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E3s L E O N 1 Técnicas Avançadas para Tecidos Moles CHAITOW Técnicas de Liberação Posiciona para Alívio da Dor CHURCHILL BR 436780 llllllll! Inclui DVD em inglês ;om vídeos de demonstração das técn icas A D U Ç Ã O D A 3 a E D I Ç Ã O XV Abreviações A N ACh: acetilcolina NAGs: glides apofisários naturais ADA: a m p l i t u d e dinâmica ampla AS anterior, superior O '. ASI : articulação sacro-ilíaca 0 A : occipito-atlantal ATM: articulação têmporo-mandibular AV: avaliação por varredura p AVBA: alta velocidade baixa a m p l i t u d e PCC: padrão compensatório c o m u m q PI : posterior, infer ior PRT: técnica de liberação posicionai CER: contração estática resistida CT: cérvico-torácico Q g QA: quinesiologia aplicada QL: quadrado lombar EIAI: espinha ilíaca ântero-inferior El AS: espinha ilíaca ântero-superior S EMG: eletromioeráfico , . , . , .,? , . SCS: strain e counterstrain EPS: espinha ilíaca postero-supenor , , , , . r • , p n T n r , , , . , . j S D M : síndrome de dor miofascial EPTP: escala de palpação do tender p o m t , , , ... . , . r r r SFM: síndrome de f ibromialgia p S IS P: síndrome de implante de silicone no peito SMWLM: mobilização da coluna co m m o v i m e n t o dos FN P: facilitação neuromuscular propriocept iva membros FPR: liberação posicionai facil itada s N A G s : g l i d e a p o f i s á r i o natura l sustentado SNC: sistema nervoso central q SOT: técnica sacroccipital GAS: síndrome de adaptação geral TAMS: textura , assimetria, a m p l i t u d e de m o v i m e n t o , resistência IRC: impulso rítmico cranial TAV: thrust de alta velocidade IRM: imagem de ressonância magnética TC: toracolombar TEM: técnica de energia muscular L TFL: tensor da faseia lata LAG: síndrome de adaptação local T I I N : técnica integrada de inibição neuromuscular LMF: liberação miofascial ™ 0 : terapia manipula t iva osteopática LS: lombo-sacral T N M : técnica neuromuscular TP: tender point |Y| TRMQ: técnica de reflexo manipula t iva quiroprática M RCS: mecanismo respiratório craniossacral MWM: mobilização com m o v i m e n t o xvii Sumário Z DVD-ROM que é parte integrante deste livro inclui sequências de vídeo de todas as técnicas indicadas no texto por um ícone. Para assistir no vídeo a uma determinada técnica, dique no ícone correspondente na lista de conteúdos do DVD-ROM. O DVD-ROM foi ~e :o para ser usado em conjunto com o texto e não sozinho. Colaboradores vii Agradecimentos ix Prefácio xi Introdução xiii Abreviações xv 1 . Liberação posicionai espontânea 1 2. A evolução da disfunção 13 3. O uso clínico de técnicas SCS 33 4. SCS avançado e abordagens funcionais 97 5. Dor muscular: pontos-gatilho, fibromialgia e liberação posicionai 1 25 6. Técnicas funcionais 149 7. Liberação posicionai facilitada (FPR) 165 8. Uso de blocos acolchoados em técnicas sacroccipitais para diagnóstico e tratamento 173 Robert Cooperstein 9. Visão geral do Método McKenzie 193 Anthony J. Lisi 10. O conceito Mulligan: NAGs, SNAGs, M W M s 205 Ed Wilson, Dan G. Pilderwasser, Palmira Torrieri Jr e Marcelo Viana Marques Ferreira 11 . Taping proprioceptivo e de descarga 237 Dylan Morrissey 12. Aplicação de técnicas posicionais no tratamento de animais 247 Julia Brooks, Anthony G. Pusey índice 257 1 Liberação posicionai espontânea CONTEÚDO DO CAPÍTULO L iberação pos ic iona i ( P R ) Liberação posicionai (PR) Terminologia Contribuição de Jones Bases comuns Restrições 'destravadas' O que são tender points'? Variações de PRT 1 . Exagero de distorção 2. Reprodução da posição de estiramento 3. Usando os tender points de Jones como monitor 4. Abordagem de Goodheart 5. Técnica funcional 6. Qualquer ponto doloroso como posição de partida para SCS 7. Liberação posicionai facilitada (FPR) 8. Técnica aplicada a tecidos com sensibilidade excessiva (induration technique) 9. Técnica de inibição neuromuscular integrada (TINI) 10. Taping proprioceptivo 11. Mobilização com movimento (MWM) 12. Método McKenzie 13. Técnicas de 'blocos' sacroccipital (SOT) 14. Outras abordagens Semelhanças e diferenças 1 2 2 3 3 3 4 4 4 4 5 5 6 6 7 7 8 8 9 11 11 Este capítulo introdutório contém a revisão de u m a varie- dade de formas na qual a aplicação prática da metodologia da liberação posicionai pode ser usada terapeuticamente. A ideia por trás da técnica é realmente m u i t o simples, contudo a aplicação pode requerer grande habil idade e delicadeza de toque. Se os tecidos estão inapropriadamente tensos, endureci- dos, hipertônicos, encurtados o u contraídos, a terapêutica está concentrada usualmente no alívio desses estados inde- sejáveis a f i m de encorajar o tratamento dessas barreiras de restrição. Os métodos que p o d e m alcançar isto são normalmente diretos. O tecido mole em questão pode ser alongado, mas- sageado, m o b i l i z a d o e m a n i p u l a d o usando qualquer das dezenas de técnicas perfeitamente apropriadas. Contudo , se os tecidos estão dolorosos, com espasmo, in f lamados , o u sofreram u m trauma recente, o u se o método manual acessí- v e l i n d u z desconforto , então se requer u m a abordagem alternativa. Ideal seria u m a abordagem que causasse o mín imo de desconforto enquanto permi te u m a resolução espontânea da tensão e estado disfuncional dos tecidos. O conjunto de métodos que p o d e m ser agrupados como técnicas de liberação posicionai (PRTs) e o que este texto tenta descrever oferecem precisamente estas oportunidades. Técnicas de l iberação posic ionai pertencem p r i n c i p a l - mente (não inteiramente, como será explicado) àquela classe de modalidades que convidam à mudança, em vez de forçar a mudança, quando se trata as disfunções teciduais. Considere u m músculo que encurtou por excesso de uso o u desuso e que abrigou através dele pontos-gati lho ativos. U m a abordagem direta que garante alongamento deve- r ia envolver - como exemplos - l iberação miofasc ia l , o u energia muscular/faci l i tação neuromuscular propr iocep- t i v a (PNF) t i p o a longamento . Esses métodos p o d e m ser apropriados e de grande ajuda em restaurar o grau de nor- mal idade dos tecidos. Pode também acontecer que e m algu- mas circunstâncias estes métodos sejam impróprios - por exemplo, se a condição envolve inflamação o u tecido lesado. A liberação posicionai é usada para tratar u m a condição d i s f u n c i o n a l de contra tura , hipertônica, não deve forçar alongamento o u estiramento, mas deve tentar encontrar u m CAPITULO UM Técnicas de Liberação Posic ionai para Alívio da Dor m o d o (dependendo de q u a l variação da PRT f o i selecio- nada) de oferecer u m a opor tunidade de mudança" para os tecidos. Isso pode envolver o r o m p i m e n t o da "barre i ra" o u a manutenção dos tecidos, hipertônicos e contraídos, e m estado l i v r e de dor mais encurtado, p e r m i t i n d o que u m a mudança espontânea ocorra. U m exemplo ainda mais óbvio compara o uso d o " t h r u s t " de alta ve loc idade para " l i b e r a r " u m a articulação b l o - queada, co m u m método de liberação posic ionai que s im- plesmente mantém a articulação n u m a posição de equilí- br io , sem estresse, aguardando u m a mudança ocorrer. Exemplos desses métodos de aplicação de liberação posi - c ionai e m tecidos moles e art iculações são descritos nos C a p í t u l o s 3 , 4 e 5. Como ficará claro, têm inúmeras maneiras diferentes de incorporar tais métodos indiretos e extremamente suaves em u m protocolo de tratamento. • A medicina osteopática c o n t r i b u i u com três das principais abordagens de liberação posicionai facilitada - strain-counterstrain, técnica funcional e liberação posicionai (Johnstone, 1997; McPart land & Zigler, 1993). Essas são extensivamente discutidas nos Capítulos 6 e 7. • A quiropraxia desenvolveu suas próprias variações de liberaçãoposicionai, muitas das quais são encontradas na técnica conhecida como sacroccipital; ver Capítulo 8. • A fisioterapia tem p r o d u z i d o inúmeros conceitos e métodos inovadores que incorporam a metodologia da liberação posicionai, tais como os aspectos da abordagem do M u l l i g a n nas técnicas de mobilização com m o v i m e n t o ( M W M ) ( N A G s , SNAGs, e tc ) , como discut ido no Capítulo 10. • Também emergindo largamente da fisioterapia são métodos que a l i v i a m tecidos moles e articulações e mantêm essas estruturas em estado de alívio pelo uso d o taping. Estas abordagens são descritas no Capítulo 11. • O trabalho importante de McKenzie no manuseio de algumas formas de dor nas costas tem embasamento na fisioterapia, e aqueles aspectos d o trabalho que se relacionam co m a liberação posicionai se encontram no Capítulo 9. • E, f inalmente, uma combinação desses métodos tem sido bem-sucedida e m animais, mais efetivamente no tratamento de cavalos. Liberação posicionai em equinos está detalhada no Capítulo 12. C o m o sugere esta lista (crescente) de variações, há inú- meros métodos diferentes e n v o l v e n d o o pos i c iona m e nt o de u m a área d o corpo , o u de t o d o o corpo , de f o r m a a evo- car u m a resposta f i s io lógica t e rapêut i ca s i g n i f i c a n t e e que a juda a resolver a dis função musculoesquelé t ica . Os meios pelos quais as m u d a n ç a s benéf icas ocorrem parece envolver u m a combinação de mudanças neurológi- cas e circulatórias que ocorrem quando a área de sofrimento é colocada na posição mais confortável e l ivre de dor. A base teórica para a eficácia da liberação posicionai será esboçada no Capítulo 3. Terminologia O criador da técnica funcional , u m dos maiores métodos de liberação posicionai espontânea (discutido neste capítulo e no Cap. 6), f o i H a r o l d V. Hoover. Ele usou o termo 'dinâmica neutra" (Hoover, 1969) para descrever o que estava sendo feito à medida que os tecidos relacionados a u m a articulação o u área estruturalmente desequilibrada f o r a m posicionados em estado de 'facilitação". Charles Bowles (1969) d i s c u t i u mais sobre 'dinâmica neutra". Ele postula: Dinâmica neutra é um estado no qual os tecidos se encon- tram quando o movimento da estrutura a que eles servem é livre, irrestrito e com limites fisiológicos de movimento nor- mal...Dinâmica neutra não é uma condição estática...