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Mirna Coelho de Barros Urgência e emergência em centros de estética U N O PA R U RG ÊN C IA E EM ERG ÊN C IA EM C EN TRO S D E ESTÉTIC A Urgência e Emergência em Centros de Estética Mirna Coelho de Barros Silvia Paulino Ribeiro Albanese Urgência e emergência em centros de estética Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Barros, Mirna Coelho de ISBN 9788584826162 1. Cirurgia plástica. I. Albanese, Silvia Paulino Ribeiro. II. Título. CDD 617.95 Coelho de Barros, Silvia Paulino Ribeiro Albanese. – Londrina : Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. 136 p. B277u Urgência e emergência em centros de estética / Mirna © 2017 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2017 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Tema 1 | Assistência de qualidade nos primeiros socorros Tema 2 | Prestação de cuidados às hemorragias e queimaduras Tema 3 | Fraturas e tipos de choque Tema 4 | A parada cardiorrespiratória e o manuseio do cardioversor Tema 5 | O transporte da vítima e seus direitos Tema 6 | Reações alérgicas 7 25 47 87 107 71 Sumário Convite à leitura Olá, aluno! Seja bem-vindo ao Tema 2 do Caderno de Atividades de Urgência e Emergência em Centros de Estética. Este tema é muito importante, pois nele você aprenderá a realizar a avaliação e a investigação primária de uma vítima. Você estudará sobre o que consiste a investigação e a avaliação primária da vítima, assim como os aspectos fundamentais na avaliação de uma vítima em potencial. Você também estudará neste tema, a escala de coma de Glasgow, e verá que essa escala permite a interpretação e a classificação do trauma cranioencefálico. O estudo deste tema também propiciará a você o conhecimento das condutas frente às vítimas de crise convulsiva, amputação e acidentes com ofídicos, além das técnicas de atendimento a uma vítima de crise convulsiva. Você verá que o atendimento de primeiros socorros apropriado, correto e imediato pode até salvar vidas, ou pelo menos, diminuir os traumas e possíveis sequelas desses acidentes. Tema 1 Assistência de qualidade nos primeiros socorros Para um atendimento de qualidade é fundamental que o socorrista detenha certos conhecimentos e possua características próprias que o faça agir adequadamente em condições de urgência e emergência. Todas as vítimas têm o direito ao melhor atendimento possível, sendo o respeito e aceitação dos direitos das vítimas essenciais para o devido atendimento (BERGERON et al., 2007). A seguir serão discutidos indicadores de estado, pontos fundamentais que devem ser observados no atendimento de uma vítima e que fornecem informações que apontam para a gravidade das lesões, bem como norteiam os cuidados assistenciais indicados nas diferentes situações críticas. Escala de Glasgow É uma escala universal que tem como objetivo identificar o nível de consciência de uma pessoa. A escala contém pontuação de três a quinze, sendo quanto menor o número, maior a gravidade que o caso apresenta (SOUSA, 2010). A escala avalia três parâmetros: abertura ocular, melhor resposta verbal e melhor resposta motora. Somam-se os resultados encontrados em cada um desses parâmetros, conforme sinais representados a seguir: (BARBIERI, 2002; SOUSA, 2010). Abertura ocular: 4 – Olhos abrem espontaneamente. 3 – Olhos se abrem ao comando verbal. 2 – Olhos se abrem por estimulo doloroso. 1 – Olhos não abrem. POR DENTRO DO TEMA Urgência e emergência em centros de estética T1 8 Melhor resposta verbal: 5 – Orientado. 4 – Confuso. 3 – Palavras inapropriadas. 2 – Sons ininteligíveis. 1 – Ausente. Melhor resposta motora: 6 – Obedece a ordens verbais. 5 – Localiza estimulo doloroso. 4 – Retirada inespecífica à dor. 3 – Padrão flexor à dor (decorticação). 2 – Padrão extensor à dor (descerebração). 1 – Sem resposta motora. Interpretação da Escala de Glasgow: Pontuação total de 3 a 15, onde: 3 – Coma profundo (85% de probabilidade de morte; estado vegetativo). 4 – Coma profundo. 7 – Coma intermediário. 11 – Coma superficial. 15 – Normalidade. Classificação do Trauma Cranioencefálico: 3 – 8: Grave (necessidade de entubação imediata). 9 – 12: Moderado. 13 – 15: Leve. Existe ainda uma escala de Glasgow adaptada a pediatria, essa escala se diferencia da escala do adulto principalmente no que tange à resposta verbal, uma vez que, dependendo da idade da criança a fala pode ainda estar ausente. Urgência e emergência em centros de estética T1 9 Visão É importante verificar se a visão está turva, embaçada, se os olhos estão doloridos ou vermelhos, se há acuidade visual e o estado das pupilas (SOUSA, 2010). As alterações pupilares podem ser indicativas de uma série de anormalidades, como, por exemplo, lesões em coluna e sistema nervoso, óbito, uso de drogas, choques elétricos. • Isocóricas: pupilas normais – fotorreagentes, ou seja, reagem à luz dilatando-se em situações onde haja pouca luz. • Mióticas: pupilas contraídas – contraem quando não há estímulos externos verbais, sensoriais e sensitivos. Indicativa de alterações profundas do nível de consciência, por exemplo, em estado de coma ou em uso de algumas medicações. • Midriáticas: pupilas dilatadas – ocorre em disfunção cerebral grave, os músculos relaxam, há liberação dos esfíncteres, por exemplo, óbito, uso de drogas, choque elétrico, hemorragias. • Anisocóricas: pupilas diferentes – ocorrem em casos de disfunção cerebral severa, como em traumatismo crânioencefálico, lesão da coluna (BERGERON et. al., 2007; GARCIA et. al., 2005; SOUSA, 2010). Fonte: Ebsco. Figura 2.1 – Midríase e Miose. Pupilas anisocóricas. Pupila direita dilatada (midriática) e pupila esquerda contraída (miótica) Audição É essencial investigar a ocorrência de zumbidos, sangramentos e obstruções. A audição pode estar preservada nas mais diferentes situações, como em situações de coma, desmaios e acidentes. Os sons ouvidos nesses momentos são armazenados no cérebro da vítima e podem ou não vir à tona posteriormente (SOUSA, 2010). Tato Investigar nas mãos a presença de sangramentos, edema, perfusão, amputações Urgência e emergência em centros de estética T1 10 e alterações motoras e de sensibilidade que podem indicar alterações na coluna (SOUSA, 2010). Nariz Buscar por sangramento, deformidades e obstruções. Um sangramento nasal pode ocorrer em virtude de uma fratura local, mas também pode indicar uma fratura de crânio (BARBIERI, 2002; BERGERON et al., 2007). Boca Procurar por obstruções (objetos estranhos e próteses), sangramento, lesões, dentes quebrados e alterações no hálito. Fonte: Ebsco. Fonte: Ebsco. Figura 2.2 – Cavidades Sinusais. Figura 2.3 - Lesão de língua e procedimento de sutura. Urgência e emergência em centros de estética T1 11 Aspecto da Pele Observar a presença de sangramentos, lesões, edema, perfurações e alterações na coloração A coloração da pele pode estar (MINOZZI; MARSON, 2010): • Pálida: choque hipovolêmico, ataque cardíaco, hemorragia. • Arroxeada (cianose): deficiência respiratória, arritmia cardíaca, hipóxia, envenenamentos. • Amarelada (icterícia): doença hepática. • Avermelhada (hiperemia): hipertensão, insolação, alergias, choque anafilático. Descaracterização do Socorro O socorrista deve estar atento para sinais de morte evidente, sinais característicos de morte em que não existe mais a necessidade de socorro. Sãosinais evidentes de óbito: carbonização, circulação póstuma de Brouardel (surgimento de veias ingurgitadas pelo corpo do cadáver, visíveis na pele), decapitação, esmagamento cefálico total, putrefação, rigor mortis e segmentação de tronco (SOUSA, 2010). Início do Atendimento Ao se iniciar qualquer tipo de atendimento é imprescindível que o socorrista proceda primeiramente, com uma investigação primária. Essa investigação consiste em avaliar o local do acidente a fim de identificar perigo iminente que possam Fonte: Ebsco. Figura 2.4 – Trombose Venosa Profunda. Urgência e emergência em centros de estética T1 12 desencadear novos acidentes ou mesmo agravar a situação já apresentada, bem como estabelecer as prioridades de atendimento conforme escala de gravidade. Essa rápida avaliação e a aplicação dos procedimentos de primeiros socorros são determinantes para a estabilidade da vítima. Moraes (2010, p. 31) coloca que “em nenhum momento a equipe de emergência deve se expor a risco e ser mais uma vítima”. Por isso é importante lembrar que no momento do atendimento e avaliação da vítima, o socorrista deve adotar sempre as precauções universais de seguranças. Devemos estabelecer uma comunicação com a vítima, nos aproximando e tocando-a na região do tórax superior e clavícula, perguntando a ela se podemos ajudar. Neste momento é essencial que o examinador esteja a frente da vítima, sendo que essa técnica impede um ataque abrupto por parte da vítima, caso apresente alguma reação violenta. Esse procedimento permite uma rápida avaliação da responsividade da vítima, ou seja, se a vítima responder, você estará diante de uma vítima consciente (existe respiração e batimento cardíaco), se a vítima não responder, você estará diante de uma vítima inconsciente (FIGUEIREDO; VIEIRA, 2009; SOUSA, 2010; MORAES, 2010). É necessário realizar um exame neurológico rápido, avaliando-se o nível de consciência da vítima e suas funções motoras e sensoriais. O mais indicado é perguntar o nome da pessoa, o que aconteceu, onde ela sente dor e pedir que movimente algum dedo e verifique se sente os membros inferiores (SOUSA, 2010). O pulso pode ser verificado na região radial (vítima consciente) e na região carotídea (vítima inconsciente), e a respiração pode ser verificada através da inspeção da expansibilidade do tórax. Deve-se avaliar também a amplitude e coordenação dos movimentos, procurando identificar letargia, movimentos involuntários, plegias entre outras alterações. A partir daí o socorrista deve proceder com uma inspeção cefalocaudal (da cabeça aos pés), devendo procurar no corpo da vítima sinais de sangramento, abaulamentos, depressões e fraturas (SOUSA, 2010). Na avaliação primária de qualquer vítima é essencial que se avalie pelo menos dois sinais vitais (pulso e respiração), pois esses sinais nos trazem informações importantes sobre a condição cardíaca e pulmonar da vítima, bem como a estabilidade hemodinâmica do quadro. Abordagem Primária – ABCDE O método ABCDE, consiste na definição da sequência das medidas específicas e intervenções correspondentes a serem adotadas (MORAES, 2010): Urgência e emergência em centros de estética T1 13 A. Abrir vias aéreas: com proteção cervical. B. Respiração: ver, ouvir e sentir a expansão pulmonar. C. Circulação: verificar pulso carotídeo por dez segundos e controlar hemorragias. D. Avaliar estado neurológico: nível de consciência. E. Exposição da vítima: retirar vestimentas, controlar o ambiente e evitar a hipotermia. Crise Convulsiva “A convulsão é uma resposta a uma descarga elétrica anormal no cérebro que durante breve período de tempo deixa de funcionar e passa a enviar estímulos desordenados ao corpo” (MORAES, 2010, p. 64). Na epilepsia os neurônios sofrem dessa “pane elétrica” repetidas vezes (doença neurológica crônica). Condutas: 1. Colocar a vítima em decúbito dorsal (barriga para cima). 