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O BOM ALUNO DE CURSOS À DISTÂNCIA: 
 
• Nunca se esquece que o objetivo central é aprender o conteúdo, e não apenas terminar o curso. 
Qualquer um termina, só os determinados aprendem! 
• Lê cada trecho do conteúdo com atenção redobrada, não se deixando dominar pela pressa. • 
Sabe que as atividades propostas são fundamentais para o entendimento do conteúdo e não 
realizá-las é deixar de aproveitar todo o potencial daquele momento de aprendizagem. 
• Explora profundamente as ilustrações explicativas disponíveis, pois sabe que elas têm uma função 
bem mais importante que embelezar o texto, são fundamentais para exemplificar e melhorar o 
entendimento sobre o conteúdo. 
• Realiza todos os jogos didáticos disponíveis durante o curso e entende que eles são momentos de 
reforço do aprendizado e de descanso do processo de leitura e estudo. Você aprende enquanto 
descansa e se diverte! 
• Executa todas as atividades extras sugeridas pelo monitor, pois sabe que quanto mais aprofundar 
seus conhecimentos mais se diferencia dos demais alunos dos cursos. Todos têm acesso aos 
mesmos cursos, mas o aproveitamento que cada aluno faz do seu momento de aprendizagem 
diferencia os “alunos certificados” dos “alunos capacitados”. 
• Busca complementar sua formação fora do ambiente virtual onde faz o curso, buscando novas 
informações e leituras extras, e quando necessário procurando executar atividades práticas que 
não são possíveis de serem feitas durante as aulas. (Ex.: uso de softwares aprendidos.) 
• Entende que a aprendizagem não se faz apenas no momento em que está realizando o curso, mas 
sim durante todo o dia-a-dia. Ficar atento às coisas que estão à sua volta permite encontrar 
elementos para reforçar aquilo que foi aprendido. 
• Critica o que está aprendendo, verificando sempre a aplicação do conteúdo no dia-a-dia. O 
aprendizado só tem sentido quando pode efetivamente. 
 
 
 
 
 
CONTEÚDO 
 
● Fisiologia renal 
● Coleta de Amostras Biológicas 
● Urinálise 
● Exame Físico 
● Exame químico 
● Sangue, hemoglobina e mioglobina 
● Avaliação do sedimento urinário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fisiologia Renal 
Para que serve o rim? 
 
● Regulação do balanço hídrico, do balanço eletrolítico, do volume e osmolaridades 
corporais e do equilíbrio ácido-base. 
● Manutenção da homeostase! 
● Remoção e excreção de produtos metabólicos endógenos, p.ex. uréia. 
● Remoção e excreção de substâncias exógenas. 
● Gliconeogênese. 
● Secreção de hormônios. 
○ Renina 
○ Eritropoietina 
○ Di-hidroxivitamina D 
Anatomia básica do rim 
 
● Córtex (granulado) 
● Medula • Papila 
● Cálices 
○ Menores 
○ Principal 
● Pelve 
● Ureter 
 
O néfron 
 
O néfro 
 
Um rim humano possui ~1.000.000 de nefrons 
 
O glomérulo 
 
 
 
 
Fenestrações entre 4 a 14 nm Glicoproteínas negativamente carregadas, repelem 
proteínas plasmáticas 
 
A filtração glomerular 
 
● O plasma é filtrado pelo glomérulo formando o ​filtrado glomerular​. 
○ O filtrado glomerular é o conteúdo plasmático sem as proteínas. 
○ 20% do plasma é filtrado pelo glomérulo por vez. 
● Muitas substâncias filtradas podem ser ​reabsorvidas ​pelos túbulos’. 
● Muitas substâncias não filtradas completamente podem ser ​secretadas ​através 
túbulos 
● As células tubulares podem secretar elas próprias substâncias 
 
 
 
 
Excreção urinária = Filtração – Reabsorção + Secreção 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pressão de Filtração Glonerular (PFG) 
 
O conceito de taxa de filtração glomerular (TFG) 
● Volume de líquido filtrado dos glomérulos para dentro do espaço de Bowman por 
unidade de tempo. 
○ Depende da PFG e das permeabilidade das membranas corpusculares e da 
área de filtração. 
○ Em humanos a TFG é de180 l/ dia 
■ Compare com a filtração dos capilares sanguíneos de 4 l/dia 
■ Sendo o volume do plasma sanguineo de 3 l, os rins filtram todo o 
plasma 60 vezes por dia. 
● A TFG não é constante mas é constantemente ajutada pelos rins de acordo com as 
necessidades fisiológicas. 
○ É modulado pelos aferentes neurais e ações hormonais nas arteríoloas 
aferentes e efererentes, resultando em alterações na PFG 
 
 
 
Constrição e relaxamento das arteríolas afretes e eferentes controlam a TFG e o ​Fluxo 
Plasmático Renal (FPR) 
 
A excreção urinária de uma substância é a diferença de seu fluxo arterial e venoso 
Para qualquer soluto (X) que o rim não 
sintetiza, degrada ou acumula, a única 
rota de entrada é a artéria renal, 
enquanto as duas únicas rotas de saída 
são a veia renal e o ureter. Pela lei da 
ação das massas a entrada de X é igual a 
saída de X. 
 
𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑎𝑟𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = 𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑣𝑒𝑛𝑜𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 + 𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑢𝑟𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡o 
 
 
O conceito de ​depuração (clearance)​ renal: volume de plasma necessário 
livre de uma substância por unidade de tempo 
● FPR 700 ml plasma / min 
○ 142 mM Na+ 
○ 142 mM x 0.7 L = 100 mmol Na+ /min 
● Excreção de 0,14 mmol/min de Na+ 
○ ~1 ml de plasma/ min 
● Depuração do Na+ = 1 ml/min 
 
 
 
 
 
 
O conceito de depuração (clearance) renal: 
volume de plasma livre de uma substância por unidade de tempo 
 
Se uma substância é​ apenas filtrada​ , sua depuração reflete a t​axa de filtração 
glomerular (TFG) 
Se uma substância é​ filtrada mas totalmente reabsorvida​, como a glucose, a sua 
depuração é igual a ​zero 
Se uma substância é ​filtrada e totalmente secretada​ sua depuração reflete o ​fluxo 
plasmático renal (FPR) 
 
Medindo a taxa de filtração glomerular (TFG) 
 
 
 
 
 
 
 
Filtração, secreção e reabsorção 
● Substâncias essenciais ao organismos são ​reabsorvidas 
● Substâncias em excesso ou tóxicas não são reabsorvidas 
● Essas substâncias também podem ser ​secretadas. 
● Diferentes partes do néfron participam dos processos de reabsorção e secreção 
de diferentes substâncias. 
A maioria das substâncias é reabsorvida no túbulo proximal 
● Água 
● Sódio 
● Cloreto 
● Potássio 
● Glicose 
● Aminoácidos 
● Vitaminas 
● Fosfato 
● Bicarbonato 
● Cálcio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A maior parte da glicose é reabsorvida no túbulo proximal 
- A glucose é reabsorvida por transporte ativo secundário com o sódio. Os 
transportadores são o SGLT1 e SGTl2. 
- -Na membrana basolateral a glucose sai por transporte passivo pelo transportador 
GLUT1 
 
 
 
 
 
 
 
 
A depuração da glicose é zero, pois (normalmente) ela é totalmente 
reabsorvida 
Acima de 200 mg/dl ocorre glicosúria 
 
 
 
 
 
O Cloreto é reabsorvido junto com o sódio 
 
● Túbulo proximal-​ O cloreto é reabsorvido tanto pela via paracelular 
como pela transcelular (trocador base/Cl). 
 
 
 
A reabsorção no túbulo proximal é isoosmótica 
- A alta expressão de ​aquaporina I​ faz o túbulo ser muito permeável a água. 
- A água basicamente segue o fluxo de solutos (no caso principalmente o sódio). 
 
 
O hormônio ALDOSTERONA produzido pelas supre-renais, promove a 
captação de sódio pelos ductos coletores. 
● A aldosterona é um mineralocorticóide que estimula a sintese de canais de sódio 
voltagem-independentes da membrana apical das células principais dos ductos 
coletores, e da Na/K-ATPase na membrane basolateral 
 
 
 
 
Coleta de Amostras Biológicas 
SANGUE E URINA 
 
Material Biológico (Amostras): 
 
● Líquidos 
● Secreções 
● Excreções 
● Fragmentos de tecido 
● Mais utilizados: sangue e urina 
COLETA DE SANGUE 
 
 INSTRUÇÕES GERAIS 
● O jejum recomendado é de 10 a 14 horas. É livre a ingestão de água. 
● As amostras para análise devem ser coletadas na primeira parte da manhã. 
● Convém que o paciente ao chegar ao laboratório seja acalmado e que descanse 
por alguns minutos.● Exercícios físicos devem ser evitados antes da coleta. 
FORMAS DE COLETA: 
● Agulha e seringa estéreis e descartáveis. 
● Lanceta estéril e descartável. 
 
 
● Coleta a vácuo. 
 
O PROBLEMA DA HEMÓLISE 
● A ruptura de hemácias libera hemoglobina e altera os resultados de alguns 
exames. 
● A ruptura de uma pequena quantidade de hemácias é praticamente inevitável e 
não causa hemólise visível. 
● Amostras de plasma ou de soro hemolisadas apresentam-se mais coradas. 
● Na grande maioria das determinações a hemólise causa aumento ou diminuição 
na taxa de elementos no plasma ou no soro que estão sendo dosados. 
Alguns cuidados: 
● Após a anti-sepsia do local de coleta, deixar evaporar totalmente o anti-séptico. 
● Usar o garrote o menor tempo possível. 
● Não mover a agulha durante a coleta. 
Obtenção de sangue: 
● Punção Venosa 
● Punção Arterial 
● Punção de Pele 
 
PUNÇÃO VENOSA 
● Sangue venoso que circula da periferia para o centro do sistema circulatório, o 
coração, é o mais usado em exames laboratoriais. 
● A coleta é feita com agulhas e seringas estéreis e descartáveis ou por meio de 
tubos com vácuo adaptados a agulhas estéreis, com ou sem anticoagulantes. 
● Preferência pelas veias intermediárias cefálica e basílica em adultos e crianças 
maiores. 
● Outras opções: veias jugulares, veia femoral, seio sagital superior,etc. 
 
