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O BOM ALUNO DE CURSOS À DISTÂNCIA: • Nunca se esquece que o objetivo central é aprender o conteúdo, e não apenas terminar o curso. Qualquer um termina, só os determinados aprendem! • Lê cada trecho do conteúdo com atenção redobrada, não se deixando dominar pela pressa. • Sabe que as atividades propostas são fundamentais para o entendimento do conteúdo e não realizá-las é deixar de aproveitar todo o potencial daquele momento de aprendizagem. • Explora profundamente as ilustrações explicativas disponíveis, pois sabe que elas têm uma função bem mais importante que embelezar o texto, são fundamentais para exemplificar e melhorar o entendimento sobre o conteúdo. • Realiza todos os jogos didáticos disponíveis durante o curso e entende que eles são momentos de reforço do aprendizado e de descanso do processo de leitura e estudo. Você aprende enquanto descansa e se diverte! • Executa todas as atividades extras sugeridas pelo monitor, pois sabe que quanto mais aprofundar seus conhecimentos mais se diferencia dos demais alunos dos cursos. Todos têm acesso aos mesmos cursos, mas o aproveitamento que cada aluno faz do seu momento de aprendizagem diferencia os “alunos certificados” dos “alunos capacitados”. • Busca complementar sua formação fora do ambiente virtual onde faz o curso, buscando novas informações e leituras extras, e quando necessário procurando executar atividades práticas que não são possíveis de serem feitas durante as aulas. (Ex.: uso de softwares aprendidos.) • Entende que a aprendizagem não se faz apenas no momento em que está realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-dia. Ficar atento às coisas que estão à sua volta permite encontrar elementos para reforçar aquilo que foi aprendido. • Critica o que está aprendendo, verificando sempre a aplicação do conteúdo no dia-a-dia. O aprendizado só tem sentido quando pode efetivamente. CONTEÚDO ● Fisiologia renal ● Coleta de Amostras Biológicas ● Urinálise ● Exame Físico ● Exame químico ● Sangue, hemoglobina e mioglobina ● Avaliação do sedimento urinário Fisiologia Renal Para que serve o rim? ● Regulação do balanço hídrico, do balanço eletrolítico, do volume e osmolaridades corporais e do equilíbrio ácido-base. ● Manutenção da homeostase! ● Remoção e excreção de produtos metabólicos endógenos, p.ex. uréia. ● Remoção e excreção de substâncias exógenas. ● Gliconeogênese. ● Secreção de hormônios. ○ Renina ○ Eritropoietina ○ Di-hidroxivitamina D Anatomia básica do rim ● Córtex (granulado) ● Medula • Papila ● Cálices ○ Menores ○ Principal ● Pelve ● Ureter O néfron O néfro Um rim humano possui ~1.000.000 de nefrons O glomérulo Fenestrações entre 4 a 14 nm Glicoproteínas negativamente carregadas, repelem proteínas plasmáticas A filtração glomerular ● O plasma é filtrado pelo glomérulo formando o filtrado glomerular. ○ O filtrado glomerular é o conteúdo plasmático sem as proteínas. ○ 20% do plasma é filtrado pelo glomérulo por vez. ● Muitas substâncias filtradas podem ser reabsorvidas pelos túbulos’. ● Muitas substâncias não filtradas completamente podem ser secretadas através túbulos ● As células tubulares podem secretar elas próprias substâncias Excreção urinária = Filtração – Reabsorção + Secreção Pressão de Filtração Glonerular (PFG) O conceito de taxa de filtração glomerular (TFG) ● Volume de líquido filtrado dos glomérulos para dentro do espaço de Bowman por unidade de tempo. ○ Depende da PFG e das permeabilidade das membranas corpusculares e da área de filtração. ○ Em humanos a TFG é de180 l/ dia ■ Compare com a filtração dos capilares sanguíneos de 4 l/dia ■ Sendo o volume do plasma sanguineo de 3 l, os rins filtram todo o plasma 60 vezes por dia. ● A TFG não é constante mas é constantemente ajutada pelos rins de acordo com as necessidades fisiológicas. ○ É modulado pelos aferentes neurais e ações hormonais nas arteríoloas aferentes e efererentes, resultando em alterações na PFG Constrição e relaxamento das arteríolas afretes e eferentes controlam a TFG e o Fluxo Plasmático Renal (FPR) A excreção urinária de uma substância é a diferença de seu fluxo arterial e venoso Para qualquer soluto (X) que o rim não sintetiza, degrada ou acumula, a única rota de entrada é a artéria renal, enquanto as duas únicas rotas de saída são a veia renal e o ureter. Pela lei da ação das massas a entrada de X é igual a saída de X. 𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑎𝑟𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = 𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑣𝑒𝑛𝑜𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 + 𝑓𝑙𝑢𝑥𝑜 𝑢𝑟𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡o O conceito de depuração (clearance) renal: volume de plasma necessário livre de uma substância por unidade de tempo ● FPR 700 ml plasma / min ○ 142 mM Na+ ○ 142 mM x 0.7 L = 100 mmol Na+ /min ● Excreção de 0,14 mmol/min de Na+ ○ ~1 ml de plasma/ min ● Depuração do Na+ = 1 ml/min O conceito de depuração (clearance) renal: volume de plasma livre de uma substância por unidade de tempo Se uma substância é apenas filtrada , sua depuração reflete a taxa de filtração glomerular (TFG) Se uma substância é filtrada mas totalmente reabsorvida, como a glucose, a sua depuração é igual a zero Se uma substância é filtrada e totalmente secretada sua depuração reflete o fluxo plasmático renal (FPR) Medindo a taxa de filtração glomerular (TFG) Filtração, secreção e reabsorção ● Substâncias essenciais ao organismos são reabsorvidas ● Substâncias em excesso ou tóxicas não são reabsorvidas ● Essas substâncias também podem ser secretadas. ● Diferentes partes do néfron participam dos processos de reabsorção e secreção de diferentes substâncias. A maioria das substâncias é reabsorvida no túbulo proximal ● Água ● Sódio ● Cloreto ● Potássio ● Glicose ● Aminoácidos ● Vitaminas ● Fosfato ● Bicarbonato ● Cálcio A maior parte da glicose é reabsorvida no túbulo proximal - A glucose é reabsorvida por transporte ativo secundário com o sódio. Os transportadores são o SGLT1 e SGTl2. - -Na membrana basolateral a glucose sai por transporte passivo pelo transportador GLUT1 A depuração da glicose é zero, pois (normalmente) ela é totalmente reabsorvida Acima de 200 mg/dl ocorre glicosúria O Cloreto é reabsorvido junto com o sódio ● Túbulo proximal- O cloreto é reabsorvido tanto pela via paracelular como pela transcelular (trocador base/Cl). A reabsorção no túbulo proximal é isoosmótica - A alta expressão de aquaporina I faz o túbulo ser muito permeável a água. - A água basicamente segue o fluxo de solutos (no caso principalmente o sódio). O hormônio ALDOSTERONA produzido pelas supre-renais, promove a captação de sódio pelos ductos coletores. ● A aldosterona é um mineralocorticóide que estimula a sintese de canais de sódio voltagem-independentes da membrana apical das células principais dos ductos coletores, e da Na/K-ATPase na membrane basolateral Coleta de Amostras Biológicas SANGUE E URINA Material Biológico (Amostras): ● Líquidos ● Secreções ● Excreções ● Fragmentos de tecido ● Mais utilizados: sangue e urina COLETA DE SANGUE INSTRUÇÕES GERAIS ● O jejum recomendado é de 10 a 14 horas. É livre a ingestão de água. ● As amostras para análise devem ser coletadas na primeira parte da manhã. ● Convém que o paciente ao chegar ao laboratório seja acalmado e que descanse por alguns minutos.● Exercícios físicos devem ser evitados antes da coleta. FORMAS DE COLETA: ● Agulha e seringa estéreis e descartáveis. ● Lanceta estéril e descartável. ● Coleta a vácuo. O PROBLEMA DA HEMÓLISE ● A ruptura de hemácias libera hemoglobina e altera os resultados de alguns exames. ● A ruptura de uma pequena quantidade de hemácias é praticamente inevitável e não causa hemólise visível. ● Amostras de plasma ou de soro hemolisadas apresentam-se mais coradas. ● Na grande maioria das determinações a hemólise causa aumento ou diminuição na taxa de elementos no plasma ou no soro que estão sendo dosados. Alguns cuidados: ● Após a anti-sepsia do local de coleta, deixar evaporar totalmente o anti-séptico. ● Usar o garrote o menor tempo possível. ● Não mover a agulha durante a coleta. Obtenção de sangue: ● Punção Venosa ● Punção Arterial ● Punção de Pele PUNÇÃO VENOSA ● Sangue venoso que circula da periferia para o centro do sistema circulatório, o coração, é o mais usado em exames laboratoriais. ● A coleta é feita com agulhas e seringas estéreis e descartáveis ou por meio de tubos com vácuo adaptados a agulhas estéreis, com ou sem anticoagulantes. ● Preferência pelas veias intermediárias cefálica e basílica em adultos e crianças maiores. ● Outras opções: veias jugulares, veia femoral, seio sagital superior,etc. Veias da Dobra do Cotovelo 1. Retirar a agulha da embalagem estéril e acoplar à seringa estéril, deixando na própria embalagem estéril pronta para ser usada. 2. Colocar um garrote ao redor do braço do paciente, acima da dobra do cotovelo. Verificar o pulso para garantir que a circulação arterial não foi interrompida. 3. O paciente deve abrir e fechar a mão várias vezes para aumentar a circulação venosa. 