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Reabilitação Criminal 
Direito Penal 
 
@ANDEERSONROBERTO 
REABILITAÇÃO 
 Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas 
aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao 
condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e 
condenação. 
 Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, 
atingir os efeitos da condenação, previstos no art. 92 
deste Código, vedada reintegração na situação anterior, 
nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. 
 Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, 
decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de 
qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, 
computando-se o período de prova da suspensão e o 
do livramento condicional, se não sobrevier revogação, 
desde que o condenado: 
 I - Tenha tido domicílio no País no prazo acima 
referido; 
 II - Tenha dado, durante esse tempo, demonstração 
efetiva e constante de bom comportamento público e 
privado; 
 III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou 
demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o 
dia do pedido, ou exiba documento que comprove a 
renúncia da vítima ou novação da dívida. 
 Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser 
requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja 
instruído com novos elementos comprobatórios dos 
requisitos necessários. 
 Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou 
a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for 
condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a 
pena que não seja de multa. 
De acordo com o art. 93 do Código Penal, o instituto da 
reabilitação tem dupla finalidade: a) assegurar o sigilo do 
registro sobre o processo e sua condenação; b) conferir 
novamente ao acusado direitos que lhe foram retirados 
como efeito secundário da condenação. 
SIGILO DOS REGISTROS: 
Ao condenado reabilitado é assegurada uma folha de 
antecedentes sem registros criminais a respeito do 
processo e da condenação; 
Obs.: O art. 202 da LEP assegura o mesmo sigilo, 
independentemente da reabilitação: “Cumprida ou extinta 
a pena, não constarão da folha corrida, atestados ou 
certidões fornecidas por autoridade policial ou por 
auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou referência à 
condenação, salvo para instruir processo pela prática de 
nova infração penal ou outros casos expressos em lei”. 
O deferimento da reabilitação do Código Penal, faz com 
que a condenação anterior só possa constar de certidões 
por força de ordem judicial (art. 748 do CPP). 
A anotação referente à condenação será mantida nos 
arquivos judiciais e constará de certidão, por ordem 
judicial, para instruir outro processo, no fito de possibilitar 
a individualização da pena (na dosimetria, por exemplo); 
Já o sigilo previsto no art. 202 da LEP assegura apenas 
a certidão sem registros quando solicitada pelo 
condenado, podendo, contudo, haver menção aos 
antecedentes quando for solicitada por autoridade policial, 
por órgão do Ministério Público, ou, ainda, para fim de 
concursos públicos (p. ex. na fase de investigação social), 
uma vez que a parte final do referido art. 202 prevê a 
possibilidade da quebra do sigilo “em outros casos 
expressos em lei”. 
RECUPERAÇÃO DOS DIREITOS ATINGIDOS COMO 
EFEITO EXTRAPENAL ESPECÍFICO DA CONDENAÇÃO: 
Esta é a razão mais importante da existência do instituto 
da reabilitação; 
A reabilitação criminal possui natureza jurídica de “causa 
suspensiva de alguns efeitos secundários da 
condenação”; 
@ANDEERSONROBERTO 
O art. 93 faz referência ao art. 92 do CP, que prevê os 
denominados efeitos extrapenais específicos da 
condenação: 
I — Perda de cargo, função ou mandato eletivo; 
II — Incapacidade para exercício do poder familiar, tutela 
ou curatela; 
III — Inabilitação para conduzir veículos. 
O deferimento da reabilitação permite que o condenado 
volte a exercer tais atividades, para as quais estava 
inabilitado, vedada, porém, a reintegração ao estado 
anterior, nas hipóteses I e II, nos termos expressos da lei. 
Situação 1 (inciso I, art. 92): Funcionário público condenado 
a 6 anos de reclusão por um homicídio, que tenha 
perdido seu cargo por determinação do Juízo. Com a 
reabilitação pode voltar a ser funcionário público 
(mediante concurso ou cargo em comissão), porém 
jamais poderá ser reconduzido ao cargo que ocupava no 
momento da prática criminosa; 
Situação 2 (inciso II, art. 92): Condenado a quem tenha 
sido aplicada a incapacitação para o exercício do poder 
familiar, por ter cometido crime doloso apenado com 
reclusão contra o próprio filho. Tal efeito é permanente 
em relação a este descendente, porém, com a 
reabilitação, será possível que volte a exercer tal poder 
em relação aos outros filhos; 
Situação 3 (inciso III, art. 92): inabilitação para conduzir 
veículos aos condenados por crime doloso em que este 
tenha sido utilizado como meio de execução, a 
reabilitação tornará possível a obtenção de nova 
habilitação. 