Veias da Dobra do Cotovelo 
1. Retirar a agulha da embalagem estéril e acoplar à seringa estéril, deixando na 
própria embalagem estéril pronta para ser usada. 
2. Colocar um garrote ao redor do braço do paciente, acima da dobra do cotovelo. 
Verificar o pulso para garantir que a circulação arterial não foi interrompida. 
3. O paciente deve abrir e fechar a mão várias vezes para aumentar a circulação 
venosa. 
4. Pela inspeção e palpação determinar a veia a ser puncionada, que deve ser 
calibrosa e firme. 
5. Desinfetar a pele sobre a veia selecionada, com álcool a 70% e deixar secar. 
6. Não tocar o local a ser puncionado, nem deixar que o paciente dobre o braço. 
7. O paciente, agora, deve permanecer com a mão fechada. 
8. Pegar a seringa colocar o dedo sobre o mandril da agulha, para guiá-la durante a 
introdução na veia. 
9. Esticar a pele do cotovelo, com a outra mão, uns 5 cm abaixo do local da punção, 
mas sem tocá-lo. 
10. Introduzir a agulha na pele ao lado da veia que vai ser puncionada, 
paralelamente a ela, e, lentamente, penetrar em seu interior. 
11. O sangue deverá fluir espontaneamente para dentro da agulha ou, então, 
deve-se puxar lentamente o êmbolo, para verificar se a agulha está na veia e, em 
seguida, retirar o sangue necessário. 
12. Soltar o garrote, retirar a agulha e colocar um pedaço de algodão seco no local. 
13. Retirar a agulha e transferir o sangue coletada para os tubos com ou sem 
anticoagulantes, de acordo com o exame solicitado, escorrendo lentamente o 
sangue, sem formar espuma. 
14. Tubos com anticoagulantes devem ser invertidos, várias vezes, lentamente. 
 
Veias do Dorso da Mão 
 
● Em pacientes obesos, cujo acesso às veias do cotovelo é mais difícil, essas veias da 
mão são por vezes mais calibrosas. 
● São extremamente móveis em relação aos tecidos circunjacentes, o que dificulta a 
penetração da agulha em seu interior. 
● A perfuração é mais dolorosa e a hemostasia mais demorada, geralmente 
formando hematomas. 
 
Veia Jugular Externa 
 
● Imobilização do paciente (principalmente crianças), em posição inclinada, com a 
cabeça em nível inferior ao tronco. 
● Roda-se a cabeça para o lado oposto ao da punção, o que permite visualizar a 
veia. 
● Provoca-se o choro em crianças, para que aumente a estase venosa. Se adulto, 
deve ficar assoprando com a boca e nariz fechados. 
● A agulha deve penetrar diretamente sobre a veia que nessa região é bem 
superficial. 
● Após a punção, manter o paciente sentado e com algodão ou gaze fazer 
compressão demorada. 
Veia Jugular Interna 
 
 
● Imobilização do paciente (mesmo modo da jugular externa) 
● Toma-se como ponto de referência o músculo esternocleidomastóideo. 
● A agulha deve penetrar no ponto que coincide com a metade da distância entre a 
origem e a inserção do músculo, ao nível de sua borda anterior. 
● Após a penetração da pele a agulha deve estar com a ponta voltada para a fúrcula 
esternal, mantendo-se quase paralela à pele e aprofundando um pouco mais de 
0,5cm. 
● Após a coleta, compressão por alguns minutos. 
Veia Femoral 
 
● Somente quando todas as outras opções falharam. 
● Palpa-se o pulso femoral, ao nível da prega inguinal e punciona-se logo abaixo do 
ligamento inguinal, para dentro da artéria pulsátil. 
● A agulha deve penetrar em posição vertical, até tocar a parte óssea. Lentamente 
deve ser retirada, fazendo-se pressão negativa na seringa, até se conseguir obter 
fluxo de sangue. 
● Após a coleta comprimir o local durante alguns minutos. 
 
 
 
 
 
Seio Sagital Superior (Fontanela Bregmática) 
 
● Em crianças com a fontanela ainda aberta. 
● A punção é feito em nível do ângulo posterior da fontanela. 
● A agulha penetra num ângulo de 30 a 90º sendo introduzida apenas uns 3 mm e 
com o cuidado de não atingir o espaço subaracnóideo. 
● Após a coleta, compressão delicada, mas eficiente, deve ser feita. 
Cordão Umbilical 
 
● Imediatamente após o nascimento do bebê, o cordão umbilical é preso com pinça 
e cortado. 
● Para recolher o sangue do cordão, outra pinça é colocada a 20 ou 25 centímetros 
da primeira, a seção isolada é cortada e a amostra do sangue coletada dentro de 
um tubo de amostra. 
O exame é realizado para avaliar: 
● Gases sanguíneos 
● pH do tecido fetal 
● Nível respiratório 
● Hemograma completo 
● Bilirrubina 
● Glicose 
● Hemocultura (se houver suspeita de infecção) 
● Armazenamento de células-tronco 
 
PUNÇÃO ARTERIAL 
● Sangue arterial é o sangue oxigenado pelos pulmões e bombeado do coração para 
todos os tecidos. É essencialmente uniforme em sua composição. 
● São utilizadas a artéria femoral, a artéria radial ou a artéria braquial. 
● Estudo da gasometria sanguínea. 
● Através da amostra de sangue arterial, o laboratório pode determinar as 
concentrações de oxigênio e de dióxido de carbono, assim como a acidez do 
sangue, que não pode ser mensurada em uma amostra de sangue venoso. 
● O exame é utilizado para avaliação de doenças respiratórias e de outras condições 
que afetam os pulmões. O exame é usado também para determinar a eficiência da 
terapia com oxigênio. O componente ácido base do exame também fornece 
informações a respeito do funcionamento dos rins. 
● Obter seringa para gasometria, heparinizada. 
● O paciente deve repousar por 30 minutos. 
● O local da punção pode ser anestesiado com Xilocaína 1-2%. 
● Realizar anti-sepsia com iodopovidona e álcool a 70%. Deixar secar. 
● Palpar a artéria com luvas e puncionar em ângulo de 30º a 90º. 
● Coletar cerca de 2 ml de sangue. Remover agulha e seringa. 
 
● Aplicar pressão ao local puncionado com gaze estéril de 5-15minutos. 
● Retirar o ar da seringa e vedá-la com borracha. Agitar a amostra. 
● Imediatamente colocar a amostra imersa em gelo. 
 
● pH ​- Avaliar o pH para determinar se está presente uma acidose ou uma alcalose. 
O desequilíbrio ácido-básico é atribuído a distúrbios ou do sistema respiratório 
(PaCO2 ) ou metabólico. Normal de 7,35 a 7,45 
● PaO2​ - A PaO2 exprime a eficácia das trocas de oxigênio entre os alvéolos e os 
capilares pulmonares. Normal de 80 a 100mmHg. 
● PaCO2​ - A pressão parcial de CO2 do sangue arterial exprime a eficácia da 
ventilação alveolar. Se a PaCO2 estiver menor que 35 mmHg, o paciente está 
hiperventilando, e se o pH estiver maior que 7,45, ele está em Alcalose 
Respiratória. Se a PCO2 estiver maior que 45 mmHg, o paciente está 
hiperventilando, e se o pH estiver menor que 7,35, ele está em Acidose 
Respiratória. 
● HCO3​ - As alterações na concentração de bicarbonato no plasma podem 
desencadeardesequilíbrios ácido-básicos por distúrbios metabólicos. Se o HCO3 - 
estiver maior que 28 mEq/L com desvio do pH > 7,45, o paciente está em Alcalose 
Metabólica. Se o HCO3 - estiver menor que 22 mEq/L com desvio do pH < 7,35, o 
paciente está em Acidose Metabólica. 
Fatores que afetam os resultados: 
● Rejeitar amostra coagulada; 
● Transportar a amostra para o laboratório, a fim de processá-la dentro de 15 
minutos. 
● Se o paciente está sendo submetido à aspiração endotraqueal ou à terapia 
respiratória, a amostra deve ser colhida pelo menos 20 minutos após o 
procedimento; 
● A não expulsão do ar da seringa de gasometria resultará em falsa elevação da 
PaO2 ou falsa redução da PaCO2 ; 
● A não imersão da amostra em gelo pode resultar em redução do pH e da PaO2 ; 
● A não expulsão da heparina da seringa antes da coleta da amostra pode resultar 
em redução do pH, PaCO2 e PaO2. 
PUNÇÃO CAPILAR 
● Utilizado na hematologia, em pesquisa de hemoparasitos, na coleta de amostras 
para execução de microtécnicas e em provas de coagulação. 
● É uma mistura de sangue venoso e arterial, mas o sangramento é principalmente 
arterial. 
● O sangue capilar é obtido através da pele. 
● Especialmente em pacientes pediátricos. 
Punção da pele: 
● Superfície póstero-lateral do calcanhar, em crianças até 1 ano de idade. 
● Na polpa do 3º ou 4º dedo da mão. 
● Lóbulo da orelha. 
 
