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Introdução à Psicofarmacologia

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INTRODUÇÃO AO SNC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A maioria dos fármacos que afeta o sistema nervoso central (SNC) atua alterando 
algum passo do processo de neurotransmissão. Os fármacos que afetam o SNC podem 
agir de modo pré-sináptico, influenciando a produção, o armazenamento ou o término da 
ação dos neurotransmissores; entretanto, outros podem ativar ou bloquear os receptores 
póssinápticos. 
 
 
Neurotransmissão no SNC 
 
 
Sob vários pontos de vista, a função básica dos neurônios 
no SNC é semelhante à do sistema nervoso autônomo. Por 
exemplo, a transmissão da informação tanto no SNC como na 
periferia envolve a liberação de neurotransmissores que se 
difundem através do espaço sináptico para unirem-se a 
receptores específicos no neurônio pós-sináptico. Em ambos os 
sistemas, o reconhecimento do neurotransmissor pelo receptor de membrana no neurônio 
pós-sináptico desencadeia alterações intracelulares. Existem algumas diferenças 
importantes entre os neurônios do sistema nervoso autônomo periférico e os do SNC. A 
rede neuronal do SNC é muito mais complexa do que a do sistema nervoso autônomo, e 
o número de sinapses no SNC é muito maior. Diferentemente do sistema nervoso 
autônomo periférico, o SNC contém circuitos de neurônios inibitórios eficientes que estão 
constantemente ativos, modulando a velocidade de transmissão neuronal. Além disso, o 
SNC comunica-se através de mais de 10 (talvez até 50) diferentes neurotransmissores. 
Em contraste, o sistema autônomo usa apenas dois neurotransmissores primários, a 
acetilcolina e a noradrenalina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Potenciais Sinápticos 
 
 
No SNC, os receptores na maioria das 
sinapses estão acoplados a canais iônicos, ou 
seja, a ligação do neurotransmissor com os 
receptores da membrana pós-sináptica ocasiona 
abertura rápida, posto que transitória, dos canais 
iônicos. Os canais abertos franqueiam a 
passagem dos íons do lado externo e interno da 
membrana celular, a favor dos seus gradientes de concentração. A conseqüente alteração 
da composição iônica através da membrana neuronal muda o potencial pós-sináptico, 
produzindo despolarização ou hiperpolarização da membrana pós-sináptica, dependendo 
de quais íons se movem e da direção do seu movimento. 
 
 
→ Vias excitatórias 
 
 
Os neurotransmissores podem classificar-se como excitatórios ou inibitórios, 
dependendo da natureza do efeito que provocam. A estimulação de neurônios excitatórios 
provoca um movimento iônico que resulta em despolarização da membrana pós-sináptica. 
Estes potenciais pós-sinápticos excitatórios (PPSE) são gerados pelo seguinte: 
1. A estimulação de um neurônio excitatório causa liberação de moléculas de um 
neurotransmissor, tal como noradrenalina ou acetilcolina, que se liga a receptores 
localizados na membrana da célula pós-sináptica. Isso redunda em aumento transitório na 
permeabilidade aos íons sódio (Na
+
); 
2. O influxo de Na
+
 provoca certa despolarização ou potencial pós-sináptico 
excitatório (PPSE); 
3. Se o número de fibras excitatórias estimuladas aumenta e mais 
neurotransmissor excitatório é liberado, fazendo com que a despolarização PPSE da 
célula pós-sináptica ultrapasse um limiar, é gerado um potencial de ação tudo-ou-nada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ Vias inibitórias 
 
 
A estimulação de neurônios inibitórios causa movimento de íons que resulta em 
hiperpolarização da membrana pós-sináptica. Estes potenciais pós-sinápticos inibitórios 
(PPSI) são gerados pelo seguinte: 
1. A estimulação de neurônios inibitórios libera moléculas de neurotransmissor, tais 
como o ácido y-aminobutírico (GABA) ou glicina, o qual se liga a receptores na membrana 
da célula pós-sináptica. Isso redunda em aumento transitório na permeabilidade a certos 
íons específicos, como potássio e cloreto; 
2. O influxo de cloreto (CI-) e o efluxo de potássio (K
+
) causam certa 
hiperpolarização ou potencial pós-sináptico inibitório (PPSI) que desloca o potencial pós- 
sináptico para uma posição mais distante do seu limiar de deflagração, diminuindo a 
gênese de potenciais de ação. 
 