ê uma continuação do estado normal, durante o movimento vivo, durante atividades diárias...é o estado e a condição a ser res- taurada numa área disfuncional. C o m o explicações e descrições são oferecidas para as res- postas fisiológicas espontâneas que ocorrem quando os teci- dos são posicionados n u m estado de equilíbrio; neste e nos capítulos seguintes, os termos 'facilitação" e 'restrição' serão frequentemente usados para descrever os extremos de res- trição e de l iberdade de m o v i m e n t o . O t e r m o 'dinâmica neutra" pode ser considerado como sendo permutável com 'máxima facilitação". Contribuição de Jones O ímpeto no uso desta abordagem básica de tratamento não- invas ivo de f o r m a coerente e m vez de acertar-e-errar está l igado ao trabalho de Lawrence Jones, que desenvolveu u m a abordagem para a disfunção somática (Jones, 1981) que ele chamou de "s train-counterstrain" (SCS) (descrito em deta- lhes no Capítulo 3). Walther (1998) descreveu o momento da descoberta com estas palavras: A observação inicial de Jones da eficácia do " counterstrain" foi com um paciente que não estava respondendo ao trata- mento. O paciente estava incapacitado de dormir por causa da dor. Jones tentou encontrar uma posição confortável para auxiliar o sono do paciente. Depois de 20 minutos de tenta- tiva e erro,finalmen te achou-se u ma posição na qual a dor do paciente havia sido aliviada. Deixando o paciente nesta posi- ção por curto período de tempo, Jones ficou espantado quando o paciente saiu da posição efoi capaz de sustentar-se confortavelmente na posição ereta. O alívio da dor foi dura- douro, e o paciente teve uma recuperação muito satisfatória. A posição de 'facilitação" que Jones ident i f i cou para esse paciente f o i u m a amplif icação da posição que o espasmo estava mantendo; a part i r disso Jones i n t u i u os mecanismos envolvidos . Liberação posicionai espontânea 3 C o m o passar dos anos, desde que Jones fez sua pr imeira observação que u m a posição que aumenta a distorção d o paciente pode fornecer u m a o p o r t u n i d a d e para a l i v i a r o espasmo e h iper tonia , muitas variações desse tema básico têm emerg i do , a lgumas elaboradas logicamente a p a r t i r desta p r i m e i r a ideia, e outras i n d o em novas direções. Os métodos de l iberação pos ic iona i são sumar izados neste capítulo, e o Quadro 1.2 está o mais compreensível pos- sível no per íodo que f o i escrito; c o n t u d o , novas versões estão regularmente aparecendo, e o autor reconhece ser impossível detalhar todas as variações. Bases comuns U m a das semelhanças de mui tas dessas abordagens é que elas m o v e m o paciente, o u os tecidos afetados, para longe de qualquer barreira de resistência e em direção à posição de conforto. Os termos usados para estes dois extremos são 'aproxi - mação ' e ' facil itação' - que qualquer u m que já tenha t i d o experiência de manuseio com o corpo h u m a n o v a i reconhe- cer como sendo descrições apropriadas. A necessidade de muitas variações para a compreensão é óbvia. Diferentes quadros clínicos requerem disponibi l idade de uma variedade de abordagens terapêuticas. U m exemplo descrito com maior detalhe no Capítulo 4 envolve u m g r u p o severamente doente no pré- e pós-opera- tório, pacientes acamados que receberam tratamento para a dor e desconforto , sem sair da cama. E m ta l q u a d r o , não pode ser feito procedimento rígido, e a f lexibi l idade pode ser melhor alcançada pelo terapeuta que dispõe de várias for- mas de alcançar o mesmo f i m (Schwartz, 1986). A abordagem de Jones usa o feedback verbal do paciente sobre a sensibilidade d o tender point que está sendo usado como monitor , e o qual o terapeuta está palpando enquanto tenta adaptar u m a posição de facilitação. E possível imaginar situações nas quais o uso do método de Jones " m o n i t o r a n d o " os tender points (Cap. 3) pode ser i n a p r o p r i a d o o u realmente impossível , p o r exemplo , no caso de alguém que tenha perdido a habil idade de se comu- nicar verbalmente, o u q u e m não fala o mesmo i d i o m a , o u quem é m u i t o j o v e m o u doente para fornecer u m feedback verbal. E m casos como esses, se faz necessário u m método que permita o terapeuta alcançar o mesmo f i m sem a comu- nicação verbal . Isto é possível , como será demonst rado , usando tanto métodos ' funcionais ' o u abordagens de liberação posicionai facilitada, que envolve o terapeuta a encontrar u m a posição de m á x i m o confor to p o r meio de palpação apenas, ava- l iando o estado de " l iberação" dos tecidos. Esta abordagem é descrita nos capítulos seguintes em maiores detalhes. C o m o nós examinamos inúmeras variações d o mesmo tema de liberação posicionai, liberação pelo posicionamento d o paciente, o u de de terminada área, " d e n t r o " da ' f a c i l i - tação', o potencial diferente da clínica e da terapêutica ficará mais claro. É importante notar que se métodos de liberação posicio- na i são adotados para tecidos cronicamente f ibrosados, o resultado esperado pode ser u m a redução da h i p e r t o n i c i - dade, mas não resulta em nenhuma redução da fibrose. Alívio da dor o u melhora da mobi l idade pode ser apenas temporário o u parcial em alguns casos. Isso não inval ida a u t i l idade da PRT em casos crónicos, mas enfatiza a necessi- dade de usar métodos de PRT como parte de u m a aborda- gem integrada. Isto poderá ser de part icular importância na desat ivaçãode pontos -gat i lho miofasciais , usando u m a combinação de métodos manuais n u m a sequência conhe- cida como técnica de inibição neuromuscular integrada - T I N I (ver adiante, e no Cap. 5). Restrições 'destravadas' Upledger & Vredevoogd (1983) deram u m a explicação prá- tica para métodos de t ratamento indiretos , especialmente relacionados à terapia craniana. A ideia de mover u m a área restrita na direção da facilitação é, eles d izem, ' u m t i p o de princípio de "des t ravar" . Frequentemente a f i m de abr i r u m a tranca precisamos p r i m e i r o exagerar no seu fecha- mento. A aplicação dos métodos de liberação posicionai nas estruturas cranianas é mais bem explorada no Capítulo 4. Nos tecidos normais existe, na metade d o m o v i m e n t o , u m a área de 'facilitação' o u equilíbrio, onde os tecidos estão na sua menor tensão. Quando há uma restrição da a m p l i t u d e n o r m a l de m o v i - mento de u m a área, seja de or igem óssea o u de tecido mole , agora esta a m p l i t u d e l imi tada irá quase sempre ainda ter u m lugar, u m m o m e n t o , u m p o n t o , que é neutro , de máximo conforto, o u facilitação, usualmente repousando em a l g u m lugar entre a nova barreira de restrição em u m a direção, e a barreira fisiológica na outra. Encontrar este ponto de equilí- br io , também conhecido como 'dinâmica neutra ' , é u m ele- mento-chave na PRT. Permanecer nesta posição de ' fac i l i - tação ' p o r u m a q u a n t i d a d e de t e m p o a p r o p r i a d a (ver adiante) oferece u m a chance às restrições de 'destravar' , a l i - viar, normalizar. Dessa forma pode ser visto que o elemento de posiciona- mento d o processo é a preparação para iniciar o tratamento, e que o ' tratamento' é autogerado pelos tecidos (sistema ner- voso, sistema circulatório etc) , e m resposta a esse posiciona- mento cuidadoso. Isto ajuda a explicar o nome or ig ina l que Jones d e u para s tra in-counterstrain que ele p r i m e i r o cha- m o u de " l iberação espontânea pelo p o s i c i o n a m e n t o " (Greenman, 1996). Todas as variações d o tema de liberação posicionai estão descritas brevemente adiante e no sumário ao f i n a l deste capítulo (Quadro 1.2) e estão discutidas em maiores detalhes nos capítulos seguintes. 0 que são tender points? Jones (1981) descreveu áreas localizadas associadas c o m tecidos dolorosos e d is func ionais como tender points. A s características desses pontos estão discutidas no Quadro 1.1. CAPÍTULO UM 4 Técnicas de Liberação Posic ionai para Alívio da Dor Var iações de P R T 1. Exagero e distorção Isto é u m aspecto da metodologia de SCS. Veja o exemplo de u m indivíduo curvando para a frente com espasmo no psoas/lumbago. Isso dever ia envolver alguém em considerável desconforto o u dor, q u e m também estava co m postura alterada - curva anteriormente em fle- xão, junto com rotação e inclinação lateral. Qualquer tenta- t iva pela pessoa (ou pelo terapeuta) de endireitar o indiví- d u o em direção a u m a postura fisiologicamente mais n o r m a l acarretará mais d o r e grande quant idade de resistência. M o v i m e n t o em direção a, o u compromet ido com, a barreira de resistência não deve portanto , idealmente, ser a pr imei ra opção. Contudo, mover a área para distante da barreira de restri- ção e m ta l s i tuação não é n o r m a l m e n t e u m prob le m a . Experiência clínica tem mostrado que a posição requerida para encontrar u m a posição de ' faci l i tação' para a lguém neste estado normalmente envolve ausência de dor aumen- tando o grau de distorção exibido, pos ic ionando a pessoa (no exemplo dado) e m alguma variação baseada na curva- tura para a frente (possivelmente em supino o u deitado de lado e m vez de suportando peso - ver exemplos no Cap. 3) até que a dor seja reduzida o u abolida. Após 60 o u 90 segundos na 'posição de facilitação', deve- se retornar para a posição neutra devagar, e teoricamente - normalmente também na prática - o paciente deveria estar u m pouco o u completamente a l iv iado da dor e do espasmo. Quadro 1.1 0 que são tender points? Como os tecidos se adaptam e modificam por efeitos como idade, excesso de uso, desuso etc. (ver Cap. 2 para discussão da evolução da disfunção de tecido mole), áreas localizadas de isquemia, desenvolvimento de tecidos sensíveis. Uma variedade de influências biomecânicas, bioquímicas, neurológicas, circulatória e psicológicas está associada com tais mudanças, que gradualmente evolui de sensibilidade para desconforto, e eventualmente dor (Mense&Simons, 2001) . Um termo geral que pode ser aplicado a esses tecidos, qualquer que seja o nível do espectro da disfunção que esteja operando, é hiperalgesia (Lewit, 1999) . Uma palavra simples e mais amigavelmente usada é 'sensível, dolorido' ("tender") (Jones, 1981) . Se tais pontos es tão nos seus estágios de formação embrionária, ou tiverem alcançado o estágio de pontos-gatilho miofasciais ativos, eles são denominados tender points, e este é o termo dado na metodologia de S C S para pontos usados no protocolo de avaliação e tratamento (ver Cap. 3). 