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APOSTILA DE AVICULTURA - 22-07-21

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22/07/2021 APOSTILA DE AVICULTURA
https://ava.bambui.ifmg.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=64547 1/124
APOSTILA DE AVICULTURA
Site: AVA - IFMG Campus Bambuí
Curso: Avicultura - BIBZOOT.2019.1-A
Livro: APOSTILA DE AVICULTURA
Impresso por: Administrador Usuário
Data: quinta, 22 jul 2021, 10:43
https://ava.bambui.ifmg.edu.br/
22/07/2021 APOSTILA DE AVICULTURA
https://ava.bambui.ifmg.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=64547 2/124
Descrição
Esta apostila é o material base para o curso de Avicultura dos cursos técnicos e superiores.
Desejo uma boa leitura e bons estudos!
 
22/07/2021 APOSTILA DE AVICULTURA
https://ava.bambui.ifmg.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=64547 3/124
Índice
1. INTRODUÇÃO
1.1. IMPORTÂNCIA DA AVICULTURA
1.2. FATORES QUE CONTRIBUÍRAM PARA O PROGRESSO DA AVICULTURA MUNDIAL
1.3. 4. FATORES FUNDAMENTAIS PARA O SUCESSO DO BRASIL NO CENÁRIO DA AVICULTURA BRASILEIRA
2. ÍNDICES ZOOTÉCNICOS NA AVICULTURA
2.1. ÍNDICES ZOOTÉCNICOS NA AVICULTURA DE CORTE
2.2. ÍNDICES ZOOTÉCNICOS NA AVICULTURA DE POSTURA
3. ESTATÍSTICAS DA AVICULTURA NO BRASIL E NO MUNDO
3.1. AVICULTURA DE CORTE
3.2. AVICULTURA DE POSTURA
3.3. EXPORTAÇÃO DE MATERIAL GENÉTICO
4. MATERIAL GENÉTICO E PRINCIPAIS LINHAGENS DE FRANGOS E GALINHAS POEDEIRAS COMERCIAIS
4.1. ORIGEM E CLASSIFICAÇÃO DAS AVES
4.2. MATERIAL GENÉTICO , PRINCIPAIS CLASSES E RAÇAS DE GALINÁCEOS
4.3. LINHAS PURAS, AVÓS, BISAVÓS, MATRIZES E FRANGO COMERCIAL
4.4. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PARA SELEÇÃO DAS LINHAGENS
4.5. PRINCIPAIS LINHAGENS DE FRANGOS DE CORTE E DE GALINHAS POEDEIRAS COMERCIAIS
5. SiSTEMAS DE PRODUÇÃO DE FRANGOS DE CORTE E DE POEDEIRAS COMERCIAIS
5.1. SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
5.2. SISTEMA DE PRODUÇÃO DE OVOS PARA CONSUMO
6. LIMPEZA E DESINFECÇÃO DOS AVIÁRIOS
6.1. PRINCIPAIS DESINFETANTES UTILIZADOS NA AVICULTURA
7. CAMA DE AVIÁRIO E CUIDADOS PARA SUA REUTILIZAÇÃO
7.1. A CAMA DE AVIÁRIO
7.2. REUTILIZAÇÃO DA CAMA DE AVIÁRIO
8. MANEJO INICIAL DE PINTOS DE CORTE E PINTAINHAS DE GALINHAS POEDEIRAS
8.1. RECEBIMENTO DOS PINTOS DE CORTE E DE POSTURA
8.2. TRANSPORTE DOS PINTINHOS DO INCUBATÓRIO ATÉ A GRANJA
8.3. MONTAGEM DOS CÍRCULOS DE PROTEÇÃO OU ÁREA DE ALOJAMENTO DOS PINTINHOS E PRIMEIROS CUIDADOS
9. MANEJO DE FRANGOS DE CORTE NAS FASES INICIAL, CRESCIMENTO E FINAL
9.1. FASES DE CRIAÇÃO DOS FRANGOS DE CORTE
9.2. CRIAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE COM SEPARAÇÃO DE SEXO
9.3. ACOMPANHAMENTO DO PESO DE UMA AMOSTRA DE FRANGOS SEMANALMENTE
9.4. DENSIDADE DE CRIAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
9.5. GALPÕES CONVENCIONAIS – MANEJO DE CORTINAS
9.6. VENTILAÇÃO DO AVIÁRIO
9.7. PROGRAMA DE ILUMINAÇÃO
9.8. BEBEDOUROS
9.9. COMEDOUROS
9.10. REVOLVIMENTO DA CAMA DE AVIÁRIO
9.11. PROGRAMA DE RAÇÃO, ASPECTOS FÍSICOS E CUIDADOS NA FABRICAÇÃO PARA FRANGOS
9.12. PROGRAMAS DE RAÇÃO PARA FRANGOS DE CORTE
9.13. ASPECTOS FÍSICOS DA RAÇÃO
9.14. CUIDADOS NA FABRICAÇÃO DA RAÇÃO
9.15. DESCARTE DAS AVES MORTAS NO AVIÁRIO
9.16. RECAPITULAÇÃO DOS PONTOS ESSENCIAIS NO MANEJO DE UM PLANTEL DE FRANGOS DE CORTE
10. MANEJO PRÉ-ABATE DE FRANGOS DE CORTE
22/07/2021 APOSTILA DE AVICULTURA
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10.1. PROGRAMAÇÃO DA RETIRADA DO LOTE DE FRANGOS
10.2. PREPARAÇÃO DO AVIÁRIO E APANHA DE FRANGOS DE CORTE
10.3. NÚMERO DE AVES POR CAIXA
10.4. TRANSPORTE DAS AVES ATÉ O ABATEDOURO E ESPERA NA PLATAFORMA DE ABATE
11. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO LOTE DE FRANGOS DE CORTE
12. PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA CRIAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE E GALINHAS POEDEIRAS
12.1. AQUECEDORES DE AVIÁRIO
12.2. COMEDOUROS
12.3. BEBEDOUROS
12.4. VENTILADORES
12.5. EXAUSTORES
12.6. SISTEMA DE RESFRIAMENTO ADIABÁTICO EVAPORATIVO OU PLACAS EVAPORATIVAS OU COLLER (RESFRIADOR)
12.7. NEBULIZADORES
12.8. CORTINAS
12.9. GAIOLAS
12.10. DEBICADORES
12.11. NINHOS
12.12. SILOS PARA ARMAZENAMENTO DE RAÇÃO
12.13. DEMAIS EQUIPAMENTOS
13. SÍNDROMES METABÓLICAS OU DOENÇAS DE PRODUÇÃO EM FRANGOS DE CORTE
13.1. RESTRIÇÃO ALIMENTAR EM FRANGOS DE CORTE
13.2. SÍNDROME ASCÍTICA OU SÍNDROME DA HIPERTENSÃO PULMONAR (SHP)
13.3. DISCONDROPLASIA TIBIAL OU SÍNDROME DAS PERNAS TORTAS
13.4. SÍNDROME DA MORTE SÚBITA (SMS)
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1. INTRODUÇÃO
O Brasil destaca-se entre os três maiores produtores de frangos de corte, sendo o primeiro do ranking internacional na exportação de carne de frangos e
terceiro lugar no volume produzido, ficando atrás somente dos Estados Unidos e China (quase empata com a China que está em segundo lugar) (Relatório
ABPA, 2020).
A excelência atingida pela avicultura nacional é fruto do melhoramento genético, manejo, nutrição, sanidade e ambiência, onde muitas pesquisas e
trabalhos vêm sendo realizados para melhorias no índice de produção.
A produção de frangos e poedeiras deve respeitar os princípios de biosseguridade entre os quais a prática de alojamento “todos dentro todos fora” (all-in-
all-out). Neste sistema de biosseguridade as instalações são ocupadas por aves do mesmo lote no momento do alojamento e desocupada totalmente no
momento do abate (frangos de corte) ou mudança de instalações no caso de poedeiras comerciais (transferência de frangas da instalação de cria/recria
para a galpões de postura ou limpeza e desinfecção após descarte das poedeiras no final do ciclo de produção). Essa prática permite a higienização do
aviário e o respectivo vazio que deve antecipar a entrada do próximo lote. Nesse período se recomenda ainda, o conserto das instalações e dos
equipamentos de uso cotidiano.
Se as recomendações sugeridas forem aplicadas corretamente, juntamente com um bom manejo e alimentação das aves, é possível em sistema misto de
criação de frangos de corte (macho + fêmeas), obter frangos aos 42 dias de idade com peso vivo médio de 2,920 kg, conversão alimentar de 1,631 (Dados
do Manual da linhagem Ross 308 AP95, 2017) e índice médio de eficiência produtiva de 300 ou mais (depende muito do manejo e dos cuidados do
granjeiro para se obter bons índices) e poedeiras com índices de viabilidade no período de 1 dia a 18 semanas de 96 a 98% e na fase de produção de 94%
até 90 semanas de idade e produção de ovos aproximada de 422 unidades até 90 semanas de idade (Hy-line, 2020 e Hisex , 2019).
 
