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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL CONTEUDO ON LINE AULA 1 A 10

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL 
AULA 1: A CRIAÇÃO DA COMPANHIA DE JESUS: O CONTEXTO 
RELIGIOSO NA EUROPA NO SÉCULO XVI 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 reconhecer o contexto religioso na Europa no século XVI que permitiu a criação da 
Companhia de Jesus, principal instituição responsável pela educação no Brasil 
Colonial. 
A nossa viagem pela história da educação no Brasil tem início no século XVI, na Europa, 
onde uma nova visão de mundo ganhava cada vez mais espaço, fruto das transformações 
decorrentes de um período denominado de Renascimento. 
Com a chamada crise do século XIV na qual as sociedades europeias foram fortemente 
abaladas pelas guerras, a fome e a Peste Negra, a estrutura social, econômica e política 
dominante desde o século V, que caracterizava a Idade Média, começava a ser contestada 
por novos grupos sociais que procuravam dar uma nova ordem tendo o homem e as 
necessidades humanas como centro das atenções e não mais Deus. 
Novos valores e formas de pensamento (expressas principalmente através da pintura, da 
arquitetura,da escultura da literatura e das artes em geral) baseados em um crescente 
racionalismo e individualismo surgem como forma de reerguer uma Europa dividida pelos 
interesses comerciais e materialistas dos Estados Nacionais absolutistas em formação. O Rei 
e a nobreza, associados à burguesia comercial, buscam no mercantilismo fórmulas 
alternativas para a sustentação econômica de uma nova sociedade. 
Na transição do século XIV para o XV,( Franco Cambi, na sua obra História da Pedagogia, 
denomina aquele período de “outono da Idade Média”, pois “foi uma época na qual duas 
ordens culturais vieram cruzar-se, diluindo-se uma na outra e ativando-se uma pela, e 
contra, a outra” (p. 192).) a Igreja Católica, instituição símbolo da unidade cultural e 
religiosa e guardiã dos valores cristãos, não consegue dar sustentação ideológica ao 
moderno mundo que estava emergindo dos escombros da sociedade medieval. 
Na educação, a crise do modelo escolástico permite o avanço do humanismo, o que 
significou a valorização do pensamento humano nas artes, na filosofia e uma maior 
secularização do saber. O homem desvia-se do céu para se preocupar mais com as coisas da 
terra. 
 
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Com isso observa-se um aumento do número de colégios voltados à educação dos filhos, 
principalmente da burguesia, a fim de melhor prepará-los para a administração dos 
negócios da família. 
A Reforma Protestante foi um movimento religioso, no século XVI, que mudou 
consideravelmente os rumos da sociedade e da educação na Europa. A unidade da fé e o 
monopólio da interpretação das escrituras sagradas, até então sob o controle da Igreja 
Católica, foi rompida de forma definitiva, dando origem a diversas religiões, tais como o 
Luteranismo, o Calvinismo e o Anglicanismo. 
 Este movimento pode ser explicado por um conjunto de fatores de ordem religiosa, 
política, social e econômica. As severas críticas feitas pelo padre e teólogo alemão Martinho 
Lutero (1483-1546) à venda de indulgências e de relíquias religiosas e o comportamento 
mundano do clero tinham como alvo a hierarquia eclesiástica e a corrupção moral da Igreja 
de Roma. 
Lutero pretendia um retorno às origens do cristianismo, das quais, segundo ele, o clero 
católico teria se afastado ao longo dos mil anos da Idade Média. 
 Do ponto de vista político e econômico a reforma recebeu apoio da burguesia e de 
elementos da nobreza alemã. A burguesia via no movimento reformista uma maneira de se 
libertar do jugo da Igreja Romana, já que esta condenava diversas práticas comerciais e 
financeiras que impediam o acúmulo de capital. Da sua parte, romper com o Papa 
significava para a nobreza alemã maior autonomia política e o controle sobre as terras que 
pertenciam à Igreja. 
Qual a relação entre a reforma protestante na Europa e a história da educação no Brasil? 
Será a partir da reação da Igreja Católica à Reforma Protestante de Lutero, a chamada 
Contra-Reforma, que poderemos observar um impacto direto. 
Uma das consequências imediatas da disseminação das ideias de Lutero em toda a Europa 
foi a perda de fiéis por parte da Igreja Católica. Reunidos no Concílio de Trento (1545-1563), 
os representantes da Igreja tomaram importantes medidas para conter a expansão do 
protestantismo. Dentre elas, podemos citar a reafirmação da supremacia papal, dos 
princípios da fé e da doutrina católica, a criação da lista de livros proibidos (Index), o 
fortalecimento da atuação do Tribunal de Inquisição e o estímulo à criação de seminários 
para a formação de padres e de novas ordens religiosas. 
Em 1534, foi criada a principal ordem religiosa: a Companhia de Jesus. Fundada pelo 
militar espanhol Inácio de Loyola, a Companhia de Jesus teve atuação destacada na 
propagação da fé católica e na luta contra os infiéis e hereges. Conhecidos como “os 
 
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soldados de Cristo”, os jesuítas se espalharam pelo mundo, a fim de cumprir o seu trabalho 
missionário. 
Como estratégia para atingir os seus objetivos, a Companhia de Jesus optou pela criação de 
colégios, estabelecimentos voltados para a educação de jovens dentro do ensino das 
primeiras letras e da doutrina cristã. Os professores jesuítas eram do Colégio Romano, 
fundado em 1550, e encaminhados para a Ásia, América e África onde prestavam os seus 
serviços religiosos e pedagógicos. Os professores jesuítas eram do Colégio Romano, 
fundado em 1550, e encaminhados para a Ásia, América e África onde prestavam os seus 
serviços religiosos e pedagógicos. 
SINTESE DA AULA 01 – HISTORIA DA EDUCAÇÃO 
 
Nesta aula você observou que: 
 
 A História da Educação compõe o conjunto de saberes fundamentais no 
desenvolvimento da formação do futuro pedagogo. 
 
 É uma disciplina muito recente que vem conquistando sua autonomia e identidade, 
construindo suas características e especificidades 
 
 Ainda há muito a se debater sobre o objeto da História da Educação, de maneira a se 
distanciar de outros campos de estudo, evitando algumas aproximações que podem 
levar à descaracterização da área em questão, enfim fortalecendo essa área do saber 
acadêmico. 
 
 
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AULA 02 – OS JESUÍTAS E A EDUCAÇÃO NO BRASIL COLONIAL 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 compreender a importância da Companhia de Jesus na história da educação 
brasileira; 
 analisar o papel dos jesuítas, dos colégios, e das missões na educação de elementos 
da sociedade colonial brasileira. 
Nesta aula, o nosso ponto de partida é o ano de 1549, na colônia portuguesa na América. 
Mais precisamente na Bahia, quando em terras brasileiras desembarcam os primeiros 
jesuítas, do navio que trouxe de Portugal o governador-geral Tomé de Souza. 
 Liderados pelo padre Manuel da Nóbrega, a Companhia de Jesus iniciava um período de 
intensa atuação na sociedade colonial brasileira, cujo legado pode ser percebido nos dias 
de hoje. 
Até a expulsão do Brasil por decreto do Marquês de Pombal, então primeiro-ministro do rei 
de Portugal D. José I, a Companhia de Jesus possuía “25 residências, 36 missões e 17 
colégios e seminários, sem contar os seminários menores e as escolas de ler e escrever, 
instaladas em quase todas as aldeias e povoações onde existiam casas da Companhia”. 
Quais eram os objetivos da Companhia de Jesus ao enviar seus “soldados de Cristo” para 
o Brasil acompanhando o governador-geral Tomé de Souza, representante do Rei 
português D. Manuel I? 
Recordando a aula passada, temos que ter em mente que o contexto político e religioso na 
Europa, no século XVI, não era favorável a Igreja Católica, que teve o seu poder contestado 
pelos reformistas protestantes.A perda do monopólio sobre as verdades cristãs 
proporcionou uma acentuada evasão de fiéis da Igreja Católica, que viam nas novas igrejas 
reformistas uma oportunidade maior de salvação de suas almas. 
 Com isso, um dos objetivos da Companhia de Jesus ao chegar ao Brasil era conquistar um 
maior número de fiéis e seguidores, a fim de expandir a fé cristã e o poder de Roma. Outro 
objetivo da Companhia de Jesus tem relação com a aliança entre a Igreja e o Estado 
português. A intenção de Portugal era colonizar o Brasil. Colonizar, na visão da metrópole 
portuguesa, significava defender, explorar e povoar a terra. A Companhia de Jesus, por seu 
termo, se enquadrava no projeto colonizador do Brasil na condição de disseminadora da 
cultura “civilizatória” europeia entre os índios e colonos. Sem dúvida, dentre os aspectos 
culturais, expandir a religião e a moral católica cristã estavam entre os principais objetivos 
dos jesuítas. 
 
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Ainda no papel de parceira de Portugal na colonização da América portuguesa, a Igreja 
tinha a importante função de garantir a unidade política, a partir da uniformização da fé e 
das consciências. Essa uniformização seria atingida através de um árduo trabalho 
pedagógico nos colégios, nas missões e nas pregações religiosas onde os jesuítas 
estivessem. 
Nos primeiros anos de sua atuação no Brasil, a Companhia de Jesus voltou-se para a 
catequese e o ensino de ler e escrever para índios e filhos dos colonos que dividiam o 
mesmo espaço pedagógico: os colégios. 
O ensino das letras, de acordo com José Maria de Paiva, significava a confirmação da 
organização da sociedade. A sociedade seria hierarquizada pelo acesso às letras. 
Com o decorrer do tempo, os colégios e o domínio das letras passam a ser destinados 
primordialmente aos filhos dos colonos. Os colégios da Companhia de Jesus tinham uma 
função que iam além do próprio ensino formal. O dia-a-dia intramuros formatava 
consciências e modelava indivíduos que acabavam por servir de agentes da ordem e da 
cultura europeia e cristã. 
 Todo o comportamento desviante da moral cristão deveria ser identificado e corrigido para 
a purificação da sociedade. Caso fosse necessário, castigos e punições eram aplicados 
àqueles que insistissem em contrariar as regras do bom comportamento. 
Havia um documento que reunia as diretrizes pedagógicas que os jesuítas deveriam seguir 
tanto em termos de conteúdo quanto em relação aos métodos a serem empregados: o 
Ratio Studiorum. 
 
