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Aula 4 - Guia_Como Criar Galinha Caipira

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Prévia do material em texto

http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR
 
www.criargalinha.com.br 
1 
PREFÁCIO 
 
Com o objetivo de levar aos amantes da avicultura o conhecimento 
necessário relacionado ao manejo, sanidade, melhoramento genético, 
instalação, higiene e alimentação das galinhas caipiras o blog 
criargalinha.com.br vem publicar este manual e espera que o mesmo 
possa ser fonte de informação aos produtores rurais que buscam novas 
técnicas para o desenvolvimento das atividades desempenhadas em suas 
propriedades. 
 Depois de um longo período de estudos e pesquisas na busca de uma 
forma eficiente e lucrativa que fosse capaz de auxiliar o avicultor familiar a 
desenvolver mecanismos de manejo para tornar a sua criação de galinhas 
uma atividade rentável, chegamos à conclusão de que é possível transformar 
a avicultura tradicional (fundo de quintal) em uma criação moderna, integrada 
e que possa fixar o homem no campo de forma justa e sustentável. 
Os avicultores, agindo de forma independente ou através da formação 
de associações de produtores rurais, poderão encontrar neste manual as 
informações que lhes faltam para tornar o processo de criação de galinhas 
uma atividade ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente 
viável. 
Dessa forma, eu espero que todos os avicultores possam absorver este 
conhecimento e aplicá-los em suas propriedades e certamente os resultados 
positivos virão, e com eles a transformação da qualidade de vida do avicultor 
e de suas famílias. 
Desejamos a todos uma ótima leitura e colocamo-nos à sua disposição 
para os esclarecimentos que se façam necessários. 
 
Um forte abraço! 
 
 
Valdir Rocha – Diretor Geral 
 
 
www.criargalinha.com.br 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
01 – Introdução Página 02 
02 – Objetivos da Criação Página 02 
03 – Raças e Linhagens Página 04 
04 – Melhoramento Genético Página 13 
05 – Processo de Reprodução Página 14 
06 – Habitação Página 21 
07 – Sistema de Produção Página 26 
08 – Alimentação das Aves Página 27 
09 – Cuidados Sanitários Página 29 
10 – Fases da Criação Página 31 
11 – Planejamento da Produção Página 32 
12 – Manejo de Criação Página 33 
13 – Abate Página 35 
14 – Mercado Página 39 
15 – Saiba Mais Página 39 
16 – Referências Bibliográficas Página 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.criargalinha.com.br 
3 
1 - INTRODUÇÃO 
 
 Em todo território nacional, a criação de galinhas se tornou uma prática 
extremamente comum. Até nas grandes cidades, ainda que de forma inadequada, os 
criadores têm encontrado meios para instalar uma pequena criação para satisfazer suas 
necessidades na busca por alimento (carne e ovos) ou simplesmente por hobby. Criar 
galinhas é uma atividade muito prazerosa. Porém, é muito importante que quem a pratica 
conheça os processos de manejo adequados para que consiga melhores resultados. 
 As galinhas caipiras tem se mostrado uma fonte inevitável de proteína animal, com 
excelente sabor e enormes qualidades nutricionais. E já é uma tendência do mercado 
brasileiro procurar por uma carne diferenciada que satisfaça o desejo das donas de casa 
e dos grandes restaurantes. E para que a sua carne se torne presente nas mesas dos 
brasileiros, devemos estabelecer algumas práticas de manejo em sua criação que sejam 
implementadas pelos avicultores para que o processo de criação transcorra de forma 
equilibrada, sistemática e rentável. 
 Embora a criação de aves caipira já faça parte da cultura dos pequenos produtores, 
a prática dessa atividade não tem dado aos produtores rurais o retorno financeiro 
necessário para que os mesmos consigam cobrir os gastos com a produção e obviamente 
auferir algum lucro. Porém, se o conhecimento que colocamos neste manual for 
devidamente aplicado nas pequenas propriedades, temos plena certeza de que podemos 
solucionar esse problema e tornar essa atividade em uma excelente fonte de renda para o 
pequeno produtor. 
As aplicações corretas das técnicas de manejo possibilitam aos avicultores 
desempenhar o serviço necessário em pouco espaço de tempo e, com isso, atender as 
necessidades das aves sem que atrapalhe o desenvolvimento das outras tarefas habituais 
na propriedade. 
 Foi pensando no desenvolvimento da agricultura familiar e conhecendo o potencial 
de produção diversificada desses produtores que desenvolvemos esse material, que de 
modo bem simples e eficaz poderá contribuir com os avicultores em seus projetos de 
criações de aves caipiras. 
2 – OBJETIVOS DA CRIAÇÃO 
 
Geralmente, no Brasil, os produtores rurais criam uma variedade muito grande de 
aves domésticas. Entre elas: marrecos, gansos, patos, perus, codornas, etc. 
 Para escolher os animais adequados para criação o produtor deve, antes de tudo, 
saber qual o objetivo de sua atividade: criação para postura, criação para produção de 
carne, criação mista (carne e ovos) ou ainda, criação de aves ornamentais. 
 Neste trabalho destacamos a criação de galinhas com objetivo de produção de 
carne como sendo a atividade principal, em função do maior número de criadores destas 
 
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4 
aves. Porém, as informações contidas neste manual podem ser aplicadas nos outros 
seguimentos de criação em virtude da sua similaridade. 
2.1 – Produção de Carnes 
 
A avicultura brasileira é o setor da cadeia produtiva que vem se destacando de 
forma excepcional. Os resultados alcançados nos últimos anos colocaram o Brasil em 
posição de destaque no mercado internacional. Atualmente, estamos em terceiro lugar em 
produção de aves e em primeiro lugar como exportador de carne de frango do mundo. 
 Esses números referem-se, particularmente, a produção de frangos comerciais, 
não havendo no Brasil uma exploração significativa da produção de criação de galinhas 
caipiras. E é exatamente para preencher essa lacuna, que esse nicho de mercado está 
sendo desenvolvido e com isso, transformando a vida do homem no interior do Brasil. 
 Produzir carne de frango caipira tem se mostrado uma atividade bastante rentável 
e que tem merecido destaque em função da importância social que ela desempenha. A 
avicultura familiar tem sido beneficiada nesse processo devido os grandes produtores 
ainda não terem demonstrado interesse comercial por esse produto. A exploração deste 
setor não chega a 3% do consumo interno de frango industrial. 
2.2 – Produção de Ovos 
 
 Com a produção de ovos não é diferente, a demanda está bem aquecida e a oferta 
não vem acompanhado na mesma proporção. Existe um mercado consumidor que busca 
um produto diferenciado e que está disposto a pagar um preço acima do valor dos 
produtos convencionais. 
 Diante deste cenário, o produtor rural tem uma possibilidade real de desenvolver 
um projeto que possa atender a demanda de sua região e, se for o caso, expandir a 
produção para alcançar os consumidores das cidades vizinhas. 
2.3 - Raças e Linhagens 
 
 No mundo, existem aproximadamente 300 raças de galinhas consideradas 
domésticas (gallus gallus domesticus). Esse número pode ser dividido em três grandes 
grupos de aves: aves de raça pura, aves locais e aves híbridas, resultado de cruzamento 
entre as raças. Cabe ao produtor fazer a escolha das raças que mais adéquam às 
particularidades do seu projeto de criação. 
 As características das raças escolhidas devem ser muito bem observadas na hora 
de fazer uma seleção de plantel, pois disso depende o resultado da produção seja ela: 
carne, ovos, carne e ovos ou aves ornamentais. 
 As galinhas de raça pura selecionadas para produção de carne são aquelas que 
apresentam um bom ganho de preso, tem melhor conversão alimentar, alta rusticidade e 
que possuem um tamanho avantajado. 
 As aves selecionadas para postura, obviamente, devem oferecer uma produção de 
ovos adequada e uma incidência menor ao choco.www.criargalinha.com.br 
5 
 Dentre as características das aves, também existem aquelas que apresentam 
dupla aptidão, ou seja, produzem uma quantidade boa de ovos e ao final do período de 
postura estão com um peso relativamente bom para o abate. 
 As linhagens híbridas são originadas dos cruzamentos entre as raças e com isso 
possuem excelentes taxas de conversão alimentar, grande produção de ovos, uma boa 
conformação de carcaça e um rápido ganho de peso. 
 As espécies ornamentais encantam os criadores com suas plumagens exóticas, 
tamanhos reduzidos e uma beleza extraordinária. 
 
 
2.4 – Raças Puras 
 
Para os interessados em selecionar um plantel de aves de raça pura de dupla 
aptidão para produção de matrizes e melhoramento genético. Segue abaixo algumas 
raças amplamente usadas nos projetos de avicultura no Brasil. 
 
 
2.4.1 – Australorp 
 
 
É uma abreviatura para Australian Black Orpington – 
Desenvolvida na Austrália sob a justificativa de que é uma 
Orpington melhorada tanto para ovos como para carne, com pele 
branca. Quando adultos, os machos pesam em média 3,859 kg e 
as fêmeas 2,951 kg. As galinhas produzem em média 200 ovos 
de casca marrom, que pesam em média 55g. (EMBRAPA, 2003) 
 
 
 
 
2.4.2 – Brahma 
 
 
É uma raça originária da China para os propósitos de 
ornamentação e corte, embora grande parte de seu 
desenvolvimento tenha se dado nos Estados Unidos. 
Apresenta crista ervilha, admitida nas variedades clara, escura 
e amarelada com empenamento que cobre toda perna e pé. A 
pele é de cor amarela. São aves belíssimas e majestosas. O 
grande porte e o aspecto elegante, combinados com os 
padrões complexos de cores as tornam favoritas para se criar no campo. São aves 
pesadas. Quando adultos, os machos pesam em média 5,448 kg e as fêmeas 4,313 kg. 
As galinhas produzem em média 140 ovos de casca marrom, que pesam em média 55g. 
(EMBRAPA, 2003) 
 
 
 
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6 
2.4.3 – Cochin 
 
Originária da China, essas aves são ornamentais por 
excelência, com grande habilidade para chocar, sendo 
frequentemente utilizada como chocadeira para outras aves 
ornamentais. Apresenta crista serra e empenamento que cobre 
a perna e o pé. Apresentam pele amarela e ovos de casca 
marrom. Existem nas variedades branca, preta, amarela, 
marrom, barrada e salpicada. Quando adultos, os machos 
pesam em média 4,994 kg e as fêmeas 3,859 kg. As galinhas 
produzem em média 120 ovos de casca marrom, que pesam 
em média 53g. (EMBRAPA, 2003) 
 