Nunca: 
● Em local edematoso. 
● Massagear antes. 
● Espremer. 
Pode: 
● Aquecer previamente com compressas quentes. 
Sempre: 
● Limpar com álcool a 70%. 
● Desprezar a primeira gota. 
ANTICOAGULANTES 
● Quando necessita-se de sangue total ou plasma para algumas análises usam-se 
anticoagulantes. 
● Em geral, interferem no mecanismo de coagulação in vitro, inibindo a formação da 
protrombina ou da trombina. 
Os mais usados são: 
● EDTA (ácido etileno-diamino-tetra-acÉtico) – determinações bioquímicas e 
hematológicas 
● Heparina – provas bioquímicas 
● Oxalatos – provas de coagulação 
● Citratos – provas de coagulação 
● Polianetol-sulfonato de sódio – hemoculturas 
 
Tubos com vácuo: 
VERMELHO 
 
● Sem anticoagulante. 
● Obtenção de soro para bioquímica e sorologia. 
Exemplo de testes: 
● Creatinina 
● Glicose 
● Uréia 
● Colesterol 
● Pesquisa e identificação de anticorpos e ou antígenos no soro. 
LAVANDA 
 
● Com anticoagulante EDTA sódico ou potássico 
● EDTA liga-se aos íons cálcio, bloqueando assim a cascata de coagulação 
● Obtém-se assim o sangue total para hematologia 
Testes: 
● Eritrograma 
● Leucograma 
● Plaquetas 
VERDE 
 
● Paredes internas revestidas com heparina. 
● Produção de uma amostra de sangue total. 
● Estabilização por até 48 horas. 
● Testes bioquímicos. 
AZUL 
 
● Contém citrato de sódio 
Anticoagulante utilizado para a obtenção de plasma para provas de coagulação: 
● Tempo de Coagulação 
● Retração de Coágulo 
● Tempo Parcial de Tromboplastina 
● Tempo de Protrombina 
PRETO 
 
● Os tubos para VHS 
● Contém solução tamponada de citrato trissódico 
● Utilizados para coleta e transporte de sangue venoso para o teste de 
sedimentação. 
AMARELO 
 
● Tubos para tipagem sangüínea 
● Com solução de ACD (ácido citrato dextrose) 
● Utilizados para teste de tipagem sangüínea ou preservação celular 
CINZA 
 
● Tubos para glicemia 
Contêm um anticoagulante e um estabilizador, em diferentes versões: 
● EDTA e fluoreto de sódio 
● oxalato de potássio e fluoreto de sódio 
● heparina sódica e fluoreto de sódio 
● heparina lítica e iodoacetato 
Ocorre inibição da glicólise para determinação da taxa de glicose sanguínea 
ROSA 
 
● Tubos para provas de compatibilidade cruzada 
Duas versões: 
● Com ativador de coágulo » Provas cruzadas com soro. 
● Com EDTA » Testes com sangue total. 
ROYAL 
 
Três versões: 
● Sem aditivo 
● Com heparina sódica 
● Com ativador de coágulo 
Utilizados para testar traços de elementos metálicos, como: Cu, Zn, Pb, etc. 
 
HEMOCULTURA 
● É realizada quando se suspeita de uma infecção no sangue (bacteremia ou 
septicemia) com presença de febre, calafrios, pressão sangüínea baixa ou outros 
sintomas. 
● Neste exame é importante que a amostra de sangue não seja contaminada por 
organismos na pele ou instrumental utilizado na preparação do exame. 
● Uma rigorosa técnica de anti-sepsia é seguida para obter e preparar o espécime. 
● O sangue é colhido de uma veia, geralmente da prega do cotovelo ou dorso da 
mão. 
● A cultura é examinada para detectar a presença de microorganismos durante 
vários dias. Se os organismos estiverem presentes, outras culturas podem ser 
realizadas para identificar os organismos. 
 
EXAME DE URINA / EQU 
 
● de preferência colher a 1ª urina da manhã. 
● lavar os genitais externos com água e sabão. Secar. 
● colher a urina em recipiente limpo e seco e enviá-la imediatamente ao 
laboratório. 
● colher somente o jato médio, desprezando o início e o fim da micção. 
● na coleta de urina em mulheres, recomenda-se abstinência sexual de pelo menos 
24 horas. 
● em mulheres menstruadas, e em caso de urgência, usar tampão vaginal depois da 
lavagem, para não contaminar a urina com sangue. O ideal seria coletar a urina de 
3 a 5 dias após o término do sangramento menstrual. 
EXAME DE URINA DE 24 HORAS 
1. Alimentação normal. 
2. Pela manhã, ao acordar, esvaziar completamente a bexiga e desprezar a urina. 
Marcar a hora exata (p.ex.: 8 horas da manhã). 
3. Daí em diante colher as urinas produzidas durante o dia e a noite, juntando-as em 
um ou mais frascos limpos ou frascos produzidos pelo laboratório (3 litros). 
Mantê-los no refrigerador e ao abrigo da luz. 
4. 
a. Pela manhã do dia seguinte, exatamente 24 horas após a hora em que foi 
desprezada a urina do comeÅo da prova, colher toda a urina da bexiga, em 
frasco separado, rotulando-o “Primeira urina da manhã, data...” 
b. Após 24 horas exatamente, colher todo a urina e juntar com as outras. 
5. Enviar todas as urinas para o laboratório imediatamente. 
COLETA EM CRIANÇAS / LACTENTES 
Crianças muito jovens e neonatos » Coletor auto-aderente hipoalergênico 
Recomendações: 
● Identificar o coletor auto-aderente 
● Abrir as pernas da criança 
● Certificar que a região púbica e perineal estão limpas, secas e isentas de muco. 
● Meninas: colocar o adesivo na pele em volta dos genitais externos, de maneira 
que a vagina e o reto fiquem isolados e evitando a contaminação. Após 30 
minutos retirar o coletor, mesmo sem a emissão de urina. 
● Meninos: colocar o coletor auto-aderente de maneira que o pênis fique em seu 
interior. Após 30 minutos retirar o coletor, mesmo sem a emissão de urina. 
COLETA COM CATETER 
Cateter é inserido na bexiga através da uretra com o uso de técnica estéril para 
obtenção da urina. 
COLETA COM ASPIRAÇÃO SUPRAPÚBICA 
Aspira-se a bexiga distendida com um seringa e agulha acima da sínfise pubiana através 
da parede abdominal adentrando a bexiga cheia. 
Complicações são raras. 
Método usado para culturas anaeróbicas, culturas problemáticas (onde a contaminação 
não pode ser eliminada) e em crianças. 
 
 
ARMAZENAMENTO, CONSERVAÇÃO E TRANSPORTE DA AMOSTRA DE URINA 
O paciente deve receber instruções claras e por escrito a respeito do armazenamento, 
conservação e transporte da amostra de urina coletada, a fim de manter a integridade 
dos elementos e contribuir para a estabilidade das substâncias químicas. 
O tempo entre a coleta e a entrega da amostra no laboratório não deve ultrapassar uma 
hora. 
Em caso de demora na entrega, conservar a amostra em refrigerador (2-5åC), sendo 
também necessário, às vezes o uso de conservantes: 
● Formalina – preservação dos elementos figurados 
● Ácido Bórico – preservação de aldosterona, estrógenos, etc 
● Timol – preservação de mucopolissacarídeos, etc 
● Ácido Clorídrico – preservação de adrenalina, noradrenalina, etc 
● Fluoreto de Sódio – preservação de glicídeos 
● Bicarbonato de Sódio – urina de 24 horas 
FATORES QUE AFETAMOS RESULTADOS 
● Amostras da 1ª urina da manhã fornecem o reflexo mais preciso da presença de 
bactérias e de elementos formados, tais como cilindros e cristais. 
● Um retardo no exame após a coleta pode causar valores falsamente reduzidos de 
glicose, cetona, bilirrubina e urobilinogênio. 
● Amostras coletadas, mantidas à temperatura ambiente e tardiamente entregues 
ao laboratório, podem causar valores falsamente elevados de bactérias, em 
virtude de seu supercrescimento 
● Retardos também perturbam a nitidez microscópica, em virtude da dissolução de 
uratos e fosfatos. 
Realizam-se três etapas do exame: 
1. Exame físico; 
2. Exame químico; 
3. Exame microscópico. 
 
EXAME FÍSICO 
1. ​COR:​ As cores usadas para a descrição são: amarelo, amarelo claro, amarelo 
escuro, avermelhado, marrom, esverdeado. Quando vermelha há presença de 
sangue na urina, ou também é observada quando da ingestão de beterraba. A 
urina também pode apresentar-se verde pela ação de medicamentos. 
2. ASPECTO​: Os três estados observados são: límpida; ligeiramente turva e turva. 
Também podemos ter o aspecto sanguinolento. 
3. DENSIDADE​: Varia de 1,016 a 1,020 como valores normais. Diminuição nesta 
densidade indica algum problema que não permite a concentração desta urina e o 
aumento nesta densidade indica excretas a mais (como glicose). 
EXAME QUÍMICO 
A maioria dos testes de triagem de urinálise são medidos por meio de uma "fita" 
reagente. Existem vários tipos de fitas reagentes. Pesquisa de: 
● Urobilinogênio 
● Bilirrubina 
● Corpos cetônicos 
● Hemoglobina 
● Glicose 
● Sangue 
● Proteínas 
● pH 
● Nitritos 
 
EXAME MICROSCÓPICO 
Avaliação do Sedimento Urinário 
● Hemácias 
● Leucócitos 
● Células epiteliais 
● Cilindros 
● Microorganismos 
● Cristais 
● Gordura 
SOLICITAÇÕES ESPECIAIS 
● Taxa de excreção de aldosterona urinária de 24 horas 
● Porfirinas na urina 
● Amilase na urina 
● Mioglobina na urina 
● Cobre na urina de 24 horas 
● Nitrogênio da uréia na urina 
● Osmolalidade da urina 
● Exame de concentração da urina 
● Creatinina na urina 
● Proteína na urina de 24 horas 
● Cortisol na urina 
● Cálcio na urina 
● Exame de Norepinefrina na urina 
● Exame de dopamina na urina 
● Exame de adrenalina na urina 
● Exame de epinefrina na urina 
● Exame urinário de ácido cítrico 
● Eletrólitos na urina 
● Sódio na urina 
● Potássio na urina 
● Ácido úrico na urina 
● Urocultura 
● Cultura de urina (amostra cateterizada) 
● Exame de citologia da urina 
● Estriol na urina 
● Aminoácidos na urina 
● Hemoglobina na urina 
UROCULTURAS 
● Exame microbiológico da urina 
● Rigorosa limpeza e anti-sepsia, tomando cuidado para completa remoção dos 
produtos usados. 
● Coleta por aspiração suprapúbica: o aparecimento de uma só colônia de bactérias 
já indica infecção, desde que eliminada contaminação. 
● Coleta por jato médio: crescimento de menos de 10.000 colônias por ml de urina 
não indica infecção. Bactérias da uretra. 
● Acima de 100.000 colônias por ml de urina: evidência de infecção, desde que a 
espécie bacteriana seja uma só. 
● É importante que se espere pelo menos 2 horas entre a última micção e a coleta 
de urina para cultura. 
 