2. Reprodução da posição de estiramento Este é outro elemento da metodologia de SCS. Deixe-nos d a r u m exemplo d e a l g u é m q u e está c u r v a n d o para levantar u m a carga quando é requerida u m a estabiliza- ção de emergência, como resultado de estiramento e talvez espasmo (a pessoa desliza na transferência da carga - ver notas dos mecanismos e n v o l v i d o s no SCS no Cap. 3). O paciente então f icaria preso na mesma posição de ' t i p o lumbago ' distorção antálgica como descrito acima. Se, como sugere o SCS, a posição de facil i tação c o m u - mente é i g u a l à posição de est iramento - então o paciente precisa voltar em flexão - com m o v i m e n t o lento - até a sen- s ib i l idade ser abol ida d o tender point m o n i t o r a d o e/ou o senso de facilitação ser percebido nos tecidos previamente encurtados e hipertônicos. Adicionando-se pequenos 'ajus- tes' de pos ic ionamento para alcançar a posição i n i c i a l de facilitação pela flexão, usualmente alcança-se u m a situação na qual ocorre u m a redução máxima na dor. Esta posição é mant ida por 60 a 90 segundos antes de se retornar lentamente para a posição neutra, quando, como no p r i m e i r o exemplo anterior, u m a resolução parcial o u total da hipertonicidade, espasmo e dor devem ser notados. Parece óbvio que a posição de est iramento, como des- crito, provavelmente será uma duplicação exata da posição de exagero o u distorção - como na variação 1 . Esses dois elementos d o SCS - 'exagero na existência de distorção' e 'reprodução da posição de estiramento' - são de valor clínico l i m i t a d o e descritos apenas como exemplos, u m a vez que os pacientes raramente conseguem descrever com precisão a forma que os sintomas evoluem. N e m é óbvio que espasmo como torcicolo o u espasmo agudo em antifle- xão ( ' lombalgia') seja norma. N o t a : E for temente recomendado prestar atenção aos padrões de distorções crónicos, onde encurtamento adapta- t i v o e tração tenham ocorr ido por u m período de anos, em vez dos resultados de u m a dor aguda, u m a vez que posição de alívio nos padrões crónicos pode ser uma valiosa aborda- gem no manuseio d o paciente. Métodos alternativos, outros além de 'distorção exacer- bada' e 'reprodução da posição de estiramento' , são neces- sários a f i m de facil itar a identificação das prováveis posi - ções de alívio. 3. Usando os tender points de Jones como monitor (Jones, 1981) Através de mui tos anos de experiência clínica Jones r e u n i u mapas e listas de áreas específicas de tender points, relaciona- dos a todo estiramento imaginável, envolvendo a maior ia das articulações e músculos d o corpo. Esses são seus pontos 'comprovados ' (por experiência clí- nica). Os tender points que ele descreveu normalmente são encontrados nos tecidos que estavamem estado encurtado no momento do estiramento, em vez dos que estavam alon- Liberação posicionai espontânea 5 gados, e em tecidos que se tornaram cronicamente encurta- dos com o tempo. Novos pontos - fora da lista e do mapeamento de Jones - são per iodicamente registrados na l i tera tura osteopática; por exemplo, u m g r u p o de pontos no forame sacral relacio- nados a disfunções na articulação sacroilíaca f o i identi f icado por Ramirez et al . , (1989); ver Capítulo 3. Jones e seus seguidores também delinearam recomenda- ções precisas para alcançar a facilitação em qualquer tender point que esteja sendo p a l p a d o (a posição de facil i tação usualmente envo l ve ' compressão c o m os dedos fazendo dobras na pele ' o u tração nos tecidos nos quais os tender points estão localizados). Este método é descrito em detalhes no Cap. 3 e envolve manter pressão no tender point que moni tora , o u periodica- mente investigando-o, à medida que u m a posição seja alcan- çada na qual : • não há dor adicional independente de a área ser sintomática, e • dor no ponto moni torado tenha reduzido pelo menos 70%. Isto é então m a n t i d o p o r u m período de t e m p o apro- priado (90 segundos, de acordo com Jones; contudo, existem marcadas variações no tempo sugerido que os tecidos preci- sam ser mantidos na posição de facilitação, como ficará apa- rente nas discussões das m u i t a s variáveis avaliadas na metodologia de liberação posicionai) . N o exemplo da pessoa com dor lombar aguda que está travada em flexão, o tender point normalmente será local i - zado na face anterior do abdome, nas estruturas musculares que estavam encurtadas no momento do estiramento (quan- do o paciente estava e m flexão), e a posição que remove a sensibi l idade deste p o n t o , como nos exemplos prévios, usualmente requererá flexão e provavelmente a l g u m ajuste envolvendo rotação e/ou inclinação lateral. Se houver u m problema com a abordagem das fórmulas de Jones é que, embora ele está frequentemente correto para a posição de facilitação recomendada para pontos part icula- res, a lgumas vezes ele está errado. O u , colocando isto de forma diferente, a mecânica d o estiramento em part icular com o q u a l o terapeuta é conf rontado pode não co inc id i r com as recomendações de Jones. O terapeuta que se fia somente no ' roteiro ' o u fórmula de Jones pode achar difícil sustentar u m a situação na qual o uso dos tender points prescritos falha em p r o d u z i r os resultados desejados. Conf iar no roteiro de Jones para a posição dos pontos pode p o r t anto fazer com que o terapeuta se torne dependente deles, e sugere que o uso da habil idade palpató- ria e outras variações da observação or ig ina l de Jones ofere- cem u m a abordagem mais inteirada para l idar com o estira- mento e a dor. Felizmente, Goodheart e outros têm apresentado mode- los menos rígidos através dos quais se pode trabalhar usando os mecanismos de liberação posicionai. 4. Abordagem de Goodheart (Goodheart, 1984; Walther, 1988) George Goodheart (o quiroprático que desenvolveu a cine- siologia aplicada) tem descrito u m a fórmula aplicável quase universalmente que se fia mais em fatores i n d i v i d u a i s exibi- dos pelo paciente e menos em fórmulas rígidas, como usado na abordagem de Jones. Goodheart sugere que u m tender point adequado deve ser p r o c u r a d o em tecidos antagonistas àqueles ativos q u a n d o dor o u restrição é notada. Se dor o u restrição é registrada, o u é aparente em determinado momento , os músculos antago- nistas aos que operam no momento da dor serão aqueles que alojam o(s) tender point(s). Assim, por exemplo, dor (onde quer que seja sentida) que ocorre quando o pescoço está sendo rodado para a esquerda vai requerer que o tender point seja localizado nos músculos que r o d a m a cabeça para a direita . N o exemplo anterior da pessoa tratada em flexão (cur- vada para a frente) co m dor aguda e espasmo, usando abor- dagem de Goodheart , dor e restrição serão sentidas pela pes- soa tentando corr igir a postura (p. ex., m o v e n d o em exten- são) da posição de flexão forçada. A at i tude de endireitar usualmente causará dor nas cos- tas, mas independentemente de onde a dor é notada o tender point deve ser p r o c u r a d o (e subsequentemente t ra tado sendo levado a u m estado de alívio) nos músculos opostos aos que estão trabalhando quando a dor é sentida (provavelmente psoas) neste exemplo. É i m p o r t a n t e enfatizar que os tender points que estarão sendo usados como 'monitores ' durante a fase de posiciona- mento desta abordagem não são os que são procurados no músculo oposto aos que estão apresentando a dor, mas nos músculos opostos aos que estão a t ivamente m o v e n d o o paciente, o u área, quando dor o u restrição é notada. Goodheart acrescentou inúmeras modificações na a p l i - cação de SCS que serão elaboradas nos capítulos seguintes. Estão relacionadas pr im a r ia m e nt e à confirmação da 'ade- quação' d o músculo para tratamento por avaliação da sua resposta a u m a curta contração isométrica - se o músculo pode se beneficiar de SCS, Goodheart sugere que ele deve 'enfraquecer' seguindo a contração isométrica. Ele também relata o uso de técnicas de alongamento neuromusculares aplicadas nos tecidos ao redor da área muscular aparente- mente d i s f u n c i o n a l d ur a nt e a manutenção da posição de facilitação (ver Cap. 5). 