2.4.4 – Gigante Negra de Jersey 
 
Foi desenvolvida em New Jersey por volta de 1800, quando 
havia grande demanda por raças de galinhas pesadas para 
produção de frangos capões para o mercado de Nova Iorque. 
Existem as variedades: preta e branca exploradas para carne. 
São aves de crista serra e de grande porte. A pele é de cor 
amarela e os ovos são de casca marrom. A carne tende a 
apresentar-se com pigmentos escuros em função dos 
pigmentos escuros das pernas, que avança até a porção 
comestível. Quando adultos, os machos pesam em média 5,902 kg e as fêmeas 4,540 kg. 
As galinhas produzem em média 180 ovos no primeiro ciclo de postura, que pesam em 
média 60g. (EMBRAPA, 2003) 
 
2.4.5 – Índio Gigante 
 
É uma raça que foi desenvolvida no Brasil, no interior dos 
estados de Goiás e Minas Gerais, a partir de 1920. No 
decorrer da década de 70 foi cruzada com outras raças, 
entre elas a Shamo e o Malayo. O resultado é uma ave 
com alta rusticidade, excelente ganho de peso, que se 
adapta bem a todas as regiões do Brasil, que possui uma 
conversão alimentar satisfatória e um sabor extraordinário. 
Os machos quando adulto podem chegar a uma 
envergadura de aproximadamente 1,10mts e as fêmeas em torno de 0,90cm. A idade de 
abate fica em torno de 120 dias. Os machos podem alcançar mais de 7 kg de peso 
quando adultos e as fêmeas 3,5 kg. 
 É uma ave que tem conquistado uma popularidade muito grande entre os 
produtores de aves caipiras, para a função de melhoramento genético em suas 
propriedades. 
 
 
 
 
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7 
 
2.4.6 – Minorca 
 
 
É uma raça de origem mediterrânea de crista serra 
admitida nas variedades preta, branca e amarela e de 
crista rosa nas variedades preta e branca. É a mais 
pesada das raças leves e produz ovos de casca branca de 
tamanho extragrande. Quando adultos, os machos pesam 
em média 4,086 kg e as fêmeas 3,405 kg. As galinhas 
produzem em média 170 ovos que pesam em média 60g. 
(EMBRAPA, 2003) 
 
2.4.7 – New Hampshire 
 
 
 
É uma raça americana de pele amarela, e ovos de casca 
marrom. Apresenta cor vermelho claro e crista serra. Por 
muitos anos foi utilizada para a produção de frangos de 
corte. Mais tarde passou a ser utilizada para cruzamentos 
com outras raças de corte na produção de frangos. 
Atualmente apenas poucos criadores se dedicam à 
comercialização desta raça. Esta raça foi utilizada em 
muitos cruzamentos que formam os atuais híbridos de corte, 
principalmente em função da habilidade de produção de grande quantidade de ovos com 
alta eclosão. A presença de uma mancha branca ou clara na asa dos pintos machos e 
sua correspondente ausência nos pintos fêmeas, favorecem a identificação dos machos e 
fêmeas com um dia de idade, conseguindo-se um índice de acerto de 80-90%. Quando 
adultos, os machos pesam em média 3,632 kg e as fêmeas 2,951 kg. As galinhas 
produzem em média 220 ovos no primeiro ciclo de postura, que pesam em média 55g. 
(EMBRAPA, 2003) 
 
 
2.4.8 – Orpington 
 
 
Raça desenvolvida na Inglaterra nos anos 1880. Apresenta 
dupla finalidade (carne e ovos). Existe nas variedades preta, 
branca, amarela e azul. Apresentam crista serra, pele branca e 
ovos de casca marrom. Quando adultos, os machos pesam em 
média 4,540 kg e as fêmeas 3,632 kg. As galinhas produzem 
em média 160 ovos de casca marrom, que pesam em média 
55g. (EMBRAPA, 2003) 
 
 
 
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8 
2.4.9 – Plymouth Rock 
 
É uma raça americana de pele amarela, crista serra e ovos de 
casca marrom. Admite-se na Associação Americana de Aves, 
as variedades Barrada, Branca, Amarela, Prata Pincelado, 
Perdiz, Columbia e Azul. Quando adultos, os machos pesam 
em média 4,313 kg e as fêmeas 3,405 kg. As galinhas 
produzem em média 180 ovos no primeiro ciclo de postura, que 
pesam em média 55g. EMBRAPA, 2003) 
 
 
2.4.10 – Plymouth Rock Branca 
 
As aves desta variedade foram muito utilizadas nos primeiros 
cruzamentos para produção de frangos de corte. Atualmente 
serve de material básico na formação de muitas linhas 
cruzadas. A maioria das linhas originais dos frangos de corte 
era de empenamento tardio, uma desvantagem para a 
produção de frangos de qualidade. Atualmente, a maioria das 
linhas disponíveis é de empenamento rápido. (EMBRAPA, 
2003) 
 
 
2.4.11 – Plymouth Rock Barrada 
 
As aves desta variedade apresentam penas com barras 
brancas e prestas no sentido transversal, dando uma 
aparência cinzenta às aves. O gene barrado, ligado ao sexo, 
através de sua dosagem de melanina resulta em diferenças 
entre os sexos. As fêmeas apresentam manchas brancas 
menores e menos irregulares na cabeça e geralmente são 
mais escuras na penugem e na canela do que os machos. 
Além disso, a pigmentação preta nos dedos das fêmeas, ao 
contrário dos dedos dos machos, cessa abruptamente 
deixando a porção distal de cada dedo amarela. Em contraste, 
os machos apresentam mancas brancas mais irregulares na cabeça e falta de contraste 
mais irregulares na cabeça e falta de contraste mais irregulares na cabeça e falta de 
contraste na abrupta mudança de coloração preta não preta dos pés. Existem diferenças 
nesses padrões de cor por sexo entre linhagens dessa raça. Dessa maneira, quando se 
quiser obter altos graus de certeza na sexagem pela cor se requer ajustamento para 
linhagem dos pintos. 
 Com o aumento da preferência por ovos de cascabranca, esta raça diminui em 
popularidade. Atualmente vem sendo mais utilizada como linha fêmea nos cruzamentos 
com galos Rhode Island Red para produzir pintos de postura autosexados, que quando 
adultos produzem ovos de casca marrom. Este tipo de cruzamento tem tornado a raça 
mais popular. (EMBRAPA, 2003) 
 
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9 
 
2.4.12 – Rhode Island 
 
É uma raça americana de pele amarela, e ovos de casca 
marrom. Admite-se na Associação Americana de Aves as 
variedades, vermelha com crista serra ou rosa e a variedade 
branca com crista tipo rosa. Muitos anos atrás existiam 
muitas variedades dessa raça e quase todas de alta 
produção de ovos. Quando adultos, os machos pesam em 
média 3,859 kg e as fêmeas 2,951 kg. As galinhas 
produzem em média 180 ovos no primeiro ciclo de postura, que pesam em média 60g. 
(EMBRAPA, 2003) 
 
2.4.13 – Rhode Island Red 
 
 
Apresenta corpo na forma de um de um bloco alongado com 
plumagem marrom com algumas penas pretas na cauda, 
pescoço e asas. Nos anos mais recentes esta variedade tem 
sido intensamente utilizada para produção de híbridos 
sexáveis pela cor. A presença de uma mancha branca ou 
clara na asa dos pintos macho e sua correspondente 
ausência nos pintos fêmeas, favorece a identificação dos 
machos e fêmeas com um dia de idade, conseguindo-se um 
índice de acerto de 80-90%. Por outro lado, nos 
cruzamentos, quando um galo desta raça (geneticamente 
“gold” ou não barrado) é acasalado com galinhas geneticamente “silver” ou barrada, é 
possível determinar o sexo do pinto por diferenças de coloração da penugem. Atualmente, 
grande parte dos híbridos comerciais de postura resultam de cruzamentos específicos 
entre indivíduos Rhode Island Red e Plymouth Rock Barrado e produzem grande 
quantidade de ovos de casca marrom. (EMBRAPA, 2003) 
 
 
2.4.14 – Sussex 
 
É uma raça inglesa de crista serra, pele branca e ovos de 
casca marrom, predominantemente de duplo propósito com 
variedades pintada, vermelha e branca (light), das quais a 
Light Sussex e a mais popular. É boa produtora de carne. Em 
alguns países europeus frangos de pele branca são os 
preferidos. Quando adultos, os machos pesam em média 
4,086 kg e as fêmeas 3,178 kg. As galinhas produzem em 
média 180 ovos no primeiro ciclo de postura, que pesam em 
média 55g. (EMBRAPA, 2003) 
 
 
 
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10 
2.4.15 – Turken 
 
Originária da Transilvânia, a raça Turken apresenta pescoço 
pelado e crista serra. Admitida nas variedades vermelha, 
branca, amarela e preta. Característica essa que confere a 
aparência semelhante aos perús. A pele da região do 
pescoço quando exposta ao sol fica vermelha como acontece 
com os perús. Esta característica é resultante de um único 
gene que controla o arranjo dos folículos de crescimento das 
penas, que se localizam sobre o corpo da ave. Este gene 
pode ser facilmente introduzido em qualquer raça. As aves 
sofrem mais com o frio devido a características e são, 
portanto, mais adaptadas ao calor. Quando adultos, os machos pesam em média 3,859 
kg e as fêmeas 2,951 kg. As galinhas produzem em média 180 ovos de casca creme 
claro, que pesam em média 55g. (EMBRAPA, 2003) 
 
2.5 – Linhagens Híbridas Comerciais 
 
As linhagens híbridas comerciais são resultado de cruzamento entre raças 
diferentes, mas que pertencem a mesma espécie. Por isso, não podem ser cruzadas 
entre si, porque a sua descendência não transfere as qualidades genéticas das raças 
iniciais. Esta é a razão pela qual os produtores têm que comprar os pintinhos de um dia, 
para que não haja perda de produtividade. 
 Os híbridos comerciais de grande aceitação entre os avicultores coloniais e que 
podem ser encontrados com relativa facilidade no mercado são: 
 