 
 
 
 
 
Sangue, Hemoglobina e Mioglobina 
1. O SANGUE: Considerações Gerais 
 ​1.1. Introdução 
O sangue é a porção líquida do meio interno que circula rapidamente dentro de um 
sistema fechado de vasos denominado sistema circulatório. É constituído por um fluido 
no qual existem células em suspensão, moléculas e íons dissolvidos em água, 
apresentando propriedades das soluções coloidais. Uma característica importante do 
sangue é a constância da sua composição química e propriedades físicas, assegurando 
condições físicas para o funcionamento das células.Ele é constantemente renovado pela 
entrada e saída de substâncias que modificam discretamente sua composição. A 
constância da composição do sangue, com estreita faixa de variação, é o resultado 
mantido pela rapidez pela qual as substâncias deixam e entram no sangue quando estão 
em excesso ou em concentrações abaixo do normal respectivamente.. 
1.2. Composição do sangue 
O sangue é constituído de duas frações combinadas, sendo 55% para o plasma e 45% 
para as células. 
A porção acelular ou ​plasma ​é constituído de 91,5% de água que serve de solvente das 
substâncias orgânicas e minerais e ainda de veículo para as células, moléculas e íons.Os 
restantes 8% são formados por proteínas, sais e outros constituintes orgânicos em 
dissolução. 
A porção celular apresenta três tipos de células em suspensão no plasma: 
● Glóbulos vermelhos, hemácias ou eritrócitos. 
● Glóbulos brancos ou leucócitos. 
● Plaquetas ou trombócitos. 
 
1.3. Formação do sangue 
Plasma​: è a porção fluida do sangue não coagulado; contém os fatores da coagulação, 
exceto aquele removido pelo anticoagulante; é formado às custas da ingestão de água, 
de alimentos, da difusão e trocas líquidas entre os vários compartimentos do 
organismo. 
Soro​: é a porção líquida amarelada do sangue que resta após a coagulação e remoção 
do coágulo. Não contém elementos celulares nem a maioria dos fatores da coagulação. 
Apresenta em solução sais minerais, vitamina, glúcides, prótides, lípides, enzimas, 
hormônios, produtos anabólicos e catabólicos, substâncias também encontradas no 
plasma. 
A porção do sangue que não é o plasma ou seja , a parte celular, consiste de elementos 
figurados. Os elementos figurados incluem os eritrócitos (células vermelhas), vários 
tipos de leucócitos (células brancas) e plaquetas (trombócito). 
2. HEMATOPOIESE 
A palavra hematopoiese significa formação das células do sangue. Abrange o estudo de 
todos os fenômenos relacionados com a origem, com a multiplicação e a maturação das 
células primordiais ou precursora das células sanguíneas, à nível da medula óssea.A 
hematopoiese se divide em dois períodos: 
1.Período Embrionário e Fetal: Iniciando no primeiro mês de vida pré-natal, surgem as 
primeiras células fora do embrião, são os eritroblastos primitivos.Na sexta semana, tem 
início a hematopoiese no fígado; o principal órgão hematopoiético nas etapas inicial e 
intermediária da vida fetal. Na fase intermediária da vida fetal, o baço e os nodos 
linfáticos desempenham um papel menor na hematopoiese, mas o fígado continua a 
dominar essa função. Na segunda metade da vida fetal, a medula óssea torna-se cada 
vez mais importante para a produção de células sanguíneas. 
2. Período Pós-natal: Logo após o nascimento, cessa a hematopoiese no fígado, e a 
medula passa a ser o único local de produção de eritrócitos, granulócitos e plaquetas. As 
células-tronco e as células progenitoras são mantidas na medula óssea. Os linfócitos B 
continuam a ser produzidos na medula e órgãos linfóides secundários e os linfócitos T 
são produzidos no timo e também nos órgãos linfóides secundários. Ao nascer o espaço 
medular total é ocupado pela medula vermelha; na infância apenas parte desse espaço 
será necessária para a hematopoiese; o espaço restante fica ocupado pelas células de 
gordura. Mais tarde apenas os ossos chatos (crânio, vértebras, gradil torácico, ombro e 
pelve) e as partes proximais dos ossos longos (fêmures e úmeros) serão locais de 
formação de sangue. 
3. FISIOLOGIA DOS ERITRÓCITOS E LEUCÓCITOS 
3.1. Eritrócitos 
São células pequenas, circulares, com forma aproximada de discos bicôncavos, com 7,5 
mm de diâmetroe sem núcleo. São os mais numerosos tios celulares no sangue. Embora 
seu número seja variável, um milímetro cúbico de sangue contém cerca de 4.5 a 6.1 
milhões dessas células nos homens e cerca de 4.1 a 5.3 milhões nas mulheres. Essas 
células circulam pelo sangue circulante durante o período de aproximadamente 120 dias 
antes que sejam destruídas. 
 
3.1.2. Hemoglobina 
É uma substância pigmentada, formada por duas partes: (1) porção que contém ferro 
denominada heme e (2) porção protéica, denominada globina.A globina consiste de 
quatro cadeias polipeptídicas, cada uma das quais ligada a um grupo heme. Cada grupo 
heme contém um átomo de ferro que se combina reversivelmente com uma molécula 
de oxigênio. Dessa forma, cada molécula de hemoglobina pode potencialmente 
associar-se com quatro moléculas de oxigênio. A principal função da hemoglobina e o 
transporte de oxigênio e gás carbônico, permitindo as trocas gasosas necessárias ao 
metabolismo orgânico. 
 
3.2. Leucócitos 
São elementos figurados do sangue que estão envolvidos no sistema de defesa do 
organismo contra doenças e infecções. Por meio de fagocitose, eles defendem os 
tecidos contra invasão de organismos ou substâncias estranhas, removendo também os 
restos resultantes da morte ou de ferimentos celulares.Alguns leucócitos são capazes de 
passar através da parede intacta dos vasos chamada de diapedese; agindo assim 
principalmente no tecido conjuntivo frouxo. 
São transportados pelo sangue para todo o corpo, a partir da medula óssea, onde são 
formados. Os leucócitos estão presentes no sangue em muito menor número que os 
eritrócitos, com cerca de 4.000 a 10.000 leucócitos por milímetro cúbico de sangue. 
1. Neutrófilos: são conhecidos também como polimorfonucleares e correspondem 
cerca de 50 a 70% das células circulantes; possuem grânulos citoplasmáticos 
pequenos corados fracamente em púrpura-avermelhado. Os neutrófilos são 
capazes de deixar os vasos sanguíneos e entrar nos tecidos, onde protegem o 
corpo e fagocitando bactérias e substâncias estranhas ao organismo. 
Existe uma célula precursora do neutrófilo segmentado, é o Bastão.São assim 
chamados porque seu núcleo não amadureceu completamente, embora seu 
citoplasma tenha características de célula madura. Em infecções bacterianas 
agudas pode-se encontrar um desvio a esquerda ,ou seja, uma elevação do 
número de bastões. 
 
2. Eosinófilos: possuem grânulos corados em laranja-avermelhado e fagocitam 
complexos antígeno-anticorpo.Seus núcleos geralmente têm dois lobos 
conectados por um filamento. O número de eosinófilos circulantes aumenta de 
forma muito acentuada no sangue circulante durante as reações alérgicas, e 
durantes as infestações parasitárias. 
 
3. Basófilos: possuem grânulos relativamentes grandes corados em azul púrpura; 
liberam histamina (contribui para as respostas alérgicas dilatando e 
permeabilizando os vasos sanguíneos) e heparina (previne a coagulação do 
sangue).Os basófilos funcionam similarmente aos mastócitos, que são 
encontrados no tecido conjuntivo. 
 
4. Monócitos: possuem um único núcleo; são células grandes.São formados por 
monoblastos; São capazes de entrarem no tecido conjuntivo frouxo, onde se 
desenvolvem em grandes células fagocíticas denominadas macrófagos, que 
podem ingerir bactérias e outras substâncias estranhas ao organismo. 
 
5. Linfócitos: são o segundo tipo mais abundante de leucócitos( após os 
neutrófilos), compreendendo cerca de 30% dos glóbulos brancos em circulação; a 
maioria se localiza no tecido linfóide e são formados por linfoblastos.São 
leucócitos pequenos, sendo apenas um pouco maiores que os eritrócitos, e cada 
um deles tem um núcleo que é circular ou algo recortado num dos lados. São 
importantes nas respostas imunes específicas do corpo, incluindo a produção de 
anticorpos. 
 
4.HEMOGRAMA COMPLETO 
4.1.Eritrograma 
Constitui o estudo da série vermelha, revelando alguns tipos essenciais de alterações 
patológicas do sistema eritropoiético como eritrocitoses e anemias. 
4.1.1.Contagem de hemácias na câmara de Neubauer 
Os métodos para contagem global das células sanguíneas consistem geralmente em 
diluir o sangue, em proporção conhecida, com um líquido diluidor chamado Hayem, 
permitindo a conservação das células em estudo. 
1. Pipetar 4 ml do líquido diluidor em um tubo de ensaio. 
2. Com a pipeta transferir 0,02 ml de sangue. Limpar a parede externa da ponteira com 
auxílio de papel absorvente. 
3. Transferir os 0,02 ml de sangue para o tubo com o líquido diluidor, lavando com ele o 
interior da ponteira por aspiração e expulsão do líquido. A diluição é de 1:200. 
4. Agitar suavemente por inversão para uma correta homogeneização. 
5. Com uma pipeta preencher os retículos da câmara de contagem, evitando excesso de 
líquido e bolhas de ar sob a lamínula aderida firmemente à câmara. 
6. Deixar repousar por dois minutos para sedimentação dos glóbulos. 
7. Focalizar a preparação com pequeno aumento no microscópio para localizar o 
retículo e observar a distribuição uniforme das hemácias. Observar então, com aumento 
de 100X ou 400X, conforme necessidade. 
8. Fazer a contagem de todas as hemácias encontradas nos quadros marcados “H” na 
figura relativa ao retículo de Neubauer, ou seja, 1/5 de mm2 . Sistematizar a contagem 
segundo a figura abaixo. Contar os elementos em negro. 
 