2. Liberar vias aéreas lateralizando a cabeça da vítima. 3. Proteger a região craniana colocando um pano debaixo da cabeça. 4. Remover objetos que estejam ao seu redor e que possam causar ferimento. Não se opor aos movimentos da vítima. 5. Retirar próteses dentárias, caso estejam soltas, evitando assim obstrução das vias aéreas. 6. Retirar óculos, colares e outros objetos que possam ser quebrados ou machucar a vítima. 7. Não introduzir nenhum objeto na boca, ou colocar algum objeto entre os dentes, ou tentar segurar a língua, pois pode haver amputação involuntária ou lesões em cavidade oral. 8. Desapertar as roupas da vítima e deixar que ela se debata livremente. 9. Não dar a vítima nenhuma medicação ou líquido pela boca. Urgência e emergência em centros de estética T1 14 Após a crise convulsiva, a vítima pode apresentar sonolência, confusão mental, cefaleia e perda de memória momentânea, portanto, deve ser observada nesse momento e o repouso deve ser indicado. (GARCIA et. al., 2005; MINOZZI; MARSON, 2010). Animais Peçonhentos “Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno que se comunicam com dentes ocos, ferrões, ou aguilhões, por onde o veneno passa ativamente” (SOUSA, 2010, p. 93). São exemplos: serpentes, aranhas, escorpiões, lacraias, abelhas e vespas. Fonte: www.theguardian.com Fonte: directorsblog.health.azdhs.gov Figura 2.5 – Aranha Figura 2.6 – Escorpião. Acidente Ofídico A gravidade do acidente depende da quantidade de veneno inoculado e da rapidez do atendimento (MORAES, 2010). Seus mecanismos de ação são: • Ação inflamatória aguda. • Ação coagulante: incoagulabilidade sanguínea. • Ação hemorrágica. • Ação miotóxica: leva a necrose muscular. • Ação neurotóxica. Urgência e emergência em centros de estética T1 15 Fonte: httpwww.clickgratis.com.br Figura 2.7 – Cobra. Condutas (SOUSA, 2010; MINOZZI; MARSON, 2010): 1. Lavar o local da picada com água e sabão. 2. Manter a vítima em decúbito dorsal, evitando que se movimente para não favorecer a absorção do veneno. 3. Se a picada estiver localizada em membro superior ou inferior, mantenha-os em posição mais elevada. Retirar anéis, pulseiras, relógios e outros adornos. 4. Não impedir a circulação com torniquete, pois isso pode causar gangrena, necrose da região afetada ou ainda óbito através de coágulos que, depois da retirada do torniquete, ganham a corrente sanguínea e podem obstruir locais onde não serão diluídos. 5. Não perfurar, não cortar, não queimar, não espremer, não fazer sucção no local do ferimento, nem aplicar folhas, pó de café ou terra para que não haja infecção. 6. Não aplicar nenhuma substância sobre o ferimento da vítima, entre elas aguardente, querosene, ou fumo, como é de costume em algumas regiões do país. 7. Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para que possa receber o soro em tempo hábil. 8. Observar a vítima; caso apresente parada cardiorrespiratória, executar a reanimação cardiopulmonar (RCP). 9. Se possível, descreva o animal agressor para que os profissionais possam localizar o antídoto correto. Caso o animal esteja morto e tenha condições, leve-o para facilitar o diagnóstico, porém faça com cuidado e se preservando para não ser mais uma vítima. Urgência e emergência em centros de estética T1 16 10. Nenhum remédio caseiro substitui o soro antiofídico e somente o local apropriado de saúde pode sanar esse problema. 11. Em qualquer caso de acidente com animal peçonhento, a vítima deve ser medicada nas primeiras horas após o acidente. Amputação Ocorre quando há separação de uma parte do corpo, denominada peça (SOUSA, 2010). Essa amputação pode ser total, quando todo o membro se separa do corpo, ou parcial, quando algumas partes do membro permanecem ligadas ao corpo. O reimplante é possível em até 6 horas após a amputação. Fonte: Ebsco. Figura 2.8 – Amputação Abaixo do Joelho. Conduta (SOUSA, 2010; MORAES, 2010; MINOZZI; MARSON, 2010): Estancar a hemorragia. • Envolver a peça em uma gaze ou compressa. • Colocara peça num saco plástico. • Colocar o saco plástico em outro com água. • Este outro com água num recipiente com gelo. • A peça deve estar resfriada, mas nunca congelada, pois a vasoconstrição impedirá o reimplante. • Caso não seja possível realizar estes procedimentos, enrolar a peça na roupa da vítima e a encaminhar o mais rápido possível ao hospital. Urgência e emergência em centros de estética T1 17 Os cuidados com a parte amputada têm como objetivo manter os tecidos em condições favoráveis para um posterior reimplante (GARCIA et al., 2005). Departamento de Atenção Básica (DAB) Acesse o site do Departamento de Atenção Básica (DAB). Você terá acesso ao Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde (caderno n° 22 – Zoonoses). No capítulo cinco você encontrará os acidentes por animais peçonhentos, desde os cuidados em primeiros socorros até o tratamento e as medidas de controle. Link para aesso: <http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/ abcad22.pdf>. Acesso em: 07 out. 2015. Sistematização da Assistência de Enfermagem Leia o artigo: Sistematização da Assistência de Enfermagem: acidente por Loxosceles gaucho. O artigo aborda o relato de experiência na sistematização da assistência de enfermagem, realizado em um hospital de ensino, com uma paciente vítima de acidente por aranha do gênero Loxosceles gaucho. Link: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S0034-71672009000600022>. Acesso em: 07 out. 2015. Escala de coma de Glasgow e qualidade de vida pós-trauma cranioencefálico Leia o artigo: Escala de coma de Glasgow e qualidade de vida pós-trauma cranioencefálico. O artigo avalia o desempenho de diferentes escores da Escala de Coma de Glasgow pós trauma perante a qualidade de vida e mudança percebida do estado de saúde após um ano do evento traumático. Link: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 21002012000300008&lang=pt>. Acesso em: 07 out. 2015. Epilepsia - diferentes fases da vida 2 Assista ao vídeo da UNIFESP. Epilepsia - diferentes fases da vida 2. A aula da Profa. Paula Fernandes (UNIFESP) aborda as questões psicossociais do portador de epilepsia. Link: <https://www.youtube.com/watch?v=u4rS4vFLzhY>. Acesso em: 07 out. 2015. ACOMPANHE NA WEB Urgência e emergência em centros de estética T1 18 Tempo: 16:07 Minha Vida Assista ao vídeo da “Minha Vida”. O vídeo traz informações importantes sobre a prevenção e tratamento da epilepsia. Epilepsia: saiba por que acontecem as crises de convulsão. Link: <https://www.youtube.com/watch?v=A44cG99X3zI>. Acesso em: 07 out. 2015. Tempo: 3:00 Instruções: Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido. Questão 1 Todos os dias milhares de pessoas passam mal ou sofrem algum tipo de acidente, portanto, é muito comum que o socorrista se depare com situações de risco iminente à vida. Contudo, antes de prestar assistência à saúde, é fundamental que seja realizada uma investigação primária da cena e da situação das vítimas. Com base em seus conhecimentos e experiências prévias, discorra sobre a importância da investigação primária. Questão 2 Em relação às condutas no atendimento de acidentes com ofídios (serpentes), o socorrista deve evitar: a) Fazer a sucção com a boca no local da ferida. b) Lavar o local da ferida com água e sabão. c) Manter o membro afetado em repouso. d) Retirar adornos do membro afetado (relógios, aliança). e) Encaminhar a vítima para o pronto atendimento. AGORA É A SUA VEZ Urgência e emergência em centros de estética T1 19 Questão 3 O diâmetro pupilar fornece informações importantes que podem apontar desde lesões do sistema nervoso até casos de envenenamento e intoxicação. A anisocoria (pupilas de diâmetros diferentes) pode estar associada a: a) Uso de álcool. b) Óbito. c) Choque elétrico. d) Traumatismo crânioencefálico. e) Dispneia. Questão 4 Uma das principais preocupações no atendimento de vítimas de amputação traumática está relacionada aos cuidados que possibilitem o reimplante do membro lesionado. Nesse sentido, quais as condutas indicadas no atendimento de um caso de amputação traumática? Questão 5 Um homem de 22 anos vítima de acidente automobilístico apresenta evidências de traumatismo cranioencefálico. Ao exame neurológico apresenta abertura ocular apenas por estímulo doloroso, resposta verbal com sons ininteligíveis e resposta motora com padrão extensor à dor (descerebração). Estabeleça sua pontuação na escala de Glasgow, interprete o resultado e aponte sua classificação de trauma cranioencefálico. Urgência e emergência em centros de estética T1 20 Urgência e emergência em centros de estética T1 21 Neste tema você aprendeu sobre as condutas iniciais no atendimento de qualquer vítima. Esses conhecimentos representam o alicerce para atuação qualificada e organizada do socorrista. Foram abordadas algumas situações que frequentemente geram demanda por assistência em saúde, contudo, é importante que você busque nas referências outros conteúdos que embasem o cuidado em situações especiais. FINALIZANDO Urgência e emergência em centros de estética T1 22 Urgência e emergência em centros de estética T1 23 BARBIERI, Renato L. S.O.S: cuidados emergenciais. 