 O currículo do colégio definido pelo Ratio era composto de: 
 a Gramática média; a Gramática superior; 
 
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 as Humanidades; 
 a Retórica; 
 a Filosofia e a Teologia, em um estágio mais avançado. 
 A educação dos gentios, principalmente dos curumins, prosseguia e Padre José de Anchieta 
foi um dos seus mais atuantes pedagogos. Utilizando entre outros recursos o teatro, a 
música e a poesia, Anchieta pode ser apontado como um dos nomes de maior destaque da 
história da educação brasileira naquele período. 
O índio era alvo da disputa entre os jesuítas, que queriam convertê-lo ao cristianismo, e os 
colonos, que o escravizavam para a execução de trabalhos forçados. Tanto os jesuítas 
quanto os caçadores de escravos penetraram pelo interior da colônia portuguesa para 
“capturá-lo”. 
Tendo em vista a dificuldade que os jesuítas encontravam para realizar a sua obra 
evangelizadora nas tribos indígenas, eles acabaram por criar as chamadas missões. 
As missões eram espaços sob a administração da Companhia de Jesus, onde os gentios, 
além de receberem a educação religiosa, aprendiam a viver sedentariamente em unidades 
individualizadas por família e a executar o trabalho agrícola com divisão de tarefas, a 
criação de gado, a construção de templos, fabricação de instrumentos musicais etc. 
Estabelecendo áreas específicas para trabalhar, descansar e realizar o culto, entre outras. O 
jesuíta passou a controlar os índios e a substituir os hábitos considerados bárbaros (a 
poligamia, a antropofagia, a “ociosidade”, a “desorganização”, o andar nu etc.) por 
condutas mais “civilizadas”. 
Nas missões, os índios abriam mão de sua cultura original para receberem uma cultura 
totalmente estranha a eles. Este processo de aculturamento vai tornar o índio mais dócil e 
fragilizado. A perda do hábito da guerra entre tribos, por exemplo, vai permitir que os 
aldeamentos indígenas fossem presa fácil para aqueles que se ocupavam em aprisioná-lo e 
comercializá-lo como escravo. 
A educação “letrada” no Brasil Colonial era direcionada aos homens. As mulheres não 
tinham acesso aos colégios e eram educadas para a vida doméstica e religiosa. Como 
esposas dos colonos portugueses, elas deveriam servir como reprodutoras, ou seja, gerar 
filhos para o seu senhor e marido., 
 De acordo com a hierarquia familiar, dentre as famílias dos colonos portugueses o 
primogênito teria direito sobre todas as propriedades da família; o segundo filho era 
enviado aos colégios e, possivelmente, completaria seus estudos superiores na Europa; o 
terceiro seria entregue à Igreja para seguir a vida religiosa. 
 
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Sobre a educação dos negros africanos no período colonial, Luiz Alberto de Oliveira 
Gonçalves nos adverte que a ação educativa da Igreja Católica em relação ao negro 
restringia-se à catequização. Ao contrário dos índios, a palavra escrita lhes era inacessível. A 
doutrinação, segundo o mesmo autor, se deu a partir das devoções aos santos e à Virgem 
Maria. 
Como vimos no início dessa aula, o acesso à palavra escrita era uma forma de inserir o 
indivíduo na sociedade colonial brasileira. Assim, a exclusão social dos negros era notória e 
a sua condição de escravo justificada pela Igreja Católica. 
Em 1750, com a assinatura do Tratado de Madrid entre Portugal e Espanha, a confortável e 
estável situação usufruída pela Companhia de Jesus na América portuguesa começou a se 
deteriorar, até atingir um momento crucial, em 1759, com a expulsão desta ordem religiosa 
das terras brasileiras. 
Síntese da Aula 02 – Os Jesuítas e a Educação no Brasil Colonial 
 se deu conta de como foi importante para a educação, a cultura e a sociedade a 
presença da Companhia de Jesus no Brasil; 
 tratou das ideias pedagógicas praticadas pelos jesuítas nos colégios e missões; 
 atentou para a relação existente entre educação e o poder contido na ação 
Companhia de Jesus em seus 210 anos de permanência no Brasil-colônia. 
 
1.Assinale abaixo a alternativa que melhor representa os objetivos da Companhia de Jesus no Brasil Colonial: 
 1) A fundação de colégios e missões para a difusão do evangelho. 
 2) A catequese e a imposição da cultura europeia em um processo civilizatório extensivo a índios e colonos. 
 3) Apoiar os colonos portugueses na administração da colônia e na exploração das riquezas naturais. 
 4) Justificar a escravidão do negro africano e ocupar cargos políticos estratégicos na colônia. 
 5) Preparar os filhos dos colonos para estudarem nas universidades europeias e estabelecer uma unidade de 
pensamento entre índios e colonos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AULA 03 – A REFORMA POMBALINA NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 Contextualizar as ideias do Marquês de Pombal dentro do movimento iluminista na 
Europa do século XVIII; 
 compreender os interesses de Portugal e da Igreja Católica em relação à América 
Portuguesa na segunda metade do século XVIII; 
 identificar as razões que levaram Portugal a expulsar a Companhia de Jesus de terras 
brasileiras; 
 analisar as consequências da expulsão dos jesuítas e da reforma pombalina para a 
educação brasileira. 
Desde a chegada em 1549, passandopor todo o século XVIII onde ampliou e consolidou o 
monopólio sobre a educação, a Companhia de Jesus tornou-se uma das poderosas e 
influentes instituições no período colonial brasileiro. 
 
Com vários colégios e missões espalhadas por todo o território da América portuguesa e 
espanhola, os jesuítas impuseram através da educação religiosa uma determinada forma de 
pensar e ver o mundo baseada na fé e na moral católica. 
O crescente poder da Companhia de Jesus contrasta com um certo declínio econômico e 
financeiro de Portugal, a partir de meados do século XVIII. A rivalidade com outras 
potências coloniais como Holanda, Inglaterra e França e a decadência do comércio com o 
Oriente podem ser apontados como alguns dos fatores que levaram Portugal à crise. 
 
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A descoberta do ouro, em fins do século XVII, deu condições ao Rei D. João V (1706-1750) 
de governar com enorme luxo e ostentação. 
A assinatura do Tratado de Methuen (com a Inglaterra) foi extremamente desfavorável 
para a economia portuguesa, pois elevou o déficit da balança comercial e inibiu o 
desenvolvimento da manufatura têxtil em Portugal. 
Em 1750, D. José I assume o trono português tendo Sebastião José de Carvalho e Melo, o 
Marquês de Pombal, como o seu primeiro-ministro. 
Pombal ficou conhecido como um dos déspotas esclarecidos da Europa no século XVIII. O 
seu período da administração à frente do governo português ficou marcado pelo esforço no 
sentido de minimizar a crise econômica em seu país. 
 Uma das políticas adotadas por Pombal foi tentar reduzir a dependência de Portugal dos 
produtos ingleses e reforçar os laços do pacto colonial com o Brasil, a colônia mais rica do já 
decadente Império português. 
A Europa vivia um momento de grande efervescência cultural e ideológica: o Iluminismo. 
Pensadores como Voltaire, Montesquieu, Rousseau, Diderot, entre outros, produziram 
importantes obras centrando suas críticas na sociedade do Antigo Regime e suas estruturas 
políticas (o Absolutismo), econômicas (o Mercantilismo) e religiosas (o dogmatismo da 
igreja Católica). 
 
 
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 Uma nova forma de pensar e ver o mundo focado na racionalidade e nos princípios 
liberais vai ganhar cada vez mais adeptos em toda a Europa. 
 Acreditava-se que a razão seria o instrumento capaz de “iluminar” o caminho dos homens, 
conduzindo-os a uma era de novos conhecimentos e de progresso para as sociedades e 
estados. 
 Estava declarado, assim, o conflito entre a fé e a razão. O Estado português, ainda 
centralizado nas práticas mercantilistas e no absolutismo monárquico, vai entrar em 
choque com a Igreja Católica em função da existência de interesses econômicos e 
ideológicos conflitantes. A situação no Brasil na segunda metade do século XVIII exemplifica 
muito bem aquele contexto histórico. 
Em 1750, foi assinado o Tratado de Madri. 
Com a assinatura do Tratado de Madri por Portugal e Espanha, o Marquês de Pombal 
passou a exigir a retirada dos jesuítas da região das missões localizada no extremo sul do 
Brasil. 
Desde a chegada do padre Manoel de Nóbrega no Brasil, em 1549, a Companhia de Jesus 
acumulara muito poder político, ideológico e econômico. A posse de vastíssimas extensões 
de terra, a exploração agrícola e mineral e da atividade pecuária, a educação religiosa nos 
colégios e nas missões e a ocupação pelos jesuítas de importantes cargos políticos na 
colônia conferiram à Companhia de Jesus um poder que acabou por rivalizar com os 
interesses de Portugal. 
 