4. Pela inspeção e palpação determinar a veia a ser puncionada, que deve ser calibrosa e firme. 5. Desinfetar a pele sobre a veia selecionada, com álcool a 70% e deixar secar. 6. Não tocar o local a ser puncionado, nem deixar que o paciente dobre o braço. 7. O paciente, agora, deve permanecer com a mão fechada. 8. Pegar a seringa colocar o dedo sobre o mandril da agulha, para guiá-la durante a introdução na veia. 9. Esticar a pele do cotovelo, com a outra mão, uns 5 cm abaixo do local da punção, mas sem tocá-lo. 10. Introduzir a agulha na pele ao lado da veia que vai ser puncionada, paralelamente a ela, e, lentamente, penetrar em seu interior. 11. O sangue deverá fluir espontaneamente para dentro da agulha ou, então, deve-se puxar lentamente o êmbolo, para verificar se a agulha está na veia e, em seguida, retirar o sangue necessário. 12. Soltar o garrote, retirar a agulha e colocar um pedaço de algodão seco no local. 13. Retirar a agulha e transferir o sangue coletada para os tubos com ou sem anticoagulantes, de acordo com o exame solicitado, escorrendo lentamente o sangue, sem formar espuma. 14. Tubos com anticoagulantes devem ser invertidos, várias vezes, lentamente. Veias do Dorso da Mão ● Em pacientes obesos, cujo acesso às veias do cotovelo é mais difícil, essas veias da mão são por vezes mais calibrosas. ● São extremamente móveis em relação aos tecidos circunjacentes, o que dificulta a penetração da agulha em seu interior. ● A perfuração é mais dolorosa e a hemostasia mais demorada, geralmente formando hematomas. Veia Jugular Externa ● Imobilização do paciente (principalmente crianças), em posição inclinada, com a cabeça em nível inferior ao tronco. ● Roda-se a cabeça para o lado oposto ao da punção, o que permite visualizar a veia. ● Provoca-se o choro em crianças, para que aumente a estase venosa. Se adulto, deve ficar assoprando com a boca e nariz fechados. ● A agulha deve penetrar diretamente sobre a veia que nessa região é bem superficial. ● Após a punção, manter o paciente sentado e com algodão ou gaze fazer compressão demorada. Veia Jugular Interna ● Imobilização do paciente (mesmo modo da jugular externa) ● Toma-se como ponto de referência o músculo esternocleidomastóideo. ● A agulha deve penetrar no ponto que coincide com a metade da distância entre a origem e a inserção do músculo, ao nível de sua borda anterior. ● Após a penetração da pele a agulha deve estar com a ponta voltada para a fúrcula esternal, mantendo-se quase paralela à pele e aprofundando um pouco mais de 0,5cm. ● Após a coleta, compressão por alguns minutos. Veia Femoral ● Somente quando todas as outras opções falharam. ● Palpa-se o pulso femoral, ao nível da prega inguinal e punciona-se logo abaixo do ligamento inguinal, para dentro da artéria pulsátil. ● A agulha deve penetrar em posição vertical, até tocar a parte óssea. Lentamente deve ser retirada, fazendo-se pressão negativa na seringa, até se conseguir obter fluxo de sangue. ● Após a coleta comprimir o local durante alguns minutos. Seio Sagital Superior (Fontanela Bregmática) ● Em crianças com a fontanela ainda aberta. ● A punção é feito em nível do ângulo posterior da fontanela. ● A agulha penetra num ângulo de 30 a 90º sendo introduzida apenas uns 3 mm e com o cuidado de não atingir o espaço subaracnóideo. ● Após a coleta, compressão delicada, mas eficiente, deve ser feita. Cordão Umbilical ● Imediatamente após o nascimento do bebê, o cordão umbilical é preso com pinça e cortado. ● Para recolher o sangue do cordão, outra pinça é colocada a 20 ou 25 centímetros da primeira, a seção isolada é cortada e a amostra do sangue coletada dentro de um tubo de amostra. O exame é realizado para avaliar: ● Gases sanguíneos ● pH do tecido fetal ● Nível respiratório ● Hemograma completo ● Bilirrubina ● Glicose ● Hemocultura (se houver suspeita de infecção) ● Armazenamento de células-tronco PUNÇÃO ARTERIAL ● Sangue arterial é o sangue oxigenado pelos pulmões e bombeado do coração para todos os tecidos. É essencialmente uniforme em sua composição. ● São utilizadas a artéria femoral, a artéria radial ou a artéria braquial. ● Estudo da gasometria sanguínea. ● Através da amostra de sangue arterial, o laboratório pode determinar as concentrações de oxigênio e de dióxido de carbono, assim como a acidez do sangue, que não pode ser mensurada em uma amostra de sangue venoso. ● O exame é utilizado para avaliação de doenças respiratórias e de outras condições que afetam os pulmões. O exame é usado também para determinar a eficiência da terapia com oxigênio. O componente ácido base do exame também fornece informações a respeito do funcionamento dos rins. ● Obter seringa para gasometria, heparinizada. ● O paciente deve repousar por 30 minutos. ● O local da punção pode ser anestesiado com Xilocaína 1-2%. ● Realizar anti-sepsia com iodopovidona e álcool a 70%. Deixar secar. ● Palpar a artéria com luvas e puncionar em ângulo de 30º a 90º. ● Coletar cerca de 2 ml de sangue. Remover agulha e seringa. ● Aplicar pressão ao local puncionado com gaze estéril de 5-15minutos. ● Retirar o ar da seringa e vedá-la com borracha. Agitar a amostra. ● Imediatamente colocar a amostra imersa em gelo. ● pH - Avaliar o pH para determinar se está presente uma acidose ou uma alcalose. O desequilíbrio ácido-básico é atribuído a distúrbios ou do sistema respiratório (PaCO2 ) ou metabólico. Normal de 7,35 a 7,45 ● PaO2 - A PaO2 exprime a eficácia das trocas de oxigênio entre os alvéolos e os capilares pulmonares. Normal de 80 a 100mmHg. ● PaCO2 - A pressão parcial de CO2 do sangue arterial exprime a eficácia da ventilação alveolar. Se a PaCO2 estiver menor que 35 mmHg, o paciente está hiperventilando, e se o pH estiver maior que 7,45, ele está em Alcalose Respiratória. Se a PCO2 estiver maior que 45 mmHg, o paciente está hiperventilando, e se o pH estiver menor que 7,35, ele está em Acidose Respiratória. ● HCO3 - As alterações na concentração de bicarbonato no plasma podem desencadeardesequilíbrios ácido-básicos por distúrbios metabólicos. Se o HCO3 - estiver maior que 28 mEq/L com desvio do pH > 7,45, o paciente está em Alcalose Metabólica. Se o HCO3 - estiver menor que 22 mEq/L com desvio do pH < 7,35, o paciente está em Acidose Metabólica. Fatores que afetam os resultados: ● Rejeitar amostra coagulada; ● Transportar a amostra para o laboratório, a fim de processá-la dentro de 15 minutos. ● Se o paciente está sendo submetido à aspiração endotraqueal ou à terapia respiratória, a amostra deve ser colhida pelo menos 20 minutos após o procedimento; ● A não expulsão do ar da seringa de gasometria resultará em falsa elevação da PaO2 ou falsa redução da PaCO2 ; ● A não imersão da amostra em gelo pode resultar em redução do pH e da PaO2 ; ● A não expulsão da heparina da seringa antes da coleta da amostra pode resultar em redução do pH, PaCO2 e PaO2. PUNÇÃO CAPILAR ● Utilizado na hematologia, em pesquisa de hemoparasitos, na coleta de amostras para execução de microtécnicas e em provas de coagulação. ● É uma mistura de sangue venoso e arterial, mas o sangramento é principalmente arterial. ● O sangue capilar é obtido através da pele. ● Especialmente em pacientes pediátricos. Punção da pele: ● Superfície póstero-lateral do calcanhar, em crianças até 1 ano de idade. ● Na polpa do 3º ou 4º dedo da mão. ● Lóbulo da orelha. Nunca: ● Em local edematoso. ● Massagear antes. ● Espremer. Pode: ● Aquecer previamente com compressas quentes. Sempre: ● Limpar com álcool a 70%. ● Desprezar a primeira gota. ANTICOAGULANTES ● Quando necessita-se de sangue total ou plasma para algumas análises usam-se anticoagulantes. ● Em geral, interferem no mecanismo de coagulação in vitro, inibindo a formação da protrombina ou da trombina. Os mais usados são: ● EDTA (ácido etileno-diamino-tetra-acÉtico) – determinações bioquímicas e hematológicas ● Heparina – provas bioquímicas ● Oxalatos – provas de coagulação ● Citratos – provas de coagulação ● Polianetol-sulfonato de sódio – hemoculturas Tubos com vácuo: VERMELHO ● Sem anticoagulante. ● Obtenção de soro para bioquímica e sorologia. Exemplo de testes: ● Creatinina ● Glicose ● Uréia ● Colesterol ● Pesquisa e identificação de anticorpos e ou antígenos no soro. LAVANDA ● Com anticoagulante EDTA sódico ou potássico ● EDTA liga-se aos íons cálcio, bloqueando assim a cascata de coagulação ● Obtém-se assim o sangue total para hematologia Testes: ● Eritrograma ● Leucograma ● Plaquetas VERDE ● Paredes internas revestidas com heparina. ● Produção de uma amostra de sangue total. ● Estabilização por até 48 horas. ● Testes bioquímicos. AZUL ● Contém citrato de sódio Anticoagulante utilizado para a obtenção de plasma para provas de coagulação: ● Tempo de Coagulação ● Retração de Coágulo ● Tempo Parcial de Tromboplastina ● Tempo de Protrombina PRETO ● Os tubos para VHS ● Contém solução tamponada de citrato trissódico ● Utilizados para coleta e transporte de sangue venoso para o teste de sedimentação. AMARELO ● Tubos para tipagem sangüínea ● Com solução de ACD (ácido citrato