Buscar

Marcas discursivas do sujeito

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Marcas discursivas do sujeito 
APRESENTAÇÃO
Para tratar sobre marcas discursivas do sujeito, deve-se observar que a categoria de sujeito, nas 
teorias linguísticas, é elaborada por uma teoria específica, a Análise de Discurso, pois é esta a 
linha de estudos que atenta para o papel constitutivo do sujeito em relação aos discursos que 
circulam socialmente. Sujeito e sentido constituem-se juntos, conforme Pêcheux, pois só é 
possível interpretar a partir da materialidade discursiva, ou seja, no momento em que um 
discurso é produzido. 
Na teoria discursiva não há como afirmar a neutralidade de um sujeito em relação ao que diz, 
pois sempre restarão marcas discursivas que determinam a posição do sujeito em relação ao que 
ele diz. Também não há como se pensar em total controle do sujeito sobre aquilo que diz, pois 
essa linha de estudos também trabalha com um sujeito dotado de inconsciente, ou seja, não 
totalmente consciente de tudo o que faz e diz. 
Outra noção que não pode ser pensada a partir dessa teoria é a liberdade do sujeito, pois o 
sujeito sempre fala de um lugar social específico que determina sua filiação ideológica. Desse 
modo, sempre há marcas que podem ser intradiscursivamente ou interdiscursivamente 
relacionadas ao sujeito, marcas essas que serão encontradas na materialidade do discurso.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer alguns exemplos de como analisar 
discursos em busca das marcas discursivas do sujeito. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a implicação da noção de sujeito e sentido, na teoria do discurso, para a 
análise das marcas discursivas.
•
Analisar o funcionamento das formações imaginárias de Pêcheux (1997) em análises 
discursivas de exemplos.
•
Identificar marcas do posicionamento do sujeito em relação à determinada formação 
discursiva.
•
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
DESAFIO
Pêcheux vai buscar, na teoria lacaniana do imaginário, fundamento para descrever o 
funcionamento da produção de sentido sobre os discursos. Ele afirma (1997, p. 82): o que 
funciona nos processos discursivos é uma série de formações imaginárias que designam o lugar 
que A e B se atribuem cada um a si e ao outro, a imagem que eles fazem de seu próprio lugar e 
do lugar do outro. Neste jogo das formações imaginárias, o sujeito é levado a acreditar que o 
que diz é seu, ou seja, que é senhor do seu próprio dizer, assim, ele é levado a ocupar o seu lugar 
em um dos grupos ou classes de uma determinada formação social. A ideia de liberdade, 
portanto, trata-se de uma "ilusão" necessária para que o sujeito não perceba seu assujeitamento 
ideológico.
Você está ministrando aulas de Análise de Discurso, no curso de publicidade e propaganda, e 
tem que explicar como funciona a teoria das formações imaginárias na formulação de um 
anúncio.
Solicite para que os alunos assistam ao vídeo da Campanha Criança e Adolescentes, veiculado 
pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e publicado em 23 de 
fevereiro de 2017, e expliquem como se dá o jogo entre as "formações imaginárias" nesse 
gênero discursivo, de que modo o lugar definido para o consumidor de determinado produto é 
materialmente marcado no discurso publicitário.
Clique e veja o vídeo para realizar a sua análise.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
INFOGRÁFICO
No poema "Limpeza pública”, de Luís Fernando Veríssimo, pode-se perceber o posicionamento 
do sujeito através das marcas discursivas que atualizam a posição-sujeito de quem produziu esse 
texto. Você pode notar, ao longo do poema, marcas discursivas, ou seja, palavras, expressões, 
afirmações que indicam o posicionamento do sujeito do discurso quanto ao conteúdo desse 
dizer. O poeta fala da poesia, em seu poema, do fazer poético, portanto, trata daquilo que lhe é 
mais próximo: sua própria escrita, tecendo comentários elogiosos ao seu fazer.
Clique no infográfico para saber quais são e onde estão as marcas discursivas no poema.
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
CONTEÚDO DO LIVRO
Pode-se dizer que buscar as marcas discursivas do sujeito em uma discursividade específica é 
fazer uma análise do modo como quem produz um discurso está se posicionando em relação 
àquilo que é dito/escrito. 
Na prática de análise discursiva, costuma-se perguntar: Como foi possível que determinado 
discurso viesse a ser produzido? Especificamente busca-se saber: quem produziu esse discurso e 
qual sua posição em relação ao tema tratado? A quem foi dirigido esse discurso e por quê? Em 
que condições sociais e históricas esse discurso foi produzido? Qual é a relação entre esse 
discurso e a formação ideológica dominante da sociedade na qual ele circula? Essas e muitas 
outras questões podem ser feitas de uma perspectiva discursiva, dependendo da investigação que 
o analista pretende produzir sobre um discurso tomado como objeto. 
Para conhecer, mais leia o capítulo Marcas discursivas do sujeito, do livro Linguística 
Avançada.
Boa leitura.