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Podemos resumir em duas as razões que levaram o Marquês de Pombal a expulsar os 
jesuítas do Brasil. 
O poder econômico - Origina-se das riquezas extraídas da terra com a utilização do trabalho 
escravo indígena e africano. A Companhia de Jesus se tornou muito rica ao longo dos 210 
anos de permanência no Brasil, o que conferiu aos jesuítas um enorme poder político, que 
em alguns momentos rivalizava com o poder do estado português, como no caso da 
resistência em deixar o território dos Sete Povos das Missões, na região do Prata. Após a 
expulsão, Portugal confiscou os bens da Companhia de Jesus. 
O poder ideológico - Se dá através da educação nos colégios e nas missões, e da moral 
católica disseminada por toda a sociedade colonial. A Companhia de Jesus determinava o 
que era certo e errado em termos de comportamento e costumes. À Igreja Católica 
interessava formar o “homem de fé”, enquanto que para Portugal, em pleno período 
iluminista, já não interessava mais este tipo de educação. Após a expulsão dos jesuítas, 
foram destruídos muitos livros e manuscritos pertencentes àquela ordem religiosa. 
A segunda metade do século XIX representou para a história brasileira um período de 
grandes mudanças. 
 A desestruturação do sistema de ensino (ensino elementar, secundário e 
superior/formação de padres), devido ao fechamento dos colégios sob o controle dos 
padres jesuítas. 
 O retorno dos índios, até então sob a tutoria dos padres jesuítas nas missões, à 
condição de presa para os caçadores de escravos. 
A Reforma Pombalina 
Na tentativa de suprir o espaço deixado pela ausência da Companhia de Jesus na educação 
no Brasil Colonial, o estado português tomou algumas medidas efetivas, a partir de 1772, 
que ficaram conhecidas como a reforma pombalina. De acordo com Maria Lúcia de Arruda 
Aranha, as principais medidas foram: 
 a nomeação de professores; 
 o estabelecimento de um plano de estudos e inspeção; 
 a modificação do curso de humanidades, típico do ensino jesuítico, para o sistema de 
aulas régias de disciplinas isoladas, como ocorrera na metrópole; 
 a instituição do “subsídio literário”, uma espécie de imposto, visando gerar recursos 
para o pagamento dos professores. 
A implantação das medidas efetivas pelo Marquês de Pombal pode caracterizar o início do 
ensino público oficial no Brasil. 
 
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Quais os efeitos das medidas tomadas por Pombal para a educação brasileira? 
De imediato, podemos supor uma queda brusca na qualidade e na organização do ensino. 
 Substituir a experiência e a preparação dos antigos professores (os padres jesuítas) e toda 
a estrutura curricular e metodológica utilizada por eles nos seus colégios em todo o Brasil 
não era tarefa muito simples. Os professores que foram nomeados para o Brasil, 
provavelmente não tinham a formação específica para atuarem na função. 
Por outro lado, as aulas régias, isoladas, dificilmente poderiam suprir o conjunto de aulas e 
disciplinas aplicadas organicamente pelos mestres jesuítas. 
Com todo este quadro, parece ficar claro que houve inúmeras perdas com o 
desmantelamento de um aparato educativo que já funcionava há mais de duzentos anos. 
Cabe, porém, indagar: será que o subsídio literário arrecadado regularmente e transferido 
em forma de salário para os professores proporcionava-lhes condições de viverem 
dignamente em nossas terras? 
Síntese da Aula 03 – A Reforma Pombalina na Educação Brasileira 
 
 atentou para importantes aspectos a respeito do movimento iluminista na Europa no 
século XVIII; 
 
 percebeu que havia um conflito de interesses entre Portugal e a Companhia de Jesus 
no Brasil Colonial a partir da segunda metade do século XVIII; 
 
 avaliou as razões e as consequências para a educação no Brasil Colonial com a 
expulsão dos jesuítas das terras brasileiras em 1759; 
 
 relacionou as medidas tomadas pelo Marquês de Pombal para a educação no Brasil 
Colonial com uma nova política de Portugal para a sua colônia na América. 
 
 
1.Assinale a alternativa que melhor resume as razões que levaram Portugal a expulsar a 
Companhia de Jesus do Brasil em 1759 : 
 1) Econômicas e geográficas 
 2) Políticas e religiosas3) Tributárias e culturais 
 4) Educativas e econômicas 
 5) Culturais e religiosas 
 
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2.A conhecida reforma no ensino no Brasil colonial, no século XVIII, realizada pelo Primeiro 
Ministro de Portugal, o Marquês de Pombal, teve como características principais: 
 1) A ênfase no ensino religioso nos moldes daquele praticado pela Companhia de Jesus 
e a adoção de um novo currículo em bases mais racionais 
 2) A nomeação de professores, o estabelecimento de um conjunto de aulas régias 
voltado para um ensino elementar de caráter laico 
 3) A abertura de novos colégios sob o controle do Estado português e a implantação de 
uma educação iluminista como havia na Europa naquele período 
 4) A criação de um ensino público destinado as elites coloniais privilegiando o ensino 
superior 
 5) A manutenção dos colégios jesuítas com os seus métodos e conteúdos, com a 
admissão de novos professores, sob a administração do Estado português 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AULA 04 - A CHEGADA DA FAMÍLIA REAL AO 
BRASIL: IMPACTOS NA EDUCAÇÃO 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 compreender o contexto histórico na França no período da Revolução Francesa, em 
fins do século XVIII; 
 Identificar as relações entre o Bloqueio Continental decretado por Napoleão 
Bonaparte e a consequente fuga da Família Real e da Corte Portuguesa, em 1808, 
para o Brasil; 
 destacar o impacto das medidas tomadas pelo Príncipe-Regente D. João na educação, 
na economia, na política e na cultural no Brasil no início do século XIX. 
Napoleão Bonaparte: o nome deste general francês ecoava com força e provocava temor 
em muitos dos reis absolutistas na Europa nos primeiros anos do século XIX. 
Você sabe por quê? 
Bonaparte havia tomado o poder na França em 1799 e tinha como um dos objetivos, na sua 
escalada militar, tornar o seu país o maior Império que o mundo já tinha conhecido. Sob os 
símbolos da bandeira tricolor francesa, o hino revolucionário da “marselhesa” e o lema 
“Liberdade, Igualdade e Fraternidade” o exército napoleônico praticamente não possuía um 
adversário à altura que o impedisse de avançar, invadir, derrotar e dominar aqueles países 
que se colocavam à frente de seus planos. 
O imperador francês representava a França e os ideais liberais e burgueses que 
caracterizavam a revolução de 1789. As vitórias francesas nas chamadas “guerras 
napoleônicas” atendiam aos interesses de expansão territorial bem como de uma nova 
ideologia burguesa, cujos princípios estavam delineados no documento “Declaração dos 
Direitos do Homem e do Cidadão”. 
Na visão de Napoleão havia um grande inimigo a ser derrotado: a Inglaterra. 
 A Inglaterra foi berço da Revolução Industrial no século XVIII e era a “grande fábrica” 
da Europa, produzindo em larga escala produtos têxteis e comercializando uma série 
de outros, que os fazia economicamente a nação mais poderosa do mundo. 
 
 Como parte da sua estratégia de enfraquecer a economia inglesa, Napoleão 
Bonaparte decretou o chamado Bloqueio Continental, que proibia os países do 
continente europeu de comercializarem com a Inglaterra. Assim, sem o seu principal 
 
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mercado consumidor, a Inglaterra reduziria os seus lucros, abrindo espaço para a 
nascente manufatura francesa. 
 
 Para aqueles países que desobedecessem ao Bloqueio Continental, Napoleão 
ameaçava com a invasão de seu exército e a destituição da dinastia absolutista até 
então no poder. 
 
 Portugal e Espanha, dois tradicionais aliados comerciais da Inglaterra, se recusam a 
aderir ao bloqueio imposto por Napoleão e, em resposta, o imperador francês 
cumpre a promessa, invadindo a Península Ibérica e depondo as monarquias 
absolutistas que ali governavam. 
No caso específico da invasão francesa a Portugal, um fato, talvez inédito, ficou marcado na 
história: orientado por representantes do governo inglês, o príncipe-regente D. João 
decidiu não enfrentar o exército francês e executou uma retirada estratégica. 
 
Em 1807, ao som dos canhões e das baionetas dos soldados franceses, a Família Real e a 
Corte Portuguesa deixaram Lisboa. Embarcados em vários navios, levaram consigo alguns 
mantimentos, livros e toda a riqueza que puderam carregar. 
Vencendo uma longa travessia do Atlântico e uma viagem conturbada, D. João chega ao 
Brasil em janeiro de 1808. Começava aí, um dos capítulos mais importantes da cultura e da 
história da educação brasileira. 
A primeira medida de D. João no Brasil foi a abertura dos portos às nações “amigas”. 
Esta medida foi de crucial importância para reverter a condição do Brasil como colônia de 
Portugal, pois rompe o monopólio de comércio da metrópole portuguesa, até então 
existente, caracterizado no chamado Pacto Colonial. 
A partir de então, todos os países poderiam negociar livremente em portos brasileiros, 
desde que respeitando as alíquotas de impostos estabelecidas pelo príncipe regente D. 
João VI. 
As transformações econômicas e políticas vieram acompanhadas de uma série de iniciativas 
no campo da cultura e da educação que também tiveram um caráter de ineditismo na 
então estagnada sociedade colonial brasileira. 
Criação da Imprensa Régia (1808) 
 