dextrose) ● Utilizados para teste de tipagem sangüínea ou preservação celular CINZA ● Tubos para glicemia Contêm um anticoagulante e um estabilizador, em diferentes versões: ● EDTA e fluoreto de sódio ● oxalato de potássio e fluoreto de sódio ● heparina sódica e fluoreto de sódio ● heparina lítica e iodoacetato Ocorre inibição da glicólise para determinação da taxa de glicose sanguínea ROSA ● Tubos para provas de compatibilidade cruzada Duas versões: ● Com ativador de coágulo » Provas cruzadas com soro. ● Com EDTA » Testes com sangue total. ROYAL Três versões: ● Sem aditivo ● Com heparina sódica ● Com ativador de coágulo Utilizados para testar traços de elementos metálicos, como: Cu, Zn, Pb, etc. HEMOCULTURA ● É realizada quando se suspeita de uma infecção no sangue (bacteremia ou septicemia) com presença de febre, calafrios, pressão sangüínea baixa ou outros sintomas. ● Neste exame é importante que a amostra de sangue não seja contaminada por organismos na pele ou instrumental utilizado na preparação do exame. ● Uma rigorosa técnica de anti-sepsia é seguida para obter e preparar o espécime. ● O sangue é colhido de uma veia, geralmente da prega do cotovelo ou dorso da mão. ● A cultura é examinada para detectar a presença de microorganismos durante vários dias. Se os organismos estiverem presentes, outras culturas podem ser realizadas para identificar os organismos. EXAME DE URINA / EQU ● de preferência colher a 1ª urina da manhã. ● lavar os genitais externos com água e sabão. Secar. ● colher a urina em recipiente limpo e seco e enviá-la imediatamente ao laboratório. ● colher somente o jato médio, desprezando o início e o fim da micção. ● na coleta de urina em mulheres, recomenda-se abstinência sexual de pelo menos 24 horas. ● em mulheres menstruadas, e em caso de urgência, usar tampão vaginal depois da lavagem, para não contaminar a urina com sangue. O ideal seria coletar a urina de 3 a 5 dias após o término do sangramento menstrual. EXAME DE URINA DE 24 HORAS 1. Alimentação normal. 2. Pela manhã, ao acordar, esvaziar completamente a bexiga e desprezar a urina. Marcar a hora exata (p.ex.: 8 horas da manhã). 3. Daí em diante colher as urinas produzidas durante o dia e a noite, juntando-as em um ou mais frascos limpos ou frascos produzidos pelo laboratório (3 litros). Mantê-los no refrigerador e ao abrigo da luz. 4. a. Pela manhã do dia seguinte, exatamente 24 horas após a hora em que foi desprezada a urina do comeÅo da prova, colher toda a urina da bexiga, em frasco separado, rotulando-o “Primeira urina da manhã, data...” b. Após 24 horas exatamente, colher todo a urina e juntar com as outras. 5. Enviar todas as urinas para o laboratório imediatamente. COLETA EM CRIANÇAS / LACTENTES Crianças muito jovens e neonatos » Coletor auto-aderente hipoalergênico Recomendações: ● Identificar o coletor auto-aderente ● Abrir as pernas da criança ● Certificar que a região púbica e perineal estão limpas, secas e isentas de muco. ● Meninas: colocar o adesivo na pele em volta dos genitais externos, de maneira que a vagina e o reto fiquem isolados e evitando a contaminação. Após 30 minutos retirar o coletor, mesmo sem a emissão de urina. ● Meninos: colocar o coletor auto-aderente de maneira que o pênis fique em seu interior. Após 30 minutos retirar o coletor, mesmo sem a emissão de urina. COLETA COM CATETER Cateter é inserido na bexiga através da uretra com o uso de técnica estéril para obtenção da urina. COLETA COM ASPIRAÇÃO SUPRAPÚBICA Aspira-se a bexiga distendida com um seringa e agulha acima da sínfise pubiana através da parede abdominal adentrando a bexiga cheia. Complicações são raras. Método usado para culturas anaeróbicas, culturas problemáticas (onde a contaminação não pode ser eliminada) e em crianças. ARMAZENAMENTO, CONSERVAÇÃO E TRANSPORTE DA AMOSTRA DE URINA O paciente deve receber instruções claras e por escrito a respeito do armazenamento, conservação e transporte da amostra de urina coletada, a fim de manter a integridade dos elementos e contribuir para a estabilidade das substâncias químicas. O tempo entre a coleta e a entrega da amostra no laboratório não deve ultrapassar uma hora. Em caso de demora na entrega, conservar a amostra em refrigerador (2-5åC), sendo também necessário, às vezes o uso de conservantes: ● Formalina – preservação dos elementos figurados ● Ácido Bórico – preservação de aldosterona, estrógenos, etc ● Timol – preservação de mucopolissacarídeos, etc ● Ácido Clorídrico – preservação de adrenalina, noradrenalina, etc ● Fluoreto de Sódio – preservação de glicídeos ● Bicarbonato de Sódio – urina de 24 horas FATORES QUE AFETAMOS RESULTADOS ● Amostras da 1ª urina da manhã fornecem o reflexo mais preciso da presença de bactérias e de elementos formados, tais como cilindros e cristais. ● Um retardo no exame após a coleta pode causar valores falsamente reduzidos de glicose, cetona, bilirrubina e urobilinogênio. ● Amostras coletadas, mantidas à temperatura ambiente e tardiamente entregues ao laboratório, podem causar valores falsamente elevados de bactérias, em virtude de seu supercrescimento ● Retardos também perturbam a nitidez microscópica, em virtude da dissolução de uratos e fosfatos. Realizam-se três etapas do exame: 1. Exame físico; 2. Exame químico; 3. Exame microscópico. EXAME FÍSICO 1. COR: As cores usadas para a descrição são: amarelo, amarelo claro, amarelo escuro, avermelhado, marrom, esverdeado. Quando vermelha há presença de sangue na urina, ou também é observada quando da ingestão de beterraba. A urina também pode apresentar-se verde pela ação de medicamentos. 2. ASPECTO: Os três estados observados são: límpida; ligeiramente turva e turva. Também podemos ter o aspecto sanguinolento. 3. DENSIDADE: Varia de 1,016 a 1,020 como valores normais. Diminuição nesta densidade indica algum problema que não permite a concentração desta urina e o aumento nesta densidade indica excretas a mais (como glicose). EXAME QUÍMICO A maioria dos testes de triagem de urinálise são medidos por meio de uma "fita" reagente. Existem vários tipos de fitas reagentes. Pesquisa de: ● Urobilinogênio ● Bilirrubina ● Corpos cetônicos ● Hemoglobina ● Glicose ● Sangue ● Proteínas ● pH ● Nitritos EXAME MICROSCÓPICO Avaliação do Sedimento Urinário ● Hemácias ● Leucócitos ● Células epiteliais ● Cilindros ● Microorganismos ● Cristais ● Gordura SOLICITAÇÕES ESPECIAIS ● Taxa de excreção de aldosterona urinária de 24 horas ● Porfirinas na urina ● Amilase na urina ● Mioglobina na urina ● Cobre na urina de 24 horas ● Nitrogênio da uréia na urina ● Osmolalidade da urina ● Exame de concentração da urina ● Creatinina na urina ● Proteína na urina de 24 horas ● Cortisol na urina ● Cálcio na urina ● Exame de Norepinefrina na urina ● Exame de dopamina na urina ● Exame de adrenalina na urina ● Exame de epinefrina na urina ● Exame urinário de ácido cítrico ● Eletrólitos na urina ● Sódio na urina ● Potássio na urina ● Ácido úrico na urina ● Urocultura ● Cultura de urina (amostra cateterizada) ● Exame de citologia da urina ● Estriol na urina ● Aminoácidos na urina ● Hemoglobina na urina UROCULTURAS ● Exame microbiológico da urina ● Rigorosa limpeza e anti-sepsia, tomando cuidado para completa remoção dos produtos usados. ● Coleta por aspiração suprapúbica: o aparecimento de uma só colônia de bactérias já indica infecção, desde que eliminada contaminação. ● Coleta por jato médio: crescimento de menos de 10.000 colônias por ml de urina não indica infecção. Bactérias da uretra. ● Acima de 100.000 colônias por ml de urina: evidência de infecção, desde que a espécie bacteriana seja uma só. ● É importante que se espere pelo menos 2 horas entre a última micção e a coleta de urina para cultura. Sangue, Hemoglobina e Mioglobina 1. O SANGUE: Considerações Gerais 1.1. Introdução O sangue é a porção líquida do meio interno que circula rapidamente dentro de um sistema fechado de vasos denominado sistema circulatório. É constituído por um fluido no qual existem células em suspensão, moléculas e íons dissolvidos em água, apresentando propriedades das soluções coloidais. Uma característica importante do sangue é a constância da sua composição química e propriedades físicas, assegurando condições físicas para o funcionamento das células.Ele é constantemente renovado pela entrada e saída de substâncias que modificam discretamente sua composição. A constância da composição do sangue, com estreita faixa de variação, é o resultado mantido pela rapidez pela qual as substâncias deixam e entram no sangue quando estão em excesso ou em concentrações abaixo do normal respectivamente.. 1.2. Composição do sangue O sangue é constituído de duas frações combinadas, sendo 55% para o plasma e 45% para as células. A porção acelular ou plasma é constituído de 91,5% de água que serve de solvente das substâncias orgânicas e minerais e ainda de veículo para as células, moléculas e íons.Os restantes 8% são formados por proteínas, sais e outros constituintes orgânicos em dissolução. A porção celular apresenta três tipos de células em suspensão no plasma: ● Glóbulos vermelhos, hemácias ou eritrócitos. ● Glóbulos brancos ou leucócitos. ● Plaquetas ou trombócitos. 