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
LINGUÍSTICA 
AVANÇADA
Debbie Mello 
Noble
Priscilla Rodrigues
Simões
Laís Virginia Alves 
Medeiros 
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
N747l Noble, Debbie Mello.
 Linguística avançada / Debbie Mello Noble, Priscilla 
 Rodrigues Simões, Laís Virginia Alves Medeiros ; revisão 
 técnica: Laís Virginia Alves Medeiros. – Porto Alegre : 
 SAGAH, 2017.
 146 p. : il. ; 22,5 cm. 
 ISBN 978-85-9502-144-0
 1. Linguística avançada. I. Simões, Priscilla Rodrigues. 
 II. Medeiros, Laís Virginia Alves. III. Título.
CDU 81’33
Revisão técnica:
Laís Virginia Alves Medeiros
Mestra em Letras – Estudos da Linguagem: 
Teorias do Texto e do Discurso
Bacharela em Letras – Habilitação Tradutora: 
Português e Francês
Linguística Avançada_Iniciais_Impressa.indd 2 14/09/2017 10:55:53
Marcas discursivas 
do sujeito
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer a implicação da noção de sujeito e sentido, na teoria do 
discurso, para a análise das marcas discursivas.
  Analisar o funcionamento das formações imaginárias de Pêcheux 
(1997) em análises discursivas de exemplos.
  Identi� car marcas do posicionamento do sujeito em relação à deter-
minada formação discursiva.
Introdução
Para tratar deste tema, você deve observar que a categoria de sujeito, nas 
teorias linguísticas, é elaborada por uma teoria específica, a Análise de 
Discurso (AD) – ela é a linha de estudos que atenta para o papel constitu-
tivo do sujeito em relação aos discursos que circulam socialmente. Sujeito 
e sentido constituem-se juntos, conforme Pêcheux, pois só é possível 
interpretar a partir da materialidade discursiva, ou seja, no momento em 
que um discurso é produzido. Na teoria discursiva não há como afirmar a 
neutralidade de um sujeito em relação ao que diz, pois sempre restarão 
marcas discursivas que determinam a posição do sujeito em relação ao 
que ele diz. Também não há como se pensar em total controle do sujeito 
sobre aquilo que diz, pois a AD também trabalhacom um sujeito dotado 
de inconsciente, ou seja, não totalmente consciente de tudo o que faz e diz.
Outra noção que não pode ser pensada a partir dessa teoria é a liber-
dade do sujeito, pois o sujeito sempre fala de um lugar social específico 
que determina sua filiação ideológica. Desse modo, sempre há marcas 
que podem ser intradiscursivamente ou interdiscursivamente relacio-
nadas ao sujeito, marcas essas que serão encontradas na materialidade 
do discurso. Neste texto, você vai conhecer alguns exemplos de como 
analisar discursos em busca das marcas discursivas do sujeito. 
Linguística Avançada_U4_C10.indd 117 14/09/2017 11:01:54
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Sujeito e sentido na análise de discurso
A noção de sujeito na análise de discurso, proposta por Pêcheux, trata-se de 
um lugar determinado na estrutura de uma formação social, ou seja, a categoria 
do sujeito só existe no âmbito social. Pêcheux (1997, p. 164), ao propor “[...] 
uma teoria da subjetividade (de natureza psicanalítica) [...]”, lembra-nos de 
que o sujeito é também dotado de inconsciente. Essa característica faz com 
que ele atue sob duas ilusões: ser a fonte de seu dizer e ser responsável pelo 
que diz, isto é, todo o sujeito imagina que o que diz se origina em si mesmo 
(pela sua vontade de dizer algo) e que somente a ele pode ser imputada a 
responsabilidade pelo seu dizer. No entanto, sob a perspectiva discursiva, 
não há sujeitos autônomos que fazem escolhas de acordo com sua vontade, a 
determinação da vontade é pura ilusão, pois todo o sujeito está submetido à 
ordem ideológica e ao inconsciente.
Henry (1997) diz que sujeito e sentido constituem-se mutuamente, indicando, assim, 
que o sentido não está no sujeito, mas na relação entre o discurso do sujeito e outros 
discursos oriundos da formação discursiva (FD) com a qual o sujeito se identifica. Essa 
identificação está presente no jogo dos imaginários, processo em que o sujeito atribui 
a si e ao seu interlocutor o lugar social que cada um ocupa em relação à sociedade 
em que estão inseridos. Não há, portanto, um sujeito intencional que decide sobre 
seus atos de forma livre e individual, mas um sujeito constituído no corpo social, que 
age de acordo com a ideologia que o determina.
Segundo Orlandi (2002, p. 49), o sujeito do discurso tem essa peculiaridade 
de, ao mesmo tempo, ser sujeito de e estar sujeito a. Ao dizer que o sujeito é 
sujeito de a autora está se referindo ao desejo inconsciente que o constitui, e 
estar sujeito a representa a submissão desse sujeito à ideologia através de sua 
relação constitutiva com a língua e com a história, pois ele “[...] é afetado por 
elas [...]” ao produzir sentidos. Assim, nessa teoria, não temos nem a hipertrofia 
do sujeito, caracterizada por concepções que consideram o sujeito centrado, 
inteiro; nem sua completa submissão, pois ele não é só reprodutor de sentidos 
na medida em que é capaz de alterar sentidos e produzir o novo. 