5. Técnica funcional (Bowles, 1981; Hoover, 1969) Técnicas de osteopatia funcional ignoram dor à medida que está orientada para a posição de facilitação e se f i a m nisto e m vez de r e d u z i r o tônus p a l p a d o nos tecidos estressados (hipertonia/espasmo) à medida que o corpo (ou parte) está sendo posicionado, o u ajustado, em relação a todas as dire- ções possíveis de m o v i m e n t o n u m a região. CAPITULO UM — Técnicas de Liberação Posic ionai para Alívio da Dor U m a posição de facil itação combinada é alcançada usando o que é conhecido como sequência 'de sobreposi- ção ' , expl icada e descrita e m detalhe n u m capítulo mais adiante (Cap. 6). U m a mão palpa o tecido afetado (se m o l d a a eles, sem pressão invasiva). Isso é descrito como mão ' au di t iva ' , u m a vez que ela acessa mudanças no tônus à medida que a outra m ã o d o terapeuta or ienta o paciente (ou parte) n u m a sequência de posições que objetivam garantir facilitação e reduzir o espasmo o u hipertonia . U m a sequência de avaliações é real izada, cada u m a envolvendo diferentes direções de m o v i m e n t o (flexão/ex- tensão, rotação direita e esquerda, inclinação lateral direita e esquerda etc.) c o m cada n o v o m o v i m e n t o i n i c i a n d o no ponto de máxima facilitação revelado durante a avaliação prévia, o u pontos combinados de facilitação das avaliações prévias. Dessa forma, u m a posição de facilitação é "sobre- p o s t a " a o u t r a , até que todas as direções de m o v i m e n t o tenham sido avaliadas para facilitação. Se o mesmo paciente c o m prob lema na coluna lombar , como previamente discut ido, estava sendo tratado usando técnica funcional , os tecidos tensos na lombar seriam aque- les sendo palpados. E m u m a sequência de flexão/extensão, inclinação lateral e rotação e m cada direção, translação dire i ta e esquerda, translação anter ior e posterior , e compressão/dis tração (envolvendo todas as direções de m o v i m e n t o possíveis da área) deve-se chegar a u m a posição de máxima facilitação. Se este posic ionamento de "sobreposição" da facilitação é mantido por 30 a 90 segundos, resultarão em alívio de hiper- tonicidade e redução da dor. A sequência precisa na qual as várias direções de m o v i - mento são avaliadas parece ser irrelevante, até onde todas as possibilidades estejam incluídas. Teoricamente (e usualmente , e m prática) a posição de facilitação máxima alcançada (tônus reduzido) nos tecidos sensibilizadosdeveria corresponder com a posição que por ter estado dolorosa era usada como guia, como na aborda- gem de Jones e Goodheart , o u se o mais básico 'exagero e distorção' o u 'repetição da posição de est iramento' estava sendo usado como guia para posicionamento. U m exercício desta forma de palpação (que, quando con- cluída, p r o d u z u m a posição de facilitação 'combinada') será encontrado no Capítulo 6. 6. Qualquer ponto doloroso como posição de partida para SCS (McPartland&Zigler, 1993) Todas as áreas palpadas como dolorosas estão respondendo a, o u associadas com, a l g u m grau de desequilíbrio, d i s f u n - ção o u a t i v i d a d e reflexa que p o d e envolver est i ramento agudo o u adaptação crónica. Contudo , se podemos i d e n t i f i - car o complexo padrão de est iramento é u m a questão e m aberto. A abordagem de Jones identif ica a provável posição dos "tender points" relacionada a u m padrão part icular de estira- mento (tornozelo em eversão, estiramento lombar em flexão etc) . C o n t u d o , faz sent ido considerar que qualquer p o n t o doloroso i d e n t i f i c a d o d u r a n t e a aval iação, massagem o u palpação de tecido mole ( inc luindo a busca por pontos-gati- lho) pode ser tratado com liberação posicionai, quer saiba- mos que o estiramento p r o d u z isto o u não, quer o problema seja agudo o u crónico. Experiência, e a lógica simples, nos d iz que a resposta à posição de alívio de u m a área cronicamente fibrosada será menos dramática do que a dos tecidos mant idos em estira- mento o u hipertonicidade. Mesmo assim, até em casos cró- nicos, o grau de alívio e facilitação pode ser p r o d u z i d o , per- m i t i n d o mais fácil acesso à fibrose mais profunda . Essa abordagem, de ser capaz de tratar qualquer tecido doloroso usando a posição alívio, é válida se a dor está sendo m o n i t o r a d a v ia feedback d o paciente (usando níveis de redução da dor no ponto palpado como guia - isto é, strain- counterstrain) ou se o conceito de técnica funcional de ava- liação na redução do tônus nos tecidos está sendo usado. U m período de 60 a 90 segundos é recomendado como o tempo para manter a posição de máxima facilitação - apesar de a lguns ( tal como M a r s h M o r r i s o n - ver variação 8 adiante) sugerirem apenas 20 segundos. 7. Liberação posicionai facilitada (FPR) (Schiowitz, 1990) Esta variação do tema dos métodos funcional e SCS envolve o pos ic ionamento da área acometida e m u m a direção de maior l iberdade de m o v i m e n t o , começando n u m a posição 'neutra ' em termos de posição geral do corpo. Para começar, o paciente fica sentado e m postura sagi- ta l que deve ser m o d i f i c a d a para pos ic ionar o c o r p o o u parte (pescoço, p o r exemplo) e m u m a posição mais ' neu- t ra ' - que é o equilíbrio entre flexão e extensão - seguindo a apl icação de u m a força de faci l i tação (usualmente u m trac ionamento nos tecidos) que deve ser feita. N ã o é usado m o n i t o r de dor, mas e m vez disso a mão a u d i t i v a / p a l p a - tória é aplicada (como na técnica func iona l ) que percebe mudanças na facilitação e restrições nos tecidos acometi- dos à m e d i d a que o corpo/parte é cuidadosamente pos i - c ionado e reposicionado. O ' t rac ionamento ' f i n a l dos tecidos, para encorajar u m 'relaxamento' no local da tensão, é o aspecto facil i tador d o processo, de acordo co m os teóricos. Este ' t rac ionamento ' pode envolver compressão aplicada através de u m longo eixo de u m m e m b r o , talvez, o u dire tamente descendente através da coluna por meio de u m a pressão aplicada cranial- mente, o u alguma variação como esta. A q u a n t i d a d e de t e m p o que a posição de facil itação é m a n t i d a usualmente sugere-se p o r v o l t a de 5 segundos. Afirma-se que a textura do tecido alterada, tanto na superfí- Liberação posicionai espontânea cie quanto na p r o f u n d i d a d e , pode ser tratada com sucesso dessa forma. FPR será aval iada e d i scut ida em maiores detalhes no Capítulo 7. 8. Técnica aplicada a tecidos com sensibilidade excessiva (induration technique) O quiroprático texano M a r s h M o r r i s o n (1969) sugeriu p a l - pação m u i t o leve, usando toque extremamente leve, como meio de sentir u m a sensação de "arrasto"(veja nota sobre palpação no Cap. 3) no decorrer das laterais da coluna (tão lateral como as pontas dos processos transversos). Este m o v i m e n t o palpatório de 'arrasto' ident i f ica áreas de hiperidrose, o que é u m a resposta fisiológica a u m a a t i v i - dade simpática aumentada e é u m fator invariável nos p o n - tos-gatilho revestindo a pele, e outras formas de atividades reflexas i n d u z i d a s o u áreas miofasciais ativas ('zonas de hiperalgesia na pele') (Lewi t , 1999). U m a vez observado o m o v i m e n t o de "arrasto", pressão nos tecidos normalmente resulta em relato de dor. • O terapeuta fica de pé ao lado do paciente em prono e no lado oposto no qual a dor f o i descoberta nos tecidos paravertebrais. • U m a vez localizados, pontos dolorosos o u "tender points" (alojados mais lateralmente do que a ponta dos processos transversos) são palpados ao nível da sua sensibilidade à pressão. • U m a vez conf i rmado como doloroso, o ponto é m a n t i d o sob u m a f i rme pressão do polegar enquanto, com a eminência tênar da outra mão, a extremidade d o processo espinhoso mais adjacente ao ponto de dor é suavemente facilitada na direção da dor (gramas de pressão apenas), tracionando e relaxando os tecidos sendo palpados, até que a dor reduza pelo menos 70% (Fig. 1.1). • Pressão direta desse t ipo (levemente aplicada) na dor deve reduzir o grau de contração do tecido e sensibilidade. • Se isto não acontece, então o direcionamento da pressão no processo espinhoso em direção ao ponto doloroso deve ser var iado levemente de forma que, em a l g u m lugar através do arco abrangendo meio círculo, u m al inhamento em direção à dor será encontrado para abolir a dor totalmente e d i m i n u i r a sensação objetiva de tensão. • Esta posição é mant ida por 20 segundos, depois disso o próximo ponto é tratado. • U m tratamento completo da coluna é possível usando esta abordagem extremamente suave que incorpora os mesmos princípios que SCS e técnica funcional e os achados de facilitação e redução da dor como foco de tratamento. ^ 9- Técnica de inibição neuromuscular integrada (TINI) 7 I X I (Chaitow, 1994) usa u m a 'posição de facilitação' envol - vendo tecidos que alojam pontos-gati lho, como sendo parte de u m a sequência para sua desativação ('liberação de p o n - tos-gatilho') (Mense & Simons, 2001). Nota : U m protocolo preciso de T I N I é dado no Capítulo 5; o resumo adiante oferece apenas u m a estrutura. • A sequência inicia co m a localização d o ponto doloroso do ponto-gat i lho d o tender point. • Isso é seguido pela aplicação de compressão isquêmica (isto é opcional e é evitado se a dor é m u i t o intensa o u o paciente m u i t o frágil o u sensível). • Seguindo esse período de pressão intermitente o u constante é in t r o duz ida posição de alívio nos tecidos (como na metodologia de SCS descrita acima). • Após u m período de tempo apropriado, durante o qual os tecidos são mant idos em 'facilitação', o paciente é solicitado a fazer u m a contração isométrica nos tecidos afetados (técnica de energia muscular) por aproximadamente 7 segundos. • Após a contração os tecidos locais que c i rcundam o(s) ponto(s)-gatilho são alongados por não menos que 30 segundos. • U m a contração isométrica e estiramento envolvendo todo o músculo é então realizada, novamente por não menos que 30 segundos. • Métodos que faci l i tam a ativação dos antagonistas aos músculos envolvidos são então in t roduzidos . 