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Patologia do Sistema Urinário - Veterinária

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Emilly Marques Sabino Leal 
Universidade Vila Velha 
1 
 
Patologia do Sistema 
Urinário 
 
Quais são as funções do sistema urinário? 
 Filtração – sangue 
 Excreção – ureia e creatinina (tóxicas 
para o organismo) 
 Secreção – eritropoietina, renina 
 Ativação de vitamina D (aumento da 
absorção do cálcio intestinal) 
 Controle de sódio, potássio, fósforo 
(sendo o fósforo completamente regulado 
pelo rim – se tem muito fósforo, aumenta 
a excreção renal) 
 Controle de íons de hidrogênio (controle 
hidroeletrolítico) 
*O sangue que chega no glomérulo vem da 
artéria renal, por isso se ocorrer alteração de 
fluxo sistêmico, isso reflete diretamente na taxa 
de filtração glomerular (FGR) 
Se houver vasoconstrição, hemorragia, trombo.. 
e diminuir o fluxo para o glomérulo, é ativado o 
sistema renina-angiotensina-aldosterona, que 
aumenta a retenção de sódio (aumenta a 
pressão), e a longo prazo induz mais ainda 
vasoconstrição e consequentemente hipóxia ou 
anóxia 
Se acontece qualquer coisa no coração e o 
débito cardíaco cai, o vai acontecer com o fluxo 
renal? VAI REDUZIR 
O aparelho justaglomerular vai detectar a baixa 
tensão de sangue/oxigênio e o organismo vai 
começar a produzir renina para converter o 
angiotensinogênio em angiotensina, produzindo 
aldosterona no córtex adrenal e aumentando 
assim a reabsorção de sódio 
Ao falar de reabsorção – os íons estão saindo 
dos túbulos/luz tubular e voltando pro sangue 
(estimulando por ex o sódio que ia ser liberado 
na urina a voltar pra corrente sanguínea – e 
quando o sódio volta ele puxa junto água para 
aumentar a pressão) 
 
Síndrome 
É uma associação de sinais clínicos, achados 
laboratorias e lesões – insuficiência renal é uma 
síndrome por ex; todas as insuficiências são 
Doenças causam síndromes – ex: um cachorro 
tem uma miocardite (doença que causa lesão no 
miocárdio) e por isso desenvolveu uma 
insuficiência cardiaca 
 
Lesões 
Pré-renal 
A lesão renal não é originada pelo rim em si, 
pode ter sido originada por ex por uma alteração 
no sistema cardiovascular – qualquer coisa que 
diminua o fluxo de sangue e/ou oxigênio 
(hemorragias, queimaduras extensas – perda de 
líquido..) 
Ligada diretamente ao sistema cardiovascular 
 
Renal 
A lesão primária acontece no rim (lesão direta no 
parênquima renal) – leptospirose, 
glomerulonefrite, herpesvírus, doença rena 
policística 
 
Pós-renal 
Acontece no trato urinário inferior 
Animal está com a uretra obstruída e não 
consegue liberar urina (que tem a presença de 
ureia e creatinina) ficando com ela acumulada na 
bexiga 
Acarreta o aumento de ureia e creatinina em 
decorrência da anúria 
Pode causar uma lesão secundária no rim 
Emilly Marques Sabino Leal 
Universidade Vila Velha 
2 
 
 
Doença renal 
Qualquer anormalidade da estrutura e função 
renal 
É subclínica – na maior parte das vezes não tem 
sinais clínicos no início da lesão (silenciosa) 
Pode ser súbita/rápido (injúria renal aguda), ou 
pode ser crônica (mais comum) 
 
Injúria renal aguda 
Ocorre geralmente associada a reações 
vasculares – o animal tem alguma alteração 
vascular, perdeu muito plasma, tem alguma 
doença cardíaca... 
Chega menos sangue e/ou oxigênio no rim = 
necrose = aguda 
Doenças que fazem vasculite – erliquiose, 
intoxicação por alguns venenos, CID (coagulação 
intravascular disseminada – quando há lesão em 
múltiplos vasos ao mesmo tempo, agente 
infeccioso, substâncias nefrotóxicas)... 
 
