Buscar

12 - HISTÓRIA DO PARÁ.docx

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

HISTÓRIA 
PROFESSOR RAFAEL 
HISTÓRIA DO PARÁ 
A região do vale amazônico, pelo Tratado de 
Tordesilhas (1494), era de posse da Coroa 
espanhola. Assim sendo, a foz do rio Amazonas 
foi descoberta por Vicente Yáñez Pinzón, um 
navegador espanhol que a alcançou em 
fevereiro de 1500. Seu primo, Diego de Lepe, 
também alcançou a foz do rio Amazonas, em 
abril do mesmo ano. 
Os portugueses, com a finalidade de consolidar 
a região como território português, fundaram o 
Forte do Presépio, na então chamada Santa 
Maria de Belém do Grão-Pará. A construção foi 
a primeira do modelo na Amazônia, e também 
a mais significativa no território amazônico até 
1660. 
O interesse dos portugueses pela região fez 
com que o território do Pará fosse integrado à 
capitania do Maranhão e, posteriormente, 
separado em uma capitania própria, chamada 
de Grão-Pará. A criação dessa capitania 
culminou no aumento do povoamento da 
região, em especial, por meio das margens dos 
rios. O processo de povoamento local foi 
marcado pelo intenso embate entre os povos 
nativos, os índios e os exploradores. 
O início da exploração do território paraense foi 
caracterizado pelo importante levantamento 
geográfico e biológico da região, concretizado 
por diversos naturalistas europeus, que 
catalogavam as espécies ainda desconhecidas 
da Amazônia. Esse processo de exploração 
também culminou no aumento do interesse de 
Portugal pelos bens naturais da região. 
O extrativismo da borracha e da madeira, por 
exemplo, foram os principais motores 
econômicos do estado até o início do século 
XX. Posteriormente, novas atividades 
econômicas foram implementadas, como a 
coleta de castanha, a produção de cacau e a 
pecuária extensiva. 
Apesar da construção do Forte, a ocupação do 
território foi desde cedo marcada por incursões 
de Neerlandeses e Ingleses em busca de 
especiarias. 
Daí a necessidade dos portugueses de fortificar 
a área. 
Mercado de Ferro na Baía do Guajará - Belém (PA) 
Em 1541, Gonzalo Pizarro e Francisco de 
Orellana, também espanhóis, partiram de 
Quito, no atual Equador, e atravessaram a 
cordilheira dos Andes, explorando o curso do 
rio até o Oceano Atlântico, onde atualmente 
encontra-se Belém. A viagem durou de 1540 a 
1542 e seus relatos foram concebidos pelo frei 
dominicano Gaspar de Carvajal. Ainda no 
século XVI, os espanhóis realizaram outra 
expedição similar à de Orellana. Pedro de 
Ursua também navegou o Amazonas, partindo 
do Peru, em busca do lendário Eldorado (1559-
1561). O navegador foi assassinado durante a 
viagem, e a expedição passou a ser 
comandada por Lopo de Aguirre, que chegou 
ao oceano em 1561. Como resultado dessa 
jornada, a colonização espanhola na região 
acabou sendo adiada, pois os espanhóis 
mostraram-se cientes das dificuldades de 
conquistar tão vasto espaço. 
Pará e parte do Maranhão em Carta de Albernaz de 
1640 
No século XVII, a região, integrada à capitania 
do Maranhão, conheceu a prosperidade com a 
lavoura e a pecuária. No ano de 1616 é criada 
a Capitania do Grão-Pará, pertencente ao 
https://www.pa.gov.br/midias/2018/grandes/up_55_para-albernaz.jpg
 