10. Taping proprioceptivo U m a abordagem u m tanto diferente, da qual os aspectos prá- ticos serão mencionados no Capítulo11, é o taping de "des- carga"; u m a variante fisioterapêutica sobre a PRT (Fig. 1.2). Esse é u m método que parece incorporar mui tos dos p r i n - cípios associados com a PRT. Figura 1.1 Posição das mãos na técnica aplicada em tecidos com sensibilidade excessiva (induration technique). Pressão aplicada no processo espinhoso é medida em gramas no máximo. CAPÍTULO UM 8 Técnicas de Liberação Posic ionai para Alívio da Dor WÊBÊÍtÊKKKÊÊÊÊÊÊSsÊKÊ Figura 1.2 Taping proprioceptivo para facilitação do serrátil anterior e abdução do ângulo inferior da escápula. Nos anos recentes, por exemplo, fisioterapeutas têm tra- tado condições específicas, comumente envolvendo d i s f un - ção no joelho e/ou ombro , por aplicação de taping de suporte para ' a l i v i a r a carga' nas art iculações afetadas (taping de "descarga" na coluna às vezes também é usado). Morrissey (2000) explica: Propriocepção é um componente crítico do movimento coordenado do ombro com significante déficit sendo identi- ficado nos ombros patológicos e fadigados (Carpenter, 1998). Isto é uma parte integrante do programa de reabili- tação que tenta minimizar ou reverter esses déficits proprio- ceptivos. Taping é um adjunto útil para uma abordagem de tratamento integrado específico para um paciente com a finalidade de restaurar o movimento completo livre de dor da articulação do ombro. Taping é particularmente útil em abordar as falhas do movimento para as articulações escá- pulo-torácica, gleno-umeral e acromioclavicular. Os meca- nismos exatos pelos quais o t ap ing no ombro é eficaz ainda não estão claros, mas a sugestão é que os efeitos são ambos proprioceptivos e mecânicos. É interessante notar que alguns dos métodos usados no taping deliberadamente posicionam as articulações e tecidos dolorosos em posição de conforto por horas, o u até mesmo dias, c o m acentuados benefícios. Informações adicionais sobre esta abordagem serão encontradas no Capítulo 11. 11. Mobilização com movimento (MWM) N o Capítulo 10, Ed W i l s o n et al . de l inearam os fatores de mobi l ização c o m m o v i m e n t o ( M W M ) e suas variantes , como desenvolvido pelo fisioterapeuta neozelandês Br ian M u l l i g a n (1992). A metodologia de M W M tem elementos que se equipa- r a m int imamente com os princípios da liberação posicionai. Fatores dos métodos M W M como usados no tratamento de disfunção na coluna cervical e nas articulações facetarias da torácica superior são como seguem: • Os métodos levam o acrónimo SNAGs, para "deslizamento apofisário natura l sustentado" (do inglês: sustained «aturai apophyseal elides). • SNAGs são usados para tratamento de restrição o u dor sentida em flexão, extensão, inclinação lateral o u rotação da coluna cervical, usualmente de C3 para baixo. • É fundamenta l estar certo dos planos facetados dos segmentos que estão sendo tratados. • Paciente está sustentando peso, usualmente sentado. • Os movimentos são efetuados ativamente pelo paciente, na direção da restrição, enquanto o terapeuta passivamente segura u m a área (na coluna cervical e torácica no segmento imediatamente cefálico à restrição) na translação anterior. • Essa pressão passiva leve representa o elemento de liberação posicionai do método. • N a coluna cervical o plano facetário está na direção dos olhos. • Rigidez / dor residual é antecipada no decorrer do dia. • O paciente pode de forma útil aplicar "sobrepressão" para reforçar o m o v i m e n t o em direção à barreira de restrição. • O mesmo procedimento é feito várias vezes. • Melhora funcional instantânea é provável. • E m n e n h u m momento a dor deve ser sentida. Os mecanismos por meio dos quais o método de M W M alcança esses efeitos ainda são incertos. Wi l son et al. têm a hipótese que todas as anormalidades das articulações c r i a m i m p u l s o s aferentes que sensibiliza (facilita) o sistema nervoso central (SNC), part icularmente as células de amplo espectro dinâmico (WDR) das células do corno dorsal (Korr, 1976). Isto cria u m disparo para os mús- culos que controlam a articulação e altera o tônus, cr iando u m círculo vicioso. N a ausência de pato logia i n t r a o u extra-art icular , se o SNC pode fornecer i m p u l s o aferente n o r m a l p o r u m período, a potência muscular contrátil pode alterar, real i - nhando a biomecânica art icular e a judando quebrar o cír- culo de disfunção. Pela "al teração"da barreira excitatória, u m m o v i m e n t o previamente doloroso pode se tornar l ivre de dor. Adic ionalmente , estímulos dos mecanorreceptores normais dos músculos at ivos (como e m SNAGs) p o d e m garantir função n o r m a l . 12. Método McKenzie Por meio de cuidadosa avaliação dos efeitos de diferentes movimentos e posições na dor existente (comumente envol- vendo extensão da coluna), o Método McKenzie tenta identi f i - car aqueles que efetivamente centralizam a dor (Fig. 1.3 A , B). Aqueles movimentos ou posições que central izam sinto- mas periféricos o u das extremidades são prescritos como Liberação posicionai espontânea 9 B Figura 1.3 (A) Posição de extensão de McKenzie com o terapeuta exercendo sobrepressão. (B) Extensão aplicada pelo oróprio paciente. autotratamento (McKenzie , 1990). Por exemplo , n u m paciente co m dor ciática (sintomas referidos na perna i rra- diados da ra iz nervosa S I ) , m o v i m e n t o s o u posições são explorados na esperança de achar aqueles que 'central izam' os sintomas da dor lombar . Central ização dos s intomas é vista como sendo u m b o m sinal para o prognóstico ( T i m m , 1994). O conceito de M c K e n z i e é completamente descrito no Capítulo 9. 13. Técnicas de 'blocos' sacroccipitai (SOT) E m 1964 Dejarnette (1967) i n t r o d u z i u o uso de calço pélvico (blocos a lmofadados , feitos de espuma o u madeira) para p e r m i t i r suave reposicionamento da pelve o u da coluna. O paciente em supino o u prono (isto é decidido baseado no estabelecimento de 'categorias' de disfunção) é posicio- Tipos de blocos SOT C Figura 1.4 (A) Posicionamento dos blocos para u m posiciona- mento em particular. (B) Tratamento ou avaliação enquanto posiciona os blocos. (C) Vários blocos sólidos e de 'ar'. CAPÍTULO UM 10 Técnicas de Liberação Posic ionai para Alívio da Dor Quadro 1.2 Sumário das variações de liberação posicionai Todos os métodos de liberação posicionai requerem que o posicionamento seja realizado lentamente, sem produzir nenhuma dor adicional no paciente. Em todas as variações, é aconselhado um retorno lento para a posição neutra seguido por sustentação da posição de facilitação. A maioria dos métodos de liberação posicionai envolve movimento em direção à facilitação, para longe de onde o movimento estiver restrito, usando um afrouxamento, tracionamento, ' compressão ou folga' dos tecidos disfuncionais, a fim de (se pensa) facilitar o fuso muscular a recompor e melhorar a função. Apesar da suavidade dos métodos há normalmente uma reação envolvendo rigidez e possivelmente desconforto no dia seguinte ao tratamento, como os tecidos se ajustam a sua nova situação e o processo de adaptação acomoda essas mudanças. Strain-counterstrain (SCS) • Procurar pontos de dor que são usados (sendo pressionados) para monitorar desconforto nos tecidos encurtados no momento do estiramento agudo ou crónico. • Tender points s ã o usados como guia para 'facilitar' posição, à medida que a dor reduz durante o posicionamento. • S C S normalmente usa flexão para facilitar estiramento na parte anterior do corpo e extensão para aliviar dor na região posterior do corpo (ver guia específ ica no Cap. 3). • Uma vez estabelecida a posição de facilitação (por alcançar uma redução de no mínimo 7 0 % da dor no tender point) será mantida por 9 0 segundos como regra. • Esta posição de facilitação comumente reproduz a posição de estiramento a fim de encontrar a posição de facilitação.• Também é comum "exagerar" os desvios existentes, distorções, a fim de alcançar alívio da dor nos tecidos palpados. • Tender points es tão usualmente localizados nos músculos antagonistas aos envolvidos no movimento que es tá dolorido ou restrito. • Goodheart (1984) acrescenta vários métodos de facilitação a fim de reduzir o tempo necessár io para alívio do tecido. • Terapia de liberação posicionai (D'Ambrogio & Roth, 1997) sugere que manter a posição de facilitação por 20 minutos para alcançar melhoria das mudanças no tecido, mas concorda com os '90 segundos como regra' de Jones para tratamento de simples disfunção musculoesquelética. Técnicas funcionais • C o m uma mão monitorando ("ouvindo") e a outra atuando para introduzir movimento, os tecidos s ã o levados a uma posição de facilitação máxima em todas as direções possíveis de movimento - um ponto de dinâmica neutra - no qual uma posição de facilitação tem sido 'sobreposta' a outra. • O processo de sobrepor envolve subsequente a v a l i a ç ã o para facilitação em várias direções de movimento, iniciando no ponto de facilitação revelado por avaliação prévia. • Seguindo a posição de manutenção da posição na dinâmica neutra até uma s e n s a ç ã o de calor ou pulsação ou muito alívio é notada (no mínimo 9 0 segundos é sugerido) , toda a s e q u ê n c i a é repetida pelo menos uma vez mais, co m variações nas p o s i ç õ e s de facil itação sendo evidentes como c o n s e q u ê n c i a s das mudanças resultantes de ' tratamento' prévio. Posição de alívio facilitada • No tratamento da disfunção de tecido mole, FPR usa uma sequência envolvendo neutralizar a curva ântero-posterior, seguida pela