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Direito Cívil (Aula 3)

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Direito Civil
Prof. André Roberto
Data: 25/03/11
Assuntos Tratados:
1º Horário.
 Emancipação (Continuação)/ Fim da Personalidade/ Morte Real / Morte Ficta/ 
Declaração da Morte Presumida/ Presunção de Morte em Virtude da Abertura da 
Sucessão Definitiva do Ausente/ Ausência
2º Horário.
 Comoriência/ Direitos da Personalidade/ Conceito/ Características dos Direitos da 
Personalidade
1º Horário
Emancipação (Continuação)
O instituto da emancipação é compreendido como uma antecipação da capacidade 
plena de quem ainda é menor. Para fins de desempenho de atos da vida civil, o menor não 
necessitará de representação ou assistência.
Isso não significa que o menor emancipado tenha alcance a todos os atos da vida 
civil. Ex: Habilitação para direção de veículo; concorrência para determinados cargos 
públicos.
A emancipação poderá ter três origens: 
a. Voluntária 
Art. 5º, parágrafo único, I, 1ª parte, CC/02 - Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante 
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença 
do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
b. Judicial
Art. 5º, parágrafo único, I, parte final, CC/02 - Cessará, para os menores, a 
incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento 
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido 
o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
c. Legal
Art. 5º, parágrafo único, II a IV, CC/02 -. Cessará, para os menores, a incapacidade:
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, 
desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia 
própria.
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Direito Civil
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Data: 25/03/11
Conforme a origem, a responsabilidade civil dos pais poderá ser mantida, apesar do 
alcance do instituto da emancipação.
A manutenção da responsabilidade dos pais só persistirá, por exceção, no caso de 
emancipação voluntária. Nenhum outro tipo de emancipação faz com que os ascendentes 
permaneçam responsáveis. Não se justifica penalizar aquele que não mais representa ou 
assiste o incapaz, senão nos casos de emancipação voluntária. Esse é o posicionamento da 
doutrina e da jurisprudência.
Antes da Emancipação Após a Emancipação Maioridade
Responsabilidade Civil dos 
Pais, Tutores e Curadores.
(Art. 932, I e II, CC)
a) Voluntária:
- Responsabilidade Solidária 
entre os Pais e o Menor 
Emancipado (Trata-se de 
construção doutrinária, em 
razão do ato de 
emancipação ser decorrente 
da vontade dos próprios 
pais.)
Cessa a Solidariedade
Responsabilidade 
Subsidiária do Próprio 
Incapaz
b) Judicial ou Legal:
- Somente Responderá o 
Menor Emancipado.
Obs: O Tutor somente opina 
acerca da conveniência ou 
não da emancipação, a qual 
se dará por decisão judicial, 
a requerimento do próprio 
pupilo.
Art. 932, I e II, CC/02 - São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas 
condições;
Antes da maioridade admite-se a cessação da responsabilidade dos pais, desde que, 
no caso concreto, se consiga provar a superveniência de uma causa “emancipatória” legal. 
Ex: Após a emancipação voluntária, o menor emancipado contraiu casamento.
Enquanto a única causa “emancipatória” for a vontade dos pais, permanecerão, 
estes, responsáveis.
Via de regra, a emancipação só pode ocorrer a partir dos 16 anos. É o que se 
observa, ainda que implicitamente, da leitura de todos os incisos do parágrafo único, do art. 
5º do CC/02. Todavia, há hipóteses de casamento realizado entre pessoas menores de 16 
anos.
Embora a idade núbil seja de 16 anos, pode ser que menores que não tenham 
atingido essa idade, consigam autorização judicial para se casarem. A partir desse momento 
nasce uma controvérsia. 
Autores como José Acir Lessa Giordani, sustentam que, quem ainda não é 
relativamente capaz, não poderia alçar ao estado de capaz. Assim, apesar de casado, apto 
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a administrar uma nova família, o indivíduo não estaria emancipado, necessitando de 
representação para exercer determinados atos da vida civil. Esse posicionamento diz que o 
casamento não é incompatível com o estado de incapacidade, ressaltando que o mesmo 
poderia ocorrer nas hipóteses de interdição de cônjuge. 