Estado Colonial Português do Maranhão. Em 
1751, com a expansão para o oeste, cria-se o 
Estado Colonial Português do Grão-Pará, que 
além da Capitania do Grão Pará abrigará 
também a Capitania de São José do Rio Negro 
(hoje o estado do Amazonas). 
Em 1821, a Revolução Constitucionalista do 
Porto (Portugal) foi apoiada pelos paraenses, 
mas o levante acabou reprimido. Em 1823, o 
Pará decidiu unir-se ao Brasil independente, do 
qual estivera separado no período colonial, 
reportando-se diretamente a Lisboa. No 
entanto, as lutas políticas continuaram. A mais 
importante delas, a Cabanagem (1835), chegou 
a decretar a independência da província do 
Pará. Este foi, juntamente com a Revolução 
Farroupilha, no Rio Grande do Sul, o único 
levante do período regencial onde o poder foi 
tomado, sendo que a Cabanagem foi a única 
revolta liderada pelas camadas populares. 
Belém, anos 1910 
A economia cresceu rapidamente no século XIX 
e início do século XX com a exploração da 
borracha, pela extração do látex, época esta 
que ficou conhecida como Belle Époque, 
marcada pelos traços artísticos da Art Nouveau. 
Nesse período a Amazônia experimentou dois 
ciclos econômicos distintos com a exploração 
da mesma borracha. 
Estes dois ciclos (principalmente o primeiro) 
deram não só a Belém, mas também a Manaus 
(Amazonas), um momento áureo no que diz 
respeito à urbanização e embelezamento 
destas cidades. A construção do Teatro da Paz 
(Belém) e do Teatro Amazonas (Manaus) são 
exemplos da riqueza que esse período marcou 
na história da Amazônia. 
Mangueiras cobrindo a Avenida Independência - Belém 
(PA) 
O então intendente Antônio Lemos foi o 
principal personagem da transformação 
urbanística que Belém sofreu, onde chegou a 
ser conhecida como Paris n'América (como 
referência à influência da urbanização que 
Paris sofrera na época, que serviu de 
inspiração para Antônio Lemos). Nesse 
período, por exemplo, o centro da cidade foi 
intensamente arborizado por mangueiras 
trazidas da Índia. Daí o apelido que até hoje 
estas árvores (já centenárias) dão à capital 
paraense. 
Com o declínio dos dois ciclos da borracha, veio 
uma angustiante estagnação, da qual o Pará só 
saiu na década de 1960, com o 
desenvolvimento de atividades agrícolas no sul 
do Estado. A partir da década de 1960, mas 
principalmente na década de 1970, o 
crescimento foi acelerando com a exploração 
de minérios (principalmente na região sudeste 
do estado), como o ferro na Serra dos Carajás 
e do ouro em Serra Pelada. 
Na segunda metade do século XX, houve um 
intenso investimento estatal na região Norte do 
Brasil, em razão de interesses políticos e 
econômicos estatais. No caso do Pará, foram 
criadas colônias de povoamento, assim como 
grandes investimentos na área agrícola, por 
meio da criação bovina e do plantio de 
monoculturas. A mineração, iniciada em 
meados de 1970, também foi um dos principais 
motores de povoamento do território paraense, 
com destaque para as regiões de serra dos 
Carajás e Serra Pelada. 
Além disso, foram realizados novos projetos de 
infraestrutura, como a criação da rodovia 
Belém–Brasília, que ligava a capital estatual 
https://www.pa.gov.br/midias/2018/grandes/up_55_lossy-page1-1920px-belem_pa.tif.jpg
https://www.pa.gov.br/midias/2018/grandes/up_55_image_4.jpg
 