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1.1. IMPORTÂNCIA DA AVICULTURA
A avicultura é muito importante para a economia do país. Dentre as importâncias se destacam:
· Geração de divisas para o país (bilhões de dólares por ano, envolvendo os setores de rações, de equipamentos, embalagens, medicamentos,
vacinas, etc.) – Receita da exportação da carne de frango em 2019: 6,994 bilhões de dólares e exportação de 4,214 milhões de toneladas (ABPA, 2020).
As rações utilizadas são a base de milho e farelo de soja. Em 2019, o setor avícola (corte e postura) demandou cerca de 29,5 milhões de toneladas de
ração no período de janeiro a setembro (fonte: Avinews, 2019). Apenas poucos aditivos são importados, sendo a maioria dos ingredientes produzidos no
próprio país. As pré-misturas minerais e vitamínicas são formuladas de acordo com as exigências das agroindústrias produtoras de aves, onde as
empresas atendem as demandas. Atualmente, as empresas avícolas já não dependem de importação de equipamentos para ter suas necessidades de
qualidade atendidas. As empresas brasileiras, associadas ou não a grupos estrangeiros, oferecem o que há de mais moderno para aviários, fábricas de
rações e incubatórios. O único setor dependente de importações é o de equipamentos para abatedouros e plantas de processamento, mas mesmo nesse
setor, o país já dispõe de produtos com boa qualidade e a preços competitivos. Vacinas, medicamentos e outros produtos veterinários são fornecidos por
laboratórios nacionais e multinacionais estabelecidos no Brasil, sendo que apenas as matérias primas para a sua produçãosão importadas, uma vez que a
maioria dos insumos finais fornecidos às aves é produzida no país.
· Geração de empregos diretos e indiretos na avicultura de corte e postura – mais de 2 milhões de empregos (indústrias de rações e
concentrados, indústrias de equipamentos, laboratórios de produção de vacinas e medicamentos, indústrias de abate e processamento, empresas de
melhoramento genético, etc.). Ex.: no setor de abate e processamento emprega-se aproximadamente 350 mil pessoas.
· Fixação do homem no campo (atividade mais compatível com propriedades de pequeno e médio porte, que utiliza terras fracas e desvalorizadas,
emprega terras onde a agricultura mecanizada é impraticável e aproveita a mão-de-obra familiar ociosa e tem giro rápido de capital). No campo temos mais
de 130 mil famílias proprietárias de granjas.
 
Sobre a avicultura de postura, a produção de ovos é para atender principalmente a demanda interna do país (99,51%), sendo que a exportação é muito
pequena (0,49%) (ABPA, 2020). Nos últimos anos (2018 e 2019) houve um aumento significativo de consumo de ovos pela população brasileira devido à
quebra de muitos mitos envolvendo o consumo deste alimento riquíssimo em nutrientes. No ano de 2019 cada brasileiro consumiu uma média de 230 ovos
em um ano e ainda há uma margem muito grande para crescimento, visto que países como China, cada cidadão consumiu no ano de 2017 em média 352
unidades de ovos de 65g/ano, seguido pelo Japão (fonte: Helgilibray, 2020). Hoje até médicos cardiologistas indicam o consumo de ovos, visto que
pesquisas científicas comprovam que o colesterol presente na gema não agrava as doenças coronarianas.
A produção de frangos e de ovos de galinhas poedeiras está localizada predominantemente nas regiões sul e sudeste, mas novos polos produtivos estão
em desenvolvimento na região centro-oeste e mesmo na região nordeste (produção de ovos).
 
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1.2. FATORES QUE CONTRIBUÍRAM PARA O PROGRESSO DA AVICULTURA
MUNDIAL
Hoje há um mito que envolve a produção de frangos de corte e que merece nossa atenção especial, para que possamos esclarecer a população de nosso
país.
É VERDADE QUE O FRANGO DE CORTE COMERCIAL (DE GRANJA) CRESCE MUITO RÁPIDO E GANHA MUITO PESO DEVIDO O USO DE
HORMÔNIOS NA RAÇÃO?
Resposta: MENTIRA!!!! Para a criação e produção do frango de corte comercial ou popularmente chamado de frango de granja, não se utiliza hormônio
na ração ou injetável para que este animal ganhe peso rápido. Hormônios são substâncias que tem como constituinte aminoácidos ou lipídeos (gorduras).
Caso utilizasse colocar hormônio na ração, o mesmo seria quebrado no intestino devido a ação de enzimas digestivas e do ácido clorídrico (HCl) que
desnatura as proteínas de um possível hormônio e este não faria o efeito desejado (melhorar o ganho de peso). Se fosse para funcionar, o hormônio
deveria ser injetado na musculatura dos frangos a cada período de tempo. Além de ser caro este produto, já imaginou o trabalhão que seria aplicar o
hormônio individualmente em cada frango? Em média um galpão de frangos tem 25 mil animais.
Agora abaixo estão os verdadeiros motivos pelas quais os frangos se desenvolvem tão rápido, atingindo em média 2,900 kg em 42 dias:
1. Genética (fator primordial e que tem maior peso para o frango atingir o peso corporal de abate em pouco tempo. O frango de corte de O frango de corte
comercial está em constante processo de melhoramento, visto que para o lançamento de uma nova linhagem leva em torno de 5 anos, uma das mais
rápidas dentre as espécies animais). Observe na figura abaixo o peso dos frangos de corte não melhorados e o frango melhorado geneticamente aos 56
dias de idade (Figura 1). Observe que o melhoramento genético faz toda a diferença.
Figura 1. Desenvolvimento de frangos de corte em diferentes décadas.
2.Nutrição (a genética melhorada sem uma nutrição adequada e balanceada para a linhagem de nada ajudaria no desenvolvimento das aves. Aqui cito o
exemplo contrário, onde um frango caipira “pé duro” alimentado com a melhor ração para frangos comerciais não se desenvolveria igual a um frango
melhorado geneticamente, pois os frangos caipiras “pé duro”não sofreram melhoramento genético e levam de 5 a 6 meses para atingirem o peso de abate).
3.Manejo (o manejo correto de limpeza e desinfecção do aviário na saída das aves, aquecimento dos pintinhos na fase inicial de vida, revolvimento da
cama do aviário, controle da temperatura e umidade do ar no aviário, realização correta da vacinação, regulagem dos bebedouros e comedouros,
fornecimento de água e ração para as aves, etc. são essenciais para obtermos o máximo de desempenho dos frangos com genética de ponta e recebendo
a ração de melhor qualidade nutricional).
4.Ambiência (o controle ambiental no interior do aviário é essencial para se obter bons índices produtivos, como ambiência podemos tratar do programa de
luz para frangos de corte e poedeiras (intensidade luminosa e horas de luz/dia), controle de ventilação para retirada de gases e umidade e controle da
temperatura interna do aviário, uso de nebulizadores associados a ventiladores para baixar a temperatura interna do aviário, velocidade do vento de acordo
com a fase de criação, aquecimento dos pintinhos na fase inicial e taxa mínima de renovação do ar nesta fase de vida, uso de exaustores e de painéis
evaporativos (pad cooling), funcionamento dos inlets, etc.).
5.Sanidade (um programa de biosseguridade é extremamente essencial na produção de frangos de corte e poedeiras comerciais e inclui, por exemplo, um
programa de vacinação das aves de acordo com as doenças presentes na região da criação, adotar o sistema all in all out (todos dentro e todos fora do
galpão), limpeza e desinfecção dos aviários, controle de insetos (moscas e cascudinhos) e roedores, limpeza de silos, etc.)
Para facilitar o aprendizado, considere o frango como sendo um barril de vinho feito com tábuas (5 tábuas). Agora considere cada tábua sendo um dos
itens essenciais discutido anteriormente (genética, nutrição, manejo, ambiência e sanidade) (figura 3). Imagine que uma destas tábuas não está no mesmo
nível das demais. Você conseguiria completar este barril com vinho?
Figura 3. Barril confeccionado com madeira e esquema dos fatores que contribuem com o rápido ganho de peso em frangos de corte
 
Fonte: Google e esquema do autor
Para que o frango ou galinha poedeira possa expressar o máximo de seu potencial genético, todos os itens essenciais devem estar em perfeita harmonia,
tudo funcionando. Este processo chamamos de Lei de Liebig ou lei dos mínimos, onde caso uma tábua seja menor (por exemplo, a tábua do manejo), não
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conseguiremos preencher o barril até a boca. O mesmo vale para o frango ou galinha poedeira que não conseguirá produzir o máximo que sua genética
comporta, caso fique falho algum destes pontos essenciais. 
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1.3. 4. FATORES FUNDAMENTAIS PARA O SUCESSO DO BRASIL NO CENÁRIO DA
AVICULTURA BRASILEIRA
Clima do país: grande parte do país está situada na zona tropical e subtropical, com clima ideal para o cultivo de grãos e produção animal, exigindo menos
gastos com instalações especiais para determinadas épocas do ano, como por exemplo, o inverno em países como Estados Unidos e China, que demanda
mais gasto para aquecimento dos galpões em épocas em que a temperatura pode ser abaixo de 0 . Em compensação, precisamos de utilizar tecnologias
que amenizem os efeitos do estresse por calor em grande parte do ano em várias regiões do país.
Disponibilidade de terras agricultáveis para plantio de grãos: nosso país é o quinto em extensão territorial e está situado em uma região do globo
terrestre propício para o cultivo de grãos.Além disso, nossas terras são agricultáveis e as tecnologias desenvolvidas para o cultivo em solos do cerrado nos
tornou uma potência na produção de grãos.
Pesquisas de tecnologias voltadas para o clima tropical e subtropical: pesquisadores lotados em centros universitários, Institutos Federais e
principalmente na Embrapa Suínos e Aves contribuíram muito com o desenvolvimento da avicultura nacional. Antes da década de 70, os produtores de
aves brasileiros importavam tecnologias que eram utilizadas em países de clima temperado, muito diferente da realidade brasileira. A partir do momento em
que iniciaram a realização de pesquisas na área de nutrição, ambiência e projetos construtivos considerando nosso clima, o Brasil se despontou como uma
potência na avicultura mundial.
Mercado consumidor grande: no ano de 2020 a população brasileira está estimada em mais de 209 milhões de pessoas. Grande parte da produção de
frangos de corte (68%) e de ovos (99,51%) ficam dentro do país para o consumo interno da população. Somente 32% da produção de carne de frangos é
exportada para mais de 150 países no mundo.
Expansão contínua no poder aquisitivo da população: Este item foi marcante com a implantação do plano Real em 1994, onde o controle da inflação e
melhoria de renda da população explodiu no consumo de carne de frangos, uma das características marcantes deste plano econômico implantado no
governo de Itamar Franco.
 
