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Reabilitação Cardíaca Fase I Natália Bernardina – Fisioterapeuta/ R1 Saúde Cardiovascular DEFINIÇÃO De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a reabilitação cardiovascular é: “o conjunto de atividades necessárias para assegurar às pessoas com doenças cardiovasculares condição física, mental e social ótima, que lhes permita ocupar pelos seus próprios meios um lugar tão normal quanto seja possível na sociedade”. OBJETIVO FASE I Alta hospitalar com as melhores condições físicas e psicológicas possíveis. Municiado de informações referentes ao estilo saudável de vida, em especial no que diz respeito ao exercício físico. Prevenir perda de capacidade física Evitar efeitos do repouso prolongado Evitar a depressão Evitar complicações respiratórias e tromboembólicas Facilitar a alta precoce Dar informações ao paciente e família sobre a doença e os cuidados básicos ( I DIRETRIZ BRASILEIRA DE REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR, 2020) F A S E S . FASE I - Intra hospitalar Inicia desde as 48 horas posteriores ao evento agudo até a alta hospitalar. FASE 2 - Fase ambulatorial Reabilitação cardiovascular após a alta Média de duração de 3 meses, com 3 a 5 sessões semanais FASE 3 - Ambulatorial, academia ou domiciliar Manutenção precoce. Duração de 3 a 6 meses, 3 a 5 sessões semanais FASE 4 - Domiciliar ou academias/centros de treinamento Manutenção tardia dos ganhos e ajudar o paciente a manter um estilo de vida saudável. PROPOSTA FASE I Propõe-se a combinação de exercícios físicos de baixa intensidade; Técnicas para o controle do estresse; Educação em relação aos fatores de risco e à cardiopatia. Abordagem Multiprofissional Médico Fisioterapeuta Enfermeiro Nutricionista Psicólogo Assistente social Paciente e familiares Farmácia Clínica Quem são os pacientes elegíveis? Infarto agudo do miocárdio (IAM) Cirurgia de revascularização miocárdica (CRVM) Intervenção coronária percutânea (ICP) Cirurgias valvares Cirurgia para cardiopatias congênitas Transplante cardíaco (TxC) Insuficiência cardíaca (IC) Doença arterial coronariana (DAC) Diabéticos, hipertensos, pneumopatas e nefropatas crônicos COVID ( I DIRETRIZ BRASILEIRA DE REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR, 2020) Reabilitação Cardiovascular no contexto atual denominado Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica. CONTRA INDICAÇÃO ABSOLUTAS - Angina instável (< 72 h da estabilização). - Trombose venosa profunda sem anticoagulação. -Obstrução arterial periférica graus III e IV Tromboembolismo sistêmico ou pulmonar agudo recente. Tromboflebite - Bloqueio atrioventricular de 2° e 3° grau (sem marcapasso provisório). - Queda sintomática da PAS de 20 mmHg ao ortostatismo ou induzida pelos exercícios. - Endocardite infecciosa, miocardite, pericardite. PAS > 180 mmHg ou PAD > 110 mmHg no repouso. Hipertensão pulmonar grave - Hemoglobina < 9,0 g/dl em paciente sintomático. - Dor precordial em repouso ou recorrente. - Taquiarritmia não controlada (supraventricular, ventricular ou sinusal ao repouso com FC > 120 bpm). - Insuficiência ou estenose mitral ou aórtica graves sintomática sem tratamento definitivo. - Insuficiência cardíaca descompensada. - Disfunções metabólicas descompensadas - Depressão do segmento ST > 2 mm em repouso. - Doença ou infecção sistêmica aguda ou febre de origem desconhecida. - Problema ortopédico ou neurológico graves - IAM recente (< 12 horas). Diabetes mellitus descontrolada (glicemia > 300mg/dl ou hipoglicemia). Retinopatia diabética com deslocamento -Aneurisma de aorta torácica ou abdominal não tratadas. IMPORTANTE FISIOTERAPIA NO PRÉ OPERATÓRIO (ELETIVAS OU URGÊNCIA) Identificar os pacientes passiveis de complicações pulmonares ( idade, IMC, fatores de risco, HP) ex: cessação tabagismo; Avaliação da função respiratória : oximetria, manovacuometria, ventilometria, espirometria