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AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO MÓDULO I 1 HISTÓRIA DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 1.1 NORMATIZAÇÃO E REGULAÇÃO DO SAMU 2 SISTEMA DE ASSISTÊNCIA ÀS EMERGÊNCIAS 2.1 O SOCORRISTA 2.1.1 Atribuições e Responsabilidades dos Socorristas 3 PRECAUÇÕES UNIVERSAIS 3.1 NOÇÕES FUNDAMENTAIS 4 INTRODUÇÃO A ANATOMIA E FISIOLOGIA 4.1 SISTEMAS DO CORPO HUMANO 4.1.1 Sistema Musculoesquelético 4.1.2 Sistema Nervoso 4.1.3 Sistema Cardiovascular 4.1.4 Sistema Respiratório 4.1.5 Sistema Digestório 4.1.6 Sistema Urinário 4.1.7 Sistema Reprodutivo 4.1.8 Sistema Endócrino 4.1.9 Sistema Tegumentar MÓDULO II 5 FERIDAS 5.1 FERIDAS FECHADAS 5.2 FERIDAS ABERTAS 5.3 FERIDAS PERFURANTES 5.4 AVULSÕES 5.5 AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS AN02FREV001/REV 4.0 4 5.6 EVISCERAÇÃO 5.7 LESÕES OCULARES 5.8 ESMAGAMENTO 6 AVALIAÇÃO DA VÍTIMA 6.1 EXAME DA CENA 6.1.1 Segurança 6.1.2 Mecanismo do Trauma 6.1.3 Número de Vítimas 6.2 AUTOPROTEÇÃO 6.3 EXAME DA VÍTIMA 6.3.1 Nível de Consciência 6.3.2 Avaliação da Vias Aéreas com Estabilização Cervical 6.3.3 Respiração 6.3.4 Circulação 6.4 DECISÕES CRÍTICAS E DE TRANSPORTE 6.5 EXAME SECUNDÁRIO 7 RESPIRAÇÃO 7.1 ABERTURA DAS VIAS AÉREAS 7.1.1 Abertura da Boca 7.1.2 Inclinação da Cabeça e Elevação do Queixo 7.1.3 Elevação da Mandíbula 7.1.4 Elevação da Mandíbula Modificada 7.2 RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL 7.2.1 Ventilação Boca a Boca 7.2.2 Ventilação Boca-Nariz 7.2.3 Ventilação Boca-Máscara 7.2.4 Ventilação Bolsa-Máscara (Ambú) 8 OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS 8.1 VÍTIMAS CONSCIENTES 8.2 VÍTIMAS INCONSCIENTES 9 CIRCULAÇÃO 9.1 PARADA CARDÍACA AN02FREV001/REV 4.0 5 9.2 RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR 9.2.1 Compressões Torácicas 9.3 TÉCNICAS DE RCP PARA BEBÊS E CRIANÇAS 9.4 DESFIBRILADOR SEMIAUTOMÁTICO 9.4.1 Operação do Desfibrilador Semiautomático 10 AFOGAMENTOS E ACIDENTES DE MERGULHOS 10.1 CLASSIFICAÇÕES DO AFOGADO 10.2 ABORDAGEM E CONDUTA 11 TRAUMAS 11.1 TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (TCE) 11.1.1 Lesões no Couro Cabeludo 11.1.2 Fraturas de Crânio 11.1.3 Lesões Cerebrais 11.1.4 Avaliação e Abordagem da Vítima 11.1.5 Escala de Coma de Glasgow 11.2 TRAUMATISMO DA COLUNA VERTEBRAL 11.2.1 Mecanismos Específicos de Lesão 11.2.2 Avaliação e Abordagem da Vítima 11.2.3 Imobilização da Coluna Vertebral 11.3 TRAUMATISMO DE TÓRAX 11.3.1 Fratura de Costelas 11.3.2 Tórax Instável 11.3.3 Contusão Pulmonar 11.3.4 Pneumotórax Hipertensivo 11.3.5 Pneumotórax Aberto 11.3.6 Contusão Cardíaca 11.3.7 Tratamento e Condutas 11.4 TRAUMA DE ABDOME 11.4.1 Traumatismos Fechados 11.4.2 Traumatismos Penetrantes 11.4.3 Abordagem e Condutas 11.5 TRAUMA MUSCULOESQUELÉTICO AN02FREV001/REV 4.0 6 11.5.1 Fraturas Abertas e Fechadas 11.5.2 Luxações 11.5.3 Entorses 11.5.4 Distensões 11.5.5 Amputações Traumáticas 11.5.6 Abordagem e Condutas (Gerais) 11.5.7 Condutas nas Amputações 12 IMOBILIZAÇÕES 12.1 EQUIPAMENTOS DE IMOBILIZAÇÃO 12.1.1 Colar Cervical e Imobilizador Lateral 12.1.2 Prancha Longa 12.1.3 KED 12.2 TÉCNICAS DE IMOBILIZAÇÃO 12.2.1 Rolamento de 90 Graus 12.2.2 Rolamento de 180 Graus 12.2.3 Elevação a Cavaleiro 12.2.4 Imobilização com a Vítima Sentada 13 PARTICULARIDADES NO ATENDIMENTO DE BÊBES E CRIANÇAS MÓDULO III 14 HEMORRAGIA 14.1 CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS 14.1.1 Hemorragias Externas 14.1.2 Hemorragias Internas 14.2 CONSEQUÊNCIAS DAS HEMORRAGIAS 14.3 RECONHECIMENTO DAS HEMORRAGIAS 14.4 ABORDAGEM DA VÍTIMA E CONDUTAS (HEMORRAGIAS EXTERNAS) 14.5 CONTROLE DAS HEMORRAGIAS INTERNAS 15 CHOQUE 15.1 CHOQUE HIPOVOLÊMICO 15.2 CHOQUE CARDIOGÊNICO AN02FREV001/REV 4.0 7 15.3 CHOQUE ANAFILÁTICO 15.4 CHOQUE NEUROGÊNICO 15.5 CHOQUE SÉPTICO 15.6 TRATAMENTO DO CHOQUE 15.6.1 Transfusões 15.6.2 Soluções Cristaloides 15.6.3 Soluções Coloides 15.7 ACESSO VENOSO 15.7.1 Técnica de Punção Venosa 16 QUEIMADURAS 16.1 CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS 16.1.1 Quanto à Profundidade 16.1.2 Quanto à Extensão 16.1.3 Quanto à Localização 16.2 QUEIMADURAS TÉRMICAS 16.2.1 Conduta 16.3 QUEIMADURAS QUÍMICAS 16.3.1 Condutas 16.4 QUEIMADURAS ELÉTRICAS 16.4.1 Condutas 17 EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS 17.1 EMERGÊNCIAS CAUSADAS PELO CALOR EXCESSIVO 17.1.1 Insolação 17.1.2 Intermação 17.2 EMERGÊNCIAS CAUSADAS PELO FRIO 17.2.1 Hipotermia 17.2.2 Congelamento MÓDULO IV 18 DIMINUIÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA 18.1 ABORDAGEM E CONDUTA AN02FREV001/REV 4.0 8 19 SÍNCOPE 20 CONVULSÃO E EPILEPSIA 20.1 ABORDAGEM E CONDUTA 21 ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE) 21.1 CAUSAS DO AVE 21.2 FATORES DE RISCO 21.3 SINAIS E SINTOMAS DO AVE 21.4 ABORDAGEM E CONDUTA 22 ANGINA DE PEITO 23 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) 23.1 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 23.2 ABORDAGEM E CONDUTAS 24 O PACIENTE DIABÉTICO NA EMERGÊNCIA 24.1 O DIABÉTICO NA EMERGÊNCIA COM INFECÇÃO 24.1.1 Pneumonia na Comunidade 24.1.2 Infecção Urinária 24.1.3 Infecção de Partes Moles 24.2 DESCOMPENSAÇÃO DIABÉTICA 24.3 DIABÉTICO COM DISTÚRBIO NEUROLÓGICO 24.3.1 Com Déficit de Consciência 24.3.2 Sem Déficit de Consciência 24.4 DIABÉTICO COM DISTÚRBIO CARDÍACO 24.5 DIABÉTICO COM UREMIA NA EMERGÊNCIA 25 O PACIENTE ALCOOLISTA NA EMERGÊNCIA 25.1 CARACTERÍSTICAS E FARMACOCINÉTICA DO ETANOL 25.2 PACIENTE ETILISTA COM PROBLEMAS NEUROLÓGICOS NA EMERGÊNCIA 25.3 PACIENTE ETILISTA COM PROBLEMAS CARDIOVASCULARES NA EMERGÊNCIA 25.4 PACIENTES ETILISTA COM SINTOMAS GASTROINTESTINAIS NA EMERGÊNCIA 25.5 PACIENTE ETILISTA COM SINTOMAS RESPIRATÓRIOS NA EMERGÊNCIA AN02FREV001/REV 4.0 9 25.6 SINTOMAS E SINAIS ASSOCIADOS AO USO DE ETANOL MÓDULO V 26 INTOXICAÇÕES 26.1 INTOXICAÇÕES POR INGESTÃO 26.2 INTOXICAÇÃO POR INALAÇÃO 26.3 INTOXICAÇÃO POR ABSORÇÃO (CONTATO) 27 ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS 27.1 ENVENENAMENTO OFÍDICO 27.1.1 Micrurus (Corais) 27.1.2 Crotalus (Cascavéis) 27.1.3 Bothops (Jararacas) 27.1.4 Lachesis (Surucucus) 27.1.5 Condutas 27.2 ACIDENTES COM ARANHAS 27.3 ACIDENTES COM ESCORPIÃO 27.3.1 Reconhecimento 28 RAIVA 28.1 CONDUTAS 29 TRIAGEM E SITUAÇÕES ESPECIAIS 30 RESGATE E TRANSPORTE 30.1 EXTRICAÇÃO 30.1.1 Indicações 30.1.2 Técnica de Extricação 30.2 TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA 30.2.1 Técnicas com um Socorrista 30.2.2 Técnicas com Dois ou Mais Socorristas 30.3 EQUIPAMENTOS DE EXTRICAÇÃO E TRANSPORTE 31 DESTAQUES DAS DIRETRIZES DA AMERICAN HEART ASSOCIATION 2010 PARA REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) E ATENDIMENTO CARDIOVASCULAR DE EMERGÊNCIA AN02FREV001/REV 4.0 10 31.1 ALTERAÇÃO DA SEQUÊNCIA DE A-B-C PARA C-A-B 31.2 RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR DE ADULTO POR SOCORRISTA LEIGO 31.2.1 Compressões Torácicas 31.2.2 Alteração na sequência da RCP para C-A-B 31.2.3 Eliminação do procedimento “Ver, ouvir e sentir quando a vítima apresentar respiração” 31.2.4 Frequência de compressão torácica: mínimo de 100 por minuto 31.2.5 Profundidade das compressões torácicas 31.3 SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE 31.3.1 Identificação de gasp agônico pelo atendente ou operador 31.3.2 O atendente/operador deve fornecer instruçõespara RCP 31.3.3 Ênfase nas compressões torácicas 31.3.4 Acionamento do serviço de emergência/urgência 31.3.5 Ressuscitação em equipe 31.4 RESUMO DOS PRINCIPAIS PONTOS DE DISCUSSÃO E ALTERAÇÕES NAS TERAPIAS ELÉTRICAS 31.5 TÉCNICAS E DISPOSITIVOS DE RCP 31.5.1 Técnicas de RCP 31.6 SUPORTE AVANÇADO DE VIDA CARDIOVASCULAR 31.7 SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS (SCA) 31.8 SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM PEDIATRIA 31.9 SUPORTE AVANÇADO DE VIDA EM PEDIATRIA 31.10 RESSUSCITAÇÃO NEONATAL 31.11 PRIMEIROS SOCORROS 31.11.1 Oxigênio Complementar 31.11.2 Epinefrina e anafilaxia 31.11.3 Administração de aspirina para desconforto torácico 31.11.4 Torniquetes e controle de hemorragias 31.11.5 Agentes hemostáticos 31.11.6 Picadas de cobra 31.11.7 Ferroadas de água-viva AN02FREV001/REV 4.0 11 31.11.8 Emergências relacionadas ao calor 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 12 MÓDULO I 1 HISTÓRIA DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR O atendimento de emergência surgiu da necessidade da retirada e assistência de combatentes feridos em campos de batalha. A primeira tentativa de organização moderna de auxílio médico de urgência foi colocada em prática, em 1792, por Dominique Larrey. Larrey era cirurgião e militar e praticava os cuidados iniciais aos pacientes vitimados nas guerras do período napoleônico, no próprio campo de batalha, com o objetivo de prevenir as complicações. Foi a partir das guerras que desenvolveu e iniciou-se o emprego de transporte de tração animal, e atualmente o emprego de sofisticados aparelhos e veículos de locomoção aérea ou terrestre. Nos dias de hoje, este tipo de assistência é de grande importância no atendimento à população, carente de cuidados imediatos, no transcorrer do seu cotidiano. Atendimento pré-hospitalar (APH) é definido como o conjunto de procedimentos técnicos realizados no local da emergência e durante o transporte, com objetivo de manter a vida da vítima, até a chegada em uma