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A importação de máquinas permitiu, pela primeira vez, a impressão oficial e a circulação de 
ideias na Corte do Rio de Janeiro. No mesmo ano, surgiu o primeiro jornal impresso no 
Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro. 
Criação de uma biblioteca 
Com os quase 60 mil volumes trazidos nos navios que trouxeram a Família Real e a Corte 
Portuguesa para o Brasil. Aquela biblioteca daria origem à futura Biblioteca Nacional, 
localizada no Rio de Janeiro, hoje uma das mais maiores bibliotecas do mundo. 
Criação do Jardim Botânico (1810) 
Com a sua extensa variedade de exemplares da flora tropical atraiu uma série de 
pesquisadores e estudiosos estrangeiros interessados no estudo da botânica. 
A Missão Cultural Francesa (1816) 
Teve como principal destaque o artista Jean Baptiste Debret, que através das suas telas 
retratou modos e costumes da vida urbana da cidade do Rio de Janeiro. 
Criação do Museu Real (1818) 
Mais tarde daria origem ao Museu Nacional. 
Na educação, o príncipe regente D. João VI preocupou-se em criar algumas escolas de 
ensino superior visando atender as necessidades de instrução dos filhos da nobreza e da 
aristocracia brasileira. 
De acordo com Maria de Lourdes de Albuquerque de Fávaro: “Estas escolas tiveram duas 
características marcantes: primeiramente, apresentavam um nítido caráter 
profissionalizante, e, em segundo lugar, foram criadas e organizadas como um serviço 
público, mantido e controlado pelo Governo, visando à preparação de pessoal para 
desempenhar diferentes funções na Corte. Daí ter-se tornado quase lugar comum a 
afirmativa que as primeiras escolas superiores brasileiras nasceram e se estruturaram com 
um caráter nitidamente prático e imediatista”. 
Bahia 
1808 - Curso de Cirurgia 
1808 - Curso de Economia 
1812 - Curso de Agricultura, com estudos de Botânica 
e o Jardim Botânico 
 
17 
1817 - Curso de Química, abrangendo Química Industrial, Geologia e Mineralogia. 
1818 - Curso de Desenho Industrial 
Rio de Janeiro 
1808 - Academia Real de Marinha Curso de Cirurgia e Anatomia 
1810 - Academia Real Militar 
1812 - Laboratório de Química 
1814 - Curso de Agricultura 
1816 - Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, transformada em 1820 na Real Academia de 
Pintura, Escultura e Arquitetura Civil. 
O ensino elementar ainda estava sofrendo os efeitos da reforma pombalina, ou seja, com 
os chamados mestre-escola ministrando aulas-régias, laicas,com pouca ou quase nenhuma 
estruturação ou sequencia lógica de conhecimentos. 
Mesmo em vista desta situação precária na educação brasileira, segundo Fernando de 
Azevedo, a transmigração da família real portuguesa para o Brasil se constituiu um marco 
na história do ensino brasileiro. 
SÍNTESE DA AULA 04 – A CHEGADA DA FAMÍLIA REAL AO BRASIL: IMPACTOS NA 
EDUCAÇÃO 
 
 tratou de algumas ideias liberais burguesas relativas à Revolução Francesa; 
 percebeu que Napoleão Bonaparte, o Bloqueio Continental e a Inglaterra tiveram 
bastante influência na transferência da Família Real e da Corte Portuguesa para o 
Brasil em 1808; 
 avaliou a importância e o impacto das medidas tomadas pelo Príncipe-Regente D. 
João para a sociedade e principalmente para a educação brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
AULA 05 – IMPÉRIO, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE DO SÉCULO XIX 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 identificar algumas características do Estado Nacional brasileiro constituído no 
período denominado de Brasil Império (1822-1889); 
 analisar os projetos voltados para a educação nos níveis elementar, secundário e 
superior; 
 compreender o surgimento da primeira escola normal e as razões da feminização 
do magistério no país. 
 
 
 
Em 1822, o famoso “grito do Ipiranga” do Imperador Pedro I pouco repercutiu na sociedade 
brasileira daquela época. 
O Brasil continuava a ser um país constituído por ampla maioria de escravos, o que 
contrariava os princípios liberais que se espalhavam pelo mundo e influenciavam boa 
parte dos dirigentes políticos em nosso país. 
A constituinte de 1823 foi dissolvida pelo Imperador, entre outras razões, por apresentar 
um projeto de constituição onde as ideias liberais eram predominantes. 
Com isso, a outorga da Constituição de 1824 pode ser entendida como um ato autoritário 
e conservador por parte de D. Pedro I e do grupo de portugueses que o apoiava. 
 
 
 
19 
 
 
 
Quais seriam os projetos da classe dirigente direcionados à educação, em um país recém 
liberto da sua metrópole de base agrária e escravista e uma constituição de caráter 
antiliberal que concentrava boa parte dos poderes nas mãos de um monarca português? 
Era necessário que o Brasil formasse o seu estado nacional e para isso precisaria articular 
os diversos setores da sociedade no sentido de integrar e dar uma certa unidade política, 
econômica e cultural ao país, constituindo um verdadeiro projeto de nação. 
A determinação legal da gratuidade da instrução elementar não significou, de imediato, 
investimentos e estruturas suficientes em termos de espaços físicos adequados, 
professores bem formados, métodos e materiais didáticos. 
O que podemos observar ao longo de todo o período do Império (1822 – 1889) é que a 
educação pública elementar foi marcada por avanços e retrocessos, sem que houvesse a 
devida continuidade de esforços no sentido de atender uma enorme demanda entre as 
crianças em idade escolar. 
Sem dúvida, os mais prejudicados por esta instabilidade na política educacional foram os 
elementos das classes mais populares, já que os filhos das famílias mais abastadas eram 
educados por preceptores. 
A primeira lei específica sobre matéria educacional foi decretada em 15 de outubro de 
1827. 
Art. 1° - Em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos, haverão as escolas de 
primeiras letras que forem necessárias. 
Art. 5° - Para as escolas do ensino mútuo se aplicarão os edifícios, que couberem com a 
suficiência nos lugares delas, arranjando-se com os utensílios necessários à custa da 
 
20 
Fazenda Pública e os Professores que não tiverem a necessária instrução deste ensino, 
irão instruir-se em curto prazo e à custa dos seus ordenados nas escolas das capitais. 
Art. 6° - Os professores ensinarão a ler, escrever, as quatro operações de aritmética, 
prática de quebrados, decimais e proporções, as noções mais gerais de geometria prática, 
a gramática de língua nacional, e os princípios de moral cristã e da doutrina da religião 
católica e apostólica romana, proporcionados à compreensão dos meninos; preferindo 
para as leituras a Constituição do Império e a História do Brasil. 
A partir da leitura dos três artigos anteriores, podemos entrever algumas características 
básicas do ensino elementar no Brasil Império, tais como a ênfase na educação moral e 
religiosa dentro dos preceitos católicos cristãos e o ensino bastante restrito baseado no 
ler, escrever e contar. 
Chama atenção a exigência feita aos professores pouco qualificados para o exercício do 
magistério, ou seja, que eles deveriam complementar a sua formação arcando com as 
suas próprias despesas. 
Neste ponto, o estado simplesmente se isenta de investir e direcionar a capacitação dos 
profissionais de ensino. Não podemos esquecer que predominavam no país os professores 
régios, os mestre-escola, decorrentes da reforma pombalina do século XVIII. 
A educação sofreu importantes transformações, entre os anos de 1834 e 1837. 
1834 - Em pleno período regencial, ocorreu uma reforma na constituição que deixou 
marcas na educação. No chamado Ato Adicional, foi definido que o ensino elementar, o 
secundário e a formação de professores seriam de responsabilidade das províncias, e o 
ensino superior ficaria sob o encargo do poder central. Com isso, oficializou-se a 
descentralização do ensino, com consequências não muito positivas para a unidade e a 
organicidade da educação no país. 
1837 - A “suposta” descentralização foi desrespeitada com a criação do Colégio Pedro II, 
pelo Regente Araújo Lima. Este colégio era um estabelecimento padrão de ensino 
secundário, tinha o objetivo de atender os filhos daqueles que faziam parte da elite 
intelectual do país, sendo o único autorizado, segundo Maria Lúcia de Arruda Aranha, “a 
realizar exames parcelados para conferir grau de bacharel, indispensável para o acesso aos 
cursos superiores”. 
O ensino secundário ficou caracterizado no Brasil Império como propedêutico, ou seja, o 
ensino cujo principal objetivo era preparar os jovens para obterem uma vaga no nível de 
ensino seguinte, possuindo pouco compromisso com uma educação de caráter prático e 
geral, voltada para conhecimentos mais próximos da realidade social do país. 
 
21 
O ensino superior, apesar de prioritário dentro da estrutura de ensino projetada pelos 
políticos brasileiros, também não atingiu patamares desejáveis para um país que pretendia 
se tornar “civilizado”. 
Os maiores avanços em relação ao nível superior foram: 
 A criação de dois cursos jurídicos – um em São Paulo e outro em Recife, em 1827. 
 Transformação de alguns cursos superiores em faculdades isoladas. 
Apesar dos debates e posição favorável por parte do Imperador D. Pedro II, o governo 
central só criaria a primeira universidade brasileira pública em 1920, no Rio de Janeiro, com 
a fusão dos cursos de Medicina, Engenharia e Direito. 
Mesmo diante de claras evidências do pouco interesse do Estado monárquico brasileiro no 
desenvolvimento de um projeto de qualidade para os três níveis de educação no país, uma 
iniciativa pode ser considerada como relevante e pioneira: a criação das primeiras escolas 
normais. 
A formação de professores passou a ser uma preocupação do estado, tendo em vista a 
pouca qualificação dos mestres-escola e a busca por uma maior uniformidade social. 
Acreditava-se que a instrução elementar seria capaz de promover a disseminação de certas 
práticas sociais e sentimentos (morais e nacionalistas) que garantiriam a unidade e a 
elevação do país a estágios civilizatórios mais avançados. 
Neste contexto, o professor exerceria o papel de agente público, formado pelo estado, 
encarregado de instruir e moralizar difundindo princípios de “ordem”e uma determinada 
visão de mundo da classe dominante. 
Para colocar estas ideias em prática foi criada, em 1835, em Niterói (província do Rio de 
Janeiro) a primeira escola normal do país. Em seguida surgiram ainda as escolas normais de 
Minas Gerais (1835), Bahia (1836) e São Paulo (1846). 
Interessante destacar que ao longo de quase cinquenta anos de existência, as escolas 
normais eram espaços frequentados quase que exclusivamente por homens. Hoje, quando 
percebemos que o magistério, no primeiro segmento do ensino fundamental, é 
essencialmente uma profissão feminina, uma questão surge à mente: como e por que se 
deu a feminização do magistério? 
Heloísa de O. S. Vilela, em seu texto “O mestre-escola e a professora”, discute esta questão 
e aponta algumas possibilidades interpretativas para o entendimento deste fato. 
Inicialmente apontava-se que a entrada da mulher no magistério teria ocorrido como 
 