1. Edição, São Paulo: Rideel, 2002. BERGERON, J. David et al. Primeiros Socorros. 2. Edição, São Paulo: Atheneu, 2007. COLICIGNO, P. R. C. Anatomia Humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. ERHART, E. A. Elementos da anatomia humana - noções gerais. 5. ed. São Paulo: Atheneu, 1976. FIGUEIREDO, NÉBIA Maria Almeida de; VIEIRA, Álvaro Alberto de Bittencourt. Emergência: atendimento e cuidados de enfermagem. 3. Edição. São Caetano do Sul/SP: Yendis, 2009. FORNAZEIRO, C. C.; GIL, C. R. R. Novas tecnologias aplicadas ao estudo da anatomia humana. Revista Brasileira da Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 27, n. 2, maio/ago. 2003. GARCIA, Sérgio Britto, et. al. Primeiros Socorros: fundamentos e praticas na comunidade, no esporte e ecoturismo. 1. Edição, São Paulo: Atheneu, 2005. JUNG, F. T; EARLE, E. C. Anatomy and phisiology. An introduction to anatomy and physiology. 3. ed. FA Philadelphia: Davi company, 1995. KAMIMURA, Helayne Mika; PAIVA, Bianca Sakamoto Ribeiro; AYRES, Jairo Aparecido. Sistematização da Assistência de Enfermagem: acidente por Loxosceles gaucho. Rev. bras. enferm. vol.62 no.6 Brasília Nov./Dec. 2009. Disponível em: <http:// dx.doi.org/10.1590/S0034-71672009000600022>. Acesso em: 06 nov. 2015. MARTINS, Herlon. Emergências Clínicas: Abordagem Prática. 10ª Ed. Manole. 2015. MINHA VIDA. Epilepsia: saiba por que acontecem as crises de convulsão. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=A44cG99X3zI>. Acesso em: 07 out. 2015. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderno de Atenção Básica. Vigilância em Saúde: Zoonoses. Brasília - DF, 2009. MINOZZI, Miguel Ângelo; MARSON, Runer Augusto. Primeiros Socorros. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. MORAES, Márcia Vilma G. de. Atendimento pré-hospitalar: treinamento da brigada de emergência do suporte básico ao avançado. 1. Edição, São Paulo: Iátria, 2010. REFERÊNCIAS T1 24 Urgência e emergência em centros de estética SETTERVALL, Cristina Helena Costanti; SOUZA, Regina Marcia Cardoso de. Escala de coma de Glasgow e qualidade de vida pós-trauma cranioencefálico. Acta paul. enferm. vol.25 no.3 São Paulo 2012. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/ S0103-21002012000300008>. Acesso em: 06 nov. 2015. SOUSA, Lucila Meeiros Minichello de. Primeiros Socorros: Condutas Técnicas. 1. Edição, São Paulo: Iátria, 2010. SOBOTTA, Johannes et al. Atlas de Anatomia Humana. Rio de Janeiro, RJ: Guanabra - Koogan, 2006. UNIFESP. Epilepsia - diferentes fases da vida 2. Disponível em: <https://www. youtube.com/watch?v=u4rS4vFLzhY>. Acesso em: 07 out. 2015. VAN DER GRAAF, KentM. Anatomia Humana. São Paulo: Manole, 2003. GLOSSÁRIO Acuidade visual: capacidade de distinguir dois pontos muito próximos. Ação neurotóxica: ação de uma neurotoxina, substância que altera a atividade normal do sistema nervoso de tal forma que causa bloqueio neuromuscular, do qual decorrem paralisias motoras. Edema: extravasamento de líquido intercelular para o interstício (inchaço). Fratura: “quebra” de osso, rompimento de osso. Plegia: perda total de força muscular (paralisia). Tema 2 Prestação de cuidados às hemorragias e queimaduras “A hemorragia é a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sanguíneo, podendo ser hemorragia venosa, arterial ou ainda por um órgão” (SOUSA, 2010, pág. 101). Na ocorrência de uma hemorragia, o organismo inicia a liberação de algumas células com o objetivo de estancar esse sangramento. Essas células são as plaquetas, hemácias e a fibrina. Todavia este processo denominado coagulação, pode não ocorrer em alguns casos. Mecanismo de Controle de Extravasamento Sanguíneo Corporal (MINOZZI; MARSON, 2010) Na tentativa de controle da hemorragia e manutenção da homeostase, o organismo humano inicia algumas ações fisiológicas conforme abaixo: • Contração do vaso - espasmo vascular – redução do fluxo sanguíneo. • Formação de trombo plaquetário – as plaquetas (200.000 – 400.000 mm³ de sangue) aderem ao colágeno exposto do tecido injuriado. • Coagulação sanguínea – ação dos pró-coagulantes junto ao colágeno (protrombina – trombina – filamentos de fibrina). • Dissolução do coágulo e reconstituição do tecido normal. Estancamento Hemorrágico Para a contenção da hemorragia é formado um complexo conhecido como coágulo, trombo ou êmbolo. Este complexo formado a partir das células plaquetas, hemácias e fibrina, em condições patológicas, pode se deslocar e percorrer a corrente sanguínea obstruindo um vaso de menor calibre. Essa condição pode ocasionar infarto, acidente vascular, trombose ou embolia pulmonar (SOUSA, 2010). POR DENTRO DO TEMA T2 26 Urgência e emergência em centros de estética Além do processo de coagulação, o organismo realiza a vasoconstrição como forma de proteger o fluxo sanguíneo para órgãos fundamentais como o coração e o cérebro (BERGERON, 2007; MINOZZI; MARSON, 2010). É importante frisar que a avaliação de gravidade da perda sanguínea deve se basear nos sinais, sintomas e cálculo do volume dessa perda. Na presença de sinais e sintomas de choque hipovolêmico, considerar sempre como uma hemorragia grave (BERGERON, 2007). “O volume de sangue normal corresponde a 7% do peso ideal em adultos e de 8% a 9% do peso ideal para as crianças” (MINOZZI; MARSON, 2010, pág. 29). Hemorragia Externa A hemorragia externa consiste na exteriorização sanguínea pós um ferimento. Neste tipo de hemorragia o sangramento é evidente. A hemorragia externa pode ser classificada como: • Hemorragia arterial: O sangue jorra de uma artéria, frequentemente pulsando em sincronia com os batimentos cardíacos. A cor do sangue é vermelho vivo e uma grande quantidade de sangue pode ser perdida em curto espaço de tempo. • Hemorragia venosa: O sangue flui de uma veia em fluxo regular, a cor do sangue é vermelho escuro. • Hemorragia capilar: O sangue escoa de uma rede de capilares, a cor é vermelho (normalmente menos vivo que o sangue arterial), o fluxo lento, característico de pequenos arranhões e cortes superficiais na pele. (BERGERON, 2007; MORAES, 2010; MINOZZI; MARSON, 2010) Nos cuidados de emergência, as hemorragias arteriais e as das veias de grande calibre merecem prioridade sobre as hemorragias venosas de pequeno calibre e hemorragias de capilares (BERGERON, 2007). Conduta: • Compressão local. Consiste em se aplicar uma gaze estéril ou tecido limpo sobre o ferimento e exercer compressão manual do local. Mesmo que a gaze ou tecido venha a ficar saturada de sangue, não deve ser retirada, pois esse procedimento pode lesar o tecido e promover o sangramento. A melhor conduta nestes casos é aplicar uma nova compressa sobre a primeira e manter a pressão. • Elevação do membro. A elevação do membro acima do nível do coração reduz o fluxo sanguíneo para a ferida. Deve ser realizada em conjunto T2 27Urgência e emergência em centros de estética com a compressão direta, e não deve ser utilizada nos casos onde houver suspeita de fratura, lesão raquimedular ou objetos cravados no membro; • Compressão indireta de pontos determinados (compressão de pontos arteriais). Consiste na realização de pressão nos pontos arteriais próximos à lesão. Deve ser realizada apenas nos casos onde a compressão local e a elevação do membro forem insuficientes para o estancamento e controle do sangramento, e não está indicada nos casos onde houver suspeita de fratura; (SOUSA, 2010; MORAES, 2010; MINOZZI; MARSON, 2010). Hemorragia Interna A hemorragia interna ocorre geralmente em decorrência de traumas de órgãos internos. Neste tipo de hemorragia não há exteriorização sanguínea o que pode tornar o sangramento mais difícil de ser detectado. A hemorragia interna pode variar desde simples hematomas a sérios problemas que envolvem risco de morte. Pode ser séria ao ponto de levar à vítima a morte em segundos ou em outros casos, igualmente sérios, a morte pode ocorrer após minutos ou mesmo horas (BERGERON, 2007). A identificação deste tipo de hemorragia exige a pesquisa da história do acidente relacionando-o ao mecanismo do trauma, bem como a relação dos sinais e sintomas apresentados pela vítima. Sintomatologia (MORAES, 2010; SOUSA, 2010): • Pulso fraco e taquicardia; • Sudorese; • Palidez cutânea intensa; • Mucosas descoradas; • Sede; • Lipotímia e tontura; • Vômitos ou náuseas; • Inconsciência; • Hipotensão; • Ansiedade e inquietação; • Parada cardiorrespiratória (casos graves); T2 28 Urgência e emergência em centros de estética Conduta: • Acomodar a vítima em decúbito dorsal; • Se a hemorragia ocorrer na região da cabeça, esta deve ser um pouco elevada; Epistaxe Hemorragia da cavidade nasal, na qual existe um rompimento de vasos capilares. Comum em casos de exposição a altas temperaturas, traumas, cefaléias, hipertensão entre outras (SOUSA, 2010). A epistaxe pode ser classificada como anterior e posterior sendo que em 90% dos casos é anterior e frequentemente atinge crianças e adultos jovens enquanto a