paraense à nova capital federal do Brasil. 
Dessa maneira, o estado do Pará se consolidou 
como um importante centro econômico e 
político da região Norte do Brasil. 
Ciclo da Borracha 
O Ciclo da Borracha corresponde ao período da 
história brasileira em que a extração e 
comercialização de látex para produção da 
borracha foram atividades basilares da 
economia. 
De fato, ocorreram na região central da floresta 
amazônica, entre os anos de 1879 e 1912, 
revigorando-se por pouco tempo entre 1942 e 
1945. 
Neste período, conhecido como “Belle Époque 
Amazônica” que vai de 1890 a 1920, cidades 
como Manaus, Porto Velho e Belém, tornaram-
se as capitais brasileiras mais desenvolvidas, 
com eletricidade, sistema de água encanada e 
esgotos, museus e cinemas, construídos sob 
influência europeia. 
Contudo, os dois períodos de “ciclos da 
borracha” acabaram de maneira repentina, o 
que se agravou pela falta de políticas públicas 
para desenvolvimento da região. 
Principais Causas e Consequências 
A demanda provocada pela Revolução 
Industrial, fez da borracha natural um produto 
super valorizado, especialmente após o 
advento do processo de vulcanização, um 
tratamento industrial que elimina as impurezas 
da coagulação, tornando a borracha um bom 
material para ser utilizado em pneus de 
automóveis, motocicletas e bicicletas, bem 
como na fabricação de correias, mangueiras, 
solas de sapatos, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Extração do Látex 
Nesse período, cerca de 40% de toda a 
exportação brasileira era proveniente da 
Amazônia, paga em libra esterlina(£), a moeda 
do Reino Unido. 
Como consequência deste “boom”, muitas vilas 
e povoados ribeirinhos surgiram e as cidades 
que já existiam prosperaram e cresceram, 
desenvolvendo desde infraestruturas básicas, 
como escolas e hospitais, até as mais 
suntuosas, como hotéis de luxo e teatros. 
Além do desenvolvimento socioeconômico, 
centenas de milhares de trabalhadores, 
sobretudo do nordeste, migraram para a região, 
resolvendo em partes o problema de 
povoamento. 
Contexto Histórico 
Em 1495, Cristóvão Colombo já anunciava a 
borracha brasileira; contudo, a economia 
regional da colônia para Amazônia ficou restrita 
ao extrativismo das “Drogas do Sertão”. 
Somente em 1743, quando o naturalista francês 
Charles Marie la Condamine descreveu o 
processo de extração e fabricação da goma de 
látex é que a borracha despertou interesses 
comerciais. Portanto, em 1763, químicos 
franceses descobrem como dissolver borracha 
com terebintina e éter e, em 1770, Joseph 
Priestley cria a borracha para apagar grafite. 
A partir do início do século XIX, a exploração da 
borracha já era uma realidade: em 1803, na 
cidade de Paris, era fundada a primeira fábrica 
de produtos de borracha; em 1823, o inglês 
Thomas Hancock cria o elástico e, em 1839, 
Charles Goodyear desenvolve o processo de 
vulcanização, tornando o látex um material 
viável para utilização industrial. 
Primeiro Ciclo da Borracha 
Em 1877, mais de 70 mil sementes de 
seringueiras do Pará são contrabandeadas 
para Inglaterra, num escandaloso caso de 
biopirataria. Este fato marca o início deste 
primeiro ciclo. 
Em 1903, o governo brasileiro, em negociação 
com o governo boliviano, adquire oficialmente o 
controle do Estado do Acre, mediante o 
 
pagamento de 2 milhões de libras esterlinas, da 
entrega de territórios do Mato Grosso e da 
construção de uma ferrovia para escoar os 
produtos da Amazônia. 
Assim, as obras para construção da ferrovia 
tiveram início em 1907 e foram concluídas em 
1912, resolvendo o problema de navegação do 
rio Mamoré, com mais de vinte cachoeiras. 
Contudo, a estrada de ferro Madeira-Mamoré 
entrou em decadência na década de 1930 e foi 
desativada em 1972. 
Em 1910, tem início a concorrência da Hevea 
brasiliensis plantada na Ásia, utilizando aquelas 
sementes contrabandeadas décadas antes e 
produzindo a custos muito inferiores aos da 
mata nativa no Brasil. Isso provoca uma queda 
brusca no preço do látex, tornando impossível 
a exploração comercial da borracha amazônica. 
Com isso, a fabricação de borracha brasileira 
entra em crise, paralisando a economia nas 
regiões produtoras. 
Belle Époque Amazônica 
 
 
Belle Époque (bela época em francês) começou no final 
do século XIX (1871) e durou até a eclosão da primeira 
guerra mundial em 1914 foi considerada uma era de 
ouro da beleza, inovação e paz entre os países 
europeus e suas influências se espalharam pelo mundo 
chegando até a Amazônia. 
 