22 
“concessão dos homens que abandonariam a carreira em busca de outras mais bem 
remuneradas”, ou, ainda devido “à queda de prestígio da profissão e à baixa remuneração”. 
Baseada em texto de Jane S. Almeida, Vilela expande o campo interpretativo do problema 
afirmando que a feminização do magistério transcenderia a “questão meramente sexual, 
podendo ser explicado também pelo fato de que o magistério passava, cada vez mais, a ser 
uma profissão que atendia à população de baixa renda, desvalorizada, portanto, na ótica 
capitalista”. É notório que a ampliação da rede escolar no Brasil com a criação inclusive de 
escolas femininas levou a necessidade de formação de professoras, a fim de atender esta 
nova demanda. As mulheres que inicialmente eram vistas como pecadoras e sedutoras, 
passam a ser percebidas, dentro de um discurso ideologicamente construído, como 
“naturalmente” preparadas para o exercício do magistério em função de possuir a “pureza 
dos sentimentos maternos”. 
SÍNTESE DA AULA 05 – IMPÉRIO, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE DO SÉCULO XIX 
 tratou das principais características da sociedade do Brasil Império; 
 atentou para aspectos da Constituição de 1824 relacionados à cidadania e à 
educação; 
 percebeu que haviam projetos diferenciados para a educação elementar, secundário 
e superior no Brasil do século XIX; 
 avaliou a importância do surgimento das escolas normais e os requisitos para a 
seleção de candidatos ao magistério; 
 debateu a questão do magistério ter se tornado uma profissão essencialmente 
feminina. 
 
 
 1a Questão (Ref.: 200723650145) Pontos: 0,0 / 1,0 
Os povos autóctones viviam livremente no território hoje conhecido como Brasil, e estes possuíam suas 
formas de educar e produzir o conhecimento, bem distintos do modo europeu português do século XVI. 
Com a chegada dos conquistadores portugueses, que traziam consigo a espada e a cruz, modos e hábitos, 
princípios e cultura considerados superiores deveriam substituir os modos selvagens dos considerados 
Índios. Uma das formas encontradas fora a educação. Assim, podemos afirmar que uma de suas práticas 
mais utilizadas para educar/aculturarem os então chamados selvagens fora: 
 
 as aulas régias 
 o trabalho escravo 
 escolas de primeiras letras 
 as missões jesuíticas 
 os colégios tribais 
 
 
23 
2a Questão (Ref.: 200723650123) Pontos: 0,0 / 1,0 
O primeiro ministro Marques de Pombal procura através de uma reorganização administrativa e 
econômica superar o atraso de Portugal frente às potencias européias no século XVIII. Como metas da 
Reforma Pombalina no Brasil temos: 
 
 a formação de Universidades na Colônia. 
 a criação das aulas régias avulsas em substituição da ação educativa dos jesuítas. 
 a possibilidade do uso da língua tupi em detrimento do ensino da gramática da língua portuguesa. 
 o fortalecimento da aliança do Estado Português e a Companhia de Jesus. 
 o incentivo a escolas de ofícios na Colônia 
 
3a Questão (Ref.: 200723650124) Pontos: 0,0 / 1,0 
(IPAD / PE / 2006 - adaptada) Durante o período colonial no Brasil (1530-1822), os Jesuítas dominaram 
plenamente a educação da colônia. Sobre a sua atuação na educação, é correto afirmar que: 
 
 Na verdade, a presença jesuítica na Colônia foi sem importância e só depois de instaurado o 
Império é que eles passaram a dominar a educação. 
 Foram os primeiros a falar de "educação democrática" e, por isso, foram expulsos pelo Marquês de 
Pombal. 
 Os Jesuítas seguiam o método de estudo conhecido como Ratio Studiorum, inspirado do modelo 
medieval escolástico. 
 Instauraram uma eficiente educação pública, mas foram expulsos do Brasil e só retornaram depois 
da Revolução de 1964, através da intervenção militar. 
 Eles foram os responsáveis pela criação, ainda durante a Colônia, dos primeiros cursos jurídicos do 
Brasil. 
 
4a Questão (Ref.: 200723649926) Pontos: 1,0 / 1,0 
A proposta de renovação historiográfica dos fundadores dos Annales opunha-se a um fazer historiográfico 
que encerrava a história num campo limitado de atuação, identificado como escola metódica. Pode-se 
afirmar que essa oposição, naquele momento, apresentou as características a seguir. 
I Crítica aos eventos de natureza puramente política, por serem insuficientes para explicar todo o 
processo histórico por si mesmos. 
II - Defesa da interdisciplinaridade como forma de dotar a história de instrumentos mais eficazes para a 
análise da sociedade. 
III - Desenvolvimento de um novo programa de pesquisa, baseado apenas na micro-história, em oposição à 
história política tradicional. 
IV - Rejeição aos métodos de pesquisa empírica e ao uso dos documentos escritos. 
São corretas APENAS as características 
 
 I e II 
 I, II e III 
 II e III 
 
24 
 III e IV 
 II, III e IV 
 
5a Questão (Ref.: 200723649941) Pontos: 1,0 / 1,0 
O predomínio da educação jesuíta no Brasil foi quase absoluto até quando o Marquês de Pombal expulsou 
todos os padres da Companhia de Jesus de Portugal e de suas colônias. No lugar dos colégios da 
Companhia de Jesus foram criadas as aulas régias de Latim, Grego e Retórica, cada uma delas constituindo 
uma unidade, autônoma e isolada. 
 
Marque dentre as alternativas abaixo aquela que melhor se relaciona com as características da educação 
no Brasil na época pombalina. 
 
 No período pombalino não havia, propositalmente, escolas técnicas nem superiores no Brasil e a 
imprensa era proibida. 
 Havia a existência de um currículo, no sentido de um conjunto de estudos ordenados e 
hierarquizados que tinha como finalidade atender a diversos níveis de especialização. 
 Este momento caracteriza-se pelo aumento das escolas técnicas e superiores no Brasil a fim de 
atender a deficiência deixada pela educação jesuítica. 
 Os professores eram geralmente de alto nível e bem preparados, embora mal pagos, característica 
muito semelhante ao magistério dos jesuítas, cujo preparo chegava ao requinte. 
 Embora não fosse permitida a impressão de livros no Brasil, devido a sua condição de colônia era 
fácil obter livros vindos do estrangeiro o que facilitava o ensino nas escolas secundárias. 
 
6a Questão (Ref.: 200723649943) Pontos: 1,0 / 1,0 
Os jesuítas foram expulsos das colônias portuguesas por Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de 
Pombal, primeiro-ministro de Portugal de 1750 a 1777. Pombal pensava em reerguer Portugal da 
decadência que se encontrava diante de outras potências européias da época. A educação jesuítica não 
convinha aos interesses comerciais emanados por Pombal que tinha como objetivo organizar educação 
para servir aos interesses do Estado. 
Marque, dentre as alternativas abaixo, aquela que NÂO se relaciona com as mudanças implantadas por 
Pombal em relação à educação: 
 
 Com a expulsão dos jesuítas da colônia, foram criadasas aulas régias do ensino que passaria do 
domínio dos jesuítas para o domínio dos franciscanos, o que levou à criação de mais um tributo, o 
subsídio literário. 
 O fim das escolas jesuíticas de Portugal e de todas as colônias, bem como a criação das aulas régias 
de Latim, Grego e Retórica. 
 Com a expulsão dos jesuítas do império português, o Marquês determinou que a educação na 
colônia passasse a ser transmitida por leigos nas chamadas Aulas Régias. Até então, o ensino formal 
estivera a cargo da Igreja. 
 Pombal introduziu importantes mudanças no sistema de ensino do reino e das colónias - que até 
essa época estava sob a responsabilidade da Igreja -, passando-o ao controle do Estado. 
 A escalada de Pombal, marcada pelo anti-clericalismo teve como característica a expulsão dos 
jesuítas de Portugal e seus domínios. Para justificar seu ato, o ministro acusou a ordem de participar 
de uma tentativa de regicídio e de tentar fundar no Brasil um Império Teocrático. 
 
 
25 
7a Questão (Ref.: 200723649951) Pontos: 1,0 / 1,0 
As origens das instituições escolares no Brasil podem ser localizadas no século XVI com a chegada dos: 
 
 Jesuítas 
 Invasores franceses 
 Missionários presbiterianos 
 Beneditinos 
 Carmelitas 
 
8a Questão (Ref.: 200723649940) Pontos: 0,0 / 1,0 
 Leia o texto a seguir: 
 
A situação da educação na colônia começou a mudar com a vinda forçada de Dom João VI para o Brasil em 
1808, fugindo das tropas de Napoleão que haviam invadido Portugal por esta época. Dom João sabia que 
sua estadia forçada em terras brasileiras não seria curta e, portanto, além de abrir os portos do Brasil às 
nações amigas, resolveu permitir a imprensa, facilitar a entrada de livros e fundar cerca de uma dezena de 
instituições de ensino técnico ou superior em nosso território, no Rio de Janeiro e na Bahia. Estas 
instituições visavam apenas a formação de profissionais de nível superior nas áreas de Engenharia, 
Medicina, Química e Agricultura. Dom João VI não fundou nenhuma escola de Direito no Brasil, não tomou 
iniciativa alguma quanto à organização do ensino primário nem do secundário, que continuaram existindo 
sob a forma das aulas régias instituídas pelo Marquês de Pombal. Tampouco fundou institutos de pesquisa 
ou de ensino de disciplinas de interesse, nem tentou organizar uma Universidade no Brasil, embora estas 
instituições fossem já comuns na Europa e mesmo nas demais colônias da América Espanhola. 
 
