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DEDO EM GATILHO @aprendaortopedia INTRODUÇÃO É a designação do processo inflamatório da bainha dos tendões flexores dos dedos, de caráter estenosante, que causa bloqueio da extensão ativa do dedo acometido. A polia que está envolvida nessa doença é a polia A1. ETIOLOGIA Acontece devido a desproporção de continente e conteúdo, que pode ser causada por fibrose da bainha flexora, nódulo e/ou glânglio intratendíneo ou proliferação sinovial. EPIDEMIOLOGIA Acomete mais o sexo feminino 6:1. Em diabéticos a incidência é 5 vezes maior que pacientes não diabéticos, sendo o lado dominante mais afetado, e acometendo os dedos na seguinte ordem: polegar, anular, indicador, médio e mínimo, no entanto pode apresentar múltiplos dedos envolvidos. DIAGNÓSTICO É basicamente clínico, apresentando desde os primeiros graus com somente dor e crepitação ao nível da polia A1 até a deformidade fixa. Exames de imagem como USG e RNM são utilizadas em caso de dúvida diagnóstica. CLASSIFICAÇÃO A classificação utilizada usualmente é a descrita por Green: Grau 0 - Dor e crepitação sem bloqueio; Grau I - Dor e crepitação bloqueio esporádico; Grau II - Bloqueio constante porém reduzido ativamente; Grau IIIa - Bloqueio em flexão porém reduzido passivamente; Grau IIIb - Bloqueio em extensão porém reduzido passivamente; Grau IV - Bloqueio irredutível; TRATAMENTO Consiste em conservador ou cirúrgico, sendo o primeiro mais eficaz em estágios iniciais. Tratamento conservador consiste no uso de AINEs, imobilização, e infiltração local. Infiltração é realizada com a proporção de 1:1 ml de anestésico local e corticóide de 1 DEDO EM GATILHO @aprendaortopedia depósito, sendo injetada na altura da polia A1 em região volar com paciente acordado, pois, ao aplicar a agulha na polia é solicitado ao paciente fletir o dedo para certificar-se que a agulha não está intratendínea, caso esteja, recue a agulha e solicite novamente para que ele faça flexão do dedo, não estando mais dentro da substância do tendão, injete a solução. O resultado da infiltração é mais eficaz em pacientes com dedo em gatilho nodular, não diabéticos, sintomas há menos de 6 meses, com melhora com uma única infiltração. O tratamento cirúrgico pode ser realizado de forma percutânea e aberta. Tratamento percutâneo consiste na técnica descrita por Lorthioir. Com anestesia local, insere-se uma agulha perpendicular a polia A1, com bisel longitudinal na região mais radial da polia, e deslize ela para proximal e distal, e peça para o paciente fletir o dedo para confirmar liberação. Atenção: essa técnica não é recomendada para os dedos indicador e polegar devido ao sentido oblíquo do feixe vasculonervoso. Tratamento aberto consistem em incisar na altura da polia A1 (tendo os cuidados com anatomia do polegar e indicador). Deve-se realizar essa incisão na polia A1 no seu lado radial para evitar migração dos tendões ulnarmente, principalmente na artrite reumatoide. Ter o cuidado de não seccionar a polia A2 é fundamental para não formar “corda de arco” ao fletir o dedo. 2 DEDO EM GATILHO @aprendaortopedia 3
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