o
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2. ÍNDICES ZOOTÉCNICOS NA AVICULTURA
Os índices zootécnicos são essenciais para aferição do desempenho produtivo de frangos de corte e de galinhas poedeiras comerciais. O conhecimento de
tais índices por técnicos em Agropecuária e profissionais nas áreas de Zootecnia e Medicina Veterinária, ajuda muito na tomada de decisões para melhorar
os índices do plantel de aves. 
Abaixo segue uma média dos índices produtivos para frangos de corte comerciais e galinhas poedeiras. É importante que você tenha o conhecimento de
tais índices.
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2.1. ÍNDICES ZOOTÉCNICOS NA AVICULTURA DE CORTE
O conhecimento dos índices zootécnicos das principais linhagens de frangos hoje disponível no mercado é muito importante para o profissional que vai
trabalhar no ramo de avicultura. Estes índices nos diz como os animais vão se comportar em relação ao ganho de peso, mortalidade, conversão alimentar
se criados corretamente. Todos os produtores ensejam alcançar estes índices. É importante frisar que nos manuais das linhagens há tabelas com os
índices zootécnicos da linhagem separados por sexo (machos e fêmeas) e também para lotes mistos (com machos e fêmeas). Aqui nesta apostila
abordaremos os índices médios de vários lotes mistos (Tabela 1) que foram testados em diversas regiões do Brasil pelas empresas Aviagen (proprietária
da linhagem Ross) e Cobb-Vantress (proprietária da linhagem Cobb). Estes índices são médias e há produtores que conseguem valores muito melhores do
que aqui descritos, mas para isso a criação deve ser conduzida com perfeição. 
Tabela 1. Índices zootécnicos de lotes mistos (machos e fêmeas) de duas linhagens de frangos de corte mais comercializada no Brasil.
Índices zootécnicos Linhagem Ross 308
AP
Linhagem Cobb
500
Idade média de abate 42 dias 42 dias
Peso médio aos 42 dias 2.920 2.952 g
Ganho diário médio de peso até 42 dias 69,5 70,5 g
Conversão alimentar (kg de ração/kg de
peso vivo)
1,631 1,610
Consumo alimentar de ração até 42 dias 4.761g 4.760g
Rendimento de carcaça (animal de 2,8kg) 73,82% 74,86%
Rendimento de sobrecoxa (animal de 2,8kg) 23,21 -
Rendimento de coxa (animal de 2,8kg) 14,02 -
Rendimento de perna inteira (animal de
2,835 kg)
- 23,39%
Peso vivo no aviário (com presença de alimento no trato digestivo) Conversão Alimentar inclui o peso de pintinho de 1 dia e não considera a mortalidade.
Carcaça eviscerada (sem pescoço, gordura abdominal e órgãos internos) como percentual sobre o peso vivo. Coxa/sobrecoxa inteira (com pele e osso)
como percentual sobre o peso vivo. Fonte: Ross 308 AP (2017) e Cobb 500 (2018).
Um dos índices zootécnicos importantes é a mortalidade das aves no período de criação. Esta variável pode sofrer influência da qualidade dos pintinhos de
1 dia que o incubatório envia ao produtor integrado ou independente, o manejo que o granjeiro faz na propriedade e do programa de biosseguridade
adotado pela granja. O ideal é que a taxa de mortalidade em um lote seja no máximo 4%. O ideal seria que morresse o mínimo possível, estando próximo
de zero, para que o Fator de produção que se calcula sobre o lote, para avaliar como foi o desempenho do lote, seja o mais alto (ideal acima de 300) e o
produtor receberá mais por cada frango entregue para o abate.
 
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2.2. ÍNDICES ZOOTÉCNICOS NA AVICULTURA DE POSTURA
Na avicultura de postura o melhoramento genético vem contribuindo para se obter uma maior longevidade produtiva das aves e um maior número de ovos
produzidos por ave alojada. Já existem granjas que utilizam as galinhas poedeiras para produção de ovos até as 100 semanas de idade. 
Hoje em dia, há uma grande demanda por parte dos consumidores, principalmente em países da Europa, por produtos de animais criados em sistemas que
atendam ao bem estar animal. Aqui no Brasil esta exigência por parte dos consumidores é ainda pequena. Para aves de postura, na Europa já é proibido
de se criar estes animais confinados em gaiolas desde 2013. Aqui no Brasil, algumas multinacionais já vem dando sinais de adquirir ovos de aves criadas
livres a partir de 2022, para atender a exigências de um pequeno grupo de consumidores.
Abaixo na tabela 2 são descritos os índices zootécnicos de aves criadas confinadas em gaiolas, pois a maior parte dos ovos produzidos no Brasil provêm
deste sistema e há necessidade de se pesquisar tais índices em aves criadas soltas.
Tabela 2. Índices zootécnicos de galinhas poedeiras comerciais criadas em gaiolas para a produção de ovos vermelhos ou brancos
Pontos avaliados Poedeira Hisex Brown
(ovos vermelhos)
Poedeira Hy Line
W36 (ovos brancos)
Idade de avaliação 19 até 90 semanas de
idade
18 até 100 semanas idade
Viabilidade (%) 94% 93,2%
Idade durante os 50% de
produção
143 dias (20,5 semanas) 143 dias (20,5 semanas)
Pico de produção 96% 95 a 97%
Peso médio dos ovos 62,5 gramas 63,1 gramas
Ovos por ave alojada 422 ovos 456-472 ovos (até 100
sem) e de 411-424
ovos(até 90 sem.)
Massa de ovos 26,4 kg de ovos 28,93 kg
Consumo médio de ração 112 gramas/dia 100 gramas
Taxa de conversão alimentar
acumulada (kg de ração para
cada kg de ovos produzidos)
2,11 1,93 a 2,08
Massa corporal 2.000 gramas 1.550 a 1.610 gramas
Resistência da casca do ovo 4.150 g/cm excelente
Cor da casca 14,5 lab (branco)
Unidade Haugh 83 85 (até 80 semanas)
 Fonte: Hisex Brown (2019)
 fonte: Hy-Line (2020)
 
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3. ESTATÍSTICAS DA AVICULTURA NO BRASIL E NO MUNDO
É importante conhecermos um pouco dos números referentes a avicultura nacional e até mesmo internacional para entendermos a importância que este
setor de produtivo tem para nosso país.
 
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3.1. AVICULTURA DE CORTE
 O Brasil produziu no ano de 2019 a quantidade total de 13,245 milhões de toneladas de carne de frango, ficando na terceira posição em relação
aos Estados Unidos (1 lugar) e China (segundo lugar) (Figura 4). 
Figura 4. Produção mundial de carne de frango no ano de 2019 (mil toneladas).
Fonte: USDA/ABPA(2020)
Grande parte de nossa produção de carnes de frango ficaem nosso mercado interno, conforme o gráfico 2.
Gráfico 2. Destino da produção brasileira de carne de frango no ano de 2019.
 
Fonte: ABPA (2020)
Por termos um mercado consumidor grande (mais de 210 milhões de habitantes em 2019 – fonte: Agência Brasil, 2020), há uma demanda grande pela
proteína animal advinda dos frangos, visto que é uma das mais baratas e de excelente qualidade.
O consumo de carne de frango per capita (kg de carne/habitante/ano) no Brasil desde o ano de 2010 é demonstrado no gráfico 3.
Gráfico 3. Consumo per capita de carne de frango no Brasil de 2010 a 2019
 
Fonte: ABPA (2020)
 Observa-se que o consumo de carne de frangos está estabilizada com aumentos e reduções ao longo dos anos. É interessante frisar que, em
anos onde ocorreram crises econômicas com redução de emprego e renda, há uma tendência de se elevar o consumo de carne de frangos em relação a
carne bovina e suína. Abaixo descrevemos o consumo per capita por anos para comparação do consumo de carne de frangos, suínas e bovina.
Consumo per capita de carnes no ano de 2019 (ABPA, 2020):
carne de frangos: 42,84 kg/hab./ano
carne suína: 15,3 kg/hab./ano
 Segundo a revista FarmNews (2019), o consumo de carnes no Brasil é distribuído da seguinte forma: carne de frango: 46,4% do consumo
interno, carne bovina: 38,8% do consumo interno e carne suína: 14,8% do consumo interno.
 Já para o consumo mundial de carnes, o mesmo é distribuído da seguinte forma: carne suína: 42,9% do consumo mundial, carne de frango:
34,0% do consumo mundial e carne bovina: 23,2% do consumo mundial (FarmNews, 2019).
 Podemos observar que o brasileiro come muito pouca carne suína em comparação à média mundial e há um grande consumo de carne de
frangos e, especialmente bovina, em relação à média mundial.
Exportação mundial de carne de frangos
 No ano de 2019 o Brasil manteve-se em primeiro lugar em nível mundial em exportação de carnes de frango, estando em segundo lugar os
Estados Unidos e em terceiro lugar a União Europeia (Gráfico 4) (ABPA, 2020). As exportação brasileiras no ano de 2019 foi 67% em forma de cortes
(peito, coxa, sobrecoxa, etc.), 26% na forma frango inteiro, 3% salgado, 2% embutido e 2% industrializado (hambúrguer, nuggets, etc.). Os principais
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estados exportadores de carne de frango (2019) são Paraná (39,13%), Santa Catarina (30,53%) e Rio Grande do Sul (14,07%), São Paulo (4,87%). Minas
Gerais ficou na sétima posição (2,27%).
Gráfico 4. Países exportadores de carne de frango
 Mais de 150 países do mundo compra a carne de frango brasileira. O motivo de
tantos países comprarem nosso produto se deve ao menor custo de produção de frangos em relação aos concorrentes como os EUA. Além disso, o Brasil
apresenta um mix de produtos diferenciados, exportando filé de peito salgado para a Europa, coxa e sobre-coxa desossadas para o Japão e asas e patas
para a China, diferentemente dos Estados Unidos que exportam principalmente perna inteira, e não exportam para o mercado europeu.
As principais regiões importadoras são descritas no gráfico 5.
Gráfico 5. Principais regiões importadoras da carne de frango brasileira em 2019.
 
