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Urgência e Emergência

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AN02FREV001/REV 4.0 
 1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 3 
 
SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO I 
1 HISTÓRIA DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 
1.1 NORMATIZAÇÃO E REGULAÇÃO DO SAMU 
2 SISTEMA DE ASSISTÊNCIA ÀS EMERGÊNCIAS 
2.1 O SOCORRISTA 
2.1.1 Atribuições e Responsabilidades dos Socorristas 
3 PRECAUÇÕES UNIVERSAIS 
3.1 NOÇÕES FUNDAMENTAIS 
4 INTRODUÇÃO A ANATOMIA E FISIOLOGIA 
4.1 SISTEMAS DO CORPO HUMANO 
4.1.1 Sistema Musculoesquelético 
4.1.2 Sistema Nervoso 
4.1.3 Sistema Cardiovascular 
4.1.4 Sistema Respiratório 
4.1.5 Sistema Digestório 
4.1.6 Sistema Urinário 
4.1.7 Sistema Reprodutivo 
4.1.8 Sistema Endócrino 
4.1.9 Sistema Tegumentar 
 
 
MÓDULO II 
5 FERIDAS 
5.1 FERIDAS FECHADAS 
5.2 FERIDAS ABERTAS 
5.3 FERIDAS PERFURANTES 
5.4 AVULSÕES 
5.5 AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 4 
5.6 EVISCERAÇÃO 
5.7 LESÕES OCULARES 
5.8 ESMAGAMENTO 
6 AVALIAÇÃO DA VÍTIMA 
6.1 EXAME DA CENA 
6.1.1 Segurança 
6.1.2 Mecanismo do Trauma 
6.1.3 Número de Vítimas 
6.2 AUTOPROTEÇÃO 
6.3 EXAME DA VÍTIMA 
6.3.1 Nível de Consciência 
6.3.2 Avaliação da Vias Aéreas com Estabilização Cervical 
6.3.3 Respiração 
6.3.4 Circulação 
6.4 DECISÕES CRÍTICAS E DE TRANSPORTE 
6.5 EXAME SECUNDÁRIO 
7 RESPIRAÇÃO 
7.1 ABERTURA DAS VIAS AÉREAS 
7.1.1 Abertura da Boca 
7.1.2 Inclinação da Cabeça e Elevação do Queixo 
7.1.3 Elevação da Mandíbula 
7.1.4 Elevação da Mandíbula Modificada 
7.2 RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL 
7.2.1 Ventilação Boca a Boca 
7.2.2 Ventilação Boca-Nariz 
7.2.3 Ventilação Boca-Máscara 
7.2.4 Ventilação Bolsa-Máscara (Ambú) 
8 OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS 
8.1 VÍTIMAS CONSCIENTES 
8.2 VÍTIMAS INCONSCIENTES 
9 CIRCULAÇÃO 
9.1 PARADA CARDÍACA 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 5 
9.2 RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR 
9.2.1 Compressões Torácicas 
9.3 TÉCNICAS DE RCP PARA BEBÊS E CRIANÇAS 
9.4 DESFIBRILADOR SEMIAUTOMÁTICO 
9.4.1 Operação do Desfibrilador Semiautomático 
10 AFOGAMENTOS E ACIDENTES DE MERGULHOS 
10.1 CLASSIFICAÇÕES DO AFOGADO 
10.2 ABORDAGEM E CONDUTA 
11 TRAUMAS 
11.1 TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO (TCE) 
11.1.1 Lesões no Couro Cabeludo 
11.1.2 Fraturas de Crânio 
11.1.3 Lesões Cerebrais 
11.1.4 Avaliação e Abordagem da Vítima 
11.1.5 Escala de Coma de Glasgow 
11.2 TRAUMATISMO DA COLUNA VERTEBRAL 
11.2.1 Mecanismos Específicos de Lesão 
11.2.2 Avaliação e Abordagem da Vítima 
11.2.3 Imobilização da Coluna Vertebral 
11.3 TRAUMATISMO DE TÓRAX 
11.3.1 Fratura de Costelas 
11.3.2 Tórax Instável 
11.3.3 Contusão Pulmonar 
11.3.4 Pneumotórax Hipertensivo 
11.3.5 Pneumotórax Aberto 
11.3.6 Contusão Cardíaca 
11.3.7 Tratamento e Condutas 
11.4 TRAUMA DE ABDOME 
11.4.1 Traumatismos Fechados 
11.4.2 Traumatismos Penetrantes 
11.4.3 Abordagem e Condutas 
11.5 TRAUMA MUSCULOESQUELÉTICO 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 6 
11.5.1 Fraturas Abertas e Fechadas 
11.5.2 Luxações 
11.5.3 Entorses 
11.5.4 Distensões 
11.5.5 Amputações Traumáticas 
11.5.6 Abordagem e Condutas (Gerais) 
11.5.7 Condutas nas Amputações 
12 IMOBILIZAÇÕES 
12.1 EQUIPAMENTOS DE IMOBILIZAÇÃO 
12.1.1 Colar Cervical e Imobilizador Lateral 
12.1.2 Prancha Longa 
12.1.3 KED 
12.2 TÉCNICAS DE IMOBILIZAÇÃO 
12.2.1 Rolamento de 90 Graus 
12.2.2 Rolamento de 180 Graus 
12.2.3 Elevação a Cavaleiro 
12.2.4 Imobilização com a Vítima Sentada 
13 PARTICULARIDADES NO ATENDIMENTO DE BÊBES E CRIANÇAS 
 
 
MÓDULO III 
14 HEMORRAGIA 
14.1 CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS 
14.1.1 Hemorragias Externas 
14.1.2 Hemorragias Internas 
14.2 CONSEQUÊNCIAS DAS HEMORRAGIAS 
14.3 RECONHECIMENTO DAS HEMORRAGIAS 
14.4 ABORDAGEM DA VÍTIMA E CONDUTAS (HEMORRAGIAS EXTERNAS) 
14.5 CONTROLE DAS HEMORRAGIAS INTERNAS 
15 CHOQUE 
15.1 CHOQUE HIPOVOLÊMICO 
15.2 CHOQUE CARDIOGÊNICO 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 7 
15.3 CHOQUE ANAFILÁTICO 
15.4 CHOQUE NEUROGÊNICO 
15.5 CHOQUE SÉPTICO 
15.6 TRATAMENTO DO CHOQUE 
15.6.1 Transfusões 
15.6.2 Soluções Cristaloides 
15.6.3 Soluções Coloides 
15.7 ACESSO VENOSO 
15.7.1 Técnica de Punção Venosa 
16 QUEIMADURAS 
16.1 CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS 
16.1.1 Quanto à Profundidade 
16.1.2 Quanto à Extensão 
16.1.3 Quanto à Localização 
16.2 QUEIMADURAS TÉRMICAS 
16.2.1 Conduta 
16.3 QUEIMADURAS QUÍMICAS 
16.3.1 Condutas 
16.4 QUEIMADURAS ELÉTRICAS 
16.4.1 Condutas 
17 EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS 
17.1 EMERGÊNCIAS CAUSADAS PELO CALOR EXCESSIVO 
17.1.1 Insolação 
17.1.2 Intermação 
17.2 EMERGÊNCIAS CAUSADAS PELO FRIO 
17.2.1 Hipotermia 
17.2.2 Congelamento 
 
 
MÓDULO IV 
18 DIMINUIÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA 
18.1 ABORDAGEM E CONDUTA 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 8 
19 SÍNCOPE 
20 CONVULSÃO E EPILEPSIA 
20.1 ABORDAGEM E CONDUTA 
21 ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE) 
21.1 CAUSAS DO AVE 
21.2 FATORES DE RISCO 
21.3 SINAIS E SINTOMAS DO AVE 
21.4 ABORDAGEM E CONDUTA 
22 ANGINA DE PEITO 
23 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) 
23.1 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
23.2 ABORDAGEM E CONDUTAS 
24 O PACIENTE DIABÉTICO NA EMERGÊNCIA 
24.1 O DIABÉTICO NA EMERGÊNCIA COM INFECÇÃO 
24.1.1 Pneumonia na Comunidade 
24.1.2 Infecção Urinária 
24.1.3 Infecção de Partes Moles 
24.2 DESCOMPENSAÇÃO DIABÉTICA 
24.3 DIABÉTICO COM DISTÚRBIO NEUROLÓGICO 
24.3.1 Com Déficit de Consciência 
24.3.2 Sem Déficit de Consciência 
24.4 DIABÉTICO COM DISTÚRBIO CARDÍACO 
24.5 DIABÉTICO COM UREMIA NA EMERGÊNCIA 
25 O PACIENTE ALCOOLISTA NA EMERGÊNCIA 
25.1 CARACTERÍSTICAS E FARMACOCINÉTICA DO ETANOL 
25.2 PACIENTE ETILISTA COM PROBLEMAS NEUROLÓGICOS NA 
EMERGÊNCIA 
25.3 PACIENTE ETILISTA COM PROBLEMAS CARDIOVASCULARES NA 
EMERGÊNCIA 
25.4 PACIENTES ETILISTA COM SINTOMAS GASTROINTESTINAIS NA 
EMERGÊNCIA 
25.5 PACIENTE ETILISTA COM SINTOMAS RESPIRATÓRIOS NA EMERGÊNCIA 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 9 
25.6 SINTOMAS E SINAIS ASSOCIADOS AO USO DE ETANOL 
 