Todavia, para a corrente majoritária, defendida por José Maria Leoni e Cristiano 
Chaves, o casamento do menor de 16 anos geraria a sua emancipação. Isto porque, ao 
conceder a autorização para a realização do casamento, o juiz terá verificado, previamente, 
o preenchimento de seus pressupostos, de modo que, ao casarem-se, os nubentes menores 
de 16 anos, praticariam ato válido e tornar-se-iam plenamente capazes.
Fim da Personalidade
1. Morte Real
A morte real decorre da prova de que não há mais sinais vitais, normalmente, pela 
falência múltipla dos órgãos. É possível, contudo, que a morte seja declarada antes dessa 
falência múltipla dos órgãos, com a ocorrência de morte encefálica, desde que observados 
os termos do art. 3º da Lei 9.434/97.
Art. 3º, Lei 9.434/97 - A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo 
humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de 
morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das 
equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e 
tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.
Destaque-se que a morte encefálica tem que ser constatada por dois médicos não 
participantes da equipe de transplante.
Outro ponto que merece ser salientado é que a doação de órgãos depende de 
autorização prévia.
Há uma importante discussão em torno da morte, que diz respeito à atividade 
médica, no que tange a possibilidade ou não de se antecipar a morte ou de se fazer cessar 
a intervenção humana que prolonga a vida. A primeira denominada eutanásia, neste caso, 
sob a forma de eutanásia ativa, e a segunda denominada ortotanásia, chamada por alguns 
de eutanásia passiva.
Na eutanásia ativa quer se dar a pessoa uma boa morte, numa intenção altruística. 
Ex: Injeção Letal. 
Seus defensores reforçam que ela deve ser realizada nos casos de doença incurável
A eutanásia ativa é incompatível, de forma consensual, com nosso ordenamento.
Já a ortotanásia funciona nos casos em que a pessoa só está viva em razão de uma 
intervenção externa. Visa permitir que a pessoa tenha a morte certa, sem a interferência 
externa. Ex: Pessoa em coma que não tem condições de manter-se viva naturalmente. Pela 
ortotanásia dever-se-ia deixar de prolongar a vida artificial desse sujeito em coma.
No Brasil, em 2006, o Conselho Federal de Medicina editou a Resolução 1.805 que 
reconheceu a possibilidade da ortotanásia como uma condutalegítima, orientando os 
médicos a como agir diante desses casos. A partir dessa resolução, conferiu-se licitude a 
conduta dos médicos e parentes que agissem nesse sentido. Por essa ótica, os médicos 
que praticasse ortotanásia, apenas seguiriam um dever legal, tendo sua responsabilidade 
evadida, pelo menos por erro de proibição.
Uma corrente conservadora, com apoio da igreja, recorreu ao MP, que ajuizou ação 
civil pública. No bojo desta, concedeu-se uma liminar favorável à suspensão da resolução 
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do CFM, que, por enquanto, está sem efeitos. Deve-se aguardar o trânsito em julgado dessa 
demanda. 
Por fim, cabe destacar que, com a morte, abre-se a sucessão.
2. Morte Ficta
A morte ficta se manifesta através de duas figuras diferentes:
a) Declaração da Morte Presumida
Art. 7º, CC/02 - Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 
dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser 
requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a 
data provável do falecimento.
b) Presunção de Morte em Virtude da Abertura da Sucessão Definitiva do Ausente
Art.6º, CC A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, 
quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão 
definitiva.
Nos dois casos a presunção é relativa. Por isso, a decisão proferida não produz a 
coisa soberanamente julgada.
2.1. Declaração da Morte Presumida
Art. 7º, CC/02 - Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 
dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser 
requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a 
data provável do falecimento.
Enquanto ainda houver busca oficial, não se tem a declaração de morte presumida. 
A partir da cessação das buscas, nasce o direito de ir a juízo, exigindo-se tal declaração. 