Marcas discursivas do sujeito118
Linguística Avançada_U4_C10.indd 118 14/09/2017 11:01:54
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
As “formações imaginárias” em Pêcheux
Pêcheux (1997, p. 82) vai buscar na teoria lacaniana do imaginário fundamento 
para descrever o funcionamento da produção de sentido sobre os discursos, 
ele afi rma: “[...] o que funciona nos processos discursivos é uma série de 
formações imaginárias que designam o lugar que A e B se atribuem cada um 
a si e ao outro, a imagem que eles fazem de seu próprio lugar e do lugar do 
outro [...]”. Neste jogo das formações imaginárias (conforme você pode ver 
na Figura 1), o sujeito é levado a acreditar que o que diz é seu, ou seja, que 
é senhor do seu próprio dizer. Assim, ele é levado a ocupar o seu lugar em 
um dos grupos ou classes de uma determinada formação social. A ideia de 
liberdade, portanto, trata-se de uma “ilusão” necessária para que o sujeito não 
perceba seu assujeitamento ideológico.
Figura 1. Jogo dos imaginários.
Fonte: Sousa (2012, p. 64).
Na tirinha da Turma da Mônica, apresentada na Figura1, você pode ver 
como se dá o jogo dos imaginários que Pêcheux elabora para mostrar como 
o sujeito sempre enuncia a partir da imagem projetada do seu interlocutor. 
No primeiro quadrinho da tira, a personagem Mônica parece estar feliz, pois 
expressa um sorriso e, também, um pouco envergonhada devido ao que tem 
a dizer para o personagem Cebolinha. Podemos entender que essa atitude, 
bem como a escolha das palavras “certas” para formular seu discurso nessa 
situação, se sustentam na expectativa de Mônica sobre a possibilidade de 
Cebolinha sentir ciúmes dela, caso ela namorasse com outro garoto, pois, no 
seu imaginário, Cebolinha poderia ocupar a posição de namorado dela. 
No entanto, no segundo quadro da tirinha, a expressão facial de Mônica 
muda totalmente para uma expressão de frustração ou indignação, que se dá 
119Marcas discursivas do sujeito
Linguística Avançada_U4_C10.indd 119 14/09/2017 11:01:54
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
diante da reação de Cebolinha que foi contrária àquela esperada por ela. Em 
vez de lamentar a possível “perda” de Mônica para outro menino, lamenta 
pelo suposto menino, demonstrando que ele sequer pensava na possibilidade 
de ocupar a posição de namorado de Mônica, até mesmo porque revela em seu 
discurso que essa seria uma condição que o deixaria “tliste”. A frustração da 
personagem é tão evidente que ela sequer responde a Cebolinha, o que pode 
indicar que a reação dele foi totalmente inesperada em relação ao sentido que 
Mônica pretendia produzir com seu dizer, isto é, provocar ciúmes no amigo.
Nessa breve análise foi explicitado um dos modos de funcionamento do jogo 
dos imaginários, a partir do qual o sujeito enuncia produzindo projeções de 
seu interlocutor que nem sempre correspondem ao esperado, como aconteceu 
com a personagem Mônica. Conclui-se, assim, que não há determinação do 
sujeito sobre o sentido de seu dizer, pois ainda que possa ser formulado de 
acordo com o suposto sentido que se pretende produzir, não há garantias que 
o efeito de sentido produzido corresponda àquele idealizado pelo sujeito que 
enuncia. A produção de sentido de um discurso depende sempre do outro que 
o interpreta, e não somente daquele que o profere. 
Marcas discursivas
Pode-se dizer que buscar as marcas discursivas do sujeito em uma discursivi-
dade específi ca é fazer uma análise do modo como quem produz um discurso 
está se posicionando em relação àquilo que é dito/escrito. Na prática de análise 
discursiva, costuma-se perguntar: como foi possível que determinado discurso 
viesse a ser produzido? Especifi camente, busca-se saber quem produziu esse 
discurso e qual sua posição em relação ao tema tratado, a quem foi dirigido 
este discurso e por quê, em que condições sociais e históricas este discurso 
foi produzido e qual é a relação entre este discurso e a formação ideológica 
dominante da sociedade na qual ele circula. 
Essas e muitas outras questões podem ser feitas de uma perspectiva discur-
siva, dependendo da investigação que o analista pretende produzir sobre um 
discurso tomado como objeto. Você deve lembrar que cada analista só pode 
analisar aquilo que lhe inquieta ou motiva enquanto sujeito e, por isso, um 
mesmo discurso analisado por diferentes sujeitos (com diferentes perguntas 
e motivações) também pode ser interpretado de maneiras distintas. Nessa 
teoria, não há nem o primado do sujeito nem o primado do sentido, isto é, 
nem o sujeito e nem as linguagens são determinantes para a produção de um 
sentido exato, ou correto, tudo depende do ponto de vista de quem empreende 
Marcas discursivas do sujeito120
Linguística Avançada_U4_C10.indd 120 14/09/2017 11:01:54
FranciscoRealce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
a análise e das leituras que esse sujeito será capaz de mobilizar sobre o objeto 
discursivo. Sobre a relação entre sujeito e sentido, lemos em Henry (1997, p. 