2.5.1 – Pescoço Pelado Label Rouge 
 
É uma ave altamente rústica, que se adapta a qualquer parte do 
Brasil. Embora tenha um crescimento lento, a pescoço pelado é 
excelente tanto para a produção de ovos quanto para obtenção de 
carne. Em comparação às aves comerciais, sua carne é mais 
suculenta, tem menos gordura e um sabor tão diferenciado quanto o 
da carne de caça do faisão e da perdiz. E se receberem uma 
alimentação balanceada, atingirão a marca de 2 kg aos 63 dias de 
idade, em média. As fêmeas produzem cerca de 180 ovos de casca 
marrom por ano. (REVISTA ESCALA RURAL, 19) 
 
2.5.2 – Pesadão Misto label Rouge 
 
Ave destinada exclusivamente para corte. Seu crescimento é 
acelerado, ela só precisa de 49 dias para atingir 2 kg de peso 
vivo com grande rendimento de carne de peito. A carne tem 
aparência mais escura que a das aves industriais e 
proporciona uma excelente gustação. A pele também é mais 
fina, com menos gordura, e se for depenada corretamente, 
 
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11 
não apresentará folículos escuros, como acontece com outras aves coloridas. O caipira 
pesadão tem plumagem vermelha ou carijó, pernas amarelas e crista simples, pode ser 
criada ao ar livre ou semiconfinada. (REVISTA ESCALA RURAL, 19) 
 
 
2.5.3 – Caipira Rouge 
 
 
Ave de origem francesa, destinada exclusivamente à produção 
de ovos marrons ou vermelhos. Sua principal vantagem é a 
resistência aos diferentes tipos de clima e de manejo. Com 72 
semanas de vida a Rouge atinge um peso corporal de 2,090 kg e 
a sua produção pode chegar a 298 ovos por ano. Os ovos 
apresentam uma casca bem mais grossa que o normal, a clara é 
mais consistente e a gema mais avermelhada. São aves dóceis, de plumagem 
avermelhada e de penas em toda a extensão do pescoço. (REVISTA ESCALA RURAL, 
19) 
 
 
2.5.4 – Pescoço Pelado Vermelho Mesclado 
 
 
 
A caipira francesa tradicional é uma das aves mais criadas 
na França e no Brasil. São aves com aptidão para a carne, 
próprias para criação a campo, em grande escala. Elas 
atingem o peso padrão de 2,200 kg por volta dos 95 dias, 
sem acúmulo de gordura, o que confere à carne e uma 
textura excelente. (REVISTA ESCALA RURAL, 19) 
 
 
 
2.5.5 – Master Griss 
 
 
O caipira Frances exótico é uma ave de grande porte, com canelas 
compridas adaptadas ao campo. A pele do bico e das patas são 
fortes, de pigmentação amarela, e sua plumagem apresenta uma 
mescla irregular nas cores branca, preta e marrom. É uma ave que 
aceita bem a alimentação alternativa e atinge peso vivo de 2,200 
kg ao 68 dias em média. (REVISTA ESCALA RURAL, 19) 
 
 
 
 
 
 
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12 
2.5.6 – Isa Brown 
 
É a poedeira nº 1 em todo o mundo, pela capacidade de produção 
a baixos custos de instalação e alimento. É uma ave de pequeno 
porte, muito calma e de fácil manuseio. Tem as penas 
avermelhadas, patas e bico amarelos, e atinge o peso médio de 
1,900 kg com o consumo de 115 gramas de ração por dia. As 
fêmeas são selecionadas para postura de ovos de granja quando 
confinadas, ou ovos caipira quando a campo, registrando uma 
média de 300 ovos grandes e vermelhos por ano. (REVISTA 
ESCALA RURAL, 19) 
 
2.5.7 – Caipira Negra 
 
Ave de médio porte para criação semi-intensiva. Possui 
penas pretas e brilhantes, com plumas avermelhadas na 
cabeça e pescoço, o bico e as patas também são pretas. 
Após 150 dias, consome 118 gramas de ração por dia e 
produz 270 ovos ao ano. (REVISTA ESCALA RURAL, 19) 
 
 
 
2.5.8 – Embrapa 031 
 
 
Apresenta um potencial de produção de até três ciclos, fornecendo 
325 ovos marrons com 60 gramas de peso, entre o período de 21 a 
80 semanas de idade. (REVISTA ESCALA RURAL, 19) 
 
 
 
 
 
2.5.9 – Embrapa 041 
 
Frango de corte do tipo colonial, para criações semiconfinadas e 
agroecológicas. A linhagem foi obtida pelo cruzamento de raças 
pesadas de corte e raças semipesadas de postura, preservando 
todas as vantagens do frango comercial. Alcança a idade de abate 
aos 84 dias, com peso vivo de 2,400 kg. Sua carne é pouco 
gordurosa, consistente e muito saborosa. (REVISTA ESCALA 
RURAL, 19)www.criargalinha.com.br 
13 
2.5.10 – Paraíso Pedrez 
 
Estas aves também são oriundas do melhoramento genético 
por meio de vários cruzamentos e se adaptam bem em 
todas as regiões do Brasil. É uma ave que tem um ganho de 
peso rápido e com boa rusticidade. Aceita bem as 
condições do sistema intensivo e semi-intensivo e tem uma 
plumagem multicolorida. Atinge a idade de abate aos 65 
dias com um peso médio de 2,800 kg. 
 
 
2.6 – Raças Regionais 
 
São as galinhas “comuns” também conhecidas como 
“galinha-pé-duro”, “galinha de terreiro” e que se encontram 
em todo território nacional sendo criadas de forma solta. É 
uma ave com muita rusticidade, porém, é extremamente 
improdutiva. Enquanto uma ave selecionada produz em 
média 280 ovos/ano uma galinha da raça regional não 
chega a 80 ovos/ano. Outro exemplo é com relação ao 
ganho de peso: uma ave híbrida (resultado de cruzamento) 
produz em média 2,200 kg de carne em 75 dias, uma ave da raça regional leva de 6 a 8 
meses para alcançar esse mesmo peso. Além de ter uma conversão alimentar 
extremamente baixa. Ou seja, consome muita ração para pouca produtividade. 
 
 
3 – MELHORAMENTO GENÉTICO 
 
Os proprietários rurais frequentemente se defrontam com a necessidade de 
melhorar geneticamente o plantel de galinhas da propriedade. Normalmente, o 
melhoramento genético e feito com a eventual troca de galos com a vizinhança, o que no 
melhoramento genético significa uma migração de genes. A migração, com auxilio da 
seleção subseqüente, pode alterar a freqüência gênica para algumas características. 
Normalmente, tamanho corporal e produção de ovos. Para efeito desta explanação vamos 
denominar esse método de convencional, isto é, troca do reprodutor com seleção dos 
melhores descendentes. Esse método de melhoramento pode ser suficiente para os 
objetivos do produtor rural enquanto criar galinhas para consumo doméstico. 
 Quando se tratar de criações comerciais, é necessário se elaborar um projeto mais 
apropriado e com maior controle dos dados de produção para se obter mais eficiência e 
ganho genético. Denominaremos esse método como método industrial. (EMBRAPA, 
2003) 
 
 
 
 
 
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3.1. – Escolha das Raças 
 
A escolha correta das raças para formação do plantel é de estrema importância 
para iniciar um projeto de criação de galinhas. Uma prática muito comum que vem sendo 
realizado nos pequenos criatórios é a aquisição de aves híbridas para formação do plantel 
de matrizes. Porém, essas aves não podem cruzar entre si, para que não haja 
consangüinidade e, consequentemente, a perda de produtividade. A solução é a 
aquisição de reprodutores de raça pura para fazer o cruzamento entre as aves. 
 
3.2 – Cruzamentos 
 
O cruzamento é utilizado para passar parte do potencial genético de uma raça para 
outra, formando híbridos inter-raciais ou mestiços, os quais podem formar uma população 
base para depois se proceder a seleção e se forma uma raça diferente. No cruzamento se 
procura combinar genes de freqüência distinta nas duas populações para as 
características de interesse. A diversidade entre as raças de galinhas existentes pode 
fornecer combinações genéticas desejáveis para uma variedade de situações de 
produção, de manejo e de mercado. Entretanto para utilizar eficientemente os recursos 
raciais é necessário se planejar os cruzamentos com base no nível de desempenho 
esperado dos vários sistemas alternativos de cruzamentos. (EMBRAPA, 2003) 
 
3.3 – Consanguinidade 
 
Não é interessante para o produtor rural, do ponto de vista da produtividade, fazer 
os cruzamentos entre as aves com o mesmo parentesco (pai x filha, irmã x irmão e mãe x 
filhos) esse tipo de atitude leva o plantel a um declínio considerável em termos de ganho 
de peso, produção de ovos, conversão alimentar e rusticidade. 
 
4 – PROCESSO DE REPRODUÇÃO 
 
Manter um processo de reprodução eficiente na propriedade rural é de extrema 
importância para o avicultor, em função de ser a base da cadeia de produção do seu 
projeto de criação. 
 Um projeto de avicultura bem estruturado deve sempre manter um bom plantel de 
aves matrizes com vários reprodutores que comprovadamente façam uma boa 
transferência genética aos seus descendentes e que possam se reproduzir de forma 
sistemática afim de manter a regularidade no fornecimento de aves para o mercado 
consumidor. 
 
4.1 – Monta Natural 
 
Por apresentar uma grande facilidade de manejo, esse é o modo mais comum de 
reprodução das aves nas propriedades brasileiras. Cabe ao produtor fazer a formação 
das famílias e separá-las em grupos de no máximo 10 fêmeas para cada macho. 
 Nesse sistema de reprodução o avicultor deve ficar atendo a um comportamento 
muito comum entre as aves que é a monta preferencial entre alguns galos e galinhas. 
 
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Quando o produtor perceber esse comportamento entre suas aves ele deve fazer a troca 
entre as famílias formadas pelas galinhas do seu plantel para evitar o problema de 
infertilidade dos ovos. 
 
4.2 – Inseminação Artificial 
 
O procedimento de inseminação artificial é uma prática pouco realizada nos 
pequenos aviários, porém ela é capaz de trazer melhores taxas de fertilidade dos ovos 
quando aplicada corretamente. O que garante o sucesso nessa prática é possibilidade de 
aproveitar ao máximo a produção de sêmen de um reprodutor e a certeza de que todas as 
galinhas do plantel foram devidamente inseminadas. 
 