criação de uma posição de alívio, e tração e/ou torção para produzir uma s e n s a ç ã o de maior facilitação dos tecidos palpados (nota: esta sequência pode variar). • No tratamento de restrição articular a mesma abordagem é usada, mas a articulação envolvida também é guiada através de direções de maior liberdade de movimento. • A posição de alívio facilitada é mantida por apenas 3 a 4 segundos antes de repetir o teste. • Se nenhuma melhora é notada, considera-se que a condição requer abordagens mais diretas de tratamento. Liberação fascial • Tecidos moles são mantidos na direção de maior facilidade de movimento até que a "liberação" ocorra. • O processo é repetido até existir simetria de movimento em todas as direções. Manipulação craniana (aplicável em qualquer parte do corpo) • A estrutura/tecidos restritos são levados na direção de maior liberdade de movimento; neste momento a posição é mantida até perceber uma s e n s a ç ã o de tentativa dos tecidos/estruturas de retornar na direção que foram movidos. Isto é, resistido. • Subsequentemente, a barreira usualmente retrai, e os tecidos são levados numa facilitação do movimento ainda maior. O processo é repetido. Taping proprioceptivo • Uso do taping para "descarregar" as articulações e tecidos disfuncionais, por período longo o suficiente para permitir que o processo de reeducação aconteça, como resultado de modificações proprioceptivas. Mobilização com movimento (MWM) incluindo S N A G s • O posicionamento suave a curto prazo das articulações (envolvendo amplitudes involuntárias do jogo articular), Liberação posicionai espontânea 11 Quadro 1.2 Continuação incluindo a coluna (deslizamento apofisário natural sustentado - S N A G s ) , a f i m de permitir movimento ativo livre de dor executado pelo paciente, no intuito de restaurar a função normal. Método McKenzie O uso de posicionamento ou movimento para estabelecer um protocolo ideal de assistência na centralização da dor periférica para a coluna. Uma vez identificado, exercícios domiciliares serão prescritos. Técnica sacroccipital (SOT) : blocos e calços Precisamente determinado o uso de almofadas (blocos) para suporte dos tecidos da pelve e da coluna com o paciente deitado em prono ou supino, permitindo o reposicionamento para encorajar a normalização da disfunção. nado e sustentado pelos blocos para p e r m i t i r que as m u d a n - ças ocorram espontaneamente (Fig. 1.4 A , B, C). Dejarnette af irma que: 'a maca fornece o suporte para os blocos; então, quando o paciente respira, essa energia pode ser t ransmit ida para o m o v i m e n t o para correção da d i s f un - ção de subluxação' (Heese, 1991). Unger (1998) d e m o n s t r o u efeitos pos i t ivos no alonga- mento muscular seguindo o uso de técnicas com 'blocos'. Esses métodos são melhores descritos no Capítulo 8. 14. Outras abordagens Há uma variedade de métodos envolvendo liberação posicio- nai que não se ajustam m u i t o bem em nenhuma das catego- rias listadas. Esta variação va i desde u m a técnica efetiva de liberação de costela concedida pelo criador da osteopatia cra- niana, W. G. Sutherland, e descrita por P. E. Kimberley (1980) até várias técnicas cranianas descritas p o r John Upledger Upledger & Vredevoogd, 1983) e outros, bem como as técni- cas de restrição fascial descritas p o r Jerry Dickey (1989) e variações modi f icadas p o r George Goodheart (Walther, 1988). A l g u n s desses métodos serão descritos nos capítulos seguintes. Semelhanças e d i ferenças Muitos dos métodos de PRT têm e m c o m u m o objetivo de redução no tônus dos tecidos dolorosos associados com as disfunções tratadas. Os meios pelos quais isso é alcançado v a r i a m , alguns s tra in-countrs tra in) usando nível de dor r e d u z i d a como cuia para a posição de conforto/facilitação, e outros usando variações na palpação (métodos funcionais e de liberação rosicional facilitada). Alguns métodos são inteiramente passivos (SCS, funcio- nal, FPR, blocos SOT, taping), enquanto alguns são ativos —létodos de McKenzie), e poucos envolvem u m a combinação deatívidade ativa e passiva (mobilização com movimento) . Além dessas diferenças técnicas de aplicação, as diferen- cei entre os vários métodos relatados largamente para deta- lhar sobre por quanto tempo a posição de facilitação deve ser mant ida , inc luem recomendações de tempo tais como: • Abaixo de 5 segundos para liberação posicionai facilitada. • 90 segundos para strain-countrstrain e técnica funcional • 3 m i n u t o s o u mais para t ra tamento de condições neurológicas (Weiselfish, 1993). • A c i m a de 20 minutos com alguns aspectos de terapia de liberação posicionai ( D ' A m b r o g i o & Roth, 1997). • Horas o u dias e m taping fisioterapêutico. Estas questões serão exploradas mais adiante em outros capítulos. N o próximo capítulo u m resumo é oferecido das formas nas quais a disfunção p r o g r i d e como u m processo de (falha?) adaptação, e como os métodos de liberação posicio- nai p o d e m oferecer algumas soluções. Referências Bowles C 1969 ' D y n a m i c n e u t r a l ' - a b r i d g e . A c a d e m y of A p p l i e d Osteopathy Yearbook: 1-2. Bowles C1981 Functional technique - a m o d e r n perspective. Journal of the A m e r i c a n Osteopathic Associat ion 80(3): 326-331. Carpenter J 1998 The effects of muscle fatigue o n shoulder jo int pos i t ion sense. A m e r i c a n Journal of Sports Medicine 26:262-265. Cha i tow L 1994 Integrated neuromuscular i n h i b i t i o n tech- nique. Bri t ish Journal of Osteopathy 13:17-20. D ' A m b r o g i o K, R o t h G 1997 Pos i t ional release therapy. Mosby, St Louis . Dejarnette M B 1967 The philosophy, art and science of sacral occipital technic. Self publ ished, Nebraska City, N E , p 72. 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Wi l l iams & W i l k i n s , Baltimore.2 A evolução da disfunção C O N T E Ú D O D O CAPÍTULO Variáveis da disfunção 13 GAS e LAG 13 Lesões que ocorrem nas alterações crónicas 14 Sinais de disfunção 14 Indicações de disfunção geral e local 14 Capacidade palpatória 14 Avaliação osteopática da disfunção somática 16 Comparando palpação pelos métodos padrão e - strain-counterstrain (SCS) 16 Existe a melhor função e postura? 22 Uma perspectiva mais ampla 22 Conceito tenso-frouxo (tight-loose) 23 Escolhas clínicas 23 Dor e conceito tenso-frouxo 23 Barreiras, fixação, facilitação e outras terminologias 24 Reações em cadeia e modificações "tenso-frouxo" 24 Opções gerais de tratamento 24 Estressores biomecânicos- musculoesqueléticos 25 Uma sequência de estresse biomecânico 25 Facilitação e a evolução dos pontos-gatilho 26 Como reconhecer uma área de facilitação 27 Características evidentes e observáveis 27 Facilitação local (ponto-gatilho) no músculo 27 Pontos-gatilho - Modelo de Travell e Simons 28 Liberação posicionai e pontos-gatilho 28 Isquemiae dor muscular 29 Isquemia e evolução do ponto-gatilho 29 Variáveis da d isfunção Alterações biomecânicas às vezes ocorrem de forma repen- t ina e traumática. Est iramentos, entorses e t raumas são eventos que, dependendo da magni tude da força envolv ida e da capacidade de recuperação e adaptabi l idade dos teci- dos afetados, apresentam consequências previsíveis como, por exemplo, lesões, rupturas e/ou inflamação. A maior ia das disfunções somáticas, entretanto, ocorre gradualmente. Elas se desenvolvem com tempo, enquanto o tecido, localmente , e o corpo, g lobalmente , se a d a p t a m e absorvem a carga (estresse) a eles imposta. Selye (1956) descreveu dois modelos de adaptação - geral e local. GASeLAG Selye d e n o m i n o u estresse o e lemento não-específ ico na produção da doença e descreveu as seguintes fases o u está- gios da síndrome de adaptação geral (GAS): 1 . Fase reacional de alarme - breve e aguda. 2. Fase de resistência (adaptação) - processo que pode durar mui tos anos, seguido de 3. Fase de esgotamento (fracasso da adaptação) - aparecimento da doença o u de disfunções importantes - levando ao estágio de colapso (Fig. 2.1). A GAS afeta o organismo como u m todo, enquanto a sín- drome de adaptação local ( L A G ) afeta u m a área específica d o corpo submet ida a estresse o u tensão, como o o m b r o quando sofre estresse repetido durante a prática de ténis. Selye demonstrou que o estresse (def in ido como algo a que o corpo é obrigado a se adaptar) resulta n u m padrão de adaptação que é i n d i v i d u a l a cada organismo. Ele também demonstrou que quando u m indivíduo está estressado, exci- tado o u assustado os mecanismos homeostáticos (autonor- malização) são ativados. A reação de alarme da s índrome de adaptação geral e local de Selye equivale à resposta de " l u t a r o u correr" e à excitação simpática. Se o estado de alarme for prolongado, o u se u m processo repetido de adaptação defensiva se inicia, ocorrerão altera- ções crónicas duradouras . Os resultados de danos traumáti- cos ou posturais de repetição durante a v i d a , combinados CAPÍTULO D O I S 14 Técnicas de Liberação Posic ionai para Alívio da Dor Fase de adaptação Reação inicial de alarme Fase de exaustão Figura 2.1 GAS / LAG com os efeitos das sobrecargas emocionais e psicológicas, bem como o per f i l bioquímico daquele indivíduo, serão tra- duzidos frequentemente n u m padrão complexo de tecido fibroso aglomerado, tenso, contraído e fatigado. Pesquisadores d e m o n s t r a r a m que o t i p o de estresse e n v o l v i d o na produção de alterações adaptativas pode ser de natureza estr i tamente b iomecânica (Wal l & Melzack , 1989), como, por exemplo, u m a única lesão o u tensão postu- ral mant ida , ou de natureza psíquica (Latey, 1996), como u m sentimento crónico de raiva r e p r i m i d o . Frequentemente a combinação de estresses físico e emo- cional altera as