(http://www.cristianismo.org.br/his-br01.htm - adaptado) 
 
 
Marque a alternativa que melhor interpreta o texto acima: 
 
 
 
 
 D. João VI sancionou a primeira lei que garantia que a instrução primária seria gratuita a todos os 
cidadãos o que atenderia a carência de mão de obra deixada pelo período jesuítico. 
 O Brasil, assim como as colônias espanholas foi um dos pioneiros a estabelecer o sistema de aulas 
régias após a transferência da família Real. A criação dessas aulas tinha como objetivo adaptar a 
educação aos moldes do sistema educacional europeu. 
 Dom João quis resolver apenas um problema mais imediato:a falta de um certo número de 
engenheiros, médicos e agrônomos no Brasil, e não o problema da educação de forma geral do povo 
brasileiro. 
 D. João contribuiu sobretudo com o desenvolvimento da pesquisa, sobretudo nas áreas de 
engenharia, medicina, química e agricultura. 
 O ensino primário e o ensino secundário foram prioridade após a abertura dos portos às nações 
amigas. 
 
9a Questão (Ref.: 200723630559) 
 
Durante mais de 200 anos os jesuítas foram responsáveis pela educação no Brasil. Isso mudou quando 
 
26 
foram expulsos de todas as colônias portuguesas por decisão de Sebastião José de Carvalho, o marquês de 
Pombal. 
Sobre o modelo educacional jesuítico faça uma análise de suas principais características. 
 
 
Sua Resposta: 
 
 
Compare com a sua resposta: A educação jesuítica era dogmática, abstrata e conservadora, uma vez que a 
Igreja católica empenhava-se na reafirmação de sua autoridade. Além disso o próprio sistema era 
autoritário e possuía dentre suas práticas o castigo. Baseavam-se no método da Ratio Studiorum que 
consistia em uma sistematização da pedagogia jesuítica cobrindo todas as atividades dos agentes ligados 
ao ensino. Este método recomendava que o professor nunca se afastasse em matéria filosófica de 
Aristóteles, e teológica de Santo Tomás de Aquino. 
 
10a Questão (Ref.: 200723630568) 
 
"A educação pode transformar vidas, por isso deve ser democrática". Por que essa prática não aplica-se a 
educação no período colonial? 
 
 
Sua Resposta: 
 
 
Compare com a sua resposta: R: Porque ainda que houvesse um sistema educacional para os índios, 
mulheres e escravos por exemplos estavam excluídos do sistema educacional. 
 
2a Questão (Ref.: 200719319823) Pontos: 0,0 / 1,0 
O primeiro ministro Marques de Pombal procura através de uma reorganização administrativa e 
econômica superar o atraso de Portugal frente às potencias européias no século XVIII. Como metas da 
Reforma Pombalina no Brasil temos: 
 
 a formação de Universidades na Colônia. 
 o incentivo a escolas de ofícios na Colônia . 
 a criação das aulas régias avulsas em substituição da ação educativa dos jesuítas. 
 o fortalecimento da aliança do Estado Português e a Companhia de Jesus. 
 a possibilidade do uso da língua tupi em detrimento do ensino da gramática da língua portuguesa. 
 
3a Questão (Ref.: 200719319648) Pontos: 0,0 / 1,0 
A construção da memória histórica da educação brasileira é importante uma vez que: 
 
 É fundamental para a elaboração de manuais didáticos para 
universitários. 
 É matéria presente nos currículos de ensino fundamental I e II das 
escolas do Brasil. 
 Toda a produção historiográfica depende de sua compreensão. 
 
27 
 Está ligada à preservação da memória da educação brasileira. 
 Relaciona-se apenas ao ensino da história no cotidiano de sala de aula. 
4a Questão (Ref.: 200719319626) Pontos: 0,0 / 1,0 
A proposta de renovação historiográfica dos fundadores dos Annales opunha-se a um fazer historiográfico 
que encerrava a história num campo limitado de atuação, identificado como escola metódica. Pode-se 
afirmar que essa oposição, naquele momento, apresentou as características a seguir. 
I Crítica aos eventos de natureza puramente política, por serem insuficientes para explicar todo o 
processo histórico por si mesmos. 
II - Defesa da interdisciplinaridade como forma de dotar a história de instrumentos mais eficazes para a 
análise da sociedade. 
III - Desenvolvimento de um novo programa de pesquisa, baseado apenas na micro-história, em oposição à 
história política tradicional. 
IV - Rejeição aos métodos de pesquisa empírica e ao uso dos documentos escritos. 
São corretas APENAS as características 
 
 II e III 
 I, II e III 
 I e II 
 II, III e IV 
 III e IV 
 
5a Questão (Ref.: 200719319845) Pontos: 0,0 / 1,0 
Os povos autóctones viviam livremente no território hoje conhecido como Brasil, e estes possuíam suas 
formas de educar e produzir o conhecimento, bem distintos do modo europeu português do século XVI. 
Com a chegada dos conquistadores portugueses, que traziam consigo a espada e a cruz, modos e hábitos, 
princípios e cultura considerados superiores deveriam substituir os modos selvagens dos considerados 
Índios. Uma das formas encontradas fora a educação. Assim, podemos afirmar que uma de suas práticas 
mais utilizadas para educar/aculturarem os então chamados selvagens fora: 
 
 escolas de primeiras letras 
 as missões jesuíticas 
 o trabalho escravo 
 os colégios tribais 
 as aulas régias 
 
6a Questão (Ref.: 200719319645) Pontos: 0,0 / 1,0 
Os jesuítas permaneceram como responsáveis pela educação no Brasil durante duzentose dez anos, até 
1759, quando foram expulsos de todas as colônias portuguesas por decisão de Sebastião José de Carvalho, 
o marquês de Pombal. 
Sobre o modelo educacional jesuítico leia as alternativas abaixo: 
 
a) A educação jesuítica foi nitidamente dogmática, abstrata e conservadora. A Igreja católica ameaçada 
 
28 
pelo espírito crítico que rondava a Europa, parecia empenhar-se, mediante o ensino jesuítico, pela 
reafirmação de sua autoridade. 
b) Consideramos que correspondendo ao ideal europeu da época, cujo interesse dirigia-se a formação do 
homem culto, os padres jesuítas não 
visavam formar letrados eruditos que, entretanto não questionassem a ordem estabelecida. 
c) O desinteresse quase total pela ciência caracterizou toda a educação na colônia. A 
metrópole, por outro lado, reforçava essa realidade por manter-se fechada ao espírito crítico e de análise, 
à pesquisa e experimentação. 
d) Os interesses da educação no período colonial, na realidade, convergiam para um único objetivo ¿ a 
manutenção da ordem. Nesse sentido, a educação jesuítica refletia claramente o seu caráter elitista. 
e) Os jesuítas investiram maciçamente em um espírito crítico e questionador, muito característico do 
sistema educacional português e espanhol. Tal sistema de educação foi fundamental para o combate as 
teorias da Contra Reforma que ameaçavam a Igreja Católica na Europa. 
 
Assinale a alternativa que contém a afirmativa que contém a sequência correta : 
 
 V, F, F, V, V 
 V, V, V, V, F 
 V, V, F, V, F 
 F, F, V, V, F 
 V, V, V, V,V 
 
7a Questão (Ref.: 200719319647) Pontos: 0,0 / 1,0 
As instituições escolares se desenvolveram e se consolidaram na época moderna inaugurando o ensino 
coletivo que, gradativamente, acabou substituindo o ensino individual e foi esse tipo de ensino que foi 
implantado nas colônias. 
Baseando-se nessa afirmação é correto afirmar que: 
 
 Na antiguidade havia a predominância do ensino coletivo, enquanto que na época moderna do 
ensino individual. 
 Não havia contraposição entre o ensino individual e o ensino coletivo ministrado nas escolas. Eles 
eram praticamente iguais. 
 A maioria das colônias, diferentemente do que acontecia na Europa, optou por um método de 
educação individual. 
 Os jesuítas tiveram a percepção da praticidade do modus parisiensis, que inaugura o ensino 
coletivo, sobre o modus italicus, centrado no ensino individual. 
 O ensino coletivo foi instituído apenas nas escolas das metrópoles, pólos difusores do sistema 
educacional a partir do século XVI. 
 
8a Questão (Ref.: 200719319824) Pontos: 0,0 / 1,0 
(IPAD / PE / 2006 - adaptada) Durante o período colonial no Brasil (1530-1822), os Jesuítas dominaram 
plenamente a educação da colônia. Sobre a sua atuação na educação, é correto afirmar que: 
 
 Os Jesuítas seguiam o método de estudo conhecido como Ratio Studiorum, inspirado do modelo 
medieval escolástico. 
 Instauraram uma eficiente educação pública, mas foram expulsos do Brasil e só retornaram depois 
 
29 
da Revolução de 1964, através da intervenção militar. 
 Foram os primeiros a falar de "educação democrática" e, por isso, foram expulsos pelo Marquês de 
Pombal. 
 Na verdade, a presença jesuítica na Colônia foi sem importância e só depois de instaurado o 
Império é que eles passaram a dominar a educação. 
 Eles foram os responsáveis pela criação, ainda durante a Colônia, dos primeiros cursos jurídicos do 
Brasil. 
 
9a Questão (Ref.: 200719300259) 
 
Durante mais de 200 anos os jesuítas foram responsáveis pela educação no Brasil. Isso mudou quando 
foram expulsos de todas as colônias portuguesas por decisão de Sebastião José de Carvalho, o marquês de 
Pombal. 
Sobre o modelo educacional jesuítico faça uma análise de suas principais características. 
 