4.1.2.Dosagem da hemoglobina pelo método da cianometemoglobina 
É o método de referência para a dosagem de hemoglobina. Dosam todas as suas formas 
exceto a sulfemoglobina. A desvantagem reside na extrema toxicidade do cianeto usado 
no preparo do reagente (solução de Drabkin), mas pode ser resolvida pela aquisição já 
preparada, de concentração mínima. 
Temos usado, com bons resultados, os reagentes Labtest; a solução de Drabkin 
modificada e o padrão de hemoglobina de concentração conhecida. Calcula-se um fator 
determinado a absorbância de 0,02 ml do padrão em 5ml da solução de cianeto, através 
da fórmula: 
 
O zero é estabelecido com água destilada em 540nm. O sangue em estudo, diluído de 
modo idêntico a padrão (0,02 ml para 5 ml de Drabkin) fornece outro valor de 
absorbância, que multiplicando pelo fator de g% de hemoglobina pela multiplicação de 
cada unidade de leitura pelo fator. 
Hb = Absorbância do paciente X Fator 
4.1.3.Determinação do hematócrito pelo método do microhematócrito 
Hematócrito é o volume de hemácias expresso como percentagem do volume de uma 
amostra de sangue total, ou seja, mililitros de hemácias por decilitro de sangue. 
DETERMINAÇÃO DO MICROHEMATÓCRITO: 
1. Encher com o sangue o tubo para microhematócrito, até dois terços do seu volume. 
Para tubos heparinizados o sangue capilar pode ser usado. 
2. Selar o tubo, introduzido a extremidade vazia na massa própria, com movimentos de 
rotação, até aproximadamente 5mm de profundidade. 
3. Encher os demais tubos de modo idêntico. 
4. Coloca-os na microcentrífuga em posição diametralmente opostas com a parte selada 
voltada para fora. Observar a numeração evitando a troca de resultados. 
5. Após tampar convenientemente a microcentrífuga, coloca-a em movimento por cinco 
minutos. Tempo superior aeste não altera a sedimentação dos glóbulos. 
6. Desligar o aparelho. Retirar os tubos e fazer a leitura usando a escala própria. 
LEITURA DOS RESULTADOS: 
1. Colocar o tubo sobre a escala, fazendo coincidir a extremidade inferior das células 
centrifugadas com a linha zero. 
2. Deslocar o tubo paralelamente às linhas verticais fazendo coincidir o menisco 
superior do plasma com a linha 100. 
3. Ler a percentagem do volume hematócrito na escala graduada ao nível da superfície 
das hemácias no tubo. 
4.1.4.Índices hematimétricos 
Índices hematológicos ou hematimétricos são determinados a partir da contagem global 
dos eritrócitos, taxa de hemoglobina e determinação do hematócrito. Tais elementos, 
deverão ser padronizados pelo laboratório, fornecendo-se sempre resultados na 
unidade de percentagem do normal. 
V.C.M – Volume corpuscular médio 
É o volume médio das hemácias expresso em fentolitros. Representa, portanto, o 
quociente de um determinado volume de hemácias pelo número de células contidas no 
mesmo volume. 
 
É o conteúdo médio de hemoglobina nas hemácias expresso em picogramas. 
Representa, portanto, o quociente de conteúdo de hemoglobina em um determinado 
volume de hemácias pelo nº de células contidas no mesmo volume. 
 
4.2.Leucograma 
O leucograma corresponde a contagem global e específica dos leucócitos, 
representados pela leucometria e pelo estudo quantitativo e qualitativo dos glóbulos 
brancos. O quadro leucocitário que se apresentará após ser concluído o exame 
hematológico,permitirá ao médico tirar conclusões diagnósticas e prognósticas 
importantes. 
4.2.1.Contagem global de leucócitos com câmara de Neubauer 
1. Pipetar 0,4 ml do líquido de Turk no tubo 
2. Com pipeta automática, pipetar 0.02 ml de sangue.Limpar a ponteira com papel de 
filtro. 
3. Transferir os 0,02 ml de sangue para o tubo com o líquido diluidor, lavando com ele o 
interior da pipeta por aspiração e expulsão do líquido. A diluição é de 1:20. 
4. Agitar suavemente por dois minutos. 
5. Encher os dois retículos da câmara de contagem, evitando excesso de líquido e bolhas 
de ar sob a lamínula, aderida firmemente à câmara por compressão daquela sobre esta, 
cobrindo ambos os retículos. 
6. Deixar repousar de um a dois minutos para sedimentação dos glóbulos. 
7. Focalizar a preparação com pequeno aumento no microscópio para localizar o 
retículo e observar a distribuição uniforme dos leucócitos. Em seguida, observar com 
aumento de 100 x ou 400 x, a desejar. 
8. Fazer a contagem de todos os leucócitos encontrados nos quadros marcados “L” na 
figura relativa de Neubauer,ou seja, 4mm2 . (Fig.12) 
 
4.2.1.1.Forma Leucocitária Relativa 
Determina a relação percentual entre as distintas variedades de leucócitos. Se, em 100 
leucócitos contados no esfregaço, 60 são neutrófilos, estes representam 60% do total de 
leucócitos. 
4.2.1.2.Forma Leucocitária Absoluta 
Fornece o número de cada tipo de leucócito por microlitro de sangue. Considerando 
para o caso anterior que a contagem global de leucócitos foi de 8.000 por microlitro de 
sangue, uma relação pode ser estabelecida: 
- Em 100 leucócitos, 60 são neutrófilos. Em 8.000 leucócitos, 4.800 serão neutrófilos. 
Desta forma, um microlitro de sangue contém 4.800 neutrófilos. 
Para cada um dos tipos contados o mesmo raciocínio será seguido, estabelecendo a 
fórmula leucocitária relativa e absoluta para todas as variedades de leucócitos. 
5. ALTERAÇÕES DO ERITROGRAMA 
5.1.Anemias 
Anemia é a diminuição da taxa de hemoglobina abaixo de níveis mínimos, ou seja, se 
estiver abaixo de 95% do intervalo de referência para idade, sexo e localização 
geográfica (altitude) do indivíduo. 
As causas de anemias se encontram divididas entre três categorias fisiológicas 
principais: produção de eritrócitos deficientes, perda sanguínea ou destruição acelerada 
dos eritrócitos (hemólise) além da capacidade da medula de compensar estas perdas. 
 
É um subproduto da medida eletrônica do volume dos eritrócitos; ou seja, só pode ser 
detectado através da automação. O seu valor normal está entre 11 e 14 %. Valores 
encontrados abaixo do normal indicariam população eritróide mais homogênea que a 
usual, o que parece ser apenas um extremo da normalidade. Valores acima de 14 
indicam excessiva heterogeneidade da população (anisocitose), sendo notada ao 
microscópio. 
Segundo ​Failace,se houver anemia e/ou índices hematimétricos anormais, o profissional 
deverá: 
1. Confirmar visualmente as alterações numéricas e julgar sua compatibilidade com o 
grupo etário do paciente. 
2. Pesquisar os dados morfológicos das células do paciente. 
3. Nada observando de esclarecedor, os resultados numéricos e a lâmina do paciente 
são separados para reexame; se a distensão não estiver perfeita, faz-se uma nova. As 
principais alterações morfológicas a serem avaliadas são: 
Pecilocitose​: também conhecida como poiquilocitose, diz respeito à presença de formas 
anormais dos eritrócitos. Deve ser sempre mencionado quando observado na lâmina. O 
melhor é definir cada um dos aspectos celulares notados através de suas características 
morfológicas. 
 
Dentre as principais formas anormais existentes, temos: 
Eliptócitos ou ovalócitos: são eritrócitos ovais, elípticos ou com forma de charutos; são 
mais abundantes em casos de eliptocitose hereditária. Podem ser observados em 
anemia microcíticas e megaloblásticas e nas síndromes mieloproliferativas. 
 
Estomatócitos: são eritrócitos cuja membrana retraiu-se em cúpula; distendidos na 
lâmina, a concavidade unilateral é vista como uma fenda alongada. A estomatocitose é 
geralmente um artefato de preparação das zonas delgadas da distensão de sangue; há 
estomatócitos nas doenças hepáticas e no sangue do recém nascido. 
 
Esferócitos: são eritrócitos praticamente esféricos, em contradição com os discos 
bicôncavos normais. Seu diâmetro é menor que o normal e não possuem a área central 
pálida. Esferócitos são encontrados em casos de esferocitoses hereditária, anemias 
hemolíticas auto-imune. 
 
Drepanócitos ou eritrócitos falciformes: são eritrócitos que decorrentes da hemoglobina 
S, têm a forma de foice ou banana, caracterizando as síndromes falcêmicas. 
 
Dacriócitos: são eritrócitos em forma de lágrima.Deformam-se principalmente no baço, 
ao passarem pelas fenestrações entre cordões e sinus medulares; Encontrados em 
anemias megaloblásticas e mieloesclerose. 
 
Esquizócitos: são pedaços de eritrócitos, cortados pelo trauma; podem ser triangulares, 
em meia lua, etc. Tem curta sobrevida no sangue.Indicam presença de hemólise, anemia 
megaloblástica, queimaduras graves. 
 
Células-alvo: são eritrócitos mais delgados que o normal (leptócitos), e que, quando 
corados, exibem uma borda periférica de hemoglobina com uma área central escura, 
contendo hemoglobina. São encontradas em caso de obstrutiva, em qualquer tipo de 
anemia hipocrômica, sobretudo na talassemia. 
 
Equinócitos: também conhecidos como hemácias crenadas, podem ocorrer como 
artefatos durante a formação dos esfregaços. In vivo, podem ser vistos na uremia, no 
hipotireoidismo, no tratamento com heparina IV. 
 
 
Anisocitose: 
É uma característica da maioria das anemias; quando ocorre emgrau significativo, 
habitualmente estarão presentes tanto macrócitos e/ou micrócitos.É de suma 
importância para o clínico que seja relatado no laudo a predominância da forma na 
anisocitose. 
 
Macrocitose: 
É a elevação do VCM acima de 98 ( ou 100 ) fL . Segundo Failace, a macrocitose só é 
notada quando houver uma população normocítica ou microcítica concomitante; ou 
quando o VCM estiver acima de 110 fL. 
 