1.3. Formação do sangue Plasma: è a porção fluida do sangue não coagulado; contém os fatores da coagulação, exceto aquele removido pelo anticoagulante; é formado às custas da ingestão de água, de alimentos, da difusão e trocas líquidas entre os vários compartimentos do organismo. Soro: é a porção líquida amarelada do sangue que resta após a coagulação e remoção do coágulo. Não contém elementos celulares nem a maioria dos fatores da coagulação. Apresenta em solução sais minerais, vitamina, glúcides, prótides, lípides, enzimas, hormônios, produtos anabólicos e catabólicos, substâncias também encontradas no plasma. A porção do sangue que não é o plasma ou seja , a parte celular, consiste de elementos figurados. Os elementos figurados incluem os eritrócitos (células vermelhas), vários tipos de leucócitos (células brancas) e plaquetas (trombócito). 2. HEMATOPOIESE A palavra hematopoiese significa formação das células do sangue. Abrange o estudo de todos os fenômenos relacionados com a origem, com a multiplicação e a maturação das células primordiais ou precursora das células sanguíneas, à nível da medula óssea.A hematopoiese se divide em dois períodos: 1.Período Embrionário e Fetal: Iniciando no primeiro mês de vida pré-natal, surgem as primeiras células fora do embrião, são os eritroblastos primitivos.Na sexta semana, tem início a hematopoiese no fígado; o principal órgão hematopoiético nas etapas inicial e intermediária da vida fetal. Na fase intermediária da vida fetal, o baço e os nodos linfáticos desempenham um papel menor na hematopoiese, mas o fígado continua a dominar essa função. Na segunda metade da vida fetal, a medula óssea torna-se cada vez mais importante para a produção de células sanguíneas. 2. Período Pós-natal: Logo após o nascimento, cessa a hematopoiese no fígado, e a medula passa a ser o único local de produção de eritrócitos, granulócitos e plaquetas. As células-tronco e as células progenitoras são mantidas na medula óssea. Os linfócitos B continuam a ser produzidos na medula e órgãos linfóides secundários e os linfócitos T são produzidos no timo e também nos órgãos linfóides secundários. Ao nascer o espaço medular total é ocupado pela medula vermelha; na infância apenas parte desse espaço será necessária para a hematopoiese; o espaço restante fica ocupado pelas células de gordura. Mais tarde apenas os ossos chatos (crânio, vértebras, gradil torácico, ombro e pelve) e as partes proximais dos ossos longos (fêmures e úmeros) serão locais de formação de sangue. 3. FISIOLOGIA DOS ERITRÓCITOS E LEUCÓCITOS 3.1. Eritrócitos São células pequenas, circulares, com forma aproximada de discos bicôncavos, com 7,5 mm de diâmetroe sem núcleo. São os mais numerosos tios celulares no sangue. Embora seu número seja variável, um milímetro cúbico de sangue contém cerca de 4.5 a 6.1 milhões dessas células nos homens e cerca de 4.1 a 5.3 milhões nas mulheres. Essas células circulam pelo sangue circulante durante o período de aproximadamente 120 dias antes que sejam destruídas. 3.1.2. Hemoglobina É uma substância pigmentada, formada por duas partes: (1) porção que contém ferro denominada heme e (2) porção protéica, denominada globina.A globina consiste de quatro cadeias polipeptídicas, cada uma das quais ligada a um grupo heme. Cada grupo heme contém um átomo de ferro que se combina reversivelmente com uma molécula de oxigênio. Dessa forma, cada molécula de hemoglobina pode potencialmente associar-se com quatro moléculas de oxigênio. A principal função da hemoglobina e o transporte de oxigênio e gás carbônico, permitindo as trocas gasosas necessárias ao metabolismo orgânico. 3.2. Leucócitos São elementos figurados do sangue que estão envolvidos no sistema de defesa do organismo contra doenças e infecções. Por meio de fagocitose, eles defendem os tecidos contra invasão de organismos ou substâncias estranhas, removendo também os restos resultantes da morte ou de ferimentos celulares.Alguns leucócitos são capazes de passar através da parede intacta dos vasos chamada de diapedese; agindo assim principalmente no tecido conjuntivo frouxo. São transportados pelo sangue para todo o corpo, a partir da medula óssea, onde são formados. Os leucócitos estão presentes no sangue em muito menor número que os eritrócitos, com cerca de 4.000 a 10.000 leucócitos por milímetro cúbico de sangue. 1. Neutrófilos: são conhecidos também como polimorfonucleares e correspondem cerca de 50 a 70% das células circulantes; possuem grânulos citoplasmáticos pequenos corados fracamente em púrpura-avermelhado. Os neutrófilos são capazes de deixar os vasos sanguíneos e entrar nos tecidos, onde protegem o corpo e fagocitando bactérias e substâncias estranhas ao organismo. Existe uma célula precursora do neutrófilo segmentado, é o Bastão.São assim chamados porque seu núcleo não amadureceu completamente, embora seu citoplasma tenha características de célula madura. Em infecções bacterianas agudas pode-se encontrar um desvio a esquerda ,ou seja, uma elevação do número de bastões. 2. Eosinófilos: possuem grânulos corados em laranja-avermelhado e fagocitam complexos antígeno-anticorpo.Seus núcleos geralmente têm dois lobos conectados por um filamento. O número de eosinófilos circulantes aumenta de forma muito acentuada no sangue circulante durante as reações alérgicas, e durantes as infestações parasitárias. 3. Basófilos: possuem grânulos relativamentes grandes corados em azul púrpura; liberam histamina (contribui para as respostas alérgicas dilatando e permeabilizando os vasos sanguíneos) e heparina (previne a coagulação do sangue).Os basófilos funcionam similarmente aos mastócitos, que são encontrados no tecido conjuntivo. 4. Monócitos: possuem um único núcleo; são células grandes.São formados por monoblastos; São capazes de entrarem no tecido conjuntivo frouxo, onde se desenvolvem em grandes células fagocíticas denominadas macrófagos, que podem ingerir bactérias e outras substâncias estranhas ao organismo. 5. Linfócitos: são o segundo tipo mais abundante de leucócitos( após os neutrófilos), compreendendo cerca de 30% dos glóbulos brancos em circulação; a maioria se localiza no tecido linfóide e são formados por linfoblastos.São leucócitos pequenos, sendo apenas um pouco maiores que os eritrócitos, e cada um deles tem um núcleo que é circular ou algo recortado num dos lados. São importantes nas respostas imunes específicas do corpo, incluindo a produção de anticorpos. 4.HEMOGRAMA COMPLETO 4.1.Eritrograma Constitui o estudo da série vermelha, revelando alguns tipos essenciais de alterações patológicas do sistema eritropoiético como eritrocitoses e anemias. 4.1.1.Contagem de hemácias na câmara de Neubauer Os métodos para contagem global das células sanguíneas consistem geralmente em diluir o sangue, em proporção conhecida, com um líquido diluidor chamado Hayem, permitindo a conservação das células em estudo. 1. Pipetar 4 ml do líquido diluidor em um tubo de ensaio. 2. Com a pipeta transferir 0,02 ml de sangue. Limpar a parede externa da ponteira com auxílio de papel absorvente. 3. Transferir os 0,02 ml de sangue para o tubo com o líquido diluidor, lavando com ele o interior da ponteira por aspiração e expulsão do líquido. A diluição é de 1:200. 4. Agitar suavemente por inversão para uma correta homogeneização. 5. Com uma pipeta preencher os retículos da câmara de contagem, evitando excesso de líquido e bolhas de ar sob a lamínula aderida firmemente à câmara. 6. Deixar repousar por dois minutos para sedimentação dos glóbulos. 7. Focalizar a preparação com pequeno aumento no microscópio para localizar o retículo e observar a distribuição uniforme das hemácias. Observar então, com aumento de 100X ou 400X, conforme necessidade. 8. Fazer a contagem de todas as hemácias encontradas nos quadros marcados “H” na figura relativa ao retículo de Neubauer, ou seja, 1/5 de mm2 . Sistematizar a contagem segundo a figura abaixo. Contar os elementos em negro. 4.1.2.Dosagem da hemoglobina pelo método da cianometemoglobina É o método de referência para a dosagem de hemoglobina. Dosam todas as suas formas exceto a sulfemoglobina. A desvantagem reside na extrema toxicidade do cianeto usado no preparo do reagente (solução de Drabkin), mas pode ser resolvida pela aquisição já preparada, de concentração mínima. Temos usado, com bons resultados, os reagentes Labtest; a solução de Drabkin modificada e o padrão de hemoglobina de concentração conhecida. Calcula-se um fator determinado a absorbância de 0,02 ml do padrão em 5ml da solução de cianeto, através da fórmula: O zero é estabelecido com água destilada em 540nm. O sangue em estudo, diluído de modo idêntico a padrão (0,02 ml para 5 ml de Drabkin) fornece outro valor de absorbância, que multiplicando pelo fator de g% de hemoglobina pela multiplicação de cada unidade de leitura pelo fator. Hb = Absorbância do paciente X Fator 4.1.3.Determinação do hematócrito pelo método do microhematócrito Hematócrito é o volume de hemácias expresso como percentagem do volume de uma amostra de sangue total, ou seja, mililitros de hemácias por decilitro de sangue. DETERMINAÇÃO DO MICROHEMATÓCRITO: 1. Encher com o sangue o tubo para microhematócrito, até dois terços do seu volume. Para tubos heparinizados o sangue capilar pode ser usado. 