Essa sentença judicial, considerando a situação em que, provavelmente, se deu a morte, 
será levada ao Registro Civil de Pessoas Naturais, suprindo o atestado de óbito, pois ela 
indicará causa e horário da morte. Em seguida, abrir-se-á o inventário.
Ex: Mortos dos casos do avião da Air France, do terremoto do Japão, das enchentes 
em Friburgo.
Tal declaração se dará por procedimento judicial de justificação (jurisdição voluntária) 
previsto no art. 88 da Lei 6.015/73, em que se declara ao juízo o desaparecimento de 
pessoa em circunstancias tais que gerem a presunção de sua morte.
Art. 88, Lei 6.015/73 - Poderão os Juízes togados admitir justificação para o assento de 
óbito de pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou 
qualquer outra catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do desastre e 
não for possível encontrar-se o cadáver para exame. (Renumerado do art. 89 pela Lei 
nº 6.216, de 1975).
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 Parágrafo único. Será também admitida a justificação no caso de desaparecimento 
em campanha, provados a impossibilidade de ter sido feito o registro nos termos do 
artigo 85 e os fatos que convençam da ocorrência do óbito. 
Esse procedimento não se confunde com aquele de desaparecimento para fins 
exclusivamente previdenciários, que se da perante a justiça federal, e que tem como 
escopo, apenas, produzir provas para a concessão de benefício. Esta declaração não gera o 
registro do óbito, nem abertura de inventário.
2.2. Presunção de Morte em Virtude da Abertura da Sucessão Definitiva do 
Ausente
Art.6º, CC/02 - A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, 
quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão 
definitiva.
2.2.1. Ausência
A ausência é tratada nos arts. 22 a 39 do CC/02.
Trata-se de matéria processada na esfera estadual. Apesar disso, é importante o seu 
estudo para a área federal, por estar dentro da abordagem do tema morte.
Enquanto instituto, a ausência é a conjugação da não presença com a falta de 
notícias. Não basta que a pessoa não esteja presente, exige-se também que não se tenha 
notícias dela.
Doutrina clássica, ainda majoritária, exige, além da não presença e da falta de 
notícias, a existência de patrimônio. Esse último requisito está, inclusive, na letra da lei. 
Por esse posicionamento, o ausente só será assim considerado se tiver deixado bens.
A pessoa que, simplesmente, desaparece, sem deixar bens, pelo posicionamento 
clássico, não teria regulamentação jurídica.
Contudo, mesmo que não exista patrimônio a suceder, outros interesses podem 
justificar a declaração de morte, como, por exemplo, a extinção do casamento.
A doutrina mais moderna, representada por Fábio Azevedo, e alguns julgados 
recentes, vem admitindo, de forma minoritária, a declaração de ausência daquele que não 
deixou bens, em razão da existência de outros direitos personalíssimos.
A declaração de ausência possui três fases:
1º Fase: Curadoria dos Bens do Ausente
Nela não se reconhece morte, mas a necessidade de nomear alguém para cuidar 
dos interesses e bens do ausente.
O art. 25 do CC estabelece um rol com uma ordem especial de nomeação de 
curador.
Art. 25, CC/02 - O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, 
ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo 
curador.
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos 
descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.
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Esse artigo peca em não fazer qualquer menção à figura do companheiro. O 
enunciado 97 do CJF exige a extensão, ao companheiro, da prerrogativa conferida ao 
cônjuge, tendo ele prioridade sobre os demais.
Enunciado 97, CJF - No que tange à tutela especial da família, as regras do Código Civil 
que se referem apenas ao cônjuge devem ser estendidas à situação jurídica que envolve 
o companheiro, como, por exemplo, na hipótese de nomeação de curador dos bens do 
ausente (art. 25 do Código Civil).
Art. 226, §3º, CRFB/88 - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união 
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua 
conversão em casamento.
Nomeado curador, este promoverá a arrecadação dos bens, declarando, ao juízo, o 
estado em que se encontram.
Da conclusão da arrecadação, conta-seo prazo de um ano. A conclusão da 
arrecadação é o termo a quo para a abertura da sucessão provisória.
