Buscar

Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da 5 Vara Cível da Comarca de Maceió

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da 5ª Vara Cível da Comarca de Maceió/Alagoas
Processo nº...
Alexandre, brasileiro, estado civil..., profissão..., portador da cédula de identidade nº... inscrito no CPF sob o nº..., residente e domiciliado na Rua..., Bairro..., na cidade de Maceió/Alagoas, CEP ..., com endereço eletrônico... por intermédio de seu procurador constituído (procuração anexa) OAB...endereço eletrônico... com escritório profissional na Rua..., número, Bairro..., Cidade..., Estado... CEP..., onde recebe intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência com fundamento no art. 1009 “caput” e seguintes do Código de Processo Civil interpor o presente Recurso de Apelação contra a sentença publicada aos 1º de julho de 2021 (quinta-feira) nos autos da ação indenizatória em que é parte contrária a Concessionária Alfa, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº..., com sede na Rua...Bairro..., CEP, representada por seu administrador (nome completo...), (nacionalidade...), (estado civil...),(profissão...) (com identidade...) (inscrito no CPF sob o nº...), residente e domiciliado na Rua...Bairro...CEP..., na cidade..., com endereço eletrônico..., pelas razões anexas.
Requer que o apelado seja intimado para oferecer contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, conforme previsão legal do artigo 1010, §1º, do Código de Processo Civil.
Requer também que após o prazo oferecido para as contrarrazões, os autos sejam encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Maceió/Alagoas para admissão, processamento e julgamento.
Por fim, requer que o apelante a junte o comprovante de preparo recursal, inclusive porte de remessa e retorno, com fulcro no art. 1007 do Código de Processo Civil.
Termos em que, pede deferimento.
Local...Data...
Advogado...
OAB...
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas
Razões do Recurso de Apelação
Apelante: Alexandre...
Apelado: Concessionária Alfa
Processo nº: ...
Origem: 5ª Vara Cível da Comarca de Maceió/AL
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Maceió/Alagoas
Eméritos Julgadores,
1) Do Cabimento
Conforme se infere da decisão de fls. n..., justamente a decisão aqui recorrida, o juiz a quo, com fundamento no art. 485, inciso VII, do Código de Processo Civil extinguiu o processo sem resolução de mérito, pois acolheu a convenção de arbitragem.
Desta forma, prevê o art. 203, § 1º, do Código de Processo Civil que estamos diante de uma sentença proferida pelo juiz de primeiro grau, sendo cabível, portanto, recurso de apelação nos termos do art. 1009, “caput”, do Código de Processo Civil.
2) Do preenchimento dos requisitos de admissibilidade
O presente recurso é tempestivo eis que interposto dentro do prazo legal de 15(quinze) dias, na forma do art. 1003, §5º, do Código de Processo Civil. 
A sentença foi publicada em dia útil, qual seja, dia 1º de julho de 2021 (quinta-feira). Desse modo, o prazo finda aos 22/07/2021 (sexta-feira), computando-se somente dias úteis, tal como prevê o art. 219 do Código de Processo Civil. 
De forma que, o dia inicial do prazo é excluído e computado o dia do vencimento, conforme art. 224, “caput” do Código de Processo Civil.
A apelação encontra-se devidamente preparada, conforme as guias de recolhimento em anexo, cumprindo o que determina o art. 1007 do Código de Processo Civil. 
A parte recorrente é legítima, já que foi vencida na presente demanda consoante preceito do art. 996 do mesmo diploma legal.
Pelo exposto, estando demonstrado todos os requisitos para admissibilidade do presente recurso, requer seja o mesmo conhecido para o final, dar-lhe provimento.
3) Das Preliminares
Como se denota dos autos do processo, o apelado não impugnou todos os argumentos apresentados na contestação movida por Alexandre, deixando de argumentar sobre a existência da convenção de arbitragem, como dispõe o art. 337, inciso X, do Código de Processo Civil, o que por si só implica na renúncia de um juízo arbitral, e por conseguinte na aceitação da jurisdição estatal, nos termos do §6º do artigo 337 do referido diploma legal.
Vale destacar também, que toda matéria não impugnada na contestação gera presunção de veracidade de todos os fatos alegados na exordial.
4) Do Efeito Suspensivo
Nos termos do art. 1012, §1º, inciso IV, do Código de Processo Civil, o recurso de apelação terá efeito suspensivo após publicação da sentença que julga o procedente o pedido de instituição de arbitragem. 
Entretanto, o referido efeito suspensivo não deve ser mantido, visto que o juiz de primeira instância não pode reconhecer de ofício a respeito da cláusula compromissória, que deveria ter sido suscitada como preliminar de contestação pelo apelado. Logo, deverá ser aplicado o §4º do art. 1012 do Código de Processo Civil, haja vista a ocorrência de vício processual na sentença terminativa. 
Nesse compasso, a eficácia da sentença deverá ser suspensa já que pode causar danos irreparáveis ao apelante, que no final da demanda demonstrará a probabilidade de seu direito.
5) Do resumo da decisão
O apelante, ora Alexandre, realizou um contrato de compra e venda de veículo com a Concessionária Alfa que lhe vendeu um automóvel da marca Tenz, por meio de uma cláusula compromissória o qual impunha a convenção de arbitragem. 
Sucede que após duas semanas da aquisição do veículo, o apelante sofreu um grave acidente de trânsito, devido a uma falha no sistema de airbag do carro, que por pouco não lhe custou a vida como também, não deixou sequela. 
