Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Geovanna Rodrigues, Giovanna Camargo, Larissa Ferreira e Sabrina Magioni. MEMÓRIA Podemos falar que memória é a nossa capacidade de adquirir, armazenar e recuperar diferentes tipos de informações. Ela é fundamental para a nossa sobrevivência e a nossa formação identitária, aquilo que somos ou quem somos. O ser humano se constitui a partir de momentos, experiências vivenciadas ao longo da vida, que seriam os seus gostos, as suas opiniões, seus posicionamentos e tudo aquilo que constitui através das suas experiências de vida. Então chamamos de memória a capacidade que os seres vivos têm de adquirir, armazenar e evocar informações que acontece a partir da formação de conexões dos neurônios ou células nervosas no cérebro. Essas conexões são ligadas por pontos chamados sinapses. ARMAZENAMENTO DA MEMÓRIA Temos três fases no processo de armazenamento de memória, sendo elas: A aquisição diz respeito à entrada de conteúdos em nossa memória; a consolidação que é a fase de armazenamento e conservação de conteúdos, podendo eles ser mantidos por diferentes períodos de tempo; e por fim a evocação que é o momento em que recuperamos os conteúdos obtidos que retivemos. Em nossa memória os níveis de armazenamento e a nossa capacidade de reter informações, dependem de alguns fatores comuns, como por exemplo: o nível de consciência e atenção do momento em que essa memória está se formando pois a atenção que damos aquele estímulo vai interferir em como vamos armazená-lo e se o armazenaremos por muito ou pouco tempo. Memórias com vínculo forte com as emoções se formarão mais facilmente e serão evocadas futuramente com mais facilidade. A emoção é primordial para a formação das nossas memórias e tudo isso torna-se possível graças à neuroplasticidade que é a capacidade que o nosso cérebro tem de se transformar em respostas aos estímulos que recebemos. TIPOS DE MEMÓRIA A memória humana pode ser definida como a nossa capacidade de evocar, conservar e adquirir informações por meio da interação social e de dispositivos neurobiológicos. No entanto, ela está em funcionamento permanente, detectando tudo o que fazemos, o que sentimos e o que ouvimos. A memória pode ser entendida como o conjunto de fases responsáveis pelo armazenamento de um determinado aprendizado que se sustenta ao longo do tempo e pode ser recuperado quando necessário. Para executar esse processo, há diferentes etapas que se estabelecem no cérebro humano, entre elas temos a memória explícita que é um tipo de memória “declarativa”, são as memórias de armazenação e aquisição conscientes, permitindo a realização de ações cotidianas. Temos a memória implícita que é um tipo de memória “não declarativa”, que são as memórias adquiridas de forma inconsciente como as tarefas e habilidades. Temos a memória de curto prazo que oferece uma capacidade extremamente limitada de armazenamento de informações que são mantidas pelo tempo em que estamos ativamente pensando sobre elas. A memória de longo prazo (MLD) é aquela que armazena informações por longos períodos de tempo, meses, anos ou até mesmo décadas. Apresenta informações passivas que precisam ser ativas na memória para serem utilizadas. A memória sensorial é aquela que nos permite reter as informações que chegam até nós através dos sentidos, podendo ser estímulos visuais, auditivos, gustativos, olfativos, táteis ou proprioceptivos. Caracteriza-se por ter curta duração, caso o estímulo não seja recuperado. E a memória de trabalho que contextualiza o indivíduo e gerencia as informações que estão transitando pelo cérebro. É fundamental para os processos de tomada de decisão, fazendo o gerenciamento das informações armazenadas de forma ativa, facilitando no processo de aprendizagem, compreensão e raciocínio. MEMÓRIA E EMOÇÃO A emoção é um fator de suma importância para a memória, pois o processo de memorização está muito ligada ao estado de humor dos indivíduos. Os estados afetivos positivos ou negativos exercem influência na aquisição, evocação e recuperação das