O curador representará o ausente nos atos que envolvam os bens, tendo poderes 
gerais de curadoria. Os atos de alienação serão autorizados pelo juízo.
Se o ausente voltar, o curador terá que devolver-lhe os bens, descontando eventuais 
despesas ou arcando com sua má administração, assegurado, neste caso, direito do ex-
ausente de ser ressarcido.
Essa primeira fase pode ser dispensável. Sua finalidade é nomear um representante 
para administrar os bens de ausente. Se antes de desaparecer, o ausente já tinha 
representante, esta etapa torna-se desnecessária. Ex: Desaparecimento de um incapaz que 
já tinha sido interditado e já tinha representante legal nomeado. 
Da mesma forma, se a ausência foi premeditada e o sujeito deixou a alguém poderes 
amplos para representá-lo, o procedimento de curadoria será dispensado.
Isso interferirá na sucessão provisória. Esta, nos termos do art. 26, terá início um ano 
após a arrecadação dos bens do ausente, se houve o procedimento de curadora, mas terá 
início três anos após a ausência, se não houve o procedimento de curadoria.
Art. 26, CC - Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou 
representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados 
requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
2ª Fase - Sucessão Provisória
A sucessão provisória ocorrerá, na hipótese de:
a) Curadoria - 1 ano após a conclusão da arrecadação.
b) Representação (Legal ou Convencional)- 3 anos após o desaparecimento.
Nesta fase há uma mudança na posse e administração dos bens, ainda não havendo 
declaração de morte. 
Será transmitida aos herdeiros a posse provisória do quinhão hereditário que lhes 
competir.
Assim, o sucessor passará a ter uso e fruição dos bens que lhe caibam. Os herdeiros 
não poderão dispor, salvo por autorização judicial, comprovado o interesse para o ausente.
Todos os sucessores que sucederiam o de cujus, inclusive os legatários, assumem a 
posse dos bens.
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Há uma diferença de tratamento para os herdeiros necessários. Estes têm direito a 
100% dos frutos, usando e gozando dos bens na sua totalidade. Os demais sucessores só 
tem direito a 50% dos frutos, pois os outros 50% serão aplicados, capitalizando/rendendo 
para um eventual retorno do ausente que, neste caso, poderá levantar esses valores, 
acrescidos dos jurus respectivos.
Existe uma única hipótese em que o ausente não fará jus ao levantamento desses 
valores: quando o desaparecimento tiver sido voluntário, não baseado em caso fortuito ou 
força maior.
Para tomar posse dos bens, os sucessores terão que prestar caução real, através de 
hipoteca, ou penhor. Dessa forma irão garantir o juízo com patrimônio próprio, para 
demonstrar que administrarão dos bens se dará no interesse do ausente. 
Se os herdeiros necessários não tiverem condições econômicas para prestar 
garantia, poderão receber autorização judicial para não prestá-la, já no caso dos demais 
sucessores, se não tiverem meios de prestar garantias, não receberão seu quinhão, o que 
não significa que eles serão deserdados. O quinhão destes poderá ser garantido por outro 
herdeiro que passará a administrar esses bens. Se nenhum outro herdeiro puder ou quiser 
assumir, a administração caberá ao curador.
3ª Fase - Sucessão Definitiva
O trânsito e julgado da sentença que determinou a abertura da sucessão provisória é 
o termo inicial para o requerimento da sucessão definitiva e o termo final são 10 anos após. 
Assim, após 10 anos do trânsito em julgado da sentença que determina a abertura da 
sucessão provisória, poderá ser requerida a sucessão definitiva. 
Só com a sucessão definitiva é que se pode falar em morte presumida. A família se 
submeterá a uma situação que durará, no mínimo, mais de uma década, para, enfim, obter a 
declaração da morte, com suas conseqüências, como a transferência da propriedade dos 
bens e a extinção do matrimônio.
Excepcionalmente, a morte presumida poderá ser declarada em menor tempo, nos 
casos em que o ausente tiver mais de 80 anos e tiver desaparecido há cinco anos ou mais. 