Na Amazônia, a belle époque deu-se por conta 
do boom provocado pela riqueza proveniente 
da extração do látex (Borracha) extraído da 
árvore havea brasiliensis, e o período entre 
1870 e 1913, foi uma época sem igual para 
Belém e Manaus, os centros da economia da 
borracha. Após a queda do império e a 
implantação da república, os ideais positivistas, 
modernizantes e progressistas do novo regime 
não demoraram a chegar à região, uma vez que 
com a implantação do federalismo os Estados 
ganharam autonomia para recolhimento e 
aplicação dos impostos, o que possibilitou às 
elites locais avançarem ainda mais no seu 
projeto de civilização europeia em plena região 
amazônica. 
 
A economia da borracha e o sistema de 
aviamento 
Para a consolidação do novo ciclo econômico, 
várias mudanças se fizeram necessárias. 
Primeiramente precisava-se de mão de obra 
para extrair o látex, na época abundante na 
floresta amazônica, e para suprir a falta de 
trabalhadores, buscou-se no exterior e 
sobretudo no Nordeste, onde a população 
passava uma das piores secas da história. 
Criou-se o sistema de aviamento, que consistia 
na contratação de trabalhadores no Nordeste e 
em seu translado para a Amazônia. Chegando 
à região, os mesmos eram submetidos a um 
sistema de escravidão, pois chegavam já 
endividados por conta das passagens, e ainda 
pior, só poderiam vender a borracha e comprar 
produtos de sua necessidade no barracão do 
seringalista ou coronéis da borracha (donos de 
seringais) o que obrigava os seringueiros 
(trabalhadores da borracha) a ficarem 
eternamente em débito e presos ao seringal. 
 
Nas cidades: O luxo e a opulência 
(Moda européia entre as damas 
da elite seringalista - Belém 1916) 
 
 
Na floresta: Miséria, semi-escravidão 
(Seringueiros extraindo 
o látex da seringueira) 
 
Os centros da economia da borracha eram 
Belém e Manaus, onde vinha toda a borracha 
produzida nos seringais, as cidades serviam de 
entrepostos comerciais para compra e venda 
do látex, uma vez que na época a Amazônia 
detinha o monopólio do produto, já que não 
existia havea brasiliensis em nenhum outro 
lugar do mundo. Enquanto a moeda brasileira 
era o Réis, na Amazônia a moeda da borracha 
era a Libra Esterlina da Grã-Bretanha, uma vez 
que era a moeda mais valorizada da época e os 
britânicos eram os principais compradores, e na 
Europa a borracha era utilizada na indústria 
automotiva, na fabricação de bolsas, sapatos e 
diversos outros produtos, o que mostra a 
importância que o látex da Amazônia tinha para 
a economia mundial. 
Reurbanização de Belém e Manaus 
 