Condições onde pode ser encontrada a macrocitose: 
● Alcoolismo: o VCM nunca excede 110fL e os eritrócitos são redondos, de aspecto 
normal. 
● Uso de drogas: AZT (atualmente lidera a estatística das drogas causais); os 
macrócitos são redondos costumando haver anemia; o RDW é elevado. 
● Anemia aplástica: na maioria dos casos há macrocitose; persiste mesmo após 
recuperação, se houver. 
● Hepatopatias: há macrocitose com rouleux, leptocitose, acantocitose. 
● Esplenectomia: causa macrocitose em pequenas percentagem de pacientes. 
● Anemias megaloblásticas: os macrócitos são ovalados e enormes. O VCM se 
encontra entre 110 e 130 fL porque há anisocitose e pecilocitose acentuadas. 
● Hiper-regeneração eritróide: é causa comum de macrocitose, notada pelos 
macrócitos polocromáticos e confirmada pela coloração de reticulócitos. 
Microcitose: 
A microcitose representa uma evidência morfológica de uma capacidade diminuída dos 
precursores das hemácias de produção de hemoglobina. Isto pode resultar de ferro 
insuficiente como na anemia ferropriva; através de defeitos genéticos hereditários 
como nas síndromes talassêmicas, etc. 
Assim a microcitose pode ser encontrada quando o VCM se encontra abaixo de 80 fL; 
porém, segundo Failace, ela só é notada ao microscópio quando está abaixo de 70 fL, ou 
quando há uma população normo ou macrocítica contrastante. 
 
Condições onde pode ser encontrada a microcitose: 
● Grupo etário: é normal ser encontrada a microcitose na infância. 
● Anemia ferropênica: a microcitose é proporcional ao grau de anemia,ou seja, 
quanto mais acentuada a anemia ferropênica maior será a microcitose. 
● Anemia das doenças crônicas: Costuma ser normocítica, mas pode ser microcítica 
como na artrite reumatóide. 
● Hemoglobinopatias: Em todas as hemoglobinopatias pode haver micro ou 
normocitose; sempre há outras características morfológicas sugestivas do defeito. 
● Ovalocitose: é normal ser encontrada a microcitose. 
● Talassemia minor: Há uma acentuada microcitose com o VCM muito baixo e a 
contagem de eritrócitos muito alta. 
Hipocromia: 
É a redução da coloração do eritrócito; há um aumento da palidez central, que ocupa a 
área superior ao terço do diâmetro do eritrócito. A hipocromia pode ser geral ou pode 
existir em algumas células do paciente. Esta característica pode ser retratada através da 
redução do CHCM. 
Qualquer uma das condições que leva a microcitose pode causar hipocromia, embora 
alguns paciente com anemias como b-talassemia a distensão sanguínea apresenta 
microcitose sem hipocromia. 
 
Policromatocitose: 
São eritrócitos acinzentados ou azulados considerados uns dos dados mais importantes 
na microscopia do sangue anêmico. Não é notada pela automação e é fundamental para 
a interpretação. A policromatocitose está presente também após o 40 dia na 
regeneração pós-hemorrágica, sempre nas anemias hemolíticas. 
 
Eritroblásto: 
São eritrócitos nucleados que aparecem no sangue no decurso de grandes regenerações 
eritróides, principalmente em crianças, acompanhando a policromatocitose; como 
também em sangue do recém-nascido, na primeira semana. 
Os eritroblastos circulantes podem apresentar uma freqüência aumentada nas 
intoxicações por chumbo, e em certos estados diseritropoéticos , como na 
eritroleucemia, e mesmo na anemia ferropénica grave. 
 
Os eritroblastos são contados como leucócitos nos contadores eletrônicos. Quando 
ultrapassam 5% justifica-se desconta-los na contagem de leucócitos. Essa correção deve 
ser feita através da seguinte fórmula: 
 
6. ALTERAÇÕES DO LEUCOGRAMA 
Em processos infecciosos agudos três fases são desenvolvidas: 
A. Fase Neutrofílica ou Luta: 
Leucocitose com Neutrofilia, desvio à esquerda, eosinopenia e linfopenia. 
B. Fase Monocítica ou Defesa: 
Leucocitose com Neutrofilia ou normal, monocitose, eosinopenia e linfopenia. 
C. Fase Linfocitária ou Cura: 
Leucócitos normais ou elevados, neutropenia, ausência e desvio a esquerda, linfocitose 
com presença de eosinófilos normais ou elevados 
6.1.Neutrocitose ou Neutrofilia 
É a elevação da contagem absoluta de neutrófilos acima da que seria considerada 
normal em um indivíduo sadio de mesmo sexo, idade, raça e estado fisiológico. São 
causas de neutrofilia: 
● Neutrofilia hereditária. 
● Infecções: Muitas infecções bacterianas agudas e crônicas incluindo a tuberculose 
miliar; algumas infecções virais como varicela, herpes simples, raiva, poliomielite; 
algumas infecções fúngicas como a actinomicose; algumas parasitoses como 
amebíase hepática, a filaríase. 
● Dano tecidual como trauma, cirurgia, queimaduras, necrose hepática aguda, 
pancreatite aguda. 
● Infarto tecidual como infarto agudo do miocárdio, infarto pulmonar. 
● Inflamação aguda e crônica grave como na gota, febre reumática, artrite 
reumatóide, colite ulcerativa. 
● Hemorragia aguda. 
● Hipóxia aguda. 
● Doenças malignas como carcinoma, sarcoma. 
● Leucemias e síndromes mieloproliferativas. 
● Administração de drogas como corticóides, o lítio. 
● Intoxicações por agentes químicos. 
● Envenenamentos como picada de escorpião ou ataque de abelhas. 
● Tabagismo. 
● Exercício vigoroso. 
● Dor aguda, convulsões epilépticas, eclâmpsia e pré-eclâmpsia. 
6.2.Neutropenia ou Neutrocitopenia 
É a diminuição do número absoluto de neutrófilos; pode ser um fenômeno isolado ou 
fazer parte de uma pancitopenia.São causas de neutropenia: 
● Agranulocitose: síndrome caracterizada pela diminuição severa e passageira dos 
neutrófilos do sangue, com preservação das demais séries. 
● Infecções virais como sarampo, caxumba, rubéola, dengue,infecção pelo HIV. 
● Infecções bacterianas como febre tifóide, brucelose. 
● Infecções por protozoários como a malária, o calazar, a tripanossomíase. 
● Irradiação. 
● Anemia megaloblástica e anemia aplástica. 
● Hiperesplenismo. 
● Alcoolismo. 
● Hipertireoidismo 
 