Isso porque, considera-se que o reaparecimento da pessoa, nessas circunstâncias, será 
remoto.
A transferência da propriedade, nos primeiros 10 anos após a sucessão definitiva, 
não se tratará de propriedade plena, mas sim de propriedade resolúvel. Permite-se o uso, o 
gozo e a disposição, mas se o ausente retornar dentro desse período poderá reivindicar do 
sucessor, e não de terceiros, a devolução dos bens ou o valor obtido com a sua alienação. A 
única diferença é que, nesse período, não há obrigação de conservação do patrimônio nem 
de devolução de frutos, não incidindo responsabilidade civil por eventual má administração.
Somente após 10 anos da sucessão definitiva é que o ausente não recupera mais 
nenhum patrimônio.
2º Horário
Recapitulando, a abertura da sucessão definitiva exige o requerimento dos 
interessados. Aberta a sucessão definitiva se opera: a transmissão do patrimônio para os 
herdeiros e demais sucessores; o fim do matrimônio (adquire-se o estado de viuvez); e 
extingue-se o dever de conservação do patrimônio. Os sucessores que não tiveram 
condição de prestar caução passam a fazer jus ao seu quinhão, que estava sendo, por 
outro, administrado. Durante 10 anos, contados do trânsito em julgado da sucessão 
definitiva, a propriedade será resolúvel.
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Se o ausente reaparecer, o efeito de presunção de morte não se conservará no 
plano dos direitos da personalidade, apesar dos efeitos patrimoniais já terem se resolvido. A 
dúvida maior recai sobre a viuvez presumível. 
O CC/16 não previa a ausência como causa de extinção de matrimônio, de modo 
que não gerava problema, já o CC/02 trouxe essa previsão, sem proporcionar uma solução 
expressa. 
A esposa, presumivelmente viúva, pode se casar. Há duas correntes interpretativas 
para solucionar-se o caso:
Pela primeira corrente, defendida por Silvio Rodrigues, com amparo na interpretação 
literal do CC/02 e na doutrina italiana, o segundo casamento contraído pela suposta viúva 
seria nulo, embora de boa fé. Manter-se-iam, contudo, alguns efeitos. Ex: Se o(a) “viúvo(a)” 
casou-se com menor de 16 anos de idade, gerando a emancipação deste, esta se 
perpetuará, apesar da nulidade do casamento. 
Não haverá retorno do nubente ao estado de incapacidade (Obs: Outra hipótese é a 
da falsidade da autorização para casar. Neste caso, o menor volta a ser incapaz).
Essa solução é repudiada pela maioria da doutrina, pois o viúvo ou a viúva por muito 
tempo esperou para adquirir o estado de viuvez e a desconstituição de seu casameneto 
seria solução injusta.
Para uma segunda corrente, a solução seria buscar amparo no direito comparado. 
Adotar-se-ia a solução alemã, pela qual o segundo casamento não é nulo, mas anulável por 
erro, se aquele que se julgava viúvo/viúva, assim o requerer, reconhecendo-se o direito 
potestativo deste. O ausente não opina. Se o viúvo ou viúva quiser conservar o segundo 
matrimônio, o ausente será considerado divorciado. Essa é a posição da doutrinamajoritária, mas não tem amparo na jurisprudência, por ser questão nova, do CC/02, e 
tratando-se do tempo que o procedimento de ausência leva, não houve tempo hábil para o 
surgimento de jurisprudência.
3. Comoriência
Art. 8º, CC/02 - Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se 
podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão 
simultaneamente mortos
É uma presunção relativa do momento da morte, e não da morte, em si. 
Comoriência significa morte simultânea presumida, quando não se puder determinar 
o momento exato da morte de pessoas que tem direitos sucessórios entre si.
Em regra, o que sobreviver sucederá ao que morrer primeiro. Diante da ausência de 
prova inequívoca acerca de quem morreu primeiro, o legislador prefere presumir que 
morreram ao mesmo tempo.