posterior é mais frequentemente encontrada em pessoas acima de 40 anos ou hipertensos (MORAES, 2010). Conduta (SOUSA, 2010; MINOZZI; MARSON, 2010): • Comprimir as narinas por cerca de três minutos; • Não inclinar a cabeça da vítima para trás a fim de evitar que o sangue seja ingerido ou aspirado; • A vítima deve ser mantida sentada com a cabeça levemente inclinada para frente; • A aplicação de compressas frias sobre a face pode auxiliar no controle do sangramento; Crânio As hemorragias aqui são altamente delicadas e geralmente graves, não se deve comprimir o local, uma vez que, é importante que esse sangue possa fluir de modo a evitar a compressão do cérebro e futuras lesões do sistema nervoso (SOUSA, 2010; MINOZZI; MARSON, 2010). Conduta: Em lesões superficiais pode-se aplicar compressão local, contudo, se a lesão for profunda ou penetrante, deve-se deixar o sangue fluir sem comprimir o local, evitando assim que coágulos se acumulem no interior do crânio; Em caso se exposição de massa cefálica, não se deve tentar colocar o conteúdo cerebral novamente no crânio, isso pode originar graves infecções; T2 29Urgência e emergência em centros de estética Pulmonar A hemorragia pulmonar é denominada hemotórax. Nesse tipo de hemorragia a compressão deve ser aplicada com cautela de modo a não prejudicar a expansibilidade pulmonar, fraturar ou deslocar costelas já fraturadas. Sintomatologia: • Ausência de murmúrio vesicular (som pulmonar normal); • Dispnéia progressiva; • Vasoconstrição periférica; • Sinais de hipovolemia: palidez cutânea, hipotensão arterial e taquicardia; • Convergênciada pressão arterial (pressão diastólica e sistólica muito próximas); • Alteração no nível de consciência (MORAES, 2010); As hemorragias são uma importante causa de morte em nosso país. Os quadros hemorrágicos muitas vezes ocorrem em decorrência de acidentes de trânsito, violência ou mesmo descompensação e agravamento de doenças clínicas. É importante que saibamos diferenciar seus tipos e que possamos agir de modo seguro e ágil, uma vez que, em se tratando de hemorragias, tempo é vida! “Queimadura é toda lesão ocasionada no organismo humano pela ação curta ou prolongada de temperaturas extremas sobre o corpo humano” (SOUSA, 2010, p. 111). Principais Causas de Queimaduras Térmicas: por calor (fogo, líquidos ferventes, vapores quentes, objetos sólidos superaquecidos ou incandescentes) e por frio (objetos congelados, gelo). Químicas: inclui vários cáusticos, como substâncias ácidas e álcalis (soda cáustica, fenol e outras substâncias reagentes, como misturas de produtos químicos cujas fórmulas são desconhecidas pelos manipuladores); • Elétricas: materiais energizados e descargas atmosféricas. • Substâncias radioativas: materiais radioativos (exemplo: césio – 137); • Luz intensa: atinge principalmente os olhos (radiações infravermelhas e ultravioletas naturais do sol ou de equipamentos); • Agentes biológicos: seres vivos como, por exemplo, taturanas, águas-vivas, urtigas. T2 30 Urgência e emergência em centros de estética Fonte: BERGERON, 2007; MORAES, 2010; MINOZZI; MARSON, 2010, SOUSA, 2010. Classificação das Queimaduras São classificadas principalmente quanto à profundidade e extensão das áreas morfológicas acometidas. Em relação à profundidade, são caracterizadas em graus: Queimadura de 1° Grau Lesão da camada superficial da pele (epiderme). Apresenta-se como uma hiperemia, provocando dor, ardor e ressecamento da pele, não apresenta bolhas. A cicatrização em geral ocorre de dois a sete dias com a descamação da pele. Exemplo: queimadura por raios solares. Conduta: Resfriar o local com água (temperatura de 35,5 a 36°C) (SOUSA, 2010). Queimadura de 2° Grau Queimaduras que atingem camadas mais profundas da pele (epiderme e parte da derme), geralmente com surgimento de bolhas e desprendimento das camadas da pele, com presença de dor e ardência local. A cicatrização em geral ocorre em 10 a 14 dias, em condições normais (sem infecção). Esse tipo de lesão é mais grave e pode gerar desidratação pela perda de água, bem como deixar o organismo suscetível a infecções, uma vez que o dano a pele favorece a entrada de agentes infecciosos. Conduta: Aplicação de compressas umedecidas com água tépida no local e providenciar assistência médica imediatamente (SOUSA, 2010). Queimadura de 3° Grau As lesões atingem todas as camadas da pele, tecido subcutâneo, músculos profundos, vasos e nervos, e pode chegar à necrose do tecido ósseo. Nesse grau de queimadura a vítima sente pouca ou nenhuma dor, pois as T2 31Urgência e emergência em centros de estética terminações nervosas sensitivas que se encontram abaixo da epiderme foram destruídas (MINOZZI; MARSON, 2010; MORAES, 2010; SOUSA, 2010). A queimadura de 3° grau é o tipo mais grave de queimadura e representa grande risco para a vítima, sobretudo se atingir grande extensão do corpo. A pele em geral se apresenta seca, dura, escurecida ou esbranquiçada, ladeada por áreas de eritema. A cicatrização em geral ocorre pelo crescimento epitelial a partir das bordas da ferida ou através do autoenxerto (MINOZZI; MARSON, 2010; MORAES, 2010; SOUSA, 2010). Condutas: • Manter a vítima em decúbito dorsal; • Lavar bem as mãos antes de tratar das queimaduras, para que não haja infecções; • Cortar todas as roupas que estão perto da região queimada, caso não estejam aderidas; • Resfriar a região afetada com água tépida; • Não deslocar ou retirar a roupa aderida ao corpo, para não aumentar as ulcerações. Cobrir as úlceras com gaze ou pano limpo, sem apertar, umedecendo continuamente. Não utilizar outro tipo de material, pois pode aderir e piorar ainda mais o estado da vítima; • Nunca furar as bolhas nem tocar nas partes queimadas. Isso pode causar infecção e piora do estado da vítima; • Não aplicar nenhuma substância sobre a queimadura, que não seja hidratante (água ou soro fisiológico) (SOUSA, 2010). Classificação em Relação à Área Atingida Para a classificação em relação à extensão da queimadura, utilizamos a ferramenta da porcentagem através da regra dos nove. Esta regra permite estimar a superfície corporal total queimada, dividindo o corpo humano em 12 regiões – 11 delas equivalem a 9% cada uma, e a última, a região genital equivale a 1% (MINOZZI; MARSON, 2010). Note que no cálculo da estimativa da extensão da queimadura alcançamos como máximo 101%, isto ocorre por se tratar de uma estimativa. Existem referências que não atribuem porcentagem específica a área do pescoço (no adulto) incluindo essa área junto aos 9% da cabeça. Outras referências também não atribuem porcentagem específica a área genital da criança, incluindo essa área nos 18% do tórax e abdome (parte anterior), totalizando assim os 100%. Por T2 32 Urgência e emergência em centros de estética considerar essas áreas como essenciais na avaliação da vítima queimada, vamos considerá-las individualmente como 1% de área, trabalhando com uma estimativa máxima de área queimada de 101%. Regra da Palma da Mão Moraes (2010), Bergeron (2007) e Garcia et al. (2005) concernem à técnica que consiste em avaliar a extensão da queimadura medindo a área queimada com a palma da mão. Geralmente a palma da mão de um indivíduo representa 1% da superfície corporal, portanto, a técnica consiste em se estimar a área queimada calculando-se o “número de palmas”. Queimaduras Térmicas São as queimaduras ocasionadas pelo calor ou frio. Condutas: Caso apresente chamas nas vestimentas, procurar abafar o fogo com um tecido, toalha ou capa a partir do pescoço em direção aos pés, em seguida retirá- las quando não estiverem aderidas à pele. Não jogar água ou utilizar extintor para apagar as chamas, essa atitude pode provocar mais lesões; • Colocar a vítima em decúbito dorsal, economizando energia para que se recomponha mais rapidamente; • Colocar compressa com água tépida ou soro fisiológico sobre as superfícies atingidas. Não aplicar gelo, pois ele pode lesar ainda mais a área queimada; • Retirar das extremidades anéis, pulseiras, relógios ou jóias antes que o membro edemacie; Fonte: Extensão da queimadura no adulto (SOUSA, 2010) e extensão da queimadura na criança (BERGERON, 2007). Tabela 1 - Extensão da Queimadura Superfície Corporal Região Localização % em adultos % em crianças Cabeça Região cefálica 9 18 Pescoço Sustentação da cabeça 1 - Membro superior esquerdo Braço + antebraço 9 9 Membro superior direito Braço + antebraço 9 9 Tórax e abdome Parte anterior 18 18 Tórax e região lombar Parte posterior 18 18 Genitália Púbis 1 1 Membro inferior esquerdo Coxa + perna 18 14 Membro inferior direito Coxa + perna 18 14 T2 33Urgência e emergência em centros de estética • Caso a queimadura comprometa a face ou se houver possibilidade de que a vítima tenha inalado fumaça ou gases, dar especial atenção às vias aéreas e à respiração; • Se houver queimadura nos olhos, devem ser cobertos com gaze umedecida em água ou soro fisiológico; • No caso de queimaduras em mãos e pés, separar os dedos com pequenos rolos de gaze umedecida antes de cobri-los para que não haja aderência dos dedos; • Nunca romper bolhas, pois elas protegem a pele; • Nunca dar qualquer tipo de líquido a vitima (ex. bebida alcoólica), isso pode interferir no processo natural de homeostase (equilíbrio do organismo). • Cobrir a vítima para evitar hipotermia; vítimas com queimaduras em mais de 30% do corpo tendem a apresentar hipotermia (MINOZZI; MARSON, 2010; MORAES, 2010; SOUSA, 2010); Queimaduras por Agentes Químicos Condutas: • Antes dos cuidados aos ferimentosé necessário remover a substância impregnada nas roupas e no corpo da vítima. Para isso é necessário lavar o local queimado com água em abundância (20 minutos) e retirar as roupas da vítima. • É importante que o líquido utilizado para lavar o local (água ou soro