estruturas musculoesquelét icas , p r o d u - z indo u m a série de modificações físicas que p o d e m ser iden- tificadas e que vão gerar estresse adicional , como dor, restri- ção articular, desconforto geral e fadiga. A s reações em cadeia previsíveis das alterações compen- satórias vão se desenvolver nas partes moles na maior parte desse t ipo de adaptação crónica aos estresses biomecânicos e psicogênicos (Lewit , 1999). Essa adaptação ocorrerá quase sempre à custa da perda de u m a função ideal e também como u m a fonte crescente de comprometimento psicológico. E importante considerar que u m a grande parte da adap- tação já está em andamento - o que chamamos de "aprendi - zado". C o m objet ivo de realizar tarefas esportivas específicas (levantamento de peso, arremessos, corrida em distâncias, salto em distância o u al tura e tc ) , é necessária adaptação a essas demandas e m f o r m a de aprendizado , g a r a n t i n d o adaptação à tarefa específica - f requentemente em d e t r i - mento de outras funções (Norr is , 1999). Alterações adaptativas semelhantes ocorrem como con- sequência de solicitações recreativas e ocupacionais. Lesões que ocorrem nas alterações crónicas U m a combinação frequentemente ocorre quando o estresse é aplicado de forma repentina aos tecidos que sofreram ante- r i o r m e n t e c o m p r o m e t i m e n t o s adaptat ivos , p o r exemplo , durante u m m o v i m e n t o de f lexão anter ior d o tronco e retorno à posição neutra, que 'normalmente ' seria bem exe- cutado e não causaria danos, e ocorre u m a disfunção porque os tecidos envolv idos já se apresentavam modificados (fi- brose, encurtamento, fraqueza etc.) Essas variáveis devem ser consideradas no decorrer da intervenção terapêutica, uma vez que não é indicado u t i l i - zar o mesmo método manual para a abordagem de tecidos crónicos rígidos e agudos extremamente irr i tados. Os métodos de liberação posicionai p o d e m ser ut i l izados na presença de disfunção aguda o u crónica. Entretanto , algumas variações da terapia de liberação pelo posiciona- mento são mais indicadas em condições agudas e dolorosas ou para indivíduos mais sensíveis e comprometidos do que em situações crónicas. Sinais de disfunção O Q u a d r o 2.1 descreve o padrão compensatór io c o m u m (PCC), desvios que sugerem u m a má adaptação e u m a p r o - bab i l i d ad e de obtenção de resposta insatisfatória ante a qualquer tratamento proposto ( Z i n k & Lawson, 1979). Indicações de disfunção geral e local É necessário e útil avaliar de f o r m a i n d i v i d u a l as art icula- ções quanto aos seus arcos de m o v i m e n t o , e os grupos mus- culares quanto a f l ex ib i l idade , força, encurtamento, resis- tência e presença de pontos-gati lho miofasciais. Os métodos de avaliação serão descritos posteriormente neste capítulo. Todas essas avaliações e abordagens são necessárias em circunstâncias específicas; entretanto, da mesma forma é útil ter juntamente c o m a sequência de Z i n k (Quadro 2.1) u m número de ferramentas de investigação que i n d i q u e m ní- veis gerais de func iona l idade que possam ser novamente empregadas no processo de reavaliação. Dentre as que oferecem indicadores de função e d i s f u n - ção de forma rápida e úteis na avaliação clínica, temos: • A l i n h a m e n t o postural - part icularmente síndrome de padrões cruzados (Janda, 1986). • Avaliação funcional específica como teste de extensão d o q u a d r i l e teste do r i t m o escápulo-umeral (Janda, 1996). • Avaliação do equilíbrio sobre u m pé, com olhos abertos e fechados (Bohannon et al . , 1984). • Avaliação do centro de estabilidade (Norr is , 1999). A m a i o r i a desses indicadores está descrita no Quadro 2.2. C a p a c i d a d e palpatór ia A palpação habil idosa permite a discriminação entre vários estados e estágios de disfunção, com considerável grau de precisão. L o r d & B u g d u k (1996) declararam:Existem várias dúvidas com relação à precisão do diagnós- tico manual, mas apenas um estudo (Jull & Bogduk, 1988) comparou o diagnóstico manual com critério padrão de blo- queios anestésicos locais. Os autores apreciaram 100% de especificidade e sensibilidade da técnica de avaliação ma- nual. O terapeuta manual identificou corretamente todos os A evolução da disfunção 15 Quadro 2.1 Padrões posturais de compensação (Zink & Lawson, 1979 ) Acredita-se que a c o m p e n s a ç ã o fascial seja útil, benéfica e, sobretudo, uma resposta funcional numa parte do sistema musculoesquelético (sem resultar em sintomas), como, p. ex., resultado de al terações como membro inferior curto ou sobrecarga. D e s c o m p e n s a ç ã o compreende o mesmo fenómeno em que as a l terações s ã o vistas como disfuncionais produzindo sintomas e evidenciando a falência do mecanismo homeostático (p. ex., adaptação e auto-reparo). Zink & Lawson (1979) descreveram um modelo de padrão postural resultante da progressão da perda de c o m p e n s a ç ã o no nível fascial. Ao testar as "preferências" dos tecidos (tenso ou frouxo) em diferentes áreas, Zink & Lawson sustentaram a possibilidade de classificar padrões que apresentam utilidade na prática clínica: • Padrões ideais - mínima carga adaptativa transferida a outras regiões. • Padrões compensados, que alternam quanto à direção de uma área para outra (atlanto-occipital, cervicotorácica, toracolombar e lombossacral) e que são normalmente de natureza adaptativa. • Padrões descompensados que não alternam e que geralmente ocorrem como resultado de trauma. Zink & Lawson descreveram quatro áreas transicionais cruzadas onde os padrões fasciais podem ser avaliados com maior facilidade quanto às preferências para rotação e inclinação: • occipito-atlantal (OA) • cervicotorácica (CT) • toracolombar (TL) • lombossacral (LS) A pesquisa de Zink & Lawson demonstrou que a maioria das pessoas exibe padrão alternado de preferência rotacional, e que cerca de 8 0 % das pessoas apresentam um padrão comum de E-D-E-D íesquerda-direita-esquerda-direita), denominado Dadrão compensatório normal (PCN) (Fig. 2.2 A) . Eles também observaram que 2 0 % das pessoas nas quais o padrão não se alternava (Fig. 2.2B) apresentavam história de saúde precária ou comprometida. O tratamento, tanto para os P C N como para os padrões não-compensados , tem por objetivo tentar ao máximo criar um grau de movimento simétrico rotacional nos locais-chave das transições cruzadas. Os métodos usados variam desde técnicas diretas de energia muscular a técnicas indiretas de liberação pelo posicionamento. , Avaliação da preferência tecidual na sequência de Zink & Lawson Região occipito-atlantal • Paciente em decúbito dorsal. • Terapeuta sentado à cabeceira, ligeiramente para um lado, de frente para a quina da maca. • A mão cefálica é colocada em berço sob o occipital e faz controle no atlas pela oposição do indicador e polegar. • O p e s c o ç o é flexionado para que o movimento de rotação ocorra somente na região cervical alta. • A outra mão é pousada sobre a testa do paciente. • A mão que faz contato com a articulação occipito-atlantal avalia a preferência do tecido uma vez que a região é lenta e passivamente rodada para a direita e para a esquerda. Região cervicotorácica • Paciente em decúbito dorsal em posição relaxada. • Terapeuta sentado à cabeceira desliza as mãos sob as escápulas do paciente. Figura 2.2 (A) Padrão compensado de cruzamentos alternados indica mínima transferência de carga adaptativa para outras regiões. (B) padrões descompensados que não alternam e podem ser resultados de trauma. CAPÍTULO D O I S 16 Técnicas de Liberação Posic ionai para Alívio da Dor Quadro 2.1 Continuação • Cada mão independentemente avalia a área que es tá sendo palpada em busca da preferência de " tensão ou frouxidão" através do movimento de levar as escápulas na direção do teto alternadamente. • Mantendo os tecidos nessa posição de "frouxidão" ou de facilitação (ou na posição de tensão ou bloqueio e introduzindo contrações isométricas) promoverá mudanças. Região toracolombar • Paciente em decúbito dorsal, terapeuta do lado da maca olhando para a c a b e ç a do paciente na altura da sua cintura, posiciona as mãos sobre as estruturas torácicas baixas, dedos ao longo das costelas inferiores apontando lateralmente. • Considerando as estruturas a serem tratadas como um cilindro, as mãos testam a preferência para a rotação em torno de um eixo cental, num sentido e depois no outro. • C o m o uma avaliação complementar, uma vez que a preferência tenha sido detectada, devemos avaliar a preferência para a inclinação para um lado e depois para o outro; assim uma combinação das pos ições de facilitação do movimento e restrição pode ser estabelecida. • Mantendo os tecidos na posição de facilitação (ou mantendo os tecidos na posição de restrição e introduzindo contrações isométricas, ou somente esperando a liberação), as mudanças t e c i d u a i s s ã o estimuladas. Região lombossacral • Paciente em decúbito dorsal, terapeuta de pé ao lado do paciente em direção cefálica, na altura da sua cintura, posiciona as mãos sobre as estruturas pélvicas anteriores, utiliza o contato tipo volante para avaliar as preferências dos tecidos enquanto a pelve é rodada no seu eixo central, à procura de informações quanto a frouxidão e tensão. • Uma vez que a preferência rotacional seja estabelecida, devemos então procurar a preferência através do movimento de inclinação direita e esquerda; assim a combinação das pos i ções de facilitação e restrição pode ser estabelecida. • Mantendo os tecidos na posição de facilitação (ou mantendo os tecidos na posição de restrição e introduzindo contrações isométricas, ou somente esperando a liberação), as mudanças teciduais são estimuladas. Essa avaliação geral, que busca evidência