Fonte: ABPA (2020)
Alojamento de matrizes pesadas:
 No ano de 2019 foram alojadas no Brasil cerca de 51,5 milhões de matrizes pesadas (machos e fêmeas) (ABPA, 2020).
Matrizes pesadas são os animais geneticamente melhorados que produzirão o ovo fértil que dará origem ao frango de corte comercial que criaremos em
nossas granjas para o abate. Hoje no campo, utiliza-se a proporção de 10 fêmeas de matrizes pesadas/ 1 macho de matriz pesada para que todos os ovos
produzidos pelas fêmeas tenha uma alta taxa de fecundação. Estes animais são criados em galpões com piso e tem disponível ninhos e alimentação
separada para cada sexo, visto que o macho não pode comer a ração da fêmea e vice-versa (foto 1).
Foto 1. Vista geral de um galpão matrizeiro para a produção de ovos férteis. Observa-se os comedouros automáticos dos machos levantados e os
comedouros tipo corrente com a grade restritora de acesso dos machos mais baixos no chão e uma linha de ninhos no lado direito da foto.
 
Fonte: arquivos do autor
 
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3.2. AVICULTURA DE POSTURA
O consumo per capita de ovos no Brasil em 2020 foi de 250 ovos/habitante/ano, alta de 9,1% em relação a 2019 que foi de 230 unidades/habitante/ano
(ABPA, 2021) (gráfico 6). Isto foi um recorde histórico! Pode-se observar que o país vem obtendo um aumento significativo no consumo de ovos devido a
conscientização da população e a quebra de falsos paradigmas associados ao consumo deste alimento que é considerado um dos mais completos em
nutrientes, perdendo somente para o leite materno. Observem que em 2010 cada brasileiro consumia por ano 148 ovos e devido a campanhas e
orientações técnicas por parte de médicos e nutricionistas, o consumo se elevou. 
Gráfico 6. Consumo per capita (unidades) de ovos por cada cidadão brasileiro.
 
Fonte: ABPA (2020)
 Já a produção de ovos, em 2019 a sua totalidade é produzida para atender o mercado interno, sendo uma quantidade ínfima exportada para outros
países (gráfico 7). 
 Cerca de 25% da produção nacional de ovos são de ovos vermelhos (marrons) e 75% são de ovos brancos. O custo dos ovos brancos é menor, visto
que a conversão alimentar da galinha poedeira leve (aves brancas que produzem ovos brancos) é muito melhor, pois comem menos e produzem
semelhante a aves marrons que são chamadas de semipesadas, por terem um maior peso corporal e demandarem mais alimentos (nutrientes) para suprir
suas necessidades fisiológicas.
 
Gráfico 7. Destino dos ovos produzidos no Brasil em 2019.
Fonte: ABPA (2020)
Este é um nicho de mercado que tem muito a crescer, gerando mais empregos e renda para nossa população. Do total de ovos que exportamos, 62% é na
forma in natura e 38% na forma industrializada (ovo líquido pasteurizado ou ovo em pó). Um dos Estados da federação que mais exportou ovos em 2019
(apesar de ainda ser pequeno) destaca-se Rio Grande do Sul (31,93%), Mato Grosso (29,2%) e Minas Gerais (19,62%). Para os ovos in natura chegarem
aos destinos mais remotos, mantendo a qualidade exigida pelos compradores, este produto recebe um tratamento que pode ser chamado de banho de
longa vida. A aplicação de um óleo especial torna a casca impermeável, evitando a passagem de ar, e assim fica mais lento o processo de perda da
qualidade interna do. Além disso, o óleo aumenta a resistência da casca. O ovo, com essa proteção, é acondicionado em contêineres refrigerados e seu
prazo de validade alcança três meses. O banho de óleo é utilizado também para preservar o produto destinado a pontos distantes do mercado interno.
Principais estados produtores de ovos
Em 2019, o número de pintainhas de postura alojadas por estado nos dá uma ideia dos maiores estados produtores de ovos, visto que tem relação com a
produção (foto 2). Destaca-se como principais estados produtores (2019): 1 São Paulo, 2 Minas Gerais, 3 Espírito Santo e 4 Pernambuco.
Foto 2. Alojamento de pintainhas de postura por Estado no ano de 2019
 
Fonte: ABPA (2020)
 
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Alojamento de matrizes de postura (matrizes leves)
 Em 2019 foram alojadas 1,353 milhão de cabeças de matrizes de postura e alojadas aproximadamente 118,5 milhões de pintainhas de 1 dia nas
granjas para produção de ovos (ABPA, 2020). Também neste ano foram produzidos um pouco mais de 49 trilhões de ovos para consumo.
 
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3.3. EXPORTAÇÃO DE MATERIALGENÉTICO
Uma das áreas mais novas que vem crescendo e trazendo bons resultados econômicos diz respeito a exportação de material genético (pintos de 1 dia ou
ovos férteis de galinha). As empresas de material genético na área de avicultura instaladas no Brasil seguem um rigoroso protocolo de biosseguridade.
Também é importante frisar, que o Brasil não reportou até o momento caso de gripe aviária. Em 2019, 75% do material genético saiu do país via aeroportos
e os principais Estados exportadores de material genético foram 1 Paraná (44,99%), 2 São Paulo (37,85%), 3 Santa Catarina (12,68%). Os países
importadores de material genético estão nos cinco continentes, com maior quantidade exportada para as Américas (45,56%), Oriente médio (26,51%) e
África (26,09%).
 
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4. MATERIAL GENÉTICO E PRINCIPAIS LINHAGENS DE FRANGOS E
GALINHAS POEDEIRAS COMERCIAIS
Neste capítulo será abordado a origem das aves, início da criação comercial, principais raças que deram origem as linhagens comerciais de frangos de
corte e de galinhas poedeiras e principais características melhoradas nas genéticas que temos disponíveis no mercado.
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4.1. ORIGEM E CLASSIFICAÇÃO DAS AVES
ORIGEM E CLASSIFICAÇÃO DAS AVES
As aves de maneira geral são descendentes dos répteis e algumas características ainda permanecem presentes na espécie como a produção de ovos e
escamas nas canelas. De acordo com pesquisas paleontológicas as aves se originaram há mais de 150 milhões de anos a partir do Archaeopterix, na
região da Ásia, mais especificamente na Índia.
A galinha doméstica (Gallus domesticus) tem origem asiática, mais especificamente na região onde se encontra hoje a Índia, onde ainda se pode encontrar
em estado selvagem as aves que deram origem à galinha doméstica (Gallus bankiva ou Gallus gallus- galinha vermelha da floresta).
A domesticação inicial da galinha doméstica iniciou-se há 3200 anos antes de Cristo e estas aves eram criadas com a finalidade de adorno (pela sua
beleza, especialmente os machos) e para disputa (brigas) em rinhas de galos. Quando uma ave se feria, esta era abatida e, possivelmente eram
consumidas.
Da Ásia a galinha passou para a Europa, primeiramente para a Grécia e depois para a Itália. Por volta do século XVI na Europa estas aves eram utilizadas
em briga de galos e em 1849 este “esporte” foi proibido na Inglaterra, em função do bem-estar animal. A partir deste momento surgiu o interesse da
exploração econômica das galinhas domésticas que na verdade teve seu progresso não mais do que 171 anos atrás.
A primeira exposição avícola foi realizada em Boston em 1849, onde serviu de motivação para melhorar as características dos indivíduos, através de outras
exposições e culminou com o estabelecimento de padrões de raças e variedades através da fundação da American Poultry Association em 1873 e a
publicação da primeira edição do Standart of perfection na cidade de Búfalo, em 1874. Nesta classificação as aves foram reunidas em 86 linhagens e 235
variedades. Hoje já estão classificadas em mais de 280 variedades (incluindo galinhas, perus, patos, gansos e marrecos.).
No Brasil os primeiros relatos históricos dizem que a galinha foi trazida pelas primeiras navegações portuguesas após o descobrimento. Até a década de
1950 a avicultura mundial era uma atividade desenvolvida de maneira artesanal, nos quintais, terreiro das casas, sítios e fazendas e objetivava alimentar a
própria família. Por ser uma criação fácil, que não demanda muita força física, esta tarefa era delegada às mulheres.
Somente após a década de 1950 é que a avicultura foi vista e se desenvolveu como uma atividade econômica para o fornecimento de proteína animal, seja
na forma de carne ou ovos.
 
Aves utilizadas comercialmente:
Galinhas; Patos; Marrecos; Perus; Pavões; Avestruzes; Emas; Pássaros ornamentais; Faisões; Codornas; Gansos; Pombas; Galinha da angola
 
CLASSIFICAÇÃO BIOLÓGICA DA GALINHA
Reino: animal
Filo: Chordata (Cordados)
Sub-filo: Vertebrata (coluna vertebral)
Classe: Aves (penas)
Sub-classe: Neornithes (sem dentes)
Super ordem: Neognathae
Ordem: Galliformes
Sub-ordem: Galli
Família: Phasanidae
Gênero: Gallus
Espécie: Domesticus
 
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4.2. MATERIAL GENÉTICO , PRINCIPAIS CLASSES E RAÇAS DE GALINÁCEOS
Classificação oficial da American Poultry Association – Standart of perfection
De acordo com esta classificação, existem mais de 280 variedades de aves na qual incluem galinhas, perus, patos, gansos e marrecos.
 As mais de 280 variedades são agrupadas em 15 classes, no entanto só quatro tem importância econômica, conforme a origem geográfica, que
são descritas:
Classe americana (originada nas américas, principalmente na América do Norte)
 As raças que pertencem a esta classe tem como características principais a pele amarela, brincos vermelhos, ovos vermelhos, tamanho médio e
pernas sem penas. Raças que pertencem a esta classe: New Hampshire, Rhode Island Red, Plymouth Rock, Wyanotte e Jersey Black Giant.
 
Classe inglesa (originária no Reino Unido)
 As raças da classe inglesa possuem a pele branca (exceto Cornish – amarela), brincos vermelhos, ovos vermelhos (exceto Redcaps e Dorking),
tamanho médio ou grande e pernas sem penas. Como exemplos desta raça podemos citar a Cornish, Orpington, Australorp, Sussex, Dorking e Redcaps.
 
Classe Mediterrânea (originária na região do mar mediterrâneo, principalmente Itália)
 As raças desta classe possuem a pele amarela, brincos de cor branca, ovos brancos, tamanho pequeno e pernas sem penas. Alguns exemplos
são a Leghorn, Ancona, Minorca e Andaluza Azul. As aves pertencentes a estas raças são utilizadas para a formação da galinha poedeira comercial.,
principalmente a Leghorn, pois são leves e ótimas produtoras de ovos.
 