unidade hospitalar. A emergência ocorre quando há uma situação crítica ou algo iminente, com a ocorrência de perigo, ou seja, um incidente ou imprevisto. Considerando a área médica, é uma situação que exige uma intervenção médica imediatamente. A urgência é quando existe uma situação que não pode ser adiada, mas que deve ser resolvida rapidamente, pois se houver uma demora, haverá para a vítima um risco de morte. Na medicina, estas situações necessitam de um tratamento médico com um caráter menor que a emergência, ou seja, menos imediatista. No Brasil, os primeiros registros acerca do serviço de atendimento pré- AN02FREV001/REV 4.0 13 hospitalar datam de 1893, quando o Senado da República aprovou uma lei que pretendia estabelecer o socorro médico de urgência na via pública, no Rio de Janeiro, no momento capital do país. Em 1899, o Corpo de Bombeiros (CB), pertencente à capital do país, colocava em ação a primeira ambulância, ainda de tração animal para realizar o atendimento de urgência, fato este que caracteriza sua tradição na prestação desse serviço. Nos anos 50, instala-se o Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (SAMDU), na cidade de São Paulo, órgão da então Secretaria Municipal de Higiene. A partir da década de 80, o atendimento pré-hospitalar passou a ser aplicado de forma mais sistematizada pelo Corpo de Bombeiros, os quais deram início à estruturação dos Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar (SvAPH). Paralelamente aos Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar, foi iniciado em 1988, pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro, o socorro extra-hospitalar aeromédico. Outro modelo proposto pelo Ministério da Saúde (MS) consiste no Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergências (SIATE), implantado inicialmente em 1990, o atendimento era realizado pelos socorristas do Corpo de Bombeiros e médicos dentro do sistema regulador. O SIATE serviu de modelo para uma reestruturação do atendimento pré-hospitalar em nível nacional. Iniciou a partir de 1990 com a criação do Programa de Enfrentamento às Emergências e Traumas (PEET) pelo Ministério da Saúde, cujo objetivo era a diminuição da incidência e morbimortalidade por agravos externos por meio de intervenção nos níveis de prevenção, atendimento hospitalar, atendimento pré- hospitalar e reabilitação. Em meados de 1995, iniciou-se a implantação do SAMU. Este serviço pré- hospitalar desenvolvido no Brasil tende-se a basear no modelo americano ou francês. O SAMU do sistema francês foi criado por anestesistas e intensivistas devido à necessidade da assistência pré-hospitalar dos pacientes que chegavam ao hospital com agravo do caso ou mesmo mortos, por não receberem atendimento AN02FREV001/REV 4.0 14 precoce e adequado. Esse sistema tem como referencial o médico, tanto na regulação do sistema, como no atendimento e monitorização do paciente, até a recepção hospitalar. É um serviço ligado ao Sistema de Saúde, hierarquizado e regionalizado, possuindo comunicação direta com os Centros Hospitalares. Já o sistema norte-americano trabalha com paramédicos, os quais passam por um período de formação de três anos após o segundo grau. A implantação de serviços pré-hospitalares no Brasil, seja municipal ou estadual, segue o modelo metodológico de cada sistema de acordo com suas realidades, demandas, perfis, morbimortalidade, recursos técnicos, tecnológicos e financeiros. 1.1 NORMATIZAÇÃO E REGULAÇÃO DO SAMU O Atendimento Pré-Hospitalar no Brasil surgiu sem muito sucesso, mas, hoje é considerado um serviço primordial e tem demonstrado importantes resultados para a sociedade. A Portaria nº 2048/MS, em 5 de novembro de 2002, normatiza a implantação do SAMU e considera que a área de Urgência e Emergência constitui-se em um importante componente da assistência à saúde. E, de acordo com o § 2º, este regulamento é de caráter nacional, devendo ser utilizado pelas Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios na implantação dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, com ou sem vínculo com a prestação de serviços aos usuários do Sistema Único de Saúde. Como descreve a Portaria citada acima, a área de urgência e emergência constitui-se em um importante componente da assistência à saúde. A expansão de serviços nesta área nos últimos anos tem contribuído decisivamente para a sobrecarga dos serviços de urgência e emergência disponibilizados para o atendimento da população, conforme ressalta o Ministério da Saúde: O Ministério da Saúde, ciente dos problemas existentes e em parcerias com AN02FREV001/REV 4.0 15 as Secretarias de Saúde dos estados e municípios tem contribuído para reversão deste quadro amplamente desfavorável à assistência da população. O sistema estadual de urgência e emergência deve se estruturar a partir da leitura ordenada das necessidades sociais em saúde e sob o imperativo das necessidades humanas nas urgências. O diagnóstico dessas necessidades deve ser feito a partir da observação e da avaliação dos territórios sociais com seus diferentes grupos humanos, da utilização de dados de morbidade e mortalidade disponíveis e da observação das doenças emergentes. Atendendo a necessidade do atendimento emergencial foi implantado pelo governo federal o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192), um serviço de socorro pré-hospitalar móvel que chega rapidamente às pessoas, em qualquer lugar ou qualquer problema de saúde urgente que possa levar ao sofrimento ou até mesmo a morte. São feitos atendimentos por equipes de profissionais de saúde, que recebem as chamadas gratuitas, feitas pelo telefone, e como resposta envia uma ambulância, com técnico de enfermagem ou com enfermeiroe médico, ou mesmo uma simples orientação. O Ministério da Saúde considera como nível pré-hospitalar, na área de urgência e emergência, aquele atendimento que procura chegar à vítima nos primeiros minutos. Após ter ocorrido o agravo à saúde, agravo este que possa levar à deficiência física ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento adequado e transporte a um hospital devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde. A equipe de atendimento pré-hospitalar realiza os seguintes procedimentos: Reanimação cardiorrespiratória; Oxigenoterapia; Contenção de hemorragias; Imobilizações; Intubação orotraqueal; AN02FREV001/REV 4.0 16 Punção venosa com reposição de volume e medicação; Transporte de pacientes. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) deve ser composto por uma equipe multiprofissional oriundos da área de saúde, sendo o coordenador do serviço, responsável técnico um médico, o responsável de enfermagem um enfermeiro, médicos reguladores, médicos intervencionistas, enfermeiros assistenciais, auxiliares e técnicos de enfermagem. Além dessa equipe de saúde, em situações de atendimento às urgências relacionadas às causas externas ou de pacientes em locais de difícil acesso, deverá haver uma ação integrada com outros profissionais, com bombeiros militares, policiais militares e rodoviários e outros. Essa equipe deve trabalhar em conjunto, visando um só objetivo, ou seja, o atendimento sistematizado, dinâmico e com qualidade ao cliente e sua família. A portaria 824/99, adaptada pelo Ministério da Saúde, define que o sistema de atendimento pré-hospitalar é um serviço médico, sua coordenação, regulação e supervisão direta é a distância e deve ser efetuada unicamente por médico, tem na Central de Regulação Médica o elemento ordenado e orientador da atenção pré- hospitalar, sendo o médico regulador o responsável pela decisão técnica em torno dos pedidos de socorro e decisão gestora dos meios disponíveis. Diversos pontos de interesse no atendimento pré-hospitalar são discutidos por organizações médicas, como por exemplo, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, que desde julho de 1999 define as “Diretrizes sobre o Tratamento de Infarto Agudo do Miocárdio”. E, ainda, aborda em parte o atendimento pré-hospitalar no infarto agudo do miocárdio, demonstrando que um melhor preparo das equipes de atendimento pré- hospitalar, a eficiência dos treinamentos, o uso de algumas drogas, a assistência via telefonia, colocação rápida da ambulância junto à vítima e a conscientização da população possivelmente reduzirão os óbitos por mal súbitos. AN02FREV001/REV 4.0 17 2 SISTEMA DE ASSISTÊNCIA ÀS EMERGÊNCIAS Milhares de vidas são salvas a cada ano pelo atendimento médico de urgência. Os avanços no campo da saúde, nos últimos 50 anos, foram significativos. No século passado, a maioria dos pacientes de emergência que entravam nos hospitais, acabava morrendo. Hoje se observa que, em grande parte, os pacientes conseguem recuperar-se e retornam a uma vida normal. Mal súbito, doenças graves e os traumas produzidos pelos acidentes podem ocasionar a morte, antes mesmo de o paciente chegar ao hospital. O sistema de saúde procura prevenir tais mortes, ampliando o seu campo de atuação. A assistência começa no local da emergência e continua durante o transporte ao hospital. Após o transporte, efetuado pelo serviço de emergência, ocorre a transferência do paciente para o pronto-socorro, assegurando a continuidade do atendimento. Essa assistência profissional é acompanhada por uma cadeia de recursos humanos, que trabalhando em conjunto, formam