fisiológico) não entre em contato com áreas que não foram atingidas pelo produto químico, por exemplo, se a queimadura foi no rosto apenas esse local deve ser irrigado, a vítima não deve ser colocada no chuveiro, pois a água irá espalhar a substância por todo o corpo da vítima. • É essencial que o socorrista se proteja no momento do atendimento e utilize os equipamentos de proteção individual (luvas, óculos e vestimentas adequadas) para que não se exponha ao mesmo agente químico. • O produto químico deve ser verificado, pois alguns produtos necessitam de antagonistas específicos, a fim de neutralizar a reação química que gerou a queimadura. Existem ainda algumas substâncias que podem reagir inclusive com a água, portanto, não se devem aplicar compressas ou gazes úmidas no local, esta atitude pode piorar a queimadura favorecendo uma reação química que produza calor (ex. o ácido sulfúrico) (MINOZZI; MARSON, 2010; MORAES, 2010; SOUSA, 2010). T2 34 Urgência e emergência em centros de estética Queimaduras por Eletricidade Tais queimaduras em geral são de 3° grau, podendo inclusive levar a carbonização da área afetada. Esse tipo de queimadura pode gerar ainda a parada cardíaca, danos ao sistema nervoso central, traumas a órgãos internos e até mesmo fraturas (BERGERON, 2007; MINOZZI; MARSON, 2010). Condutas: • Observar riscos iminentes: verificar se a energia foi cortada e escoada antes de abordar a vítima. No caso de acidentes próximos à rede elétrica de alta tensão, ficar distante do local pelo menos 20 metros, só se aproximar após autorização de funcionários da companhia elétrica; • Se houver fios chicoteando, tentar estabilizá-lo utilizando algum material isolante, como por exemplo: madeira; • Desligar a tomada ou chave geral da corrente elétrica; • Considere fios caídos sempre como energizados; • Realizar a análise primária da vítima, observando atentamente a qualidade e frequência do pulso (arritmias podem estar presentes neste caso); • Tratar as queimaduras. Verificar, ao menos, dois possíveis locais de lesão, um onde a vítima entrou em contato com a fonte de energia (a mão é o mais comum) e outro o local onde a energia deixou o corpo (mais frequentemente um pé); • Considerar a vítima de choque elétrico sempre como uma vítima de trauma grave, ainda que não haja sinais externos que o indiquem; • Acionar o resgate e providenciar a remoção para avaliação médica (MINOZZI; MARSON, 2010; FIGUEIREDO; VIERA, 2009); Queimaduras nos Olhos Podem ocorrer principalmente pelo contato com substâncias como ácidos, álcalis, água quente, vapor, cinzas quentes, pó explosivo e chama elétrica (FIGUEIREDO; VIEIRA, 2009). Condutas: • Lavar os olhos com bastante água ou soro fisiológico, por 20 minutos; • Durante a lavagem do olho, manter sempre o olho atingido virado para baixo a fim de evitar que o líquido de irrigação atinja o outro olho, o que pode transmitir o agente lesivo; T2 35Urgência e emergência em centros de estética • Ocluir os olhos com gaze ou pano úmido; • Levar a vítima imediatamente para assistência especializada (FIGUEIREDO; VIEIRA, 2009; SOUSA, 2010); Além da avaliação da extensão e tipo de queimadura, o socorrista deve se atentar ainda para outros fatores que interferem na gravidade de uma queimadura, tais como: localização da queimadura (exemplo: queimaduras em face podem obstruir as vias áreas superiores), complicações associadas (exemplo: fraturas), idade (exemplo: o idoso apresenta maior dificuldade em se recuperar das queimaduras) e enfermidades anteriores (exemplo: a diabetes, pode interferir na recuperação das queimaduras) (MINOZZI; MARSON, 2010). Atualmente 50% dos queimados com mais de 80% da superfície corporal atingida sobrevivem, principalmente adolescentes e adultos jovens. De cada 100 queimados três morrem em decorrência das complicações das queimaduras (MORAES, 2010). A sobrevida desse tipo de vítima está muito associada à assistência prestada nos primeiros momentos após a queimadura, fato esse que corrobora a necessidade de aprofundamento no estudo do tema, principalmente no que se refere aos cuidados imediatos de uma queimadura. ACOMPANHE NA WEB O novo modelo da cascata de coagulação baseado nas superfícies celulares e suas implicações Leia o artigo: O novo modelo da cascata de coagulação baseado nas superfícies celulares e suas implicações. O artigo analisa o papel das células no processo hemostático e procura construir um modelo de coagulação que melhor explique as hemorragias e tromboses in vivo. Link para aesso: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S1516-84842010000500016>. Acesso em: 1 dez. 2015. As bases moleculares da hemofilia A Leia o artigo: As bases moleculares da hemofilia A. O artigo revisa as bases moleculares da hemofilia A, os métodos laboratoriais utilizados para a caracterização das mutações e as implicações clínicas envolvidas no diagnóstico molecular da T2 36 Urgência e emergência em centros de estética hemofilia A. Link para aesso: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S0104-42302009000200029>. Acesso em: 1 dez. 2015. Ressuscitação hemostática no choque hemorrágico traumático: relato de caso Leia o artigo: Ressuscitação hemostática no choque hemorrágico traumático: relato de caso. O artigo relata um caso em que a estratégia damage control (RDC) com ressuscitação hemostática foi usada com sucesso em paciente politraumatizada com choque hemorrágico grave. Link para aesso: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034- 70942013000100008&lang=pt>. Acesso em: 1 dez. 2015. Complicações da terapia anticoagulante com warfarina em pacientes com doença vascular periférica: estudo coorte prospectivo Leia o artigo: Complicações da terapia anticoagulante com warfarina em pacientes com doença vascular periférica: estudo coorte prospectivo. O artigo estuda a freqüência de complicações em pacientes tratados com warfarina, acompanhados no Ambulatório de Anticoagulação da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista. Link para aesso: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677- 54492006000300007&lang=pt>. Acesso em: 1 dez. 2015. Hemofilia: entenda a doença que compromete a coagulação do sangue Assista ao vídeo de “Minha Vida”. Hemofilia: entenda a doença que compromete a coagulação do sangue. O vídeo aborda a hemofilia e o seu impacto na coagulação sanguínea. Link para aesso: <https://www.youtube.com/watch?v=Kaa5f8K6SuM>. Acesso em: 1 dez. 2015. Tempo: 2:47 Como funciona a coagulação do sangue? Assista ao vídeo do Instituto Abathon. Como funciona a coagulação do sangue? O vídeo traz a entrevista a Dra. Erica Okasaki (hematologista) que aborda a coagulação sanguínea. Link para aesso: <https://www.youtube.com/watch?v=ehbOdF3nD7g>. Acesso em: 1 dez. 2015. Tempo: 1:12 T2 37Urgência e emergência em centros de estética Cascata da coagulação Assista ao vídeo do Canal Hemofilia do Brasil. Cascata da coagulação. O vídeo aborda o processo da cascata de coagulação. Link para aesso: <https://www.youtube.com/watch?v=PRkoJc-YehE>. Acesso em: 1 dez. 2015. Tempo: 2:50 Queimaduras oculares químicas: epidemiologia e terapêutica Leia o artigo: Queimaduras oculares químicas: epidemiologia e terapêutica. O artigo avalia dados acerca da epidemiologia e tratamento inicial aplicado a pacientes vítimas de queimaduras oculares químicas. Link para aesso: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004- 27492000000500008&lang=p>. Acesso em: 1 dez. 2015. Prevenção de queimaduras: percepção de pacientes e de seus familiares Leia o artigo: Prevenção de queimaduras: percepção de pacientes e de seus familiares.O artigo investiga meios de prevenção de queimaduras identificados por pacientes vítimas de queimaduras e por seus familiares. Link para aesso: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 11692003000100006&lang=pt>. Acesso em: 1 dez. 2015. Planejamento da assistência a pacientes vítimas de queimaduras: relação entre os problemas registrados e cuidados prescritos Leia o artigo: Planejamento da assistência a pacientes vítimas de queimaduras: relação entre os problemas registrados e cuidados prescritos. O artigo procura identificar os diagnósticos de enfermagem de pacientes adultos, admitidos em uma Unidade de Queimados, e analisar se haveria relação entre os diagnósticos identificados e os cuidados prescritos pelos enfermeiros. Link para aesso: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080- 62342005000300004&lang=pt>. Acesso em: 1 dez. 2015. Participação da equipe de enfermagem na assistência à dor do paciente queimado Leia o artigo: Participação da equipe de enfermagem na assistência à dor do paciente queimado. O artigo procura refletir sobre a participação da equipe de enfermagem na assistência à dor do paciente queimado. Link para aesso: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806- 00132011000400011&lang=pt>. Acesso em: 1 dez. 2015. T2 38 Urgência e emergência em centros de estética Médico fala sobre queimaduras Assista ao vídeo do “Fala Espírito Santo”. Médico fala sobre queimaduras. Entrevista com o Dr. Ariosto Santos (cirurgião plástico) sobre prevenção de queimaduras. Link para aesso: <https://www.youtube.com/watch?v=dJ1NfVugc6Y>. Acesso em: 1 dez. 2015. Tempo: 5:32 Instruções: Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido. Questão 1 Imagine que você se deparou com uma vítima que sofreu uma amputação traumática na qual existe sangramento ativo, em jatos e de cor vermelho vivo. Com base em suas experiências e conhecimentos prévios, como você assistiria essa vítima? Que condutas tomaria frente à necessidade do controle dessa hemorragia? Questão 2 Uma prática muito usual há alguns anos, mas que hoje encontra - se reprovada enquanto conduta de atendimento a hemorragias, diz