Classe Asiática (originária na Ásia - Índia, China e outros países)
 São raças de pele amarela (exceto Langshan – branco), brincos e ovos vermelhos, tamanho grande e pernas recobertas por penas. Exemplos:
Brahma, Cochin e Langshan.[A1] 
 
Raças utilizadas na avicultura de corte e postura
 Mais de 300 raças puras e variedades de galinhas já foram desenvolvidas até os dias de hoje, porém apenas poucas têm expressão comercial. Algumas
das raças mais antigas são apenas mantidas em estações experimentais. Deve se ter em mente que o banco genético é a fonte da diversidade e o
combustível para os cruzamentos que dão origem aos híbridos modernos. Em frangos de corte as raças utilizadas são:
 
Plymouth Rock Branca - Apresenta pele amarela e crista lisa. Foi muito utilizada nos primeiros cruzamentos para produção de frangos de corte.
Atualmente serve de material básico de muitas linhas cruzadas. As penas brancas representam uma grande vantagem desta raça para a produção
comercial de frangos e para os abatedouros que preferem aves de penas brancas às coloridas. A maioria das linhas originais era de empenamento tardio,
uma desvantagem para a produção de frangos de qualidade, no entanto, a maioria das linhas disponíveis atualmente é de empenamento rápido.
 
New Hampshire - Apresenta cor vermelho claro, pele amarela, crista lisa e produz ovos de cor marrom. Por muitos anos foi utilizada para a produção de
frangos de corte. Mais tarde passou a ser utilizada para cruzamentos com outras raças de corte para produção de frangos. Atualmente apenas poucos
criadores se dedicam à comercialização desta raça. Esta raça foi utilizada em muitos cruzamentos que formam os atuais híbridos de corte, principalmente
em função da habilidade de produção de grande quantidade de ovos que eclodem bem.
 
Cornish Branca - Apresenta crista ervilha, pele amarela e produz ovosde casca marrom. Apresenta corpo de conformação diferente das outras raças,
tendo pernas mais curtas, corpo amplo com peito musculoso. As habilidades de produção de carne são muito apreciadas nesta raça, no entanto produz
poucos ovos de tamanho pequeno e com eclodibilidade pobre. A habilidade de produzir carne desta raça tem sido explorada no cruzamento de galos
Cornish com galinhas de raças como a Plymouth Rock Barrada, Plymouth Rock Branca, New Hampshire e linhas híbridas.
 
Sussex - É uma raça inglesa predominantemente para corte com diversas variedades, das quais a Light Sussex é a mais popular. Apresenta pele branca e
produz ovos de casca marrom. É boa produtora de carne. Em alguns países europeus os frangos de pele branca são os preferidos.
 
Leghorn – Possui extraordinária capacidade de produzir ovos. Dentre as raças é a melhor no quesito produção de ovos e é muito utilizada para a formação
das linhagens comerciais para postura. Originária da Itália. Existem 12 variedades de Leghorn, porém somente a variedade branca de crista serra, tornou-
se excepcionalmente popular, em ração de sua especialidade como poedeira. Possui aptidão somente para produção de ovos, sendo uma raça bastante
precoce e rústica, porém não suportam muito bem temperaturas muito baixas. As fêmeas raramente entram em choco e apresentam temperamento
nervoso. Os ovos produzidos por esta raça possuem casca branca .
 
Rhodes Island Red – raça de dupla aptidão. As fêmeas desta raça raras vezes entram em choco, seus ovos apresentam casca marrom. São aves de
corpo largo e peito bem arredondado, cabeça e crista mediana reta e bem assentada na cabeça. Não possuem nenhuma pena ou pluma nas pernas e nos
pés.
 
Plymouth Rock – raça de dupla aptidão (carne e ovos) desde que cuidadosamente selecionada. Existem diversas variedades. Bastante rústica e se
adapta bem a climas frios, porém a variedade barrada apresenta maior susceptibilidade a altas umidades.
 
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Obs.: No caso de frangos de corte basicamente 4 raças tem participação: Plymouth rock branca e Plymouth rock barrada para formar a linhagem fêmea; e
Cornish e New Hampshire para formar a linhagem macho.
 
 
 
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4.3. LINHAS PURAS, AVÓS, BISAVÓS, MATRIZES E FRANGO COMERCIAL
A criação de frangos para o abate evoluiu para modelos intensivos onde o potencial genético dos frangos é responsável por grande parte dos ganhos de
produtividade. Para conseguir frangos com alto potencial de ganho de peso, de conversão alimentar e de rendimento de carcaça, os programas para a
geração de material genético comercial foram estruturados pelo acasalamento/cruzamento entre ou dentro de raças, linhas puras, bisavós, avós e matrizes.
É necessário conhecer o potencial genético da linhagem antes da aquisição dos pintos. Depois de alojar os pintos, é necessário realizar semanalmente a
avaliação do desempenho do lote, conferindo os dados de mortalidade, ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar.
Nas criações de poedeiras comerciais visa-se precocidade sexual, maior produção de ovos, melhor conversão alimentar (kg de ração para produzir 1 kg de
ovos ou 1 dúzia), peso dos ovos, resistência a doenças e persistência no pico de produção.
 
Conceitos:
Linhas puras ou raças: isolamento de determinadas raças, com características desejáveis e cruzamentos consangüíneos dentro destas raças por várias
gerações.
Geralmente é impossível conseguir que uma única linha de aves seja boa produtora de carne e também de ovos. Quando uma linha é selecionada para
alta quantidade de carne a produção de ovos diminui muito.
 
Bisavós: são originadas do acasalamento entre machos e fêmeas de uma linha pura.
 
Avós: São somente os machos ou somente as fêmeas resultantes do acasalamento das bisavós e, portanto, representam apenas um dos sexos de cada
linhagem pura.
 
Matrizes: são somente os machos ou somente as fêmeas do cruzamento de um avô proveniente de uma linhagem com a avó de outra linhagem. Assim
cada matriz é um híbrido.
 
Frango comercial: são os machos e as fêmeas resultantes do cruzamento das matrizes. Um macho híbrido e uma fêmea híbrida, resultando, portanto, num
híbrido duplo.
Obs.: entre o início deste processo de obtenção do frango de corte híbrido até a chegada ao pintinho comercial de um dia leva-se 4 anos.
 
Obs.: As linhas fêmeas são desenvolvidas separadamente das linhas machos, uma vez que as fêmeas produzem os ovos e são responsáveis pela
eclodibilidade dos mesmos. As linhas fêmeas são selecionadas para produzir grande quantidade de ovos, que eclodem bem, além de produzirem pintos
grandes com grande capacidade de crescimento. As linhas de carne apresentam excepcional conformação para corte, é de tamanho grande, crescimento
rápido e apresentam excelente conversão alimentar. Atualmente essas linhas são híbridas que incorporam genes necessários para produção de carne,
conformação e facilidade de processamento, com pouca ênfase em produção de ovos e eclodibilidade.
A maioria dos consumidores prefere aves de pele amarela e por isso, praticamente todas as linhas de machos e de fêmeas apresentam pele amarela
 
ATENÇÃO: É importante lembrar que o termo “raça” em avicultura é completamente obsoleto. Não se criam raças, mas sim, linhagens ou marcas de
frangos ou poedeiras. Apesar do termo raça não ser mais usado na avicultura moderna, sabe-se que todo o melhoramento genético tem origem em raças
puras.
 
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4.4. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PARA SELEÇÃO DAS LINHAGENS
Para a seleção e formação das linhagens comerciais que criamos e produzimos a campo, os melhoristas animais selecionam as melhores características
para que a linhagem seja a melhor possível no mercado. Abaixo é listado as principais características selecionadas por estes melhoristas e que chega no
frango ou galinha poedeira que criamos em nossas granjas.
Principais características desejáveis na seleção das linhagens:
• Precocidade: alcançar o peso desejado em menor tempo (frango);
• Alta eficiência na conversão de alimento em peso corporal (frangos) ou ovos (poedeiras);
• Boa resistência às doenças (ambos);
• Pele ou gema amarela;
• Boa porcentagem de carnes nobres (coxa e peito) em frangos;
• Pouca porcentagem de gordura (frango);
• Pernas curtas, robustas e perfeitas;
• Empenamento adequado.
• Persistência no pico de produção (poedeiras)
 
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4.5. PRINCIPAIS LINHAGENS DE FRANGOS DE CORTE E DE GALINHAS
POEDEIRAS COMERCIAIS
Para os produtores interessados na produção comercial de alta produtividade existem as seguintes linhagens de corte e postura. É importante lembrar que
não podemos cruzar estes animais quando adultos, para aproveitar os pintinhos para repor na criação, visto que estes animais são híbridos (linhagens) e
os filhos destes terão um desempenho produtivo muito inferior que seus pais. Por isso, somos dependentes da aquisição dos pintinhos de corte e de
postura destas empresas de melhoramento genético.
 
Híbridos ou Linhagens comerciais de frangos de corte (estas são importadas, não são nacionais): Ross, Cobb, Hybro, Arbor Acres, Avian e
Hubbard.
Nomes comerciais das linhagens de corte e sua especialidade: Cobb Avian 48 (frango inteiro e cortes), Cobb 700 (peito), Cobb 500 (menor custo
produção); Ross 308 (conformação e melhor rendimento) e Ross 508 (rendimento peito), Arbor Acres Plus, Hubbard Yield, Hubbard flex, etc.
Obs: Cobb e Ross representam 85% da linhagem de frangos de corte utilizadas no país.
 