2. Selar o tubo, introduzido a extremidade vazia na massa própria, com movimentos de rotação, até aproximadamente 5mm de profundidade. 3. Encher os demais tubos de modo idêntico. 4. Coloca-os na microcentrífuga em posição diametralmente opostas com a parte selada voltada para fora. Observar a numeração evitando a troca de resultados. 5. Após tampar convenientemente a microcentrífuga, coloca-a em movimento por cinco minutos. Tempo superior aeste não altera a sedimentação dos glóbulos. 6. Desligar o aparelho. Retirar os tubos e fazer a leitura usando a escala própria. LEITURA DOS RESULTADOS: 1. Colocar o tubo sobre a escala, fazendo coincidir a extremidade inferior das células centrifugadas com a linha zero. 2. Deslocar o tubo paralelamente às linhas verticais fazendo coincidir o menisco superior do plasma com a linha 100. 3. Ler a percentagem do volume hematócrito na escala graduada ao nível da superfície das hemácias no tubo. 4.1.4.Índices hematimétricos Índices hematológicos ou hematimétricos são determinados a partir da contagem global dos eritrócitos, taxa de hemoglobina e determinação do hematócrito. Tais elementos, deverão ser padronizados pelo laboratório, fornecendo-se sempre resultados na unidade de percentagem do normal. V.C.M – Volume corpuscular médio É o volume médio das hemácias expresso em fentolitros. Representa, portanto, o quociente de um determinado volume de hemácias pelo número de células contidas no mesmo volume. É o conteúdo médio de hemoglobina nas hemácias expresso em picogramas. Representa, portanto, o quociente de conteúdo de hemoglobina em um determinado volume de hemácias pelo nº de células contidas no mesmo volume. 4.2.Leucograma O leucograma corresponde a contagem global e específica dos leucócitos, representados pela leucometria e pelo estudo quantitativo e qualitativo dos glóbulos brancos. O quadro leucocitário que se apresentará após ser concluído o exame hematológico,permitirá ao médico tirar conclusões diagnósticas e prognósticas importantes. 4.2.1.Contagem global de leucócitos com câmara de Neubauer 1. Pipetar 0,4 ml do líquido de Turk no tubo 2. Com pipeta automática, pipetar 0.02 ml de sangue.Limpar a ponteira com papel de filtro. 3. Transferir os 0,02 ml de sangue para o tubo com o líquido diluidor, lavando com ele o interior da pipeta por aspiração e expulsão do líquido. A diluição é de 1:20. 4. Agitar suavemente por dois minutos. 5. Encher os dois retículos da câmara de contagem, evitando excesso de líquido e bolhas de ar sob a lamínula, aderida firmemente à câmara por compressão daquela sobre esta, cobrindo ambos os retículos. 6. Deixar repousar de um a dois minutos para sedimentação dos glóbulos. 7. Focalizar a preparação com pequeno aumento no microscópio para localizar o retículo e observar a distribuição uniforme dos leucócitos. Em seguida, observar com aumento de 100 x ou 400 x, a desejar. 8. Fazer a contagem de todos os leucócitos encontrados nos quadros marcados “L” na figura relativa de Neubauer,ou seja, 4mm2 . (Fig.12) 4.2.1.1.Forma Leucocitária Relativa Determina a relação percentual entre as distintas variedades de leucócitos. Se, em 100 leucócitos contados no esfregaço, 60 são neutrófilos, estes representam 60% do total de leucócitos. 4.2.1.2.Forma Leucocitária Absoluta Fornece o número de cada tipo de leucócito por microlitro de sangue. Considerando para o caso anterior que a contagem global de leucócitos foi de 8.000 por microlitro de sangue, uma relação pode ser estabelecida: - Em 100 leucócitos, 60 são neutrófilos. Em 8.000 leucócitos, 4.800 serão neutrófilos. Desta forma, um microlitro de sangue contém 4.800 neutrófilos. Para cada um dos tipos contados o mesmo raciocínio será seguido, estabelecendo a fórmula leucocitária relativa e absoluta para todas as variedades de leucócitos. 5. ALTERAÇÕES DO ERITROGRAMA 5.1.Anemias Anemia é a diminuição da taxa de hemoglobina abaixo de níveis mínimos, ou seja, se estiver abaixo de 95% do intervalo de referência para idade, sexo e localização geográfica (altitude) do indivíduo. As causas de anemias se encontram divididas entre três categorias fisiológicas principais: produção de eritrócitos deficientes, perda sanguínea ou destruição acelerada dos eritrócitos (hemólise) além da capacidade da medula de compensar estas perdas. É um subproduto da medida eletrônica do volume dos eritrócitos; ou seja, só pode ser detectado através da automação. O seu valor normal está entre 11 e 14 %. Valores encontrados abaixo do normal indicariam população eritróide mais homogênea que a usual, o que parece ser apenas um extremo da normalidade. Valores acima de 14 indicam excessiva heterogeneidade da população (anisocitose), sendo notada ao microscópio. Segundo Failace,se houver anemia e/ou índices hematimétricos anormais, o profissional deverá: 1. Confirmar visualmente as alterações numéricas e julgar sua compatibilidade com o grupo etário do paciente. 2. Pesquisar os dados morfológicos das células do paciente. 3. Nada observando de esclarecedor, os resultados numéricos e a lâmina do paciente são separados para reexame; se a distensão não estiver perfeita, faz-se uma nova. As principais alterações morfológicas a serem avaliadas são: Pecilocitose: também conhecida como poiquilocitose, diz respeito à presença de formas anormais dos eritrócitos. Deve ser sempre mencionado quando observado na lâmina. O melhor é definir cada um dos aspectos celulares notados através de suas características morfológicas. Dentre as principais formas anormais existentes, temos: Eliptócitos ou ovalócitos: são eritrócitos ovais, elípticos ou com forma de charutos; são mais abundantes em casos de eliptocitose hereditária. Podem ser observados em anemia microcíticas e megaloblásticas e nas síndromes mieloproliferativas. Estomatócitos: são eritrócitos cuja membrana retraiu-se em cúpula; distendidos na lâmina, a concavidade unilateral é vista como uma fenda alongada. A estomatocitose é geralmente um artefato de preparação das zonas delgadas da distensão de sangue; há estomatócitos nas doenças hepáticas e no sangue do recém nascido. Esferócitos: são eritrócitos praticamente esféricos, em contradição com os discos bicôncavos normais. Seu diâmetro é menor que o normal e não possuem a área central pálida. Esferócitos são encontrados em casos de esferocitoses hereditária, anemias hemolíticas auto-imune. Drepanócitos ou eritrócitos falciformes: são eritrócitos que decorrentes da hemoglobina S, têm a forma de foice ou banana, caracterizando as síndromes falcêmicas. Dacriócitos: são eritrócitos em forma de lágrima.Deformam-se principalmente no baço, ao passarem pelas fenestrações entre cordões e sinus medulares; Encontrados em anemias megaloblásticas e mieloesclerose. Esquizócitos: são pedaços de eritrócitos, cortados pelo trauma; podem ser triangulares, em meia lua, etc. Tem curta sobrevida no sangue.Indicam presença de hemólise, anemia megaloblástica, queimaduras graves. Células-alvo: são eritrócitos mais delgados que o normal (leptócitos), e que, quando corados, exibem uma borda periférica de hemoglobina com uma área central escura, contendo hemoglobina. São encontradas em caso de obstrutiva, em qualquer tipo de anemia hipocrômica, sobretudo na talassemia. Equinócitos: também conhecidos como hemácias crenadas, podem ocorrer como artefatos durante a formação dos esfregaços. In vivo, podem ser vistos na uremia, no hipotireoidismo, no tratamento com heparina IV. Anisocitose: É uma característica da maioria das anemias; quando ocorre emgrau significativo, habitualmente estarão presentes tanto macrócitos e/ou micrócitos.