139-140) que:
Enunciar que a apropriação do conceito [...] implica uma noção de forma-
-sujeito equivale a fazer do sentido um efeito ao mesmo tempo ideológico 
e subjetivo. Considerar assim o sentido indica que ele não pode estar 
relacionado com a forma-sujeito “indivíduo-sujeito”, ser procurado nas 
palavras, no texto ou no discurso de um indivíduo, mas na relação desse 
texto [...] com outros textos, outras palavras, outros discursos, relação na 
qual esse sentido se constitui enquanto efeito ideológico. Ao mesmo 
tempo, essas relações com outros textos [...] não se dão com quaisquer 
textos. 
O sentido, portanto, como efeito ideológico, não seria originado por um ato 
individual de utilização da língua por um sujeito para expressar determinado 
sentido que lhe convém. A interpretação de um texto, de palavras, ou imagens 
utilizadas por um sujeito na formulação de seu discurso será feita por outro 
sujeito, que, neste processo de produção de sentido, deve perceber a relação 
mantida entre esse discurso com outros textos, palavras ou discursos que 
com ele dialogam e que podem estar, ou não, inseridos na mesma formação 
discursiva (FD). 
Nos estudos enunciativos, fala-se sobre a “função responsiva” do discurso, 
para indicar que todo o discurso está inserido em uma cadeia de discursos 
que o antecederam e que ajudam a situar um discurso em relação ao sentido 
que sobre ele pode, ou deve ser produzido. Na teoria do discurso, esse fun-
cionamento é teorizado por meio da noção de ordem do discurso, que seria 
uma continuidade de discursos que se encadeiam sem um limite final ou 
início definido. 
Se pensarmos nos variados gêneros discursivos (orais, escritos e não ver-
bais), é possível lembrar que eles têm uma estrutura própria que já indica seu 
modo de interpretação. Uma notícia de jornal, por exemplo, responde a um 
padrão que determina o tipo de linguagem, as informações e o modo narrativo 
que serão empregados em sua formulação, pois são previamente determinados 
(social e historicamente). Assim, também ocorre com uma receita médica, 
cujo texto deverá versar sobre a prescrição e a posologia de determinado 
medicamento, utilizado como tratamento de um problema de saúde específico 
e para um sujeito específico. O texto narrativo, o poema, a carta, a piada, o 
recibo, o artigo científico e tantos outros gêneros de discursos trazem, em sua 
121Marcas discursivas do sujeito
Linguística Avançada_U4_C10.indd 121 14/09/2017 11:01:54
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
Francisco
Realce
Francisco
Realce
estrutura, marcas que situam o sujeito, tanto sobre o modo de apresentação 
ao qual deve obedecer sua formulação como ao modo de interpretação mais 
apropriado para determinado gênero de discurso. 
Observe a tirinhas da Turma da Mônica, nas Figuras 2, 3 e 4, e relembre 
o que leu até aqui sobre as marcas discursivas do sujeito.
Figura 2. Magali.
Fonte: Sousa (2012, p. 19).
Na tirinha, que intitulamos Magali, temos uma ação que é marcada pela 
expressão facial da personagem Mônica, desde o primeiro quadrinho, que passa 
de tranquila para preocupada e, depois, surpresa. No terceiro quadro, Mônica 
revela verbalmente sua angústia à Magali – que permanece serena ao longo 
de todos os quadros. Não só o que Mônica diz em seu discurso, mas também 
o modo como ela diz, com expressão de surpresa, indicam que ela atua sobre 
o pré-construído de que Magali não é capaz de passar dois quadrinhos sem 
comer. Essa expectativa de Mônica se deve à característica mais marcante 
da personagem Magali, que é ser uma menina comilona e, por isso, aparecer 
comendo nos quadrinhos é uma regularidade que reforça essa característica. 
O humor, entretanto, não se dá a partir da frustração da expectativa de Mônica 
pela atitude de Magali nos dois primeiros quadrinhos, ao contrário, no mesmo 
momento em que Mônica expressa sua aflição, Magali aparece comendo um 
sanduíche, confirmando a expectativa da amiga e levando o leitor a reconhecer 
a marca característica de Magali nas histórias da Turma da Mônica: estar 
sempre comendo.
Marcas discursivas do sujeito122
Linguística Avançada_U4_C10.indd 122 14/09/2017 11:01:58
Figura 3. Cascão.
Fonte: Sousa (2012, p. 56).
