Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1.1 AS SOCIEDADES PRIMITIVAS E A EDUCAÇÃO As sociedades primitivas, também conhecidas por “comunismo primitivo, foram as primeiras formas de coletivos na história da humanidade. Dizem respeito à fase anterior das civilizações, a pré-história, aproximadamente 300 mil a.C. A primeira consideração a fazer, sobre este tema, consiste em esclarecer que o termo pré-história refere-se ao extenso período que vai desde o aparecimento do homem até o surgimento da escrita (também a formação do Estado, diferenciação de classes sociais, divisão técnica do trabalho com base na classe social). Fonte: Para entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 2, Volume ago., Série 29/08, 2011, p.01-15. As etapas cronológicas (datas) variam entre os autores e pesquisas. Conforme Souto Maior, “Este período deixou como fontes de estudo e informação armas, utensílios e restos dos homens primitivos, enterrados ou conservados nas cavernas” (SOUTO MAIOR, 1978, p.8.) Este autor, historiador, apresenta a seguinte divisão da Pré-História Idade da Pedra: Eolítico, Paleolítico Inferior, Paleolítico Superior, Neolítico Idade dos Metais: Bronze , Ferro. Contudo, de acordo com Aranha, autora de livros sobre filosofia e história da educação, Por motivos diversos é muito difícil dar as características gerais desse tipo de sociedade. Primeiro porque, por mais que façamos generalizações, há muitas diferenças entre tais sociedades, e depois porque, com frequência, corremos o risco de etnocentrismo, ou seja, a tentação de avaliá-las segundo padrões da nossa cultura. Dessa perspectiva, diríamos: as http://3.bp.blogspot.com/-WD7E0-KrgkY/TlsEsbBKYyI/AAAAAAAACRU/DadCjJjwLtw/s1600/homohabilis.jpg sociedades tribais não têm Estado, não têm classes, não têm escrita, não têm comércio, não têm história, não têm escola. (ARANHA, 2012, p.32) Todavia, a maioria dos educadores que nos trazem conhecimentos sobre o processo de ensino e aprendizagem durante esta Era da humanidade considera duas etapas: o Paleolítico e o Neolítico. Aproveito para destacar que muitos livros de História da Educação não trazem este tema, iniciando pela história da educação na Antiguidade quer seja a Oriental ou com o legado Grego e Romano. A educação deste período chamado “pré-histórico” é também chamada de “Educação Difusa” ou educação por imitação, uma vez que era uma prática na qual os jovens e as crianças repetiam os atos praticados pelos adultos, desenvolvendo assim, habilidades e técnicas necessárias ao seu dia a dia. Com essas repetições nas tarefas do dia a dia, os membros dessas sociedades eram preparados do ponto de vista moral, intelectual, físico e para a transmissão da cultura. Ainda sobre essa educação das sociedades primitivas, embora assistemática, percebe-se que há uma educação para as questões práticas do dia a dia, para a sobrevivência, e outra realizada em rituais e cerimônias de magia, com a finalidade de saber conviver com o desconhecido. Outro aspecto relevante sobre a educação das sociedades primitivas está no fato de ser uma educação integral, uma vez que contempla todo o saber daquela comunidade e que todos podem ter acesso ao saber acumulado e às formas de fazer possíveis. Segundo Aranha (2012), há, entretanto, os que se destacam ao deter ou desenvolver um conhecimento mais amplo, como um feiticeiro, mas sem resultar em qualquer forma de vantagem pessoal, privilégio material, somente reconhecimento e prestígio. PALEOLÍTICO - aproximadamente 600 mil a 10 mil a.c. [...] os clãs, (conjunto de famílias unidas por complexos laços de parentesco, cujos membros descendiam de ancestrais comuns) desenvolviam uma produção econômica que tinha por objetivo fundamental atender as necessidades imediatas do grupo. (COTRIM, 1993, p.80) Eram nômades. As tarefas eram realizadas de acordo com as possibilidades de cada membro do clã. As mulheres, de acordo com os registros históricos, dedicavam- se à coleta de frutas, legumes, cereais, preparo de alimentos e cuidado das crianças. Os homens caçavam, pescavam, construíam instrumentos necessários. Educação no Paleolítico O processo educacional tinha como finalidade promover a integração dos mais jovens à cultura do clã. Todavia, não havia alguma figura responsável pela educação. Os conhecimentos eram transmitidos de forma assistemática, no decorrer da convivência dos mais jovens com os mais experientes, quando as crianças procuravam imitar os adultos. Nesse