o Sistema de Assistência às Emergências em Saúde (SAES). A base da organização do Sistema de Assistência às Emergências é o hospital ou outro estabelecimento de saúde. Médicos, enfermeiros e outros profissionais estão aptos a oferecer a assistência integral ao paciente. A falta de pessoal suficientemente treinado para o atendimento às emergências, antes da chegada do serviço de atendimento pré-hospitalar, representa o elo mais fraco na organização do SAES. Acredita-se que o treinamento de socorristas pode contribuir para a diminuição deste problema. AN02FREV001/REV 4.0 18 2.1 O SOCORRISTA O socorrista é uma pessoa, que foi treinada para prestar o primeiro atendimento e auxiliar os profissionais do atendimento pré-hospitalar, no local da emergência. É geralmente a primeira pessoa treinada a entrar em contato com o paciente. Nos Estados Unidos foi criado um programa de treinamento de socorristas, onde centenas de pessoas completaram os cursos formais e auxiliam na assistência às emergências e a manutenção da vida. Em quase todas as regiões dos EUA, os socorristas tornaram-se parte importante do sistema de saúde e os cuidados, por eles prestados, reduziram o sofrimento, diminuíram sequelas adicionais e salvaram muitas vidas. No Brasil existem diversos cursos de primeiros socorros para treinamento de socorristas, realizados tanto por instituições privadas quanto pública. 2.1.1 Atribuições e Responsabilidades dos Socorristas A primeira atribuição do socorrista, no local da emergência, é com a segurança pessoal. O desejo de ajudar as pessoas que têm necessidade de atendimento pode favorecer o esquecimento dos riscos no local. O socorrista deve ter segurança ao aproximar-se da vítima e permanecer em segurança, enquanto presta o atendimento. Parte das preocupações do socorrista com a sua segurança pessoal está relacionada com a própria proteção contra as doenças infecciosas. Ao avaliar ou prestar atendimento às vítimas, deve evitar contato direto com o sangue do paciente, fluidos corpóreos, mucosas, ferimentos e queimaduras. O socorrista tem quatro AN02FREV001/REV 4.0 19 deveres relacionados aos pacientes, que devem ser cumpridos no local da emergência. Estes deveres são: Ter acesso ao paciente, com segurança e utilizando instrumentos manuais, quando necessário; Identificar o que está errado com o paciente e providenciar a assistência de emergência necessária; Elevar ou mobilizar o paciente apenas quando for preciso e realizar tal procedimento sem ocasionar lesões adicionais; Transferir o paciente e as informações pertinentes para os profissionais do serviço de emergência. As responsabilidades do socorrista no local da emergência incluem o cumprimento das seguintes atividades: Controlar o local do acidente de modo a proteger a si mesmo, ao paciente e prevenir outros acidentes; Ter certeza de que a central do sistema de emergência foi notificada, permitindo a chegada dos profissionais no local da ocorrência, com o menor tempo possível; Identificar o que está errado com o paciente, utilizando-se das informações obtidas no local e pelo exame físico do paciente; Fazer o melhor possível, dentro de sua capacidade; Obter ajuda do pessoal presente no local da emergência e controlar suas atividades; Transferir as informações pertinentes, sobre a ocorrência, para os profissionais do serviço de emergência; Auxiliar os profissionais do serviço de emergência no local da ocorrência e trabalhar segundo sua orientação. AN02FREV001/REV 4.0 20 3 PRECAUÇÕES UNIVERSAIS Há diversas situações em que o profissional que atua em emergência sofre risco de contaminação de doenças infecciosas, portanto é importante estar ciente dos riscos decorrente da sua profissão, conhecer estas doenças e seguir as normas sanitárias de controle de infecção. A maioria das pessoas preocupa-se mais com a possibilidade de contrair AIDS do que entrar em um edifício em chamas. Não há dúvida que doenças infecciosas são realmente perigosas para os profissionais. Contudo, oaprendizado, o uso de procedimentos de segurança e de equipamentos de proteção individual diminuirá consideravelmente estes riscos. 3.1 NOÇÕES FUNDAMENTAIS Infecções são doenças causadas por organismos que penetram o corpo, já a doença contagiosa é aquela que pode ser transmitida de uma pessoa para outra. A contaminação pode ocorrer pelo ar ou contato com sangue ou outros fluidos corporais, por meio de lesões pequenas, muitas vezes, despercebidas nas mãos, face ou partes expostas como mucosas - nariz e olhos. Até pequenas lesões encontradas em volta das unhas podem ser porta de entrada. Partículas disseminadas por via aérea podem ser transmitidas pela tosse, respiração ou espirros do paciente. As partículas podem ser inaladas ou entrar em contato com as mucosas. É impossível saber se os pacientes são portadores de doenças contagiosas apenas com a inspeção visual. O sangue e certos fluidos corporais devem ser encarados como infectantes em potencial. AN02FREV001/REV 4.0 21 A esta conduta se dá o nome de Precauções Universais. O profissional de emergência deve sempre utilizar dispositivos de barreira para entrar em contato com a vítima. Os equipamentos de proteção individual (EPI) são as luvas, máscaras ou protetores faciais, protetor ocular, avental e gorro. As doenças que podem ser adquiridas pelos professorais de emergência são: Sangue: SIDA, Hepatite B, Hepatite C; Respiração: Tuberculose, Meningite Meningocócica, Gripe, Resfriado comum e algumas viroses; Pele: Herpes e escabiose, Impetigo e Pediculose; Mucosas: Herpes e Conjuntivite; Fezes: Hepatite A e Diarreia infecciosa. Devido a essas doenças, as normas sanitárias estabelecem os procedimentos denominados de “Precauções Padrão” ou “Precauções Universais” ou ainda “Normas de Biossegurança”, como um meio de proteção ao contato de secreções corporais. Estes padrões atualmente são adotados no mundo inteiro. Os procedimentos de proteção devem ser usados com todos os pacientes. As recomendações que podem auxiliar a diminuir os riscos de doenças transmissíveis, principalmente nos ambientes de trabalho, são: Providenciar vacinação contra hepatite B – um procedimento rotineiro e seguro, que protege contra a infecção do Vírus da Hepatite B; Ensinar os meios de transmissão das doenças infecciosas pelo sangue e treinar as práticas de segurança, incluindo o uso de equipamento de proteção individual; Estabelecer procedimentos de segurança no local de trabalho; Abastecer o local de trabalho com equipamentos de proteção individual tais como: luvas, aventais, máscaras e protetor ocular do tamanho certo e equipamento de ressuscitação cardiopulmonar, incluindo a máscara facial de bolso; Instalar recipientes especiais para descarte de agulhas e outros materiais perfurocortantes, higienização das mãos e rótulos para os recipientes com AN02FREV001/REV 4.0 22 material contaminado; Providenciar um local para limpeza do equipamento, separado das áreas destinadas para o preparo de alimentos; Assegurar que há recipientes de descarte apropriados e disponíveis de acordo com a regulamentação; Implementar um protocolo de seguimento das ocorrências de acidentes perfurocortantes com os profissionais, de modo a identificar as causas do incidente, documentar o evento e registrar a evolução dos funcionários. O programa de controle de infecção somente funcionará se os profissionais aprenderem e seguirem corretamente os procedimentos determinados e pré- estabelecidos. Estes profissionais têm a obrigação de manterem-se fiéis às práticas seguras de trabalho em relação à própria proteção, de suas famílias e do público, lavando as mãos regularmente, usando luvas e outros itens do equipamento de proteção individual e tornando um hábito as práticas seguras no trabalho. Os profissionais que praticam o controle de infecção podem sentir-se confiantes, pois não estão arriscando suas vidas. 4 INTRODUÇÃO A ANATOMIA E FISIOLOGIA A anatomia é o estudo da estrutura do corpo humano e a fisiologia é o estudo de seu funcionamento. As estruturas de uma estrutura do corpo humano com a outra são descritas pelo uso de termos anatômicos. Estes termos são sempre aplicados imaginando-se o corpo em posição anatômica, ou seja, posição em que o indivíduo está de pé, com os pés juntos paralelos e braços estendidos junto ao corpo, com as palmas das mãos para frente. AN02FREV001/REV 4.0 23 FIGURA 1 – DESCRIÇÕES DO CORPO HUMANO FONTE: Disponível em: <http://www.sogab.com.br/floresdias/1homeostase5a.jpg>. Acesso em: 12 jul. 2011. O corpo humano se divide em quatro regiões: cabeça, pescoço, tronco e membros. E possui cavidades onde os órgãos se situam. http://www.sogab.com.br/floresdias/1homeostase5a.jpg� AN02FREV001/REV 4.0 24 4.1 SISTEMAS DO CORPO HUMANO Quando várias células que executam uma função específica são agrupadas em conjunto, um tecido é formado. Um órgão é uma estrutura composta por vários tipos de tecidos para executar uma finalidade específica, por exemplo, o intestino contém vários tipos de tecido que permitem que ele execute as funções relacionadas à digestão. Um sistema reúne vários órgãos para executar uma função complexa. A seguir estão enumerados os sistemas que compõem o corpo humano. 