Na Figura 3, que intitulamos Cascão, as amigas Mônica e Magali imaginam 
à qual raça de cachorro gostariam de pertencer, caso fossem cachorros. Ao 
verem o personagem Cebolinha, elas supõem jocosamente também uma raça 
para ele, a partir da identificação com seu cabelo. No entanto, ao se referirem 
ao Cascão, não expressam verbalmente a raça que elas estavam atribuindo a 
esse personagem, pois, a partir da atitude de Cascão (que aparece mexendo 
em uma lixeira) tanto as amigas como o leitor podem interpretar que a raça 
atribuída ao Cascão seria a de vira-lata (expressão comumente utilizada para 
se referir a animais sem uma raça definida). Note que essa interpretação só 
é possível por meio do reconhecimento de uma regularidade discursiva do 
personagem Cascão, que é a aversão à água.
Figura 4. Mônica.
Fonte: Sousa (2012, p. 51).
Na Figura 4, que intitulamos Mônica, a personagem sorridente dirige a 
um espelho a reiterada pergunta dos contos de fadas no primeiro quadrinho. 
123Marcas discursivas do sujeito
Linguística Avançada_U4_C10.indd 123 14/09/2017 11:02:10
A resposta do espelho, no segundo quadrinho, leva à mudança de expressão 
facial e corporal de Mônica, que parece incomodada com o imaginário do 
espelho sobre ela. No entanto, advertindo-a de que “[...] dá azar quebrar espe-
lhos!”, o espelho retoma uma marca da personagem: reagir de forma violenta 
sempre que é contrariada. A advertência também indica que a resposta do 
espelho não coincidiria com a expectativa de Mônica ao lançar a pergunta. 
Ao mesmo tempo, essa resposta, junto à reação de Mônica de não reconhecer 
um traço característico de sua subjetividade, a agressividade, geram o efeito 
de humor da tirinha.
Note que cada personagem da Turma da Mônica é caracterizado de modo 
a se diferenciar dos demais, mas personagens de histórias em quadrinho 
não têm uma existência na realidade empírica, sua existência é ficcional, 
embora suas marcas discursivas sejam passíveis de serem analisadas, pois há 
uma materialização desses personagens e de suas características no plano da 
linguagem dos quadrinhos por meio de um discurso que pode ser analisado. 
Analisar marcas discursivas do sujeito significa analisar tudo o que é material-
mente produzido para gerar interpretações. Como já foi dito, o sentido de um 
discurso depende de um sujeito que o interprete e, assim, com ele estabeleça 
uma relação dialógica. 
Exemplo de análise das marcas discursivas do 
sujeito no artigo A memória na cena do discurso
Indursky (2011), no artigo A memória na cena do discurso, propõe uma análise 
discursiva tomando o discurso do descobrimento do Brasil como uma forma-
ção discursiva. A partir do recorte de uma materialidade verbal, a Carta de 
Caminha (1500) ao rei de Portugal, informando a respeito do descobrimento 
do Brasil; da representação pictórica da Primeira Missa no Brasil na tela 
de Victor Meirelles (1861), apresentada na Figura 5, que retoma uma cena 
da carta de Caminha; de uma marchinha de carnaval, intitulada História 
do Brasil, composta por Lamartine Babo (1934); e de um cartoon de Uberti 
(2000), intitulado A Primeira Árvore, que é uma manipulação sobre a pintura 
de Meirelles, a autora produz uma análise contrastiva entre as diferentes obras 
para explicitar o posicionamento do sujeito em relaçãoao imaginário sobre o 
descobrimento do brasil apresentado em cada uma delas. 
Marcas discursivas do sujeito124
Linguística Avançada_U4_C10.indd 124 14/09/2017 11:02:10
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Você encontra a Carta de Caminha no link ou no 
código a seguir (CAMINHA, 1500):
https://goo.gl/PgLjok
Figura 5. Primeira missa no Brasil, na tela de Victor Meirelles (1861).
Fonte: Meirelles (1861).
A autora faz sua análise em três tempos. O primeiro deles é a apresentação 
da obra de Meirelles (1861), para remeter o primeiro e segundo planos da tela 
Primeira missa no Brasil a sequências discursivas de referência recortadas 
da Carta de Caminha (1500). Sequências estas que estabelecem um “lugar 
de memória”, para que Meirelles pudesse produzir sua paráfrase pictórica da 
primeira missa rezada no Brasil por meio de sua tela. Indursky (2011, p. 75) diz 
que essa tela representa o imaginário no Brasil sobre a “descoberta”, apresentada 
como um discurso que se inscreve no “regime de repetibilidade”, gerando a 
regularização de saberes que passaram a fazer parte da “memória coletiva” 
(HALLBAWACS, 1950) nacional devido a sua repetição ao longo do tempo. 
125Marcas discursivas do sujeito
Linguística Avançada_U4_C10.indd 125 14/09/2017 11:02:11
Segundo a autora, os livros didáticos consolidaram esse imaginário, pos-
sibilitando o jogo de repetição discursiva, até sua cristalização em redes de 
memória atualizadas em redes discursivas de formulações (INDURSKY, 
2011, p. 76). No entanto, o sentido não só se repete, ele também se desloca. 
Pêcheux (2015), no texto Papel da Memória, diz que a memória não é um espaço 
regularizado, mas um espaço móvel de contradição, disjunção e retomadas. 