É de suma importância para o clínico que seja relatado no laudo a predominância da forma na anisocitose. Macrocitose: É a elevação do VCM acima de 98 ( ou 100 ) fL . Segundo Failace, a macrocitose só é notada quando houver uma população normocítica ou microcítica concomitante; ou quando o VCM estiver acima de 110 fL. Condições onde pode ser encontrada a macrocitose: ● Alcoolismo: o VCM nunca excede 110fL e os eritrócitos são redondos, de aspecto normal. ● Uso de drogas: AZT (atualmente lidera a estatística das drogas causais); os macrócitos são redondos costumando haver anemia; o RDW é elevado. ● Anemia aplástica: na maioria dos casos há macrocitose; persiste mesmo após recuperação, se houver. ● Hepatopatias: há macrocitose com rouleux, leptocitose, acantocitose. ● Esplenectomia: causa macrocitose em pequenas percentagem de pacientes. ● Anemias megaloblásticas: os macrócitos são ovalados e enormes. O VCM se encontra entre 110 e 130 fL porque há anisocitose e pecilocitose acentuadas. ● Hiper-regeneração eritróide: é causa comum de macrocitose, notada pelos macrócitos polocromáticos e confirmada pela coloração de reticulócitos. Microcitose: A microcitose representa uma evidência morfológica de uma capacidade diminuída dos precursores das hemácias de produção de hemoglobina. Isto pode resultar de ferro insuficiente como na anemia ferropriva; através de defeitos genéticos hereditários como nas síndromes talassêmicas, etc. Assim a microcitose pode ser encontrada quando o VCM se encontra abaixo de 80 fL; porém, segundo Failace, ela só é notada ao microscópio quando está abaixo de 70 fL, ou quando há uma população normo ou macrocítica contrastante. Condições onde pode ser encontrada a microcitose: ● Grupo etário: é normal ser encontrada a microcitose na infância. ● Anemia ferropênica: a microcitose é proporcional ao grau de anemia,ou seja, quanto mais acentuada a anemia ferropênica maior será a microcitose. ● Anemia das doenças crônicas: Costuma ser normocítica, mas pode ser microcítica como na artrite reumatóide. ● Hemoglobinopatias: Em todas as hemoglobinopatias pode haver micro ou normocitose; sempre há outras características morfológicas sugestivas do defeito. ● Ovalocitose: é normal ser encontrada a microcitose. ● Talassemia minor: Há uma acentuada microcitose com o VCM muito baixo e a contagem de eritrócitos muito alta. Hipocromia: É a redução da coloração do eritrócito; há um aumento da palidez central, que ocupa a área superior ao terço do diâmetro do eritrócito. A hipocromia pode ser geral ou pode existir em algumas células do paciente. Esta característica pode ser retratada através da redução do CHCM. Qualquer uma das condições que leva a microcitose pode causar hipocromia, embora alguns paciente com anemias como b-talassemia a distensão sanguínea apresenta microcitose sem hipocromia. Policromatocitose: São eritrócitos acinzentados ou azulados considerados uns dos dados mais importantes na microscopia do sangue anêmico. Não é notada pela automação e é fundamental para a interpretação. A policromatocitose está presente também após o 40 dia na regeneração pós-hemorrágica, sempre nas anemias hemolíticas. Eritroblásto: São eritrócitos nucleados que aparecem no sangue no decurso de grandes regenerações eritróides, principalmente em crianças, acompanhando a policromatocitose; como também em sangue do recém-nascido, na primeira semana. Os eritroblastos circulantes podem apresentar uma freqüência aumentada nas intoxicações por chumbo, e em certos estados diseritropoéticos , como na eritroleucemia, e mesmo na anemia ferropénica grave. Os eritroblastos são contados como leucócitos nos contadores eletrônicos. Quando ultrapassam 5% justifica-se desconta-los na contagem de leucócitos. Essa correção deve ser feita através da seguinte fórmula: 6. ALTERAÇÕES DO LEUCOGRAMA Em processos infecciosos agudos três fases são desenvolvidas: A. Fase Neutrofílica ou Luta: Leucocitose com Neutrofilia, desvio à esquerda, eosinopenia e linfopenia. B. Fase Monocítica ou Defesa: Leucocitose com Neutrofilia ou normal, monocitose, eosinopenia e linfopenia. C. Fase Linfocitária ou Cura: Leucócitos normais ou elevados, neutropenia, ausência e desvio a esquerda, linfocitose com presença de eosinófilos normais ou elevados 6.1.Neutrocitose ou Neutrofilia É a elevação da contagem absoluta de neutrófilos acima da que seria considerada normal em um indivíduo sadio de mesmo sexo, idade, raça e estado fisiológico. São causas de neutrofilia: ● Neutrofilia hereditária. ● Infecções: Muitas infecções bacterianas agudas e crônicas incluindo a tuberculose miliar; algumas infecções virais como varicela, herpes simples, raiva, poliomielite; algumas infecções fúngicas como a actinomicose; algumas parasitoses como amebíase hepática, a filaríase. ● Dano tecidual como trauma, cirurgia, queimaduras, necrose hepática aguda, pancreatite aguda. ● Infarto tecidual como infarto agudo do miocárdio, infarto pulmonar. ● Inflamação aguda e crônica grave como na gota, febre reumática, artrite reumatóide, colite ulcerativa. ● Hemorragia aguda. ● Hipóxia aguda. ● Doenças malignas como carcinoma, sarcoma. ● Leucemias e síndromes mieloproliferativas. ● Administração de drogas como corticóides, o lítio. ● Intoxicações por agentes químicos. ● Envenenamentos como picada de escorpião ou ataque de abelhas. ● Tabagismo. ● Exercício vigoroso. ● Dor aguda, convulsões epilépticas, eclâmpsia e pré-eclâmpsia. 6.2.Neutropenia ou Neutrocitopenia É a diminuição do número absoluto de neutrófilos; pode ser um fenômeno isolado ou fazer parte de uma pancitopenia.São causas de neutropenia: ● Agranulocitose: síndrome caracterizada pela diminuição severa e passageira dos neutrófilos do sangue, com preservação das demais séries. ● Infecções virais como sarampo, caxumba, rubéola, dengue,infecção pelo HIV. ● Infecções bacterianas como febre tifóide, brucelose. ● Infecções por protozoários como a malária, o calazar, a tripanossomíase. ● Irradiação. ● Anemia megaloblástica e anemia aplástica. ● Hiperesplenismo. ● Alcoolismo. ● Hipertireoidismo 6.3.Eosinofilia É o aumento do número absoluto de eosinófilos, ultrapassando o número de referência. É um achado comum nos hemogramas em laboratórios que atendem população de baixo nível sócio-econômico.São causas de eosinofilia: ● Doenças alérgicas como eczema atópico, asma, rinite alergica, urticária aguda. ● Hipersensibilidade medicamentosa como sulfonamidas, penicilinas. ● Infecções parasitárias(particularmente quando há invasão tecidual) como esquistossomose, estrongiloidíase, ascaridíase, ancilostomíase, cisticercose, toxocaríase. ● Doenças cutâneas como o pênfigo, o penfigóide bolhoso, o herpes gestacional. As micoses superficiais não causam eosinofilia significativa. ● Eosinofilia hereditária. ● Eosinofilia na leucemia mielóide crônica. ● Eosinofilia sem causa aparente. 6.4.Eosinopenia É a redução da contagem de eosinófilos abaixo da que seria esperada em um indivíduo da mesma idade. A eosinopenia é raramente notada na distensão sanguínea de rotina, pois o limite inferior é muito baixo.São causas de eosinofilia: ● Estresse agudo, incluindo traumacirurgia, queimaduras, convulsões epileptiformes,inflamação aguda,infarto do miocárdio, drogas incluindo os corticóides. 6.5.Linfocitose É o aumento do número absoluto de linfócitos. Uma vez que as contagens de linfócitos em lactentes e crianças são consideravelmente mais altas que as dos adultos, é muito importante usar a faixa de referência adaptada a idades.São causas de linfocitose: ● Infecções virais, incluindo: sarampo, rubéola, caxumba, influenza, hepatite infecciosa, mononucleose infecciosa, linfocitose infecciosa, citomegalovirose ● Linfocitose transitória relacionada com o estresse. ● Esplenectomia ● Reações alérgicas a droga ● Leucemia linfóide 6.6.Linfopenia É a redução da contagem de linfócitos. A linfopenia é extremamente comum como parte resposta aguda ao estresse; sua detecção é mais provável quando se faz uma contagem diferencial automatizada e quando as contagens são expressas em números absolutos. São causas de linfopenia: ● Insuficiência renal incluindo aguda e crônica ● Carcinoma ● AIDS - estágio final da doença. ● Irradiação ● Alcoolismo ● Artrite reumatóide e lúpus eritematoso sistêmico ● Anemia ferropénica 6.7.Monocitose É o aumento do número de monócitos acima do seria esperado em um indivíduo sadio da mesma idade. O número absoluto de monócitos é mais elevado nos recém-nascidos que nos outros períodos da vida.São causas de monocitose: ● Infecção crônica, incluindo a sífilis ● Condições inflamatórias crônicas (colite ulcerativa, artrite reumatóide e o lúpus eritematoso sistêmico) ● Carcinoma ● Condições leucêmicas e mieloproliferativas ● Hemodiálise à longo prazo. ● Leishmaniose e Hanseníase ● Tuberculose 6.8.Basofilia É comum observar um aumento acentuado nas contagens de basófilos nas desordens mieloproliferativas, em algumas leucemias e em choque anafilático.Porém a observação de basopenia não tem sido considerada de importância diagnóstica. 