PRESSUPOSTOS: 
No art. 94, do CP encontram-se os requisitos 
(cumulativos) necessários para obtenção da reabilitação 
criminal: 
A) Que já tenham se passado 2 anos do dia em 
que foi extinta, por qualquer modo, a pena ou 
tenha terminado sua execução, computando-se 
o período de prova do sursis e do livramento 
condicional, desde que não revogados (art. 94, 
caput, do CP): 
Necessário o cumprimento da pena ou sua extinção; 
Não é possível nos casos em que houve arquivamento 
de IP, decretação de prescrição punitiva ou qualquer 
outra causa de extinção de punibilidade anterior ao 
trânsito em julgado da condenação; 
No caso de sentença absolutória, não há pena a ser 
reabilitada. 
O prazo (2 anos) é sempre o mesmo, quer o condenado 
seja primário ou reincidente; 
No caso de prescrição da pena, conta-se o tempo do dia 
em que encerrado o prazo, e não da declaração judicial; 
Nas hipóteses de sursis e livramento condicional não 
revogados, o termo a quo é o da audiência admonitória; 
Em se tratando de pena exclusiva de multa, o prazo é 
contado a partir do pagamento ou da prescrição. 
B) Que o sentenciado tenha tido domicílio no país 
durante os 2 anos que o tópico anterior 
menciona: 
Pode ser provado por carteira de trabalho, comprovante 
de residência, declaração por escrito de pessoas idôneas, 
atestado de frequência a cursos etc. 
C) Que durante esse prazo o condenado tenha 
dado demonstração efetiva de bom 
comportamento público e privado: 
A comprovação deste requisito deve observar o 
disposto no art. 744 do CPP; 
Em suma, o bom comportamento deve ser 
demonstrado pelo não envolvimento em novas infrações 
penais, pelo trabalho ou estudo etc. 
D) Que o condenado tenha ressarcido o dano 
causado pelo crime ou demonstre a absoluta 
impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, 
ou exiba documento que comprove a renúncia 
da vítima ou novação da dívida: 
Não basta mera alegação do condenado, devendo ele 
fazer efetiva prova de sua falta de condições 
econômicas; 
A prova da impossibilidade de ressarcimento refere-se à 
época do pedido de reabilitação; 
Admite-se qualquer meio de prova; 
No caso da vítima encontrar-se em local incerto, fica o 
condenado dispensado; 
@ANDEERSONROBERTO 
Caso tenha havido prescrição civil da dívida, o 
ressarcimento mostra-se dispensável; 
E exigível a correção monetária dos valores. 
COMPETÊNCIA, PROCEDIMENTO E RECURSOS: 
A reabilitação só pode ser concedida pelo próprio juízo 
da condenação (pelo qual tramitou o processo de 
conhecimento), e não pelo juízo das execuções, uma 
vez que a reabilitação é concedida após o término da 
execução da pena; 
A competência é do órgão jurisdicional de 1ª instância; 
Arts. 744 e 745 do CPP; 
O requerimento, por ser judicial, deve ser feito por 
intermédio de advogado; 
O juiz poderá determinar a realização de diligências que 
entenda necessárias (juntada de certidões, notificação da 
vítima etc.) eouvirá o MP; 
Caso seja denegado, em razão da ausência de algum dos 
requisitos, o pedido poderá ser renovado a qualquer 
tempo, desde que sejam apresentadas novas provas (art. 
93, CP). 
Da decisão denegatória cabe recurso de apelação (art. 
593, II, do CPP). 
Se a reabilitação for deferida, o juiz deverá interpor 
recurso de ofício, devendo a matéria, portanto, passar 
por reexame obrigatório no Tribunal de Justiça. 
CONDENADO QUE OSTENTA DIVERSAS CONDENAÇÕES: 
Só pode requerer a reabilitação após o decurso de 2 
anos do cumprimento da última das penas (no caso de 
mais de uma condenação); 
Se ainda existir pena a cumprir em relação a qualquer 
das ações penais em que foi condenado, a reabilitação 
não pode ser deferida; 
No caso de várias condenações em ações penais 
distintas, revela-se necessário que a reabilitação seja 
requerida em cada uma delas, sobretudo pelo fato de 
existirem vítimas distintas e consequentemente 
indenizações diversas. 
REVOGAÇÃO DA REABILITAÇÃO: 
De acordo com o art. 95 do CP “a reabilitação será 
revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério 
Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, 
por sentença transitada em julgado, exceto se houver 
imposição somente de pena de multa”; 
A reabilitação não exclui a possibilidade de o réu ser 
considerado reincidente caso venha a cometer novo 
delito, já que os efeitos da condenação anterior 
subsistem por 5 anos. Assim, concedida a reabilitação 
após 2 anos, o réu não volta a ser primário; 
A consequência da revogação consistirá na retomada das 
incapacidades ou inabilitações aplicadas como efeitos 
extrapenais específicos da condenação (art. 92 do CP); 
No caso de morte do reabilitando, faz com que o pedido 
de reabilitação que esteja em processamento não seja 
conhecido por falta de interesse.

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