4.1.1 Sistema Musculoesquelético Sistema formado por 206 ossos, articulações, musculosqueléticos e tendões. As principais funções são: Sustentação do corpo; Conformação do corpo; Proteção de órgãos internos; Armazenamento Cálcio e Fósforo; Produção de células sanguíneas na medula óssea; Sistema de alavancas que movimentadas pelos músculos permitem deslocamento do corpo. O tecido muscular compreende de 40 a 50% de peso do corpo. Os músculos esqueléticos são controlados voluntariamente e obedecem a estímulos nervosos. Uma vez estimulados, podem rapidamente contrair-se e depois relaxar, prontos para uma nova contração. AN02FREV001/REV 4.0 25 O sistema dispõe de 501 musculosqueléticos, necessários para a realização dos movimentos, coordenação da postura corporal e produção de calor. A ligação entre os músculos e os ossos é feita pelos tendões. 4.1.2 Sistema Nervoso O sistema nervoso inclui o cérebro, a medula espinhal e os nervos. Essas estruturas são classificadas topográficas e funcionalmente como: Sistema Nervoso Central (SNC), Sistema Nervoso Periférico e Sistema Nervoso Autônomo. O Sistema Nervoso Central é constituído pelo cérebro e medula espinhal. Os nervos sensoriais, relacionados com a entrada dos estímulos e os nervos motores relacionados com a saída das respostas compõem o Sistema Nervoso Periférico. Os nervos do Sistema Nervoso Autônomo estão dispostos paralelamente à medula espinhal, sendo involuntária a estimulação. Os impulsos nervosos são gerados no Sistema Nervoso Central, eles podem estimular ou inibir determinadas atividades. 4.1.3 Sistema Cardiovascular O sistema circulatório é composto pelo coração, pelos vasos sanguíneos e pelo sangue, que é o fluido movimentado sob pressão. O coração é um órgão muscular que tem como função bombear através das artérias. Está localizado no tórax protegido anteriormente pelo esterno e posteriormente pela coluna. A parede do coração possui três camadas: o epicárdio, que é a porção externa, o miocárdio, a camada média muscular e o endocárdio que é a camada interna. É envolvido pelo pericárdio, que possui uma camada interna (visceral) e uma camada externa (parietal). Entre estas camadas existe uma pequena quantidade de AN02FREV001/REV 4.0 26 líquido pericárdio que tem função lubrificante. Existem três tipos de vasos sanguíneos: as artérias, as veias e os capilares. As artérias transportamo sangue para fora do coração, dando origem a múltiplas ramificações, que diminuem de tamanho, até formarem vasos sanguíneos microscópicos denominados capilares, onde ocorrem as trocas entre o sangue e as células. Os capilares dão origem a pequenas veias, que são os vasos sanguíneos que transportam o sangue em direção ao coração, às veias vão-se unindo e aumentando de tamanho até chegar ao coração. FIGURA 2 – SISTEMA CARDIOVASCULAR 1 FONTE: Disponível em:<http://static.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/veia- arteria-capilar.jpg>. Acesso em: 12 jul. 2011. http://static.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/veia-arteria-capilar.jpg� http://static.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/veia-arteria-capilar.jpg� AN02FREV001/REV 4.0 27 FIGURA 3 - SISTEMA CARDIOVASCULAR 2 FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_5LadX6BIwII/TEpcDACvRGI/AAAAAAAAACw/nRtrJVrgLyg/s1600/6.jpg>. Acesso em: 12 jul. 2011. 4.1.4 Sistema Respiratório Sistema composto pelos pulmões e vias aéreas. Tem como função captar e efetuar as trocas de oxigênio e gás carbônico entre o corpo humano e a atmosfera. As estruturas que compõem as vias aéreas são: nariz, laringe, traqueia, brônquios e árvore brônquica. Os pulmões são dois órgãos cônicos que possuem brônquios, bronquíolos e alvéolos. Cada pulmão é dividido em lobos: o pulmão direito com três lobos e o esquerdo com dois lobos. http://4.bp.blogspot.com/_5LadX6BIwII/TEpcDACvRGI/AAAAAAAAACw/nRtrJVrgLyg/s1600/6.jpg� AN02FREV001/REV 4.0 28 4.1.5 Sistema Digestório O sistema Digestório é formado pelo trato digestório e por várias estruturas de apoio e glândulas acessórias. O trato inicia na cavidade oral com a participação efetiva dos dentes e da língua; as glândulas salivares excretam saliva na cavidade bucal, ajudando na digestão dos alimentos. A partir desta cavidade, o bolo alimentar passa pelo esôfago, esfíncter da cárdia e estômago. No estômago o bolo sofre ação dos ácidos e enzimas gástricas formando o quimo. Este passa para o intestino delgado através do esfíncter pilórico. Enzimas digestivas provenientes do pâncreas e a bile, produzida pelo fígado, são adicionadas ao quimo. O processo de digestão e absorção é completado no intestino delgado. Os movimentos peristálticos transportam os resíduos dos alimentos digeridos e pela válvula ileocecal entram no intestino grosso. Por fim, ao chegarem ao reto, os resíduos são excretados pelo ânus. 4.1.6 Sistema Urinário Têm a função de filtrar o sangue e eliminar o excesso de água, sal e outras excretas sob a forma de urina. Os rins filtram o sangue e reabsorvem substâncias essenciais, formando a urina. A urina é transferida pelos ureteres até a bexiga onde é estocada para ser eliminada. A bexiga é esvaziada durante o ato de urinar. A uretra é o caminho de saída da urina vinda da bexiga. AN02FREV001/REV 4.0 29 4.1.7 Sistema Reprodutivo Os órgãos reprodutivos masculinos são os testículos, localizados no escroto. Os testículos produzem os espermatozoides, que vão até a próstata, onde se misturam às secreções e formam o sêmen que é ejaculado através da uretra. Os órgãos femininos localizados na pelve são os ovários, as trompas de falópio, o útero e a vagina. 4.1.8 Sistema Endócrino O sistema endócrino é também um sistema regulatório. As glândulas secretam substâncias químicas chamadas hormônios, que influenciam funções do corpo a distância. São exemplos de hormônios as insulinas, que controlam o metabolismo da glicose, e a noradrenalina, produzida na suprarrenal, que é liberada em situações de estresse. 4.1.9 Sistema Tegumentar Tem a função de recobrir o corpo, protegendo-o do meio ambiente. É composto pela pele, anexos (pelos e unhas) e tecido subcutâneo. A pele e suas estruturas associadas compõem o maior órgão do corpo humano. Serve como uma barreira à invasão de bactérias e impede a perda de água e calor, permitindo as sensações de tato, dor, pressão e temperatura. FIM DO MÓDULO I AN02FREV001/REV 4.0 30 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 31 CURSO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 32 MÓDULO II 5 FERIDAS As feridas são resultados das agressões sofridas pelas partes moles, produzindo lesão tecidual. Os ferimentos podem ser abertos ou fechados. Os ferimentos abertos são aqueles em que há perda da integridade da superfície da pele. Nos ferimentos fechados não ocorre por definição perda da integridade da pele. 5.1 FERIDAS FECHADAS Um impacto ou uma compressão podem causar rompimento de vasos sanguíneos, causando o extravasamento de líquido ou sangue. Estas lesões são chamadas de contusões, podem acometer somente estruturas superficiais, mas, em casos de aplicação de força intensa, pode haver lesão de órgãos internos. Normalmente, se houver apenas acometimento superficial, o paciente apresenta dor e edema da área afetada. Se houver hemorragia, o local adquire uma coloração preta ou azulada, que é chamada equimose. AN02FREV001/REV 4.0 33 FIGURA 4 – FERIDAS FECHADAS FONTE: Disponível em: <http://www.sobresaude.com.br/wp-content/uploads/2010/04/lesao- abdomen-300x225.jpg>. Acesso em: 12 jul. 2011. 5.2 FERIDAS ABERTAS São feridas abertas as escoriações, as incisões e as lacerações. As escoriações são lesões da camada superficial da pele ou mucosas que apresentam sangramento discreto, mas costumam ser extremamente dolorosas. Não representam risco ao paciente quando isoladas. As incisões são lesões teciduais cujos bordos são regulares, sendo produzidas por objetos cortantes. Podem causar sangramento de variados graus e danos a tendões, músculos e nervos. As lacerações são lesões teciduais e bordos irregulares, produzidas por objetos rombos por meio de trauma fechado sobre superfícies ósseas. O socorrista deve controlar o sangramento por compressão direta e aplicação de curativo e bandagens. http://www.sobresaude.com.br/wp-content/uploads/2010/04/lesao-abdomen-300x225.jpg� http://www.sobresaude.com.br/wp-content/uploads/2010/04/lesao-abdomen-300x225.jpg� AN02FREV001/REV 4.0 34 FIGURA 5 – FERIDAS ABERTAS Disponível em: <http://www.imagemnews.com/arquivos/imagensnews/4A4_piranha04.jpg>. Acesso em: 12 jul. 2011. 5.3 FERIDAS PERFURANTES São lesões causadas por perfuração da pele e dos tecidos subjacentes por um objeto. O orifício de entrada pode não corresponder à profundidade da lesão. As lesões penetrantes de tórax devem ser ocluídas o mais rápido possível, para evitar a aspiração de ar para o espaço pleural com a formação de pneumotórax aberto. Verificar a presença de orifício de saída, mas nunca explorando a ferida. Tratar as condições que causem risco iminente de vida. As vítimas com lesões penetrantes de tronco e abdome devem ser removidas o mais rápido possível para o hospital que disponha de equipe cirúrgica, pelo alto risco de hemorragias internas. http://www.imagemnews.com/arquivos/imagensnews/4A4_piranha04.jpg� AN02FREV001/REV4.0 35 FIGURA 6 – FERIDAS PERFURANTES FONTE: Disponível em: <http://www.ai5piaui.com/wp-content/uploads/2010/09/faca1.jpg>. Acesso em: 12 jul. 2011. 