4.3 – Manejo de Ovos para Incubação 
 Somente se conseguem ótimos nascimentos e pintinhos de boa qualidade quando 
se mantém o ovo em ótimas condições, desde a postura até a colocação na máquina 
incubadora. Lembremos que o ovo contém muitas células vivas. Uma vez posto o ovo, o 
potencial de nascimento pode, na melhor das hipóteses, ser mantido, mas nunca 
melhorado. Se o manejo for insatisfatório, o potencial de nascimento pode se deteriorar 
rapidamente. (COOB, 2008) 
 
4.3.1 – Coleta de Ovos para Incubação 
 
Deve-se realizar a coleta e conjuntamente, uma pré-seleção desses ovos. No 
mínimo cinco coletas por dia (três pela manha e duas pela tarde) devem ser realizadas. 
Atualmente, recomendações de sete a dez coletas diárias têm sido mais preconizadas por 
acreditar-se que quanto maior o numero de coletas, melhor será qualidade do ovo 
incubável. Os objetivos com esta prática são: reduzir o numero de ovos trincados e 
quebrados; reduzir o numero de ovos postos na cama e, portanto, reduzir a 
contaminação; reduzir o tempo de permanência dos ovos em ambiente contaminado. 
 A maior concentração de postura é no período da manhã. Desta maneira, as 
coletas de ovos devem ser concentradas no período das 6 às 12 hora, no mínimo 4 vezes 
por período. No período entre 13 a 17 horas, as coletas de ovos devem ser no mínimo 3 
vezes por período. 
Os funcionários devem desinfetar as mãos antes de colher os ovos, principalmente 
se os ovos de cama forem recolhidos inicialmente. 
 Recomenda-se que os ovos Durante a colheita sejam acondicionados em bandejas 
de plástico desinfetadas, pois são laváveis, de fácil desinfecção e possibilitam melhor 
circulação de gás durante a fumigação. (CHAPTER 5, Araújo & Albino) 
 
4.3.2 – Seleção 
 
É necessário descartar os ovos que apresentem pouca chance de eclosão ou que 
impliquem na produção de pintainhos de baixa qualidade. Ovos muito grandes ou muito 
pequenos dificultam a incubação, ovos deformados, casca trincada, casca suja (sangue, 
 
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fezes de galinha, fezes de mosca), casca anormal, alteração da coloração normal da 
casca, entre outros fatores podem implicar no descarte desses ovos para a incubação. 
 Ovos sujos normalmente são provenientes de cama, porém podem ser de ninho 
quando as fêmeas dormirem nos ninhos ou quando o intervalo entre as coletas é muito 
grande. Ovos sujos geralmente têm taxas de nascimento 10% a 15%menores que as 
obtidas com ovos limpos. O ideal é não incubar os ovos sujos. 
 Os ovos postos sobre a cama são contaminados e exigem cuidados especiais na 
coleta e higiene. A coleta, o armazenamento e a incubação dos ovos de cama devem sem 
sempre separados dos ovos de ninho, pois têm menor eclodibilidade e explodem mais 
nas incubadoras que os ovos de ninhos devido a maior contaminação verificada naqueles 
ovos. (CHAPTER 5, Araújo & Albino) 
 
4.3.3 – Higiênização 
 
A higienização dos ovos deve ser feita imediatamente após a colheita, e devem ser 
limpos a seco pois a prática de lavar ovos sujos e de cama aumenta a contaminação. Os 
ovos sujos podem contaminar os demais e, por isso representam um risco para o 
incubatório, além de conferirem uma queda expressiva na eclosão. 
 A superfície dos ovos em nenhum momento pode ser considerada um ambiente 
estéril. Apesar de ser produzido por reprodutora saudável, o ovo pode ser contaminado 
por fezes, material de ninho, mãos do tratador, água, bandejas, cama, piso e poeira. 
 Ao passar pela cloaca, o ovo já sofre uma contaminação e quando em contato com 
o ninho e com o ambiente do galpão tem aumentada essa contaminação. Apesar das 
barreiras naturais do ovo, muitas bactérias passam para o seu interior devido ao 
diferencial de temperatura no resfriamento pós-postura. Neste contexto, é muito 
importante reduzir esta carga microbiana, pois quanto menor for a contaminação, menor 
será a possibilidade de o embrião morrer devido à contaminação. 
 Ovos com boa qualidade de casca, com peso específico adequado podem ter 
penetração de bactérias em apenas 30 minutos. Mesmo os ovos que são livres de 
organismos patogênicos, podem ser contaminados com microorganismos que não são 
patogênicos mas que se desenvolvem durante o processo de incubação, produzindo 
gases que podem ocasionar o estouro dos ovos na máquina de incubação e a 
contaminação dos demais ovos. 
 Desta maneira, recomenda-se que a primeira higienização seja realizada no 
momento da coleta, no máximo 30 minutos após a postura, tentando assim evitar que os 
microorganismos atravessem a casca e contaminem a clara e a gema. (CHAPTER 5, 
Araújo & Albino) 
 A contaminação inicial do ovo apresenta apenas algumas colônias de 
microorganismos, os quais multiplicam-se dez vezes em apenas 60 minutos. (NORTH, 
1984) 
 
4.3.3.1 – Higienização Úmida (imersão) 
 
A imersão dos ovos em solução de desinfetantes ou antibióticos é usada par a 
eliminação dos microorganismos sobre a casca do ovo. Esse método é pouco usado na 
 
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indústria avícola por ser menos eficiente, uma vez que, a cada imersão, a solução vai se 
saturando com resíduos orgânicos e reduzindo a ação do desinfetante. 
 A imersão consiste em mergulhar os ovos numa solução de amônia quaternária à 
base de 200ppm ou de dióxido de cloro à base de 80ppm logo após a coleta. 
 Os dados encontrados na literatura divergem sobre qual deve ser a temperatura e 
o tempo ideais, podendo se encontrar trabalhos feitos com imersão em soluções com 
temperatura entre 39 e 42°C (Proudfoot ET al., 1985) a 35°C por 10 segundos 
(Donassolo, 2004), 30°C (Soncini & Bittencourt, 2003), 25 a 43°C por 3 minutos (Barros Et 
al, 2001) e 45°C por 30 segundos (Oliveira & Silva, 2000). 
 Segundo Mauldin (2002), a imersão deve ser feita por 5 minutos citando que 
quando a imersão é feita em período de tempos excessivametne longos a temperatura do 
embrião pode elevar-se resultando em mortalidade embrionária. Por outro lado, se o 
processo é feito em curto espaço de tempo não irá promover a desinfecção adequada. 
 
4.3.3.2 - Higienização úmida (lavagem manual) 
 
A lavagem direta pode ser manual, usando-se uma solução de amônia quaternária 
80%, á base de 2%, e formol 37%, a 1%. Essa técnica é usada para higiene de ovos 
sujos. Existe o inconveniente de reduzir a eclosão e estourar os ovos durante o processo 
de incubação. 
 
4.3.3.3 - Higienização úmida (pulverização) 
 
A pulverização foi introduzida no Brasil, em 1980, pela equipe da empresa Big 
Birds S/A com a finalidade de substituir o formol. 
 É uma técnica simples, econômica e eficaz. Quando bem aplicada, reduz a 
contaminação dos ovos e não afeta a eclosão. 
 Entre os produtos mais usados na avicultura brasileira, estão a amônia quaternária 
e o formol ou a combinação desses. 
 Os ovos devem ser pulverizados, no Máximo, 30 minutos após a coleta, antes que 
sejam penetrados pelos microorganismos. As bandejas também são pulverizadas com a 
mesma solução antes de receberem os ovos. Um simples pulverizador é suficiente para 
essa operação. Em seguida, os ovos são guardados num armário livre de poeira. 
 Muitos desinfetantes têm sido usados na desinfecção úmida (pulverização) como: 
 Amônia quaternária: 1.000 a 4.800ppm; 
 Formalina, solução: 1 a 1,5%; 
 Água oxigenada, solução: 1,0 a 5,0%; 
 Bióxido de cloro, solução: 30 a 40ppm; 
 Fenólicos, solução: 1.600ppm; 
 Glutaraldeído, solução: 1.000ppm; 
 Clohexidina, solução: 0,08 a 0,10ppm; 
 Proxitane, solução: 200ppm; 
 Combinações de amônia com: formalina, glutaraldeído, água 
oxigenada, ácido acético; 
 Combinações de água oxigenada com: ácido acétiico, ácido paracétio. 
 
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 Todos esses produtos podem combater os microorganismos contaminantes da 
casca do ovo, porém só serão eficazes se forem considerados os fatores interferentes, 
como: 
 Incompatibilidade; 
 Dosagem; 
 pH; 
 Concentração do principio ativo; 
 Presença de matéria orgânica; 
 Perfumes de azeites componentes do desinfetante; 
 Excesso de minerais na água; 
 Temperatura da água. (CHAPTER 9, Araújo & Albino) 
 
 
4.3.4 – Estocagem 
 
A estocagem dos ovos férteis é uma prática comum e muitas vezes necessária na 
incubação comercial. Na maioria das vezes, o objetivo é evitar a mistura de ovos de 
diferentes lotes e idades, ou de lotes com status sanitário duvidoso e a incubação de um 
maior volume de ovos para atender uma demanda programada. O manejo de estocagem 
depende de vários fatores, entre eles as condições ambientais, linhagem, idade do lote, 
características físicas e químicas do ovo, estagio do desenvolvimento embrionário e 
tempo de estocagem, fatores esses que afetam a eclodibilidade e qualidade do pinto ao 
nascer. (EMBRAPA, 2002) 
 
 
4.3.4.1 – Armazenamento dos Ovos 
 
O armazenamento dos ovos férteis é uma prática, muitas vezes, necessárias na 
incubação comercial. Na maioria das vezes, o objetivo é evitar a mistura de ovos de 
diferentes lotes e idades. Porém, esta prática pode implicar em alterações na 
eclodibilidade dos ovos, necessitando de atenção aos fatores relacionados com a prática, 
como temperatura, umidade e tempo de armazenamento. (CHAPTER 5, Araújo & Albino) 
 
 
4.3.4.2 – Temperatura 
 
Os ovos devem ser armazenados em temperaturas abaixo do “zero fisiológico” 
(23,9°C) para evitar o desenvolvimento do embrião fora da incubadora. Normalmente, é 
utilizada a temperatura entre 18 e 21°C consideradas ideais para o armazenamento dos 
ovos. O resfriamento dos ovos deve ser lento, sedo realizado num período entre 6 a 8 
horas. (CHAPTER 5, Araújo & Albino) 
 
 
 
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4.3.4.3 – Umidade 
 
A umidade relativa deve ser mantida entre 70% e 85%, para evitar a desidratação 
do embrião e a condensação de gotículas na superfície dos ovos. (CHAPTER 5, Araújo & 
Albino) 
 
4.3.4.4 – Tempo 
 
O tempo Máximo de armazenamento é de 4 dias, principalmente para o 
armazenamento de ovos provenientes de matrizes com mais de 48 semanas de idade. 
Ovos de matrizes com menos de 48 semanas de idade possibilitam um tempo de 
armazenamento de até 7 dias sem prejuízos na eclosão. A partir daí a eclodibilidade cai 
na proporção de um ponto percentual por dia a mais de armazenamento. Os ovos postos 
pela manhã devem ser armazenados à tarde e, os postosà tarde devem ser 
armazenados à noite. (CHAPTER 5, Araújo & Albino) 
 
4.4 – Incubação Natural 
 
Usar galinhas para fazer a incubação dos ovos em um aviário comercial só é viável 
no início da criação. Depois que demanda pelo produto aumenta, essa prática torna-se 
economicamente não sendo interessante para o avicultor, pois é muito difícil para 
produtor manter um plantel de aves apenas para incubar os ovos sem que o avicultor 
consiga manter um programa de incubação de forma sistemática que atenda as 
necessidades de produção. 
 