O interessante, como Indursky (2011, p. 77) explicita, é perceber que, mesmo 
após 300 anos, um discurso pode se inscrever na mesma formação discursiva 
sustentada pela mesma matriz de sentido, produzindo um efeito de retorno, 
ainda que as posições-sujeito tenham se alterado ao passar dos tempos. 
No segundo tempo da análise, o objeto discursivo analisado é uma marchinha 
de carnaval, História do Brasil, composta por Lamartine Babo (1934), na qual 
há o retorno do discurso do descobrimento consolidado pelos livros didáticos; 
mas, diferentemente destes, a música produz deslizamentos na interpretação do 
evento. Ao dizer que “Cabral inventou o Brasil”, em vez de “descobriu o Brasil”, 
tradicionalmente repetido em livros didáticos. Babo parece não se inscrever na 
mesma posição sujeito de Meirelles quando este produziu sua tela. 
No link ou no código a seguir, você pode ouvir a 
marcha de carnaval História do Brasil, de Lamartine 
Babo (1934):
https://goo.gl/3ZPqkg
A partir da palavra “inventou” (INDURSKY, 2011, p. 78) outros sentidos 
podem ser produzidos sobre o evento histórico do descobrimento, além daqueles 
possíveis com base no discurso fundador. O discurso ao qual a marchinha remete 
é o mesmo e, inclusive, está filiado a mesma formação discursiva, o que surgiu 
de novo foi um deslocamento com relação à posição-sujeito frente ao discurso 
fundador, gerando, no interior de uma mesma FD (a do discurso do descobri-
mento) duas posições, uma de identificação com o discurso do descobrimento; 
e outra de contra identificação com relação a este discurso, questionando os 
saberes dominantes da FD do descobrimento (INDURSKY, 2011, p. 79).
Marcas discursivas do sujeito126
Linguística Avançada_U4_C10.indd 126 14/09/2017 11:02:11
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Resumindo, há um efeito de identificação do sujeito com os saberes da FD 
do descobrimento, quando tomamos os posicionamentos de sujeito evidenciados 
na Carta de Caminha e na tela Primeira missa no Brasil. Essas discursividades, 
carta e tela, atuam como pré-construídos desse discurso dominante, o discurso 
do colonizador do Brasil, o mesmo reproduzido através dos livros didáticos 
nas escolas do país. No entanto, o posicionamento da marchinha de carnaval 
questiona os saberes da FD do descobrimento, possibilitando que novas redes 
de sentido atravessem o discurso fundador. Assim, percebe-se que o trabalho 
da memória pode tanto fazer retornar como emergir novos sentidos. 
No terceiro tempo da análise, Indursky apresenta uma nova rede de saberes 
a respeito do discurso do descobrimento, a partir de um material que reproduz 
a exposição de cartoon em comemoração aos 500 anos do “descobrimento”, 
do qual ela recorta um cartoon de Uberti (2000). Nesse cartoon, o autor 
renomeia a obra Primeira missa do Brasil, de Meirelles, como A Primeira 
Árvore, desencadeando uma nova rede de sentidos que pode se relacionar ao 
discurso da devastação das florestas, iniciado pela retirada de madeira para 
a produção da cruz da primeira missa.
Uberti fez, além da alteração do título da obra de Meirelles, a introdução 
de uma motosserra na cena, a qual aparece na mão de um português, que antes 
segurava um chapéu (INDURSKY, 2011, p. 81-82). Nas redes de memória atu-
alizadas pela contradição posta no discurso de Uberti sobre a primeira missa, 
emerge a extinção do pau-brasil, a extorsão das riquezas naturais brasileiras, 
dos minerais de nosso solo, das nossas florestas e da fauna. Instituir uma nova 
rede de sentidos, produz o deslizamento dos saberes do discurso fundador do 
colonizador, que faz do “descobrimento” um evento memorável, para um discurso 
do brasileiro que conhece as consequências negativas do processo de coloniza-
ção, ou seja, estabelece outra formação discursiva. Segundo Indursky (2011), 
essa interpretação do cartunista produz uma tensão, que resulta na desidenti-
ficação dessa posição sujeito com relação à FD do discurso do descobrimento, 
identificando-se, a partir dos saberes que mobiliza, com outra memória: aquela 
que instaura a ruptura com o discurso regularizado, estabilizado.
A análise de Indursky sobre a substituição do chapéu por uma motosserra 
explicita o processo, denominado por Pêcheux (1997) “ponto de encontro 
entre uma atualidade e uma memória”, pois no cartoon é proposto um des-
locamento temporal que tira o sujeito português, situado no século XVI, 
de cena para trazê-lo ao século XX (ano 2000), apresentando outra FD: a 
do discurso pós-colonialista (INDURSKY, 2011, p. 84). Pela atualização 
presente da memória do descobrimento, o sujeito reorganiza (questionando; 
criticando; polemizando; denunciando) os saberes da FD do discurso do 
127Marcas discursivas do sujeito
Linguística Avançada_U4_C10.indd 127 14/09/2017 11:02:11
Francisco
Realce
descobrimento, propondo outra FD, da qual derivam novas redes de saberes. 