7.HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO Hemostasia é o processo pelo qual o sangue permanece líquido vascular, apesar das lesões que venham a sofrer. A hemostasia resulta de uma série de interações complexas pelos quais o sangue é mantido fluido no sistema vascular; são prevenidos processos hemorrágicos espontâneos e contidos sangramentos traumáticos. Depende basicamente da resistência e contratilidade normais dos vasos, da atividade plaquetária normal, de um sistema adequado de coagulação e da estabilidade do coágulo. Com o processo de coagulação do sangue é obtido um coágulo sólido de fibrina através da interação de plaquetas, fatores plasmáticos, seus inibidores e ativadores. Quando há lesão de um vaso sangüíneo, o sistema hemostático intervém imediatamente. Inicialmente, há vasoconstrição reflexa reduzindo o fluxo sangüíneo local. Em seguida, as plaquetas se prendem às fibras de colágeno do tecido conectivo exposto no processo chamado de adesão e uma às outras no processo de agregação, amplificado pela liberação de substâncias intra plaquetárias armazenadas em grânulos ocorrendo a formação do tampão hemostático. Este fenômeno é regulado pelo nível de AMP cíclico presente no interior das plaquetas que é derivado do ATP pela ação da fosfodiesterase. Concomitantemente, através das vias extrínseca e intrínseca, a partir de fatores plasmáticos, ocorre a ativação de protrombina em trombina que atua sobre o fibrinogênio para formar a rede de fibrina que é estabilizada pela ação do fator XIII com a formação de um coágulo sólido. Posteriormente, ocorre a lise deste coágulo pelo sistema fibrinolítico, onde o plasminogênio é ativado à plasmina, dividindo a molécula em um série de produtos conhecidos como produtos de degradação de fibrina. Ocorre assim a reparação do local lesado e o restabelecimento do fluxo sangüíneo normal. Distúrbios adquiridos ou hereditários (na maioria das vezes deficiências de um único fator – grupo das hemofilias) destes sistemas fisiológicos ocasionam doenças hemorrágicas ou trombose. No processo de coagulação do sangue tomam parte várias substâncias denominadas fatores da coagulação. Muitos deles são pró-enzimas sintetizadas pelo fígado e que se transformam em enzimas durante o processo de coagulação. Coagulação é a conversão do sangue no estado líquido em um coágulo firme. É a fase da hemostasia envolvida na formação de fibrina, sendo caracterizada por uma série sucessiva de reações bioquímicas e fenômenos físicos, terminando fisiologicamente com a formação do coágulo. A hemostasia é regulada por três tipos de mecanismos: 1. Os extravasculares incluem a constituição e a elasticidade dos tecidos na periferia dos vasos. 2. Os vasculares relacionam-se à elasticidade e tônus da parede vascular. 3. Os intravasculares são principalmente aqueles associados à substâncias envolvidas no processo de coagulação do sangue. Uma série de respostas ocorre em conseqüência da lesão do vaso sanguíneo. Inicialmente a vasoconstrição reflexa diminui o sangramento e as plaquetas se aglutinam, aderindo à superfície do ferimento a elas expostas. Em seguida, a deposição de fibrina forma o coágulo que se retrai e se organiza na região rota. Posteriormente ocorre a lise da fibrina com recanalização do vaso. No processo da coagulação do sangue tomam partes várias substâncias denominadas fatores da coagulação. Muitos deles são pró-enzimas sintetizadas pelo fígado e que se transformam em enzimas durante o processo de coagulação. Causas das Hemorragias e investigação laboratorial As hemorragias podem resultar da solução de continuidade ou defeitos do sistema vascular, deficiência qualitativa ou quantitativa de plaquetas, defeitos químicos ou quantitativos dos fatores da coagulação e anticoagulantes circulantes. Usualmente a combinação dos vários mecanismos leva ao sangramento anormal nas doenças adquiridas, enquanto nas congênitas o defeito é geralmente único. Como exemplo de condições favoráveis às hemorragias, encontram-se : menstruação, úlceras do trato gastrointestinal, cirurgias, traumatismos, números reduzidos de plaquetas circulantes e ausência congênita ou adquirida de fatores da coagulação. O significado clínico das hemorragias depende de três fatores: 1. Quantidade de sangue perdido - Perdas súbitas entre 10 a 20% do volume total geralmente não apresentam significado clínico. Volumes maiores perdidos rapidamente podem levar ao choque hipovolêmico. 2. Local da hemorragia – Reveste-se de importâncias aquelas, mesmo pequenas, localizadas no pericárdio, supra-renais e cérebro, podendo levar a morte súbita. 3. Duração da hemorragia. As agudas têm características descritas no item 1. As crônicas correspondendo a pequenos volumes de sangue perdidos intermitentemente, levam a anemias por deficiência do ferro, quando o sangue elimina-se externamente. Se no interstício ou cavidades do organismo, o ferro é absorvido não ocorrendo a anemia ferropriva. O estudo laboratorial da hemostasia é baseado em provas cujo objetivo consiste em evidenciar a presença ou ausência de fatores da coagulação ou causas adversas, relacionadas a mecanismos vasculares, extravasculares e intravasculares da coagulação. 7.1. Tempo de Sangramento (Método de Duke) O tempo de sangramento correspondeà duração de uma pequena hemorragia quando uma incisão de dimensões padronizadas é praticada na pele artificialmente. O teste fornece dados relativos a função e números de plaquetas, bem como da resposta da parede capilar à lesão. Tempo de sangramento aumentado sugere a complementação do estudo pela contagem das plaquetas. TÉCNICA: 1. Fazer a assepsia do lóbulo da orelha ou polpa digital com álcool.Escolher o local da picada evitando áreas congestas e inflamadas. 2. Com a lanceta, fazer uma incisão de três milímetros de profundidade, permitindo que o sangue escoe livremente. 3. Fazer funcionar o termômetro no momento da picada. 4. Usando papel de filtro secar de 30 em 30 segundos a gota de sangue que se forma sem, no entanto, tocar a lesão, utilizando cada vez uma porção limpa do papel. 5. Quando o sangue para de manchar o papel, parar o cronômetro; é o valor do TS. Valor Normal: entre 1 a 4 minutos. 7.2.Tempo de Coagulação (Método de Lee - White) O tempo de coagulação corresponde o tempo gasto para o sangue coagular, quando registrado no organismo.Fornece dados relativos ao sistema de coagulação do sangue .É um teste sujeito a numerosas variáveis e que atualmente deve ser substituído pelo tempo de tromboplastina parcial. TÉCNICA: 1. Colher o sangue por punção venosa, atingindo diretamente a veia. Os fatores teciduais alteram o processo de coagulação e até invalidam a prova. 2. Marcar o tempo no cronômetro logo que o sangue aparecer na seringa. 3. Tomar dois tubos e colocar 1,0ml de sangue em cada um deles. 4. Colocar os tubos em banho-maria a 370C até completar cinco minutos. 5. Após os cinco minutos marcados verificar se houve a formação do coágulo inclinando o tubo numa angulação de 90o ;se não houver coagulado, verificar a cada minuto até a sua formação. 6. Marcar o tempo da formação do coágulo como tempo de coagulação do sangue total. Valor Normal: de 5 a 11 minutos. 7.3.Medida de Retração do Coágulo A percentagem de retração do coágulo é representada pelo volume do soro obtido, após coagulação e retração do coágulo, de uma quantidade determinada de sangue. O coágulo inicial contém todos os elementos do sangue. Após sua retração o soro é expulso da malha de fibrina, que se retrai pela ação das plaquetas. Fornece dados relativos à atividade plaquetária. Uma retração pequena corresponde a um número de plaquetas abaixo de 100.000 por ml de sangue.Nas deficiências funcionais das plaquetas, a prova pode estar alterada em presença de número normal ou aumento de plaquetas. TÉCNICA: 1. Colher um pouco mais de 5ml de sangue por punção venosa. 2. Encher o tubo de centrífuga até a marca 5ml. 3. Colocar o fio de cobre, fixo pela rolha, com extremidade curvada mergulhada no sangue até a metade da coluna líquida. 4. Determinar a coagulação do sangue, inclinando o tubo, como para tempo de coagulação. 5. Colocar então o tubo em banho-maria a 370C durante uma hora. 6. Retirar cuidadosamente o coágulo aderido ao fio de cobre através da rolha. Deixar escorrer o líquido existente no coágulo por um a dois minutos. Cálculos: O volume de soro expresso como porcentagem de 5ml de sangue total representa a porcentagem de retração do coágulo. Se em 5ml de sangue total são obtidos 2ml de soro, em 100ml de sangue são obtidos x ml de soro. Atualmente os laboratórios adaptaram uma nova técnica para a leitura da retração do coágulo; através do aproveitamento do tubo utilizado no tempo da coagulação é feita também a retração do coágulo. É marcada uma hora após a realização do TC com o tubo no banho a 37oC depois, utilizando uma pipeta volumétrica de 1 ml, todo o soro do tubo é aspirado.O volume aspirado do volume total é considerado o valor da retração do coágulo. Ex: se for aspirado 0,4 ml de soro, então a retração do coágulo tem como resultado 40%. Porém esta técnica não foi encontrada em literaturas. 7.4. Prova de Resistência Capilar ou Prova do Laço (Rumpel-Leed) O sangue é normalmente retido no leito capilar devido à resistência oferecida pela parede destes finos vasos. A permeabilidade capilar alterada permite a passagem das células do sangue para os tecidos. Isso é evidenciado pelo aparecimento de petéquias na pele. O número e tamanho das petéquias dependem da estrutura do endotélio capilar e número de plaquetas por microlitro de sangue. TÉCNICA: 1. Verificar a presença de petéquias no braço do paciente. Caso existam, contorná-las com lápis dermográfico. 2. Adaptar o manguito do aparelho de pressão ao braço do paciente. 3. Determinar a pressão diastólica e mantê-lo insuflado nessa pressão durante 5 minutos. 