4.5 – Incubação Artificial 
 
O rendimento da incubação está estreitamente relacionado coma mortalidade 
embrionária, à qual sofre influencia da gravidade especifica (espessura da casca) e da 
capacidade do ovo em perder umidade. O acompanhamento dos resultados de 
incubação, para conhecimento sistemático dos índices de nascimento através da eclosão 
e da eclodibilidade, são de fundamental importância para avaliação dos possíveis fatores 
que limitam a produtividade do incubatório. 
 A eclosão é obtida pela relação entre o numero de pintos nascidos e o total de ovos 
incubados (formula 1). Ela representa um índice geral, que caracteriza o desempenho 
tanto da granja produtora de ovos quanto do incubatório. 
 Já a eclodibilidade consiste em uma avaliação mais específica do incubatório. Para 
sua obtenção utiliza-se a relação entre os pintos nascidos e o total de ovos férteis 
incubados (formula 2). Para essa avaliação é indispensável que seja realizada a 
ovoscopia (processo de retirada de ovos claros ou inférteis, realizada no décimo dia de 
incubação ou transferência da incubadora para o nascedouro) esta pratica permite 
também determinar a fertilidade aparente do lote. (formula 3). 
 Após o nascimento dos pintos deve ser realizada a quebragem dos ovos não 
eclodidos para avaliação da mortalidade embrionária precoce (1 a 5 dias) intermediária (6 
a 15 dias) e tardia (16 a 21 dias, de incubação). 
 
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 Valores de 88 e 96% para eclosão e eclodibilidade, respectivamente, refletem boas 
práticas na granja produtora de ovos férteis e no incubatório, ressaltando-se o manejo 
sanitário. 
 É importante salientar que a qualidade do pinto está estritamente relacionada com 
as características do ovo incubado. Neste sentido é fundamental a manutenção de suas 
propriedades reprodutivas para a produção de pintos viáveis e com alta qualidade. 
(EMBRAPA, 2000) 
 
FÓRMULAS: 
 
(1) Eclosão = (Total de pintos nascidos/Total de ovos incubados) X 100 
(2) Eclodibilidade = (Total de pintos nascidos/Total de ovos férteis) X 100 
(3) Fertiliadade = (Total de ovos férteis/Total de ovos incubados) X 100 
 
4.5.1 – Temperatura 
 
A produção industrial de pintos de corte constitui um dos fatores de maior 
importância no desenvolvimento da indústria avícola moderna. O processo produtivo 
envolvido na atividade do incubatório é constituído por entradas (ovos férteis) e 
transformação biológica dessas entradas em produtos (pintos de um dia), agregando 
valor. O sucesso desta atividade envolve condições ótimas de manejo, considerando as 
pressões impostas aos animais pelo ambiente, somatório de fatores biológicos e físicos, 
dentre os quais se destacam a temperatura de incubação e a umidade relativa. 
(GONZALES, 1994). 
 A temperatura é o fator ambiental mais importante e critico que afeta diretamente a 
eclodibilidade. Os reflexos da temperatura de incubação baixa ocasionam retardo no 
desenvolvimento embrionário e diminuição do ritmo de batimento cardíaco, com atraso de 
nascimento, má formação do animal e umbigo não cicatrizado. Temperaturas altas 
promovem aceleração no desenvolvimento do embrião com má posição embrionária, 
umbigo mal cicatrizado, pouca penugem, bicagem e nascimentos adiantados. (GUSTIN, 
2003). A temperatura ideal para obtenção de bom desempenho zootécnico está em torno 
de 37,8°C e que a variação desta não deve ser superior a ± 0,3°C, uma vez que 
variações desta amplitude provocam impacto muito grande na incubação, dilatando o 
período de nascimento. 
 
4.5.2 – Umidade 
 
A umidade relativa é outro ponto a ser levado em consideração, no entanto, esta 
pode variar muito mais que a temperatura sem causar danos sérios a eclodibilidade. 
Porém, deverá ser mantida em determinada amplitude para assegurar a obtenção de 
bons resultados. Se a umidade relativa for muito alta, os embriões tendem a eclodir 
precocemente. (DECUPYERE et al., 2003) 
 Durante a incubação, a taxa de perda evaporativa de peso do ovo é controlada, em 
grande parte, pela umidade relativa da máquina incubadora e, também, influenciada pela 
qualidade da casca. Essa perda de peso tem sido associada a resultados de incubação e 
 
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utilizada como ferramenta eficaz para avaliar o rendimento desse processo (Tullet & 
Burton, 1982) 
 
4.5.3 – Oxigenação/Ventilação 
 
 Para favorecer o metabolismo no desenvolvimento de um pintinho saudável, 
oxigênio tem que ser fornecido e o gás carbônico têm que ser retirado do ovo na forma de 
dejetos. Consequentemente, a manutenção dos níveis corretos de oxigênio durante todo 
o ciclo de incubação tem um efeito benéfico no desenvolvimento do sistema circulatório e 
no crescimento do embrião. Além de aumentar o desenvolvimento dos embriões nas 
incubadoras, a estimulação pelo controle preciso do oxigênio nos nascedouros conduz a 
uma melhor eclosão, redução na janela de nascimento e a uma melhor qualidade do 
pintinho. (CHAPTER 4, Araújo & Albino) 
 
4.5.4 – Viragem 
 
 Essa é uma prática muito importante no processo de incubação, ela evita que o 
embrião cole na membrana interna do ovo além de garantir a temperatura adequada em 
toda circunferência do ovo. 
 Portanto, quando o ovo é colocado em condições de incubação, isto é, oxigenação 
em torno de 21%, temperatura (entre 37,5°C e 38,1°C), umidade relativa (entre 60% e 
75%) e viragem (mínimo de 4 em 4 horas) o embrião encontra o ambiente ideal para um 
desenvolvimento equilibrado e saudável. 
 
4.5.5 – Pré aquecimento 
 
Esse procedimento é fundamental para que os ovos não sofram um choque de 
temperatura e com isso, reduzir a taxa de eclosão. Quando os ovos passam por um 
processo de resfriamento na estocagem, o pré-aquecimento deve ser feito antes que os 
mesmos sejam colocados na chocadeira, esse processo deve ser feito de forma lenta 
num período de 6 a 12 horas a uma temperatura de 24 a 30°C e umidade variando entre 
60 e 70%. Para um bom desenvolvimento do embrião a temperatura interna do ovo, no 
momento da incubação, deve variar entre 26 e 28°. 
 
5 – HABITAÇÃO 
 
Na construção do galpão o principal objetivo é 
oferecer às aves um ambiente onde seja capaz de 
encontrar água em abundancia, alimentação, 
proteção contra predadores, abrigo contra chuva ou 
frio e garantir um manejo adequado contra as 
doenças das aves. As instalações devem ser 
funcionais e acima de tudo simples, não havendo 
necessidade da aquisição de material de alto custo 
para execução do projeto, o que é de extrema 
importância neste caso é o cumprimento de todas às exigências técnicas de higiene e 
 
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22 
manejo para evitar futuros problemas relacionados a doenças das aves e 
consequetemente prejuízos financeiros. 
 Afim de diminuir os custos do projeto o avicultor deve, na medida do possível, 
aproveitar as construções já existentes na propriedade. 
 O piso do galpão deve ser construído preferencialmente de cimento, para que o 
processo de limpeza e desinfecção seja feito de forma simples e eficiente e que não 
permita a passagem de umidade do chão para a cama das aves, ter uma inclinação de 
aproximadamente 2% para facilitar a saída da água no processo de desinfecção, que não 
seja totalmente liso e que esteja a 20 cm de altura em relação ao terreno. 
 
A construção deve ser feita no sentido leste-oeste 
paraque o sol, no período do verão, passe sobre a 
cumeeira. Evitando assim, que os raios solares não 
entrem no galpão (conforme desenho ao lado). 
 O galpão/galinheiro deve ser construído em local 
com um leve declive para evitar que água da chupa 
emposse e contribua com a proliferação de moscas e 
mosquitos. 
 
 O ideal e que o mesmo fique próximo da casa do tratador uns 50 metros 
aproximadamente, e que tenha um sistema de fornecimento de água potável e energia 
elétrica. Deve possuir muretas nas laterais de aproximadamente 20cm, cantos 
arredondados, que seja totalmente fechado com tela para evitar a entrada de pássaros e 
outros animais. 
 O telhado deve ser construído com o pé direito em conformidade com a largura do 
aviário de modo que o interior do aviário seja ventilado e que não seja muito quente nos 
horários de maior incidência do sol. A cobertura do telhado deve passar pelo menos 90cm 
da parede lateral para evitar a entrada de chuva, as paredes laterais deve possuir cortinas 
para proteger as aves dos ventos e chuva. 
 Os galpões devem ser construídos a uma distância mínima de 50 metros uns dos 
outros. 
 