Indursky (2011) chama atenção para o caráter heterogêneo da memória que 
não corresponde apenas a uma FD, mas aponta para diferentes regiões do 
interdiscurso. Assim, é possível que uma memória, por mais regularizada 
que seja, faça ecoar saberes não coincidentes.
A autora faz uma retomada dos posicionamentos de sujeito analisados, nas 
diferentes materialidades, com relação à FD observada, de modo que a Carta 
de Caminha e a tela Primeira missa no Brasil de Meirelles estão em posição 
de identificação com a FD do descobrimento. A marchinha de Babo apresenta 
uma posição de contra identificação, pois ainda está nessa FD. 
No entanto, o cartoon de Uberti instaura uma nova rede de saberes, atuali-
zando a memória do descobrimento, mas reorganizando seus saberes derivando 
para outra interpretação, outro efeito de sentido com base na posição sujeito 
do brasileiro que não se identifica e nem se contra identifica com a FD do 
descobrimento, pois se desidentifica dessa FD, ainda que a retome, para che-
gar a outro recorte do interdiscurso. Indursky (2011, p. 86) resume: “Não dá 
para interpretar uma atualidade sem mobilizar a memória.”. A repetibilidade, 
portanto, não é da mesma ordem, como explicitou a análise, pois, assim como 
promove a regularização dos saberes, possibilita deslocamentos desses saberes, 
ou seja, sua desregularização por meio da produção de sentidosoutros. 
Não existe uma categoria única que pode assumir a função de marca discursiva – ela 
pode ser tanto um verbo ou um adjetivo como uma imagem, de acordo com os 
exemplos analisados.
Você pode ver outra análise discursiva acessando o 
link ou o código a seguir (SIMÕES, 2015): 
https://goo.gl/J8PYC7
Marcas discursivas do sujeito128
Linguística Avançada_U4_C10.indd 128 14/09/2017 11:02:12
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
Sublinhado
129Marcas discursivas do sujeito
Linguística Avançada_U4_C10.indd 129 14/09/2017 11:03:05
BABO, L. História do Brasil. [S.l.: s.n.], 1934. Música. Disponível em: <https://www.va-
galume.com.br/lamartine-babo/historia-do-brasil-marchacarnaval.html>. Acesso 
em: 31 ago. 2017.
BENITZ, J. A. Game of Thrones para adultos. São Paulo: Observatório da Imprensa, 2017. 
Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/dilemas-contemporaneos/
game-of-thrones-para-adultos/>. Acesso em: 21 ago. 2017.
CAMINHA, P. V. A carta de Caminha. Rio de Janeiro: Educação Pública, 1500. Disponível 
em: <http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/historia/0015.html>. 
Acesso em: 31 ago. 2017.
HENRY, P. Os fundamentos teóricos da “Análise Automática do Discurso” de Michel 
Pêcheux (1969). In: GADET, F.; HAK, T. (Org.). Por uma análise automática do 
discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. 3. ed. Campinas: UNICAMP, 
1997.
INDURSKY, F. A memória na cena do discurso. In: INDURSKY, F.; MITTMANN, S.; FER-
REIRA, M. C. L. (Org.). Memória e história na/da análise do discurso. Campinas: Mercado 
de Letras, 2011. p. 67-89.
MEIRELLES, V. Primeira missa no Brasil. 1861. 1 original de arte. Disponível em: 
<http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/09/primeira-missa.jpg>. 
Acesso em: 31 ago. 2017.
ORLANDI, E. P. Textualidade e discursividade. In: ORLANDI, E. P. Análise de discurso: 
princípios e procedimentos. 4. ed. Campinas: Pontes, 2002. 
PÊCHEUX, M. Análise automática do discurso (AAD-69). In: GADET, F.; HAK, T.; MARIANI, 
B. S. C. Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel 
Pêcheux. 3. ed. Campinas: UNICAMP, 1997.
PÊCHEUX, M. Papel da memória. In: ACHARD, P. et al. Papel da memória. 4. ed. Cam-
pinas: Pontes, 2015. 
SIMÕES, P. R. O deslizamento de sentido no funk ostentação. In: FLORES, G. G. B.; NECKEL, 
N. R. M.; GALLO, S. M. L. Discurso, cultura e mídia: pesquisas em rede. Palhoça: Unisul, 2015. 
p. 115-124. Disponível em: <http://linguagem.unisul.br/paginas/ensino/pos/
linguagem/pesquisa/Discurso%20cultura%20e%20midia2.pdf>. Acesso em: 01 ago. 
2017.
SOUSA, M. Mônica está de férias! Porto Alegre: L&PM, 2012.
UBERTI. Primeira árvore (manipulação sobre pintura de Victor Meirelles). In: VASQUES, E. 
Catálogo da exposição Humores Nunca Dantes Navegados: O Descobrimento segundo os 
cartunistas do Sul do Brasil. Porto Alegre: Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 2000. 