5.4 AVULSÕES São lesões em que ocorre descolamento da pele em relação ao tecido subjacente, que pode se manter ligado ao tecido sadio ou não. Apresentam graus variados de sangramento, geralmente de difícil controle. A localização mais comum ocorre em mãos e pés. Recomenda-se colocar o retalho em sua posição normal e efetuar a compressão direta da área, para controlar o sangramento. Caso as avulsões sejam completas, transportar o retalho ao hospital. A preparação do retalho consiste lavá-lo com solução salina, evitando o uso de gelo direto sobre o tecido. http://www.ai5piaui.com/wp-content/uploads/2010/09/faca1.jpg� AN02FREV001/REV 4.0 36 5.5 AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS As amputações são definidas como lesões em que há separação de um membro ou de uma estrutura protuberante do corpo. Podem ser causadas por objetos cortantes, por esmagamento ou por forças de tração. Estão frequentemente relacionadas a acidentes industriais e automobilísticos, tendo maior prevalência em homens jovens. Seu tratamento inicial deve ser rápido pela gravidade da lesão, que pode causar a morte por hemorragia, e pela possibilidade de reimplante do membro amputado. O controle da hemorragia é crucial na primeira fase do tratamento. O membro amputado deve ser preservado sempre que possível, porém a maior prioridade é a manutenção da vida. Condutas nas amputações traumáticas: a) Abrir as vias aéreas e prestar assistência ventilatória, caso necessário; b) Controlar a hemorragia; c) Tratar o estado de choque, caso ele esteja presente; d) Cuidados com o segmento amputado: • Limpeza com solução salina, sem imersão em líquido; • Envolvê-lo em gaze estéril seca ou compressa limpa; • Cobrir a área cruenta, com compressa úmida em solução salina; • Proteger o membro amputado com dois sacos plásticos; • Colocar o saco plástico em recipiente de isopor com gelo ou água gelada; • Jamais colocar a extremidade em contato direto com gelo. AN02FREV001/REV 4.0 37 FIGURA 7 – AMPUTAÇÃO TRAUMÁTICA FONTE: Disponível em:<http://www.sobresaude.com.br/wp- content/uploads/2010/02/amputado-300x225.jpg>. Acesso em: 12 jul. 2011. 5.6 EVISCERAÇÃO Lesão em que ocorre extrusão (exteriorização) de vísceras. Nas lesões com eviscerações, a conduta deve ser a seguinte: Não tentar reintroduzir os órgãos eviscerados; Cobrir as vísceras com curativo estéril umedecido em solução salina; Utilizar compressas, não fazendo uso de materiais aderentes; Envolver o curativo com bandagens; Transportar o paciente em posição supina e com os joelhos fletidos. http://www.sobresaude.com.br/wp-content/uploads/2010/02/amputado-300x225.jpg� http://www.sobresaude.com.br/wp-content/uploads/2010/02/amputado-300x225.jpg� AN02FREV001/REV 4.0 38 FIGURA 8 - EVISCERAÇÃO FONTE: Disponível em: <http://www.famema.br/gallery2/main.php?g2_view=core.DownloadItem&g2_itemId=82&g2_serialNu mber=2>. Acesso em: 12 jul. 2011. 5.7 LESÕES OCULARES Podem ser produzidas por corpos estranhos, queimaduras por exposição ao calor, luminosidade excessiva, agentes químicos, lacerações e contusões. Em traumatismos severos pode haver exteriorização do globo ocular de sua órbita, situação que chamamos de extrusão. Conduta pré-hospitalar: • Irrigação ocular com soro fisiológico durante vários minutos em caso de lesão por agentes químicos ou na presença de corpos estranhos; • Não utilizar medicamentos tópicos (colírios e anestésicos) sem prescrição de um oftalmologista; • Não tentar remover objetos. Estabilizá-los com curativo apropriado; http://www.famema.br/gallery2/main.php?g2_view=core.DownloadItem&g2_itemId=82&g2_serialNumber=2� http://www.famema.br/gallery2/main.php?g2_view=core.DownloadItem&g2_itemId=82&g2_serialNumber=2� http://www.famema.br/gallery2/main.php?g2_view=core.DownloadItem&g2_itemId=82&g2_serialNumber=2� AN02FREV001/REV 4.0 39 • Oclusão ocular bilateral, com gaze umedecida, mesmo em lesões unilaterais. Esta conduta objetiva reduzir a movimentação ocular e o agravamento da lesão; • Em caso de extrusão de globo ocular, não tentar recolocá-lo. Efetuar a oclusão ocular bilateral; • A remoção de lentes de contato deve ser efetuada somente em vítimas inconscientes com tempo de transporte prolongado, que não apresentem lesão grave. FIGURA 9 – LESÕES OCULARES FONTE: Disponível em:<http://4.bp.blogspot.com/_1xcCviN1G4Q/S5w-LR- E2bI/AAAAAAAAADw/JeUwwK0KIUo/s320/faca+no+olho.jpg>. Acesso em: 12 jul. 2011. 5.8 ESMAGAMENTO Trata-se de lesão comum em acidentes automobilísticos, desabamentos e acidentes industriais. Pode resultar em ferimentos abertos e fechados. Existe dano tecidual extenso das estruturas subjacentes. Pode ser causa de amputação de extremidades. Os esmagamentos de tórax e abdome causam graves distúrbios circulatórios e respiratórios. O profissional de emergência deve preocupar-se com a síndrome de reperfusão, após a liberação de http://4.bp.blogspot.com/_1xcCviN1G4Q/S5w-LR-E2bI/AAAAAAAAADw/JeUwwK0KIUo/s320/faca+no+olho.jpg� http://4.bp.blogspot.com/_1xcCviN1G4Q/S5w-LR-E2bI/AAAAAAAAADw/JeUwwK0KIUo/s320/faca+no+olho.jpg� AN02FREV001/REV 4.0 40 uma extremidade esmagada, pois pode ocorrer passagem de toxinas para a circulação. As condutas são: • Realizar CAB; • Administrar oxigênio em alto fluxo; • Solicitar autorização ao coordenador médico para iniciar infusão de soro fisiológico 0,9% IV. FIGURA 10 - ESMAGAMENTO FONTE: Disponível em: <http://lh3.ggpht.com/_KENgthPJn2o/SXPonFsbMHI/AAAAAAAAAN8/de- aZOb3vvg/clip_image077_thumb%5B1%5D.jpg?imgmax=800>. Acesso em: 12 jul. 2011. 6 AVALIAÇÃO DA VÍTIMA Na emergência, a vítima não pode receber uma assistência adequada se seus problemas de saúde não forem corretamente identificados. http://lh3.ggpht.com/_KENgthPJn2o/SXPonFsbMHI/AAAAAAAAAN8/de-aZOb3vvg/clip_image077_thumb%5B1%5D.jpg?imgmax=800� http://lh3.ggpht.com/_KENgthPJn2o/SXPonFsbMHI/AAAAAAAAAN8/de-aZOb3vvg/clip_image077_thumb%5B1%5D.jpg?imgmax=800� AN02FREV001/REV 4.0 41 A avaliação da vítima é um procedimento que auxilia a identificação das possíveis causas da doença ou do trauma e ajuda o profissional de emergência a tomar decisões sobre os cuidados mais adequados. A avaliação orientada para o cuidado é um método adotado na emergência. Uma queixa ou problemas podem ser observados, mas inicialmente procura-se identificar as alterações que colocam em risco a vida da vítima e oferece- se cuidados de Primeiros Socorros. Se não existe risco de morte o profissional de emergência busca identificar as condições que poderiam agravar o estado da vítima, preocupa-se com o conforto e a continuidade da assistência de emergência. A assistência às emergências é desenvolvida em etapas, que descreveremos a seguir. 6.1 EXAME DA CENA O exame da cena tem o objetivo de preservar a segurança da equipe de socorro e auxiliar no diagnóstico das lesões sofridas pela vítima. Na abordagem de uma vítima devemos analisar o contexto geral da situação, pois com uma rápida avaliação do local podemos conhecer o tipo de vítima com a qual estaremos atendendo. 6.1.1 Segurança A cena deve ser avaliada quanto à presença de situações de risco antes do profissional de emergência se aproximar, para que os mesmos preservem sua segurança. AN02FREV001/REV 4.0 42 A segurança da equipe é a prioridade número um. A ambulância deve ser estacionada no local seguro mais próximo e, caso necessário deve ser acionado outros recursos para o local como policiamento. Os exemplos de situações de riscosão: Colisão: Atropelamento; Desabamento; Incêndio; Explosão; Contaminação por produtos tóxicos; Eletrocussão; Agressão. 6.1.2 Mecanismo do Trauma Ao se aproximar da cena, o profissional de emergência já pode constatar o que ocorreu, observando, por exemplo, a presença de veículos danificados e a posição da vítima. Nos acidentes automobilísticos, deve-se observar a posição da vítima, utilização do cinto de segurança, estado do veículo, condições do para-brisa dianteiro e da barra de direção. É importante procurar no local evidência de uso de drogas, medicamentos e álcool. Em vítimas de traumatismos por arma de fogo é importante saber, se possível, o tipo de armamento, munição e distância que o tiro foi transferido. AN02FREV001/REV 4.0 43 6.1.3 Número de Vítimas Avaliar o número de vítimas e a necessidade de outras ambulâncias para apoio. Caso o número de vítimas exceda sua capacidade de atendimento, peça auxílio imediatamente. FIGURA 11 - ACIDENTE FONTE: Disponível em: <http://colunas.tv.globo.com/files/733/2009/03/1acidente.jpg>. Acesso em: 12 jul. 2011. 6.2 AUTOPROTEÇÃO O profissional de emergência não pode se transformar em uma nova vítima. A área de atendimento deve estar segura, sinalizada e isolada para prevenir novos acidentes. Todas as precauções devem ser tomadas durante o exame e a manipulação da vítima para evitar lesões corporais, contaminação por agentes biológicos ou substâncias tóxicas. http://colunas.tv.globo.com/files/733/2009/03/1acidente.jpg� AN02FREV001/REV 4.0 44 Caso o local de socorro ofereça riscos que não possam ser neutralizados, remover rapidamente a vítima para local seguro, mas sempre que possível fazer a avaliação e estabilização do paciente. 