 
→ Efeitos combinados de PPSE e PPSI 
 
 
A maioria dos neurônios no SNC recebe 
aferências tanto de PPSE como de PPSI. Assim, 
embora vários neurotransmissores diferentes possam 
agir sobre o mesmo neurônio, cada um se liga ao seu 
próprio receptor específico. O efeito geral resultante 
deve-se à soma dos efeitos individuais dos vários 
neurotransmissores sobre o neurônio. Os neurotransmissores não estão distribuídos 
uniformemente pelo SNC, localizando-se em grupos específicos de neurônios cujos 
axônios podem fazer sinapse em regiões específicas do cérebro. Deste modo, muitos 
tratos neuronais parecem estar codificados quimicamente, e este fato pode oferecer maior 
oportunidade para a modulação seletiva de certas vias neuronais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO A PSICOFARMACOLOGIA 
 
 
Os transtornos mentais, em geral, foram considerados pela Medicina somente no 
século XIX. Em 1892, a obra de Kraepelin "Sobre as influências de alguns medicamentos 
em determinados fenômenos psíquicos elementares" lança o nome "farmacopsicologia" e 
apresenta os estudos sobre a morfina, chá, álcool, cloraldeído e paraldeído (Oliveira, 
1994). 
Somente na década de 50 surge a conhecida psicofarmacologia, com um 
antipsicótico chamado clorpromazina. Daí para frente surgiram os ansiolíticos, 
antidepressivos, estabilizadores de humor, hipnóticos, estimulantes e outros. Até hoje, as 
pesquisas e as evoluções de maior repercussão na área psiquiátrica baseiam-se, direta 
ou indiretamente, na psicofarrnacologia.' Inclusive, em 1917, o psiquiatra Julius Von 
Wagner - Jauregg ganhou o Prêmio Nobel com a introdução da toxina da malária para 
tratar a sífilis (Kaplan et al., 1997). 
Alguns psicotrópicos são usados demasiadamente, por vezes, sem uma devida 
indicação e controle médico, como é o caso dos hipnóticos e os ansiolíticos, 
popularmente conhecidos como soníferos e calmantes, respectivamente. A máxima de 
que "a propaganda é a alma do negócio" não deveria ser tão verdadeira na relação 
médico-indústria farmacêutica, a fim de inibir, assim, profissionais de lançarem mão dos 
psicofármacos frente a situações nas quais o alívio da própria ansiedade em prescrevê- 
los seria a prioridade, substituindo tal conduta por um encaminhamento a quem de 
devido. O preconceito em relação aos transtornos mentais, aos psicofárrnacos e aos 
profissionais especialistas da área é, por vezes, mais exacerbado entre os próprios 
colegas da saúde, o que pode inviabilizar um encaminhamento claro e desprovido de 
estigmas, assim como um tratamento interdisciplinar adequado. 
A prática da psicofarmacologia clínica exige habilitação e capacitação de 
diagnosticador e psicoterapeuta (Kaplan et al., 1997), além de conhecimento da 
farmacodinâmica, farmacocinética, posologia, tempo de uso, efeitos colaterais, interações 
medicamentosas e contra-indicações da droga selecionada, embasados na história de 
vida do paciente, seu estado geral e planejamento do tratamento. O paciente e a família 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
devem estar cientes de todos estes aspectos e propósitos. Nos países mais 
desenvolvidos há a exigência de um consentimento formal para o uso de alguns 
psicotrópicos, tamanha é a importância da administração destes produtos. 
A cada ano, novos psicofármacos são lançados no mercado. Mais recentemente, 
houve o lançamento dos genéricos. Aumentam o número de farmácias de manipulação. 
Com tanta evolução e transformações, a população geral busca, por vezes,o mais barato 
economicamente, o que não significa o de mais qualidade, levando-se em conta que um 
medicamento deve ter bem controlada a sua bioequivalência e biodisponibilidade, 
conceitos não divulgados entre o público leigo. 
 