Ex: João e Maria eram casados pelo regime de separação convencional de bens, em 
que João tem fortuna e Maria não tem bens significativos. Se em virtude de uma mesma 
ocasião, os dois morrem, e João morre primeiro que Maria, sendo esta sua única herdeira, 
haverá a transferência de todos os bens que Maria herdar de João, para os seus próprios 
herdeiros. Da mesma forma, se Maria morrer primeiro, os herdeiros de João herdarão seus 
bens. Se não for possível identificar-se quem morreu primeiro, aplicar-se-á a regra da 
comoriência, afastando-se a sucessão entre os comorientes. 
Essa é a finalidade da comoriência, afastar a sucessão entre as pessoas. Havendo 
prova em contrário, prevalecerá a premoriência.
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Ex: Pai e filho morrem em acidente de avião. O filho era jovem e exímio nadador. 
Isso não é prova suficiente para demonstrar que o filho morreu por último. Exige-se mais 
elementos probatórios para o convencimento do juiz.
Direitos da Personalidade
1. Conceito
São direitos que tem como conteúdo, atributos inerentes e essenciais às pessoas 
humanas e que estão, em última ratio, justificados pela proteção que se reconhece à 
dignidade da pessoa humana.
Eles estão previstos nos art. 11 a 21 do CC/02.
Em relação às pessoas jurídicas, se tem admitido certas e determinas características 
e atributos que seriam tipicamente da pessoa humana, mas que se poderiam estender, 
também, às entidades personificadas, tais como: credibilidade, honra objetiva, nome, 
imagem, que poderão estar relacionados a uma pessoa jurídica, e não à uma pessoa 
natural, e mesmo assim serem merecedores de tutela/proteção.
O art. 52 do CC/02 reconhece às pessoas jurídicas a proteção aos direitos da 
personalidade.
Art. 52, CC - Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da 
personalidade.
Em razão disso, permite-se o reconhecimento de dano moral à pessoa jurídica.
Súmula 227 STJ - A pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
O presente estudo se pautará na análise dos direitos da personalidade das pessoas 
naturais.
A primeira posição do direito foi a de negar direitos subjetivos às pessoas, pois estas 
não poderiam ser, ao mesmo tempo, sujeito e objeto de relação jurídica. Esta visão 
desapareceu no século XX, onde se consagrou os direitos da personalidade, tornando-se 
indiscutíveis.
O CC/16, nesse ponto, foi elaborado com uma visão do século XIX, de modo que 
não representou, em nenhum artigo, os direitos da personalidade. Concentrou suas 
atenções no patrimônio e não nas pessoas. Essa mudança se deu com uma construção 
jurisprudencial, com amparo na CRFB/88. Reconheceu-se, primeiro, o direito da 
personalidade, só depois é que se passou a reconhecer reparação civil para a sua violação.
A proteção dos direitos da personalidade, assim como o direito à indenização por sua 
violação, só foram pacificados com a CRFB/88.
Art. 5º, CRFB/88 - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por 
dano material, moral ou à imagem; 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação;
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 Sujeito Ativo ---------------------------Objeto---------------------------Sujeito Passivo
Direito da Personalidade Atributo da pessoa Dever Geral de Conduta
Trata-se de direito que se estabelece em caráter absoluto.
Primeiramente, entendeu-se que os direitos da personalidade eram insuscetíveis de 
relativização, não podendo ser mitigados diante de outros. Essa ideia está superada. Numa 
eventual colisão entre eles, os direitos da personalidade podem sofrer ponderação, em prol 
de um determinado valor que se prepondere sobre outro. Ex: Uma pessoa pública pode ter 
seu direito de imagem relativizado.
O caráter absoluto é da relação jurídica, que tem toda a coletividade como sujeito 
passivo, mas isso não significa que ele seja imune a qualquer relativização.
Reconhecida a existência da pessoa natural, inciam-se os direitos respectivos.
2. Características dos Direitos da Personalidade
a) Extrapatrimonialidade
b) Caráter Absoluto da Relação, que gera Oponibilidade Erga Omnes
c) Inatos
Se entender-se que o nascituro não é pessoa, não tem direitos da personalidade.
d) Vitalícios
Só se extinguem com a morte da pessoa natural. 
e) Intransmissíveis
Com a morte da pessoa natural, esses direitos da personalidade seriam 
intransmissíveis.