5.1 – Dimensões 
 
O tamanho do galpão deve ser com base nas expectativas de produção do 
avicultor, pois o mesmo deve acomodar no máximo 10 aves por metro quadrado. Porém, 
deve-se levar em consideração algumas dimensões que, na prática, tem apresentado 
melhores resultados. A largura do aviário está diretamente ligada com o tipo de clima da 
região onde o mesmo será implantado. Em locais de clima quente e úmido a largura de 10 
metros é a mais recomendada e em regiões de clima quente e seco a largura ideal fica 
entre 10 e 14 metros. 
O pé direito do galpão é determinado em função da largura do mesmo, de forma 
que essa combinação favoreça o processo de ventilação natural dentro do aviário e com 
isso reduzir a temperatura interna (veja tabela abaixo). Quanto mais largo for o aviário, 
maior tem que ser a sua altura. O avicultor deve considerar a intensidade dos ventos de 
 
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sua região quando a altura do pé direito ultrapassar os 3 metros de altura. Em regiões de 
ventos fortes deve-se reforçar a estrutura do galpão para evitar transtornos futuros. 
 
 
Largura do Aviário (m) 
 
Pé direto mínimo em climas 
quentes (m) 
 até 8 2,80 
 8 a 9 3,15 
 9 a 10 3,50 
 10 a 12 4,20 
 12 a 14 4,90 
 
Fonte: TINÔCO (1995) 
 
 
5.2 – Equipamentos e Utensílios 
 
 
A utilização de alguns equipamentos exclusivos para a avicultura se faz 
extremamente importante em um projeto de criação de galinhas caipiras e o avicultor 
deve providenciá-los o mais breve possível para atender as necessidades básicas das 
aves. 
 
 
5.2.1 – Comedouros 
 
Os comedouros mais utilizados em projetos de avicultura são os 
tipos tubulares, mais isso não impede de o avicultor possa improvisar 
esses equipamentos na propriedade, levando em conta que os 
mesmos devem ser projetados com o intuito de facilitar a 
alimentação das aves, manter a ração sempre limpa e, sobretudo, 
evitar o desperdício. Os comedouros do tipo bandeja são os mais 
usados nos primeiros dias de vida dos pitinhos e deve ser 
considerado a proporção de 80 pintos por comedouuro. 
 
 
 
 
O avicultor deve regular a altura do comedouro conforme o 
desenvolvimento da ave durante o período de criação, de forma que a 
borda superior do mesmo se mantenha na altura do dorço das aves. 
 
 
 
 
 
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5.2.2 – Bebedouros 
 
O fornecimento de água requer por parte do avicultor uma 
atenção especial, pois as aves devem sempre receber água 
potável e em temperatura abaixo da temperatura ambiente em 
seus bebedouros. Os equipamentos que melhor atendem as 
necessidades de bom manejo são os bebedouros automáticos. 
 
 
 
A borda superior dos bebedouros devem ficar a uma altura de 
mais ou menos 4 cm acima do dorço das aves, para evitar que 
os pintos derrame a água sobre a cama (veja desenho ao lado). 
Os outros modelos devem ser regulados conforme orientação 
dos fabricantes. 
 
 
 
 
 
5.2.3 – Campânolas 
 
Nos primeiros dias de vida do pintinho, manter uma boa 
fonte de calor é de fundamental importância para o 
desenvolvimento dos mesmos. Para isso, é utilizado dois 
modelos de campânolas: as elétricas e as campanolas à 
gás GLP (de cozinha). Esses utensílios são encontrados 
com facilidade nas lojas do ramo. Normalmente, as 
campanolas podem ser a gás ou com energia elétrica. As 
mais usadas são as com capacidade para 500 pintos. As 
campanolas podem ser usadas até os 30 dias de vida do pintinho, isso depende da 
temperatura da região onde o aviário está localizado. Os pintinhos nascem com 
uma temperatura em torno dos 39,5°C e o produtor deve aos poucos, ir baixando essa 
faixa de temperatura conforme os pintinhos vão ficando empenados. A falta ou excesso 
de calor pode prejudicar a saúde dos pintinhos. Portanto, o tratador das aves deve manter 
a atenção redobrada enquanto houver a necessidade de aquecimento externo. 
 Para reduzir custos, o avicultor pode improvisar uma campanola usando uma 
lâmpada de 60 ou 100watts com um algum material que possa refletir o calor em direção 
ao chão do galpão (ex. bacia revestida com papel alumínio). 
 O avicultor deve criar as condições necessárias para que as aves encontrem o 
conforto ambiental dentro do aviário. As temperaturas adequadas para um 
desenvolvimento saudável das aves são as seguintes: 
 
 
 
 
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Temperatura Idade 
32°C 1º dia 
30°C 2º ao 7º dia 
29°C 2ª Semana 
27°C 3ª Semana 
24°C 4ª Semana 
 
 
5.2.4 – Cortinas 
 
 Localizada nas laterais dos galpões, este é um recurso muito usado para proteger 
as aves contra as intempéries climáticas e fazer a troca de ar no interior do galpão. Este 
item não pode ser negligenciado no projeto dos aviários. 
 
5.2.5 – Ninhos 
 
No galpão de aves de postura deve-se colocar 
uma “bateria de ninhos” com a finalidade de evitar 
que galinhas ponham os ovos no chão do galpão. 
Isso evita maiores problemas de infecção por fungos 
e bactérias nos ovos. 
 
 
 
 
 
 
5.2.6 – Poleiros 
 
Este recurso está mais ligado a uma prática de bem estar animal em função das 
aves, quando soltas, procurarem lugares mais altos para passarem a noite. 
 
 
5.2.7 – Ventiladores 
 
Nas regiões mais quentes do país, o uso de ventiladores se torna indispensável 
nos projetos dos aviários, pois eles possibilitam uma redução considerável da temperatura 
dentro do galpão. O uso dos ventiladores não dispensam a plantação de árvores ao redor 
dos galpões para proporcionar sombras às aves. 
 
 
5.2.8 – Gerador de Energia 
 
Este equipamento não precisa ser adquirido na fase inicial da avicultura. Porém, o 
avicultor deve providenciá-lo com a maior brevidade possível para que em caso de falta 
de energia da operadora, esse equipamento possa fornecer energia à propriedade, 
principalmente quando tem ovos sendo incubados. 
 
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5.2.9 – Caixa D´água 
 
As aves, assim como os humanos, necessitam receber água de qualidade para seu 
consumo diário. Desta forma, é possível garantir ao plantel melhores condições de 
higiene e, sobretudo, proteger as aves contra uma série de doenças. Em todas as fases 
de criação da ave a água deve ser oferecida em temperatura média 22°C e de forma 
abundante. O consumo da água está diretamente ligada a temperatura do ambiente, 
idade das aves, quantidade de sal e proteínas da ração e qualidade da mesma. Veja 
tabela abaixo. 
Semana ml / dia / frango I / dia / 12.000 frangos 
1 32 384 
2 69 828 
3 104 1248 
4 143 1716 
5 179 2149 
6 214 2568 
7 250 3000 
8 286 3432Fonte: Embrapa 
 
5.2.10 – Balança 
 
Periodicamente, a pesagem de amostras da criação é de extrema importância para 
acompanhar o desenvolvimento das aves. Para isso, o criador deve providenciar uma 
balança que possa atender de forma satisfatória essa necessidade. 
 
5.2.11 – Thermo Higrômetro 
 
O avicultor deve acompanhar diariamente as condições climáticas do seu aviário e 
tomar as medidas necessárias para proporcionar às aves uma condição adequada para 
um bom desenvolvimento. Para monitorar a temperatura e a umidade do aviário o termo-
higrômetro deve ser mantido a uma altura de aproximadamente 50 cm do chão do aviário. 
 
6 – SISTEMA DE PRODUÇÃO 
 
Definir um sistema que seja adequado para a 
propriedade é fundamental para o processo de criação de 
aves. 
 Com base no sistema escolhido o avicultor vai projetar 
os espaços necessários para o manejo adequado de sua 
criação. 
 A ocupação dos galpões deve ser de no máximo 10 
aves por metro quadrado de área e os piquetes de 4 a 5 metros de área para cada ave. 
 Para manter um bom programa de biosseguridade o avicultor deve obedecer o 
sistema de criação onde todas aves alojadas tenham a mesma idade, essa pratica é 
 
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conhecida popularmente como “todos dentro todos fora”. Assim, é possível fazer uma 
limpeza e higienização de forma mais efetiva e que combinada com o vazio sanitário 
possa eliminar boa parte das bactérias do lote anterior. 
 
6.1 – Sistema Intensivo 
 Assim como na criação industrial de frangos de granja, o sistema intensivo também 
se aplica na criação de galinha caipira. As aves são mantidas em confinamento do 
nascimento até a data de abate e é fundamental manter a densidade correta de aves para 
a capacidade do galpão, obedecendo um limite de no máximo 8 aves por metro quadrado. 
6.2 – Sistema Semi Intensivo 
 
O sistema semi-intensivo é bastante usado na criação de galinhas caipiras ele é 
uma combinação da criação intensiva com a criação solta, para isso é necessário a 
utilização de piquetes para as aves fazerem o pastoreio durante algumas horas do dia. O 
espaço para o piquete deve ser de no mínimo 4 metros quadrados por ave. 
 
6.3 – Sistema Extensivo 
 
Esse é o sistema que oferece as melhores condições para a criação de galinhas 
caipiras. Nesse sistema as aves passam o dia todo soltas, ciscando e se alimentado com 
gramíneas e restos de frutas e verduras produzidas na propriedade. Ao entardecer, são 
recolhidas no galpão onde possam se proteger contra predadores as intempéries 
climáticas e onde possam receber ração balanceada. O limite de ocupação dos piquetes é 
de uma ave para cada 5 metros quadrados de área. 
 
