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GEOMETRIA ANALÍTICA NO ESPAÇO PROF. CARLOS EDUARDO PINHEIRO GEOMETRIA ANALÍTICA DO ESPAÇO • A Geometria Analítica do espaço, ou Geometria Analítica Espacial, começou a tomar forma na França graças aos trabalhos de Antoine Parent (1666 - 1716) e Alexis Claude Clairaut (1713 - 1765) que, em 1726, apresentou na Academia de Ciências de Paris o seu trabalho Quatre problêmes sur de nouvelles courbes (Quatro problemas sobre novas curvas), um importante tratado analítico sobre curvas não-planas no espaço COORDENADAS NO ESPAÇO • Imagine uma pequena bola, que designamos pela letra B, sobre um fino suporte vertical no quarto ou sala onde você está. • Escolha uma das quinas do quarto, que designamos pela letra O. Essa quina é o encontro de duas paredes e o chão simultaneamente. • Ao mesmo tempo, O é também o ponto de encontro de três linhas, duas das quais são as linhas onde o chão encontra as paredes e a outra onde as paredes se encontram mutuamente. • Como determinar a posição exata de B ? Para responder, começamos por lembrar que a posição de um ponto P no plano, em relação a um sistema de coordenadas cartesianas, é determinada por um par de números reais (x, y) denominados coordenadas de P. • Então, se P representa a base da haste que sustenta a bolinha, podemos determinar a posição exata de P, em relação a um sistema ortogonal de coordenadas cartesianas no plano do chão, com origem no ponto O e cujos eixos são os cantos do chão, comuns as paredes do quarto • Imagine-se de pé no canto da parede, de frente para o ambiente do quarto. • Denominando eixo OX o canto do chão que fica a sua direita, portanto, a direita de O e, eixo OY o canto do chão que fica a esquerda de O, o ponto P, que representa o pé da haste, tem coordenadas (x, y) no plano do chão que contém os eixos OX e OY . • Finalmente, para determinar a posição exata da bolinha B, faz-se necessária uma terceira coordenada Z que mede a sua altura em relação ao chão. Isto é, Z é o comprimento da haste que sustenta B. Assim, denominamos eixo OZ o canto do quarto que resulta da interseção das duas paredes consideradas. Na Figura ao lado, representamos a bolinha B no quarto e junto com ela as três coordenadas x, y e z, que determinam a sua posição exata no espaço. • Dessa forma, a posição em que a bolinha se encontra no quarto é caracterizada mediante um terno de números reais (neste caso, não negativos) que designamos por (x, y, z) e denominamos as coordenadas de B em relação ao sistema OXY Z. Apresenta assim o sistema de coordenadas no espaço. COORDENADAS CARTESIANAS NO ESPAÇO • Um sistema (ortogonal positivo) de coordenadas cartesianas no espaço consiste da escolha de um ponto O do espaço, denominado origem, e de três retas concorrentes em O e mutuamente perpendiculares, denominadas eixos OX, OY e OZ, sob cada uma das quais há uma reta real R, satisfazendo as seguintes propriedades: • a) O zero de R considerada, coincide com o ponto O. • b) Escolhendo duas dessas retas. As retas escolhidas determinam um plano que passa pela origem O. Nesse plano, escolhemos uma das retas para ser o eixo OX e a outra para ser o eixo OY . O plano que contém esses eixos é denominado plano XY . • c) Escolhendo um dos semi-eixos do eixo OX para ser o semi-eixo OX positivo. No plano XY , o semi-eixo OY positivo é obtido pela rotação de 90º do semi-eixo OX positivo, no sentido anti-horário, em torno da origem. • d) A terceira reta, perpendicular ao plano XY e que passa pela origem, é o eixo OZ. Nela, o semi-eixo OZ positivo é escolhido de modo que se um observador em pé na origem sobre o plano XY , com as costas apoiadas no semi-eixo OZ positivo e o braço direito esticado na direção do semi-eixo OX positivo, verá o semi-eixo OY positivo a sua frente CÁLCULO VETORIAL VETORES • Vetor é um segmento de reta orientado que apresenta módulo (tamanho), direção e sentido. • Os vetores são usados para expressar grandezas físicas vetoriais, ou seja, aquelas que só podem ser completamente definidas se conhecemos o seu valor numérico, a direção em que atuam (horizontal e vertical), bem como o seu o sentido (para cima, para baixo). • Posição, velocidade, aceleração, força e quantidade de movimento são bons exemplos de grandezas vetoriais. • Por exemplo, se quisermos saber a posição de algum local, é necessário que se aponte para uma direção. Nesse caso, o sentido do movimento é dado pela ponta do dedo. VETORES A figura mostra um vetor de módulo (tamanho) a. VETORES • Para desenharmos vetores, é necessário perceber que sua representação deve levar em conta o seu tamanho, ou seja, um vetor que represente uma grandeza de valor numérico igual a 10 