lembranças. Além disso, as emoções podem afetar o reconhecimento da memória uma vez que estreitam o foco da memória, tornando-a mais acessível aos conteúdos emocionais e também potencializando o processo de codificação a fim de melhorar sua performance, porém em níveis extremos, pode causar prejuízo. Desta forma,os eventos emocionais são mais acessíveis uma vez que determina o foco da atenção do sujeito. Isso ocorre pois os estados afeitos apresentam influência na memória de trabalho, e esse tipo da memória auxilia na assimilação de atividades complexas como o aprendizado, raciocínio e compreensão e também no gerenciamento e tomada de decisões. MEMÓRIA E APRENDIZAGEM Aquisição de memória é vista como um sinônimo de aprendizagem, uma vez que o aprendizado é caracterizado por um processo que conduz o armazenamento de informações, produzindo alterações relativamente permanente no comportamento do sujeito e por isso o aprendizado torna-se memória. O aprendizado muitas vezes ocorre por meio de processos associativos que permite guardar informações acerca dos estímulos que produzem tanto o prazer como o desprazer. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES DA MEMÓRIA Síndrome Amnésica: Refere-se a uma perda seletiva da função de memória recente na ausência de distúrbio cognitivo generalizado. Envolvendo os mecanismos de memória de curto prazo, em seus aspectos retrógrados e anterógrados. Comprometimento global e/ou não restrito a nenhuma classe; a memória imediata é a mais preservada; ocorre uma desorientação espacial e temporal, além de uma confabulação. Síndromes Amnésicas Transitórias: Pode ocorrer de forma transitória ou permanente. Há o comprometimento temporário do processo de armazenamento produzido por uma disfunção cerebral difusa ou alteração focal do circuito região medial do lobo temporal-diencéfalo. Preservação da memória remota e da inteligência, com a diminuição da amnésia retrógrada e a recuperação da função anterógrada, desorientação e confabulação podem estar presentes durante o episódio. Amnésia Global Transitória: Descrita como uma síndrome de "amnésia global transitória" (TGA) em pacientes de meia-idade e velhos. A amnésia tipicamente se inicia de forma súbita e dura de 1h a 24h, Eventos precipitantes como baixa temperatura, relação sexual e situações estressantes têm sido relatados em alguns casos. Quando se avalia o paciente durante o episódio, ele costuma fazer uma série de perguntas (onde se encontra, porque está neste local, etc.), mas não se lembra das respostas, e torna a fazer as mesmas perguntas segundos após. Síndromes Amnésicas Parciais: Ocorre uma restrição do déficit de memória a uma classe de memória ou a uma modalidade sensorial, na qual apenas determinadas modalidades ou subfunções da memória estão comprometidas. Em muitos casos estes déficits parciais parecem estar mais intimamente ligados a alterações de funções corticais específicas (afasia ou agnosia) do que à síndrome amnésica global. Amnésia no delirium e na demência: Pacientes em episódios de delirium, em geral não conseguem processar informações em termos de memória, mas o diagnóstico é frequentemente óbvio devido à presença de outros déficits comportamentais e sinais de hiperatividade fisiológica. No caso da demência estes sinais fisiológicos em geral não são observados. A avaliação mostra alterações de outras funções cognitivas, como afasia, acalculia, déficits viso-espaciais, perda do juízo crítico, que não estão presentes nas síndromes amnésicas puras. Amnésia Funcional: Há pacientes nos quais a amnésia parece ser resultado de uma alteração funcional, isto é, sem qualquer evidência de alteração orgânica subjacente. Estas síndromes são geralmente transitórias, embora existam relatos de casos de amnésia psicogênica permanente. Dentro das formas psicogênicas pode-se identificar subgrupos de alterações: amnésia de identidade, perdas transitórias de memória, estados de fuga e as síndromes rarasde dupla ou múltiplas personalidades (que estão intimamente ligadas aos estados de fuga).
Compartilhar