 
 
 
PRESCRIÇÕES E MEDICAÇÕES 
 
 
Até chegar às farmácias, o remédio levou cerca de 10 anos para percorrer estas 
etapas até que ele esteja pronto para o consumo. Como se vê é uma pesquisa com 
bastante cuidados, porém sujeitas a lacunas quanto a interações medicamentosas, que 
costumam ser as questões mais espinhosas para o médico, na prescrição, pela enorme 
quantidade de interações possíveis, sem contar as desconhecidas. Muito preocupantes, 
são possíveis efeitos teratogênicos na gravidez e também as conseqüências de seu uso 
em mulheres no período de lactação, e no Brasil geralmente os dados são quase sempre 
muito escassos para estas novas drogas. Pode também não haver insuficiente estudo de 
seus efeitos em patologias específicas, bem como seus efeitos em crianças ou idosos. 
Mais freqüentemente estas respostas só são conhecidas depois que a medicação já está 
em uso há muitos anos, como se vê com fármacos pertencentes a outras classes, 
recentemente tivemos um caso bem típico que foi a retirada do consagrado Vioxx® 
produzido pela Merck e que ocupava o 8º lugar no ranking dos mais vendidos no mundo. 
Mas a questão não se encerra por aqui. Na verdade começa uma nova caminhada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uso Clínico do Medicamento 
 
 
Deve-se lembrar que a terapêutica não é somente uma farmacologia. Não 
devemos nos limitar a farmacocinética, isto é à dinâmica da absorção da droga, sua 
distribuição no organismo e sua eliminação, nem tampouco à farmacodinâmica, que é o 
estudo dos mecanismos de ação da droga e a relação entre sua concentração e os 
efeitos alcançados. Apesar de estarem sendo cada vez mais enfatizados os aspectos 
biológicos do comportamento, e com razão, pois o psiquismo repousa sobre uma base 
biológica, não se deve esquecer que o homem é constituído de seu corpo e de sua 
mente, cada qual influenciando e sendo influenciado pelo outro. E isto se dá em um meio 
ambiente, cujo efeito não pode ser descartado, meio este que não é apenas natural, 
geográfico, mas também histórico e cultural. 
 
 
 
 
O PACIENTE E O USO DE MECICAMENTOS 
 
 
Os pacientes, principalmente os portadores de doenças crônicas, fazem uso de 
uma polifarmacologia. Doenças como depressão, diabetes, cardiopatias, artroses e 
outras, isoladas ou mesmo associadas, requerem vários medicamentos para seu controle, 
alguns destes inevitáveis. Pacientes idosos, com mais de 65 anos, consomem em média 
3,5 medicamentos (TIMIRAS, 1997). 
A indústria farmacêutica, muitas vezes lança no mercado, apresentações 
medicamentosas de difícil uso e manuseio pelo paciente, como por exemplo, frasco de 
xarope de boca larga, comprimidos ou cápsulas difícil de destacar das cartelas ou mesmo 
de tamanho exagerados, dificultando a deglutição. Outro fator que dificulta o uso de 
medicações é o número de unidades por embalagem. Certos medicamentos de uso 
contínuo são produzidos comercialmente com caixas de vinte, quatorze e outras quantias 
de comprimidos, cápsulas ou drágeas, quando o correto seria que as apresentações 
fossem em número de trinta ou seus múltiplos, pois nossos pacientes recebem seus 
pagamentos uma vez ao mês. Quando compram um medicamento de uso contínuo com 
apresentação de vinte unidades, poderão ocorrer duas situações: o paciente ficará os dez 
 
 
 