VERÍSSIMO, L. F. O gigolô das palavras. Porto Alegre: L&PM, 1982. (Novaleitura, 8).
Marcas discursivas do sujeito130
Linguística Avançada_U4_C10.indd 130 14/09/2017 11:03:06
Leituras recomendadas
HAROCHE, C. Análise crítica dos fundamentos da forma sujeito (de direito). In: HARO-
CHE, C. Fazer dizer, querer dizer. São Paulo: Hucitec, 1992. 
PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio (1975). Campinas: 
UNICAMP, 1997. 
SIMÕES, P. R. A noção de trabalho representada pela imagem e interpretada pela pala-
vra. 2007. 167 f. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem) – Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. Disponível em: <http://hdl.handle. 
net/10183/14984>. Acesso em: 30 ago. 2017.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Neste vídeo, você vai ver uma análise das marcas discursivas do sujeito em um artigo de 
opinião. A partir de um excerto do artigo “Cena de sangue num bar”, de Álvaro Pereira Júnior, 
são identificadas algumas marcas discursivas que sublinham o posicionamento do autor do 
artigo quanto ao tema tratado em seu texto.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Na Turma da Mônica há uma marca discursiva que remete ao personagem 
Cebolinha. Assinale a alternativa em que é apresentada a principal marca subjetiva 
desse personagem:
A) Aversão à água.
B) A troca do “r” pelo “l”.
C) O interesse por planos infalíveis.
D) O uso da expressão "sô".
E) Grande apetite.
2) Nas histórias em quadrinhos da Turma da Mônica, é reiterada uma marca discursiva 
da personagem Mônica, cujo reconhecimento é necessário a fim de que o leitor 
entenda o efeito de humor causado pelo coelho que aparece nas historinhas. Assinale 
a alternativa em que essa marca subjetiva relacionada ao coelhinho é apresentada:
A) Ter dentes grandes.
Francisco
Realce
B) Usar a força para obter o que deseja.
C) Grande apetite.
D) Trocar o “r” pelo “l”.
E) Aversão à água.
3) No trecho a seguir, extraído de um artigo de opinião, um comentário marca a 
posição-sujeito do autor desse artigo quanto ao posicionamento sustentado pelo autor 
de um artigo publicado na Folha de São Paulo: "Recentemente, foi publicado um 
artigo na Folha de São Paulo chamando, por tabela, de idiota quem gosta de Game of 
Thrones. Para desqualificar qualquer um que goste dessa série, recorre a uma obra 
intitulada Crônicas Saxônicas, que ele compara e diz ser Game of Thrones para 
adultos. Típico de intelectual que quer se mostrar culturalmente superior." 
 
Qual é o posicionamento do autor do trecho em relação à posição sustentada pelo 
autor do artigo da Folha de São Paulo a respeito da série Game of Trones?
A) Contrário.
B) Favorável.
C) Imparcial.
D) Neutro.
E) Indiferente.
4) Pêcheux formula a noção de formações imaginárias a partir de um conceito 
desenvolvido por qual psicanalista?
Francisco
Realce
Francisco
Realce
A) S. Freud.
B) D. Winnicott.
C) M. Klein.
D) C. G. Jung.
E) J. Lacan.
5) "Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras 
seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria 
tratando-as com a deferência de um namorado ou com a tediosa formalidade de um 
marido. A palavra seria sua patroa! Com que cuidados, temores e obséquios ele 
consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção de lexicógrafos, 
etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática 
precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda." (Luís Fernando 
Veríssimo, em "O gigolô das palavras". Porto Alegre: L&PM, 1982.) 
 
Neste trecho, Luís Fernando Veríssimo mostra qual posicionamento quanto à 
obediência de regras gramaticais por parte dos escritores? Assinale a alternativa 
CORRETA:
A) Imparcial.
B) Favorável.
C) Contrário.
D) Indiferente.
Francisco
Realce
Francisco
Realce
E) Indeciso.
NA PRÁTICA
As marcas discursivas do sujeito podem ser encontradas em todos os gêneros do discurso, elas 
podem ser verbais ou não verbais, pois assim como os signos linguísticos, as formas, as cores e 
as imagens podem também auxiliar na interpretação de determinado material simbólico. 
O gênero publicidade traz, em geral, essas materialidades funcionando de forma conjunta 
quando, por meio do uso de signos verbais e/ou não verbais, produz uma narrativa dirigida a 
determinado leitor.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Saiba mais sobre as marcas discursivas do sujeito na tese de Doutorado sobre Rumor(es) e 
Humor(es) na circulação de hashtags do discurso político ordinário no Twitter, de Juliana 
da Silveira.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Leia o artigo de Elaine de Moraes Santos sobre A produção de um efeito de copresença 
Lula-Dilma no discurso político-midiático de semanários brasileiros em 2010, onde aborda 
a questão de pressupostos teórico-metodológicosda Análise do Discurso (AD) de linha 
francesa.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Argu(meme)ntando Argumentação, discurso digital e modos de dizer
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Continue navegando