Híbridos ou Linhagens comerciaisde poedeiras comerciais (importadas): Hy Line White (W36 e W38); Hy Line Brown; Isa (Brown e White); Lohmann 
LSL, Lohmann Brown (alemã); Lohmann Lite NA; Lohmann Brown Lite NA; Hisex (White e Brown); Shaver (White, Brown e Black); Babcock (White e
Brown); Dekalb (White e Brown); Bovans (White, Brown e Black), NovoGen (White e Brown), H&N Nick Chick e H&N Brown Nick.
 LINHAGENS NACIONAIS: o Brasil ficou para trás no desenvolvimento de linhagens altamente produtivas. Ainda temos algumas, mas com desempenho
bem inferior se comparada a linhagens importadas, visto que eles iniciaram anos antes o melhoramento destes animais.
Híbridos comerciais de frangos de corte (nacionais): Embrapa 022 (matriz para corte), Embrapa 041 (matriz de frango colonial), Chester (Empresa
Sadia), etc.
Híbridos comerciais de poedeiras comerciais (nacionais): Embrapa 011 (matriz para produção de ovos brancos), Embrapa 051(linhagem da Embrapa
para produção de ovos marrons em sistema tipo caipira, muito utilizada pelos produtores de ovos caipira que vendem as aves para abate no final do ciclo
produtivo e há uma boa aceitação pelo mercado consumidor por estas galinhas de descarte).
 
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5. SiSTEMAS DE PRODUÇÃO DE FRANGOS DE CORTE E DE
POEDEIRAS COMERCIAIS
Neste capítulo você irá aprender como está organizado a produção de frangos para o abate e ovos para o consumo no Brasil.
 
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5.1. SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE FRANGOS DE CORTE
Os sistemas de produção relacionam-se com um ou mais setores da cadeia produtiva da indústria avícola dentro das condições de mercado, classificando
os produtores como independente, integrado ou cooperado.
 Atualmente cerca de 90% da produção de frangos de corte ocorre por meio do sistema de integração e cooperado, englobando, praticamente,
todos os processos relacionados com a produção, processamento, distribuição e vendas.
 
1 Sistemas de produção independente
Representado em sua maioria absoluta por produtores rurais, pessoas físicas e jurídicas, é o sistema em que o produtor produz e vende seus produtos
competindo no mercado livre, ou seja, é um sistema que se compõe de diversos segmentos pulverizados de pequeno e médio porte. A produção do ovo
fértil, pintos de um dia, frango vivo e abatido em processo contínuo encontram-se sob a responsabilidade individual de um produtor especializado.
Atualmente, esse sistema de criação é muito limitado. Os produtores independentes devem ter disponibilidade de capital para poder investir e garantir a
sobrevivência de suas empresas e são, na sua maioria, praticamente integradores, pois é a única maneira de aumentar a produção sem a necessária
imobilização de capital. Geralmente, pequenos e médios criadores independentes que não suportam as crises que ocorrem no mercado financeiro, para se
verem livres dos problemas, tornam-se criadores integrados, buscando ajustarem-se com ingressos menores, porém seguros.
 
2 Sistemas de produção integrados
Representado pelas agroindústrias, é o sistema que detém todo o processo produtivo, desde a produção do ovo fértil até o abate e processamento das
aves, no qual a comercialização ocorre apenas uma vez. Originário dos Estados Unidos, esse sistema foi introduzido no Brasil no início da década de
setenta pela Sadia, em Santa Catarina.
A integração é um acordo que estabelece um sistema de colaboração mútua entre a empresa e o produtor. Geralmente, não há nenhum contrato formal,
mas cada um se compromete a cumprir a sua parte. A individualidade econômica é mantida e o sistema é chamado vertical porque todos os processos ou
operações da produção têm uma única coordenação administrativa.
Nesse acordo, a empresa integradora se compromete a fornecer os pintos, a ração, os medicamentos e outros insumos, a assistência técnica, o transporte
da ração e dos frangos, bem como o abate e a comercialização.
Ao integrado cabe providenciar as instalações e a mão de obra. Em algumas integrações, às vezes, o gás e a cama também ficam por conta do integrado.
A planta dos aviários e a orientação para a compra dos equipamentos a serem utilizados são fornecidas pelos técnicos da empresa, que também
encaminham a proposta de financiamento do projeto ao banco, se for o caso, e dão assistência permanente ao produtor. Hoje em dia, é bastante comum a
integração adiantar para o granjeiro o dinheiro correspondente ao pagamento de alguns lotes, para a compra e/ou troca de equipamentos.
O sistema integrado tem quatro objetivos básicos, a saber:
• Garantir ao criador rendimento definido, lote após lote, ficando livre das oscilações de mercado em que, às vezes, o preço de vendas não cobre os
custos de produção.
• Propiciar um rendimento em escala em todo o sistema, não seccionando os lucros para o segmento de pintinho, ração ou frango.
• Melhorar o padrão de qualidade em todos os segmentos da cadeia, ou seja, criação das matrizes, incubação, produção de pintinhos, produção de
ração, criação do frango, abate e comercialização da carne.
• Permitir a produção em escala, a fim de que a empresa possa produzir com competitividade, qualidade e volume de produção, que permitam
agregar valor ao frango e competir no mercado internacional de carne de aves.
A seleção de novos integrados é feita em função do conceito que o produtor tem na comunidade e junto ao banco e a empresa, suas condições financeiras,
a distância da propriedade e a disponibilidade de luz e água na propriedade.
Quanto à remuneração do integrado, ela pode ser feita por fórmulas que levam em conta o fator de produção (FP = % de viabilidade versus ganho médio
diário x 100/ conversão alimentar) ou, então, por meio de um valor percentual fixo do preço de mercado. Nas integrações melhores estruturadas, são
utilizados índices mais eficientes que o fator de produção, como por exemplo, índices específicos para machos e fêmeas e índices que privilegiam a
conversão alimentar corrigida para um peso padrão e viabilidade.
Abaixo são descritas as fórmulas utilizadas para o cálculo do fator de produção ou índice de eficiência produtiva do lote de frangos. Todas as fórmulas
chegam a um mesmo resultado. Para se ter uma boa remuneração o valor mínimo a ser alcançado é de 310, quanto mais alto, mais o produtor recebe pela
unidade de ave entregue, pois foi sinal que toda a criação foi muito bem conduzida. Há relatos de produtores conseguindo até 450.
Fórmulas para o cálculo do fator de produção (FP) ou Índice de eficiência produtiva (IEP)
FP= GMD (kg) x Vb x EA x 100
 
Ou
 
IEP = PM x Vb x 100
 IA x CA IA = idade ao abate
FP = Vb x GMD (g)
 CA X 10
Onde: GMD= ganho médio diário de peso considerando todo o período de criação do lote;
Vb= Viabilidade do lote onde se considera somente as aves que foram entregues no dia do abate retirando-se todas as perdas decorrentes da mortalidade,
refugagem e condenação (ascite, etc.).
EA = eficiência alimentar. É o inverso da conversão alimentar EA= kg peso vivo/ kg de ração consumida;
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IA = idade ao abate;
PM= peso médio das aves entregues no dia da apanha.
CA= conversão alimentar. É a quantidade de ração necessária para se produzir um quilograma de peso vivo da ave CA= kg de ração fornecida no período
de criação/ peso total do lote
É importante frisar que a empresa integradora paga pelo unidade de frango entregue no dia do abate. Animais com ascite, refugos ou com outros
problemas que acarretem um menor desenvolvimento em relação a média de peso das aves no galpão não são computadas e os apanhadores de frangos
não capturam estas aves para levar até o abatedouro, ficando o prejuízopara o produtor. Quando aparecer refugos no plantel, o correto é sacrificá-los
através da técnica de abate humanitário pelo deslocamento cervical (o animal não sofre).
O sistema integrado está centrado em empresas avícolas de médio e grande porte, em sua grande maioria de capital nacional, que aglutinam pequenos
criadores que, na média, possuem dois galpões de 15.000 a 25.000 aves cada. A maioria das empresas integradoras produz seus próprios pintinhos,
fabricam a ração, abatem e comercializam o frango.
 
 
3 Sistema de produção cooperado
A maioria das cooperativas trabalha no sistema de integração, ou seja, o integrado entra com as instalações, a cama e a mão-de-obra e recebe os demais
insumos da cooperativa. No término do lote, ele recebe um valor pelo frango criado de acordo com a produtividade. Além disso, no final do ano, quando da
apuração dos resultados financeiros da atividade do frango de corte, o cooperado recebe uma bonificação proporcional à quantidade de quilos de frango
entregues na cooperativa. Esse cálculo da bonificação é feito para cada atividade em que o cooperado esteja envolvido, como por exemplo, para cereais,
suínos e outras.
 
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5.2. SISTEMA DE PRODUÇÃO DE OVOS PARA CONSUMO
A organização da cadeia para a produção de ovos no Brasil é muito diferente da cadeia de produção de frangos para o abate. Você pode observar abaixo
como é organizado o sistema de produção de ovos. 
Sistema Independente
 Mais de 99% das empresas avícolas para a produção de ovos são empresas privadas independentes, onde o empresário é responsável pela
produção e venda de dos ovos.
 
Condomínio Avícola
 O primeiro Condomínio Avícola para Postura Comercial foi inaugurado no início do segundo semestre de 2016, em Alto Caldeirão, município de
Santa Teresa (ES). A iniciativa que surgiu da participação de um cooperado, nasceu com o intuito de democratizar uma produção de alta escala para
pequenos avicultores.
Este sistema funciona da seguinte forma: os produtores investem um determinado valor para a empresa que comanda o condomínio para produção de
ovos comprarem os galpões, aves, ração, etc. e vender o produto. Cada investidor, recebe uma quantia do lucro proporcional ao valor que foi investido. É
muito novo no país e está sendo avaliado a viabilidade, mas pelo jeito está dando certo, pois está crescendo o número de granjas no sistema de
condomínio.
Os principais objetivos do Condomínio Avícola são:
- Tornar o investimento acessível aos avicultores familiares cooperados;
- Padronizar manejo e produto, possibilitando o acesso a mercados mais exigentes;
- Tornar a avicultura familiar cada vez mais especial aos olhos dos consumidores;
- Possibilitar a diversificação dos negócios dos produtores cooperados.
 