6.3 EXAME DA VÍTIMA Divide-se em duas fases, sendo realizado ao mesmo tempo em que a execução de medidas terapêuticas emergenciais. A primeira fase do exame é denominada exame primário e consiste na avaliação de todas as condições clínicas que causem risco iminente de morte, que são: Compressões torácicas, vias aéreas e respiração, lesões de coluna cervical instável e deficiência na circulação sanguínea, sendo o exame primário denominado CAB. A alteração dos procedimentos do suporte básico de vida com a inversão da sequência ABC para CAB em adultos, crianças e bebês, excluindo os recém- nascidos visam à rapidez no atendimento ao paciente, com a ênfase voltada para as compressões torácicas. É importante destacar que as vítimas de parada cardiorrespiratória cuja situação ocorreu na presença de outras pessoas, com o ritmo inicial caracterizado como fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso, tem uma taxa de sobrevivência mais alta. Na sequência A-B-C, as compressões torácicas são retardadas enquanto o socorrista se preocupa com a abertura das vias aéreas para aplicar respiração boca a boca, recupera um dispositivo de barreira ou reúne e monta o equipamento de ventilação. Alterando a sequência para C-A-B, as compressões torácicas serão iniciadas mais cedo e o atraso na ventilação será mínimo, ou seja, somente o tempo necessário para aplicar o primeiro ciclo de 30 compressões torácicas, ou, aproximadamente, 18 segundos. AN02FREV001/REV 4.0 45 Se os dois socorristas estiverem presentes para a ressuscitação do bebê ou de uma criança, calcula-se que o atraso será ainda menor. A maioria das vítimas em parada cardiorrespiratória que se encontram fora do hospital não recebe nenhuma manobra de RCP das pessoas presentes. Há, provavelmente, muitas razões para isso, mas a principal dificuldade pode estar relacionada com a realização da sequência A-B-C. Este procedimento inicia-se manobras que as pessoas consideram difíceis, como por exemplo, a abertura da via aérea e a aplicação de ventilações. Iniciar o atendimento com as compressões torácicas pode encorajar mais socorristas a iniciar a RCP, podendo com isso, salvar mais vidas. O suporte básico de vida é descrito como uma sequência de ações e isso ainda é mantido para o socorrista que atende sozinho uma emergência. A maioria dos profissionais de saúde trabalha em equipe, cujos membros, geralmente, executam as ações de SBV simultaneamente. Um socorrista, por exemplo, inicia imediatamente as compressões torácicas, enquanto outro socorrista busca um desfibrilador automático externo (DEA/DAE) e chama o serviço de ambulância e um terceiro abre a via aérea e aplica ventilações. Os profissionais de saúde são incentivados a adequar as ações de resgate à causa mais provável da parada cardiorrespiratória. Podemos citar como exemplo, se um profissional de saúde estiver sozinho e identificar uma vítima com mal súbito, poderá presumir que a vítima sofreu uma PCR primária com um ritmo chocável, ou seja, desfibrilável e deverá acionar imediatamente o serviço de emergência e urgência, buscar um DEA/DAE e retornar à vítima para aplicar a RCP e usar o DEA/DAE. Porém, para uma suposta vítima de PCR por asfixia, como em casos de afogamento, a prioridade seria aplicar compressões torácicas com ventilação de resgate por cerca de cinco ciclos, aproximadamente 2 minutos antes de acionar o serviço de emergência e urgência. A segunda etapa ou exame secundário consiste em uma avaliação mais detalhada da vítima, ou seja, o exame físico. O líder da equipe deve ajoelhar-se ao lado da vítima no nível de seus ombros, pois nesta posição é possível ter acesso à cabeça e ao tronco da vítima e AN02FREV001/REV 4.0 46 permite o início de uma ressuscitação cardiopulmonar (RCP) rapidamente sem mudança de posição. O auxiliar se posiciona ajoelhado atrás da cabeça do paciente, para efetuar a abertura das vias aéreas, estabilização da coluna cervical e respiração artificial da vítima. Deve estar com todo o material de assistência respiratória. Deve levar todo o equipamento essencial até a cena para evitar perda de tempo com retornos à viatura. Os seguintes equipamentos são considerados essenciais ao atendimento de uma vítima: • Equipamentos de proteção individual; • Prancha longa com imobilizador de cabeça; • Colar cervical; • Oxigênio, bolsa de ventilação, máscaras, cânulas orofaríngeas, aspirador e cânulas de aspiração; • Bandagens. O exame primário deve ser completado em dois minutos ou menos. Não deve ser interrompido, exceto em caso de obstrução das vias aéreas ou parada cardiorrespiratória (PCR). Outras emergências devem ser atendidas pelos socorristas auxiliares. 6.3.1 Nível de Consciência Estimular a vítima verbalmente, identificando-se mesmo que a vítima pareça inconsciente antes de qualquer manipulação. A resposta verbal do paciente identifica que há circulação cerebral, vias aéreas abertas e presença de respiração. Não havendo resposta a estímulos verbais, é realizada a estimulação dolorosa sobre o esterno. AN02FREV001/REV 4.0 47 6.3.2 Avaliação da Vias Aéreas com Estabilização Cervical Caso a vítima esteja inconsciente, deverá ser alinhada e posicionada em decúbito dorsal com técnica de rolamento. Suspeitar de lesão de coluna cervical em todo paciente inconsciente. Vítimas de trauma devem ter a cabeça e o pescoço mantidos em posição neutra, a não ser que haja dor ou resistência a seu alinhamento. As vias aéreas devem ser mantidas abertas com a manobra de elevação da mandíbula, que é a menos traumática para a coluna cervical. Observar a presença de corpos estranhos, vômito ou sangue na cavidade oral, retirar manualmente corpos estanhos, caso necessário. Nunca introduzir os dedos na boca da vítima que apresente reação. A coluna cervical deve permanecer estabilizada manualmente até que seja imobilizada por meio de equipamento apropriado. FIGURA 12 – EXEMPLO DEESTABILIZAÇÃO VERTICAL Disponível em:<http://www.defesacivil.gov.br/imagens/escola/macaerj_05.jpg. Acesso em: 12 jul. 2011. http://www.defesacivil.gov.br/imagens/escola/macaerj_05.jpg� AN02FREV001/REV 4.0 48 6.3.3 Respiração Avaliar a frequência respiratória da vítima, se esta é rápida, normal ou lenta e a profundidade destas respirações. O procedimento "Ver, ouvir e sentir” foi removido da sequência de RCP. Após a aplicação de 30 compressões, o socorrista que atuar sozinho deverá abrir a via aérea da vítima e aplicar duas ventilações. Com a nova sequência onde as compressões torácicas são realizadas logo no início do atendimento, a RCP será executada se o adulto não estiver respondendo e nem respirando ou não respirando normalmente. A sequência da RCP começa com compressões torácicas, obedecendo a sequência C-A-B. Logo, a respiração é verificada rapidamente como parte da verificação quanto à PCR e após a primeira série de compressões torácicas, a via aérea é aberta e o socorrista aplica duas ventilações. Observar dificuldade respiratória e a coloração da pele e mucosas, observando a presença de cianose. Iniciar respiração artificial nas vítimas com ausência de movimentos respiratórios, ou seja, apneia ou com respiração lenta e superficial. Administrar oxigênio em todos os pacientes politraumatizados sob máscara (12 L/min.) AN02FREV001/REV 4.0 49 FIGURA 13 – DIFICULDADE RESPIRATÓRIA FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_P- MzoBY5JIc/S_3JdKlbDzI/AAAAAAAABPI/DHA0uz45m9Q/s320/asfixia.gif>. Acesso em: 12 jul. 2011. 6.3.4 Circulação Observar a coloração da pele, pacientes com coloração rosada raramente têm hipovolemia crítica. A palidez ou tom acinzentado de pele indica problema circulatório. Quando a vítima não está reativa: Palpar pulso carotídeo ao mesmo tempo em que o pulso radial; A presença de pulso carotídeo indica atividade cardíaca e o pulso radial indica grosseiramente que a pressão arterial sistólica é maior que 80mmHg e que qualquer distúrbio circulatório está em fase compensada; Verificar se o pulso está fino e avaliar se está lento ou rápido. Pulsos rápidos e fracos são associados ao quadro de choque; Avaliar a temperatura da pele, o choque é sugerido pela presença de pele fria; AN02FREV001/REV 4.0 50 Iniciar reanimação cardiopulmonar (RCP) na ausência de pulso carotídeo com massagem cardíaca externa. Observar hemorragias discretas; Hemorragias externas graves deverão ser controladas sem interromper o exame primário; Testar o enchimento capilar das extremidades superiores, comprimindo a ponta do dedo e observando o retorno da coloração normal, que se dá em menos de dois segundos. Este é um sinal precoce de choque. Nos pacientes reativos o primeiro pulso a ser avaliado é o radial bilateralmente, pois o paciente não está em PCR. A sequência descrita é a seguinte: • Inspecionar para verificar a presença de deformidades, contusões, escoriações, perfurações, queimaduras, lacerações e edema; • Palpar na procura de dor, sinais de instabilidade, crepitação, pulso, motricidade e sensibilidade; As figuras abaixo ilustram o CAB primário. AN02FREV001/REV 4.0 51 FIGURA 14 – SENTINDO A CIRCULAÇÃO Nível de Consciência Respiração FONTE: Disponível em: <http://www.cvb.org.br>. Acesso em: 12 jul. 2011. 