentração é eliminada restando 100%. 
Dose 
Quantidade de Fármaco no 
Organismo
Quantidade de Fármaco Eliminado 
(meia-vida)
1 100% 50%
2
150% (100 dasegunda dose e 50 da 
primeira)
75%
3 175% 87,5%
4 187,5% 93,75%
Volume de Distribuição: 
“É o volume de líquido que seria necessário para conter todo o fármaco presente no corpo 
na mesma concentração dosada no plasma.” Ele é diretamente proporcional a 
concentração de fármaco no corpo e inversamente proporcional a concentração de 
fármaco no sangue. 
Os principais compartimentos para os quais os fármacos se distribuem são: plasma (5%), 
líquido intersticial (16%), líquido intracelular (35%), líquido transcelular (2%) e gordura 
(20%). Quando um fármaco não é lipossolúvel (polar) ele fica confinado no plasma ou 
líquido intersticial, justamente por não conseguir atravessar as paredes dos capilares. Já 
os fármacos lipossolúveis (apolares) chegam a todos os compartimentos e podem ser 
acumulados no tecido adiposo. 
Deste modo, conclui-se que quando maior a solubilidade de um fármaco maior será o seu 
volume de distribuição. E para fármacos que se ligam muito a proteínas plasmáticas, 
menor será o volume de distribuição, uma vez que estarão “aprisionadas” no sangue e 
devido à ligação não atravessarão a parede do vaso. 
O volume de distribuição depende: da ligação do fármaco aos locais receptores; dos níveis 
de proteínas plasmáticas e teciduais (quanto menor este nível, maior será o transporte de 
fármaco livre); coeficiente de distribuição do tecido adiposo (quanto  maior este 
coeficiente maior será o volume de distribuição); acúmulo em tecidos pouco irrigados 
(quanto menor o acúmulo maior o volume de distribuição). Além disso, o volume de 
distribuição pode variar com a idade, composição corporal e doenças. Por exemplo, devido 
a perda de albumina por cirrose, assim o fármaco fica mais livre, agindo por mais tempo. 
Exemplo dado em sala: DIGOXINA 
É um fármaco utilizado na insuficiência cardíaca e atua aumentando a força de contração. 
Por ser altamente lipossolúvel, o fármaco se distribui muito para músculos, tecido adiposo 
e Na+K+ - ATPase, já sua quantidade no plasma é pequena. 
Varfarina e Cloroquina: 
Outros exemplos dados em sala: VARFARINA é um anticoagulante oral e tem um baixo 
volume de distribuição. Assim, apresenta-se bastante ligado a proteínas plasmáticas e 
pouca quantidade nos tecidos. CLOROQUINA é um fármaco antimalárico que quase não se 
liga a proteínas e, portanto, uma quantidade muito pequena é encontrada no plasma. 
Estado de equilíbrio
Como seu volume de distribuição é alto e seu transporte também  é alto, o fármaco se 
acumula no tecido (retina). 
Meia Vida (T1/2): 
É o tempo necessário para a concentração do fármaco cair 50 %. Normalmente, é o tempo 
de administração entre as doses de um medicamento (de oito em oito horas; quatro em 
quatro). 
Para um paciente com insuficiência renal crônica a depuração está diminuída, sendo assim 
a concentração do fármaco permanece elevada por mais tempo. Tempo da meia vida é 
maior. 
Para um fármaco como o DIAZEPAN, medicamento tranquilizante e ansiolítico, lipofílico, 
que se acumula no tecido adiposo e que tem um elevado volume de distribuição. Tempo da 
meia vida é maior, já que a longo prazo há um aumento de sua concentração no plasma. 
Portanto, T1/2 é diretamente proporcionalao volume de distribuição e inversamente 
proporcional a depuração.  
Cinética de Primeira Ordem: 


É quando a velocidade de desaparecimento de um fármaco é exponencial. Uma fração 
constante é eliminada por uma unidade de tempo, ou seja, 50% são sempre eliminados. 
Este tipo de eliminação depende da concentração plasmática, pois com o aumento da 
administração do medicamento, mais fármaco será eliminado. Continua-se eliminando 
50%, mas este 50% representa um valor maior. 
Cinética de Ordem Zero ou de Saturação: 
 