Deve-se analisar os seguintes casos.
1ª Hipótese: A pessoa, em vida, tem seu direito da personalidade violado, fazendo 
nascer, para ela, uma pretensão para exigir a reparação do dano moral, gerando, portanto, 
uma responsabilidade civil.
O sujeito ativo poderá ingressar com ação para haver indenização competente. 
Contudo, ele, o titular do direito, falece no meio do processo.
Pela corrente minoritária, morrendo a pessoa, extingue-se o direito de haver 
indenização, que não pode se transmitir, pois a reparação seria uma compensação 
personalíssima, de modo que se geraria a extinção do processo.
Pela posição majoritária, a pretensão deduzida em juízo não se confunde com o 
direito da personalidade que foi originalmente violado, e o direito de exigir a reparação do 
dano tem valor econômico, pois a responsabilidade civil é patrimonial, apesar do direito da 
personalidade ser extrapatrimonial. Os herdeiros, então, sucedem no processo e continuam 
o feito, auferindo e repartindo a indenização. O dano não foi sofrido pelo herdeiro, mas pela 
pessoa em vida (trata-se de direito sucessório á pretensão já deduzida em juízo).
2ª Hipótese: A pessoa teve seu direito da personalidade violado, logo, em vida, 
nasceu uma pretensão. Contudo, ela não ingressou em juízo, e morreu em seguida, quando 
ainda não tinha se operado a prescrição da sua pretensão indenizatória.
Discute-se se os herdeiros poderão ingressar com a ação indenizatória não movida 
pela vítima, como sucessores na pretensão do morto.
Não há corrente majoritária,e a divergência é acentuada.
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Para uma primeira corrente, o exercício inaugural da pretensão é personalíssimo, de 
modo que, somente depois de exercido é que os herdeiros poderiam suceder, antes disso, 
não. A conveniência da persecução é da vítima que teve seu direito violado. Assim, só 
poderia haver a sucessão de pretensão já exercida.
Pela segunda corrente, a pretensão consiste na exigibilidade da reparação de um 
dano, material ou moral, e essa exigibilidade sempre tem valor econômico, uma vez que a 
responsabilidade civil é patrimonial. Daí, sendo a pretensão patrimonial, integra a herança, 
sendo transmissível com a morte. Os sucessores poderiam ingressar com a ação. Essa 
posição é defendida por Sérgio Cavalieri, sustentando a independência da pretensão em 
relação ao direito subjetivo violado.
Por uma terceira corrente, o sujeito está morto e, teoricamente, não possui mais 
direitos da personalidade, mas a sua memória é agredida, o seu cadáver é vilipendiado, a 
sua imagem é utilizada sem autorização, neste caso, diz o ordenamento jurídico 
expressamente, estão legitimados os herdeiros.
Art. 12, CC/02 - Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da 
personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em 
lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida 
prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou 
colateral até o quarto grau.
Art. 20, CC/02 - Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à 
manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a 
publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser 
proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe 
atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins 
comerciais.
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para 
requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
Esses artigos conferem legitimidade aos sucessores no caso de violação dos direitos 
de pessoas já mortas.
O art. 11 do CC/02 da a entender que a transmissão é possível, desde que haja 
previsão legal.
Art. 11 do CC/02 - Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade 
são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação 
voluntária.
Por expressa previsão legal, pode-se transmitir os direitos da personalidade do morto 
para seus herdeiros, que passariam a ter legitimidade para reclamá-los. Isso mitigaria a 
característica da intrasmissibilidade. 
Sendo, esse direito, transmissível, terá que respeitar a ordem de vocação hereditária, 
de modo que o legitimado mais próximo excluirá os demais. Esta linha de pensamento não é 
a majoritária. 
Por uma segunda corrente, os direitos da personalidade são inerentes a determinada 
pessoa, pois se formaram com seu nascimento e perduraram ao longo da sua vida, 
passando, com a sua morte, a compor a memória do morto. 