 
 
 
 
 
dias restantes sem usar a medicação, com prejuízo ao seu tratamento, ou terá que 
adquirir duas caixas, o que poderá desestruturar seu orçamento. 
Existem vários perfis de pacientes como consumidores de medicamentos. Um 
deles, o hipocondríaco, que consome o prescrito e o não prescrito, ingere tudo que se 
compra em farmácia. O médico deve tomar cuidado, por exemplo, ao prescrever um 
medicamento para tempo restrito. Quando se administra um medicamento analgésico e 
antitérmico para um quadro álgido, ou mesmo um ansiolítico, para uma crise de 
ansiedade aguda e o paciente continuar tomando a medicação, mesmo após a dor ter 
sido debelada ou a crise de ansiedade já controlada, isso poderá ocasionar toxicidade ou 
dependência. 
Outros pacientes são aqueles que, na frente do médico, se comprometem a seguir 
a prescrição, mas quando chegam em casa nem mesmo os medicamentos adquirem. 
Para estes a persuasão sobre a importância do uso correto da medicação se faz 
necessária. Temos outro grupo de pacientes, que iniciam o tratamento, sentem melhoras 
e o interrompem. Neste grupo temos que mostrar que com a interrupção do tratamento há 
comprometimento da eficácia terapêutica. Finalmente, outro grupo procura um amigo 
médico, ou mesmo outra consulta, para certificar-se que a prescrição foi correta e tendo 
este aval inicia o tratamento. 
Os pacientes devem receber informações sobre os efeitos adversos da medicação. 
O ser humano sempre teme diante do desconhecido. Um paciente, ao ingerir 
medicamento que provoca xerostomia, isto é sensação de boca seca, ao ser orientado 
pelo seu médico que esta medicação pode provocar tal reação, não se assustará diante 
do referido efeito. Pelo contrário, se não for avisado sobre tal fenômeno, poderá 
interromper o tratamento. Muitas vezes, medicamentos provocam efeitos adversos em 
grupos diferentes de pessoas, como certos antidepressivos podem provocar sonolência 
em uns e insônia em outros. Os pacientes que nunca fizeram uso de medicação deste 
tipo deverão ser avisados para aceitarem melhor a terapêutica e não interromperem o 
tratamento. 
Para pacientes com baixo grau de escolaridade ou analfabetos, símbolos como sol, 
lua ou um prato para identificar, respectivamente, o dia, a noite e as refeições são 
bastante importantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O uso de medicamentos é a forma terapêutica mais usada. O mesmo, quando 
prescrito com segurança, indicação precisa e bem usado pelo paciente, poderá aliviar a 
dor, o sofrimento e salvar vidas. Quando não são observados estes itens poderemos ter 
malefícios como desperdícios, efeitos colaterais indesejáveis e mesmo ser levados à 
morte. 
 
 
 
 
♦ FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS 
 
 
Introdução 
 
 
A ansiedade é um desagradável estado de tensão, apreensão ou inquietude - 
temor que parece originar-se de alguma fonte desconhecida. Entre os distúrbios mentais 
mais freqüentes estão aqueles envolvendo ansiedade. Os sintomas da ansiedade grave 
assemelham-se aos do pânico (como taquicardia, sudorese, tremores, palpitações) e 
envolvem ativação do simpático. Episódios de ansiedade moderada são experiências 
comuns do cotidiano e não requerem tratamento. Entretanto, os sintomas da ansiedade 
debilitante, crônica, grave, podem ser tratados com fármacos ansiolíticos (por vezes 
denominados tranqüilizantes menores), acompanhados ou não de alguma forma de 
terapia psicológica ou comportamental. Como todos os fármacos ansiolíticos também 
causam certa sedação, em geral os mesmos são clinicamente úteis como agentes duplos, 
ansiolíticos e hipnóticos (indutores de sono). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANSIOLÍTICOS BENZODIAZEPÍNICOS DISPONÍVEIS NO BRASIL 
Nome Químico 
 