Treinamento físico aeróbico e respiratório Avaliar e explicar os aspectos do pôs operatório, atuação e importância da Fisioterapia. Instruir sobre o processo Patológico, pós operatório na UTI, possivelmente entubado sobre efeito de anestesia, Drenos, restrição de movimentos (contido). POS OPERATORIO IMEDIATO em VM ADMISSÃO VM testar e programar o ventilador. Modo Assistocontrolado VCV: VCT=6 a 8ml/kg, FR 12 a 16, PEEP 5 cmH2O, FIO2 DE 40% ou 100%, Fluxo Inspiratório 40 a 60/mint, TI 0,8 a 1,2 segundos. Conectar o paciente na VM ( fixar tubo, AP para verificar posicionamento do tubo e simetria da expansibilidade. Acompanhar RL e RX e realizar ajustes. Extubação: critérios clínicos estabilidade HDM, Ramsey 3, ausente ou com doses baixas de drogas, progredir para PSV (PS 7cmH2O, FIO2 40%, PEEP 5 a 8 cmH2O, 30mint.) HB cuidados com VAS. Critérios para interrupção: Dessaturação, alteração nível da consciência, dispneia, taquicardia, arritmias, alteração PA>30 mmHg. Pode se ofertar Oxigênioterapia SPO2 < 94% CN ou Mascara. Protocolo : UCO → Enfermaria → Alta hospitalar 6 etapas progressivas com atividades de baixa intensidade, 2 METS → 5 METS (Protocolo adaptado de Gray Memorial e Emory University School of Medice) Protocolo individualizado - se ajusta diariamente ao estado evolutivo do paciente; Critérios para passar de uma etapa para outra são: FC de exercício que não ultrapasse 20 bpm da FC de repouso Segurança para aplicação do protocolo Adequar a oferta de O2 visando Spo2 >/= 94% Paciente deve evitar compensações posturais, isometria e manobra de Valsalva Atenção a Hipotensão Postural Sempre que necessário utilizar VNI ou Pressão positiva Sinais e sintomas de intolerância ao esforço Killip ( Sintomatologia de IC) Steps 1 = 1 a 2 METs POSICIONAMENTO Paciente deitado Em DD, cabeceira elevada cerca de 45º EXERCÍCIOS Exercícios respiratórios Estímulo à tosse Exercícios ativos de extremidades Exercícios ativo-assistidos de cinturas, MMSS e MMII Step 2 - 2 METS POSICIONAMENTO Paciente deitado → sentado EXERCÍCIOS Deitado: Ativo de joelhos e quadril Sentado: Exercícios respiratórios associados aos de MMSS Estimulo a Tosse Exercícios de cintura escapular Exercícios ativos de extremidades Step 3 - 3 METS POSICIONAMENTO Sentado → em pé EXERCÍCIOS Sentado: Exercícios respiratórios associados a MMSS De pé: Exercícios ativos de MMSS Exercícios ativos de MMII ( flexão extensão de tornozelos, abdução/adução, flexão/extensão dos quadris, flexão/extensão dos joelhos, Marcha estacionária Step 4 = 3 - 4 METS POSICIONAMENTO De pé EXERCÍCIOS Exercícios step 3 Deambulação 2 voltas (70m/ 3’ - 5’) Ensinar contagem da FC e avaliação do cansaço pela escala BORG Step 5 = 3 - 4 METS POSICIONAMENTO Em pé EXERCÍCIOS Exercícios do step 3 Marcar passo com joelhos altos Sentar e levantar (mini agachamento) Deambulação 3 voltas (140m /5 - 7’) Degrau (10x) Step 6 = 3 - 4 METs POSICIONAMENTO Em pé EXERCÍCIOS Exercícios do step 5 Deambulação 5 voltas (210m/ 8 - 10’) Subir e descer 18 degraus Instruções para continuar exercícios em casa MONITORIZAÇÃO Escala de Borg ≤ 3/10 Sinais e Sintomas e Intolerância ao esforço Alta Hospitalar Avaliação da Capacidade Funcional: Padrão ouro Teste Ergometrico Submáximo Teste de Caminhada de 6 minutos Encaminhamento ao ambulatório/ telemonitoramento Plano educacional Referências Regenga, M. M. Fisioterapia em Cardiologia: da unidade de terapia intensiva à reabilitação. Ed. Roca, São Paulo, 2000. Diretriz Sul-Americana de Prevenção e Reabilitação Cardiovascular. Arq Bras Cardiol 2014; 103(2Supl.1): 1-31 Carvalho T, Milani M, Ferraz AS, Silveira AD, Herdy AH, Hossri CAC, et al. Diretriz Brasileira de Reabilitação Cardiovascular – 2020. Arq Bras Cardiol. 2020; 114(5):943-987. UMEDA, I.K. Manual de fisioterapia na reabilitação cardiovascular. São Paulo: Manole, 2º ed, pag. 55-68, 2014.
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