 
MÓDULO V 
26 INTOXICAÇÕES 
26.1 INTOXICAÇÕES POR INGESTÃO 
26.2 INTOXICAÇÃO POR INALAÇÃO 
26.3 INTOXICAÇÃO POR ABSORÇÃO (CONTATO) 
27 ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS 
27.1 ENVENENAMENTO OFÍDICO 
27.1.1 Micrurus (Corais) 
27.1.2 Crotalus (Cascavéis) 
27.1.3 Bothops (Jararacas) 
27.1.4 Lachesis (Surucucus) 
27.1.5 Condutas 
27.2 ACIDENTES COM ARANHAS 
27.3 ACIDENTES COM ESCORPIÃO 
27.3.1 Reconhecimento 
28 RAIVA 
28.1 CONDUTAS 
29 TRIAGEM E SITUAÇÕES ESPECIAIS 
30 RESGATE E TRANSPORTE 
30.1 EXTRICAÇÃO 
30.1.1 Indicações 
30.1.2 Técnica de Extricação 
30.2 TRANSPORTE DE EMERGÊNCIA 
30.2.1 Técnicas com um Socorrista 
30.2.2 Técnicas com Dois ou Mais Socorristas 
30.3 EQUIPAMENTOS DE EXTRICAÇÃO E TRANSPORTE 
31 DESTAQUES DAS DIRETRIZES DA AMERICAN HEART ASSOCIATION 2010 
PARA REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) E ATENDIMENTO 
CARDIOVASCULAR DE EMERGÊNCIA 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 10 
31.1 ALTERAÇÃO DA SEQUÊNCIA DE A-B-C PARA C-A-B 
31.2 RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR DE ADULTO POR SOCORRISTA 
LEIGO 
31.2.1 Compressões Torácicas 
31.2.2 Alteração na sequência da RCP para C-A-B 
31.2.3 Eliminação do procedimento “Ver, ouvir e sentir quando a vítima apresentar 
respiração” 
31.2.4 Frequência de compressão torácica: mínimo de 100 por minuto 
31.2.5 Profundidade das compressões torácicas 
31.3 SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE 
31.3.1 Identificação de gasp agônico pelo atendente ou operador 
31.3.2 O atendente/operador deve fornecer instruçõespara RCP 
31.3.3 Ênfase nas compressões torácicas 
31.3.4 Acionamento do serviço de emergência/urgência 
31.3.5 Ressuscitação em equipe 
31.4 RESUMO DOS PRINCIPAIS PONTOS DE DISCUSSÃO E ALTERAÇÕES NAS 
TERAPIAS ELÉTRICAS 
31.5 TÉCNICAS E DISPOSITIVOS DE RCP 
31.5.1 Técnicas de RCP 
31.6 SUPORTE AVANÇADO DE VIDA CARDIOVASCULAR 
31.7 SÍNDROMES CORONÁRIAS AGUDAS (SCA) 
31.8 SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM PEDIATRIA 
31.9 SUPORTE AVANÇADO DE VIDA EM PEDIATRIA 
31.10 RESSUSCITAÇÃO NEONATAL 
31.11 PRIMEIROS SOCORROS 
31.11.1 Oxigênio Complementar 
31.11.2 Epinefrina e anafilaxia 
31.11.3 Administração de aspirina para desconforto torácico 
31.11.4 Torniquetes e controle de hemorragias 
31.11.5 Agentes hemostáticos 
31.11.6 Picadas de cobra 
31.11.7 Ferroadas de água-viva 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 11 
31.11.8 Emergências relacionadas ao calor 
32 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 12 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
1 HISTÓRIA DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 
 
 
O atendimento de emergência surgiu da necessidade da retirada e 
assistência de combatentes feridos em campos de batalha. A primeira tentativa de 
organização moderna de auxílio médico de urgência foi colocada em prática, em 
1792, por Dominique Larrey. 
Larrey era cirurgião e militar e praticava os cuidados iniciais aos pacientes 
vitimados nas guerras do período napoleônico, no próprio campo de batalha, com o 
objetivo de prevenir as complicações. 
Foi a partir das guerras que desenvolveu e iniciou-se o emprego de 
transporte de tração animal, e atualmente o emprego de sofisticados aparelhos e 
veículos de locomoção aérea ou terrestre. Nos dias de hoje, este tipo de assistência 
é de grande importância no atendimento à população, carente de cuidados 
imediatos, no transcorrer do seu cotidiano. 
Atendimento pré-hospitalar (APH) é definido como o conjunto de 
procedimentos técnicos realizados no local da emergência e durante o transporte, 
com objetivo de manter a vida da vítima, até a chegada em uma unidade hospitalar. 
A emergência ocorre quando há uma situação crítica ou algo iminente, com 
a ocorrência de perigo, ou seja, um incidente ou imprevisto. Considerando a área 
médica, é uma situação que exige uma intervenção médica imediatamente. 
A urgência é quando existe uma situação que não pode ser adiada, mas que 
deve ser resolvida rapidamente, pois se houver uma demora, haverá para a vítima 
um risco de morte. Na medicina, estas situações necessitam de um tratamento 
médico com um caráter menor que a emergência, ou seja, menos imediatista. 
No Brasil, os primeiros registros acerca do serviço de atendimento pré-
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 13 
hospitalar datam de 1893, quando o Senado da República aprovou uma lei que 
pretendia estabelecer o socorro médico de urgência na via pública, no Rio de 
Janeiro, no momento capital do país. 
Em 1899, o Corpo de Bombeiros (CB), pertencente à capital do país, 
colocava em ação a primeira ambulância, ainda de tração animal para realizar o 
atendimento de urgência, fato este que caracteriza sua tradição na prestação desse 
serviço. 
Nos anos 50, instala-se o Serviço de Assistência Médica Domiciliar de 
Urgência (SAMDU), na cidade de São Paulo, órgão da então Secretaria Municipal de 
Higiene. 
A partir da década de 80, o atendimento pré-hospitalar passou a ser aplicado 
de forma mais sistematizada pelo Corpo de Bombeiros, os quais deram início à 
estruturação dos Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar (SvAPH). 
Paralelamente aos Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar, foi iniciado em 
1988, pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro, o socorro extra-hospitalar 
aeromédico. 
Outro modelo proposto pelo Ministério da Saúde (MS) consiste no Sistema 
Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergências (SIATE), implantado 
inicialmente em 1990, o atendimento era realizado pelos socorristas do Corpo de 
Bombeiros e médicos dentro do sistema regulador. O SIATE serviu de modelo para 
uma reestruturação do atendimento pré-hospitalar em nível nacional. 
Iniciou a partir de 1990 com a criação do Programa de Enfrentamento às 
Emergências e Traumas (PEET) pelo Ministério da Saúde, cujo objetivo era a 
diminuição da incidência e morbimortalidade por agravos externos por meio de 
intervenção nos níveis de prevenção, atendimento hospitalar, atendimento pré-
hospitalar e reabilitação. 
Em meados de 1995, iniciou-se a implantação do SAMU. Este serviço pré-
hospitalar desenvolvido no Brasil tende-se a basear no modelo americano ou 
francês. 
O SAMU do sistema francês foi criado por anestesistas e intensivistas 
devido à necessidade da assistência pré-hospitalar dos pacientes que chegavam ao 
hospital com agravo do caso ou mesmo mortos, por não receberem atendimento 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 14 
precoce e adequado. 
Esse sistema tem como referencial o médico, tanto na regulação do sistema, 
como no atendimento e monitorização do paciente, até a recepção hospitalar. É um 
serviço ligado ao Sistema de Saúde, hierarquizado e regionalizado, possuindo 
comunicação direta com os Centros Hospitalares. 
Já o sistema norte-americano trabalha com paramédicos, os quais passam 
por um período de formação de três anos após o segundo grau. A implantação de 
serviços pré-hospitalares no Brasil, seja municipal ou estadual, segue o modelo 
metodológico de cada sistema de acordo com suas realidades, demandas, perfis, 
morbimortalidade, recursos técnicos, tecnológicos e financeiros. 
 
 
1.1 NORMATIZAÇÃO E REGULAÇÃO DO SAMU 
 
 
O Atendimento Pré-Hospitalar no Brasil surgiu sem muito sucesso, mas, hoje 
é considerado um serviço primordial e tem demonstrado importantes resultados para 
a sociedade. 
A Portaria nº 2048/MS, em 5 de novembro de 2002, normatiza a implantação 
do SAMU e considera que a área de Urgência e Emergência constitui-se em um 
importante componente da assistência à saúde. 
E, de acordo com o § 2º, este regulamento é de caráter nacional, devendo 
ser utilizado pelas Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos 
municípios na implantação dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, com 
ou sem vínculo com a prestação de serviços aos usuários do Sistema Único de 
Saúde. 
Como descreve a Portaria citada acima, a área de urgência e emergência 
constitui-se em um importante componente da assistência à saúde. A expansão de 
serviços nesta área nos últimos anos tem contribuído decisivamente para a 
sobrecarga dos serviços de urgência e emergência disponibilizados para o 
atendimento da população, conforme ressalta o Ministério da Saúde: 
O Ministério da Saúde, ciente dos problemas existentes e em parcerias com 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 15 
as Secretarias de Saúde dos estados e municípios tem contribuído para reversão 
deste quadro amplamente desfavorável à assistência da população. O sistema 
estadual de urgência e emergência deve se estruturar a partir da leitura ordenada 
das necessidades sociais em saúde e sob o imperativo das necessidades humanas 
nas urgências. 
O diagnóstico dessas necessidades deve ser feito a partir da observação e 
da avaliação dos territórios sociais com seus diferentes grupos humanos, da 
utilização de dados de morbidade e mortalidade disponíveis e da observação das 
doenças emergentes. 
Atendendo a necessidade do atendimento emergencial foi implantado pelo 
governo federal o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192), um 
serviço de socorro pré-hospitalar móvel que chega rapidamente às pessoas, em 
qualquer lugar ou qualquer problema de saúde urgente que possa levar ao 
sofrimento ou até mesmo a morte. 
São feitos atendimentos por equipes de profissionais de saúde, que recebem 
as chamadas gratuitas, feitas pelo telefone, e como resposta envia uma ambulância, 
com técnico de enfermagem ou com enfermeiroe médico, ou mesmo uma simples 
orientação. 
O Ministério da Saúde considera como nível pré-hospitalar, na área de 
urgência e emergência, aquele atendimento que procura chegar à vítima nos 
primeiros minutos. 
Após ter ocorrido o agravo à saúde, agravo este que possa levar à 
deficiência física ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe 
atendimento adequado e transporte a um hospital devidamente hierarquizado e 
integrado ao Sistema Único de Saúde. 
A equipe de atendimento pré-hospitalar realiza os seguintes procedimentos: 
 
 Reanimação cardiorrespiratória; 
 Oxigenoterapia; 
 Contenção de hemorragias; 
 Imobilizações; 
 Intubação orotraqueal; 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 16 
 Punção venosa com reposição de volume e medicação; 
 Transporte de pacientes. 
 