7 – ALIMENTAÇÃO DAS AVES 
 
O sucesso financeiro em uma criação de galinhas caipiras depende, em boa parte, 
da qualidade da ração e do custo com a produção da mesma. O maior custo em um 
projeto de criação de galinhas é com a alimentação das aves (75%) em média. Por isso, o 
produtor tem que procurar soluções de reduzir os custos sem que a qualidade nutricional 
da ração seja diminuída. 
 Um programa de alimentação deve atender as necessidades nutricionais das aves 
em suas diversas fases da vida. Por isso, se faz necessário o conhecimento da demanda 
nutricional dessas aves para que o produtor possa oferecer essa ração na quantidade e 
com os nutrientes certos para que as galinhas caipiras tenham um ganho de peso e 
produção de ovos dentro do padrão racial de cada ave. 
 Para baixar os custos com a ração para as aves, o produtor pode formular a ração 
em sua propriedade usando os ingredientes que podem ser encontrados na sua região. 
 A ração balanceada garante às aves os nutrientes necessários para alcançarem o 
peso ideal, produzir ovos sem deficiência de minerais e com as características ideais para 
a incubação. No entanto, o fornecimento de alimentos alternativos na dieta das aves é 
que vai complementar os nutrientes fornecidos na ração balanceada, além disso, é com 
 
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essa alimentação que as galinhas adquirem o sabor característico das aves criadas soltas 
nos terreiros e esse é o diferencial entre esse tipo de galinhas e o frango industrial. 
 Elaborar um cardápio com capins, gramíneas, sobras de frutas, legumes ou 
verduras que não são comercializadas, também podem fazer a diferença quando se trata 
de baixar custos com a alimentação das aves. 
 As aves podem ser soltas em piquetes a partir 28° dia e com isso começar a se 
alimentar com matéria verde de boa qualidade nutricional. Os piquetes devem ser 
formados por leguminosas e gramíneas que tenha brotos novos e tenros, alto teor de 
proteína, boa digestibilidade. As matérias verdes mais usados em piquetes são as 
seguintes: capim napier, capim quicuiu, capim tiffiton, capim coast-cross, grama estrela 
africana, rami, assa peixe, confrei entre outros. Outros alimentos alternativos como a 
mandioca, feijão guandu, batata doce, tronco e folhas de bananeira, cunhã, leucena e 
sorgo também podem ser oferecidos como alimentação para as galinhas caipiras. 
 Dentro dos piquetes o avicultor deve plantar algumas arvores para fazer sombra 
para as aves, essa prática é de suma importância dentro de um projeto de criação de 
galinhas caipiras no sistema semi-intensivo e extensivo. 
 
Se possível, é interessante manter um 
sistema de rotação de piquetes, para 
garantir períodos de aproximadamente 30 
dias de descanso para o brotamento da 
vegetação e a recuperação do pasto, 
causada pelo pisoteio das aves. 
 O fornecimento de alimentação verde 
para as aves garantem uma maior 
pigmentação da carne e ovos da galinha 
caipira, além de contribuir com o sabor 
inconfundível desse tipo de ave. 
 
7.1 – Ingredientes da Ração Balanceada 
 
A aquisição de ingredientes para a formulação da ração balanceada permite ao 
produtor incluir os grãos que possam ser encontrados na sua própria região com mais 
facilidade. 
 Os insumos que representa a base da ração são os seguintes: milho triturado, 
farelo de trigo, farelo de soja. Os outros ingredientes podem e devem ser 
complementados pelos grãos da região. 
 A ração balanceada pode ser comprada ou elaborada pelo avicultor. É comum 
encontrar no mercado local as rações prontas desenvolvidas para as necessidades 
nutricionais das aves e destinadas às aptidões das mesmas (corte ou postura) 
 Para elaborar a ração na propriedade o avicultor deve usar aos ingredientes que 
garantam as necessidades nutricionais das aves. Que são as seguintes: 
Fontes de Proteínas: Todas as necessidades de proteínas das aves devem ser 
atendidas usando alimentos vegetais. Para isso, o produtor pode usar os seguintes 
 
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alimentos: farelo de amendoim, farelo de girassol, farelo de soja, farelo de canola, farelo 
de algodão, farelo de glutem, entre outros. 
Fonte de Energia: mandioca seca, milho triturado, sorgo, quirera de arroz, farelo de trigo, 
óleo de soja, triguilho, etc. 
Fonte de Minerais: sal comum, fosfato bicálcico e calcário calcítico. 
Fonte de Micronutrientes: é uma mistura de algumas vitaminas e minerais. (No mercado 
agropecuário existe um produto que é muito usado para suprir essa necessidade, 
conhecido como premix). 
 
7.2 – Armazenamento 
 
Para conservar a qualidade nutricional das rações, o produtor deve manter um 
lugar especifico para essa finalidade. O deposito deve ser um lugar arejado, sem umidade 
e que não receba incidência direta do sol. Dessa forma, é possível ter um melhor 
aproveitamento dos ingredientes que compõe a ração. 
 O produtor deve manter o lugar sem a presença de animais domésticos, pássaros, 
insetos e fazer um controle permanente contra ratos. Esses animais podem levar doenças 
que serão transmitidas através da alimentação das aves. 
 
7.3 – Alimentação de Galos/Matrizes 
 
Estudos tem mostrado que uma dieta diferenciada para machos reprodutores com 
níveisde proteína em torno de 12% tem mantido o nível de sêmem em um patamar 
satisfatório, aumentando a eclodibilidade dos ovos e reduzido o custo com a produção da 
ração oferecida às aves durante o período de reprodução. 
No Brasil, os produtores de galinhas caipiras não adotam práticas de ração 
diferenciada para galos reprodutores e as razões pelas quais isso não é praticado está 
relacionado com a falta de informação sobre o tema, dificuldades no manejo alimentar, 
incertezas de funcionalidade da ração, além da dificuldade e possibilidade de erro no 
processo de formulação da mesma. 
 Assim como na dieta dos galos, as galinhas também merecem atenção especial, 
pois uma alimentação balanceada contribui e muito com a produção de ovos de boa 
qualidade para a incubação. 
 Sabe-se que uma dieta com 16% de proteína e 2.800 kcal e as vitaminas e 
minerais nos níveis corretos mantém a ave em perfeitas condições nutricionais para uma 
boa manutenção do seu desenvolvimento físico. 
 A base de um projeto de criação de galinhas caipiras é exatamente o plantel de 
reprodução e o produtor deve aplicar todas as técnicas de manejo para manter e 
maximizar a produtividade e o bem estar das aves. 
 
8 – CUIDADOS SANITÁRIOS 
 
Apesar das galinhas caipiras possuírem uma excelente rusticidade, ao contrario do 
frango industrial, isso não evita a contaminação por fungos, vírus e bactérias. Por isso, o 
avicultor deve observar, diariamente, o comportamento das aves para identificar, o mais 
 
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rápido possível, algum tipo de anomalia. E, percebendo algum sintoma de doença, deve 
fazer a separação das aves para aplicar o tratamento devido. 
 Além disso, fazer uma limpeza, dentro e fora do galpão, seguida de desinfecção 
das instalações das aves é de extrema importância para diminuir, significativamente, a 
contaminação nos criatórios. 
 Aliado a isso, o avicultor deve manter um programa de vacinação preventiva 
atualizado. Pois, com esse cuidado ele pode evitar grandes perdas em seu aviário. 
 O programa de biosseguridade deve ser orientado por um médico veterinário 
responsável pelo plantel, com base na PNSA (Programa Nacional de Sanidade Avícola) e 
em concordância com os órgãos oficiais regionais. Esses cuidados são necessários para 
atender os programas de controle e erradicação de enfermidades como micoplasmose, 
salmonelose e a doença de newcastle que estão sendo executados e, atualmente 
encontram-se em diferentes estágios de implantação nos Estados. (EMBRAPA) 
 
8.1 – Controle de Parasítas 
 
Para evitar problemas como: fraqueza, anemia e até a morte das aves, o avicultor 
deve fazer um controle sistemático de parasitas externos (piolhos, pulgas, ácaros, 
carraças, barbeiros e carrapatos) e internos (vermes lombrigas). As aves infestadas com 
esses parasitas podem desenvolver raquitismo, diarréia e, consequentemete, baixa 
produção. 
 Para o combate dos parasitas internos deve-se usar os vermífugos de amplo 
expectro e para os externos, o uso de inseticida deve ser adotado. Nesse caso, o avicultor 
deve usar rigorosamente os EPI´s (Equipamentos de Proteção Individual) e, em alguns 
casos, evitar que atinja as aves com os produtos usados. Para uma aplicação segura é 
fundamental seguir as orientações de uso dos produtos oferecidas pelos fabricantes. 
O uso de hortelã miúda, tronco e folha de bananeira oferecidos na alimentação 
alternativa das aves e a colocação de folha de tabaco e citronela dentro dos ninhos e do 
aviário tem se mostrado como um eficiente método de prevenção desses parasitas. 
 
8.2 – Restrição de Visitas 
 
Para manter o aviário com um bom controle de biosegurança é muito importante o 
produtor manter um rigoroso controle de visitantes/curiosos em seu projeto, pois as 
pessoas podem, sem querer, trazer enfermidades para o seu plantel através de seus 
calçados e roupas. As visitas permitidas devem passar por um processo de higienização 
e, se possível, fazer a troca de roupas e sapatos, fornecidos pelo avicultor, para que 
possam entrar nos aviários com segurança. 
 O ideal é que apenas o tratador possa entrar nos galpões e piquetes. 
 
8.3 – Vazio Sanitário 
 
O vazio sanitário é um intervalo, de extrema importância, entre o lote que sai e o 
lote que chega ao galpão. É uma das etapas de biosegurança mais importante para 
garantir ao próximo lote de aves, um ambiente com menor numero de microorganismos 
 
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nocivos à saúde dentro do galpão. Nesse intervalo, algumas práticas de limpeza e 
desinfecção devem ser executadas para que o vazio sanitário atinja a sua máxima 
eficiência. 
 O uso de produtos que possam auxiliar o avicultor nesse propósito e que tenham 
sua eficácia comprovada é de fundamental importância para que, os agentes patológicos 
sejam diminuídos ou eliminados. 
 Dependendo das ocorrências de enfermidades no lote anterior, o intervalo de vazio 
sanitário pode ser de 15, 30 ou 60 dias. O que vai definir o tempo de duração do vazio 
sanitário é a intensidade das doenças em níveis baixos, médios ou altos, 
respectivamente. 
 Além do período de vazio sanitário, a realização de um programa de limpeza 
contínuo no aviário é fundamental para a manutenção da saúde do plantel. 
 
8.4 – Cronograma de Vacinação 
 
A melhor maneira de evitar as doenças em um projeto de criação de aves, ainda é 
seguir um bom programa de vacinação. E para atender as granjas de criação de galinha 
caipira o avicultor deve procurar um médico veterinário em sua região, para que o mesmo 
possa desenvolver um programa específico para a localidade onde se pretende montar o 
aviário. Com base nas informações sobre as doenças mais freqüentes na região do 
criatório, o médico veterinário irá elaborar um cronograma de vacinação que possa 
auxiliar o avicultor no que se refere ao controle de doenças mais comuns nas aves 
domésticas (modelo abaixo). 
 