4. Desinsuflar rapidamente o manguito. Verificar o aparecimento e contar o número de petéquias formadas durante o teste. RESULTADOS: O resultado é fornecido conforme o número e tamanho da s petéquias.Com afinidade de estabelecer uma uniformização para a leitura da prova, os seguintes resultados são convencionados: Negativo: nenhuma ou no máximo seis petéquias puntiformes no limite onde foi colocado o manguito. Positivo +: de 6 a 50 petéquias puntiformes isoladas localizadas na região da fossa antecubital. Positivo ++ : inúmeras petéquias puntiformes isoladas e localizadas na fossa antecubital, antebraço e raras na mão. Positivo +++ : petéquias de dois a quatro milímetros com a mesma localização anterior e confluente em algumas áreas. Positivo ++++ : petéquias maiores que as anteriores localizadas em toda a área de estase, confluentes em alguns pontos, dando ao membro coloração violácea. 7.5. Determinação do Tempo de Protrombina (TP) Ao plasma descalcificado pelo citrato, é adicionado um excesso de tromboplastina. Considerando que protrombina é convertida em trombina num tempo uniforme, a recalcificação com qualidade conhecida de cloreto de cálcio produz a coagulação do plasma. O tempo, em segundos, anotado desde a recalcificação até a coagulação é o tempo de protrombina. A prova determina a atividade da protrombina no sangue. TÉCNICA: 1. Colocar o tubo com 0,2 ml de tromboplastina cálcica em banho-maria a 370C marcando 2 min. 2. Colocar outro tubo 0,2ml de plasma citratado marcando mais 2 min. 3. Acrescentar 0,1ml do plasma aquecido no tubo contendo a tromboplastina também aquecida., adicionar imediatamente o cronômetro e ao mesmo tempo agitar o tubo no banho até 7 segundos 4. Retirar o tubo do banho e invertê-lo a cada segundo até verificar o momento da recalcificação do plasma através da formação do coágulo e parar imediatamente o cronômetro. O tempo gasto em segundos para ocorrer a coagulação é o Tempo de Protrombina. Interpretação: A determinação do TP constitui prova de grande valor na avaliação da hemostasia, analisando os fatores extrínsecos da coagulação. Diagnóstico da coagulação intravascular disseminada. Controle de terapêutica heparínica e fibrinolítica. O seu tempo está prolongado em paciente em uso de heparina, depleção do fibrinogênio, doenças hepáticas, paraproteínas e disfibrinogenemias. 7.6.Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado (TTPa) Em princípio esta prova é semelhante ao tempo de protrombina. Envolve arecalcificação do plasma, porém em presença de uma cefalina proveniente de um extrato etéreo de cérebro. A cefalina é uma lipoproteína. Funciona como substituto das plaquetas, fornecendo uma concentração ótima de fosfolípide. O tempo de tromboplastina parcial corresponde ao tempo gasto para ocorrer a coagulação do plasma recalcificado em presença de um fosfolípide ou tromboplastina parcial. TÉCNICA: 1. Em um tubo de ensaio de 12 x 75mm aquecido a 370C, colocar 0,1ml de plasma normal e 0,1ml de cefalina-caolin. 2. Agitar uma vez e incubar a 370C por três minutos. 3. Após os 3 min. adicionar 0,1 ml da solução de cloreto de cálcio rapidamente e ao mesmo tempo fazer funcionar o cronômetro. O cloreto de cálcio tem que estar pré aquecido por pelo menos 5 min. 4. Agitar no banho por 25 segundos. Retirar o tubo do banho-maria e invertê-lo a cada segundo, observando o momento em que houver a coagulação. Neste instante parar o cronômetro. O tempo gasto em segundos para ocorrer a coagulação é o tempo de tromboplastina parcial. 5. Expressão dos resultados. Interpretação: É o melhor dos testes para ser usado nas triagens de defeitos da coagulação (via intrínseca). Controle de heparinização. O tempo está prolongado nas deficiências de um ou mais fatores (I,II, V, VII, IX, XI e XII) e no uso terapêutico de heparina ou na presença de anticoagulantes circulantes. 7.7.Contagem de plaquetas Devido ao seu pequeno tamanho, sua tendência a aderir a superfícies estranhas ao endotélio vascular e sua rápida desintegração, a contagem de plaquetas torna-se problemática por qualquer método. As plaquetas são contadas por métodos diretos e indiretos. Nos métodos diretos elas são visualizadas em uma diluição do sangue e contadas na câmara de Neubauer através da microscopia ótica comum ou de contraste de fase. No primeiro caso, temos o método de Rees-Ecker e no segundo o de Brecher-Gronkite. Esse último é considerado um método de referência para contagem de plaquetas. No método indireto de Fônio, plaquetas são contadas no esfregaço. Contagens eletrônicas, exigindo um aparelho de alto custo, porém é através deste método de contagem que obtemos os resultados mais próximos da realidade do paciente. 7.7.1.Método de Fônio É econômico e de fácil execução técnica. Na mesma preparação examinam-se plaquetas, leucócitos e hemácias. Defeitos qualitativos das plaquetas, como formas gigantes e bizarras, são identificados. O sulfato de magnésio impede a aglutinação das plaquetas cujo nº pode ser avaliado grosseiramente pelo exame do microscópico do esfregaço corado comum. TÉCNICA: 1.Através da lâmina de esfregaço preparada na sala de coleta, é realizada a coloração pelo Método de May-Grunwald-Giemsa. Secar e examinar sob imersão. 2.Contar mil hemácias e, ao mesmo tempo, as plaquetas encontradas, anotando seu nº.A contagem é feita em vários campos sucessivos seguindo linhas longitudinais em relação à lâmina. 3.Realizar a contagem de hemácias na câmara de Neubauer. 7.7.2. Método de Rees-Ecker No sangue convenientemente diluído, as plaquetas são contadas por microscopia ótica comum na câmara de Neubauer. TÉCNICA: 1. Pipetar 4,0 da solução diluidora no tubo 2. Com micropipeta aspirar 20ml de sangue com EDTA. Limpar sua parede externa com papel de filtro, externamente o volume. 3. Transferir os 20ml de sangue para o tubo com solução diluidora, lavando com ele o interior da pipeta por aspiração e expulsão do líquido. A diluição é de 1:200. 4. Agitar por inversão 2 minutos, no máximo. 5. Encher os retículos da câmara de Neubauer. 6. Sedimentar as plaquetas, repousando a preparação por 15 minutos em uma placa de Petri, contendo um pedaço de algodão umedecido em água (câmara úmida) e em local isento de vibrações. 7. Fazer a contagem microscópica com aumento de 400x em 1/5 de mm2 , conforme indicado para hemácias.. É necessário ter experiência para distinguir as plaquetas de sujidade. Aquelas aparecem como corpos arredondados, ovais ou alongados, totalmente refringentes, com 1,5 mícrons de diâmetro. O ajuste do contraste na microscopia é indispensável para uma boa visualização das plaquetas. Cálculos: Plaquetas por ml de sangue = Pc x 5 x 10 x 200, ou seja,: nº de plaquetas contadas em 1/5 de mm2 x 10.000. Quanto maior o nº de elementos contados menor será o erro. Pode ser desejável contar plaquetas em todos os 25 quadrinhos do retículo central, quando o fator final de multiplicação será de 2.000.O retículo oposto poderá ser contado, totalizando em torno de 300 plaquetas contadas. Interpretação: A trombocitopenia, que é a redução nas plaquetas circulantes (abaixo de 150.000), surge na maioria das vezes de uma ou duas causas gerais. Formação deficiente de plaquetas (como em estados aplásticos, efeito de quimioterapia mielotóxica e por sensibilidade à droga), e uma destruição aumentada de plaquetas na circulação e no baço (originária geralmente de uma sensibilização auto-imune das plaquetas, tornando-as sujeitas a fagocitose por macrófagos). Um aumento do número de plaquetas é denominado trombocitose, e correlaciona-se com formação de trombos intravasculares. 8. OUTROS EXAMES EM HEMATOLOGIA 8.1. Contagem de Reticulócitos Os reticulócitos são precursores das hemácias. Contêm no seu interior material reticular, provavelmente uma ribonucleoproteína que não apresenta afinidades pelos corantes comuns. Sua demonstração é feita por coloração supravital. Os reticulócitos presentes no sangue retirado do organismo sofrem morte somática, sendo, porém corados antes que toda atividade vital seja extinta. As anemias que cursam com o reticulócito normal refletem a incapacidade da medula em responder ao estímulo por carência de um fator específico para a formação de eritrócitos (ferro na anemia ferropriva e eritropoetina na insuficiência renal crônica). O corante usado é o azul de cresil brilhante, associado a um anticoagulante e um preservativo. TÉCNICA: 1. Colocar no tubo 2 a 3 gotas da solução corante. Em seguida acrescentar 2 a 3 gotas do sangue colhido por punção digital ou sangue colhido com EDTA. 2. Misturar e colocar em banho-maria a 370C de 15 a 30 minutos. 3. Retirar de banho-maria. Misturar novamente e fazer esfregaços da maneira usual. 4. Secar e examinar ao microscópio sob imersão. 5. Contar 10 campos, anotando o número de reticulócitos encontrados. Expressar o resultado em percentagem e número absoluto. 6. Opcionalmente pode fazer coloração de fundo por Giemsa. Interpretação: o resultado é expresso em percentual e em número absoluto em relação a população de eritrócitos. Sua contagem serve para avaliar de forma efetiva a produção de eritrócitos, sendo útil no controle terapêutico, no diagnóstico diferencial e na classificação das anemias. 8.2. Hemossedimentação (VHS) A hemossedimentação mede a estabilidade da suspensão de hemácias no plasma que, por ser menos denso, favorece a sedimentação dos glóbulos pela ação da gravidade, quando colocados numa pipeta graduada de 0 a 200m com 2,5mm d diâmetro interno e 1 microlitro (ml) de capacidade. As hemácias