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) deve ser composto 
por uma equipe multiprofissional oriundos da área de saúde, sendo o coordenador 
do serviço, responsável técnico um médico, o responsável de enfermagem um 
enfermeiro, médicos reguladores, médicos intervencionistas, enfermeiros 
assistenciais, auxiliares e técnicos de enfermagem. 
Além dessa equipe de saúde, em situações de atendimento às urgências 
relacionadas às causas externas ou de pacientes em locais de difícil acesso, deverá 
haver uma ação integrada com outros profissionais, com bombeiros militares, 
policiais militares e rodoviários e outros. 
Essa equipe deve trabalhar em conjunto, visando um só objetivo, ou seja, o 
atendimento sistematizado, dinâmico e com qualidade ao cliente e sua família. 
A portaria 824/99, adaptada pelo Ministério da Saúde, define que o sistema 
de atendimento pré-hospitalar é um serviço médico, sua coordenação, regulação e 
supervisão direta é a distância e deve ser efetuada unicamente por médico, tem na 
Central de Regulação Médica o elemento ordenado e orientador da atenção pré-
hospitalar, sendo o médico regulador o responsável pela decisão técnica em torno 
dos pedidos de socorro e decisão gestora dos meios disponíveis. 
Diversos pontos de interesse no atendimento pré-hospitalar são discutidos 
por organizações médicas, como por exemplo, a Sociedade Brasileira de 
Cardiologia, que desde julho de 1999 define as “Diretrizes sobre o Tratamento de 
Infarto Agudo do Miocárdio”. 
E, ainda, aborda em parte o atendimento pré-hospitalar no infarto agudo do 
miocárdio, demonstrando que um melhor preparo das equipes de atendimento pré-
hospitalar, a eficiência dos treinamentos, o uso de algumas drogas, a assistência via 
telefonia, colocação rápida da ambulância junto à vítima e a conscientização da 
população possivelmente reduzirão os óbitos por mal súbitos. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 17 
 
 
 
2 SISTEMA DE ASSISTÊNCIA ÀS EMERGÊNCIAS 
 
 
Milhares de vidas são salvas a cada ano pelo atendimento médico de 
urgência. Os avanços no campo da saúde, nos últimos 50 anos, foram significativos. 
No século passado, a maioria dos pacientes de emergência que entravam nos 
hospitais, acabava morrendo. Hoje se observa que, em grande parte, os pacientes 
conseguem recuperar-se e retornam a uma vida normal. 
Mal súbito, doenças graves e os traumas produzidos pelos acidentes podem 
ocasionar a morte, antes mesmo de o paciente chegar ao hospital. O sistema de 
saúde procura prevenir tais mortes, ampliando o seu campo de atuação. 
A assistência começa no local da emergência e continua durante o 
transporte ao hospital. Após o transporte, efetuado pelo serviço de emergência, 
ocorre a transferência do paciente para o pronto-socorro, assegurando a 
continuidade do atendimento. 
Essa assistência profissional é acompanhada por uma cadeia de recursos 
humanos, que trabalhando em conjunto, formam o Sistema de Assistência às 
Emergências em Saúde (SAES). 
A base da organização do Sistema de Assistência às Emergências é o 
hospital ou outro estabelecimento de saúde. Médicos, enfermeiros e outros 
profissionais estão aptos a oferecer a assistência integral ao paciente. 
A falta de pessoal suficientemente treinado para o atendimento às 
emergências, antes da chegada do serviço de atendimento pré-hospitalar, 
representa o elo mais fraco na organização do SAES. Acredita-se que o treinamento 
de socorristas pode contribuir para a diminuição deste problema. 
 
 
 
 
 
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 18 
 
 
 
2.1 O SOCORRISTA 
 
 
O socorrista é uma pessoa, que foi treinada para prestar o primeiro 
atendimento e auxiliar os profissionais do atendimento pré-hospitalar, no local da 
emergência. 
É geralmente a primeira pessoa treinada a entrar em contato com o 
paciente. Nos Estados Unidos foi criado um programa de treinamento de socorristas, 
onde centenas de pessoas completaram os cursos formais e auxiliam na assistência 
às emergências e a manutenção da vida. 
Em quase todas as regiões dos EUA, os socorristas tornaram-se parte 
importante do sistema de saúde e os cuidados, por eles prestados, reduziram o 
sofrimento, diminuíram sequelas adicionais e salvaram muitas vidas. 
No Brasil existem diversos cursos de primeiros socorros para treinamento de 
socorristas, realizados tanto por instituições privadas quanto pública. 
 
 
2.1.1 Atribuições e Responsabilidades dos Socorristas 
 
 
A primeira atribuição do socorrista, no local da emergência, é com a 
segurança pessoal. O desejo de ajudar as pessoas que têm necessidade de 
atendimento pode favorecer o esquecimento dos riscos no local. O socorrista deve 
ter segurança ao aproximar-se da vítima e permanecer em segurança, enquanto 
presta o atendimento. 
Parte das preocupações do socorrista com a sua segurança pessoal está 
relacionada com a própria proteção contra as doenças infecciosas. Ao avaliar ou 
prestar atendimento às vítimas, deve evitar contato direto com o sangue do paciente, 
fluidos corpóreos, mucosas, ferimentos e queimaduras. O socorrista tem quatro 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 19 
deveres relacionados aos pacientes, que devem ser cumpridos no local da 
emergência. 
Estes deveres são: 
 
 Ter acesso ao paciente, com segurança e utilizando instrumentos 
manuais, quando necessário; 
 Identificar o que está errado com o paciente e providenciar a 
assistência de emergência necessária; 
 Elevar ou mobilizar o paciente apenas quando for preciso e realizar tal 
procedimento sem ocasionar lesões adicionais; 
 Transferir o paciente e as informações pertinentes para os profissionais 
do serviço de emergência. 
 
As responsabilidades do socorrista no local da emergência incluem o 
cumprimento das seguintes atividades: 
 
 Controlar o local do acidente de modo a proteger a si mesmo, ao paciente 
e prevenir outros acidentes; 
 Ter certeza de que a central do sistema de emergência foi notificada, 
permitindo a chegada dos profissionais no local da ocorrência, com o menor tempo 
possível; 
 Identificar o que está errado com o paciente, utilizando-se das 
informações obtidas no local e pelo exame físico do paciente; 
 Fazer o melhor possível, dentro de sua capacidade; 
 Obter ajuda do pessoal presente no local da emergência e controlar suas 
atividades; 
 Transferir as informações pertinentes, sobre a ocorrência, para os 
profissionais do serviço de emergência; 
 Auxiliar os profissionais do serviço de emergência no local da ocorrência 
e trabalhar segundo sua orientação. 
 
 
 
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 20 
 
 
 
3 PRECAUÇÕES UNIVERSAIS 
 
 
Há diversas situações em que o profissional que atua em emergência sofre 
risco de contaminação de doenças infecciosas, portanto é importante estar ciente 
dos riscos decorrente da sua profissão, conhecer estas doenças e seguir as normas 
sanitárias de controle de infecção. 
A maioria das pessoas preocupa-se mais com a possibilidade de contrair 
AIDS do que entrar em um edifício em chamas. Não há dúvida que doenças 
infecciosas são realmente perigosas para os profissionais. Contudo, oaprendizado, 
o uso de procedimentos de segurança e de equipamentos de proteção individual 
diminuirá consideravelmente estes riscos. 
 
 
3.1 NOÇÕES FUNDAMENTAIS 
 
 
Infecções são doenças causadas por organismos que penetram o corpo, já a 
doença contagiosa é aquela que pode ser transmitida de uma pessoa para outra. A 
contaminação pode ocorrer pelo ar ou contato com sangue ou outros fluidos 
corporais, por meio de lesões pequenas, muitas vezes, despercebidas nas mãos, 
face ou partes expostas como mucosas - nariz e olhos. 
Até pequenas lesões encontradas em volta das unhas podem ser porta de 
entrada. Partículas disseminadas por via aérea podem ser transmitidas pela tosse, 
respiração ou espirros do paciente. As partículas podem ser inaladas ou entrar em 
contato com as mucosas. 
É impossível saber se os pacientes são portadores de doenças contagiosas 
apenas com a inspeção visual. O sangue e certos fluidos corporais devem ser 
encarados como infectantes em potencial. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 21 
A esta conduta se dá o nome de Precauções Universais. O profissional de 
emergência deve sempre utilizar dispositivos de barreira para entrar em contato com 
a vítima. Os equipamentos de proteção individual (EPI) são as luvas, máscaras ou 
protetores faciais, protetor ocular, avental e gorro. 
As doenças que podem ser adquiridas pelos professorais de emergência 
são: 
 Sangue: SIDA, Hepatite B, Hepatite C; 
 Respiração: Tuberculose, Meningite Meningocócica, Gripe, Resfriado 
comum e algumas viroses; 
 Pele: Herpes e escabiose, Impetigo e Pediculose; 
 Mucosas: Herpes e Conjuntivite; 
 Fezes: Hepatite A e Diarreia infecciosa. 
 
Devido a essas doenças, as normas sanitárias estabelecem os 
procedimentos denominados de “Precauções Padrão” ou “Precauções Universais” 
ou ainda “Normas de Biossegurança”, como um meio de proteção ao contato de 
secreções corporais. Estes padrões atualmente são adotados no mundo inteiro. Os 
procedimentos de proteção devem ser usados com todos os pacientes. 
As recomendações que podem auxiliar a diminuir os riscos de doenças 
transmissíveis, principalmente nos ambientes de trabalho, são: 
 
 Providenciar vacinação contra hepatite B – um procedimento rotineiro e 
seguro, que protege contra a infecção do Vírus da Hepatite B; 
 Ensinar os meios de transmissão das doenças infecciosas pelo sangue 
e treinar as práticas de segurança, incluindo o uso de equipamento de proteção 
individual; 
 Estabelecer procedimentos de segurança no local de trabalho; 
 Abastecer o local de trabalho com equipamentos de proteção individual 
tais como: luvas, aventais, máscaras e protetor ocular do tamanho certo e 
equipamento de ressuscitação cardiopulmonar, incluindo a máscara facial de bolso; 
 Instalar recipientes especiais para descarte de agulhas e outros 
materiais perfurocortantes, higienização das mãos e rótulos para os recipientes com 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 22 
material contaminado; 
 Providenciar um local para limpeza do equipamento, separado das 
áreas destinadas para o preparo de alimentos; 
 Assegurar que há recipientes de descarte apropriados e disponíveis de 
acordo com a regulamentação; 
 Implementar um protocolo de seguimento das ocorrências de acidentes 
perfurocortantes com os profissionais, de modo a identificar as causas do incidente, 
documentar o evento e registrar a evolução dos funcionários. 
 
O programa de controle de infecção somente funcionará se os profissionais 
aprenderem e seguirem corretamente os procedimentos determinados e pré-
estabelecidos. 
Estes profissionais têm a obrigação de manterem-se fiéis às práticas 
seguras de trabalho em relação à própria proteção, de suas famílias e do público, 
lavando as mãos regularmente, usando luvas e outros itens do equipamento de 
proteção individual e tornando um hábito as práticas seguras no trabalho. 
Os profissionais que praticam o controle de infecção podem sentir-se 
confiantes, pois não estão arriscando suas vidas. 
 
 
4 INTRODUÇÃO A ANATOMIA E FISIOLOGIA 
 
 
A anatomia é o estudo da estrutura do corpo humano e a fisiologia é o 
estudo de seu funcionamento. As estruturas de uma estrutura do corpo humano com 
a outra são descritas pelo uso de termos anatômicos. 
Estes termos são sempre aplicados imaginando-se o corpo em posição 
anatômica, ou seja, posição em que o indivíduo está de pé, com os pés juntos 
paralelos e braços estendidos junto ao corpo, com as palmas das mãos para frente. 
 
 
 
 
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 23 
 
 
 
FIGURA 1 – DESCRIÇÕES DO CORPO HUMANO 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.sogab.com.br/floresdias/1homeostase5a.jpg>. 
Acesso em: 12 jul. 2011. 
 
 
O corpo humano se divide em quatro regiões: cabeça, pescoço, tronco e 
membros. E possui cavidades onde os órgãos se situam. 
 