Interior do Teatro Amazonas - Manaus 
 
Teatro da Paz - Belém 
 
O boom provocado pela riqueza advinda da 
extração da borracha e as custas da 
escravização de milhares de seringueiros, 
trouxe para as principais cidades da Amazônia 
milhares de imigrantes europeus e de outras 
regiões do Brasil, que vieram sobretudo para 
lucrar com o pujante ciclo econômico, com isso 
a nova elite aristocrática-seringalista da região 
traçou um projeto de civilização europeia, 
importando além de produtos de luxo, a 
arquitetura, bem como os costumes e tradições 
puramente europeias para a Amazônia. 
Dentro deste contexto era necessário 
reurbanizar os centros da economia gomífera, 
e Paris serviu de modelo neste período, um 
espelho de civilização que não deveria ser 
apenas imitado e sim copiado em todos os seus 
aspectos. Criando uma certa dicotomia, pois se 
por um lado havia uma forte dependência 
econômica da Inglaterra, por outro havia uma 
forte ligação com a França. Dentro deste 
contexto, duas personalidades foram 
igualmente significativas para este processo de 
reurbanização: Antônio Lemos em Belém e 
Eduardo Ribeiro em Manaus. 
 
 
Belém "A Paris N'América" 
 
 
 
Planta da Cidade de Belém - 1904 
 
 
Intendente Antônio Lemos 
Antônio Lemos, maranhense, implantou em 
Belém uma rígida administração objetivando 
modernizar, sanear e embelezar a capital 
paraense, aos moldes de Paris, para isso criou 
um código de postura que pretendia fazer a 
população adotar hábitos mais europeus, para 
isso construiu grandes boulevards, arborizou 
ruas, construiu monumentos, implantou o 
primeiro sistema de iluminação elétrica do país, 
construiu calçadas de mármore, praças e 
bosques, implantou e expandiu o primeiro 
sistema de bondes elétricos do Brasil, além de 
estimular as construção de palácios e palacetes 
em estilo neoclássico e art noveau, assim como 
da adoção de uma rígida política de cobrança 
de impostos e de controle dos gastos públicos, 
também mantinha os principais locais públicos 
em constante vigilância, afim de garantir a 
proteção da elite seringalista. 
 
 
 
 
 
Manaus "A Paris Tropical" 
 
Planta da Cidade Manaus em 1914 
 
 
 
Intendente Eduardo Ribeiro 
 
Eduardo Ribeiro, maranhense, transformou 
Manaus de uma vila em cidade em poucos 
anos, durante sua gestão foi criado o primeiro 
plano diretor urbano de Manaus, além da 
implantação do primeiro sistema de água e 
esgoto, sistema de telégrafo, bondese 
iluminação elétrica, além do Teatro Amazonas, 
Palácio do governo, Palácio da Justiça e o Porto 
Flutuante todo construído em ferro importado 
da Inglaterra, durante sua gestão também 
houve uma austera política de aumento da 
cobrança e bem como da arrecadação de 
impostos, durante sua gestão que Manaus 
passou a ser conhecida como a "Paris dos 
trópicos". 
A quebra da economia da borracha 
O monopólio da borracha fazia com que os 
seringalistas da Amazônia cobrassem 
altíssimos preços pelo produto, entretanto no 
início do século XX, os britânicos, maiores 
compradores, passaram a traficar milhares de 
mudas de havea brasiliensis para suas colônias 
na Malásia, uma região tropical com um clima 
muito semelhante ao da região amazônica. As 
mudas traficadas passaram a crescer em 
menos tempo, e eram plantadas em série, coisa 
que era impossível de se fazer na Amazônia na 
época, por conta das pragas. 
Logo os custos e o tempo de produção eram 
mais baixos e a qualidade mais elevada do que 
a borracha produzida na Amazônia, assim, os 
britânicos não tinham mais que pagar impostos, 
uma vez que estavam agora produzindo 
borracha em suas próprias colônias. 
 
O ano de 1913 foi marcado pelo início da 
exportação da borracha produzida na Malásia e 
o início do crise da economia gomífera na 
Amazônia, que em 1912 registrou a maior 
exportação da história e chegou a ser o 
segundo maior produto de exportação 
brasileira. 
O rápido declínio fez desmoronar não apenas 
um ciclo econômico, mas uma sociedade 
inteira. Sem atenção do governo federal para a 
crise, e sem haver como competir com o látex 
malasiano, os velhos e rudimentares seringais 
da Amazônia quebraram, e depois de décadas 
de absoluta ostentação, não havia nada que os 
governos locais pudessem fazer. Ao longo de 
décadas, os centros econômicos da região 
investiram muito mais em embelezamento das 
cidades ao invés de industrias ou outras 
atividades econômicas. Era tarde demais, a 
Amazônia estava quebrada, e permaneceria 
em um estado de abandono pelas seis décadas 
seguintes. 
 