deve ser desenhado com a metade do tamanho de um vetor que tenha tamanho 20. VETORES • As direções de um vetor podem ser definidas com base no sistema de coordenadas escolhido, por exemplo. Usando-se o sistema cartesiano, as direções do espaço seriam x e y e um vetor poderia ser escrito como V = (x, y). O sentido, por sua vez, diz respeito à seta na ponta do vetor, que o indica, podendo ser tanto positivo como negativo. VETORES • Quando escrevemos que um vetor é definido por suas coordenadas x e y, dizemos que x e y são as suas componentes horizontal e vertical, respectivamente. Quando um vetor encontra-se inclinado, sem coincidir com qualquer um dos eixos do sistema de coordenadas, é possível determinar o tamanho das suas componentes. Para tanto, basta conhecermos o ângulo θ, formado entre o vetor e a direção horizontal, e o módulo do vetor a: • Para calcularmos essas componentes, é necessário fazer o seguinte cálculo: VETORES • Com base nas componentes ax e ay de um vetor, é possível calcular o seu módulo (tamanho). Para isso, basta aplicarmos o teorema de Pitágoras, uma vez que essas componentes são perpendiculares entre si: V E T O R E S • Consideremos dois pontos A e B. Segmento orientado AB é um segmento de reta determinado por estes pontos, considerados numa certa ordem. O ponto A chama-se origem ou ponto inicial e o ponto B, extremidade ou ponto final. • Dois segmentos orientados AB e CD são coincidentes se possuem os mesmos pontos inicial e final, isto é: • AB = CD⇔A = C e B = D. Note que, se A ≠ B,AB ≠ BA. • Um segmento orientado AB é nulo quando o ponto inicial coincide com o ponto final, ou seja,A = B. • Dois segmentos orientados AB e CD são opostos quando AB = DC. Assim, AB e BA são segmentos orientados opostos. • O comprimento de um segmento orientado é a sua medida em relação a certa unidade de comprimento. • O segmento orientado nulo tem comprimento zero. Note que o comprimento de um segmento orientado qualquer é sempre um número real positivo ou nulo. • Dois segmentos orientados AB e CD, não nulos, têm a mesma direção se estão situados sobre retas suportes paralelas ou coincidentes. • Só neste caso podemos comparar seus sentidos. Observe que segmentos orientados opostos têm sentidos contrários. VETORES NO PLANO EUCLIDIANO • Um segmento é dito orientado quando lhe é atribuído uma direção e um sentido. • Dois segmentos orientados são equipolentes quando possuem o mesmo módulo (comprimento), a mesma direção e o mesmo sentido. • Equipolência é a relação de equivalência sob a qual um conjunto de segmentos de reta orientados possuem mesmo módulo, mesma direção e mesmo sentido. Esta só acontece se um dos seguintes casos ocorrerem: Quando ambos segmentos forem nulos; Quando nenhum é nulo, e têm o mesmo comprimento, mesma direção e mesmo sentido. O R2 representa a classe dos pares de números (x,y), com x, y R. CÁLCULO DAS COMPONENTES DE UM VETOR EM R2 PROJEÇÃO ORTOGONAL • A projeção ortogonal das figuras geométricas sobre um plano pode ser comparada à sombra desse mesmo objeto no horário em que o sol está mais alto no dia. Nesse horário, a sombra possui dimensões iguais às do objeto, mas não possui profundidade alguma. • A figura formada pela projeção ortogonal de um ponto P sobre o plano é oponto P'. Essa projeção é definida como a extremidade do segmento de reta perpendicular ao plano cuja outra extremidade seja o ponto P. • Observe que um segmento de reta é perpendicular a um plano quando, dado o ponto P' de intersecção entre os dois, todas as retas pertencentes a esse plano que passam por esse ponto P' são perpendiculares ao segmento de reta dado. Para verificar isso, é suficiente observar duas retas perpendiculares contidas no plano. • A figura formada pela projeção ortogonal de uma reta r sobre o plano é outra reta s. Essa projeção é definida como a intersecção entre o plano que contém a reta r e o plano que contém a reta s quando os dois são perpendiculares. • No caso particular em que a reta r já é perpendicular ao plano, a sua projeção sobre esse plano é apenas um ponto. PROJEÇÃO ORTOGONAL DE UM PONTO SOBRE UM EIXO. PROJEÇÃO ORTOGONAL DE UM SEGMENTO ORIENTADO SOBRE UM EIXO. OBSERVAÇÕES: • A medida da projeção ortogonal de um segmento sobre um eixo será sempre menor ou igual ao segmento dado; • Nas figuras abaixo, a projeção do segmento AB tem o mesmo sentido do eixo; nesse caso dizemos que sua medida algébrica é positiva. Já a projeção do segmento CD tem sentido oposto ao sentido do eixo; nesse caso dizemos que sua medida algébrica é negativa. • Observação: Em R2, o vetor que tem todas as componentes nulas é chamado de vetor nulo e será representado por 0 = (0,0). • Adição: O vetor soma u + v