 
 
 
http://www.sogab.com.br/floresdias/1homeostase5a.jpg�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 24 
 
 
 
4.1 SISTEMAS DO CORPO HUMANO 
 
 
Quando várias células que executam uma função específica são agrupadas 
em conjunto, um tecido é formado. Um órgão é uma estrutura composta por vários 
tipos de tecidos para executar uma finalidade específica, por exemplo, o intestino 
contém vários tipos de tecido que permitem que ele execute as funções relacionadas 
à digestão. Um sistema reúne vários órgãos para executar uma função complexa. A 
seguir estão enumerados os sistemas que compõem o corpo humano. 
 
 
4.1.1 Sistema Musculoesquelético 
 
 
Sistema formado por 206 ossos, articulações, musculosqueléticos e tendões. 
As principais funções são: 
 
 Sustentação do corpo; 
 Conformação do corpo; 
 Proteção de órgãos internos; 
 Armazenamento Cálcio e Fósforo; 
 Produção de células sanguíneas na medula óssea; 
 Sistema de alavancas que movimentadas pelos músculos permitem 
deslocamento do corpo. 
 
O tecido muscular compreende de 40 a 50% de peso do corpo. Os músculos 
esqueléticos são controlados voluntariamente e obedecem a estímulos nervosos. 
Uma vez estimulados, podem rapidamente contrair-se e depois relaxar, 
prontos para uma nova contração. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 25 
O sistema dispõe de 501 musculosqueléticos, necessários para a realização 
dos movimentos, coordenação da postura corporal e produção de calor. A ligação 
entre os músculos e os ossos é feita pelos tendões. 
 
 
4.1.2 Sistema Nervoso 
 
 
O sistema nervoso inclui o cérebro, a medula espinhal e os nervos. Essas 
estruturas são classificadas topográficas e funcionalmente como: Sistema Nervoso 
Central (SNC), Sistema Nervoso Periférico e Sistema Nervoso Autônomo. 
O Sistema Nervoso Central é constituído pelo cérebro e medula espinhal. Os 
nervos sensoriais, relacionados com a entrada dos estímulos e os nervos motores 
relacionados com a saída das respostas compõem o Sistema Nervoso Periférico. 
Os nervos do Sistema Nervoso Autônomo estão dispostos paralelamente à 
medula espinhal, sendo involuntária a estimulação. Os impulsos nervosos são 
gerados no Sistema Nervoso Central, eles podem estimular ou inibir determinadas 
atividades. 
 
 
4.1.3 Sistema Cardiovascular 
 
 
O sistema circulatório é composto pelo coração, pelos vasos sanguíneos e 
pelo sangue, que é o fluido movimentado sob pressão. O coração é um órgão 
muscular que tem como função bombear através das artérias. 
Está localizado no tórax protegido anteriormente pelo esterno e 
posteriormente pela coluna. A parede do coração possui três camadas: o epicárdio, 
que é a porção externa, o miocárdio, a camada média muscular e o endocárdio que 
é a camada interna. 
É envolvido pelo pericárdio, que possui uma camada interna (visceral) e uma 
camada externa (parietal). Entre estas camadas existe uma pequena quantidade de 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 26 
líquido pericárdio que tem função lubrificante. 
Existem três tipos de vasos sanguíneos: as artérias, as veias e os capilares. 
As artérias transportamo sangue para fora do coração, dando origem a múltiplas 
ramificações, que diminuem de tamanho, até formarem vasos sanguíneos 
microscópicos denominados capilares, onde ocorrem as trocas entre o sangue e as 
células. 
Os capilares dão origem a pequenas veias, que são os vasos sanguíneos 
que transportam o sangue em direção ao coração, às veias vão-se unindo e 
aumentando de tamanho até chegar ao coração. 
 
 
FIGURA 2 – SISTEMA CARDIOVASCULAR 1 
 
FONTE: Disponível em:<http://static.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/veia-
arteria-capilar.jpg>. Acesso em: 12 jul. 2011. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://static.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/veia-arteria-capilar.jpg�
http://static.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/veia-arteria-capilar.jpg�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 27 
 
 
 
 
FIGURA 3 - SISTEMA CARDIOVASCULAR 2 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://4.bp.blogspot.com/_5LadX6BIwII/TEpcDACvRGI/AAAAAAAAACw/nRtrJVrgLyg/s1600/6.jpg>. 
Acesso em: 12 jul. 2011. 
 
 
4.1.4 Sistema Respiratório 
 
 
Sistema composto pelos pulmões e vias aéreas. Tem como função captar e 
efetuar as trocas de oxigênio e gás carbônico entre o corpo humano e a atmosfera. 
As estruturas que compõem as vias aéreas são: nariz, laringe, traqueia, 
brônquios e árvore brônquica. Os pulmões são dois órgãos cônicos que possuem 
brônquios, bronquíolos e alvéolos. Cada pulmão é dividido em lobos: o pulmão 
direito com três lobos e o esquerdo com dois lobos. 
 
 
 
 
 
http://4.bp.blogspot.com/_5LadX6BIwII/TEpcDACvRGI/AAAAAAAAACw/nRtrJVrgLyg/s1600/6.jpg�
 
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 28 
 
 
4.1.5 Sistema Digestório 
 
 
O sistema Digestório é formado pelo trato digestório e por várias estruturas 
de apoio e glândulas acessórias. O trato inicia na cavidade oral com a participação 
efetiva dos dentes e da língua; as glândulas salivares excretam saliva na cavidade 
bucal, ajudando na digestão dos alimentos. 
A partir desta cavidade, o bolo alimentar passa pelo esôfago, esfíncter da 
cárdia e estômago. No estômago o bolo sofre ação dos ácidos e enzimas gástricas 
formando o quimo. 
Este passa para o intestino delgado através do esfíncter pilórico. Enzimas 
digestivas provenientes do pâncreas e a bile, produzida pelo fígado, são adicionadas 
ao quimo. 
O processo de digestão e absorção é completado no intestino delgado. Os 
movimentos peristálticos transportam os resíduos dos alimentos digeridos e pela 
válvula ileocecal entram no intestino grosso. Por fim, ao chegarem ao reto, os 
resíduos são excretados pelo ânus. 
 
 
4.1.6 Sistema Urinário 
 
 
Têm a função de filtrar o sangue e eliminar o excesso de água, sal e outras 
excretas sob a forma de urina. Os rins filtram o sangue e reabsorvem substâncias 
essenciais, formando a urina. 
A urina é transferida pelos ureteres até a bexiga onde é estocada para ser 
eliminada. A bexiga é esvaziada durante o ato de urinar. A uretra é o caminho de 
saída da urina vinda da bexiga. 
 
 
 
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 29 
4.1.7 Sistema Reprodutivo 
 
 
Os órgãos reprodutivos masculinos são os testículos, localizados no escroto. 
Os testículos produzem os espermatozoides, que vão até a próstata, onde se 
misturam às secreções e formam o sêmen que é ejaculado através da uretra. 
Os órgãos femininos localizados na pelve são os ovários, as trompas de 
falópio, o útero e a vagina. 
 
 
4.1.8 Sistema Endócrino 
 
 
O sistema endócrino é também um sistema regulatório. As glândulas 
secretam substâncias químicas chamadas hormônios, que influenciam funções do 
corpo a distância. 
São exemplos de hormônios as insulinas, que controlam o metabolismo da 
glicose, e a noradrenalina, produzida na suprarrenal, que é liberada em situações de 
estresse. 
 
 
4.1.9 Sistema Tegumentar 
 
 
Tem a função de recobrir o corpo, protegendo-o do meio ambiente. É 
composto pela pele, anexos (pelos e unhas) e tecido subcutâneo. A pele e suas 
estruturas associadas compõem o maior órgão do corpo humano. 
Serve como uma barreira à invasão de bactérias e impede a perda de água 
e calor, permitindo as sensações de tato, dor, pressão e temperatura. 
 
 
FIM DO MÓDULO I 
 
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 30 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
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 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do 
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são 
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
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 32 
 
 
MÓDULO II 
 
 
5 FERIDAS 
 
 
As feridas são resultados das agressões sofridas pelas partes moles, 
produzindo lesão tecidual. Os ferimentos podem ser abertos ou fechados. Os 
ferimentos abertos são aqueles em que há perda da integridade da superfície da 
pele. Nos ferimentos fechados não ocorre por definição perda da integridade da 
pele. 
 
 
5.1 FERIDAS FECHADAS 
 
 
Um impacto ou uma compressão podem causar rompimento de vasos 
sanguíneos, causando o extravasamento de líquido ou sangue. Estas lesões são 
chamadas de contusões, podem acometer somente estruturas superficiais, mas, em 
casos de aplicação de força intensa, pode haver lesão de órgãos internos. 
Normalmente, se houver apenas acometimento superficial, o paciente 
apresenta dor e edema da área afetada. Se houver hemorragia, o local adquire uma 
coloração preta ou azulada, que é chamada equimose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 33 
 
 
FIGURA 4 – FERIDAS FECHADAS 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.sobresaude.com.br/wp-content/uploads/2010/04/lesao-
abdomen-300x225.jpg>. Acesso em: 12 jul. 2011. 
 
 
5.2 FERIDAS ABERTAS 
 
 
São feridas abertas as escoriações, as incisões e as lacerações. As 
escoriações são lesões da camada superficial da pele ou mucosas que apresentam 
sangramento discreto, mas costumam ser extremamente dolorosas. Não 
representam risco ao paciente quando isoladas. 
As incisões são lesões teciduais cujos bordos são regulares, sendo 
produzidas por objetos cortantes. Podem causar sangramento de variados graus e 
danos a tendões, músculos e nervos. 
As lacerações são lesões teciduais e bordos irregulares, produzidas por 
objetos rombos por meio de trauma fechado sobre superfícies ósseas. O socorrista 
deve controlar o sangramento por compressão direta e aplicação de curativo e 
bandagens. 
 
 
 
http://www.sobresaude.com.br/wp-content/uploads/2010/04/lesao-abdomen-300x225.jpg�
http://www.sobresaude.com.br/wp-content/uploads/2010/04/lesao-abdomen-300x225.jpg�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 34 
 
 
 
FIGURA 5 – FERIDAS ABERTAS 
 
Disponível em: <http://www.imagemnews.com/arquivos/imagensnews/4A4_piranha04.jpg>. 
Acesso em: 12 jul. 2011. 
 
 
5.3 FERIDAS PERFURANTES 
 
 
São lesões causadas por perfuração da pele e dos tecidos subjacentes por 
um objeto. O orifício de entrada pode não corresponder à profundidade da lesão. As 
lesões penetrantes de tórax devem ser ocluídas o mais rápido possível, para evitar a 
aspiração de ar para o espaço pleural com a formação de pneumotórax aberto. 
Verificar a presença de orifício de saída, mas nunca explorando a ferida. 
Tratar as condições que causem risco iminente de vida. As vítimas com lesões 
penetrantes de tronco e abdome devem ser removidas o mais rápido possível para o 
hospital que disponha de equipe cirúrgica, pelo alto risco de hemorragias internas. 
 