ALPRAZOLAM 
BROMAZEPAM 
 
BUSPIRONA** 
 
CLOBAZAM 
CLONAZEPAM 
CLORDIAZEPÓXIDO 
CLOXAZOLAM* 
DIAZEPAM 
 
LORAZEPAM* 
Nome Comercial 
 
Apraz, Frontal, Tranquinal 
Brozepax, Deptran, Lexotam, Nervium, 
Novazepam, Somalium, Sulpam 
Ansienon, Ansitec, Bromopirim , Brozepax, 
Buspanil, Buspar 
Frizium, Urbanil 
Rivotril 
PsicosedimElum, Olcadil 
Ansilive, Calmociteno, Diazepam, Diazepan, 
Kiatriun, Noam, Somaplus, Valium 
Lorium, Lorax, Mesmerin 
*- ansiolíticos usados também como hipnóticos devido a grande sonolência 
e sedação. 
**- considerado ansiolítico não-benzodiazepínico 
 
 
 
→ Benzodiazepínicos 
 
 
Os benzodiazepínicos são os fármacos ansiolíticos mais amplamente empregados, 
tendo substituído os barbitúricos e o meprobamato para o tratamento da ansiedade, pois 
são mais eficazes e mais seguros. Atualmente, há cerca de 20 derivados 
benzodiazepínicos disponíveis. 
 
 
• Mecanismo de ação 
 
 
A ligação do ácido γ-aminobutírico (GABA) a seu receptor na membrana celular 
provoca abertura de um canal de cloreto, que culmina em aumento da condutância ao 
cloreto. O influxo de íons cloreto causa discreta hiperpolarização, a qual afasta o potencial 
de membrana pós-sináptico de seu limiar de excitabilidade e, assim, inibe a formação de 
potenciais de ação. Os benzodiazepínicos ligam-se a sítios específicos, de alta afinidade, 
localizados na membrana celular, que são distintos, porém adjacentes ao receptor de 
GABA. Os receptores para benzodiazepínicos são encontrados somente no sistema 
nervoso central (SNC), e sua localização corresponde à dos neurônios GABA. A ligação 
 
 
 
 
 
 
 
de benzodiazepínicos aumenta a afinidade dos receptores de GABA com este 
neurotransmissor, ocasionando abertura mais freqüente dos canais de cloreto adjacentes. 
Este fato, por sua vez, acarreta aumento da hiperpolarização e posterior inibição da 
despolarização do neurônio. [Nota: Os benzodiazepínicos e o GABA aumentam 
mutuamente a afinidade de seus sítios de ligação e na realidade não aumentam o número 
total de sítios ligantes.] Os efeitos clínicos dos vários benzodiazepínicos correlacionam-se 
bem com a afinidade de união de cada fármaco pelo complexo receptor GABA-canal de 
cloreto. 
 
 
 
 
 Antagonistas da 
• Flumazenil 
Benzodiazepina 
 
 
 
 
• Aminobarbital 
• Fenobarbital 
Resumos dos 
 Barbituratos • Pentobarbital 
Fármacos Ansiolíticos 
• Secobarbital 
e Hipnóticos 
• Tiopental 
 
 
• Anti-histamínicos 
 Sedativos Não- 
• Hidrato de Cloral 
Barbituratos 
• Etanol 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Ações 
 
 
Os benzodiazepínicos não possuem atividade antipsicótica nem qualquer ação 
analgésica, nem afetam o sistema nervoso autônomo. Em maior ou menor grau, todos os 
benzodiazepínicos apresentam os seguintes efeitos: 
1. Redução da ansiedade: Em doses baixas, os benzodiazepínicos são ansiolíticos. 
A redução da ansiedade provavelmente deve-se à inibição seletiva de circuitos neuronais 
no sistema límbico cerebral; 
2. Efeitos sedativos e hipnóticos: Todos os benzodiazepínicos usados como 
ansiolíticos apresentam alguma atividade sedativa. Em doses mais altas, certos 
benzodiazepínicos produzem hipnose (sono artificialmente produzido); 
3. Anticonvulsivante: Alguns benzodiazepínicos têm atividade anticonvulsivante e 
são usados no tratamento da epilepsia e de outros distúrbios convulsivos; 
4. Relaxamento muscular: Os benzodiazepínicos reduzem a espasticidade do 
músculo esquelético, provavelmente aumentando a inibição pré-sináptica na medula 
espinal. 
 