6.3.Eosinofilia 
É o aumento do número absoluto de eosinófilos, ultrapassando o número de referência. 
É um achado comum nos hemogramas em laboratórios que atendem população de 
baixo nível sócio-econômico.São causas de eosinofilia: 
● Doenças alérgicas como eczema atópico, asma, rinite alergica, urticária aguda. 
● Hipersensibilidade medicamentosa como sulfonamidas, penicilinas. 
● Infecções parasitárias(particularmente quando há invasão tecidual) como 
esquistossomose, estrongiloidíase, ascaridíase, ancilostomíase, cisticercose, 
toxocaríase. 
● Doenças cutâneas como o pênfigo, o penfigóide bolhoso, o herpes gestacional. As 
micoses superficiais não causam eosinofilia significativa. 
● Eosinofilia hereditária. 
● Eosinofilia na leucemia mielóide crônica. 
● Eosinofilia sem causa aparente. 
6.4.Eosinopenia 
É a redução da contagem de eosinófilos abaixo da que seria esperada em um indivíduo 
da mesma idade. A eosinopenia é raramente notada na distensão sanguínea de rotina, 
pois o limite inferior é muito baixo.São causas de eosinofilia: 
● Estresse agudo, incluindo traumacirurgia, queimaduras, convulsões 
epileptiformes,inflamação aguda,infarto do miocárdio, drogas incluindo os 
corticóides. 
6.5.Linfocitose 
É o aumento do número absoluto de linfócitos. Uma vez que as contagens de linfócitos 
em lactentes e crianças são consideravelmente mais altas que as dos adultos, é muito 
importante usar a faixa de referência adaptada a idades.São causas de linfocitose: 
● Infecções virais, incluindo: sarampo, rubéola, caxumba, influenza, hepatite 
infecciosa, mononucleose infecciosa, linfocitose infecciosa, citomegalovirose 
● Linfocitose transitória relacionada com o estresse. 
● Esplenectomia 
● Reações alérgicas a droga 
● Leucemia linfóide 
6.6.Linfopenia 
É a redução da contagem de linfócitos. A linfopenia é extremamente comum como 
parte resposta aguda ao estresse; sua detecção é mais provável quando se faz uma 
contagem diferencial automatizada e quando as contagens são expressas em números 
absolutos. São causas de linfopenia: 
● Insuficiência renal incluindo aguda e crônica 
● Carcinoma 
● AIDS - estágio final da doença. 
● Irradiação 
● Alcoolismo 
● Artrite reumatóide e lúpus eritematoso sistêmico 
● Anemia ferropénica 
6.7.Monocitose 
É o aumento do número de monócitos acima do seria esperado em um indivíduo sadio 
da mesma idade. O número absoluto de monócitos é mais elevado nos recém-nascidos 
que nos outros períodos da vida.São causas de monocitose: 
● Infecção crônica, incluindo a sífilis 
● Condições inflamatórias crônicas (colite ulcerativa, artrite reumatóide e o lúpus 
eritematoso sistêmico) 
● Carcinoma 
● Condições leucêmicas e mieloproliferativas 
● Hemodiálise à longo prazo. 
● Leishmaniose e Hanseníase 
● Tuberculose 
6.8.Basofilia 
É comum observar um aumento acentuado nas contagens de basófilos nas desordens 
mieloproliferativas, em algumas leucemias e em choque anafilático.Porém a observação 
de basopenia não tem sido considerada de importância diagnóstica. 
7.HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO 
Hemostasia é o processo pelo qual o sangue permanece líquido vascular, apesar das 
lesões que venham a sofrer. 
A hemostasia resulta de uma série de interações complexas pelos quais o sangue é 
mantido fluido no sistema vascular; são prevenidos processos hemorrágicos 
espontâneos e contidos sangramentos traumáticos. Depende basicamente da 
resistência e contratilidade normais dos vasos, da atividade plaquetária normal, de um 
sistema adequado de coagulação e da estabilidade do coágulo. Com o processo de 
coagulação do sangue é obtido um coágulo sólido de fibrina através da interação de 
plaquetas, fatores plasmáticos, seus inibidores e ativadores. Quando há lesão de um 
vaso sangüíneo, o sistema hemostático intervém imediatamente. Inicialmente, há 
vasoconstrição reflexa reduzindo o fluxo sangüíneo local. Em seguida, as plaquetas se 
prendem às fibras de colágeno do tecido conectivo exposto no processo chamado de 
adesão e uma às outras no processo de agregação, amplificado pela liberação de 
substâncias intra plaquetárias armazenadas em grânulos ocorrendo a formação do 
tampão hemostático. Este fenômeno é regulado pelo nível de AMP cíclico presente no 
interior das plaquetas que é derivado do ATP pela ação da fosfodiesterase. 
Concomitantemente, através das vias extrínseca e intrínseca, a partir de fatores 
plasmáticos, ocorre a ativação de protrombina em trombina que atua sobre o 
fibrinogênio para formar a rede de fibrina que é estabilizada pela ação do fator XIII com 
a formação de um coágulo sólido. 
Posteriormente, ocorre a lise deste coágulo pelo sistema fibrinolítico, onde o 
plasminogênio é ativado à plasmina, dividindo a molécula em um série de produtos 
conhecidos como produtos de degradação de fibrina. Ocorre assim a reparação do local 
lesado e o restabelecimento do fluxo sangüíneo normal. 
Distúrbios adquiridos ou hereditários (na maioria das vezes deficiências de um único 
fator – grupo das hemofilias) destes sistemas fisiológicos ocasionam doenças 
hemorrágicas ou trombose. 
No processo de coagulação do sangue tomam parte várias substâncias denominadas 
fatores da coagulação. Muitos deles são pró-enzimas sintetizadas pelo fígado e que se 
transformam em enzimas durante o processo de coagulação. 
Coagulação é a conversão do sangue no estado líquido em um coágulo firme. É a fase da 
hemostasia envolvida na formação de fibrina, sendo caracterizada por uma série 
sucessiva de reações bioquímicas e fenômenos físicos, terminando fisiologicamente com 
a formação do coágulo. 
A hemostasia é regulada por três tipos de mecanismos: 
1. Os extravasculares incluem a constituição e a elasticidade dos tecidos na periferia dos 
vasos. 
2. Os vasculares relacionam-se à elasticidade e tônus da parede vascular. 
3. Os intravasculares são principalmente aqueles associados à substâncias envolvidas no 
processo de coagulação do sangue. 
Uma série de respostas ocorre em conseqüência da lesão do vaso sanguíneo. 
Inicialmente a vasoconstrição reflexa diminui o sangramento e as plaquetas se 
aglutinam, aderindo à superfície do ferimento a elas expostas. Em seguida, a deposição 
de fibrina forma o coágulo que se retrai e se organiza na região rota. Posteriormente 
ocorre a lise da fibrina com recanalização do vaso. 
No processo da coagulação do sangue tomam partes várias substâncias denominadas 
fatores da coagulação. Muitos deles são pró-enzimas sintetizadas pelo fígado e que se 
transformam em enzimas durante o processo de coagulação. 
Causas das Hemorragias e investigação laboratorial 
As hemorragias podem resultar da solução de continuidade ou defeitos do sistema 
vascular, deficiência qualitativa ou quantitativa de plaquetas, defeitos químicos ou 
quantitativos dos fatores da coagulação e anticoagulantes circulantes. Usualmente a 
combinação dos vários mecanismos leva ao sangramento anormal nas doenças 
adquiridas, enquanto nas congênitas o defeito é geralmente único. 
Como exemplo de condições favoráveis às hemorragias, encontram-se : menstruação, 
úlceras do trato gastrointestinal, cirurgias, traumatismos, números reduzidos de 
plaquetas circulantes e ausência congênita ou adquirida de fatores da coagulação. 
O significado clínico das hemorragias depende de três fatores: 
1. Quantidade de sangue perdido - Perdas súbitas entre 10 a 20% do volume total 
geralmente não apresentam significado clínico. Volumes maiores perdidos rapidamente 
podem levar ao choque hipovolêmico. 
2. Local da hemorragia – Reveste-se de importâncias aquelas, mesmo pequenas, 
localizadas no pericárdio, supra-renais e cérebro, podendo levar a morte súbita. 
3. Duração da hemorragia. As agudas têm características descritas no item 1. As crônicas 
correspondendo a pequenos volumes de sangue perdidos intermitentemente, levam a 
anemias por deficiência do ferro, quando o sangue elimina-se externamente. Se no 
interstício ou cavidades do organismo, o ferro é absorvido não ocorrendo a anemia 
ferropriva. 
O estudo laboratorial da hemostasia é baseado em provas cujo objetivo consiste em 
evidenciar a presença ou ausência de fatores da coagulação ou causas adversas, 
relacionadas a mecanismos vasculares, extravasculares e intravasculares da coagulação. 
 
7.1. Tempo de Sangramento (Método de Duke) 
O tempo de sangramento correspondeà duração de uma pequena hemorragia quando 
uma incisão de dimensões padronizadas é praticada na pele artificialmente. O teste 
fornece dados relativos a função e números de plaquetas, bem como da resposta da 
parede capilar à lesão. Tempo de sangramento aumentado sugere a complementação 
do estudo pela contagem das plaquetas. 
 
TÉCNICA: 
1. Fazer a assepsia do lóbulo da orelha ou polpa digital com álcool.Escolher o local da 
picada evitando áreas congestas e inflamadas. 
2. Com a lanceta, fazer uma incisão de três milímetros de profundidade, permitindo que 
o sangue escoe livremente. 
3. Fazer funcionar o termômetro no momento da picada. 
4. Usando papel de filtro secar de 30 em 30 segundos a gota de sangue que se forma 
sem, no entanto, tocar a lesão, utilizando cada vez uma porção limpa do papel. 
5. Quando o sangue para de manchar o papel, parar o cronômetro; é o valor do TS. 
Valor Normal: entre 1 a 4 minutos. 
7.2.Tempo de Coagulação (Método de Lee - White) 
O tempo de coagulação corresponde o tempo gasto para o sangue coagular, quando 
registrado no organismo.Fornece dados relativos ao sistema de coagulação do sangue .É 
um teste sujeito a numerosas variáveis e que atualmente deve ser substituído pelo 
tempo de tromboplastina parcial. 
TÉCNICA: 
1. Colher o sangue por punção venosa, atingindo diretamente a veia. Os fatores 
teciduais alteram o processo de coagulação e até invalidam a prova. 
2. Marcar o tempo no cronômetro logo que o sangue aparecer na seringa. 
3. Tomar dois tubos e colocar 1,0ml de sangue em cada um deles. 
4. Colocar os tubos em banho-maria a 370C até completar cinco minutos. 
5. Após os cinco minutos marcados verificar se houve a formação do coágulo inclinando 
o tubo numa angulação de 90o ;se não houver coagulado, verificar a cada minuto até a 
sua formação. 
6. Marcar o tempo da formação do coágulo como tempo de coagulação do sangue total. 
Valor Normal: de 5 a 11 minutos. 
7.3.Medida de Retração do Coágulo 
A percentagem de retração do coágulo é representada pelo volume do soro obtido, 
após coagulação e retração do coágulo, de uma quantidade determinada de sangue. O 
coágulo inicial contém todos os elementos do sangue. Após sua retração o soro é 
expulso da malha de fibrina, que se retrai pela ação das plaquetas. Fornece dados 
relativos à atividade plaquetária. Uma retração pequena corresponde a um número de 
plaquetas abaixo de 100.000 por ml de sangue.Nas deficiências funcionais das 
plaquetas, a prova pode estar alterada em presença de número normal ou aumento de 
plaquetas. 
TÉCNICA: 
1. Colher um pouco mais de 5ml de sangue por punção venosa. 
2. Encher o tubo de centrífuga até a marca 5ml. 
3. Colocar o fio de cobre, fixo pela rolha, com extremidade curvada mergulhada no 
sangue até a metade da coluna líquida. 
4. Determinar a coagulação do sangue, inclinando o tubo, como para tempo de 
coagulação. 
5. Colocar então o tubo em banho-maria a 370C durante uma hora. 
6. Retirar cuidadosamente o coágulo aderido ao fio de cobre através da rolha. Deixar 
escorrer o líquido existente no coágulo por um a dois minutos. 
Cálculos: 
O volume de soro expresso como porcentagem de 5ml de sangue total representa a 
porcentagem de retração do coágulo. Se em 5ml de sangue total são obtidos 2ml de 
soro, em 100ml de sangue são obtidos x ml de soro. 
 