Injúria renal crônica 
Vai acontecendo aos poucos e de forma 
repetidas; muito comum em doenças infecciosas 
a longo prazo, em casos de glomerulonefrite 
(geralmente são lesões gromerulares com 
deposição de imunocomplexos) 
Quando detectada o rim já está com fibrose e 
completamente comprometido; irreversível (só 
fazendo transplante) 
Na necrose, com alguns tipos de tratamento 
pode-se tentar regenerar o epitélio do rim, 
quando tem fibrose NÃO 
*Geralmente o animal urina muito (poliúria) – todo 
liquido que passar vai ser reabsorvido; urina 
muito diluida 
 
Insuficiência renal 
É uma síndrome; tanto a aguda quanto a crônica 
pode resultar numa insuficiência/falência renal 
É quando há perda de 75% ou mais da função 
renal (FGR – filtração glomerular) – rim não 
consegue funcionar 
Perda da arquitetura/estrutura 
Qual é uma das primeiras coisas a acontecer 
quando um paciente está insuficiente renal? 
Diminui a excreção de ureia e creatinina 
(retenção - AZOTEMIA) – exame laboratorial 
bioquímico 
Azotemia: aumento de ureia e creatinina sérica 
(no soro/sangue) 
Sinais clínicos – anorexia, vômito/diarreia, hálito 
urêmico, ulceração de língua... 
A partir do momento que se tem sinais clínicos é 
chamado de UREMIA 
O paciente excretaria hidrogênio mas está 
insuficiente, o que acontece com esse hidrogênio 
no sangue? Começa a acumular – ACIDOSE 
METABÓLICA 
O rim controla o fósforo no sangue, e se o rim 
não estão funcionando não vai excretar o fósforo 
= HIPERFOSFATEMIA 
Anemia – deficiência na produção de 
eritropoietina (que estimula a medula óssea a 
produzir hemácias); não tem produção de 
hemácias jovens = anemia arregenerativa 
Deficiência de Vit. D = não absorção de cálcio 
A deficiência de eritropoietina geralmente 
aparece em casos mais crônicos 
Quadros mais agudos que estão relacionados a 
necrose de células tubulares, levam mais ao 
aumento de ureia e creatinina 
 
Ureia 
Lesão vascular (necrose) 
Emilly Marques Sabino Leal 
Universidade Vila Velha 
3 
 
Substância extremamente tóxica - tem que ser 
excretada totalmente 
O que se pode ter num animal com aumento 
de ureia? Trombo, hemorragias e edema 
Trombo = obstrução = hipóxia = necrose 
*Ulceração no trato gastrointestinal é muito 
comum em animais com a ureia aumentada 
É uma substância volátil – passa pela membrana 
e se dissipa dentro do trato gastrointestinal (hálito 
urêmico) 
No estômago, a ureia livre vai ser convertida por 
bactérias da microbiota normal (bactérias uréase 
+) 
Quando o animal tem insuficiência renal e a ureia 
fica volátil dentro do trato gastrointestinal, as 
bactérias uréase + convertem a ureia em amônia 
(que também causa lesão no trato); por isso, um 
dos principais sinais clínicos de animais com 
insuficiência renal é vômito – VÔMITO COM 
ASPECTO BORRA DE CAFÉ (sangue digerido) 
Encefalopatia urêmica – necrose liquefativa, 
muito edema encefálico por conta do aumento de 
permeabilidade... 
Gastrite ulcerativa urêmica – lesão ulcerativa por 
aumento de ureia e consequentemente amônia 
Existem animais que morrem de edema 
pulmonar em decorrência da insuficiência 
renal – ureia chega nos capilares causando 
lesão, aumentando a permeabilidade e 
gerando processo inflamatório (começa a sair 
líquido do interstício – animal morre afogado 
de tanto edema) 
Inflamação da língua = glossite ulcerativa (mais 
comum do que na gengiva) 
*Calcificação distrófica (causada por lesão prévia) 
– lesão por ureia = deposição de cálcio em 
alguns lugares 
Pneumopatia urêmica – secundário a 
insuficiência renal; lesão pulmonar com vasculite 
 