6.4 DECISÕES CRÍTICAS E DE TRANSPORTE Após o exame primário (CAB), o paciente deve ser colocado sobre a prancha longa. No caso de paciente estável, suas fraturas devem ser imobilizadas antes desta manobra, mas em caso de instabilidade não é feita à imobilização para poupar tempo. Pacientes instáveis devem ser transportados para o hospital sem perda de tempo, para que seja realizado o tratamento definitivo. http://www.cvb.org.br/� AN02FREV001/REV 4.0 52 Podemos considerar como pacientes críticos: Traumatismo cranioencefálico (TCE), com nível de consciência diminuído, ou ferimento penetrante na cabeça; Respiração ineficaz ou anormal; Parada cardiorrespiratória; Choque; Sinais ou condições que causam o choque rapidamente; Mecanismo de lesão grave mesmo que a vítima aparentemente esteja estável. É importante lembrar que sempre o paciente mais grave deve ter prioridade no atendimento. 6.5 EXAME SECUNDÁRIO A realização do exame secundário pode ser feita na cena caso a vítima esteja estável ou a caminho do hospital em vítimas instáveis. O exame secundário consiste no exame físico, porém mais detalhado, incluindo a verificação dos sinais vitais periodicamente, como por exemplo, pulso, respiração, pressão arterial e temperatura utilizando lanternas, esfigmomanômetro, estetoscópio e oxigênio em casos de traumas. Deve ser realizado sobre a prancha. O exame secundário consiste: Avaliação das pupilas; Verificar a presença de objetos estranhos e/ou secreções na boca; Verificar a saída de líquor e/ou sangue pelo nariz e/ou ouvidos; AN02FREV001/REV 4.0 53 Verificar sinais vitais. A reavaliação periódica do paciente deve ser realizada a cada cinco minutos nos casos em que este se encontra instável, ou cada vez que ocorrer uma alteração no quadro do paciente ou que for realizada uma intervenção. É realizada a reavaliação clínica, reavaliação das vias aéreas e reavaliação de lesões. Deverá ainda ser feita a comunicação e o preenchimento de documentação, se for o caso. 7 RESPIRAÇÃO Respiração é o ato de respirar. As trocas de oxigênio e gás carbônico ocorrem nos pulmões. A respiração é essencial. Se este processo básico parar ou tornar-se insuficiente, todos os outros processos da vida cessarão. Uma vez que a respiração para, o coração também irá parar de bater pouco tempo depois. Quando isso ocorre, um dano irreversível nas células do cérebro começa dentro de quatro a seis minutos. Após 10 minutos, as células do cérebro começam a morrer. Em um período de tempo pequeno, as células de vários órgãos e estruturas do corpo são destruídas. A morte das células cerebrais não é um processo reversível. Se muitas células morrerem, a pessoa também irá a óbito. Por isso, o acesso às vias aéreas tem prioridade sobre todos os aspectos da reanimação. Deve ter como objetivo manter permeabilidade, evitar a broncoaspiração e efetuar respiração artificial. Durante o exame primário a avaliação de vias aéreas e respiração devem ser completadas em 10 a 15 segundos. As causas de obstrução de vias aéreas podem ser divididas em dois grandes grupos: causas tratáveis e não tratáveis pelos profissionais de emergência. AN02FREV001/REV 4.0 54 As causas tratáveis são: Queda de língua; Corpos estanhos; Vômitos; Secreções e sangue. Nestes casos o profissional de emergência pode atuar mesmo totalmente desprovido de equipamentos, por meio de manobras manuais. O simples reposicionamento da cabeça e do pescoço desloca a língua da parede posterior da faringe. As causas não tratáveis são: Reações alérgicas graves; Edema de glote: Infecções de trato respiratório superior com edema. É importante reconhecer estes quadros precocemente para não perder tempo com tentativas de resolver o problema no pré-hospitalar. 7.1 ABERTURA DAS VIAS AÉREAS 7.1.1 Abertura da Boca Verificar inconsciência; Cruzar o polegar e o indicador; AN02FREV001/REV 4.0 55 Colocar o polegar nos incisivos superiores da vítima e o indicador nos inferiores; Fazer um movimento de abertura em tesoura com estes dois dedos; Efetuar limpeza manual da orofaringe. FIGURA15 – ABERTURA DAS VIAS AÉREAS FONTE: Disponível em: <www.bombeirosemergencia.com.br>. Acesso em: 13 jul. 2011. 7.1.2 Inclinação da Cabeça e Elevação do Queixo É a manobra mais eficaz para queda de língua. A técnica é a seguinte: Colocar uma de suas mãos na fronte da vítima e a utilizar para inclinar a cabeça para trás; Deslocar a mandíbula para frente com os dedos da outra mão colocados no queixo da vítima; Não utilizar na suspeita de lesão de coluna cervical. AN02FREV001/REV 4.0 56 FIGURA 16 - INCLINAÇÃO DA CABEÇA E ELEVAÇÃO DO QUEIXO FONTE: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_3eqYl4gbvqg/Sgr9cjJr6gI/AAAAAAAAAU8/4- AUFNaCJok/s400/abertura+das+vias+a%C3%A9reas.gif>. Acesso em: 12 jul. 2011. 7.1.3 Elevação da Mandíbula Essa técnica é indicada para vítimas com queda de língua que possam ter ou tenham lesão de coluna cervical. A técnica consiste em: Posicionar-se atrás da cabeça da vítima em decúbito dorsal; Segurar com as mãos os ângulos da mandíbula, deslocando-a para frente enquanto faz a abertura da boca; Estabilizar ao mesmo tempo em que a coluna cervical da vítima. http://2.bp.blogspot.com/_3eqYl4gbvqg/Sgr9cjJr6gI/AAAAAAAAAU8/4-AUFNaCJok/s400/abertura+das+vias+a%C3%A9reas.gif� http://2.bp.blogspot.com/_3eqYl4gbvqg/Sgr9cjJr6gI/AAAAAAAAAU8/4-AUFNaCJok/s400/abertura+das+vias+a%C3%A9reas.gif� AN02FREV001/REV 4.0 57 FIGURA 17 – ELEVAÇÃO DA MANDÍBULA FONTE: Disponível em: <http://geicpe.tripod.com/adm/interstitial/remote.gif>. Acesso em: 12 jul. 2011. 7.1.4 Elevação da Mandíbula Modificada Essa técnica é indicada para paciente inconsciente com suspeita de lesão de coluna cervical. A técnica é a seguinte: Posicionar-se por trás da vítima; Empurrar os ângulos da mandíbula com o polegar, deslocando-a para cima; Estabilizar ao mesmo tempo a coluna cervical do paciente com as mãos, evitando sua lateralização. Os equipamentos básicos para abertura das vias aéreas consistem nas cânulas orofaríngeas e nos equipamentos de aspiração. A cânula orofaríngea ou cânula de Guedel é um aparelho semicircular feito de plástico ou borracha, cuja função é a de evitar a queda da língua sobre a parede posterior da faringe e permitir a introdução de cânulas de aspiração. http://geicpe.tripod.com/adm/interstitial/remote.gif� AN02FREV001/REV 4.0 58 A aspiração das vias aéreas tem como finalidade a remoção de sangue, vômito e de outros materiais das vias aéreas. FIGURA 18 – EQUIPAMENTOS BÁSICOS PARA ABERTURA DAS VIAS AÉREAS FONTE: Disponível em: <http://www.souzalins.com.br/images/canula%20de%20Guedell.jpg>. Acesso em: 12 jul. 2011. 7.2 RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL Após a abertura da via aérea, se o paciente não apresentar respiração adequada, será necessário instituir ventilações sob pressão positiva. Ventilar é insuflar ar nos pulmões. Quando o volume de ar é menor que o normal diz-se que o paciente está hipoventilando, se é maior, diz-se que está hiperventilando. É possível um paciente hipoventilar mesmo com frequência respiratória alta desde que sua respiração seja superficial. Existe técnica para ventilação sem e com equipamentos que descreveremos a seguir. http://www.souzalins.com.br/images/canula%20de%20Guedell.jpg� AN02FREV001/REV 4.0 59 7.2.1 Ventilação Boca a Boca Abrir a via aérea com manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo; Pinçar as narinas do paciente com a mesma mão que inclina a cabeça; Manter em posição próteses dentárias completas; Remover próteses dentárias incompletas que estão deslocadas; Aplicar sua boca sobre a da vítima (na criança, por ser impossível a oclusão exclusiva da boca, realiza-se ao mesmo tempo a manobra de oclusão da boca e do nariz); Efetuar duas ventilações completas (se adulto) e uma ventilação completa (se criança ou bebê), com duração de um segundo a um segundo e meio, ventilações mais rápidas causam distensão do estômago (lembre-se que a ventilação no bebê é feita apenas com o ar que está na boca do socorrista e não com ar de dentro dos pulmões); Observar a expansão do tórax da vítima; Efetuar as ventilações posteriores em intervalos de cinco segundos no adulto, resultando na frequência de 12 expirações/min. AN02FREV001/REV 4.0 60 FIGURA 19 – VENTILAÇÃO BOCA A BOCA 01 FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_e-uZLFCGo- Y/S2mxpHtB6XI/AAAAAAAAASQ/1xkIdCskMCw/s320/boca-a-boca.JPG>. Acesso em: 18 jul. 2011. FIGURA 20 - VENTILAÇÃO BOCA A BOCA 02 FONTE: Disponível em: <http://www.bombeirospraia.com/Imagens/manobras/respiracao_boca.jpg>. Acesso em: 18 jul. 2011. 7.2.2 Ventilação Boca-Nariz Esta técnica é indicada para a vítima que necessita de respiração artificial em situações que impeçam a abertura de sua boca ou se tem dimensões que impeçam sua oclusão pela boca do socorrista. http://1.bp.blogspot.com/_e-uZLFCGo-Y/S2mxpHtB6XI/AAAAAAAAASQ/1xkIdCskMCw/s320/boca-a-boca.JPG� http://1.bp.blogspot.com/_e-uZLFCGo-Y/S2mxpHtB6XI/AAAAAAAAASQ/1xkIdCskMCw/s320/boca-a-boca.JPG� http://www.bombeirospraia.com/Imagens/manobras/respiracao_boca.jpg� AN02FREV001/REV 4.0 61 A técnica consiste: Abrir vias aéreas com as manobra anteriormente descritas; Ocluir a boca da vítima durante a ventilação, utilizando a mão que segura o queixo; Ventilar a vítima pelo nariz; Abrir a boca da vítima nos intervalos da ventilação para facilitar a expiração. 