 
 
 
 
http://www.imagemnews.com/arquivos/imagensnews/4A4_piranha04.jpg�
 
 AN02FREV001/REV4.0 
 35 
 
 
FIGURA 6 – FERIDAS PERFURANTES 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ai5piaui.com/wp-content/uploads/2010/09/faca1.jpg>. 
Acesso em: 12 jul. 2011. 
 
 
5.4 AVULSÕES 
 
 
São lesões em que ocorre descolamento da pele em relação ao tecido 
subjacente, que pode se manter ligado ao tecido sadio ou não. Apresentam graus 
variados de sangramento, geralmente de difícil controle. A localização mais comum 
ocorre em mãos e pés. 
Recomenda-se colocar o retalho em sua posição normal e efetuar a 
compressão direta da área, para controlar o sangramento. Caso as avulsões sejam 
completas, transportar o retalho ao hospital. A preparação do retalho consiste lavá-lo 
com solução salina, evitando o uso de gelo direto sobre o tecido. 
 
 
 
 
 
 
http://www.ai5piaui.com/wp-content/uploads/2010/09/faca1.jpg�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 36 
 
 
5.5 AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS 
 
 
As amputações são definidas como lesões em que há separação de um 
membro ou de uma estrutura protuberante do corpo. Podem ser causadas por 
objetos cortantes, por esmagamento ou por forças de tração. Estão frequentemente 
relacionadas a acidentes industriais e automobilísticos, tendo maior prevalência em 
homens jovens. 
Seu tratamento inicial deve ser rápido pela gravidade da lesão, que pode 
causar a morte por hemorragia, e pela possibilidade de reimplante do membro 
amputado. O controle da hemorragia é crucial na primeira fase do tratamento. O 
membro amputado deve ser preservado sempre que possível, porém a maior 
prioridade é a manutenção da vida. 
 
Condutas nas amputações traumáticas: 
 
a) Abrir as vias aéreas e prestar assistência ventilatória, caso necessário; 
b) Controlar a hemorragia; 
c) Tratar o estado de choque, caso ele esteja presente; 
d) Cuidados com o segmento amputado: 
• Limpeza com solução salina, sem imersão em líquido; 
• Envolvê-lo em gaze estéril seca ou compressa limpa; 
• Cobrir a área cruenta, com compressa úmida em solução salina; 
• Proteger o membro amputado com dois sacos plásticos; 
• Colocar o saco plástico em recipiente de isopor com gelo ou água 
gelada; 
• Jamais colocar a extremidade em contato direto com gelo. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 37 
 
 
FIGURA 7 – AMPUTAÇÃO TRAUMÁTICA 
 
FONTE: Disponível em:<http://www.sobresaude.com.br/wp-
content/uploads/2010/02/amputado-300x225.jpg>. Acesso em: 12 jul. 2011. 
 
 
5.6 EVISCERAÇÃO 
 
 
Lesão em que ocorre extrusão (exteriorização) de vísceras. Nas lesões com 
eviscerações, a conduta deve ser a seguinte: 
 
 Não tentar reintroduzir os órgãos eviscerados; 
 Cobrir as vísceras com curativo estéril umedecido em solução salina; 
 Utilizar compressas, não fazendo uso de materiais aderentes; 
 Envolver o curativo com bandagens; 
 Transportar o paciente em posição supina e com os joelhos fletidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.sobresaude.com.br/wp-content/uploads/2010/02/amputado-300x225.jpg�
http://www.sobresaude.com.br/wp-content/uploads/2010/02/amputado-300x225.jpg�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 38 
 
 
FIGURA 8 - EVISCERAÇÃO 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.famema.br/gallery2/main.php?g2_view=core.DownloadItem&g2_itemId=82&g2_serialNu
mber=2>. Acesso em: 12 jul. 2011. 
 
 
5.7 LESÕES OCULARES 
 
 
Podem ser produzidas por corpos estranhos, queimaduras por exposição ao 
calor, luminosidade excessiva, agentes químicos, lacerações e contusões. Em 
traumatismos severos pode haver exteriorização do globo ocular de sua órbita, 
situação que chamamos de extrusão. 
 
Conduta pré-hospitalar: 
 
• Irrigação ocular com soro fisiológico durante vários minutos em caso de 
lesão por agentes químicos ou na presença de corpos estranhos; 
• Não utilizar medicamentos tópicos (colírios e anestésicos) sem 
prescrição de um oftalmologista; 
• Não tentar remover objetos. Estabilizá-los com curativo apropriado; 
http://www.famema.br/gallery2/main.php?g2_view=core.DownloadItem&g2_itemId=82&g2_serialNumber=2�
http://www.famema.br/gallery2/main.php?g2_view=core.DownloadItem&g2_itemId=82&g2_serialNumber=2�
http://www.famema.br/gallery2/main.php?g2_view=core.DownloadItem&g2_itemId=82&g2_serialNumber=2�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 39 
• Oclusão ocular bilateral, com gaze umedecida, mesmo em lesões 
unilaterais. Esta conduta objetiva reduzir a movimentação ocular e o agravamento 
da lesão; 
• Em caso de extrusão de globo ocular, não tentar recolocá-lo. Efetuar a 
oclusão ocular bilateral; 
• A remoção de lentes de contato deve ser efetuada somente em vítimas 
inconscientes com tempo de transporte prolongado, que não apresentem lesão 
grave. 
 
 
FIGURA 9 – LESÕES OCULARES 
 
FONTE: Disponível em:<http://4.bp.blogspot.com/_1xcCviN1G4Q/S5w-LR-
E2bI/AAAAAAAAADw/JeUwwK0KIUo/s320/faca+no+olho.jpg>. Acesso em: 12 jul. 2011. 
 
 
5.8 ESMAGAMENTO 
 
 
Trata-se de lesão comum em acidentes automobilísticos, desabamentos e 
acidentes industriais. Pode resultar em ferimentos abertos e fechados. Existe dano 
tecidual extenso das estruturas subjacentes. 
Pode ser causa de amputação de extremidades. Os esmagamentos de tórax 
e abdome causam graves distúrbios circulatórios e respiratórios. O profissional de 
emergência deve preocupar-se com a síndrome de reperfusão, após a liberação de 
http://4.bp.blogspot.com/_1xcCviN1G4Q/S5w-LR-E2bI/AAAAAAAAADw/JeUwwK0KIUo/s320/faca+no+olho.jpg�
http://4.bp.blogspot.com/_1xcCviN1G4Q/S5w-LR-E2bI/AAAAAAAAADw/JeUwwK0KIUo/s320/faca+no+olho.jpg�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 40 
uma extremidade esmagada, pois pode ocorrer passagem de toxinas para a 
circulação. 
 
As condutas são: 
 
• Realizar CAB; 
• Administrar oxigênio em alto fluxo; 
• Solicitar autorização ao coordenador médico para iniciar infusão de 
soro fisiológico 0,9% IV. 
 
 
FIGURA 10 - ESMAGAMENTO 
 
FONTE: Disponível em: <http://lh3.ggpht.com/_KENgthPJn2o/SXPonFsbMHI/AAAAAAAAAN8/de-
aZOb3vvg/clip_image077_thumb%5B1%5D.jpg?imgmax=800>. Acesso em: 12 jul. 2011. 
 
 
6 AVALIAÇÃO DA VÍTIMA 
 
 
Na emergência, a vítima não pode receber uma assistência adequada se 
seus problemas de saúde não forem corretamente identificados. 
http://lh3.ggpht.com/_KENgthPJn2o/SXPonFsbMHI/AAAAAAAAAN8/de-aZOb3vvg/clip_image077_thumb%5B1%5D.jpg?imgmax=800�
http://lh3.ggpht.com/_KENgthPJn2o/SXPonFsbMHI/AAAAAAAAAN8/de-aZOb3vvg/clip_image077_thumb%5B1%5D.jpg?imgmax=800�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 41 
A avaliação da vítima é um procedimento que auxilia a identificação das 
possíveis causas da doença ou do trauma e ajuda o profissional de emergência a 
tomar decisões sobre os cuidados mais adequados. A avaliação orientada para o 
cuidado é um método adotado na emergência. 
Uma queixa ou problemas podem ser observados, mas inicialmente 
procura-se identificar as alterações que colocam em risco a vida da vítima e oferece-
se cuidados de Primeiros Socorros. 
Se não existe risco de morte o profissional de emergência busca identificar 
as condições que poderiam agravar o estado da vítima, preocupa-se com o conforto 
e a continuidade da assistência de emergência. 
A assistência às emergências é desenvolvida em etapas, que 
descreveremos a seguir. 
 
 
6.1 EXAME DA CENA 
 
 
O exame da cena tem o objetivo de preservar a segurança da equipe de 
socorro e auxiliar no diagnóstico das lesões sofridas pela vítima. 
Na abordagem de uma vítima devemos analisar o contexto geral da 
situação, pois com uma rápida avaliação do local podemos conhecer o tipo de vítima 
com a qual estaremos atendendo. 
 
 
6.1.1 Segurança 
 
 
A cena deve ser avaliada quanto à presença de situações de risco antes do 
profissional de emergência se aproximar, para que os mesmos preservem sua 
segurança. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 42 
A segurança da equipe é a prioridade número um. A ambulância deve ser 
estacionada no local seguro mais próximo e, caso necessário deve ser acionado 
outros recursos para o local como policiamento. 
Os exemplos de situações de riscosão: 
 
 Colisão: 
 Atropelamento; 
 Desabamento; 
 Incêndio; 
 Explosão; 
 Contaminação por produtos tóxicos; 
 Eletrocussão; 
 Agressão. 
 
 
6.1.2 Mecanismo do Trauma 
 
 
Ao se aproximar da cena, o profissional de emergência já pode constatar o 
que ocorreu, observando, por exemplo, a presença de veículos danificados e a 
posição da vítima. 
Nos acidentes automobilísticos, deve-se observar a posição da vítima, 
utilização do cinto de segurança, estado do veículo, condições do para-brisa 
dianteiro e da barra de direção. 
É importante procurar no local evidência de uso de drogas, medicamentos e 
álcool. Em vítimas de traumatismos por arma de fogo é importante saber, se 
possível, o tipo de armamento, munição e distância que o tiro foi transferido. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 43 
 
 
6.1.3 Número de Vítimas 
 
 
Avaliar o número de vítimas e a necessidade de outras ambulâncias para 
apoio. Caso o número de vítimas exceda sua capacidade de atendimento, peça 
auxílio imediatamente. 
 
 
FIGURA 11 - ACIDENTE 
 
FONTE: Disponível em: <http://colunas.tv.globo.com/files/733/2009/03/1acidente.jpg>. 
Acesso em: 12 jul. 2011. 
 