Após o incidente da parte autora, a concessionária Alfa promoveu o “recall” de todos os veículos vendidos da marca Tenz com o fim de sanar quaisquer defeitos encontrados nestes, preservando a vida e segurança dos consumidores que efetuaram a compra dos referidos automóveis.
Posteriormente, o apelante tomou ciência do “recall” e decidiu ajuizar uma ação indenizatória em face do apelado, pretendendo reaver o valor pago e receber uma indenização em decorrência dos prejuízos que sofreu. Nesse interim, a concessionária Alfa contestou de forma genérica os fatos alegados na inicial, ou seja, não impugnou os argumentos apresentados por Alexandre e também não arguiu sobre a presença de cláusula compromissória no contrato.
Em ato contínuo a apresentação da réplica, o Meritíssimo Juízo da 5ª Vara Cível da Comarca de Maceió/AL intimou as partes de ofício, com fundamento no art. 10 do Código de Processo Civil para que se manifestassem acerca de eventual jurisdição do Poder Judiciário em detrimento da cláusula de arbitragem presente no contrato de compra e venda do veículo.
O apelante não se pronunciou a respeito, enquanto o apelado alegou que somente um tribunal arbitral escolhido por ambos teria competência para julgar a lide. Desse modo, o juiz de primeiro grau deferiu preliminarmente a convenção de arbitragem, extinguindo o processo sem resolução de méritos, nos termos do art. 485, inciso VI, do Código de Processo Civil. A sentença foi publicada no dia 1º de julho de 2021 (quinta-feira).
6) Da aplicação do art. 1003, § 3º, do Código de Processo Civil
Como se denota, a sentença que extinguiu o processo sem resolução de mérito, pelos motivos acima, merece ser devidamente reformada.
 O contrato de compra e venda com cláusula arbitral deve ser considerado nulo, tendo em vista que não cabe ao juiz de primeiro grau conhecer de ofício sobre a referida convenção de arbitragem sem que nenhuma das partes tenha se manifestado sobre a existência desta na contestação ou réplica. 
Ademais, por se tratar de contrato consumerista em que houve fato do produto, conclui-se que tal cláusula deverá ser considerada nula, pois está em discordância com o art. 51, inciso VI, do Código de Defesa do Consumidor, o qual prevê que qualquer exigência contratual que ofenda aos princípios fundamentais da relação de consumo não deve prosperar diante da vulnerabilidade do consumidor e da responsabilidade objetiva do fornecedor.
Assim, vislumbra-se a necessidade de reformar a sentença sem mérito, nos termos do art. 1013, §3º, inciso I, do Códigode Processo Civil, devendo o tribunal prosseguir no julgamento e editar desde logo a decisão meritória, já que houve a prática de todos os atos processuais necessários para eventual julgamento.
7) Das Razões Recursais
Os fatos narrados mostram que o juiz a quo não observou devidamente a Lei de Arbitragem (9.307/96), infringindo o art. 4º, §2º, da referida Lei, o qual prevê que o contrato jurídico celebrado como contrato de adesão somente se tornaria eficaz se o apelante iniciasse com o procedimento arbitral ou concordasse com a sua instituição.
Ademais, frisa-se que o apelado apresentou apenas uma contestação genérica o que implica na aceitação da jurisdição estatal e renúncia do julgamento da causa por juiz arbitral.
Nota-se que a relação entre os litigantes é de consumo, tendo em vista que o Requerente sofreu um acidente pela aquisição do produto defeituoso, o que por si só também afasta a cláusula compromissória, já que está é abusiva consoante previsão do art. 51, inciso VI, do Código de Defesa do Consumidor que dispõe sobre a a nulidade de pleno direito de cláusulas contratuais que exonerem o fornecedor de produtos e serviços, isto é, que afastem a responsabilidade objetiva perante vícios de qualquer natureza.
Como cediço, o fornecedor de produtos responde objetivamente quando ocorre as situações elencadas no art. 12 “caput” e parágrafo único do Código de Defesa do Consumidor, bem como no art. 14 do mesmo diploma legal o qual institui sobre a ocorrência do fato do produto, isto é acidente de consumo que atinge a saúde física e psicológica do consumidor, independentemente de culpa.
Dessa forma, o pelito é plenamente justificável tendo em vista que a falha no airbag do carro é o que causou o acidente por não funcionar de forma adequada quando foi necessário, o que colocou em risco a vida do consumidor. Portanto, roga-se pela reforma da decisão do juiz de primeiro grau e pelo imediato julgamento mérito por este Tribunal.
8) Dos pedidos e Requerimentos
Diante de todo o exposto requer-se que:
a) o presente recurso seja admitido e julgado, já que é o recurso cabível, bem como por estarem presentes os pressupostos de admissibilidade;
b) o acolhimento das questões suscitadas de forma preliminar no recurso de apelação para que o processo seja julgado pelo juízo estatal;
c) Seja afastado o efeito suspensivo da apelação, conforme o §4º do art. 1012 do Código de Processo Civil;
d) A condenação da parte contrária ao pagamento das despesas e honorários advocatícios, nos termos do art. 85 §§1º e 11 do Código de Processo Civil.
 Por fim, requer a reforma da sentença terminativa, de modo que ocorra o prosseguimento do julgamento nos termos do art. 1013, §3º, do Código de Processo Civil e que seja dado provimento ao presente recurso de apelação, reformando a sentença recorrida para acolher o pedido inicial do apelante, qual seja: restituir o valor pago pelo veículo ao apelante e, também para que seja fixado o quantum indenizatório pelos prejuízos decorrentes do acidente. 
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Maceió/Alagoas, Data...
Advogado...
OAB nº...

Continue navegando