 Abaixo, algumas construções do período da 
belle époque: Belém 
 
Mercado de Ferro do Ver-o-peso 
 
Palacete Bolonha 
 
 
Coreto de Ferro - 
Praça Batista Campos 
 
 
Teatro da Paz - 1878 
 
 
 
 
Loja Paris N'América 
 
 
 
 
 
O SEGUNDO CICLO – 1942/1945 
A Amazônia viveria outra vez o ciclo da 
borracha durante a Segunda Guerra Mundial, 
embora por pouco tempo. Como forças 
japonesas dominaram militarmente o Pacífico 
Sul nos primeiros meses de 1942 e invadiram 
também a Malásia, o controle dos seringais 
passou a estar nas mãos dos nipônicos, o que 
culminou na queda de 97% da produção da 
borracha asiática. 
Isto resultaria na implantação de mais alguns 
elementos, inclusive de infraestrutura, apenas 
em Belém, desta vez por parte dos Estados 
Unidos. A exemplo disso, temos o Banco de 
Crédito da Borracha, atual Banco da Amazônia; 
o Grande Hotel, luxuoso hotel construído em 
Belém em apenas 3 anos, onde hoje é o Hilton 
Hotel; o aeroporto de Belém; a base aérea de 
Belém; entre outros. 
A BATALHA DA BORRACHA 
Com o alistamento de nordestinos, Getúlio 
Vargas minimizou o problema da seca do 
nordeste e ao mesmo tempo deu novo ânimo 
na colonização da Amazônia. 
Na ânsia de encontrar um caminho que 
resolvesse esse impasse e, mesmo, para suprir 
as Forças Aliadas da borracha então 
necessária para o material bélico, o governo 
brasileiro fez um acordo com o governo dos 
Estados Unidos (Acordos de Washington), que 
desencadeou uma operação em larga escala 
de extração de látex na Amazônia – operação 
que ficou conhecida como a Batalha da 
Borracha. 
Como os seringais estavam abandonados e 
não mais de 35 mil trabalhadores permaneciam 
na região, o grande desafio de Getúlio Vargas, 
então presidente do Brasil, era aumentar a 
produção anual de látex de 18 mil para 45 mil 
toneladas, como previa o acordo. Para isso 
seria necessária a força braçal de 100 mil 
homens. 
O alistamento compulsório em 1943 era feito 
pelo Serviço Especial de Mobilização de 
Trabalhadores para a Amazônia (SEMTA), com 
sede no nordeste, em Fortaleza, criado pelo 
então Estado Novo. 
 
A escolha do nordeste como sede deveu-se 
essencialmente como resposta a uma seca 
devastadora na região e à crise sem 
precedentes que os camponeses da região 
enfrentavam. 
Além do SEMTA, foram criados pelo governo 
nesta época, visando a dar suporte à Batalha 
da borracha, a Superintendência para o 
Abastecimento do Vale da Amazônia (Sava), o 
Serviço Especial de Saúde Pública (Sesp) e o 
Serviço de Navegação da Amazônia e de 
Administração do Porto do Pará (Snapp). Criou-
se ainda a instituição chamada Banco de 
Crédito da Borracha, que seria transformada, 
em 1950, no Banco de Crédito da Amazônia. 
O órgão internacional Rubber Development 
Corporation (RDC), financiado com capital dos 
industriais estadunidenses, custeava as 
despesas do deslocamento dos migrantes 
(conhecidos à época como brabos). 
O governo dos Estados Unidos pagava ao 
governo brasileiro cem dólares por cada 
trabalhador entregue na Amazônia. 
O governo dos Estados Unidos pagava ao 
governo brasileiro cem dólares por cada 
trabalhador entregue na Amazônia. 
Milhares de trabalhadores de várias regiões do 
Brasil foram compulsoriamente levados à 
escravidão por dívida e à morte por doenças 
para as quais não possuíam imunidade. Só do 
nordeste foram para a Amazônia 54 mil 
trabalhadores, sendo 30 mil deles apenas do 
Ceará. Esses novos seringueiros receberam a 
alcunha de Soldados da Borracha, numa alusão 
clara de que o papel do seringueiro em suprir 
as fábricas nos EUA com borracha era tão 
importante quanto o de combater o regime 
nazista com armas. 
 