 
6.2 AUTOPROTEÇÃO 
 
 
O profissional de emergência não pode se transformar em uma nova vítima. 
A área de atendimento deve estar segura, sinalizada e isolada para prevenir novos 
acidentes. 
Todas as precauções devem ser tomadas durante o exame e a manipulação 
da vítima para evitar lesões corporais, contaminação por agentes biológicos ou 
substâncias tóxicas. 
http://colunas.tv.globo.com/files/733/2009/03/1acidente.jpg�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 44 
Caso o local de socorro ofereça riscos que não possam ser neutralizados, 
remover rapidamente a vítima para local seguro, mas sempre que possível fazer a 
avaliação e estabilização do paciente. 
 
 
6.3 EXAME DA VÍTIMA 
 
 
Divide-se em duas fases, sendo realizado ao mesmo tempo em que a 
execução de medidas terapêuticas emergenciais. 
A primeira fase do exame é denominada exame primário e consiste na 
avaliação de todas as condições clínicas que causem risco iminente de morte, que 
são: Compressões torácicas, vias aéreas e respiração, lesões de coluna cervical 
instável e deficiência na circulação sanguínea, sendo o exame primário denominado 
CAB. 
A alteração dos procedimentos do suporte básico de vida com a inversão da 
sequência ABC para CAB em adultos, crianças e bebês, excluindo os recém-
nascidos visam à rapidez no atendimento ao paciente, com a ênfase voltada para as 
compressões torácicas. 
É importante destacar que as vítimas de parada cardiorrespiratória cuja 
situação ocorreu na presença de outras pessoas, com o ritmo inicial caracterizado 
como fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso, tem uma taxa de 
sobrevivência mais alta. 
Na sequência A-B-C, as compressões torácicas são retardadas enquanto o 
socorrista se preocupa com a abertura das vias aéreas para aplicar respiração boca 
a boca, recupera um dispositivo de barreira ou reúne e monta o equipamento de 
ventilação. 
Alterando a sequência para C-A-B, as compressões torácicas serão 
iniciadas mais cedo e o atraso na ventilação será mínimo, ou seja, somente o tempo 
necessário para aplicar o primeiro ciclo de 30 compressões torácicas, ou, 
aproximadamente, 18 segundos. 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 45 
Se os dois socorristas estiverem presentes para a ressuscitação do bebê ou 
de uma criança, calcula-se que o atraso será ainda menor. 
A maioria das vítimas em parada cardiorrespiratória que se encontram fora 
do hospital não recebe nenhuma manobra de RCP das pessoas presentes. Há, 
provavelmente, muitas razões para isso, mas a principal dificuldade pode estar 
relacionada com a realização da sequência A-B-C. 
Este procedimento inicia-se manobras que as pessoas consideram difíceis, 
como por exemplo, a abertura da via aérea e a aplicação de ventilações. 
Iniciar o atendimento com as compressões torácicas pode encorajar mais 
socorristas a iniciar a RCP, podendo com isso, salvar mais vidas. 
O suporte básico de vida é descrito como uma sequência de ações e isso 
ainda é mantido para o socorrista que atende sozinho uma emergência. A maioria 
dos profissionais de saúde trabalha em equipe, cujos membros, geralmente, 
executam as ações de SBV simultaneamente. 
Um socorrista, por exemplo, inicia imediatamente as compressões torácicas, 
enquanto outro socorrista busca um desfibrilador automático externo (DEA/DAE) e 
chama o serviço de ambulância e um terceiro abre a via aérea e aplica ventilações. 
Os profissionais de saúde são incentivados a adequar as ações de resgate à 
causa mais provável da parada cardiorrespiratória. Podemos citar como exemplo, se 
um profissional de saúde estiver sozinho e identificar uma vítima com mal súbito, 
poderá presumir que a vítima sofreu uma PCR primária com um ritmo chocável, ou 
seja, desfibrilável e deverá acionar imediatamente o serviço de emergência e 
urgência, buscar um DEA/DAE e retornar à vítima para aplicar a RCP e usar o 
DEA/DAE. 
Porém, para uma suposta vítima de PCR por asfixia, como em casos de 
afogamento, a prioridade seria aplicar compressões torácicas com ventilação de 
resgate por cerca de cinco ciclos, aproximadamente 2 minutos antes de acionar o 
serviço de emergência e urgência. 
A segunda etapa ou exame secundário consiste em uma avaliação mais 
detalhada da vítima, ou seja, o exame físico. 
O líder da equipe deve ajoelhar-se ao lado da vítima no nível de seus 
ombros, pois nesta posição é possível ter acesso à cabeça e ao tronco da vítima e 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 46 
permite o início de uma ressuscitação cardiopulmonar (RCP) rapidamente sem 
mudança de posição. 
O auxiliar se posiciona ajoelhado atrás da cabeça do paciente, para efetuar 
a abertura das vias aéreas, estabilização da coluna cervical e respiração artificial da 
vítima. Deve estar com todo o material de assistência respiratória. 
Deve levar todo o equipamento essencial até a cena para evitar perda de 
tempo com retornos à viatura. 
Os seguintes equipamentos são considerados essenciais ao atendimento de 
uma vítima: 
 
• Equipamentos de proteção individual; 
• Prancha longa com imobilizador de cabeça; 
• Colar cervical; 
• Oxigênio, bolsa de ventilação, máscaras, cânulas orofaríngeas, aspirador 
e cânulas de aspiração; 
• Bandagens. 
 
O exame primário deve ser completado em dois minutos ou menos. Não 
deve ser interrompido, exceto em caso de obstrução das vias aéreas ou parada 
cardiorrespiratória (PCR). Outras emergências devem ser atendidas pelos 
socorristas auxiliares. 
 
 
6.3.1 Nível de Consciência 
 
 
Estimular a vítima verbalmente, identificando-se mesmo que a vítima pareça 
inconsciente antes de qualquer manipulação. A resposta verbal do paciente 
identifica que há circulação cerebral, vias aéreas abertas e presença de respiração. 
Não havendo resposta a estímulos verbais, é realizada a estimulação dolorosa sobre 
o esterno. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 47 
 
 
6.3.2 Avaliação da Vias Aéreas com Estabilização Cervical 
 
 
Caso a vítima esteja inconsciente, deverá ser alinhada e posicionada em 
decúbito dorsal com técnica de rolamento. Suspeitar de lesão de coluna cervical em 
todo paciente inconsciente. 
Vítimas de trauma devem ter a cabeça e o pescoço mantidos em posição 
neutra, a não ser que haja dor ou resistência a seu alinhamento. As vias aéreas 
devem ser mantidas abertas com a manobra de elevação da mandíbula, que é a 
menos traumática para a coluna cervical. 
Observar a presença de corpos estranhos, vômito ou sangue na cavidade 
oral, retirar manualmente corpos estanhos, caso necessário. Nunca introduzir os 
dedos na boca da vítima que apresente reação. A coluna cervical deve permanecer 
estabilizada manualmente até que seja imobilizada por meio de equipamento 
apropriado. 
 
 
FIGURA 12 – EXEMPLO DEESTABILIZAÇÃO VERTICAL 
 
Disponível em:<http://www.defesacivil.gov.br/imagens/escola/macaerj_05.jpg. 
Acesso em: 12 jul. 2011. 
 
 
 
http://www.defesacivil.gov.br/imagens/escola/macaerj_05.jpg�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 48 
 
 
6.3.3 Respiração 
 
 
Avaliar a frequência respiratória da vítima, se esta é rápida, normal ou lenta 
e a profundidade destas respirações. 
O procedimento "Ver, ouvir e sentir” foi removido da sequência de RCP. 
Após a aplicação de 30 compressões, o socorrista que atuar sozinho deverá abrir a 
via aérea da vítima e aplicar duas ventilações. 
Com a nova sequência onde as compressões torácicas são realizadas logo 
no início do atendimento, a RCP será executada se o adulto não estiver 
respondendo e nem respirando ou não respirando normalmente. A sequência da 
RCP começa com compressões torácicas, obedecendo a sequência C-A-B. Logo, a 
respiração é verificada rapidamente como parte da verificação quanto à PCR e após 
a primeira série de compressões torácicas, a via aérea é aberta e o socorrista aplica 
duas ventilações. 
Observar dificuldade respiratória e a coloração da pele e mucosas, 
observando a presença de cianose. Iniciar respiração artificial nas vítimas com 
ausência de movimentos respiratórios, ou seja, apneia ou com respiração lenta e 
superficial. Administrar oxigênio em todos os pacientes politraumatizados sob 
máscara (12 L/min.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 49 
 
 
FIGURA 13 – DIFICULDADE RESPIRATÓRIA 
 
FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_P-
MzoBY5JIc/S_3JdKlbDzI/AAAAAAAABPI/DHA0uz45m9Q/s320/asfixia.gif>. 
Acesso em: 12 jul. 2011. 
 
 
6.3.4 Circulação 
 
 
Observar a coloração da pele, pacientes com coloração rosada raramente 
têm hipovolemia crítica. A palidez ou tom acinzentado de pele indica problema 
circulatório. 
 
Quando a vítima não está reativa: 
 
 Palpar pulso carotídeo ao mesmo tempo em que o pulso radial; 
 A presença de pulso carotídeo indica atividade cardíaca e o pulso radial 
indica grosseiramente que a pressão arterial sistólica é maior que 80mmHg e que 
qualquer distúrbio circulatório está em fase compensada; 
 Verificar se o pulso está fino e avaliar se está lento ou rápido. Pulsos 
rápidos e fracos são associados ao quadro de choque; 
 Avaliar a temperatura da pele, o choque é sugerido pela presença de 
pele fria; 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 50 
 Iniciar reanimação cardiopulmonar (RCP) na ausência de pulso 
carotídeo com massagem cardíaca externa. 
 Observar hemorragias discretas; 
 Hemorragias externas graves deverão ser controladas sem interromper 
o exame primário; 
 Testar o enchimento capilar das extremidades superiores, comprimindo 
a ponta do dedo e observando o retorno da coloração normal, que se dá em menos 
de dois segundos. Este é um sinal precoce de choque. 
 
Nos pacientes reativos o primeiro pulso a ser avaliado é o radial 
bilateralmente, pois o paciente não está em PCR. 
A sequência descrita é a seguinte: 
 
• Inspecionar para verificar a presença de deformidades, contusões, 
escoriações, perfurações, queimaduras, lacerações e edema; 
• Palpar na procura de dor, sinais de instabilidade, crepitação, pulso, 
motricidade e sensibilidade; 
As figuras abaixo ilustram o CAB primário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
 
 
FIGURA 14 – SENTINDO A CIRCULAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 Nível de Consciência Respiração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.cvb.org.br>. Acesso em: 12 jul. 2011. 
 
 
6.4 DECISÕES CRÍTICAS E DE TRANSPORTE 
 
 
Após o exame primário (CAB), o paciente deve ser colocado sobre a 
prancha longa. No caso de paciente estável, suas fraturas devem ser imobilizadas 
antes desta manobra, mas em caso de instabilidade não é feita à imobilização para 
poupar tempo. 
Pacientes instáveis devem ser transportados para o hospital sem perda de 
tempo, para que seja realizado o tratamento definitivo. 
 