Este tipo de cinética difere da anterior, pois não segue um padrão exponencial de 
eliminação. Inicialmente é linear, pois o fármaco é removido a uma quantidade fixa, a 
qual não depende da concentração plasmática. Ou seja, se a dose aumentar não aumenta 
a eliminação. Isto ocorre com o etanol, a fenitoína (anticonvulsivante) e o salicilato. 
Pode-se explicar a cinética de ordem 0 pela saturação da enzima que metaboliza a 
substancia. Por exemplo, no caso do etanol, a enzima álcool desidrogenase atinge seu 
funcionamento máximo/velocidade de oxidação em baixas concentrações do etanol. Se a 
concentração ingerida for maior que a oxidada haverá acúmulo de álcool no sangue. 
Assim, a dose tem um efeito muito importante na duração da ação do medicamento já que 
uma quantidade constante é eliminada. 
Fatores importantes a serem considerados para a cinética de saturação: 
1. Neste caso, portanto, a concentração plasmática no estado de equilíbrio é 
diretamente proporcional a dose. 
2. A velocidade de queda da concentração plasmática do fármaco não depende da 
dose. 
3. A interrupção da administração leva a eliminação lenta até chegar à depuração de 
primeira ordem, momento em que a enzima não está mais saturada. 
Modelo de Compartimento Único 
 
Admite que o ser humano compreende um único compartimento. 
Na realidade, este modelo é equivocado e não é aceito.Afirma-se que toda a 
administração do fármaco ocorre diretamente no compartimento central e que a 
distribuição do fármaco é instantânea por todo o volume. Isto é errôneo, pois o fluxo de 
sangue não é igual para todos os tecidos. 
Modelo de Múltiplos Compartimentos 
 
É o modelo que mais se aproxima da realidade. Divide-se em dois compartimentos: 
um compartimento central, em que estão o sangue e órgãos altamente irrigados (coração, 
cérebro, pulmões, rins e fígado); e um compartimento periférico/final/tecidual, em que 
estão os tecidos menos irrigados (músculo, pele, tecido adiposo e ossos). Para uma 
administração intra-venosa, o fármaco se distribui primeiro para o compartimento central 
e posteriormente para os compartimentos finais. 
Um fator importante a ser considerado neste modelo é que as moléculas do 
fármaco só podem entrar ou sair do compartimento tecidual por meio do compartimento 
central. 
Em uma alteração do fluxo sanguíneo como, por exemplo, na cirrose hepática, 
pode haver um acúmulo de fármaco em outros tecidos já que o fluxo de sangue no fígado 
está prejudicado. 
Em uma hipoperfusão tecidual (redução do fluxo sanguíneo), o compartimento final 
vai receber menos fármaco e haverá uma maior concentração de fármaco no 
compartimento central, pois ele é mais irrigado. 
Taxa de Absorção 