será aquele cujas coordenadas são obtidas somando-se as respectivas coordenadas de u de v. Operações com Vetores em R2: Sejam u = (x1, y1) e v = (x2,y2) vetores do R2 e k um número real qualquer. ESTE MÉTODO TAMBÉM PODE SER USADO PARA OBTER O VETOR SOMA DE UMA QUANTIDADE QUALQUER DE VETORES. AGAGFGEFDECDBCABFGEFDECDBCAB =−=−+−+−+−+−+−=+++++ )()()()()()( MULTIPLICAÇÃO DE UM NÚMERO REAL POR UM VETOR . O vetor k.u será aquele cujas coordenadas são obtidas multiplicando-se as coordenadas de u pelo número real k: k.u = (k.x1,k.y1 ) - Os vetores u e k.u possuem a mesma direção. - Terão sentidos contrários quando k < 0 e mesmo sentido quando k>0. - O módulo de k.u será o módulo de u multiplicado pela constante positiva |k| . VETOR RESULTANTE • Vetor resultante é o nome dado ao vetor que se obtém após realizar-se uma soma vetorial. Na soma vetorial, devemos considerar o módulo, a direção e o sentido dos vetores para encontrarmos o vetor resultante. Vejamos, a seguir, alguns casos de operações com vetores. RELEMBRANDO - OPERAÇÕES COM VETORES • Soma de vetores: vetores paralelos são aqueles que se encontram na mesma direção e no mesmo sentido. O ângulo formado entre esses vetores é sempre nulo. Caso esses vetores tenham também o mesmo módulo, dizemos que se trata de vetores iguais. Para encontrarmos a resultante desses vetores, basta somarmos o módulo de cada um, além disso, o vetor resultante estará na mesma direção e sentido dos vetores paralelos, e seu tamanho deverá ser o tamanho dos dois vetores originários: Para calcularmos o módulo do vetor R, podemos utilizar a seguinte fórmula: SUBTRAÇÃO DE VETORES • Vetores opostos fazem um ângulo de 180º entre si, encontram-se na mesma direção, porém com sentidos contrários: • O vetor resultante de dois vetores opostos é dado pela diferença no módulo desses: Nesse caso, o vetor resultante terá sua direção e sentido determinados pelo vetor de maior módulo e poderá ser calculado por meio da seguinte fórmula: VETORES PERPENDICULARES: TEOREMA DE PITÁGORAS • Vetores perpendiculares formam um ângulo de 90º entre si. Para encontrarmos o vetor resultante de dois vetores perpendiculares, devemos ligar o início de um dos vetores à ponta do outro. O vetor resultante, nesse caso, formará a hipotenusa de um triângulo retângulo: • O módulo desse vetor resultante pode ser calculado usando o teorema de Pitágoras: VETORES OBLÍQUOS: REGRA DO PARALELOGRAMO • Vetores que não se encaixem em nenhum dos casos anteriores podem ser determinados geometricamente pela regra do paralelogramo: • Sendo θ o ângulo formado entre os dois vetores de base (azul e vermelho), o módulo do vetor resultante poderá ser obtido por meio da próxima fórmula: RESULTANTE DE VÁRIOS VETORES • Quando temos diversos vetores e queremos encontrar o vetor resultante, devemos conectá-los uns aos outros. Nesse processo, que independe da ordem escolhida, devemos ligar a ponta de um vetor ao início do próximo. No fim, o vetor resultante será aquele que liga o início do primeiro vetor com a ponta do último: • Para encontrarmos o módulo desse vetor, somamos as componentes x e y de cada um dos vetores a, b, c, e d, e, no fim, aplicamos o Teorema de Pitágoras. EXERCÍCIO 1: • Qual o módulo da resultante de dois vetores, A e B, cujas componentes são dadas por A = (12,5) e B = (-9,-1)? • Qual o módulo da resultante de dois vetores, A e B, cujas componentes são dadas por A = (12,5) e B = (-9,-1)? • Resolução: • Para determinarmos o vetor resultante dos vetores A e B, precisamos somar suas componentes x e y, para tanto, faremos o seguinte cálculo: EXERCÍCIO 2: • Dois vetores, de módulos iguais a 3 e 2, formam entre si um ângulo de 60º. Determine o módulo da resultante desses vetores. • Dois vetores, de módulos iguais a 3 e 2, formam entre si um ângulo de 60º. Determine o módulo da resultante desses vetores. • Para calcularmos o módulo do vetor resultante entre esses dois vetores oblíquos, é necessário utilizarmos a lei dos cossenos, considerando que o ângulo entre esses vetores é 60º. EXERCÍCIO 3: • Um vetor A, de módulo 5, encontra-se inclinado com ângulo de 30º em relação ao eixo horizontal. Determine o módulo das componentes horizontal e vertical, Ax e Ay, desses vetores. • Um vetor A, de módulo 5, encontra-se inclinado com ângulo de 30º em relação ao eixo horizontal. Determine o módulo das componentes horizontal e vertical, Ax e Ay, desses vetores. • Resolução: • Para determinarmos quais são as componentes do vetor A, devemos utilizar as relações do seu módulo com o seno e o cosseno do ângulo de 30º, que esse vetor forma com a direção x. Para tanto, devemos fazer o seguinte cálculo:
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