Esses elementos que compõe a memória do morto mereceriam tanta proteção 
quanto o próprio morto, sendo seus herdeiros, de modo reflexo, os lesados indiretos pela 
agressão da referida memória. Verifica-se, então que, com a morte, os elementos da 
personalidade do morto ficam na memória das pessoas que sobreviveram a ele.
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A legitimação, neste caso, pode ser concorrente, demonstrando-se haver um maior 
rol de lesionados de modo reflexo. Sendo assim, não necessariamente o mais próximo 
afastaria o mais remoto. A ordem presumida será a de vocação, mas ela não será a única 
forma de se avaliar os direitos a avaliação. Ex: Caso de um sobrinho que foi criado pelo 
falecido.
Essa é a posição predominante, defendida pelo STJ e por Cristiano Chaves e Nelson 
Rosenvald.
Há dois precedentes famosos:
1) Caso Glória Perez e Jornal O Dia:
Este jornal fez uma matéria acerca da morte da filha de Glória Perez sob a forma de 
foto novela. Glória Perez reclamou indenização por violação ao direito de imagem. O jornal 
se defendeu ao argumento de que ela seria parte ilegítima. O judiciário afirmou a 
legitimidade da autora por ter sido, desnecessariamente, submetida a sofrimento decorrente 
do mau uso da imagem de sua filha, ainda que esse sofrimento tenha se dado de forma 
reflexa.
2) Filhas do Garrincha:
As filhas do ex-jogador de futebol Garrincha, já falecido, reclamaram indenização por 
violação a intimidade de seu pai, promovida em bibliografia não autorizada, por excesso de 
intervenção na vida de uma pessoa pública. Não havia contexto público para as informações 
divulgadas, mas apenas curiosidade pública relacionada a fofocas. 
As filhas foram reconhecidas como legitimadas por serem lesadas reflexas. No 
mérito, o tribunal não reconheceu o direito à indenização por não haver dano de fato, mas 
sim informações dignas de orgulho. Contudo, em determinados casos, basta-se que as 
informações tenham se dado fora de um contexto necessário, sem haver necessidade de se 
comprovar a ocorrência de um real constrangimento. Basta a prova da violação, in re ipsa, 
da intimidade. Por isso, houve reforma do julgado, reconhecendo-se o direito à indenização.
Assim, os herdeiros, maculados no sentimento de respeito familiar, puderam discutir 
o dano decorrente de uma situação de excesso.
f) Imprescritibilidade
Os direitos da personalidade são considerados imprescritíveis.
Aqui surgem duas correntes a respeito da prescrição da pretensão:
Para uma primeira corrente, considerar-se que a pretensão está intimamente ligada 
ao direito da personalidade, de modo que ela também será imprescritível.
Para uma segunda corrente, majoritária, a pretensão prescreveria, embora o direito 
violado, em si, não, por tratarem de questões diversas. 
Todavia, o STJ, vem decidindo, em alguns casos, desde 2008, de modo diferente. 
Para esse tribunal, em determinados casos, a violação é tão grave, ultrapassando de tal 
maneira os limites protetivos da dignidade da pessoa humana, e da humanidade, que não 
pode ser perdoado. Consequentemente, a pretensão nascida neste caso seria 
imprescritível, de modo que a segurança jurídica cederia espaço para a dignidade da 
pessoa humana. Ex: Casos de tortura realizada no período de ditadura militar.
Em regra, a pretensão prescreve, embora o direito não, contudo, dependendo do 
caso concreto, havendo uma violação intensa a dignidade da pessoa humana, a pretensão 
seria imprescritível.
g) Inalienáveis
Admite-se exceção. 
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Ex: Alienação da obra, em que pese o direito autoral; cessão temporária de imagem, 
em que pese o direito à imagem.
h) Indisponíveis
São irrenunciáveis.
i) Numerus Apertus
Não existe um rol fechado.
O CC/02 foi muito econômico, e só dedicou dez artigos aosdireitos da 
personalidade, sem mencionar diversos deles.
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