Hiperfosfatemia e baixa 
ativação de Vit. D3 
Não é muito comum – para chegar num quadro 
de hiperfosfatemia o animal tem que viver muito 
tempo com a insuficiência renal (quadro crônico) 
Se o rim está insuficiente ele diminui o controle 
da excreção de fósforo – vai começar acumular 
(principalmente se a dieta não é controlada) 
A Vit. D não será ativada – diminui absorção 
intestinal de cálcio 
*Desequilíbrio cálcio/fósforo – 2 moléculas de 
cálcio para 1 de fósforo, porém vai começar a ter 
fósforo demais para a quantidade de cálcio 
(hiperfosfatemia); começa o estímulo endócrino 
 
Em decorrência do desequilíbro cálcio/fósforo, o 
organismo vai começar estimular a paratireoide a 
secretar PARATORMÔNIO 
O paratormônio vai estimular a reabsorção óssea– os osteoclastos vão começar a jogar enzimas 
para digerir o osso e fazer o cálcio ser liberado 
para a circulação, na tentativa de controlar esse 
desequilíbrio 
Se esse desequilíbrio não é regulado e o 
estímulo continua, ocorre a hipertrofia e 
hiperplasia de paratireoide – aumenta mais ainda 
a secreção de paratormônio, aumentando ainda 
mais a retirada de cálcio do osso/reabsorção 
óssea 
Osteodistrofia fibrosa – quando o cálcio é 
reabsorvido e só resta colágeno no osso, 
deixando ele mole 
*Mandíbula de borracha 
Emilly Marques Sabino Leal 
Universidade Vila Velha 
4 
 
Não é sempre que ocorre hipercalcemia, mas se 
chegar a acontecer, se o animal já estiver 
distrófico vai aumentar a calcificação, sendo 
agora metastática – não é um quadro comum 
(animal costuma morrer antes) 
Principais locais onde ocorre a retirada de cálcio: 
mandíbula/maxila e costela 
O nome da lesão é osteodistrofia fibrosa e o 
aspecto da lesão que é mandíbula de 
borracha 
Nas costelas o aspecto da lesão é chamado 
de fratura de galho verde 
 
Doenças renais 
Anomalias de desenvolvimento 
renal 
São alterações genéticas/congênitas – o animal 
vai nascer com ela 
Pode estar ligada a questões ambientas que 
consequentemente levaram a mutações 
Hipoplasia renal – o animal vai nascer com o rim 
pequeno; tem néfrons normais mas em menor 
quantidade; pode ser bi ou unilateral; é 
compatível com a vida 
Displasia renal – órgão não se desenvolve 
completamente/permanece com estruturas 
embrionárias dentro do parênquima renal; 
glomérulo imaturo, tecido conjuntivo primitivo 
(visível apenas HISTOLOGICAMENTE) 
*Lesões de pouco significado – má formação que 
não afeta a função: rim em formato de ferradura 
(conectados em um dos polos superficialmente), 
persistência da lobulação fetal... 
Cistos renais – podem ser congênitos (animal 
vai nascer com o cisto) ou adquiridos 
(secundários a doenças no parênquima) 
Por que pode aparecer um cisto num animal 
que já tem uma doença crônica com fibrose 
no parênquima? Esses cistos são túbulos 
dilatados, então por estímulo compensatório em 
casos de doenças crônicas, podem dilatar alguns 
túbulos e formar cistos 
Os cistos congênitos quando múltiplos podem 
causar alteração – DOENÇA RENAL 
POLICÍSTICA FELINA (mutação gene PKD1); o 
animal nasce com os cistos mas em pequena 
quantidade e tamanho; é hereditária 
Possíveis sinais clínicos de um paciente com 
doença renal policística felina: vômito com 
sangue, diarreia, edema, anorexia... 
 