de c o m p e n s a ç ã o e de padrões de adaptação global envolvendo tecidos frouxos e tensos, oferece meios amplos para iniciar a reabilitação através da alteração das característ icas estruturais associadas à disfunção. pacientes com dor articular comprovada e os segmentos sintomáticos e assintomáticos. A habilidade de outros examinadores manuais não foi testada para reprodução dos resultados. Esse estudo da habi l idade de u m terapeuta e m localizar u m a disfunção sugere que é da capacidade d o terapeuta manual reconhecer u m segmento o u articulação em d i s f u n - ção, se sua habil idade palpatória for apurada. A aplicação do método de liberação posicionai requer u m alto nível de capacidade palpatória, especialmente na a p l i - cação de métodos funcionais, tendo em vista que é crucial perceber as respostas teciduais que ocorrem pelo posiciona- mento. Avaliação osteopática da disfunção somática Gibbons & Tehan (2001) explicam a base da avaliação osteo- pática na busca por disfunção somática (part icularmente disfunção vertebral) pelas iniciais ARTT • Ase refere à assimetria. D iGiovanna (1991) associa o critério de assimetria focalizando na posição da vértebra o u outro osso. Greenman (1996) amplia o conceito de assimetria in t roduzindo assimetria estrutural e funcional . • R se refere ao arco de movimento. Alteração d o arco de m o v i m e n t o pode ocorrer em u m a única articulação, e m várias articulações o u em u m a determinada região do sistema musculoesquelético. A anormalidade d iz respeito a restrição o u aumento da ampl i tude . A qualidade d o m o v i m e n t o e a sensação f ina l devem ser investigadas. • T se refere às alterações teciduais. A identificação das altera- ções das texturas teciduais é importante para o diagnós- tico da disfunção somática. As alterações palpáveis p o d e m ser percebidas nos tecidos superficiais, intermediários e profundos . E importante diferenciar o n o r m a l do anormal (Fryer& Johnson, 2005).• Tse refere à sensibilidade. A modificação da sensibilidade tecidual deve ser evidente. Provocação da dor o u reprodução de sintomas conhecidos pelo paciente são frequentemente uti l izadas para localizar a disfunção somática. Comparando palpação pelos métodos padrão e strain-counterstrain M c Part land & G o o d r i d g e (1997) testaram a va l idade dos procedimentos palpatórios osteopáticos ( m o d i f i c a n d o a 17 Quadro 2.2 Três indicadores fundamentais Os três indicadores gerais de funcionalidade es tão descritos a seguir: • Padrões de síndrome cruzada - indicadores de rela- tivo alinhamento postural (Janda, 1982) • Avaliação do equilíbrio sobre uma perna, olhos abertos e olhos fechados - indicador de integração neurológica entre entradas íntero e exteroceptoras, eficácia do processamento central e controle motor (Bohannon etal . , 1984) . • Avaliação da estabilidade profunda - um indicador da eficácia relativa dos músculos centrais na proteção da coluna. Padrões de síndrome cruzada Síndrome cruzada superior (Fig. 2.3) Esse padrão se caracteriza por: • Encurtamento ou rigidez do peitoral maior e menor, trapézio superior, elevador da escápula, paravertebrais cervicais e músculos suboccipitais, concomitante à • Distensão ou enfraquecimento dos flexores cervicais profundos, serrátil anterior, trapézio inferior e médio. Como resultado, as seguintes al terações ocorrem: 1 . O occipital e C1 /C2 fazem hiperextensão, provocando uma projeção anterior da c a b e ç a (queixo para a frente). 2. Desenvolve-se um estresse postural nas vértebras cervicais inferiores até a quarta vértebra torácica. 3. Abdução e rotação da escápula. 4. A alteração anterior modifica a direção do eixo da fossa glenóidea, resultando na necessidade de estabilização do úmero pela atividade adicional do elevador da escápula e trapézio superior, com uma atividade adicional também do supra-espinhoso. O resultado dessas al terações é uma maior distensão do segmento cervical acrescida de dor referida para tórax, ombros e braços . Pode-se notar uma dor semelhante à angina e o declínio da eficiência respiratória. A solução, segundo Janda, é ser capaz de identificar as estruturas encurtadas e liberá-las (alongar e relaxar), seguida de uma reeducação para uma função mais adequada. As possibilidades de liberação posicionai serão descritas nos capítulos posteriores. Síndrome cruzada inferior (Fig. 2.3) Esse padrão se caracteriza por: • Encurtamento ou rigidez do quadrado lombar, psoas, paravertebrais lombares, isquiotibiais, tensor da faseia lata, e possivelmente piriforme, concomitante à • Distensão ou enfraquecimento dos músculos glúteos e abdominais. O resultado dessas al terações é que a pelve roda para a frente no plano frontal, flexionando as articulações dos quadris, produzindo lordose lombar e estressando o segmento L5-S1 co m dor e irritação. Um estresse adicional comumente surge no plano sagital mantendo a pelve elevada e se acentuando durante a marcha, resultando também em estresse L5-S1 no plano sagital. Teremos como resultado dor lombar. A combinação dos estresses descritos produz instabilidade na junção toracolombar, um local de transição instável. Parte da solução é a identificação das estruturas encurtadas e a sua liberação, utilizando variações de técnicas de energia muscular, seguida de reeducação da postura e utilização do segmento. Figura 2.3 Síndromes cruzadas superior e inferior. Sí nd ro m e cr uz ad a su pe rio r Flexores cervicais profundos fracos Trapézio superior e elevador da escápula encurtados Síndrom e cruzada superior Sí nd ro m e cr uz ad a su pe rio r Síndrom e cruzada superior Sí nd ro m e cr uz ad a su pe rio r ECOM e peitorais encurtados Trapézio inferior e serrátil anterior fracos Síndrom e cruzada superior cr uz ad a in fe rio r Abdominais fracos Paravertebrais toracolombares encurtados Síndrom e cruzada inferior cr uz ad a in fe rio r Reto femoral e iliopsoas encurtados Glúteos médio e máximo fracos Síndrom e cruzada inferior I CAPÍTULO D O I S 18 Técnicas de Liberação Posic ionai para Alívio da Dor Quadro 2.2 continuação Alternativas para liberação posicionai são mencionadas nos próximos capítulos Avaliações funcionais específicas de síndromes c ruzadas Teste de abdução de quadril (Janda, 1982) O paciente em decúbito lateral, idealmente com a c a b e ç a em um travesseiro; com a perna superior estendida e a inferior flexionada no quadril e joelho, para equilíbrio (Fig. 2.4). O terapeuta, que es tá observando e não-palpando, se posiciona em frente ao paciente e na direção da cabeceira da maca. Pede-se ao paciente para levantar a perna lentamente em abdução. O normal representa abdução pura de quadril até 4 5 ° . Anormal apresenta: • Flexão do quadril durante a abdução, indicando encurtamento do tensor da faseia lata (TFL). • Rotação externa da perna durante a abdução, indicando encurtamento do piriforme. • Elevação do quadril indicando encurtamento do quadrado lombar (e fraqueza do glúteo médio). • Rotação posterior da pelve, sugerindo adutores antagonistas do quadril encurtados. Palpação • O terapeuta se posiciona atrás do paciente, que es tá em decúbito lateral, com uma ou duas polpas dos dedos da mão cefálica no tecido acima do quadrado lombar aproximadamente 5 cm lateral ao processo espinhoso de L3. • A mão caudal é posta de maneira que o calcanhar esteja apoiado no glúteo médio e as polpas dos dedos no tensor faseia lata (TFL). • A sequência de disparo desses músculos é avaliada durante a abdução do quadril . • Se o quadrado lombar (QL) dispara primeiro (percebido através de um empurrão contra os dedos do terapeuta), ele es tá superativo e encurtado. • A sequência ideal consiste na contração do TFL, seguida pelo glúteo médio e finalmente o Q L (somente por volta de 20-25 ° de abdução da perna). • Se tanto o TFL quanto o Q L estiverem superativos (disparando fora da sequência , eles vão estar encurtados, e o glúteo médio se apresentará inibido e enfraquecido (Janda, 1986) . Teste de extensão do quadril • O paciente es tá em decúbito ventral, e o terapeuta de pé ao seu lado, na altura da sua cintura, co m a mão cefálica espalhada sobre a musculatura lombar inferior avaliando a atividade dos paravertebrais, direito e esquerdo (Fig. 2.5). • A mão caudal é posicionada de tal forma que o seu calcanhar pouse sobre a massa glútea, co m a polpa dos dedos sobre os isquiotibiais do mesmo lado. • Solicita-se ao paciente elevar a perna em extensão enquanto o terapeuta avalia a sequência de contração. • Qual o músculo que dispara (se contrai) primeiro? • A sequência de ativação normal é (1) glúteo máximo, (2) isquiotibiais, seguidos por (3) eretores espinhais contralaterais e então (4) eretores espinhais ipsilaterais. • Nota: Nem todos os terapeutas concordam que essa seja a sequência correta: alguns acreditam que os isquiotibiais devem se contrair primeiro, ou que deve ocorrer uma contração simultânea dos isquiotibiais e glúteo máximo - porém todos concordam que os eretores espinhais não devem ser os primeiros a se contraírem. Figura 2.4 Teste de abdução do quadril, que se for normal, ocorre sem que haja elevação, flexão ou rotação externa do quadril. (Em Chaitow & Delany 2004.) A: elevação do quadril; B: flexão do quadril; C: rotação externa do quadril. A evolução da disfunção 19 Quadro 2.2 continuação Figura 2.5 Teste de extensão do quadril. A sequência de ativação normal consiste na contração do glúteo máximo, isquiotibiais, eretores espinhais contralaterais, eretores laterais ipsilaterais. (De Chaitow, 2003 b.) • Se os eretores espinhais de um dos lados dispara (se contrai) primeiro, e fizer o papel do glúteo máximo como motor primário da extensão do quadril, eles se tornarão encurtados e irão favorecer
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