 
 
http://www.cvb.org.br/�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
 
 
Podemos considerar como pacientes críticos: 
 
 Traumatismo cranioencefálico (TCE), com nível de consciência 
diminuído, ou ferimento penetrante na cabeça; 
 Respiração ineficaz ou anormal; 
 Parada cardiorrespiratória; 
 Choque; 
 Sinais ou condições que causam o choque rapidamente; 
 Mecanismo de lesão grave mesmo que a vítima aparentemente esteja 
estável. 
 
É importante lembrar que sempre o paciente mais grave deve ter prioridade 
no atendimento. 
 
 
6.5 EXAME SECUNDÁRIO 
 
 
A realização do exame secundário pode ser feita na cena caso a vítima 
esteja estável ou a caminho do hospital em vítimas instáveis. 
O exame secundário consiste no exame físico, porém mais detalhado, 
incluindo a verificação dos sinais vitais periodicamente, como por exemplo, pulso, 
respiração, pressão arterial e temperatura utilizando lanternas, esfigmomanômetro, 
estetoscópio e oxigênio em casos de traumas. Deve ser realizado sobre a prancha. 
 
O exame secundário consiste: 
 
 Avaliação das pupilas; 
 Verificar a presença de objetos estranhos e/ou secreções na boca; 
 Verificar a saída de líquor e/ou sangue pelo nariz e/ou ouvidos; 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
 Verificar sinais vitais. 
 
A reavaliação periódica do paciente deve ser realizada a cada cinco minutos 
nos casos em que este se encontra instável, ou cada vez que ocorrer uma alteração 
no quadro do paciente ou que for realizada uma intervenção. 
É realizada a reavaliação clínica, reavaliação das vias aéreas e reavaliação 
de lesões. Deverá ainda ser feita a comunicação e o preenchimento de 
documentação, se for o caso. 
 
 
7 RESPIRAÇÃO 
 
 
Respiração é o ato de respirar. As trocas de oxigênio e gás carbônico 
ocorrem nos pulmões. A respiração é essencial. Se este processo básico parar ou 
tornar-se insuficiente, todos os outros processos da vida cessarão. 
Uma vez que a respiração para, o coração também irá parar de bater pouco 
tempo depois. Quando isso ocorre, um dano irreversível nas células do cérebro 
começa dentro de quatro a seis minutos. 
Após 10 minutos, as células do cérebro começam a morrer. Em um período 
de tempo pequeno, as células de vários órgãos e estruturas do corpo são 
destruídas. 
A morte das células cerebrais não é um processo reversível. Se muitas 
células morrerem, a pessoa também irá a óbito. Por isso, o acesso às vias aéreas 
tem prioridade sobre todos os aspectos da reanimação. 
Deve ter como objetivo manter permeabilidade, evitar a broncoaspiração e 
efetuar respiração artificial. 
Durante o exame primário a avaliação de vias aéreas e respiração devem 
ser completadas em 10 a 15 segundos. As causas de obstrução de vias aéreas 
podem ser divididas em dois grandes grupos: causas tratáveis e não tratáveis pelos 
profissionais de emergência. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
As causas tratáveis são: 
 
 Queda de língua; 
 Corpos estanhos; 
 Vômitos; 
 Secreções e sangue. 
 
Nestes casos o profissional de emergência pode atuar mesmo totalmente 
desprovido de equipamentos, por meio de manobras manuais. O simples 
reposicionamento da cabeça e do pescoço desloca a língua da parede posterior da 
faringe. 
 
As causas não tratáveis são: 
 
 Reações alérgicas graves; 
 Edema de glote: 
 Infecções de trato respiratório superior com edema. 
 
 
É importante reconhecer estes quadros precocemente para não perder 
tempo com tentativas de resolver o problema no pré-hospitalar. 
 
 
7.1 ABERTURA DAS VIAS AÉREAS 
 
 
7.1.1 Abertura da Boca 
 
 
 Verificar inconsciência; 
 Cruzar o polegar e o indicador; 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 55 
 Colocar o polegar nos incisivos superiores da vítima e o indicador nos 
inferiores; 
 Fazer um movimento de abertura em tesoura com estes dois dedos; 
 Efetuar limpeza manual da orofaringe. 
 
 
FIGURA15 – ABERTURA DAS VIAS AÉREAS 
 
FONTE: Disponível em: <www.bombeirosemergencia.com.br>. Acesso em: 13 jul. 2011. 
 
 
7.1.2 Inclinação da Cabeça e Elevação do Queixo 
 
 
É a manobra mais eficaz para queda de língua. 
A técnica é a seguinte: 
 
 Colocar uma de suas mãos na fronte da vítima e a utilizar para inclinar 
a cabeça para trás; 
 Deslocar a mandíbula para frente com os dedos da outra mão 
colocados no queixo da vítima; 
 Não utilizar na suspeita de lesão de coluna cervical. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 56 
 
 
FIGURA 16 - INCLINAÇÃO DA CABEÇA E ELEVAÇÃO DO QUEIXO 
 
FONTE: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_3eqYl4gbvqg/Sgr9cjJr6gI/AAAAAAAAAU8/4-
AUFNaCJok/s400/abertura+das+vias+a%C3%A9reas.gif>. Acesso em: 12 jul. 2011. 
 
 
7.1.3 Elevação da Mandíbula 
 
 
Essa técnica é indicada para vítimas com queda de língua que possam ter 
ou tenham lesão de coluna cervical. 
A técnica consiste em: 
 
 Posicionar-se atrás da cabeça da vítima em decúbito dorsal; 
 Segurar com as mãos os ângulos da mandíbula, deslocando-a para 
frente enquanto faz a abertura da boca; 
 Estabilizar ao mesmo tempo em que a coluna cervical da vítima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://2.bp.blogspot.com/_3eqYl4gbvqg/Sgr9cjJr6gI/AAAAAAAAAU8/4-AUFNaCJok/s400/abertura+das+vias+a%C3%A9reas.gif�
http://2.bp.blogspot.com/_3eqYl4gbvqg/Sgr9cjJr6gI/AAAAAAAAAU8/4-AUFNaCJok/s400/abertura+das+vias+a%C3%A9reas.gif�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 57 
 
 
FIGURA 17 – ELEVAÇÃO DA MANDÍBULA 
 
FONTE: Disponível em: <http://geicpe.tripod.com/adm/interstitial/remote.gif>. 
Acesso em: 12 jul. 2011. 
 
 
7.1.4 Elevação da Mandíbula Modificada 
 
 
Essa técnica é indicada para paciente inconsciente com suspeita de lesão 
de coluna cervical. 
A técnica é a seguinte: 
 
 Posicionar-se por trás da vítima; 
 Empurrar os ângulos da mandíbula com o polegar, deslocando-a para 
cima; 
 Estabilizar ao mesmo tempo a coluna cervical do paciente com as 
mãos, evitando sua lateralização. 
 
Os equipamentos básicos para abertura das vias aéreas consistem nas 
cânulas orofaríngeas e nos equipamentos de aspiração. 
A cânula orofaríngea ou cânula de Guedel é um aparelho semicircular feito 
de plástico ou borracha, cuja função é a de evitar a queda da língua sobre a parede 
posterior da faringe e permitir a introdução de cânulas de aspiração. 
http://geicpe.tripod.com/adm/interstitial/remote.gif�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 58 
A aspiração das vias aéreas tem como finalidade a remoção de sangue, 
vômito e de outros materiais das vias aéreas. 
 
 
FIGURA 18 – EQUIPAMENTOS BÁSICOS PARA ABERTURA DAS VIAS AÉREAS 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.souzalins.com.br/images/canula%20de%20Guedell.jpg>. 
Acesso em: 12 jul. 2011. 
 
 
7.2 RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL 
 
 
Após a abertura da via aérea, se o paciente não apresentar respiração 
adequada, será necessário instituir ventilações sob pressão positiva. Ventilar é 
insuflar ar nos pulmões. 
Quando o volume de ar é menor que o normal diz-se que o paciente está 
hipoventilando, se é maior, diz-se que está hiperventilando. É possível um paciente 
hipoventilar mesmo com frequência respiratória alta desde que sua respiração seja 
superficial. 
Existe técnica para ventilação sem e com equipamentos que descreveremos 
a seguir. 
 
 
 
http://www.souzalins.com.br/images/canula%20de%20Guedell.jpg�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 59 
 
 
7.2.1 Ventilação Boca a Boca 
 
 
 Abrir a via aérea com manobra de inclinação da cabeça e elevação do 
queixo; 
 Pinçar as narinas do paciente com a mesma mão que inclina a cabeça; 
 Manter em posição próteses dentárias completas; 
 Remover próteses dentárias incompletas que estão deslocadas; 
 Aplicar sua boca sobre a da vítima (na criança, por ser impossível a 
oclusão exclusiva da boca, realiza-se ao mesmo tempo a manobra de oclusão da 
boca e do nariz); 
 Efetuar duas ventilações completas (se adulto) e uma ventilação 
completa (se criança ou bebê), com duração de um segundo a um segundo e meio, 
ventilações mais rápidas causam distensão do estômago (lembre-se que a 
ventilação no bebê é feita apenas com o ar que está na boca do socorrista e não 
com ar de dentro dos pulmões); 
 Observar a expansão do tórax da vítima; 
 Efetuar as ventilações posteriores em intervalos de cinco segundos no 
adulto, resultando na frequência de 12 expirações/min. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 60 
 
 
FIGURA 19 – VENTILAÇÃO BOCA A BOCA 01 
 
FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_e-uZLFCGo-
Y/S2mxpHtB6XI/AAAAAAAAASQ/1xkIdCskMCw/s320/boca-a-boca.JPG>. Acesso em: 18 jul. 2011. 
 
 
FIGURA 20 - VENTILAÇÃO BOCA A BOCA 02 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.bombeirospraia.com/Imagens/manobras/respiracao_boca.jpg>. 
Acesso em: 18 jul. 2011. 
 
 
7.2.2 Ventilação Boca-Nariz 
 
 
Esta técnica é indicada para a vítima que necessita de respiração artificial 
em situações que impeçam a abertura de sua boca ou se tem dimensões que 
impeçam sua oclusão pela boca do socorrista. 
http://1.bp.blogspot.com/_e-uZLFCGo-Y/S2mxpHtB6XI/AAAAAAAAASQ/1xkIdCskMCw/s320/boca-a-boca.JPG�
http://1.bp.blogspot.com/_e-uZLFCGo-Y/S2mxpHtB6XI/AAAAAAAAASQ/1xkIdCskMCw/s320/boca-a-boca.JPG�
http://www.bombeirospraia.com/Imagens/manobras/respiracao_boca.jpg�
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 61 
 
A técnica consiste: 
 Abrir vias aéreas com as manobra anteriormente descritas; 
 Ocluir a boca da vítima durante a ventilação, utilizando a mão que segura 
o queixo; 
 Ventilar a vítima pelo nariz; 
 Abrir a boca da vítima nos intervalos da ventilação para facilitar a 
expiração. 
 