respeito a: a) Aplicação de torniquete. b) Compressão local com pano seco e limpo. c) Elevação do membro quando possível. d) Compressão de pontos arteriais. e) Todas as anteriores são corretas. Questão 3 A vítima que apresenta hiperemia generalizada, ardor e ressecamento na pele após longo período de exposição ao sol, apresenta uma queimadura classificada como: AGORA É A SUA VEZ T2 39Urgência e emergência em centros de estética a) De 3° grau. b) De 2° grau. c) De 1° grau. d) Profunda. e) Superficial. Questão 4 Existem diferentes formas de se classificar uma queimadura. Uma das formas é pelo agente causador. Nesse sentido, quais as principais causas de queimaduras? Questão 5 Quais o sinais e sintomas indicativos de uma hemorragia interna? T2 40 Urgência e emergência em centros de estética T2 41Urgência e emergência em centros de estética Nesta aula você aprendeu as especificidades dos principais tipos de hemorragias, bem como os cuidados específicos para o atendimento de cada uma destas hemorragias. Aprendeu ainda como funciona o mecanismo de controle de extravasamento sanguíneo corporal e as medidas de compensação de perdas sanguíneas. É imprescindível que o enfermeiro detenha esses conhecimentos a fim de prestar uma assistência de qualidade e em um curto espaço de tempo, uma vez que, em se tratando de hemorragias o tempo decorrente entre o atendimento e o estancamento do sangramento farão a diferença entre vida e morte para a vítima. Nesta aula você também aprendeu sobre os principais tipos e classificações de queimaduras, bem como os diferentes cuidados prestados. Esses conhecimentos são imprescindíveis para que se possa prestar uma assistência de qualidade, com o mínimo de risco para você e para a vítima, além de proporcionar o melhor prognóstico possível com o menor número de complicações. FINALIZANDO T2 42 Urgência e emergência em centros de estética T2 43Urgência e emergência em centros de estética BERGERON, J. David. et al. Primeiros socorros. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. CANAL Hemofilia do Brasil. Cascata da coagulação. Vídeo. Disponível em: <https:// www.youtube.com/watch?v=PRkoJc-YehE>. Acesso em: 1 dez. 2015. O vídeo aborda o processo da cascata de coagulação. (2 min 50 s). FALA Espírito Santo. Médico fala sobre queimaduras. Vídeo. Disponível em: <https:// www.youtube.com/watch?v=dJ1NfVugc6Y>. Acesso em: 1 dez. 2015. Entrevista com o Dr. Ariosto Santos (cirurgião plástico) sobre prevenção de queimaduras. (5 min 32 s). FERREIRA, Cláudia Natália et al. O novo modelo da cascata de coagulação baseado nas superfícies celulares e suas implicações. Revista Brasileira de Hematologia Hemoter, v. 32, n. 5, p. 416-421, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ rbhh/v32n5/aop101010.pdf>. Acesso em: 1 dez. 2015. O artigo analisa o papel das células no processo hemostático e procura construir um modelo de coagulação que melhor explique as hemorragias e tromboses in vivo. FIGUEIREDO, Nébia Maria Almeida de; VIEIRA, Álvaro Alberto de Bittencourt. Emergência: atendimento e cuidados de enfermagem. 3. ed. São Caetano do Sul: Yendis, 2009. GARCIA, Sérgio Britto et al. Primeiros socorros: fundamentos e práticas na comunidade, no esporte e ecoturismo. São Paulo: Atheneu, 2005. INSTITUTO Abathon. Como funciona a coagulação do sangue? Vídeo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ehbOdF3nD7g>. Acesso em: 1 dez. 2015. O vídeo traz a entrevista a Dra. Erica Okasaki (hematologista) que aborda a coagulação sanguínea. (1 min 12 s). MENEGHETTI, Roberta Aparecida Silva et al. Planejamento da assistência a pacientes vítimas de queimaduras: relação entre os problemas registrados e cuidados prescritos. Rev. Esc. Enferm. USP, v. 39, n. 3, p. 268-279, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080- 62342005000300004&lang=pt>. Acesso em: 1 dez. 2015. O artigo procura identificar os diagnósticos de enfermagem de pacientes adultos, admitidos em uma Unidade de Queimados, e analisar se haveria relação entre os diagnósticos identificados e os cuidados prescritos pelos enfermeiros. MINHA Vida. Hemofilia: entenda a doença que compromete a coagulação do sangue. Vídeo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Kaa5f8K6SuM>. REFERÊNCIAS T2 44 Urgência e emergência em centros de estética Acesso em: 14 out. 2015. O vídeo aborda a hemofilia e o seu impacto na coagulação sanguínea. (2 min 47 s). MINOZZI, Miguel Ângelo; MARSON, Runer Augusto. Primeiros socorros. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. MORAES, Márcia Vilma G. de. Atendimento pré-hospitalar: treinamento da brigada de emergência do suporte básico ao avançado. São Paulo: Iátria, 2010. NETO, José Osvaldo B. et al. Ressuscitação hemostática no choque hemorrágico traumático: relato de caso. Revista Brasileira de Anestesiologia, v. 63, n. 1, p. 103- 106, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rba/v63n1/v63n1a08.pdf>. Acesso em: 1 dez. 2015. O artigo relatar um caso em que a estratégia damage control (RDC) com ressuscitação hemostática foi usada com sucesso em paciente politraumatizada com choque hemorrágico grave. NOIA, Luciana da Cruz; ARAUJO, Ana Helena Garcia de; MORAES, Nilva S. Bueno de. Queimaduras oculares químicas: epidemiologia e terapêutica. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, v. 63, n. 5, p. 369-373, 2000. Disponível em: <http://www.scielo. br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27492000000500008&lang=pt>. Acesso em: 1 dez. 2015. O artigo avalia dados acerca da epidemiologia e tratamento inicial aplicado a pacientes vítimas de queimaduras oculares químicas. PIO, S. F.;OLIVEIRA, G. C.; REZENDE, S. M. As bases moleculares da hemofilia A. Rev. Assoc. Med. Bras., v. 55, n. 2, p. 213-219, 2009. Disponível em: <http:// www.scielo.br/pdf/ramb/v55n2/29.pdf>. Acesso em: 1 dez. 2015. O artigo revisa as bases moleculares da hemofilia A, os métodos laboratoriais utilizados para a caracterização das mutações e as implicações clínicas envolvidas no diagnóstico molecular da hemofilia A. ROSSI, Lídia Aparecida et al. Prevenção de queimaduras: percepção de pacientes e de seus familiares. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v. 11, n. 1, p. 36-42, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 11692003000100006&lang=pt>. Acesso em: 1 dez. 2015. O artigo investiga meios de prevenção de queimaduras identificados por pacientes vítimas de queimaduras e por seus familiares. SANTOS, Fernada Cardoso et al. Complicações da terapia anticoagulante com warfarina em pacientes com doença vascular periférica: estudo coorte prospectivo. J. Vasc. Bras., v. 5, n. 3, p. 194-202, 2006. Disponível em: <http://www.scielo. br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-54492006000300007&lang=pt>. Acesso em: 1 dez. 2015. O artigo estuda a frequência de complicações em pacientes tratados com warfarina, acompanhados no Ambulatório de Anticoagulação da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista. T2 45Urgência e emergência em centros de estética SILVA, Bruna Azevedo da; RIBEIRO, Flávia Alves. Participação da equipe de enfermagem na assistência à dor do paciente queimado. Rev. dor, v. 12, n. 4, p. 342-348, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1806-00132011000400011&lang=pt>. Acesso em: 1 dez. 2015. O artigo procura refletir sobre a participação da equipe de enfermagem na assistência à dor do paciente queimado. SOUSA, Lucila Meeiros Minichello de. Primeiros socorros: condutas técnicas. São Paulo: Iátria, 2010. Sudorese: suor intenso com perda de água e eletrólitos. Vasoconstrição: diminuição do calibre de um vaso sanguíneo. Taquicardia: aumento da frequência cardíaca, normalmente acima de 100 batimentos por minuto. Hematoma: coleção sanguínea devido ao rompimento de vasos sanguíneos, formando uma tumefação bem definida. Palidez: estado de pálido; falta de coloração da pele. Necrose: processo de degeneração que leva à destruição de uma célula ou de um determinado tecido, geralmente pela falta de nutrientes carregados pelo sangue. Lipotímia: perda brusca de consciência; síncope, desmaio. Hiperemia: vermelhidão da pele, igual a eritema. Ocluir: o mesmo que fechar. Agente infeccioso: microrganismo (vírus, bactéria, protozoário, fungo, helminto) capaz de produzir infecção ou doença infecciosa. Autoenxerto: é a retirada de um pedaço de pele de uma área corpórea (área doadora) do indivíduo, e transferida à outra área (área receptora) do mesmo indivíduo, restabelecendo assim um novo suprimento sanguíneo. GLOSSÁRIO Tema 3 Fraturas e tipos de choque Fratura é uma lesão na qual ocorre a quebra ou ruptura de um osso e perda de sua continuidade. Existem dois tipos de fratura: fechada (simples ou interna) e aberta (ou exposta) (MINOZZI; MARSON, 2010; SOUSA, 2010). Sinais e Sintomas: • Dificuldade ou incapacidade de movimento (impotência funcional). • Algia. • Sensibilidade. • Edema (inchaço) e alteração da coloração na área atingida, causados pelo líquido entre os tecidos e pela hemorragia. • Posição anormal do membro, deformidade ou angulação. • Som crepitante, por atrito dos fragmentos ósseos. • Se a fratura for exposta, fragmentos do osso podem ser visíveis na superfície rompida da pele. • Secção de tecido provocada pelo osso. • Hemorragia. Pode ser abundante ou não, dependendo da secção da artéria. • Hematoma. Somente em fraturas fechadas. • Espasmos musculares. Comuns em ossos longos – o músculo da região afetada vibra intensamente por algum tempo até relaxar e se contrair bruscamente (MINOZZI; MARSON, 2010; MORAES, 2010; SOUSA, 2010); Fraturas Fechadas São fraturas nas quais não existe ruptura dos tecidos moles superficiais, e o osso fraturado não é visualizado na superfície da pele. Ocorre apenas o desnivelamento, POR DENTRO