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6. LIMPEZA E DESINFECÇÃO DOS AVIÁRIOS
A limpeza e desinfecção dos aviários é essencial para se obter um lote saudável e com excelentes índices zootécnicos ao final do período de criação.
Na criação de aves comerciais (frangos, codornas e poedeiras) o sistema de criação adotado é o All in, all out (tradução: todos dentro e todos fora). Isto
significa que o lote de pintinhos entram juntos numa mesma idade e saem todos juntos para o abate (frangos de corte) ou para transferência para o galpão
de produção de ovos (aves poedeiras), para a limpeza e desinfecção do aviário, não se pode colocar em um mesmo galpão aves de idades diferentes)
Regras a serem seguidas no sistema All in, all out:
1. Entrada dos pintos de uma só vez no galpão e saída de todos também ao mesmo tempo (nunca pode-se deixar os pintinhos menores para ganhar
peso, ao chegar a idade de abate todos saem juntos para o abatedouro);
2. Criação num galpão de aves de uma única idade (jamais pode-se ter num mesmo galpão aves de idades diferentes);
3. Limpeza e higienização (desinfecção) completa entre a criação de um lote e outro (intervalo de pelo menos 12 dias – ideal seria de no mínimo 15
dias).
4. Distância de pelo menos 100 metros de distância entre galpões;
5. Isolamento de mão de obra – quem trabalha em um galpão não pode trabalhar em outro para se evitar de levar doenças (problema sanitário).
6. Isolamento de equipamentos: cada galpão tem que ter seu equipamento próprio para evitar o tráfego de equipamentos que podem ser uma fonte de
carreamento de doenças.
 
LIMPEZA E DESINFEÇÃO
Itens a considerar na limpeza e desinfecção:
• Primeiro passo: limpeza manual a seco (remoção de 90 a 95% das sujeiras com pá, vassouras, trator, enxada, etc.) – nesta limpeza retira-se a
cama velha, penas, possíveis aves mortas que ficaram e outros materiais o máximo que puder. Varrer ou raspar tetos, telas, paredes, silos e pisos Também
limpa-se a seco paredes, piso, teto e forro. Motivo desta limpeza: retirada dos restos de matéria orgânica que podem conter microrganismos causadores de
doenças. Detalhe: a maioria dos desinfetantes perdem a ação quando o galpão ficou com estes restos de cama, penas, etc. (são matérias orgânicas que
carregam possíveis microrganismos causadores de doenças).
• Retirar os possíveis restos de ração que sobrou do lote e jogar na cama (tem que descartar, pois pode levar doença para outro galpão).
• Remover os equipamentos (comedouros, bebedouros, etc.) além de lavar com água sob pressão, desinfetar e expor ao sol (caso sejam
removíveis).
• A retirada da cama velha que estava no galpão deve ser feita em caminhão (molhar e enlonar o caminhão), se houver insetos (cascudinhos)
aplicar inseticidas;
• Lavar com água sob pressão o teto, forro, paredes e equipamentos com sabão ou detergente (Água quente e sob pressão: mais eficiente que
água fria). Deve-se atentar para não ficar restos de sabão ou detergente, pois determinados desinfetantes perdem a ação se ficar restos de sabão no
galpão. Atenção: tem granjas que pedem que se lave e desinfete a parte de cima do forro, pois é um local possível de se ter microrganismos
contaminantes).
Obs: quando se reutiliza a cama, a lavagem do galpão e dos equipamentos deve ser feita, atentando para não molhar em excesso a cama já velha que
está sobre o piso.
• Depois de lavado, deve-se aplicar um bom desinfetante com as instalações ainda úmidas (aplicar em paredes, pisos, tetos, forro (parte interna e
parte superior), cortinas, equipamentos, ventiladores, comedouros, bebedouros, etc.);
• Aplicar inseticidas de baixa toxicidade (ambiente úmido é melhor) para controle do cascudinho aviário (Alphitobios diaperinus). Esta espécie de
besouro é uma praga de aviários, podendo carregar várias doenças para as aves, além de deteriorar o reboco das construções e corroer o painel
evaporativo que ajuda na redução da temperatura do ar que entra nos galpões tipo DARK HOUSE.
• Colocar a cama nova (vide tópico de tipos de cama e principais cuidados na aquisição);
• Montar os equipamentos lavados e desinfetados;
• Deixar as instalações fechadas e sem uso (sem aves) por no mínimo 5 dias (vazio sanitário). Vazio sanitário ideal : seria em torno de 10 a 12 dias.
Atualmente esta redução no prazo do vazio sanitário ocorre para que o galpão não fique por muito tempo sem aves, o que reduz o número de lotes que
podem ser criados naquele galpão. Esta redução pode acarretar uma perda de desempenho produtivo, caso entre alguma doença no aviário. Na criação de
matrizes (aves reprodutoras leves ou pesadas que produzem ovos férteis para nascer o pintinho que vai para nossas granjas) deve-se respeitar à risca as
normas básicas de sanidade, limpeza, desinfeção e vazio sanitário.
• Uso de água clorada para o consumo das aves (3 ppm) e para uso no galpão para limpeza. A água deve seranalisada a cada 6 meses para se
provar a qualidade microbiológica e ação do cloro. Deve-se ter água nos bebedouros com concentração de 3 a 5 ppm de cloro livre, isto é sinal que a
cloração está sendo feita corretamente. A cloração é feita com equipamentos automáticos ou usando pastilha de cloro na caixa dágua.
ATENÇÃO: em água mole (água doce sem excesso de sais) pode-se utilizar sabão, em água dura (com excesso de sais) os detergentes são mais
eficientes. Não se deve misturar diferentes tipos de desinfetantes, pois pode ter ação cruzada onde a ação conjunta inativa ou diminui a atividade do outro.
AÇÃO DOS DESINFETANTES NOS MICRORGANISMOS:
Os desinfetantes atuam nas partes externas dos microrganismos, desnaturando seus constituintes protéicos ou dissolvendo os seus conteúdos lipídicos,
levando-os a morte.
 VOCÊ SABE A DIFERENÇA DE ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO?
Esterilização: eliminação de todos os microrganismos (vírus, bactérias, protozoários e fungos) e suas formas esporuladas (formas resistentes para se
manter no ambiente e que é difícil de se eliminar somente com o uso de determinados desinfetantes). Esteriliza-se soluções para injeção no corpo humano
e seringas, agulhas e instrumentais cirúrgicos para não se contaminar a pessoa ou animal.
Desinfecção: destruição parcial dos microrganismos, não eliminando as formas esporuladas dos microrganismos.
ENTÃO PARA A ELIMINAÇÃO DOS MICRORGANISMOS EM UM AMBIENTE AVÍCOLA, FAZEMOS A DESINFECÇÃO, POIS NÃO ELIMINAMOS 100%
DAS FORMAS DE VIDA DOS MICRORGANISMOS.
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É MUITO IMPORTANTE QUE SE FAÇA A ROTAÇÃO DOS DESINFETANTES EM UM AVIÁRIO PARA QUE NÃO OCORRA O SURGIMENTO DE
MICRORGANISMOS RESISTENTES AO PRINCÍPIO ATIVO UTILIZADO.
 
Atenção:
1. Os desinfetantes têm limitações que devem ser conhecidas. Ex: alguns atuam mal frente a matéria orgânica (tem afinidade), outros são sensíveis a
variações de pH ou de temperatura (amônia quartenária não deve ser aplicada em superfícies onde existem restos de detergentes ou sabão aniônicos, pois
é neutralizada), outros são irritantes para a mucosa e pele.
2. Deve-se compatibilizar suas propriedades com as necessidades. Ex: levar em conta o tipo de microrganismo que se pretende controlar e o local e/ou
objeto a desinfetar (carro, piso – tem muita matéria orgânica, parede, máquinas, equipamentos, etc.)
 
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6.1. PRINCIPAIS DESINFETANTES UTILIZADOS NA AVICULTURA
Na hora de se escolher o desinfetante para uso em seu galpão, é importante se atentar aos pontos descritos abaixo
CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS DE UM BOM DESINFETANTE:
• Ser altamente germicida (eliminar a maioria dos microrganismos – falamos que o desinfetante é de amplo espectro);
• Não ser tóxico para humanos e animais;
• Deve atuar na presença de quantidade moderada de matéria orgânica (não conseguimos eliminar 100% da matéria orgânica em um galpão
durante a limpeza a seco e molhada);
• Não ser corrosivo para não reduzir a vida útil de ventiladores, bebedouros, comedouros e outros equipamentos.
• Ser solúvel em água e eficiente em baixas concentrações de dilução.
• Não ter odor desagradável.
• Baixo custo de aquisição.
 
 
PRINCIPAIS PRINCÍPIOS ATIVOS DE DESINFETANTES UTILIZADOS EM AVICULTURA:
 
Formol (formaldeído ou aldeído fórmico):
• solução aquosa 37% ou em pó (paraformaldeído)
• Foi o mais popular na avicultura, hoje não mais. Irritante das mucosas e pele. Suspeita de ser carcinogênico.
• Desinfetante de amplo espectro.
• Desinfetante usado para desinfecção de ovos férteis e nos incubatórios (ivra um gás que é excelente para a desinfecção de incubadoras,
nascedouros, salas e dependências do incubatório, pois entra em todas as frestas).
• Pode ser gás fumigante: utiliza-se a proporção de 2:1 (2 partes de Formol + 1 parte permanganato de potássio). Por metro cúbico utiliza-se 14 mL
de formol para 7 g de permanganato de potássio.
• ATENÇÃO: VERTER A FORMALINA SOBRE O PERMANGANATO, NUNCA O CONTRÁRIO. CASO SEJA FEITO O CONTRÁRIO OCORRE UMA
EXPLOSÃO.
• Para uma boa ação do formol, o ambiente deve estar com umidade próxima de 80% e temperatura de 30 graus centígrados.
 
Amônia quaternária:
• atuação limitada frente a matéria orgânica (MO) e superfícies com restos de sabões e detergentes aniônicos;
• Desinfetante de amplo espectro;
• Este desinfetante não é esporicida;
· Não é corrosivo para equipamentos;
· Não é irritante da pele e vias respiratórias.
 
Fenóis
• Desinfetante eficiente frente a matéria orgânica que restou no ambiente;
• É de amplo espectro – altamente germicida;
• Indicado para pedilúvios e desinfecção de pisos onde tem mais matéria orgânica (MO).
 