 
7.2.3 Ventilação Boca-Máscara 
 
 
É preferível aos métodos anteriores, pois oferece maior proteção aos 
socorristas. 
 
 Ajoelhar-se atrás da vítima; 
 Aplicar a máscara de tamanho mais adequado; 
 Utilizar os polegares e indicadores das duas mãos para fixar a máscara à 
face da vítima, enquanto o quarto e quinto dedos elevam a mandíbula; 
 Ventilar por meio da máscara. 
 
 
FIGURA 21 – VENTILAÇÃO BOCA-MÁSCARA 
 
FONTE: Disponível em: http://lib.store.yahoo.net/lib/emass/ABTHBHQR.jpg. Acesso em: 18 jul. 2011. 
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7.2.4 Ventilação Bolsa-Máscara (Ambú) 
 
 
Sempre que possível deve ser executada por dois socorristas, pois é difícil 
manter o selamento da máscara com a face usando apenas uma das mãos. 
O tamanho do ambú utilizado em adultos é diferente do utilizado em 
crianças. 
 
 Um socorrista aplica e fixa a máscara à face do paciente com polegares e 
indicadores das duas mãos e eleva a mandíbula com quarto e quinto dedos; 
 Outro socorrista comprime a bolsa de ventilação; 
 Um socorrista fixa a máscara e abre as vias aéreas; 
 O outro comprime a bolsa. 
 
 
FIGURA 22 - VENTILAÇÃO BOLSA-MÁSCARA 
 
FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_P-
MzoBY5JIc/S1ZANnVlG0I/AAAAAAAAAp8/KJVlZhAif94/s400/ambu.bmp>. Acesso em: 18 jul. 2011. 
 
 
 
 
 
 
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8 OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS 
 
 
8.1 VÍTIMAS CONSCIENTES 
 
 
O quadro clínico das obstruções completas é típico, o paciente apresenta-se 
agitado, com grave dificuldade respiratória, cianótico, incapaz de tossir, respirar e 
falar. 
Caso não seja instituído tratamento, o paciente evolui rapidamente para 
inconsciência e óbito. Assume a postura típica de colocar os dedos ao redor do 
pescoço. 
Antes de qualquer intervenção, o profissional de emergência deve perguntar 
se a vítima está sufocando e verificar sua capacidade de emitir sons (tossir ou falar). 
Caso o paciente emita sons a obstrução não é completa. Com obstruções 
parciais o paciente pode apresentaruma respiração suficiente para manter a vida ou 
respiração insuficiente. 
Se houver respiração eficiente, o paciente deve ser estimulado a tossir e 
observado atentamente em suas tentativas de expelir o objeto ao mesmo tempo em 
que se administra oxigênio suplementar. 
A respiração ineficaz se caracteriza por tosse fraca, ruído agudo durante a 
inspiração, dificuldade respiratória grave. Caso o paciente apresente respiração 
ineficaz desde o início ou deteriore para uma respiração ineficaz devem ser 
instituídas manobras de desobstrução como se o paciente tivesse obstrução 
completa. 
A conduta nas obstruções completas é aplicar a manobra de desobstrução, 
chamada manobra de Heimlich. O seu objetivo é expulsar o corpo estranho por meio 
da eliminação do ar residual dos pulmões, criando uma espécie de tosse artificial. 
 
 
 
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A técnica é a seguinte: 
 
 Abraçar a vítima por trás com os seus braços na altura do ponto entre a 
cicatriz umbilical e o apêndice xifoide. A mão do profissional em contato com o 
abdome da vítima está com punho fechado e o polegar voltado para dentro. A outra 
mão do profissional é colocada sobre a primeira; 
 Fazer compressões abdominais sucessivas, direcionadas para cima, 
até desobstruir a via aérea ou o paciente perder a consciência; 
 Em mulheres grávidas, obesos e lactentes, as compressões são 
efetuadas no tórax, no mesmo ponto da massagem cardíaca externa. 
 
As complicações desta técnica são lesões de vísceras abdominais como: 
fígado e o baço e a regurgitação de material do estômago com broncoaspiração. 
 
 
FIGURA 23 - MANOBRA DE HEIMLICH EM VÍTIMA CONSCIENTE 
 
FONTE: Disponível em: <http://oprovocador.zip.net/images/heimlich.JPG>. 
Acesso em: 18 jul. 2011. 
 
 
 
 
 
 
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8.2 VÍTIMAS INCONSCIENTES 
 
 
Quando o profissional de emergência assiste uma vítima consciente 
obstruída que se torna inconsciente, o diagnóstico é fácil. A obstrução por corpo 
estranho deve ser suspeitada em vítimas inconscientes quando encontra dificuldade 
excessiva para insuflar seus pulmões durante as manobras de respiração artificial. 
A técnica para desobstrução de vias aéreas em vítimas inconscientes é a 
seguinte: 
 Reposicionar a cabeça da vítima e tentar a respiração artificial; 
 Caso a obstrução das vias aéreas da vítima já esteja sendo tratada, tentar 
a varredura digital; 
 O profissional de emergência deve ficar ajoelhado a cavaleiro sobre a 
vítima em decúbito dorsal ou ao seu lado; 
 Posiciona as mãos uma sobre a outra entre a cicatriz umbilical e o 
apêndice xifoide. Em mulheres grávidas, obesas e lactentes, as compressões são 
efetuadas no tórax, no mesmo ponto da massagem cardíaca externa. 
 Efetua até cinco compressões abdominais direcionadas para o 
epigástrico da vítima; 
 Ventilar pacientes duas vezes; 
 Varredura digital; 
 Remove se possível, o corpo estranho; 
 Repete a sequência; 
 Prosseguir até remover o corpo estranho ou um médico assumir o 
paciente. 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 24 - TÉCNICA PARA DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS EM VÍTIMAS 
INCONSCIENTES 
 
FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_5r3lmSKnwpc/SLf1FLrVYnI/AAAAAAAAAAo/eI-
rUbfN7BI/s320/image013.jpg>. Acesso em: 18 jul. 2011. 
 
 
9 CIRCULAÇÃO 
 
 
O sistema circulatório mantém o sangue em movimento constante e em fluxo 
unidirecional. O centro desta atividade é o coração. Quando o coração bate, age 
como bomba. 
O sangue do corpo é trazido de volta para o coração e posteriormente vai 
para os pulmões. Há uma forte relação entre a respiração, a circulação e certas 
atividades cerebrais. 
 
Esta relação pode ser comprovada de acordo com os seguintes aspectos: 
 
 Se a respiração cessa o sangue que é bombeado para o cérebro não 
terá o oxigênio suficiente. Devido à falha cerebral e a falta de oxigênio em seus 
próprios tecidos, o coração funcionará inadequadamente e depois deixará de bater 
completamente. 
 
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http://3.bp.blogspot.com/_5r3lmSKnwpc/SLf1FLrVYnI/AAAAAAAAAAo/eI-rUbfN7BI/s320/image013.jpg�
 
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 Quando o coração para de bombear o sangue, a parada respiratória 
ocorre quase que imediato. 
 
 
9.1 PARADA CARDÍACA 
 
 
Ocorre quando o coração para de bombear o sangue ou a circulação é 
subitamente alterada por contrações irregulares de alta frequência dos ventrículos, 
como por exemplo, uma fibrilação ventricular. 
 
Os sinais da parada cardíaca são: 
 
 O paciente não responde, está inconsciente; 
 O paciente não respira; 
 Ausência de pulsação e de ausculta de batimentos cardíacos; 
 Palidez excessiva; 
 Mãos, unhas e lábios arroxeados. 
 
As causas de PCR podem ser divididas em dois grupos: primária e 
secundária. As causas primárias de parada cardíaca estão relacionadas a um 
problema do próprio coração, causando uma arritmia cardíaca, geralmente a 
fibrilação ventricular. 
A causa principal é a isquemia cardíaca caracterizada pela chegada de 
quantidade insuficiente de sangue oxigenado ao coração. 
As causas secundárias são as disfunções do coração que são causadas por 
problemas respiratórios ou por uma causa externa. São as principais causas de PCR 
em crianças e vítimas de traumatismos: 
 
 
 Oxigenação deficiente: obstrução de vias aéreas e doenças 
pulmonares; 
 
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 Transporte inadequado de oxigênio: hemorragias graves, estados de 
choque e intoxicação pelo monóxido de carbono; 
 Ação de fatores externos sobre o coração: drogas e descargas 
elétricas. 
 
 
FIGURA 25 – FREQUÊNCIAS CARDÍACAS 
 
FREQUÊNCIA CARDÍACA NORMAL – A frequência normal dos batimentos cardíacos é de 60 a 100 
ciclos por minuto. 
 
BRADICARDIA SINUSAL – Quando a frequência cardíaca é menor que 60 batimentos por minuto. 
 
 
 
 
 
 
TAQUICARDIA VENTRICULAR - Quando a frequência cardíaca é maior que 100 batimentos por 
minuto. 
 
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FIBRILAÇÃO VENTRICULAR - A fibrilação ventricular é um tipo de arritmia cardíaca. Acontece 
quando não existe sincronicidade na contração das fibras musculares cardíacas (miocárdio) dos 
ventrículos. É indicado o uso de desfibrilador automático. 
 
 
9.2 RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR 
 
 
Ressuscitação Cardiopulmonar ou RCP é um procedimento de emergência 
aplicado quando as atividades do coração e do pulmão cessam. Cardio se refere ao 
coração e pulmonar refere-se aos pulmões. 
É adotada para retardar a lesão cerebral até a instituição de medidas de 
suporte avançado. 
 
Os componentes da técnica de RCP incluem: 
 
 Reconhecimento; 
 Sequência de RCP; 
 Frequência de compressão; 
 Profundidade da compressão; 
 Retorno da parede torácica; 
 Interrupções nas compressões; 
 Vias aéreas; 
 Relação compressão-ventilação (até a colocação da via aérea 
avançada); 
 
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 Ventilações: quando o socorrista não treinado ou treinado e não 
proficiente; 
 Ventilação com via aérea avançada (profissionais de saúde); 
 Desfibrilação. 
 
 
Os objetivos da RCP são: 
 
 
 Oxigenar e circular o sangue até que seja iniciado o tratamento definitivo; 
 Retardar ao máximo a lesão cerebral; 
 Prolongar a duração da fibrilação ventricular impedindo que ela se 
transforme em assistolia, e permitir que a desfibrilação tenha sucesso; 
 Reverter a parada cardíaca em alguns casos de PCR por causas 
respiratórias. 
 
 
9.2.1 Compressões Torácicas 
 
 
As compressões torácicas consistem em aplicações rítmicas de pressão 
sobre o terço inferior do esterno. O aumento generalizado da pressão no interior do 
tórax e a compressão do coração fazem com que o sangue circule. 
Mesmo com aplicação perfeita da técnica a quantidade

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