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Aluna: Sarah Tairine – MD9 1 AFECÇÕES AGUDAS DO ESCROTO Urgência urológica; Dor intensa de surgimento abrupto; Com irradiação ascendente; Escroto ou seu conteúdo; Pode ocorrer aumento de volume; Viabilidade do testículo ‘tempo-dependente’; Risco de infertilidade; Exames complementares podem retardar o tratamento; Orgãos duplos glandulares ovóideos, ligeiramente aplainado em um dos lados. Comprimento 5cm, diâmetro AP 3cm e 2,5cm de largura. Superfície lisa e consistência firme. Pesa 15 a 20 gramas. Parênquima rodeado pela Túnica Albugínea. Suspenso da porção superoposterior pelo cordão espermático. Suspenso pela porção inferior pelo Gubernaculum testis. Aloja-se no escroto na numa rotação de 30º. Separados por septo na bolsa testicular. Vascularização: Artérias espermática, deferencial e funicular; Venosa: rede anastomótica pampiniforme que drena na veia espermática; Epidídimo: Acolado a parte posterior do testículo; Forma de vírgula; Cabeça, corpo e cauda; Deferente saindo pela cauda; Apendices: restos embrionários Apendice testicular; Apendice epididimário; Paradídimo; Conduto aberrante do epidídimo; Revestido por sete camadas: 1. Pele; 2. Túnica dartos (Túnica celular subcutânea): a. Fáscia espermática externa; b. Cremaster; c. Fáscia espermática interna; d. Túnica vaginal parietal; e. Túnica vaginal visceral; Aluna: Sarah Tairine – MD9 2 95% das causas: Torção do cordão espermático (é a que demanda ação imediata frente ao quadro); Orquiepididimite aguda (+ comum em jovens e adultos mais idosos); Torção dos apêndices testiculares (+ comum em jovens e crianças); TORÇÃO DE CORDÃO ESPERMÁTICO OU TORÇÃO TESTICULAR Urgência cirúrgica: Se não for feito o tratamento em seis horas pode evoluir para infarto testicular e consequente perda do órgão. O diagnóstico deve ser excluído no atendimento primário do paciente com dor testicular, justamente por o diagnóstico precoce facilitar o tratamento e evitar a perda do órgão; Processo de torção pode ser espontâneo ou desencadeado por trauma: Geralmente acontece em locais de baixa temperatura; Os casos tendem a ocorrer no período noturno; Dor → ligada ao processo isquêmico; Há uma alteração anatômica que predispõe a torção testicular que é fixação mais proximal do testículo: testículo em badalo de sino (Torção intravaginal); Descida rápida do testículo em neonatos: Torção extravaginal; Mesorquio longo (quando a união entre o epidídimo e o testículo é tão longa que o próprio testículo pode torcer alí); Aluna: Sarah Tairine – MD9 3 Quadro clínico: Dor testicular súbita (“esta deitado e senti uma pedrada/chute no testículo...”); Pode ser associada a um aumento de volume; Pode levar à febre, náuseas, dor abdominal e ao longo do trajeto do cordão; Exame físico: Testículo tende a estar doloroso à palpação, horizontalizado, elevado e com perda do reflexo cremastérico. Sinal de Prehn: alívio da dor quando elevado o testículo → é negativo na torção testicular, ou seja, o alívio não ocorre; Preservação: Tempo de torção é o principal determinante da conduta na emergência: Quase totalidade dos testículos é preservada quando a exploração cirúrgica é realizada dentro das primeiras 6 horas após o início do quadro; À medida que o tempo passa, cerca de 20% serão “salvos” após 12 horas e praticamente todos serão removidos após 24 horas; Taxa de orquiectomia: variar entre 30-60%; Baseada no exame físico e história suficientes para definir o grau de suspeição → em muitos casos é melhor levar o paciente logo para a sala de cirurgia mesmo sem ter o exame de imagem, do que ficar esperando esse resultado; Se suspeita alta, tempo elevado – exploração cirúrgica: Mesmo sem exames diagnósticos; Explorações brancas; A ultrassonografa (USG) com Doppler: É o exame mais indicado; Demonstra a redução do fluxo; Sensibilidade que varia de 63-100% e especificidade de 97-100%; Ressonância magnética: Pode ser usada para o diagnóstico, porém é um exame muito caro e o resultado é muito demorado; Cintilografia testicular: Dificuldades técnicas: acesso x tempo; Aluna: Sarah Tairine – MD9 4 Exploração escrotal: Também usado como exame diagnóstico; Exploração cirúrgica de bolsa escrotal X destorção manual: Objetivo: Destorção do testículo (não evita que haja a necessidade da exploração cirúrgica); Fixação dos testículos (contralateral mandatória) Técnica: Incisão na bolsa pode ser mediana na rafe ou transversal em cada hemibolsa. Após a destorção do testículo comprometido envolvemos em compressa umedecida em soro fisiológico morno. Fixação do testículo contralateral com, no mínimo, 2 pontos de fio não absorvível envolvendo as túnicas albugínea, vaginal e dartos. Após a fixação do testículo sadio, já houve tempo suficiente para reavaliação do testículo isquêmico. Observar se o testículo doente assumiu coloração