processo de transmissão de conhecimentos, destacam-se - a comunicação (inicialmente por gestos e falas) - a fabricação e o manejo dos instrumentos de trabalho e uso geral elaborados com madeira, osso, pedra lascada; - as técnicas de caça e coleta de alimentos; - confecção de vestimentas rudimentares - preparação de alimentos. NEOLÍTICO - aproximadamente 10 mil a 2 mil anos a.C. Grande avanço nas relações com a natureza, percebendo a possibilidade de interferência humana, produzindo as primeiras fontes de alimentação, com o início da agricultura e criações de animais, porém, inicialmente, bastante rudimentares. Este período se destaca também pelo aumento da população dos clãs e aos, progressivamente, deixam de ser nômades. Destacam-se neste período - elaboração de machado de pedra polida, enxada de madeira e pedra na ponta, foice feita de dentes e cabo de madeira ou osso, moinho de pedra para transformar o grão em farinha; - descoberta da cerâmica; - técnicas (rudimentares) de tecelagem, com tear primitivo - construção de abrigos com o uso de madeira, barro e pedra. Educação no Neolítico: Tal como no período anterior, o processo educacional também tinha como objetivo promover a integração dos mais jovens à cultura do clã, sem alguma figura responsável pela educação. Os conhecimentos continuavam a ser transmitidos de forma assistemática, no decorrer da convivência dos mais jovens com os mais experientes, quando as crianças procuravam imitar os adultos. Todavia, houve um acúmulo maior de conhecimentos, logo, havia mais o que ser "ensinado". Para além dos processos educativos para a sobrevivência das sociedades primitivas De acordo com Cotrim e Parisi (1980), houve, no decorrer da sociedade primitiva, uma "educação para o mistério": A educação para o mistério estava centrada nas cerimônias dos rituais de magia, que tinham por objetivo exercer o domínio sobre o desconhecido. Sua função social era afastar as más influências das entidades maléficas e atrair as boas graças das entidades benfeitoras para a vida da tribo. [...] Entre as cerimônias mágico-religiosas do homem primitivo, encontramos as cerimônias de iniciação, marcando o ingresso do jovem no mundo dos adultos. Ela se desenvolve através de uma série de fases ritualísticas: os ritos de purificação, iniciação e integração. A função educacional das cerimônias de iniciação são: desenvolver a obediência pelos mais velhos, o respeito pelos rituais, a insensibilidade à dor e a resistência à fome. (COTRIM, PARISI, 1980, p.47) Esse aprendizado, para exercer o domínio sobre os fenômenos incompreensíveis, era essencial para apaziguar os espíritos e, por isso, uma parte muito importante da educação. Outra característica desta fase da humanidade era a “visão animista”. Tal como explicado por Claudino Piletti e Nelson Piletti “O animismo consiste na crença de que todas as coisas possuem alma. As pedras, as árvores, os animais, enfim, todas as formas de existência possuem alma ou espírito. [...] O aprendizado desses métodos, que apaziguarão o mundo dos espíritos, constitui a parte mais importante da sua educação” (PILETTI, PILETTI, 1988, p.45) Estes autores nos explicam que para os povos primitivos todos os acontecimentos inerentes à sua existência são influenciados por espíritos que podem ser amigáveis ou não, e, desta forma, procuravam conviver de formaharmônica com todos os objetos do seu ambiente. DOCÊNCIA em tempos de Sociedades Primitivas, Como vimos, aprendia-se por imitação, repetição das práticas existentes. Não havia alguém com a função específica de ensinar sobre as atividades praticadas no dia a dia, porém, ao mesmo tempo, todos ensinavam ao realizar suas tarefas para a sobrevivência própria e do grupo. Logo, apesar de todos os homens participarem das cerimônias de iniciação, havia as pessoas destinadas para essa atividade e que, dependendo da cultura, eram chamados de feiticeiros, curandeiros, xamãs ou homens que consultavam os antepassados. LEITURA OBRIGATÓRIA PANORAMA DO TRABALHO DOCENTE: DAS COMUNIDADES PRIMITIVAS AS SOCIEDADES ESCRAVOCRATAS Hélio Clemente Fernandes - UNIOESTE Paulino José Orso - UNIOESTE SUGESTÃO DE LEITURA O surgimento do homem, os primeiros agrupamentos sociais e o aparecimento das famílias. Revista On Line Para entender a história... ISSN 2179-4111. Ano 2, Volume ago., Série 29/08, 2011, p.01-15. Disponível em: http://fabiopestanaramos.blogspot.com/2011/08/o-surgimento-do-homem-os-primeiros.html
Compartilhar