 
• Usos terapêuticos 
 
 
Os benzodiazepínicos entre si apresentam pequenas diferenças quanto às 
propriedades ansiolíticas, anticonvulsivantes e sedativas. Entretanto, a duração de ação 
varia bastante no grupo e, com freqüência, as considerações farmacocinéticas são item 
de importância na escolha do fármaco. 
 
 
1. Distúrbios ansiosos: Os benzodiazepínicos são úteis no tratamento da ansiedade 
que está associada a algumas formas de depressão e esquizofrenia. Estes fármacos não 
devem ser usados para o alívio do estresse normal da vida diária, e sim reservados para 
a ansiedade grave e contínua, em que seriam usados apenas por períodos de tempo 
curtos, em virtude do potencial de causar dependência. Os agentes de ação mais 
prolongada, como o diazepam, são em geral preferidos para pacientes ansiosos em que 
pode ser necessário estender o tratamento por períodos mais longos. Os efeitos 
 
 
 
 
 
 
 
 
ansiolíticos dos benzodiazepínicos estão menos sujeitos à tolerância do que os efeitos 
sedativo e hipnótico. Quanto às síndromes de pânico, o alprazolam é eficaz para 
tratamentos de curto ou longo prazo, embora possa causar reações de abstinência em 
cerca de 30% dos pacientes. 
2. Distúrbios musculares: O diazepam é útil no tratamento de espasmos da 
musculatura esquelética - tais como os que ocorrem na distensão muscular - e no 
tratamento da espasticidade de doenças neurodegenerativas, como a esclerose múltipla e 
a paralisia cerebral. 
 
 
3. Convulsões: O clonazepam é útil no tratamento crônico da epilepsia, enquanto o 
diazepam é o fármaco de eleição para a interrupção das convulsões da epilepsia grande 
mal e do mal de estado epiléptico. O clordiazepóxido, o clorazepato, o diazepam e o 
oxazepam são úteis no tratamento agudo da síndrome de abstinência do álcool. 
 
 
4. Distúrbios de sono: Nem todos os benzodiazepínicos são úteis como agentes 
hipnóticos, embora todos apresentem efeitos sedativos ou calmantes. Os três 
benzodiazepínicos mais freqüentemente prescritos para distúrbios do sono são o 
flurazepam, de longa ação, o temazepam, de ação intermediária, e o triazolam, de curta 
duração de ação. 
 
 
- Flurazepam: Este benzodiazepínico de longa duração de ação reduz tanto o 
tempo de indução de sono como o número de despertares noturnos, além de aumentar a 
duração do sono. O flurazepam tem longa duração de ação e provoca pouca insônia 
rebote. Com a continuação do uso, o fármaco mostra eficácia durante até 4 semanas. O 
flurazepam e seus metabólitos ativos têm meia-vida de aproximadamente 85 horas, o que 
pode acarretar sedação diurna e acúmulo do fármaco. 
 
 
- Temazepam: Este fármaco é útil para pacientes que despertam com grande 
freqüência. Entretanto, o efeito sedativo máximo ocorre 2 a 3 horas após a administração 
oral, podendo ser ministrada algumas horas antes de deitar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Triazolam: Por ter duração de ação relativamente curta, este benzodiazepínico é 
usado para induzir o sono em pacientes com insônia recorrente. Enquanto o temazepam 
é útil no controle da insônia causada pela incapacidade de manutenção do sono, o 
triazolam é eficaz no tratamento de indivíduos que têm dificuldade de conciliar o sono. É 
comum desenvolver-se tolerância dentro de poucos dias e em geral a retirada do fármaco 
provoca insônia rebote, levando o paciente a procurar nova prescrição. Assim, o melhor 
uso deste fármaco é de forma intermitente e não diária. Em geral, os hipnóticos devem 
ser prescritos somente por períodos de tempo limitados, usualmente menos que 2 a 4 
semanas. 
 