Lesões ou distúrbios vasculares 
Infartos renais por ex 
Quando se tem um agente infeccioso, toxina, 
bactéria, ureia... qualquer coisa que cause uma 
lesão endotelial, tem-se uma lesão no vaso, e 
isso pode levar a uma hemorragia ou 
trombose/tromboembolia 
Se esse trombo obstrui completamente o vaso, 
vai ocorrer uma necrose na região que não está 
sendo irrigada – no rim, a necrose é vista em 
formato triangular (infarto) 
Por que a necrose/infarto tem formato 
triangular no rim? Por causa da disposição dos 
vasos 
Qual a diferença de trombo para 
tromboêmbolo? Tromboêmbolo nada mais é do 
que fragmentos de um trombo que se soltam e 
saem pela circulação sanguínea, parando em um 
lugar que não consiga mais passar 
Hemorragia puntiforme (petéquias) – lesão no 
vaso; peste suína clássica, leptospirose... 
Necrose de papila renal – CAUSA PRIMÁRIA: 
ao utilizarmos anti-inflamatórios não esteroidais 
(não seletivos), eles vão inibir a produção de 
prostaglandinas = reduzir a irrigação para 
algumas partes (dentre elas a papila renal) = 
necrose; o corticoide também pode fazer 
CAUSA SECUNDÁRIA: qualquer coisa que 
ocorra na nessa região da pelve e comprima a 
medular – se o animal tem uma neoplasia nessa 
Emilly Marques Sabino Leal 
Universidade Vila Velha 
5 
 
região que está comprimindo a irrigação da 
medular ela pode necrosar 
 
Injúria tubular 
Lesões agudas de causas infecciosas 
(leptospirose), tóxicas e causas que levem a 
isquemia, vão acarretar a degeneração desses 
túbulos – se continuo evolui para uma necrose – 
e essas células necrosadas vão se 
desprendendo para luz desse túbulo; esse 
processo é chamado de NECROSE TUBULAR 
AGUDA, INJÚRIA TUBULAR AGUDA ou 
NEFROSE TUBULAR (menos utilizado) 
Ao falar de necrose tubular, não refere-se as 
áreas de infarto focal por obstrução vascular 
(infarto é uma área focal ou multifocal porém num 
ponto específico), refere-se a um caso mais 
difuso no parênquima, ou disseminado nos dois 
rins 
Desidratação grave, hemorragia, hipertemia 
(causa vasodilatação sistêmica e choque), 
doenças que causam anemia, doenças 
pulmonares que dificultam troca de O2 e CO2 
Após a necrose, o que pode acontecer? Tudo 
depende se a causa vai ser retirada ou não (pode 
regenerar – desde que a membrana basal esteja 
preservada) 
Áreas que não se regeneram fibrosam ou 
atrofiam o túbulo fazendo com que ele não 
funcione mais 
 
CAUSAS TÓXICAS SÃO AS MAIS PROVÁVEIS 
DE TER REGENERAÇÃO – as causas tóxicas já 
fazem lesão diretamente no túbulo e na célula 
epitelial, e como a hipóxia vem por irrigação, 
danifica como um todo aquela área, e acaba 
comprometendo a membrana basal, sendo 
assim, os insultos tóxicos levam a uma 
regeneração mais fácil do que quando é uma 
causa isquêmica 
A obstrução dos túbulos pelas células 
necrosadas traz como sinal clínico a OLIGÚRIA 
ou ANÚRIA 
Etilenoglicol – no processo de metabolização 
forma cristas dentro do epitélio renal, lacera todo 
o epitélio fazendo necrose tubular 
Os pigmentos que tem no organismo quando em 
excesso são liberados no rim e também podem 
levar a necrose – hemoglobina (doenças 
hemolíticas graves – aumenta tanto a 
hemoglobina que ela começa a sair pela urina; 
babesia por ex), mioglobina, bilirrubina... 
*O chumbo (necrose tubular por intoxicação) é o 
único metal pesado que pode ser visto em lesão 
(lâmina) - corado pelo método de Ziehl-Neelsen 
Linhas estriadas na córtex (necropsia) – achado 
característico da necrose tubular 
 
Doenças glomerulares 
O glomérulo é uma rede de filtração, então o 
sangue que está vindo da circulação chega no 
glomérulo e vai passar por camadas (barreiras de 
filtração) 
O que não pode passar no glomérulo normal? 
PROTEÍNA (albumina), mas quando se tem uma 
inflamação, o endotélio dos vasos com várias 
células inflamatórias vai começar a aumentar a 
permeabilidade desses vasos, vai danificar os 
podócitos e consequentemente todo o sistema de 
filtração 
Glomerulonefrite – inflamação do glomérulo e das 
estruturas que estão em volta; pode ser chamado 
de golmerulite em algumas literaturas (fase inicial 
onde somente o tubo glomerular está sendo 
afetado, ainda não expandiu para cápsula ou 
regiões ao redor) 
Emilly Marques Sabino Leal 
Universidade Vila Velha 
6 
 