DO TEMA T3 48 Urgência e emergência em centros de estética movimento anormal ósseo e dor local (SOUSA, 2010). A imobilização da fratura pelo socorrista deve ser de caráter provisório, com o objetivo de prevenir e minimizar lesões futuras de músculos, nervos e vasos sanguíneos; rompimento da pele e conversão de uma fratura fechada em aberta; diminuição do fluxo sanguíneo (perfusão), sangramentos excessivos (pela instabilidade das extremidades ósseas) e paralisia das extremidades (como resultado de lesão medular). Além disso, a imobilização proporciona grande alívio da dor (MINOZZI; MARSON, 2010). Condutas: • Priorizar o atendimento às lesões que ameacem a vida da vítima. • Movimentar o mínimo possível a vítima e imobilizar as fraturas antes de movimentá-la, exceto nos casos de iminente risco de morte para a vítima ou socorrista. • Tranquilizar a vítima. • Expor o local e remover adornos (relógios, pulseiras, anéis etc.). • Avaliar o pulso distal, perfusão capilar, cor, temperatura, sensibilidade, mobilidade e motricidade da extremidade afetada. • Imobilizar o membro com talas ou apoios adequados, como tábua fina. Não perder tempo com imobilizações muito elaboradas. • Amarrar as talas de apoio com ataduras ou tiras de tecido. As talas devem estar dispostas de modo que prendam as duas laterais, preservando a área afetada. Fonte: <http://spallafisioterapia.com.br/>. Acesso em: 20 out. 2015. Figura 4.1 Fratura fechada de tíbia e fíbula. T3 49Urgência e emergência em centros de estética • Imobilizar o membro com o mínimo de movimentação possível e na posição mais próxima da anatômica. • A imobilização deve impedir a movimentação de uma articulação acima e uma abaixo do local da fratura e, no caso de lesões em articulações, deve- se imobilizar um osso acima e um abaixo da articulação lesionada. • Refazer o exame da extremidade após imobilização. Caso existam alterações vasculares ou neurológicas, refazer a imobilização. • Na dúvida sobre a existência ou não de uma fratura, sempre imobilizar. • Remover a vítima para o hospital. • Nunca tentar alinhar o osso fraturado, pois isso pode fazer que fragmentos ósseos ganhem a circulação causando embolia, infartos etc. O osso deve ser imobilizado na posição encontrada, particularmente em casos em que houver suspeita de lesões próximas às articulações. • Nunca moldar a tala sobre o membro fraturado da vítima (FIGUEIREDO; VIEIRA, 2009; GARCIA et al., 2005; MINOZZI; MARSON, 2010; MORAES, 2010; SOUSA, 2010). Fraturas Abertas Nas fraturas abertas existe ruptura de tendões, músculo e pele, em que o osso fraturado aparece na superfície corporal (SOUSA, 2010). Uma das maiores preocupações com as fraturas abertas é o risco de osteomielite (infecção óssea). A fixação precoce e a imobilização correta são importantes armas na prevenção dessa complicação (MORAES, 2010). Fonte: <http://ebsco.smartimagebase.com/getimage.php?K=f1c4c7efbb10889c8cfd2946ba6ef33f9b781338>. Acesso em: 20 out. 2015. Figura 4.2 Fratura aberta de tíbia. T3 50 Urgência e emergência em centros de estética Condutas: Nas fraturas expostas, além das condutas já citadas para as fraturas fechadas, deve-se ainda: • Ocluir o ferimento com um curativo protetor. Deste modo, diminui-se o risco de infecções e ressecamento do tecido ósseo. • Nunca tentar reintroduzir um osso exposto. • Em caso de hemorragia abundante por lesão vascular: • Tentar conter a hemorragia. • Imobilizar o membro fraturado. • Providenciar a remoção imediata da vítima ao hospital (FIGUEIREDO; VIEIRA, 2009; GARCIA et al., 2005; MINOZZI; MARSON, 2010; MORAES, 2010; SOUSA, 2010). Síndrome de Compartimento A complicação mais grave de um traumatismo de membros é a síndrome de compartimento, pois as principaiscausas do aumento da pressão no compartimento são: o edema muscular e a hemorragia decorrente da fratura (BARBIERI, 2002; MORAES, 2010). Um compartimento é delimitado pelo osso e a fáscia que nele se insere. Por ser inelástico, o aumento da pressão no interior do compartimento leva a um sofrimento vascular da extremidade, dos nervos e da musculatura, além da liberação de histamina, que, por sua vez, piora o edema dessa região. Os sinais e sintomas são dor (principal sintoma), diminuição da perfusão, parestesia, diminuição do pulso e anestesia do membro. Seu tratamento é sempre cirúrgico, com abertura da fáscia (fasciotomia) (BARBIERI, 2002; MORAES, 2010). Classificação em Relação à Direção da Linha da Fratura: • Longitudinal: linha de fratura que corre paralelamente ao eixo do osso. • Transversal: linha de fratura que cruza o osso em ângulo reto ao seu eixo. • Oblíqua: linha de fratura que quebra o osso em ângulo inclinado ao eixo do osso. • Espiral: linha de fratura que corre através do osso em forma de mola (BARBIERI, 2002, p. 183). Classificação em Relação à Posição do Fragmento Ósseo: T3 51Urgência e emergência em centros de estética • Cominutiva: três ou mais fragmentos. • Engrenada (de impacto): um fragmento forçado dentro ou sobre outro fragmento ósseo. • Angulada: os fragmentos são desviados de seu alinhamento normal, ficando dispostos em posição angular. • Deslocada: relacionamento anatômico ósseo rompido, causando deformidade. • Sobreposta: fragmentos sobrepostos, encurtando o tamanho longitudinal do osso. • Extraída: fragmentos puxados de suas posições normais por contrações musculares forçadas ou resistência de ligamentos (BARBIERI, 2002, p. 184). Fratura de Crânio As fraturas cranianas são condições extremamente graves principalmente pelo seu alto potencial em causar danos cerebrais. Muitos traumas cranianos são óbvios, contudo, considere também a possibilidade de lesão sempre que o mecanismo do trauma sugerir ou quando forem identificados os sinais e sintomas indicados a seguir (BARBIERI, 2002). Fonte: <http://ebsco.smartimagebase.com/getimage.php?K=93adad8ac4a9048cb868a66272937b423e0ea258>. Acesso em: 20 out. 2015. Figura 4.3 Fratura de crânio. Sintomatologia: • Inconsciência. • Cortes, lacerações, ferimentos penetrantes. • Tecidos cerebrais expostos. T3 52 Urgência e emergência em centros de estética • Edema local e/ou palpebral. • Saliência ou fragmentos ósseos palpáveis. • Anisocoria. • Otorragia. • Epistaxe. • Estomatorragia. • Fluido claro ou sanguinolento saindo das orelhas e nariz (líquido cerebroespinhal). • Fraqueza ou formigamento em um lado do corpo. • Dores. • Alteração de sinais vitais. • Parada respiratória (BARBIERI, 2002; SOUSA, 2010). Condutas: • Manter a vítima em repouso. • Se houver sangramento em couro cabeludo, realizar curativo oclusivo e não comprimir o local. • Imobilizar a cabeça da vítima com um travesseiro ou almofada. • Em caso de parada respiratória, iniciar respiração artificial. • Encaminhar a vítima ao hospital (SOUSA, 2010). Fratura de Coluna Vertebral “Lesões na coluna vertebral são consideradas importantes, pois essa região desencadeia vários fatores comprometedores, haja vista que, caso tenha uma suspeita, a imobilização deve ocorrer de forma rápida, preservando não somente a vida, mas a qualidade dela” (SOUSA, 2010, p. 124). O socorrista deve sempre suspeitar de lesões na coluna vertebral nos casos em que houver relato de trauma na coluna, dor local acentuada e parestesia de membros. T3 53Urgência e emergência em centros de estética Fonte: <http://ebsco.smartimagebase.com/getimage.php?K=08a211d5252fc0e57fd1d75a1b0b319b5454b16f>. Acesso em: 20 out. 2015. Figura 4.4 Fratura de vértebra cervical (C4/C5). Condutas: • Caso haja suspeita de trauma cervical, não tocar na vítima, a menos que detenha os conhecimentos sobre imobilização para trauma cervical. • Se a vítima estiver deitada, sua imobilização deverá ser realizada em prancha com movimento em bloco. • Observar a respiração da vítima e, em caso de parada respiratória, iniciar a reanimação cardiopulmonar (RCP), conforme protocolo atual. • Após imobilização em bloco, o transporte deve ser realizado em prancha longa. • Para a técnica de movimentação em bloco, não deve haver nenhum movimento por parte da vítima, ainda que confusa ou agitada (por exemplo, nos casos de excesso de monóxido de carbono no cérebro). • A vítima não deve ser virada de lado. • Durante o transporte, evitar movimentos bruscos (SOUSA, 2010). Fratura de Pelve A pelve é também denominada cintura pélvica, comumente chamada de quadril. As fraturas nessa região estão frequentemente relacionadas a acidentes automobilísticos, lesão dilacerante, traumatismo direto, queda de altura elevada ou contração muscular súbita contra resistência (BARBIERI, 2002). T3 54 Urgência e emergência em centros de estética Fonte: <http://ebsco.smartimagebase.com/getimage.php?K=df9b9681bc01bc4d9eda044e7832827553147eef>. Acesso em: 20 out. 2015. Figura 4.5 Fratura de pelve. Condutas: O socorrista deve proceder conforme elencado anteriormente nas condutas para fratura de coluna vertebral, com o cuidado de unir, por meio de amarras, os membros inferiores, para que durante o transporte não haja movimentos que possam agravar a lesão (SOUSA, 2010). Pode ser utilizado um cobertor entre os membros inferiores para maior estabilização da pelve. Imobilizar em prancha longa, com o auxílio de tala rígida e bandagem triangular (MINOZZI; MARSON, 2010). Fratura de Clavícula Neste tipo de fratura, a vítima apresentará algia intensa no local da fratura, hipersensibilidade localizada, o membro estará imóvel (incapacidade de levantar o braço), edema, deformidade, crepitação, cabeça inclinada para o lado da lesão, com o queixo voltado para o lado oposto. Fonte: <http://ebsco.smartimagebase.com/getimage.php?K=1936e8d1ec870b688d31b674f245e923d59b57b4>. Acesso em: 20 out. 2015. Figura 4.6 Fratura de clavícula. T3 55Urgência e emergência em centros de estética Condutas: • Colocar sob o membro um tecido dobrado