 
Sua Resposta: 
 
 
Compare com a sua resposta: A educação jesuítica era dogmática, abstrata e conservadora, uma vez que a 
Igreja católica empenhava-se na reafirmação de sua autoridade. Além disso o próprio sistema era 
autoritário e possuía dentre suas práticas o castigo. Baseavam-se no método da Ratio Studiorum que 
consistia em uma sistematização da pedagogia jesuítica cobrindo todas as atividades dos agentes ligados 
ao ensino. Este método recomendava que o professor nunca se afastasse em matéria filosófica de 
Aristóteles, e teológica de Santo Tomás de Aquino. 
 
9a Questão (Ref.: 200719300259) 
 
Durante mais de 200 anos os jesuítas foram responsáveis pela educação no Brasil. Isso mudou quando 
foram expulsos de todas as colônias portuguesas por decisão de Sebastião José de Carvalho, o marquês de 
Pombal. 
Sobre o modelo educacional jesuítico faça uma análise de suas principais características. 
 
 
Sua Resposta: 
 
 
Compare com a sua resposta: A educação jesuítica era dogmática, abstrata e conservadora, uma vez que a 
Igreja católica empenhava-se na reafirmação de sua autoridade. Além disso o próprio sistema era 
autoritário e possuía dentre suas práticas o castigo. Baseavam-se no método da Ratio Studiorum que 
consistia em uma sistematização da pedagogia jesuítica cobrindo todas as atividades dos agentes ligados 
ao ensino. Este método recomendava que o professor nunca se afastasse em matéria filosófica de 
Aristóteles, e teológica de Santo Tomás de Aquino. 
 
 
 
30 
AULA 06 – AS IDEIAS PEDAGÓGICAS DO PERÍODO REPUBLICANO 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 reconhecer impacto das ideias positivistas e as ideias pedagógicas dominantes nas 
primeiras duas décadas do século XX. 
A segunda metade do século XIX representou para a história brasileira um período de 
grandes mudanças. 
 Ocorrência de significativos surtos industriais. 
 Abolição da escravatura. 
 Crescimento da burguesia urbana. 
 Chegada de imigrantes oriundos de diferentes países. 
 Enfraquecimento e a queda da monarquia e a proclamação da república. 
Para uma determinada parcela das classes dirigentes (e mais rica) o conjunto dos 
acontecimentos anteriormente citados promoveu uma série de modificações no campo das 
ideias, anteriormente sob forte domínio do pensamento cristão-católico. 
Naquele momento, duas propostas se destacaram no campo das ideias: 
Positivismo comteano - Penetrou, primeiramente, nas escolas militares e depois se 
propagou entre alguns membros das elites políticas. 
Liberalismo - Atingiu, principalmente, os partidários do abolicionismo e os do movimento 
republicano brasileiro. 
Na área da educação institucionalizada, ainda durante o período do segundo império, 
houve algumas tentativas (por ex. as tentativas de reformas de Leôncio de Carvalho, em 
1879 e a de Rodolfo Dantas, em 1882) de reformas que buscavam melhorias sem, contudo, 
lograrem êxito. 
A primeira reforma educacional republicana coube ao então ministro da instrução, 
Benjamin Constant, realizada em 1890 e cujo foco principal foi o cientificismo positivista 
(principalmente para a escola secundária e para o ensino superior). 
 
31 
 
 
No entanto, vale relembrar que a maior parte dos “ideais republicanos” (por ex. a 
federação, a democracia a convivência social, o pregresso, a independência cultural, entre 
outros) foi frustrada. 
Como herança educacional do período imperial brasileiro, a Constituição Republicana de 
1891 manteve a dualidade do sistema escolar, ou seja, boas e poucas escolas para as elites 
e escolas de qualidade duvidosa para os demais indivíduos da sociedade. 
Sistemas de ensino 
Sistema federal - Destinado às elites, era responsável pelo ensino superior e pelo ensino 
secundário 
Sistema estadual - Destinado às camadas pobres, era responsável pelo ensino profissional e 
primário 
Nas primeiras décadas republicanas, a ausência de estruturas sociais, econômicas, políticas 
e culturaissomadas à falta de interesse das novas elites dirigentes condenaram, de modo 
geral, as reformas educacionais ao fracasso, pois a maior parte dos projetos educacionais 
(principalmente, os dirigidos para as classes subalternas da sociedade.) não foi sequer 
implantada. 
1929- No decorrer dos anos 20, começaram a surgir no cenário nacional vários 
acontecimentos, principalmente, político-culturais e movimentos intelectuais (por ex. o 
escolanovismo, a semana de arte moderna, a criação do partido comunista, o anarquismo 
etc.) que, direta ou indiretamente, atingiram a educação escolar brasileira. 
 
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Veja quais eram as principais correntes pedagógicas que circulavam nesse contexto de 
mudanças e permanências históricas no início do século XX. 
 Pedagogia cristã-católica (já tradicional em nossas terras desde os jesuítas). 
 Pedagogia positivista (implantada com as ideias republicanas). 
 Pedagogia cristã-protestante (principalmente após a ruptura entre o Estado e a Igreja 
Católica Romana). 
 Pedagogia escolanovista (alimentada pelo “otimismo pedagógico”, desde os anos 
vinte). 
 
Síntese da Aula 06 – As Ideias Pedagógicas do Período Republicano 
 percebeu que a segunda metade do século XIX representou para a história brasileira 
um período de grandes mudanças e que no campo das ideias duas propostas se 
destacaram naquele momento: o positivismo “comteano” e o liberalismo; 
 avaliou a importância da primeira reforma educacional republicana que coube ao 
então ministro da instrução, Benjamin Constant, realizada em 1890; 
 atentou para o decorrer dos anos 20 onde começaram a surgir no cenário nacional, 
vários acontecimentos, principalmente, político-culturais e movimentos intelectuais; 
 relacionou, ao contexto histórico do último quartel do século XIX, as principais 
correntes pedagógicas que circulavam entre: a pedagogia cristã-católica; a pedagogia 
positivista; a pedagogia cristã-protestante; e a pedagogia escolanovista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AULA 07 – A CRISE DOS ANOS 20 NA EDUCAÇÃO: A ABE, A ESCOLA 
NOVA E AS REFORMAS DA INSTRUÇÃO PÚBLICA NOS ESTADOS 
BRASILEIROS 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 conhecer os principais acontecimentos relativos à educação num período de intensas 
crises na história republicana brasileira; 
 analisar a criação da Associação Brasileira de Educação (ABE); 
 avaliar o pensamento de Anísio Teixeira e da Escola Nova; 
 compreender as reformas na educação pública em alguns estados brasileiros. 
Os anos 20 do século XX foram impregnados por diferentes atos políticos e culturais de 
contestação no cenário nacional: foram movimentos intelectuais, greves e revoltas que 
entraram para a nossa história. 
De modo geral, essas manifestações serviram como protestos (especialmente, contra a 
oligarquia agrária, tradicionalmente representada e comandada pelos ‘coronéis’) às 
tradicionais forças dirigentes do país. 
Uma parte da recém implantada burguesia urbana (composta por profissionail liberais, 
intelectuais, militares de alta patente, políticos, comerciantes e industriais) tinha interesses 
políticos e econômicos em vários daqueles movimentos de oposição às aristocracias rurais 
conservadoras. 
No campo educacional, surgiu em 1924 a Associação Brasileira de Educação – ABE, fundada 
por Heitor Lira, que buscou promover os primeiros grandes debates sobre a educação em 
nosso país. 
Ainda no decorrer dos anos 20, alguns estados realizaram reformas em seus “sistemas de 
ensino” (escolas primárias e escolas profissionalizantes, para as classes pobres.). A maior 
parte das reformas estava impregnada pelos ideais escolanovistas. 
Alguns idealizadores: 
Sampaio Dória 
São Paulo, 1920. 
Anísio Teixeira 
Bahia, 1925. 
Lourenço Filho 
 
34 
Ceará, 1923. 
Francisco Campos 
Minas Gerais, 1927. 
Mário Casassanta 
Minas Gerais, 1927. 
Fernando de Azevedo 
Distrito Federal-RJ, 1928. 
De maneira geral, quatro princípios orientavam as reformas educacionais (principalmente a 
reforma ocorrida no distrito federal-RJ implantadas por Fernando de Azevedo) dos anos 
vinte: 
 a extensão do ensino; 
 a articulação entre os diferentes níveis da escolarização; 
 a adaptação ao meio social; 
 a adaptação às ideias modernas de educação. 
Na realidade, pouca coisa daquelas propostas foi colocada em prática, algumas escolas 
consideradas “modelos” foram beneficiadas. 
A instrução pública continuava sendo destinada às camadas mais baixas da população 
brasileira, reforçando assim a velha divisão do sistema de ensino brasileiro. 
Diante das várias reformas educacionais, o analfabetismo entre jovens e adultos, um 
problema de âmbito nacional, sequer foi abalado. As camadas mais pobres da população 
permaneceram em sua obscuridade educacional, com “direitos limitados”. E, como sempre 
ocorreu em nosso país, as classes “médias” e “altas” foram as grandes beneficiadas com as 
“novas ideias educacionais”. 
A crise dos anos vinte conduziu o país à denominada “Revolução de 1930”. De acordo com 
o conceito estrito, não houve, de fato, uma “Revolução”, mas sim um golpe pelo qual o 
poder foi tomado. 
Esse fenômeno levou Getúlio Vargas ao comando da nação. Seu governo se demonstrou 
autoritário e ditatorial, influenciado pelo fascismo e pelo nazismo, implantados na Europa. 
O novo tipo de governo implantado por Vargas e sua equipe dirigente tinha como principais 
características: 
 