 
• Dependência 
 
 
Podem se desenvolver dependência física e psíquica a benzodiazepínicos, se 
houver uso de altas doses durante períodos prolongados. A interrupção abrupta da 
administração provoca síndrome de abstinência, com confusão, ansiedade, agitação, 
inquietação, insônia e tensão. Em virtude das prolongadas meias-vidas de alguns 
benzodiazepínicos, os sintomas da abstinência podem demorar alguns dias para 
manifestar-se, após interrupção do tratamento. Os benzodiazepínicos com curta meia- 
vida de eliminação, como o triazolam, causam reações de abstinências mais severas e 
abruptas do que com os fármacos de eliminação lenta, como o flurazepam. 
 
 
 
 
OUTROS AGENTES ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS 
 
 
→ Zolpidem 
 
 
Embora o hipnótico zolpidem não seja um benzodiazepínico, agenuma subfamília 
de receptores para benzodiazepínicos. O zolpidem não tem propriedades 
anticonvulsivantes ou miorrelaxantes. Não provoca efeitos de abstinência, ocasiona 
mínima insônia rebote e pequena ou nenhuma tolerância com o uso prolongado. O 
zolpidem é absorvido rapidamente no trato gastrintestinal, tem rápido início de efeito e 
 
 
 
 
 
 
 
 
curta meia-vida de eliminação (cerca de 3 horas). Os efeitos adversos do zolpidem 
compreendem pesadelos, agitação, cefaléia, desconforto gastrintestinal, tontura e 
sonolência diurna. Embora o zolpidem tenha vantagens potenciais sobre os 
benzodiazepínicos, a experiência clínica com este fármaco ainda é pequena. 
 
→ Buspirona 
 
 
A buspirona é útil no tratamento de distúrbios ansiosos gerais e sua eficácia é 
comparável à dos benzodiazepínicos. As ações da buspirona parecem ser mediadas por 
receptores serotoninérgicos 5HT1A, embora outros receptores possam ser envolvidos, pois 
a buspirona exibe certa afinidade com receptores dopaminérgicos DA2 e serotoninérgicos 
5-HT2. Seu mecanismo de ação, portanto, é distinto do mecanismo dos 
benzodiazepínicos. Além disso, a buspirona não possui as propriedades 
anticonvulsivantes e miorrelaxantes dos benzodiazepínicos e provoca apenas ligeira 
sedação. A freqüência de efeitos adversos é baixa, sendo os mais comuns cefaléia, 
tontura, nervosismo e confusão mental. A sedação e as disfunções psicomotora e 
cognitiva são mínimas, sendo improvável a dependência. A buspirona tem como 
desvantagem o lento início de ação. 
 
 
→ Hidroxizina 
 
 
A hidroxizina é um anti-histamínico com atividade antiemética. Tem baixa 
tendência a provocar hábito, sendo útil em pacientes com ansiedade que têm histórico de 
abuso de drogas. É também usada freqüentemente para produzir sedação antes de 
intervenções odontológicas ou cirúrgicas. 
 
 
ANTAGONISTA DE BENZODIAZEPÍNICOS 
 
 
O flumazenil é um antagonista de receptores de GABA que pode rapidamente 
reverter os efeitos dos benzodiazepínicos. O fármaco está disponível unicamente para 
administração I.V. O início dos efeitos é rápido, porém a duração é curta, com meia-vida 
de cerca de 1 hora. Podem ser necessárias administrações freqüentes, de modo a manter 
 
 
 
 
 
 
 
 
a reversão dos efeitos de um benzodiazepínico de longa duração de ação. A 
adminstração de flumazenil pode precipitar síndrome de abstinência em pacientes 
dependentes ou causar convulsões no caso de o benzodiazepínico estar sendo usado 
para controlar quadro convulsivo. Os efeitos adversos usuais são confusão, náuseas, 
vômitos e agitação. 
 