7.2.3 Ventilação Boca-Máscara É preferível aos métodos anteriores, pois oferece maior proteção aos socorristas. Ajoelhar-se atrás da vítima; Aplicar a máscara de tamanho mais adequado; Utilizar os polegares e indicadores das duas mãos para fixar a máscara à face da vítima, enquanto o quarto e quinto dedos elevam a mandíbula; Ventilar por meio da máscara. FIGURA 21 – VENTILAÇÃO BOCA-MÁSCARA FONTE: Disponível em: http://lib.store.yahoo.net/lib/emass/ABTHBHQR.jpg. Acesso em: 18 jul. 2011. http://lib.store.yahoo.net/lib/emass/ABTHBHQR.jpg� AN02FREV001/REV 4.0 62 7.2.4 Ventilação Bolsa-Máscara (Ambú) Sempre que possível deve ser executada por dois socorristas, pois é difícil manter o selamento da máscara com a face usando apenas uma das mãos. O tamanho do ambú utilizado em adultos é diferente do utilizado em crianças. Um socorrista aplica e fixa a máscara à face do paciente com polegares e indicadores das duas mãos e eleva a mandíbula com quarto e quinto dedos; Outro socorrista comprime a bolsa de ventilação; Um socorrista fixa a máscara e abre as vias aéreas; O outro comprime a bolsa. FIGURA 22 - VENTILAÇÃO BOLSA-MÁSCARA FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_P- MzoBY5JIc/S1ZANnVlG0I/AAAAAAAAAp8/KJVlZhAif94/s400/ambu.bmp>. Acesso em: 18 jul. 2011. http://4.bp.blogspot.com/_P-MzoBY5JIc/S1ZANnVlG0I/AAAAAAAAAp8/KJVlZhAif94/s400/ambu.bmp� http://4.bp.blogspot.com/_P-MzoBY5JIc/S1ZANnVlG0I/AAAAAAAAAp8/KJVlZhAif94/s400/ambu.bmp� AN02FREV001/REV 4.0 63 8 OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS 8.1 VÍTIMAS CONSCIENTES O quadro clínico das obstruções completas é típico, o paciente apresenta-se agitado, com grave dificuldade respiratória, cianótico, incapaz de tossir, respirar e falar. Caso não seja instituído tratamento, o paciente evolui rapidamente para inconsciência e óbito. Assume a postura típica de colocar os dedos ao redor do pescoço. Antes de qualquer intervenção, o profissional de emergência deve perguntar se a vítima está sufocando e verificar sua capacidade de emitir sons (tossir ou falar). Caso o paciente emita sons a obstrução não é completa. Com obstruções parciais o paciente pode apresentaruma respiração suficiente para manter a vida ou respiração insuficiente. Se houver respiração eficiente, o paciente deve ser estimulado a tossir e observado atentamente em suas tentativas de expelir o objeto ao mesmo tempo em que se administra oxigênio suplementar. A respiração ineficaz se caracteriza por tosse fraca, ruído agudo durante a inspiração, dificuldade respiratória grave. Caso o paciente apresente respiração ineficaz desde o início ou deteriore para uma respiração ineficaz devem ser instituídas manobras de desobstrução como se o paciente tivesse obstrução completa. A conduta nas obstruções completas é aplicar a manobra de desobstrução, chamada manobra de Heimlich. O seu objetivo é expulsar o corpo estranho por meio da eliminação do ar residual dos pulmões, criando uma espécie de tosse artificial. AN02FREV001/REV 4.0 64 A técnica é a seguinte: Abraçar a vítima por trás com os seus braços na altura do ponto entre a cicatriz umbilical e o apêndice xifoide. A mão do profissional em contato com o abdome da vítima está com punho fechado e o polegar voltado para dentro. A outra mão do profissional é colocada sobre a primeira; Fazer compressões abdominais sucessivas, direcionadas para cima, até desobstruir a via aérea ou o paciente perder a consciência; Em mulheres grávidas, obesos e lactentes, as compressões são efetuadas no tórax, no mesmo ponto da massagem cardíaca externa. As complicações desta técnica são lesões de vísceras abdominais como: fígado e o baço e a regurgitação de material do estômago com broncoaspiração. FIGURA 23 - MANOBRA DE HEIMLICH EM VÍTIMA CONSCIENTE FONTE: Disponível em: <http://oprovocador.zip.net/images/heimlich.JPG>. Acesso em: 18 jul. 2011. http://oprovocador.zip.net/images/heimlich.JPG� AN02FREV001/REV 4.0 65 8.2 VÍTIMAS INCONSCIENTES Quando o profissional de emergência assiste uma vítima consciente obstruída que se torna inconsciente, o diagnóstico é fácil. A obstrução por corpo estranho deve ser suspeitada em vítimas inconscientes quando encontra dificuldade excessiva para insuflar seus pulmões durante as manobras de respiração artificial. A técnica para desobstrução de vias aéreas em vítimas inconscientes é a seguinte: Reposicionar a cabeça da vítima e tentar a respiração artificial; Caso a obstrução das vias aéreas da vítima já esteja sendo tratada, tentar a varredura digital; O profissional de emergência deve ficar ajoelhado a cavaleiro sobre a vítima em decúbito dorsal ou ao seu lado; Posiciona as mãos uma sobre a outra entre a cicatriz umbilical e o apêndice xifoide. Em mulheres grávidas, obesas e lactentes, as compressões são efetuadas no tórax, no mesmo ponto da massagem cardíaca externa. Efetua até cinco compressões abdominais direcionadas para o epigástrico da vítima; Ventilar pacientes duas vezes; Varredura digital; Remove se possível, o corpo estranho; Repete a sequência; Prosseguir até remover o corpo estranho ou um médico assumir o paciente. AN02FREV001/REV 4.0 66 FIGURA 24 - TÉCNICA PARA DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS EM VÍTIMAS INCONSCIENTES FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_5r3lmSKnwpc/SLf1FLrVYnI/AAAAAAAAAAo/eI- rUbfN7BI/s320/image013.jpg>. Acesso em: 18 jul. 2011. 9 CIRCULAÇÃO O sistema circulatório mantém o sangue em movimento constante e em fluxo unidirecional. O centro desta atividade é o coração. Quando o coração bate, age como bomba. O sangue do corpo é trazido de volta para o coração e posteriormente vai para os pulmões. Há uma forte relação entre a respiração, a circulação e certas atividades cerebrais. Esta relação pode ser comprovada de acordo com os seguintes aspectos: Se a respiração cessa o sangue que é bombeado para o cérebro não terá o oxigênio suficiente. Devido à falha cerebral e a falta de oxigênio em seus próprios tecidos, o coração funcionará inadequadamente e depois deixará de bater completamente. http://3.bp.blogspot.com/_5r3lmSKnwpc/SLf1FLrVYnI/AAAAAAAAAAo/eI-rUbfN7BI/s320/image013.jpg� http://3.bp.blogspot.com/_5r3lmSKnwpc/SLf1FLrVYnI/AAAAAAAAAAo/eI-rUbfN7BI/s320/image013.jpg� AN02FREV001/REV 4.0 67 Quando o coração para de bombear o sangue, a parada respiratória ocorre quase que imediato. 9.1 PARADA CARDÍACA Ocorre quando o coração para de bombear o sangue ou a circulação é subitamente alterada por contrações irregulares de alta frequência dos ventrículos, como por exemplo, uma fibrilação ventricular. Os sinais da parada cardíaca são: O paciente não responde, está inconsciente; O paciente não respira; Ausência de pulsação e de ausculta de batimentos cardíacos; Palidez excessiva; Mãos, unhas e lábios arroxeados. As causas de PCR podem ser divididas em dois grupos: primária e secundária. As causas primárias de parada cardíaca estão relacionadas a um problema do próprio coração, causando uma arritmia cardíaca, geralmente a fibrilação ventricular. A causa principal é a isquemia cardíaca caracterizada pela chegada de quantidade insuficiente de sangue oxigenado ao coração. As causas secundárias são as disfunções do coração que são causadas por problemas respiratórios ou por uma causa externa. São as principais causas de PCR em crianças e vítimas de traumatismos: Oxigenação deficiente: obstrução de vias aéreas e doenças pulmonares; AN02FREV001/REV 4.0 68 Transporte inadequado de oxigênio: hemorragias graves, estados de choque e intoxicação pelo monóxido de carbono; Ação de fatores externos sobre o coração: drogas e descargas elétricas. FIGURA 25 – FREQUÊNCIAS CARDÍACAS FREQUÊNCIA CARDÍACA NORMAL – A frequência normal dos batimentos cardíacos é de 60 a 100 ciclos por minuto. BRADICARDIA SINUSAL – Quando a frequência cardíaca é menor que 60 batimentos por minuto. TAQUICARDIA VENTRICULAR - Quando a frequência cardíaca é maior que 100 batimentos por minuto. AN02FREV001/REV 4.0 69 FIBRILAÇÃO VENTRICULAR - A fibrilação ventricular é um tipo de arritmia cardíaca. Acontece quando não existe sincronicidade na contração das fibras musculares cardíacas (miocárdio) dos ventrículos. É indicado o uso de desfibrilador automático. 9.2 RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR Ressuscitação Cardiopulmonar ou RCP é um procedimento de emergência aplicado quando as atividades do coração e do pulmão cessam. Cardio se refere ao coração e pulmonar refere-se aos pulmões. É adotada para retardar a lesão cerebral até a instituição de medidas de suporte avançado. Os componentes da técnica de RCP incluem: Reconhecimento; Sequência de RCP; Frequência de compressão; Profundidade da compressão; Retorno da parede torácica; Interrupções nas compressões; Vias aéreas; Relação compressão-ventilação (até a colocação da via aérea avançada); AN02FREV001/REV 4.0 70 Ventilações: quando o socorrista não treinado ou treinado e não proficiente; Ventilação com via aérea avançada (profissionais de saúde); Desfibrilação. Os objetivos da RCP são: Oxigenar e circular o sangue até que seja iniciado o tratamento definitivo; Retardar ao máximo a lesão cerebral; Prolongar a duração da fibrilação ventricular impedindo que ela se transforme em assistolia, e permitir que a desfibrilação tenha sucesso; Reverter a parada cardíaca em alguns casos de PCR por causas respiratórias. 9.2.1 Compressões Torácicas As compressões torácicas consistem em aplicações rítmicas de pressão sobre o terço inferior do esterno. O aumento generalizado da pressão no interior do tórax e a compressão do coração fazem com que o sangue circule. Mesmo com aplicação perfeita da técnica a quantidade
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