Seringueiro 
Manaus tinha, em 1849, cinco mil habitantes, e, 
em meio século, cresceu para 70 mil. 
Novamente a região experimentou a sensação 
de riqueza e de pujança. O dinheiro voltou a 
circular em Manaus, em Belém, em cidades e 
povoados vizinhos e a economia regional 
fortaleceu-se. 
CAMINHO SEM VOLTA 
Mosquito, elemento transmissor da malária e da 
febre amarela, doenças que causaram muitas 
mortes aos seringueiros. 
Entretanto, para muitos trabalhadores, este foi 
um caminho sem volta. Cerca de 30 mil 
seringueiros morreram abandonados na 
Amazônia, depois de terem exaurido suas 
forças extraindo o ouro branco. 
Morriam de malária, febre amarela, hepatite e 
atacados por animais como onças, serpentes e 
escorpiões. 
O governo brasileiro também não cumpriu a 
promessa de reconduzir os Soldados da 
Borracha de volta à sua terra no final da guerra, 
reconhecidos como heróis e com aposentadoria 
equiparada à dos militares. 
Calcula-se que conseguiram voltar ao seu local 
de origem (a duras penas e por seus próprios 
meios) cerca de seis mil homens. 
 
Mas quando chegavam tornavam-se escravos 
por dívida dos coronéis seringueiros e morriam 
em consequência das doenças, da fome ou 
assassinados quando resistiam lembrando as 
regras do contrato com o governo. 
DECADÊNCIA DO CICLO DA BORRACHA 
Em 1876, quando o ciclo da borracha ainda 
iniciava sua fase de progressiva expansão, uma 
medida decisiva, que no futuro próximo 
aniquilaria a economia do Estado, tinha sido 
levada a cabo: o contrabando de sementes de 
seringueira para a Inglaterra e, daí, para suas 
colônias na Ásia, onde seriam cultivadas. 
Tal empresa foi concebida e realizada pelo 
botânico inglês, Sir Henry Wickham, que 
embarcou clandestinamente cerca de 70 mil 
sementes para a Inglaterra, onde foram 
cultivadas experimentalmente em estufa. 
Dentre essas, vingaram 7.000 mudas, as quais 
foram transportadas para o Ceilão e, 
posteriormente, para a Malásia, Samatra, 
Bornéu e outras colônias britânicas e 
holandesas, nas quais se desenvolveram, 
passando a produzir uma seringa de maior 
qualidade e menor custo, o que provocou a 
queda dos preços da borracha e fez que o 
quase monopólio da borracha pelo Brasil 
desmoronasse. 
Em 1900, as colônias britânicasda Ásia 
disputaram o mercado com uma modesta 
oferta: apenas 4 toneladas. Porém suas 
exportações cresceram abruptamente e, em 
1913, a produção asiática já superava a 
produção brasileira. 
A partir de então, a produção de seringa 
brasileira passou a despencar 
vertiginosamente, sobretudo face à queda dos 
preços da borracha no mercado internacional, 
que inviabilizava cada mais a atividade extrativa 
na região amazônica em seu custo. 
Porém, na Ásia, uma borracha de boa 
qualidade era produzida em grandes 
quantidades e a um custo bem mais baixo, o 
que levou o capital estrangeiro, ligado ao 
comércio e a distribuição do produto brasileiro 
a abandonar o vale do Amazonas, visando 
seguros lucros no Oriente. 
Por essa época, a Ásia já abastecia o mercado 
internacional com cerca de 700.000 mil 
toneladas de goma, passando a dominar 