várias vezes, como se fosse uma almofada. • Proporcionar sustentação para o membro amarrando-o no centro do tórax com tiras de tecido. • Espalmar a mão do braço imobilizado contra o tórax, apoiando o antebraço em uma tipoia. • Conduza a vítima para o hospital (MINOZZI; MARSON, 2010; SOUSA, 2010). Fratura de Antebraço Rompimento de um ou dos dois ossos do antebraço (rádio e ulna). Fonte: <http://ebsco.smartimagebase.com/getimage.php?K=2e2c4fdbd8cf52af2092fc3b52309084c7af95cf>. Acesso em: 20 out. 2015. Figura 4.7 Fratura de antebraço (rádio e ulna). Condutas: Envolver a articulação do cotovelo e do punho. Utilizar tala rígida ou moldável para imobilização de fraturas. Imobilizar o membro com uma tipoia e conduzir a vítima a um hospital. O osso não deve ser reposicionado, sendo que esse procedimento deve ser realizado somente pelo ortopedista. O estado neurovascular deve ser avaliado frequentemente (BARBIERI, 2002; MINOZZI; MARSON, 2010; SOUSA, 2010). T3 56 Urgência e emergência em centros de estética As fraturas ósseas são ocorrências muito frequentes, sendo que cerca de 40% das fraturas acontecem no ambiente doméstico. Existem muitas causas e tipos de fraturas, por isso é essencial que os profissionais da saúde se apropriem das diversas condutas e estratégias de cuidado, para que, desse modo, possam desenvolver uma assistência segura, ágil e qualificada. Estado de Choque O estado de choque é o conjunto de alterações orgânicas devidas à inadequada perfusão e consequente falta de oxigenação de órgãos e tecidos, denominado choque hemodinâmico (MINOZZI; MARSON, 2010). A perfusão está relacionada à circulação sanguínea efetiva dentro de um órgão e consequente oxigenação dele. Quando a perfusão é adequada, o sangue chega ao órgão por meio de artérias e sai pelas veias, mantendo vivas as células. Nos casos em que aperfusão é deficitária, há sofrimento e morte do órgão (MINOZZI; MARSON, 2010). Fisiopatologia do Estado de Choque O choque é caracterizado por diminuição do fluxo sanguíneo nos diversos órgãos vitais, sendo seus sintomas relacionados ao mecanismo de defesa. A diminuição do débito cardíaco leva o organismo a liberar substâncias que promovam o aumento da frequência cardíaca, seguido de vasoconstrição periférica (músculos, ossos e pele), na tentativa de preservar o fluxo sanguíneo e a oxigenação adequada de órgãos nobres (cérebro, coração e pulmões) (MINOZZI; MARSON, 2010). Classificação do Estado de Choque Choque Neurogênico Acontece em decorrência de comprometimentos neurológicos causados, por exemplo, por traumatismos da medula espinhal, o que ocasiona a interrupção de transmissão neuronal (MINOZZI; MARSON, 2010; SOUSA, 2010). Fonte: <http://ebsco.smartimagebase.com/getimage.php?K=33a0e1cf8ad2635a270318406b40071f2f043e7c>. Acesso em: 20 out. 2015. Figura 4.8 Fratura vertebral e compressão medular levando a choque neurogênico. T3 57Urgência e emergência em centros de estética Sinais e Sintomas do Estado de Choque Neurogênico: • Hipotensão associada à bradicardia (embora em alguns casos a pressão sistólica não caia abaixo de 100 mmHg). • Taquipneia por causa do medo ou da ansiedade ou, em lesão da medula espinhal, por causa de dano relacionado ao nível e à gravidade da lesão. • Pele morna, seca e rubor. • Alteração no nível de consciência (BARBIERI, 2002). Condutas: • Preservar as vias aéreas abertas e fornecer assistência respiratória, caso necessário, a fim de manter oxigenação e perfusão adequadas. • Identificar a causa do choque. Nos casos de lesão da medula espinhal, imobilize a coluna vertebral (BARBIERI, 2002). Choque Cardiogênico Redução da circulação e oxigenação inadequada de órgãos e tecidos, em razão da falência do coração como bomba cardíaca (diminuição da contratilidade cardíaca). Os danos gerados pelo choque são resultado da hipóxia, da baixa oferta de nutrientes, redução na eliminação de substâncias tóxicas, maior afluxo de substâncias lesivas aos tecidos, ação direta de toxinas, ação de mecanismos agressores, redução dos mecanismos de defesa, interdependência entre órgãos e efeitos danosos da terapêutica (FIGUEIREDO; VIEIRA, 2009). Fonte: <http://ebsco.smartimagebase.com/getimage.php?K=4437a9eb4e7919d47bfdbd2eefa0794c7a0b541a>. Acesso em: 20 out. 2015. Figura 4.9 Infarto agudo do miocárdio por estenose de coronária. Causa comum de colapso cardíaco e choque cardiogênico. T3 58 Urgência e emergência em centros de estética Choque Anafilático O choque anafilático resulta de uma resposta do sistema imune a um antígeno em relação ao qual o corpo já tenha sido sensibilizado (BARBIERI, 2002). Ocorre por reação alérgica aguda ou de hipersensibilidade a medicamentos (principalmente penicilina), picada de insetos, comidas, contato com pólen, poeira, entre outros agentes (GARCIA et al., 2005; MINOZZI; MARSON, 2010). A maior preocupação nos casos de alergia está relacionada ao edema de glote (edema das cordas vocais), podendo causar obstrução da respiração (GARCIA et al., 2005). Sinais e Sintomas do Estado de Choque Anafilático: • Tensão torácica ou sensação de morte iminente. • Coceira. • Calor. • Rubor. • Eritema difuso. • Urticária. • Edema na pele. • Tonturas. • Dispneia, sibilos difusos e expirações prolongadas. • Alterações do nível de consciência (reação diminuída em consequência da diminuição da oxigenação e perfusão cerebral). (BARBIERI, 2002; GARCIA et al., 2005). Fonte: <http://ebsco.smartimagebase.com/getimage.php?K=fefd56a348110d474372abc2e1bd99e48ca743b0>. Acesso em: 20 out. 2015. Figura 4.10 Urticária extensa causada por reação alérgica. T3 59Urgência e emergência em centros de estética Condutas: • Se possível, retirar o agente causador da alergia. • Manter vias aéreas abertas. • Observar a vítima e, em caso de dificuldade respiratória, prover a assistência respiratória. • Procurar auxílio médico imediatamente (BARBIERI, 2002; GARCIA et al., 2005). Choque Séptico Advém da proliferação de agentes patogênicos, principalmente bactérias gram- negativas, que impedem o funcionamento normal dos sistemas corpóreos por meio da liberação de toxinas na corrente sanguínea (FIGUEIREDO; VIEIRA, 2009; SOUSA, 2010). Choque Hipovolêmico Ocorre em casos de perda excessiva de fluidos corpóreos, desde uma simples desidratação, causada por vômitos ou diarreia, até uma hemorragia intensa, por exemplo, um traumatismo ou sangramento gastrointestinal (BERGERON et al., 2007; FIGUEIREDO; VIEIRA, 2009; GARCIA et al., 2005; MINOZZI; MARSON, 2010; SOUSA, 2010). Sinais e Sintomas do Estado de Choque Hipovolêmico: • Taquipneia. • Taquicardia (pulso rápido e fraco). • Pupilas midriáticas. • Visão turva. • Pele fria, pálida e úmida (pegajosa). • Face pálida e posteriormente cianótica. • Sede excessiva. • Hipotensão. • Sudorese. • Ansiedade, inquietação e confusão mental. T3 60 Urgência e emergência em centros de estética • Fraqueza muscular, distúrbios visuais. • Com o agravamento do quadro, pode ocorrer perda da consciência e parada cardiorrespiratória (FIGUEIREDO; VIEIRA, 2009; GARCIA et al., 2005; MORAES, 2010; MINOZZI; MARSON, 2010). Condutas: • As vítimas inconscientes devem ser posicionadas em decúbito dorsal para manobras de liberação de vias aéreas. • Tentar identificar e remover as causas do choque, por exemplo, com o estancamento de hemorragias. • Elevar os membros inferiores e manter a cabeça mais baixa em relação ao corpo. • Não oferecer líquidos. Pode-se aliviar a sede da vítima umedecendo seus lábios com gaze ou pano embebido em água. • Prevenir hipotermia. Aquecer a vítima. • Solicitar a remoção para atendimento médico o mais breve possível (FIGUEIREDO; VIEIRA, 2009; GARCIA et al., 2005; MINOZZI; MARSON, 2010); Choque Insulínico O choque insulínico é um tipo de choque normalmente causado por um alto nível de insulina no sangue, o que faz que haja uma súbita queda da glicemia (hipoglicemia severa). Sinais e Sintomas do Estado de Choque Insulínico: • Palidez, pele úmida, fria e pegajosa. • Pulsação cheia e rápida. Todavia, algumas vítimas podem apresentar pulso fraco com frequência normal ou diminuída. • Vertigem, desorientação, sonolência excessiva, convulsão ou coma. • Cefaleia. • Respiração normal ou superficial. • Sensação de fome voraz. • Fraqueza ou formigamento pelo corpo (BERGERON et al., 2007). T3 61Urgência e emergência em centros de estética Condutas: • Mantenha a vítima em repouso. • Se a vítima estiver consciente, oferecer açúcar, balas, suco de laranja ou refrigerantes. Caso não esteja totalmente acordada, não dar líquidos ou alimentos (BERGERON et al., 2007). Choque Psicogênico Mais conhecido como desmaio, ocorre quando algum fator, como medo, causa no sistema nervoso uma reação e, consequentemente, uma vasodilatação dos vasos sanguíneos. Neste momento, o fluxo normal de sangue para o cérebro é interrompido. Representa uma forma de autoproteção, com a interrupção momentânea de fluxo de sangue para o cérebro (BERGERON et al., 2007; GARCIA et al., 2005). Sinais e sintomas: • Náuseas. • Tonturas. • Fraqueza. • Tremores. • Dor abdominal profunda. • Cefaleia latejante (MINOZZI; MARSON, 2010). Condutas: • Evitar que a vítima caia, deitando-a no chão com as pernas elevadas de 20 a 30 centímetros (elevar os membros ainda que a vítima já esteja desmaiada). • Desobstruir vias aéreas. • Monitorar possíveis vômitos. • Afrouxar as roupas que possam restringir a respiração. • Avaliar as possíveis causas que possam ter levado ao desmaio. • Verificar se houve alguma lesão em caso de queda. • Não permita que uma pessoa que acabou de desmaiar sente-se imediatamente, pois isso pode provocar um acidente vascular encefálico (AVE). T3 62 Urgência e emergência em centros de estética • Nunca jogar água no rosto de uma vítima de desmaio.
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