Glomerulonefrite = lesão = aumento de 
permeabilidade vascular = perda de proteína = 
proteinúria (sendo a principal proteína a 
albumina, e ao dosar o sangue tem-se 
hipoproteinemia) 
Se começa a ter redução de albumina nos vasos, 
vai reduzir a pressão oncótica (que segura o 
líquido dentro) e consequentemente aumentar a 
hidrostática, com isso o líquido vai extravasar e o 
animal vai ter um edema (edema pulmonar, 
ascite, hidrotórax, edema subcutâneo...) 
 
Edema + albuminemia (baixa quantidade de 
albumina no sangue) + proteinúria = SÍNDROME 
NEFRÓTICA (CLÍNICO) 
A síndrome nefrótica ainda não é insuficiência 
renal, mas pode evoluir para uma 
O glomérulo é constituído de vasos, então o 
agente infeccioso tem que fazer vasculite. As 
lesões glomerulares podem ser causadas por 
vírus, bactérias (chegam no glomérulo por 
êmbolo no sangue) ou deposição de 
imunocomplexos (antígeno + anticorpo) 
Quando o imunocomplexo deposita, ele ativa 
a cascata complemento, esse complemento 
atrai neutrófilo e macrófago para dentro do 
glomérulo = inflamação 
Quandouma doença pode levar a formação 
de imunocomplexo e causar uma doença 
imunomediada? Ela tem que ter uma alta 
quantidade de antígeno (geralmente doenças 
crônicas) e tem que produzir muita resposta 
imunológica contra ela 
A glomerulonefrite pode ser uma das 
complicações da piometra – tanto por bactéria 
(sepse) quanto por imunocomplexo 
 
Glomerulite supurativa (purulenta)/nefrite 
embólica – causada por bactérias (presença de 
pus na lesão); geralmente o animal tem alguma 
lesão sistêmica 
Glomerulopatia – não é inflamatório; é uma 
deposição de substâncias (amiloide por ex, que é 
uma deposição de proteína intersticial); ela vai se 
depositando e acabando com a estrutura do 
órgão; se depositar em cima do tubo glomerular 
comprimindo todos os capilares por ex, não vai 
fazer filtração 
A glomerulopatia é mais comum em algumas 
raças, ou em cavalos pela produção de soro, pois 
as proteínas dos cavalos são oriundas de 
imunoglobulinas – anticorpo - se o cavalo é 
estimulado a produzir soro, consequentemente é 
estimulado a produzir muita imunoglobina, e 
nessa produção exagerada pode acabar vindo 
uma imunoglobulina mutada como a amiloide 
Glomerulopatia em cães pode acontecer pela 
junção com uma neoplasia chamada mieloma 
múltiplo (neoplasia de plasmócito) – tem muito 
plasmócito, que produz anticorpo, produzindo em 
excesso também pode ter amiloide 
As lesões glomerulares macroscopicamente 
podem apresentar-se como pontos (como as 
petéquias) 
 
 
Lesões túbulo-intersticiais 
É onde estão os vasos sanguíneos; está entre as 
células 
Emilly Marques Sabino Leal 
Universidade Vila Velha 
7 
 
É um estroma de tecido conjuntivo fibroso e vaso 
sanguíneo que da suporte para os túbulos, 
glomérulos... 
Agentes infecciosos, doenças que fazem 
vasculite (lesão vascular), vai lesionando ao 
redor dos vasos causando uma NEFRITE 
Se a inflamação começa nos vasos do interstício 
é chamada do NEFRITE INTERSTICIAL 
(herpesvírus, erliquiose por ex – lesão vascular) 
Se a inflamação pega nos vasos mas também 
nos túbulos é chamada de NEFRITE TUBULO-
INTERSTICIAL (leptospirose por ex) 
 
