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Acesso venoso

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Acesso venoso 
• O acesso venoso é feito através da venóclise, que nada mais é que a canulação ou cateterização 
de uma veia periférica, o que é feito por meio da inserção de um dispositivo flexível dentro do 
lúmen do vaso 
• É a via de administração para fluidoterapia e medicamentos diretamente na corrente sanguínea 
• Os locais típicos de acesso são o dorso da mão, antebraço e fossa cubital, mas ele também pode 
ser realizado em outros locais, como no punho, pé, veia safena, veia jugular externa, cabeça, 
intraósseo e veias profundas 
CUIDADOS APÓS VENÓCLISE 
• Deve-se assegurar a fixação do acesso para diminuir a chance de deslocamento e flebite 
• Garantir a manutenção da patência, com flush de 2-10 mL a cada 4-12h 
• Reavaliar constantemente o acesso para detectar edemas e extravasamento 
SOBRE A INFUSÃO 
• A equação de Poiseuille descreve a relação entre os diferentes parâmetros que afetam o fluxo de 
um fluido por sistemas condutores 
• A equação é ∆𝑃 =
8𝜇𝐿𝑄
𝜋r4
 
o Entender o fluxo do sangue dentro das veias e artérias do corpo humano, de modo que 
pode ser feito o cálculo da quantidade de líquido que deve ser administrada ao paciente 
o Sabe-se que o fluxo (Q) é diretamente proporcional à quarta potência do raio do jelco 
selecionado. Por isso que, quanto maior for o jelco, mais rápido será o fluxo 
PROBLEMAS E CONTRAINDICAÇÕES 
• Problemas: durante o acesso, podemos não achar a veia, a veia pode “dançar”, pode ocorrer a 
incapacidade de progredir o jelco, surgir hematomas, levar ao extravasamento tecidual e 
problemas na válvula 
• Contraindicações: se houver possibilidade de tratamento por outras vias (IM, oral, subcutâneo), 
em casos de membro plégico ou parético, pós-linfadenectomia, infecção no sítio de punção, 
presença de fístula arteriovenosa e recusa do paciente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TIPOS DE ACESSO 
• Acesso venoso central: bastante usado na urgência – Intracath 
• PICC: cateter de inserção periférica (geralmente veia braquial) de longa permanência, sendo 
usado para nutrição e administração de drogas vasoativas e antibióticos 
• Portocath: tratamento oncológico, coleta de exames e administração de medicações. É um 
procedimento cirúrgico, precisa de anestesia 
• Shilley: cateter de curta permanência usado em procedimentos de hemodiálise (terapia de 
substituição renal), é mais calibroso que os demais, permite um fluxo grande 
Na anestesia → as vantagens do acesso venoso na anestesia incluem o fato de ser um método fácil e 
seguro de administração, o melhor perfil farmacocinético e farmacodinâmico e maior previsibilidade das 
medicações 
REPOSIÇÃO VOLÊMICA 
• A reposição volêmica ou fluidoterapia é feita visando a manutenção do volume intravascular 
efetivo, compensação de perdas externas, tratamento de distúrbios hidroeletrolítico, suporte para 
perfusão inadequada dos tecidos e administração de medicamentos 
Compartimentos do organismo 
• A água representa 60% da nossa massa corporal total (ACT), mas há variações de acordo com a 
idade, peso, sexo e estado clínico 
• Essa água é distribuida entre dois grandes compartimentos, que são o líquido intracelular (LIC) e 
o líquido extracelular (LEC). O LEC se subdivide em líquido plasmático (LP) e líquido intersticial 
(LI) 
• Em relação aos íons, sabe-se que o sódio é o cátion que equivale a aproximadamente 95% da 
osmolaridade do líquido extravascular (osmolaridade efetiva = 2Na + glicose/18) e o potássio é 
predominante no líquido intracelular 
• O gradiente iônico é mantido pela bomba Na-K-ATPase numa osmolaridade sérica de 280-300 
mOsm/L 
Infusão de líquidos 
• Cristaloides: soluções salinas de baixo custo que podem ser hipotônicas (soro glicosado 5%), 
isotônicas (soro fisiológico 0,9%, ringer lactato – usado no centro cirúrgico, e plasma-lyte) ou 
hipertônicas (salina 3% e manitol) 
o A infusão deve ser feita em 3x o volume perdido, pois apenas 1/3 dos cristaloides 
permanecem nos vasos 
o Seus riscos incluem a hipervolemia e acidose hiperclorêmica 
• Coloides: são moléculas grandes que ficam em suspensão, fornecem maior pressão oncótica e 
manutenção do volume intravascular 
o Sua infusão é de 1:1, pois não há perda 
o Sintéticos/artificiais: amido hidroxietílico (Voluven), polissacarídeo de glucose (Dextran – 
tem risco de lesão renal e coagulopatia) e a gelatina 
o Humanos/naturais: compostos por substâncias naturais, como albumina (cara e tem risco 
de reação anafilática) 
• Hemocomponentes e hemoderivados: 
o Hemocomponentes: obtidos através da centrifugação do sangue total, como é o caso de 
concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, plasma fresco congelado e 
crioprecipitado 
o Hemoderivados: são produzidos através do fracionamento industrial do plasma humano, 
como é o caso das imunoglobulinas, concentrados de complexo pró-trombótico (vitamina 
K, fatores XII, IX e X, proteína C, proteína S e antitrombina III), concentrado de 
fibrinogênio, concentrado de fator VII recombinante ativado e concentrado de fator XIII 
• Hemocomponentes/hemoderivados: única infusão que tem atuação sobre hemoglobulinas e 
fatores de coagulação, mas que necessita de rigoroso controle de preservação e apresenta riscos 
de incompatibilidade, reação anafilática e de transmissão de doenças 
 