indicativa de boa perfusão tecidual ou se permanece com aspecto isquêmico/necrótico. Decidir pela fixação ou orquiectomia. Tratamento – Casos tardios: evolução para necrose tecidual definitiva Levar em consideração: Grau de inflamação local; Idade do paciente; Desejo de reparação estética; Corporal com prótese testicular; Implante imediato: risco de extrusão e infecção; Retardar implante de prótese se necessário; Existem apêndices que são naturais do testículo e às vezes eles são mais desenvolvidos que os outros. São formações polipoides no testículo ou epidídimos que são resquícios dos ductos de Muller e Wolff; Podem torcer e causar dor isquêmica → Clínica parecida em menor intensidade; Aluna: Sarah Tairine – MD9 5 Remanescentes vestigiais mais comuns: Duto de Müller (Apêndice Testicular) (TA); Duto de Wolff (Apendice Epididimário) (EA); Paradídimo (órgão de Giraldes) (Par); Vas aberrans superior e inferior de Haller (*); Características gerais: Causa mais comum de escroto agudo; Mais comum entre os 7 e 11 anos; Tratamento: Cirúrgico; Se houver dúvida no caso, pode ser solicitado um ultrassom para avaliar fluxo testicular; Se não tratado evolui para atrofia do apêndice; Caso identificado no intraoperatorio excisar todos; Fixação testicular não se justifica; INFECÇÕES Quando há infecção exclusiva, que é causada por Infecção bacteriana ou viral, são mais raras; Quando associada, pode estar relacionada à epididimite secundaria, à ITU ou obstrução urinária; Lembrar de tuberculose em áreas endêmicas; Infecções virais: Vírus da caxumba: raro, vacinação comum; Aluna: Sarah Tairine – MD9 6 Tratamento: Antinflamatorios, repouso e suspensório escrotal; Quadro infeccioso instaura por via ascendente: Através do ducto deferente; ITU; Obstrução infravesical; Agentes causais mais comuns em adultos jovens: Clamidias e gonococos: adultos jovens sexualmente ativos; Adultos > 35 anos: Gram negativos: associados a ITU; Evolução gradual: Piora progressiva; Aumento de volume considerável; Prostração; Febre e calafrios; Anorexia; Tratamento: antibioticoterapia empírica: Ceftriaxona e doxiciclina para GNCC e CLMD; Quinolonas para idosos; Complicação infecciosa grave perineal; Causa inflamação ao nível da fáscia com necrose dos tecidos → Fasciite necrotizante; Compromete pacientes imunocomprometidos como etilistas, diabéticos, obesos, cirróticos, idosos; Infecção multibacteriana grave que ameaça a vida; Evolui facilmente para sepse e óbito se não tratada ou se tratada tardiamente; Costuma progredir rapidamente (2-3 cm/h) pode se disseminar superficialmentepela fáscia de Colles, para pênis e escroto pelas fáscias de Buck e Dartos ou para a parede abdominal anterior pela fáscia de Scarpa. Principais agentes causais: Cepas de estaflococos, estreptococos, enterobactérias, Clostridium e Pseudomonas. Tratamento: Dada a gravidade do caso, exige tratamento enérgico. Geralmente com desbridamento cirúrgico extenso e precoce, reposição hídrica e antibióticos venosos de amplo espectro; Aluna: Sarah Tairine – MD9 7 Vasculite de vasos de pequeno calibre caracterizada por púrpura, artrite, dor abdominal e hematúria; Não é comum, mas pode causar congestão vascular dolorosa de subcutâneo da bolsa testicular e, mais raramente, de testículo; Pode se apresentar de maneira muito semelhante à torção de cordão espermático; Cresce de maneira lenta e gradual (dias); Dor causada por infartos teciduais ou hemorragias podem causar dor isquêmica; Raramente pode ocorrer necrose e ulceração da pele com infecção secundaria; É um dos tumores com maior chance de cura (se isolado no testículo, a chance de cura é de 94%); Pode ser avaliado por: Ultrassonografia; Marcadores tumorais (BHCG, alfafetoproteína, desidrogenase lática); Cirurgia precoce; OUTRAS CAUSAS CRÔNICAS AGUDIZADAS Dilatação das veias do plexo pampiniforme que pode causar dor testicular crônica; Provavelmente se dilatam por falha nos vasos gonadais; Em alguns pacientes a dor pode se tornar intensa e incapacitante, necessitando de otimização da analgesia para alívio dos sintomas; Acúmulo de líquido na cavidade que fica entre a túnica vaginal parietal e a túnica vaginal visceral; Podem se tornar infectadas ou, após trauma, hemorrágicas determinando dor; Aluna: Sarah Tairine – MD9 8 Geralmente são pacientes que já tinham o testículo aumentado de forma crônica, e subitamente esse testículo se torna dolorido; A espermatocele geralmente é a obstrução dos ductos espermáticos que passam pelo epidídimo, os quais, as vezes, se tornam tão grandes que acabam confundindo com a hidrocele e tendo também possibilidade de complicações igual à hidrocele; Causa crônica que pode agudizar; Nem sempre o diagnóstico é tão óbvio quanto parece e a atenção ao exame físico minucioso pode evitar condutas equivocadas;
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