Quando os quadros vão progredindo de uma 
forma muito crônica o rim vai ficando mais pálido, 
por causa da fibrose 
Nefrite granulomatosa – quando formam 
nódulos; Piogranuloma quando tem pus; mais 
comum = Peritonite Infecciosa Felina 
Macroscopicamente o rim fica com ‘’pontinhos’’ e, 
histologicamente tem-se agregados de 
macrófagos formando um granuloma 
PIELITE/PIELONEFRITE – processos 
inflamatórios da pelve; os túbulos desembocam 
na pelve para sair a urina (tudo que for filtrado no 
glomérulo, vai desembocar no ductor coletor e 
sair na pelve renal para depois ir para o ureter) 
O processo inflamatório só na pelve = PIELITE 
Quando o processo inflamatório pega a pelve e a 
porção medular (parênquima renal) = 
PIELONEFRITE; é como se fosse uma 
progressão da pielite 
É mais comum em fêmeas por causa da cistite 
(bactérias) – as bactérias podem vir por via 
ascendente (do parênquima renal/trato urinário 
inferior, fazendo lesões glomerulares/nefrites) 
 
Qualquer cistite leva a pielonefrite? Não; tem 
que ser uma cistite grave, onde a mucosa fica 
muito danificada, ocorrendo a perda da junção 
vesiculoureteral (como se fosse uma válvula), 
facilitando com que a urina volte para o ureter, 
pois esses mecanismos anatômicos que 
impedem o refluxo da urina contaminada da 
bexiga para o ureter e pelve 
Alguns tipos de bactérias (principalmente 
gram negativas) produzem toxinas que 
causam o relaxamento da musculatura do 
ureter (afetam o peristaltismo normal) 
HIDRONEFROSE – dilatação da pelve por 
acúmulo do líquido que não está saindo na 
bexiga ou ureter; comprime o parênquima ao 
redor; obstrução por cálculo, carcinoma de 
bexiga (dependendo do local)... 
Geralmente não costuma chegar a fazer 
hidronefrose – com a uretra obstruída não sai 
urina (ureia) = AZOTEMIA PÓS-RENAL; o animal 
acaba morrendo disso (acúmulo de ureia e 
creatinina) 
Emilly Marques Sabino Leal 
Universidade Vila Velha 
8 
 
Se animal tem disfunção neurológica 
(principalmente em medula mais lombar) ele não 
urina, vai acumulando pois o esfíncter fica 
fechado; animais com lesão medular não urinam 
sozinhos – é preciso fazer compressão ou 
estimular de alguma forma 
 
Trato urinário inferior 
Existem algumas má-formações (muito raras) 
como por ex aplasia ureteral, ectopia ureteral 
(quando o rim está numa posição diferente da 
anatômica), úraco persistente (conecta a bexiga 
até o umbigo no feto para eliminação de resíduos 
líquidos – depois que o animal nasce vira um 
ligamento; se isso não acontecer vai continuar 
conectando a bexiga ao umbigo do recém 
nascido, fazendo a urina sair pelo umbigo; 
umbigo não fecha = infecção bacteriana) 
UROLITÍASE – cálculo urinário; pode obstruir; 
causa muita dor 
Quais são os fatores que predispõem a 
formação dos cálculos urinários? Baixo 
consumo de água (urina fica muito concentrada – 
proteína, sais...), dieta (altera o pH da urina – pH 
ácido geralmente leva a formação de cristais de 
cálcio/oxalato; pH alcalino geralmente leva a 
formação de cristais de estruvita – mais comum 
em felinos e está associado a processos 
inflamatórios) 
*Cistite bacteriana geralmente leva a formação 
de cristais de estruvita 
CISTITE – muito comum por bactérias 
(principalmente se o animal está 
imunocomprometido); geralmente as cistites 
agudas tem muita hemorragia (animal pode ter 
hematúria – saída de hemácia na urina) 
*Cistite crônica/de repetição – pode formar tecido 
linfoide na mucosa para tentar responder a tanto 
estímulo 
NEOPLASIA – carcinoma (proliferação 
neoplásica de origem epitelia), 
hemangiossarcoma (neoplasia de vasos 
sanguíneos), linfoma, hemangioma 
(principalmente em bovinos por planta tóxica – 
samambaia; ingestão crônica)

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