 
 
fatores de coagulação, mas que necessita de rigoroso controle de preservação e apresenta riscos 
de incompatibilidade, reação anafilática e de transmissão de doenças 
Concentrado de hemácias 
• É obtido a partir da centrifugação de uma bolsa de sangue total e tem validade de até 42 dias, se 
for armazenado adequadamente 
• Uso: compensar uma anemia aguda – valores de hemoglobina de 6-8 g/dL 
• Aplicado de acordo com a tipagem ABO-Rh e costuma ser usado nos setores de trauma, 
oncologia e no intraoperatório 
Plasma fresco congelado 
• Centrifugação de bolsa de sangue total com posterior congelamento e tem validade de 12 a 24 
meses se for congelado adequadamente 
• Porção líquida do sangue, que contém água, proteínas e íons. Não possui células, mas tem os 
fatores de coagulação, albuminas e globulinas. Como agente hemostático deve ser usado na 
concentração de 20-25 ml/kg 
• Uso: aumento de 1.5x valor do fator de protrombina (TP) e tromboplastina parcial ativada (Ttpa) 
ou em casos de sangramento ativo 
Crioprecipitado 
• Descongelamento de 1 bolsa de plasma fresco congelado a 6ºC, sendo removido o sobrenadante 
plasmático 
• Preparado do precipitado proteico da unidade de PFC de um único doador a 6ºC 
• Tem validade de 1 ano se for armazenado a temperaturas inferiores a 20ºC 
• Uso: deficiência de fibrinogênio, fator VIII, fator von Willebrand e fator XIII, devendo ser usada 1 
bolsa para cada 10 kg de peso do indivíduo 
Principais reações transfusionais 
• Imediatas: de origem imune incluem a reação febril não hemolítica, reação hemolítica aguda, 
reação alérgica e lesão pulmonar associada à transfusão. Já aquelas sem origem imune 
compreendem a sobrecarga volêmica, contaminação bacteriana, hipotensão por inibidor da ECA, 
hemólise não imune, hipocalemia, embolia aérea e hipotermia 
• Tardias: de origem imune incluem a aloimunização eritrocitária, aloimunização HLA, reação 
enxerto vs. Hospedeiro, púrpura pós-transfusional e imunomodulação. Já aquelas sem origem 
imune compreendem a hemossiderose e as doenças infecciosas

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