Idade Doença Via de aplicação 
1 dia 
(incubatório) 
Marek + Gumboro + Bouba (suave) Subcutânea 
7 dias New Castle (B1) + Broquite Infecciosa 
(H120) + Gumboro 
Ocular 
35 dias Bouba (forte) Membrana da asa 
35 dias New Castle (LS) + Bronquite Infecciosa 
(H52) + Gumboro 
Ocular 
50 dias Coriza Infecciosa (aquosa) Intramuscular) 
70 dias New Castle (LS) + Bronquite Infecciosa 
(H52) + Gumboro 
Ocular 
100 dias Encefalomielite Aviária Água de bebida (sem 
cloro) 
120 dias Coriza Infecciosa (oleosa) Intramuscular 
135 dias New Castle + Gumboro + Bronquite 
Infecciosa 
(tríplice oleosa) 
Intramuscular 
 
 
9 – FASES DA CRIAÇÃO 
 
Para melhor aplicar as técnicas de manejo na produção de frangos caipiras, se 
torna necessário dividir o período de vida das aves em três fases. Deste modo, o avicultor 
 
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pode oferecer o alimento ideal para cada fase e observar melhor o desenvolvimento das 
aves. 
 
9.1 – Fase Inicial 
 
Os primeiros 28 dias de vida das aves é considerado o 
período mais crítico da criação de galinhas caipiras e nesta 
fase os animais devem receber o maior cuidado para que 
sejam protegidos contra os predadores, ventos, chuvas e 
também possam receber uma fonte de calor, pois as aves 
nessa idade são dependentes de uma fonte externa de calor 
para se manterem aquecidas. Para regular a temperatura, o 
avicultor deve observar o comportamento dos pintinhos 
dentro do circulo de contenção (conforme gravura ao lado). 
Nesta fase as aves devem receber a vontade água potável e 
ração balanceada elaborada exclusivamente para essa idade. 
 
9.2 – Fase de Crescimento 
 
A partir do 28° as aves já sentem mais calor do que frio, em função disso os 
pintinhos já podem ser liberados para terem contato com os alimentos alternativos e aos 
poucos irem para área de pastos. O hábito de ingerir esse tipo de alimento vai 
proporcionar melhores condições de saúde às aves. A fase de crescimento vai até o 57° 
dia de vida, durante esse períodoas aves devem receber, à vontade, uma ração 
adequada para um desenvolvimento satisfatório. 
 
9.3 - Fase de Terminação 
 
Do 57° em diante o frango caipira deve receber uma ração com um teor de proteína 
bruta variando entre 16 e 17%. Nessa fase, o abate acorre quando a ave completa 85 
dias e atingem um peso médio de 2.200kg ou conforme exigências do mercado 
consumidor. Na terminação o fornecimento de alimentação alternativa deve ser oferecido 
de forma contínua. 
 
10 – PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO 
 
O avicultor deve procurar manter um regime de regularidade no fornecimento de 
produtos para o mercado consumidor e para que esse objetivo seja alcançado é 
fundamental que o produtor leve em consideração o seguinte calculo: 
 
 
Período de criação 80 dias 
Período de limpeza/desinfecção 21 dias 
Total 102 dias 
 
Lotes por ano = (365/102) 3,57 Lotes 
 
 
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Lotes por mês = (12/3,57) 3,36 Galpões 
 
 Portanto, se o avicultor deseja produzir um lote por mês ele deve construir 4 
galpões para atender essa demanda. 
 
11 – MANEJO DA CRIAÇÃO 
 
Ao nascerem, os pintinhos são alojados em pinteiros recebendo água e ração à 
vontade, e luz para o aquecimento, não podendo neste período passar frio, fome ou sede. 
Os preparativos para a chegada dos pintinhos devem ser iniciados com antecedência. 
 
 A cama deve estar espalhada em todo o galpão (3 a 5 cm de altura). 
 Manter as cortinas fechadas 
 Formar o círculo de proteção com placas de Eucatex/madeirite. 
 As campânulas devem ser ligadas com 1 a 2 horas de antecedência, para que a 
temperatura esteja, na hora da chegada, em 30 a 32°C. dentro do círculo 
 Fornecer água e ração à vontade. 
 
 Diariamente o tamanho do circulo é aumentado de forma que no 9° dia de vida dos 
pintinhos o circulo seja retirado. Ao completar 30 dias de idade os frangos tem acesso aos 
piquetes durante o dia. Neste período, os frangos adquirem o hábito de ciscar, comer 
capim, insetos e outra alimentação alternativa, mas continua-se fornecendo ração de 
maneira regulada no interior do galpão. As aves podem receber também restos de 
verduras, frutas e comidas, servindo como complemento alimentar. 
 Em volta do piquete, recomenda-se plantar árvores frutíferas ou ornamentais, que 
promovam sombra para as aves, para que quebrem a força dos ventos e, eventualmente, 
forneçam algum tipo de alimento (ex: hibisco, feijão guandu, amoreiras, goiabeiras, 
bananeiras etc.). também é recomendado a plantação de confrei, rami, leucena, couve, 
espinafre, etc. para fornecimento complementar ao pasto. 
 Os frangos permanecem nesse sistema por volta de 90 dias, pesando em média 
2,3 quilos estando prontos para o abate. (NUTRITIME, Art. 106, 2010) 
As galinhas e os galos de reprodução devem ser criados separados dos demais na 
proporção de 8 a 10 galinhas para cada galo. A idade reprodutiva das aves inicia-se com 
20 semanas de vida e deve permanecer no plantel por até 24 meses de idade. Depois 
desse período, inicia-se o segundo ciclo de postura e a produtividade dessas aves 
começa a cair, em função da idade e da muda de penas, se tornando inviável para 
incubação dos ovos. 
 
11.1 – Programa de Iluminação 
 
As frangas que nascem numa época do ano, em que o período de recria coincida 
com o aumento do numero de horas do dia, entrarão em postura mais cedo. Ao contrario, 
as frangas nascidas em época do ano em que a duração do período de luz natural é 
 
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decrescente, iniciarão a postura um pouco mais tarde. A diferença entre esses lotes oscila 
de 10 a 15 dias. Entretanto, a precocidade excessiva na maturidade sexual representa, 
geralmente, problemas na criação desses lotes. Esse desenvolvimento corporal precoce 
faz com que a ave desvie para a produção de ovos os nutrientes, que deveriam estar 
disponíveis para completar o seu crescimento. Com isso, as frangas não atingem o peso 
ideal e iniciam precocemente a postura pondo ovos muito pequenos, que não atinge a 
classificação de venda. Além disso, futuramente essas frangas apresentarão menor 
produção de ovos, menor persistência de postura como também, poderão apresentar 
problemas de prolapso do oviduto. Para compensar as deficiências do período de luz 
natural na recria das frangas, deve-se adotar programas especiais de iluminação artificial. 
Como regra gera, nos lotes que coincidam o período de recria com o aumento da 
quantidade de horas de luz, adiciona-se 4 horas à quantidade em horas de natural na 
idade de 20 semanas das frangas. A partir dessa idade, reduz-se 15 minutos por semana 
até as frangas atingirem 20 semanas. Dessa maneira, as frangas retardarão o inicio da 
postura evitando os problemas advindos da maturidade sexual precoce. A iluminação 
artificial deve ser feita ligando-se a luz de madrugada e deixando-se acesa até o clarear 
do dia. Os outros programas de iluminação artificial são relativamente complexos e não 
encontram justificativa econômica para o seu emprego na escala da pequena produção 
como a preconizada nessa publicação. Entretanto, aqueles que se interessarem, pelos 
programas de iluminação, deverão procurar os compêndios mais especializados na 
produção industrial avícola onde encontrarão farto material a respeito do assunto. (SILVA 
& NAKANO, 2002) 
 
11.2 – Controle do Choco 
 
O choco das galinhas é um fenômeno reprodutivo natural, pelo qual as aves podem 
perpetuar a espécie, realizando a incubação dos ovos para o nascimento da geração 
seguinte. Como durante o período do choco as galinhas não botam ovos, esse processo 
passa a ser indesejável sob o ponto de vista econômico, principalmente por que a 
reprodução esta sob o controle do homem que a realiza em condições artificiais, com 
grane eficácia. O choco das galinhas é facilmente identificado pelo seu comportamento 
mais agressivo quando vamos colher os ovos no ninho, pois ela bica nossa mão com 
bastante raiva. O som do seu cacarejar torna-se, também, como que irritadiço e 
ameaçador. Portanto, o avicultor deve evitar, a todo custo, que suas galinhas fiquem 
chocas e se, porventura, ficarem, deverá tomar as providencias a seguir, tão logo quanto 
possível! 
 Existem inúmeras receitas para se combater o choco. A primeira é evitar tanto 
quanto possível que os ovos permaneçam no ninho, principalmente à noite. Porque à 
noite algumas galinhas poderão dormir no ninho e serem induzidas ao choco. Os ninhos 
deverão ser fechados na ultima colheita de ovos, no período da tarde. Se, mesmo assim, 
aparecer alguma galinha choca, pode-se colocá-la em uma gaiola, de preferência 
suspensa, para que fique balançando, pelo período de dois dias. Essa receita foi-me 
recomendada, como bastante eficaz, pelo Prof. Jaap, que a utilizava em peruas, cuja 
freqüência de choco é muito mais intensiva que nas galinhas. A receita a seguir, só a 
escutei de avicultores caipiras nacionais! Consiste em mergulhar a galinha em um balde 
 
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de água fria por duas ou três vezes, retendo-a imersa, por alguns segundos, para que ela 
fique bastante assustada e desista do choco. (SILVA & NAKANO, 2002) 
 
11.3 – Sexagem 
 
Nos criatórios de galinha caipira, a prática de criação de machos e fêmeas no 
mesmo galpão é muito comum, embora não seja a mais indicada, cabe ao produtor 
encontrar a forma mais apropriada e que não interfira no bem estar das aves. 
 Para que seja feita a sexagem, existem duas maneiras que melhor se adéquam a 
criação de aves caipiras, que são: 
 Primeira: O avicultor deve observar a velocidade de empenamento dos pintainhos, 
nas fêmeas, ele ocorre mais rápido em relação aos machos. 
 Segunda: Deve ser realizada pela observação da cloaca dos pintainhos, através da 
proeminência genital das aves. Nesse processo o avicultor deve eliminar as fezes da 
cloaca, para ter uma melhor visualização do sexo. Com uma das mãos

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