inteiramente o mercado da borracha mundial. 
Os planos e projetos de valorização e defesa da 
borracha brasileira no mercado internacional 
não passaram de tímidas e fracassadas 
iniciativas de um governo central totalmente 
apático e sempre tardio no que se refere à 
Região Norte. 
Ao governo central interessava os impostos 
arrecadados com a atividade gomífera. Suas 
atenções voltavam-se quase que 
exclusivamente ao Sul do país e à proteção do 
café, conforme denunciou o deputado 
amazonense Luciano Pereira a mencionar em 
seu discurso, em 1912, na Câmara dos 
deputados. É por motivos iguais a este que se 
diz ter sido, até hoje, a União mãe para o Sul e 
madrasta para o Norte. 
A queda do Ciclo da Borracha 
Quando a borracha da Malásia tornou proibitivo 
o preço da borracha da Amazônia no mercado 
mundial, a economia regional estagnou. Devido 
à gravidade da crise, e à falta de visão 
empresarial e governamental, que resultou na 
ausência de alternativas para o 
desenvolvimento regional. Estagnaram 
também as cidades. 
Da vila de Santo Antonio do Madeira, que 
chegou a contar com uma pequena linha de 
bonde e jornal semanal ao tempo em que se 
iniciava Porto Velho, resta hoje uma única 
construção. 
A sobrevivência de Porto Velho está associada 
às melhores condições de salubridade da área 
onde foi construída, da facilidade de acesso 
pelo rio durante o ano todo, do seu porto, da 
necessidade que a ferrovia sentia de exercer 
maior controle sobre os operários para garantir 
o bom andamento das obras, construindo para 
tanto residências em sua área de concessão, e, 
até mesmo, de uma certa forma, ao bairro onde 
moravam principalmente os barbadianos 
trazidos para a construção. 
 
Desenvolvendo-se sobre uma pequena colina 
ao sul da cidade, ainda em área da ferrovia, 
surgiu o bairro denominado originalmente de 
Barbadoes Town (ou Barbedian Town), embora 
posteriormente se tenha tornado mais 
conhecido como o Alto do Bode. O núcleo 
urbano que então existia em torno das 
instalações da EFMM, inclusive e com muito 
significado, o Alto do Bode, serviu de 
justificativa para a consolidação de Porto Velho 
como a capital do Território Federal do 
Guaporé, em 1943. Essa pequena colina foi 
arrasada no final dos anos 60, e o Alto do Bode 
desapareceu. 
Ao longo do período que vai de 1925 a 1960, o 
centro urbano adquiriu feições definitivas. O 
sistema viário de bom traçado e o sistema de 
esgotos da região central são heranças dos 
previdentes pioneiros; os prédios públicos, o 
bairro Caiarí, etc…, são provas de que, mesmo 
em meio à grandes dificuldades, é possível 
construir e avançar. Somente com a erupção da 
segunda guerra mundial, e a criação dos 
territórios federais em 1943, ocorreu novo e 
rápido ciclo de progresso regional. Esse surto 
decorreu das necessidades de borracha das 
forças aliadas, que haviam perdido os seringais 
malaios na guerra do Pacífico, e produziu o 
denominado segundo ciclo da borracha. 
Finda a guerra, novamente a economia regional 
baseada na borracha, e dirigida com 
imprevidência e incapacidade empreendedora, 
entrou em paralisia.

Continue navegando