Cresóis (creolina)
• Desinfetante muito eficiente frente a restos de MO no ambiente;
• Tem efeito residual prolongado (age por bastante tempo no ambiente após aplicado).
• Tem amplo espectro de atuação, mas não destroem esporos
• Como inconveniente, tem dor forte e é irritante para a pele
Iodados e clorados
- desinfetantes halogênicos
Poder residual pobre e atua desnaturando a proteína do microrganismos.
Atuam mal frente a MO e mancham superfície
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Glutaraldeído
· Largo espectro (vírus, bactérias, fungos e esporos)
· Atua razoavelmente bem frente a MO
· pH alcalino aumenta a atividade antimicrobiana
· usado para equipamentos e instrumental que podem ser submetidos a calor.
· Tóxico: usar luvas e máscaras
 
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7. CAMA DE AVIÁRIO E CUIDADOS PARA SUA REUTILIZAÇÃO
Neste capítulo será abordado a importância da escolha do tipo de cama e os cuidados na sua reutilização.
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7.1. A CAMA DE AVIÁRIO
A cama deve ser homogeneamente distribuída com uma altura de 8-10 cm. Distribuição irregular da cama causará problemas com disponibilidade de água
e ração, pois o pintinho ou frango terá preferência por regiões que tenha mais cama.
O trabalho de revolvimento da cama deve ser constante, durante todo o período de criação, no sentido de evitar que a mesma se torne úmida, propiciando
a formação de placas. Caso se forme placas, estas devem ser removidas do aviário. Deve-se procurar a causa da formação de placas (também chamado
de emplastamento de cama) que pode ser devido a eventuais vazamentos dos bebedouros devido à má regulagem da pressão dos mesmos (alta pressão
sai muita água) ou regulagem da altura (bebedouros muito baixo, a ave desperdiça mais água que cai sobre a cama). Portanto, estes pontos devem ser
monitorados constantemente.
Características de uma cama de boa qualidade:
• Boa capacidade de absorção e evaporação da água que respinga dos bebedouros e da excreta das aves (excreta = fezes + urina, pois as aves
fazem juntas, não separado como em mamíferos, como por exemplo em humanos);
• Tamanho de partículas de 1,5 a 3,0 cm.
· Material homogêneo em tamanho e cor;
• Material de baixo custo e de fácil acesso na região;
• Material que não seja tóxico para as aves
 
Cuidados na aquisição da cama: para se adquirir uma cama devemos nos atentar a:
• Procedência do material: deve ser comprada de um fornecedor idôneo e responsável.
•A cama deve ser seca, solta e de coloração homogênea.
 
Manejo da cama
• A cama deve ser revirada periodicamente (de preferência todos os dias) para que perca a umidade. Utiliza-se para revirar um garfo ou um carrinho
revirador de cama. Após revirada deve-se nivelar, para não ficar partes muito altas que podem causar problemas nas pernas das aves. Além de revirar,
deve-se retirar as aves mortas do galpão (podem transmitir doenças).
• Qualquer quantidade de cama molhada ou emplastada (muito úmida a ponto do piso ficar molhado) deve ser retirada e substituída.
Manejo da cama antes do alojamento: 
• O depósito para armazenamento da cama deve ser coberto, seco, ventilado e sem acesso de animais domésticos e roedores, pois estes podem
deixar resíduos sobre a cama que podem levar doenças para dentro dos aviários.
• O ideal de se ter este galpão de armazenamento é para se evitar atropelos entre o alojamento de um lote e outro.
 
Manejo da cama durante o período de criação das aves:
• Revolver a cama várias vezes no período de criação: este revolvimento pode ser manual com a utilização de rastelos ou com um carrinho batedor
de cama que funciona a óleo diesel ou gasolina.
• Ao revolver, retirar as crostas úmidas emplastadas (elas voltam a emplastrar e formam novamente placas úmidas).
 
Manejo da cama após a retirada das aves para o abate:
• Retirar as possíveis aves mortas que ficaram sobre a cama: ideal que se faça este manejo no mínimo 2 vezes ao dia, para reduzir o número de
frangos com celulite que é um infecção na pele que é causada por Escherichia coli, pseudomonas e outras bactérias, que leva ao descarte dos frangos no
abate). O frango que fica morto por muito tempo pode liberar estas bactérias no meio ambiente.
• Queimar as penas e revirar a cama para queima ser mais eficiente;
• Redução da carga microbiana da cama através do método da fermentação (a maioria das granjas comerciais utilizam este método);
• Se não observou a redução da carga microbiana após a fermentação: usar cama nova nos círculos de proteção.
• Transporte da cama descartada: cobrir a cama com lona sobre o caminhão .
• Armazenamento da cama velha: longe do galpão e com cobertura impermeável.
 
 
Funções da cama:
• Absorção da umidade: tem como função a absorção da umidade eliminada pelas aves através das excretas. Esse controle da umidade no piso é
muito importante para a qualidade sanitária do plantel. Cama muito úmida dá um cheiro insuportável de amônia no ambiente, além de facilitar a propagação
de coccidiose, que é um protozoário que causa lesões no intestino e que gostam de um ambiente úmido da cama para se proliferar.
• Isolante térmico: essa função é importante nos períodos frios evitando que as aves entrem em contato direto com a superfície fria, o que causaria
a perda de calor corporal para o piso e piora do desempenho produtivo. Esta piora se deve ao desvio da energia da ração para o aquecimento das aves,
ao invés de ser utilizado para o ganho de peso corporal.
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• Absorção do impacto do peso da ave: a cama deve proporcionar à ave uma superfície macia para permitir o repouso. Uma cama macia também
evita lesões de patas e peito das aves, que acarreta os famosos calos de peito (descarta-se esta parte na comercialização) e lesões no coxim plantar
(causa dor e desconforto nas aves, fazendo com que fiquem com um tamanho menor que as demais sem lesão, levando a uma desuniformidade, coisa que
não é desejável).
 
TIPOS DE CAMA
• Maravalha produzida pelo beneficiamento de madeiras: ex. pinus, pinheiro, bracatinga, canela, cedro, etc.
• Sabugo de milho triturado: tem menor capacidade de retenção de umidade e de amortecimento se comparado a maravalha.
• Casca de arroz: capacidade pequena de absorção de umidade. Bagaço de cana triturado;
• Casca de café;
• Casca de amendoim – cuidado aflatoxina!
• Fenos de gramíneas: Ex: capim elefante, braquiária, colonião, pastagem natural, capim Rhodes, gordura, etc.
• Rama de mandioca triturada e seca;
• Palhadas de culturas em geral: Ex: palhas de arroz, trigo, cevada, centeio, azevém, milho, feijão, soja, etc.
 
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7.2. REUTILIZAÇÃO DA CAMA DE AVIÁRIO
A reutilização da cama em aviários comerciais para frangos de corte é uma realidade. Reutilizar a cama é utilizá-la novamente por 4 a 6 lotes de frangos
que são criados no galpão, sendo necessário somente repor o pouco que foi perdido devido ao emplastamento (cama molhada) ou outras perdas. Abaixo
você poderá ver o porque dos produtores reutilizarem a cama e como deve ser este processo.
Razões para se reutilizar a cama:
• Custo para aquisição do material da cama: dependendo da região é difícil a disponibilidade de cama e o preço é alto;
• Mão de obra para retirada da cama do galpão (quando se retira a cama toda para descarte, precisa de muita mão de obra) e tentativa de diminuir
o tempo ocioso das instalações (reutilizando a cama, dá para entrar com o próximo lote mais rápido no galpão, mas deve-se respeitar o período de vazio
sanitário);
• Escassez de materiais de cama em regiões de alta concentração avícola.
• Tentativa de minimizar o impacto ambiental da avicultura.
 
Quantas vezes posso reutilizar a mesma cama em outros lotes de frangos?
Essa resposta está relacionada ao aspecto sanitário desta cama, pois se houve caso de doença, a cama deve ser toda descartada e outra cama nova deve
ser colocada após a limpeza e desinfecção. Tem granjas que utilizam a mesma cama caso não haja problema sanitário, por até 7 lotes de frangos!!!!
 
Ao menos uma vez ao ano deve-se realizar a retirada total da cama reutilizada para descarte, com lavagem e desinfecção das instalações. Isto é
 fundamental para reduzir a carga microbiana e interromper o ciclo das doenças nos galpões.
 
Lote anterior com desafio sanitário (doenças): NÃO REUTILIZAR A CAMA!!! Neste caso deve-se fazer a retirada desta cama velha, a limpeza, desinfecção
e vazio sanitário e utilizar uma cama nova.
 
Ex. vírus da doença de Gumboro: sobrevive na cama por 100 dias.
 
Fatores que afetam a qualidade e vida útil da cama:
• Umidade: cama acima de 35% de umidade torna-se emplastrada, causando desconforto às aves, afetando o seu desempenho zootécnico e
diminuindo a resistência a doenças. Deve-se manejar a cama para que sua umidade fique em torno de 20 a 35%.
• Densidade: alta densidade aumenta a compactação, diminuindo a capacidade de absorção de umidade. Maior densidade: maior altura da cama:
revolvimento mais frequente da mesma.
• Estações do ano: época chuvosa deve-se aumentar a ventilação do galpão e no inverno atentar a ventilação higiênica para retirada de amônia e
umidade do galpão. É a época do ano mais difícil de controlar a umidade da cama, pois o ar externo do galpão já está muito úmido devido as chuvas, não
conseguindo absorver muito a umidade que a cama dentro do aviário libera.
• Ventilação/aeração das instalações: melhorar a qualidade do ar, manter a temperatura e umidade em condições próximas das ideais.
• Tipos de dieta: umidade da cama é alterada pela ingestão da água. Fatores nutricionais e alimentares que afetam a ingestão de água: níveis
alimentares de eletrólitos, nível protéico, inclusão de farelo de soja e alguns agentes anticoccidianos do grupo dos ionóforos. Atenção: micotoxinas e
peróxidos também podem determinar alterações na função intestinal com maior eliminação de água nas fezes.
• Bebedouros: vazamentos,

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