 
Na administração intravenosa rápida, demonstrada na curva 1, o início da curva 
logo após a administração já está no pico de concentração, ou seja, sua concentração 
plasmática é muito alta e vai diminuído progressivamente. A curva 2 representa a 
administração por infusão lenta, em que o pico de concentração aparece um pouco mais 
tarde que o da curva 1 e também um pouco mais baixo. A curva 3 representa uma 
administração via oral, percebe-se que o pico de concentração é mais baixo e aparece 
mais tardiamente que o da curva 2. A curva 4 representa uma preparação de concentração 
controlada. 
Através da análise do gráfico percebe-se que quanto mais lenta é a absorção, o 
pico de concentração aparece mais tarde e esta concentração é, também, mais baixa com 
um pico menos acentuado.  
Referências Bibliográficas: 
▪ GOODMAN, L.S; GILMAN, A. (eds.). As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. Ed. 
Porto Alegre: Editora McGraw Hill, 2012. 
▪ Giovani Meneguzzi de Carvalho. Anotação aula da Disciplina de Farmacologia. 
UNIVILLE. 27/03/2013 
▪ RANG, H. P.; DALE, M. M. Rang & Dale. Farmacologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2011. 
Receptores e a Ação de Fármacos Como Agonistas 
ou Antagonistas 
Editor: João Francisco Petry 
Janela terapêutica e seus detalhes 
A resposta se inicia, e o efeito do fármaco aumenta conforme é absorvido e distribuído até 
alcançar um efeito máximo. A partir desse efeito máximo começa a eliminação do 
fármaco, e faz com que gradualmente o efeito do fármaco vá diminuindo, até que seu 
efeito “desapareça”, ou seja, fica abaixo da Concentração Eficaz Mínima. O efeito do 
fármaco é indicado pelo período que a concentração do fármaco está acima da 
Concentração Eficaz Mínima. 
Há outra  CEM, para respostas adversas. E se a concentração do fármaco ultrapassá-la 
haverá toxicidade. Por isso a concentração do fármaco deve se manter dentro da janela 
terapêutica, para resposta desejada com o mínimo de toxicidade. Se o fármaco utilizado 
estiver na concentração da janela terapêutica, só 5 a 10 % das pessoas terão respostas 
adversas. 
O aumento da dose do fármaco aumenta a intensidade de ação do fármaco e também 
prolonga a duração da ação do fármaco, tendo mais riscos de causar toxicidade. Desta 
forma não é indicado aumentar a dose do fármaco para prolongar o tempo de ação, e sim, 
administrar outra dose.   Se o fármaco não for tóxico suas doses podem ser aumentadas 
para aumentar a intensidade de ação do fármaco, um exemplo é a penicilina. 
Geralmente há um período de defasagem, é definido como o período em que 
a concentração do fármaco ainda não é suficiente para gerar um efeito. 
 
Receptores: principais definições. 
São componentes do organismo com o qual as substâncias químicas interagem. Para um 
esclarecimento sobre os receptores, alguns  termos relacionados à eles serão explicados 
previamente. 
Possuem dois domínios: 
▪ Domínio de acoplamento: aonde o fármaco se liga. 
▪ Domínio efetor:responsável por uma propagação da mensagem, para que uma 
resposta possa ser dada. 
▪ Ex: Proteína G. 
Possuem duas formas de atuação:           
▪ Alvo celular ( proteína efetora: enzimas e canais iônicos).  
▪ Indireta (transdutores –mensageiros intermediários- levam a mensagem até uma 
proteína efetora). 
Fármacos podem atuar nos receptores como: 
• Agonista- Simula o efeito do ligando, ou seja, simula o efeito da substância 
endógena. Agonista tem eficácia e afinidade. O ligando é uma substância química 
endógena, e que tem afinidade, ou seja, consegue se ligar ao receptor. 
• Agonista total- Tem eficácia total, consegue ativar o receptor e cria uma reposta 
máxima. 
• Agonista parcial- Eficácia parcial. Jamais vai gerar uma resposta máxima. 
• Antagonista- Impede a ligação do agonista endógeno. Tem afinidade pelo receptor, 
mas não tem eficácia, não produzindo uma resposta. Ele compete com a substância 
endógena (que normalmente se liga ao receptor) impedindo que ela se ligue ao 
receptor.  Funciona como um obstáculo para a substância endógena se ligar ao 
receptor. 
• Agonista inverso-  Estabilizam o receptor na conformação inativa 
Ativação dos receptores:   
• .Agonista- se liga à conformação ativa (do receptor) e desloca a reação, criando 
uma resposta. 
• Agonista parcial- Tem preferência pelo estado ativado, mas também se liga ao 
estado de repouso, gerando uma resposta parcial. 
• Agonista total- se ligará à conformação ativa, deslocando o equilíbrio para o estado 
ativo, gerando uma resposta máxima. 
• Antagonista – Não tem eficácia. Se liga na mesma proporção ao estado ativado e ao 
estado de repouso, de forma que não consegue deslocar a reação, não tendo uma 
resposta. * Está

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