35 
 O controle dos sindicatos; 
 a forte propaganda do sistema governamental; 
 a censura sobre os meios de comunicação; 
 a eliminação de todos os opositores do novo regime político implantado. 
É importante destacar que o sistema escolar não ficou fora desse controle. E como em todo 
sistema político ditatorial, a escola serviu como amplo meio e instrumento de dominação e 
controle dos corpos e das mentes. 
Síntese da Aula 07 – A Crise dos Anos 20 na Educação: A ABE, a Escola Nova e as Reformas 
da Instrução Pública nos Estados Brasileiros 
 pôde perceber que os anos 20 foram impregnados por diferentes atos políticos e 
culturais de contestação no cenário nacional; 
 atentou para o surgimento no campo educacional da Associação Brasileira de 
Educação (ABE), em 1924; 
 entendeu que ainda no decorrer dos anos 20 alguns estados realizaram reformas em 
seus “sistemas de ensino”; 
 compreendeu que a instrução pública continuava destinada às camadas mais baixas 
da população brasileira; 
 concluiu que a crise dos anos vinte conduziu o país à denominada “Revolução de 
1930”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AULA 08 – A ERA VARGAS E AS REFORMAS NA EDUCAÇÃO 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 reconhecer os principais aspectos históricos da Era Vargas (1930-1945); 
 compreender as principais características do Manifesto dos Pioneiros da Educação e 
das reformas Francisco Campos e Capanema na educação. 
Ao final da Primeira República, pouca coisa havia mudado em termos educacionais, nosso 
país continuava sem um “sistema de ensino” coerente e eficiente. 
Com o golpe de 1930, alguns nomes de projeção na educação (desde os anos 20) ocuparam 
posições de destaque no cenário educacional. Vários “reformadores” da década de vinte 
foram convidados a ocupar cargos de relevância no interior do novo governo. 
Assim, pela primeira vez em nossa história da educação, se inicia um movimento em 
direção a criação de um sistema organizado de ensino. 
Uma das primeiras iniciativas do governo, na área da educação, foi a criação do Ministério 
da Educação e das Secretarias Estaduais de Educação. O primeiro nome a ocupar o 
Ministério da Educação foi Francisco Campos(Chico ciências). 
 A Constituição de 1934 foi a primeira Carta Magna brasileira a incluir em seu texto um 
capítulo inteiro sobre a educação. Pela primeira vez foram apontadas questões importantes 
em relação ao ensino no Brasil. 
É necessário saber que o movimento de centralização dos poderes também fazia parte do 
sistema educacional em criação acompanhando as orientações e determinações do 
Governo Federal. A autonomia dos Estados, por exemplo, era bastante limitada e regulada. 
As “autoridades superiores” eram as novas mandatárias também na educação e o sistema 
de ensino foi criado sob tais moldes autoritários. 
Para limitar as ações escolares foram criados uma série de instrumentos normatizados e 
reguladores. Neste período, surgiram os primeiros cursos superiores com as ‘habilitações’ 
de ‘supervisão escolar’, ‘administração escolar’, e ‘orientação educacional’ nos cursos de 
pedagogia. 
No mesmo sentido, a burocratização na área educacional tbm foi ampliada, muitas vezes 
superando os ideais elementares da educação, em nome da ‘papelada’, dos ‘carimbos’, das 
‘autorizações’ etc. a formação humana era suplantada pelos aspectos legais e normativos. 
No ano de 1932, um grupo de educadores apresentou ao Governo um documento que 
ficou conhecido posteriormente como o “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”. 
 
37 
O documento apresentava várias propostas e defendia algumas posições que, a partir de 
então, ou foram colocadas em prática (embora moderadamente) ou foram combatidas e 
perseguidas como “ideias subversivas da ordem estabelecida” (entenda-se “status quo”). 
A educação: 
 deveria ser compreendida como principal instrumento de construção da democracia 
no Brasil; 
 necessitaria ser um instrumento de integração social; 
 precisaria ser essencialmente pública, obrigatória, gratuita e leiga (ou seja, ampla, 
geral e irrestrita); 
 tinha que ser um veículo de vinculação com as comunidades nas quais estavam 
inseridas; 
 deveria ser ‘uma só’, articulando as vários graus e atendendo os diferentes níveis do 
desenvolvimento humano; 
 necessitaria ser funcional e ativa; 
 todos os professores deveriam possuir formação em nível superior; etc. 
Os Ministros da Educação Francisco Campos e Gustavo Capanema foram responsáveis por 
reformas no sistema de ensino em seus respectivos mandatos. Como mero exemplo das 
semelhanças entre as duas reformas, vale ressaltar que para ambos as principais funções 
do ensino secundário eram a “formação geral” e a “preparação para o curso superior”. 
Alguns acontecimentos importantes ocorreram no campo da educação no período de 
1931 a 1946. 
 Em 1931 promulgaram os Estatutos das Universidades Brasileiras e em 1934 foi 
fundada a Universidade de São Paulo. 
 
 O artigo 129 da Constituição de 1937 destinava o ensino técnico-comercial às 
“classes menos favorecidas”. 
 
 Em 1942 foi regulamentado o Ensino Industrial, nesse mesmo ano o SENAI foi criado. 
 
 Em 1943 foi regulamentado o Ensino Comercial. 
 
 Em 1946 o SENAC foi criado e o Ensino Normal foi regulamentado (através do 
decreto-lei nº 8530 de 2 de janiero) sob os mesmo padrões, ou seja, todos 
direcionados às camadas mais pobres da sociedade brasileira. 
Nesse mesmo ano o Governo Federal passou a regulamentar também o ensino primário. 
 
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AULA 09 – MOVIMENTOS EDUCACIONAIS A PARTIR DE 1950 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 reconhecer o período do pós-guerra e o avanço das ideias liberais, a democracia e a 
consolidação do capitalismo no Brasil; 
 caracterizar o pensamento de Paulo Freire e o seu método de alfabetização. 
Vamos conhecer um pouco da história da educação brasileira no período pós guerra. 
Entre os anos de 1945 e 1964, o nosso país vivenciou talvez pela primeira vez na sua 
história, um período de tentativa democrática, fenômeno que permitiu algum 
desenvolvimento dos movimentos populares e do surgimento de algumas campanhas de 
educação. 
Houve eleições diretas para praticamente todos os cargos elegíveis (de Vereador à 
Presidente da República) e as várias organizações representativas dos mais diferentes 
setores sociais puderam se manifestar, de algum modo. 
Por meio da Constituição de 1946, houve uma tentativa de democratização e a educação 
aparece, então, como “um direito de todos”, princípio que fora omitido na Constituição 
de 1937. 
Vale destacar que não estávamos diante de uma democracia ampla, geral e irrestrita, havia 
ainda muito para caminharmos neste sentido. 
Em 1947, o Partido Comunista foi considerado “ilegal” e colocado na marginalidade. 
Em 1961, foi lançada a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
Houve um grande movimento favorável à educação popular, à alfabetização de jovens e de 
adultos, ao ensino técnico-profissionalizante, que passou a ter equivalência ao curso 
secundário. 
Várias campanhas foram realizadas em prol da escola e do pessoal docente, sendo algumas 
de âmbito nacional. 
 campanha de aperfeiçoamento e difusão do ensino secundário (CADES). 
 campanha de aperfeiçoamento e expansão do ensino comercial (CAEC) 
 campanha de erradicação do analfabetismo (CEA). 
A Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, que estabeleceu as Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDBEN) foi a primeira na História da Educação brasileira a abranger 
todos os níveis do ensino no país. 
 
39 
É interessante observar que o projeto daquela Lei foi apresentado ao Congresso Nacional 
em 1947 e parece que tudo foi motivo de divergências: desde o significado do conceito de 
“diretrizes e bases” até as questões voltadas aos promotores do ensino: quem poderia? 
Quais instituições? Públicas, privadas, confessionais, leigas etc. 
As lutas pelas escolas populares (públicas) não foram poucas. Grandes campanhas foram 
implantadas, estimuladas e colocadas em prática por diferentes setores da sociedade. 
Vários movimentos de apoio a educação de jovens e de adultos também foram levados 
adiante. 
Merece destaque, entre aqueles movimentos, a “Campanha de Educação de Adultos” e o 
“Movimento de Educação de Base” e o “Programa Nacional de Alfabetização”. 
Ao iniciar a década de 1950, surgiu no Recife (Pernambuco) o “Método Paulo Freire” que 
orientou a campanha “De pé no chão também se aprende a ler”. A ideia central do 
“Método” (que o próprio Freire insistia em não chamar de método) é a adequação do 
processo educativo às características do meio no qual está inserido. 
A educação, Na constituição de 1946, aparece como “um direito de todos”, princípio que 
fora omitido na Constituição de 1937. 
SÍNTESE DA AULA 09 – MOVIMENTOS EDUCACIONAIS A PARTIR DE 1950 
 percebeu que entre os anos de 1945 e 1964 o nosso país vivenciou, talvez, pela 
primeira vez na sua história, um período de tentativa democrática; 
 estudou que em 1961 foi lançada a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional; 
 tratou de Várias campanhas foram realizadas e entre tantas podemos citar: 
- Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (CADES); 
- Campanha de Aperfeiçoamento e Expansão do Ensino Comercial (CAEC); 
-Campanha de Erradicação do Analfabetismo (CEA). 
 avaliou a importância de vários movimentos de apoio a educação de jovens e de 
adultos também foram levados adiante. Por exemplo: a “Campanha de Educação de 
Adultos” e o “Movimento de Educação de Base” e o “Programa Nacional de 
Alfabetização”; 
 atentou que ao iniciar a década de 1950 surgiu no Recife (Pernambuco) o “Método 
Paulo Freire” que orientou a campanha “De pé no chão também se aprende a ler”. 
 
 
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AULA 10 – O REGIME MILITAR E AS REFORMAS EDUCACIONAIS 
 
Ao final desta aula, você será capaz

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