Atualmente os laboratórios adaptaram uma nova técnica para a leitura da retração do 
coágulo; através do aproveitamento do tubo utilizado no tempo da coagulação é feita 
também a retração do coágulo. É marcada uma hora após a realização do TC com o tubo 
no banho a 37oC depois, utilizando uma pipeta volumétrica de 1 ml, todo o soro do 
tubo é aspirado.O volume aspirado do volume total é considerado o valor da retração 
do coágulo. Ex: se for aspirado 0,4 ml de soro, então a retração do coágulo tem como 
resultado 40%. Porém esta técnica não foi encontrada em literaturas. 
7.4. Prova de Resistência Capilar ou Prova do Laço (Rumpel-Leed) 
O sangue é normalmente retido no leito capilar devido à resistência oferecida pela 
parede destes finos vasos. A permeabilidade capilar alterada permite a passagem das 
células do sangue para os tecidos. Isso é evidenciado pelo aparecimento de petéquias 
na pele. O número e tamanho das petéquias dependem da estrutura do endotélio 
capilar e número de plaquetas por microlitro de sangue. 
TÉCNICA: 
1. Verificar a presença de petéquias no braço do paciente. Caso existam, contorná-las 
com lápis dermográfico. 
2. Adaptar o manguito do aparelho de pressão ao braço do paciente. 
3. Determinar a pressão diastólica e mantê-lo insuflado nessa pressão durante 5 
minutos. 
4. Desinsuflar rapidamente o manguito. Verificar o aparecimento e contar o número de 
petéquias formadas durante o teste. 
RESULTADOS: 
O resultado é fornecido conforme o número e tamanho da s petéquias.Com afinidade 
de estabelecer uma uniformização para a leitura da prova, os seguintes resultados são 
convencionados: 
Negativo​: nenhuma ou no máximo seis petéquias puntiformes no limite onde foi 
colocado o manguito. 
Positivo +​: de 6 a 50 petéquias puntiformes isoladas localizadas na região da fossa 
antecubital. 
Positivo ++ ​: inúmeras petéquias puntiformes isoladas e localizadas na fossa antecubital, 
antebraço e raras na mão. 
Positivo +++ : petéquias de dois a quatro milímetros com a mesma localização anterior e 
confluente em algumas áreas. 
Positivo ++++ : petéquias maiores que as anteriores localizadas em toda a área de 
estase, confluentes em alguns pontos, dando ao membro coloração violácea. 
7.5. Determinação do Tempo de Protrombina (TP) 
Ao plasma descalcificado pelo citrato, é adicionado um excesso de tromboplastina. 
Considerando que protrombina é convertida em trombina num tempo uniforme, a 
recalcificação com qualidade conhecida de cloreto de cálcio produz a coagulação do 
plasma. 
O tempo, em segundos, anotado desde a recalcificação até a coagulação é o tempo de 
protrombina. A prova determina a atividade da protrombina no sangue. 
TÉCNICA: 
1. Colocar o tubo com 0,2 ml de tromboplastina cálcica em banho-maria a 370C 
marcando 2 min. 
2. Colocar outro tubo 0,2ml de plasma citratado marcando mais 2 min. 
3. Acrescentar 0,1ml do plasma aquecido no tubo contendo a tromboplastina também 
aquecida., adicionar imediatamente o cronômetro e ao mesmo tempo agitar o tubo no 
banho até 7 segundos 
4. Retirar o tubo do banho e invertê-lo a cada segundo até verificar o momento da 
recalcificação do plasma através da formação do coágulo e parar imediatamente o 
cronômetro. O tempo gasto em segundos para ocorrer a coagulação é o Tempo de 
Protrombina. 
Interpretação​: A determinação do TP constitui prova de grande valor na avaliação da 
hemostasia, analisando os fatores extrínsecos da coagulação. Diagnóstico da coagulação 
intravascular disseminada. Controle de terapêutica heparínica e fibrinolítica. O seu 
tempo está prolongado em paciente em uso de heparina, depleção do fibrinogênio, 
doenças hepáticas, paraproteínas e disfibrinogenemias. 
 
7.6.Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado (TTPa) 
Em princípio esta prova é semelhante ao tempo de protrombina. Envolve arecalcificação do plasma, porém em presença de uma cefalina proveniente de um 
extrato etéreo de cérebro. A cefalina é uma lipoproteína. Funciona como substituto das 
plaquetas, fornecendo uma concentração ótima de fosfolípide. 
O tempo de tromboplastina parcial corresponde ao tempo gasto para ocorrer a 
coagulação do plasma recalcificado em presença de um fosfolípide ou tromboplastina 
parcial. 
TÉCNICA: 
1. Em um tubo de ensaio de 12 x 75mm aquecido a 370C, colocar 0,1ml de plasma 
normal e 0,1ml de cefalina-caolin. 
2. Agitar uma vez e incubar a 370C por três minutos. 
3. Após os 3 min. adicionar 0,1 ml da solução de cloreto de cálcio rapidamente e ao 
mesmo tempo fazer funcionar o cronômetro. O cloreto de cálcio tem que estar pré 
aquecido por pelo menos 5 min. 
4. Agitar no banho por 25 segundos. Retirar o tubo do banho-maria e invertê-lo a cada 
segundo, observando o momento em que houver a coagulação. Neste instante parar o 
cronômetro. O tempo gasto em segundos para ocorrer a coagulação é o tempo de 
tromboplastina parcial. 
5. Expressão dos resultados. 
Interpretação​: É o melhor dos testes para ser usado nas triagens de defeitos da 
coagulação (via intrínseca). Controle de heparinização. O tempo está prolongado nas 
deficiências de um ou mais fatores (I,II, V, VII, IX, XI e XII) e no uso terapêutico de 
heparina ou na presença de anticoagulantes circulantes. 
7.7.Contagem de plaquetas 
Devido ao seu pequeno tamanho, sua tendência a aderir a superfícies estranhas ao 
endotélio vascular e sua rápida desintegração, a contagem de plaquetas torna-se 
problemática por qualquer método. 
As plaquetas são contadas por métodos diretos e indiretos. Nos métodos diretos elas 
são visualizadas em uma diluição do sangue e contadas na câmara de Neubauer através 
da microscopia ótica comum ou de contraste de fase. No primeiro caso, temos o 
método de Rees-Ecker e no segundo o de Brecher-Gronkite. Esse último é considerado 
um método de referência para contagem de plaquetas. 
No método indireto de Fônio, plaquetas são contadas no esfregaço. 
Contagens eletrônicas, exigindo um aparelho de alto custo, porém é através deste 
método de contagem que obtemos os resultados mais próximos da realidade do 
paciente. 
7.7.1.Método de Fônio 
É econômico e de fácil execução técnica. Na mesma preparação examinam-se 
plaquetas, leucócitos e hemácias. Defeitos qualitativos das plaquetas, como formas 
gigantes e bizarras, são identificados. 
O sulfato de magnésio impede a aglutinação das plaquetas cujo nº pode ser avaliado 
grosseiramente pelo exame do microscópico do esfregaço corado comum. 
TÉCNICA: 
1.Através da lâmina de esfregaço preparada na sala de coleta, é realizada a coloração 
pelo Método de May-Grunwald-Giemsa. Secar e examinar sob imersão. 
2.Contar mil hemácias e, ao mesmo tempo, as plaquetas encontradas, anotando seu 
nº.A contagem é feita em vários campos sucessivos seguindo linhas longitudinais em 
relação à lâmina. 
3.Realizar a contagem de hemácias na câmara de Neubauer. 
 
7.7.2. Método de Rees-Ecker 
No sangue convenientemente diluído, as plaquetas são contadas por microscopia ótica 
comum na câmara de Neubauer. 
TÉCNICA: 
1. Pipetar 4,0 da solução diluidora no tubo 
2. Com micropipeta aspirar 20ml de sangue com EDTA. Limpar sua parede externa com 
papel de filtro, externamente o volume. 
3. Transferir os 20ml de sangue para o tubo com solução diluidora, lavando com ele o 
interior da pipeta por aspiração e expulsão do líquido. A diluição é de 1:200. 
4. Agitar por inversão 2 minutos, no máximo. 
5. Encher os retículos da câmara de Neubauer. 
6. Sedimentar as plaquetas, repousando a preparação por 15 minutos em uma placa de 
Petri, contendo um pedaço de algodão umedecido em água (câmara úmida) e em local 
isento de vibrações. 
7. Fazer a contagem microscópica com aumento de 400x em 1/5 de mm2 , conforme 
indicado para hemácias.. É necessário ter experiência para distinguir as plaquetas de 
sujidade. Aquelas aparecem como corpos arredondados, ovais ou alongados, 
totalmente refringentes, com 1,5 mícrons de diâmetro. O ajuste do contraste na 
microscopia é indispensável para uma boa visualização das plaquetas. 
Cálculos: 
Plaquetas por ml de sangue = Pc x 5 x 10 x 200, ou seja,: nº de plaquetas contadas 
em 1/5 de mm2 x 10.000. 
Quanto maior o nº de elementos contados menor será o erro. Pode ser desejável contar 
plaquetas em todos os 25 quadrinhos do retículo central, quando o fator final de 
multiplicação será de 2.000.O retículo oposto poderá ser contado, totalizando em torno 
de 300 plaquetas contadas. 
Interpretação​: A trombocitopenia, que é a redução nas plaquetas circulantes (abaixo de 
150.000), surge na maioria das vezes de uma ou duas causas gerais. Formação 
deficiente de plaquetas (como em estados aplásticos, efeito de quimioterapia 
mielotóxica e por sensibilidade à droga), e uma destruição aumentada de plaquetas na 
circulação e no baço (originária geralmente de uma sensibilização auto-imune das 
plaquetas, tornando-as sujeitas a fagocitose por macrófagos). Um aumento do número 
de plaquetas é denominado trombocitose, e correlaciona-se com formação de trombos 
intravasculares. 
8. OUTROS EXAMES EM HEMATOLOGIA 
8.1. Contagem de Reticulócitos 
Os reticulócitos são precursores das hemácias. Contêm no seu interior material 
reticular, provavelmente uma ribonucleoproteína que não apresenta afinidades pelos 
corantes comuns. Sua demonstração é feita por coloração supravital. Os reticulócitos 
presentes no sangue retirado do organismo sofrem morte somática, sendo, porém 
corados antes que toda atividade vital seja extinta. As anemias que cursam com o 
reticulócito normal refletem a incapacidade da medula em responder ao estímulo por 
carência de um fator específico para a formação de eritrócitos (ferro na anemia 
ferropriva e eritropoetina na insuficiência renal crônica). 
O corante usado é o azul de cresil brilhante, associado a um anticoagulante e um 
preservativo. 
TÉCNICA: 
1. Colocar no tubo 2 a 3 gotas da solução corante. Em seguida acrescentar 2 a 3 gotas do 
sangue colhido por punção digital ou sangue colhido com EDTA. 
 
2. Misturar e colocar em banho-maria a 370C de 15 a 30 minutos. 
3. Retirar de banho-maria. Misturar novamente e fazer esfregaços da maneira usual. 
4. Secar e examinar ao microscópio sob imersão. 
5. Contar 10 campos, anotando o número de reticulócitos encontrados. Expressar o 
resultado em percentagem e número absoluto. 
6. Opcionalmente pode fazer coloração de fundo por Giemsa. 
 
Interpretação​: o resultado é expresso em percentual e em número absoluto em relação 
a população de eritrócitos. Sua contagem serve para avaliar de forma efetiva a produção 
de eritrócitos, sendo útil no controle terapêutico, no diagnóstico diferencial e na 
classificação das anemias. 
 
8.2. Hemossedimentação (VHS) 
A hemossedimentação mede a estabilidade da suspensão de hemácias no plasma que, 
por ser menos denso, favorece a sedimentação dos glóbulos pela ação da gravidade, 
quando colocados numa pipeta graduada de 0 a 200m com 2,5mm d diâmetro interno e 
1 microlitro (ml) de capacidade. 
As hemácias