 
 
 
BARBITÚRICOS 
 
 
No passado, os barbitúricos formavam a base do tratamento usado para sedar o 
paciente ou para induzir e manter o sono. Na atualidade, foram amplamente substituídos 
pelos benzodiazepínicos, principalmente em razão de os barbitúricos causarem tolerância 
e dependência, induzirem enzimas metabolizadoras de fármacos e provocarem graves 
sintomas de abstinência. O aspecto mais grave é poderem causar coma em doses 
tóxicas. Certos barbitúricos, como o tiopental, de duração de ação ultracurta, ainda são 
usados para a indução anestésica. 
 
 
• Mecanismo de ação 
 
 
Acredita-se que os barbitúricos interferem no transporte de sódio e potássio 
através da membrana, acarretando inibição do sistema ativador reticular mesencefálico. 
Em todas as áreas do SNC, a transmissão polissináptica é inibida. Os barbitúricos 
também potenciam a ação do GABA quanto à entrada de cloreto no neurônio, apesar de 
não se ligarem ao receptor de benzodiazepínico. 
 
 
• Efeitos 
 
 
Os barbitúricos são classificados de acordo com sua duração de ação. Por 
exemplo, o tiopental, que age em questão de segundos e tem duração de ação cerca de 
30 minutos, é usado para a indução intravenosa de anestesia. O fenobarbital, ao 
contrário, cuja duração de ação é maior que 24 horas, é útil no tratamento anticonvulsivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O pentobarbital, o secobarbital e o amobarbital são barbitúricos de ação curta, eficazes 
como agentes sedativos e hipnóticos (mas não como ansiolíticos). 
1. Depressão do SNC: Em doses baixas, os barbitúricos produzem sedação (efeito 
"calmante", reduzindo a excitação). Em doses mais altas, causam hipnose, seguida de 
anestesia (perda da sensibilidade), para finalmente culminar em coma e morte. Assim, 
todos os graus de depressão do SNC são possíveis na dependência da dose. Os 
barbitúricos não elevam o limiar de sensibilidade dolorosa, não apresentando 
propriedades analgésicas e podendo até mesmo exacerbar a sensação de dor. 
2. Depressão respiratória: Os barbitúricos suprimem a resposta hipóxica e 
quimiorreceptora ao CO2. A superdosagem provoca depressão respiratória e morte. 
3. Indução enzimática: Os barbitúricos induzem as enzimas microssômicas P-450 no 
fígado. Assim, a administração crônica desses fármacos causa diminuição dos efeitos de 
muitos medicamentos cuja redução de concentração depende de metabolismo pelo 
sistema P-450. 
 
 
• Usos terapêuticos 
 
 
1. Anestesia: A seleção de um barbitúrico é grandemente influenciada pela duração 
de ação desejada. Os barbitúricos de ação ultracurta, como o tiopental, são usados IV 
para induzir anestesia. 
2. Anticonvulsivante: O fenobarbital é usado no controle, em longo prazo, de 
convulsões tônico-clônicas, do estado de mal epiléptico e da eclâmpsia. O fenobarbital 
tem sido encarado como fármaco de escolha no tratamento de crianças pequenas com 
convulsões febris recorrentes. Entretanto, nas crianças o fenobarbital pode dificultar o 
desempenho cognitivo, devendo, então, ser usado com cautela. O fenobarbital tem 
atividade anticonvulsivante específica, distinta da atividade depressora inespecífica do 
SNC. 
3. Ansiedade: Os barbitúricos têm sido usados como sedativos menores para o alívio 
da ansiedade, da tensão nervosa e da insônia. A maioria deles foi substituída pelos 
benzodiazepínicos. 
 
 
 
 
 
 
• Efeitos adversos 
 
 
1. SNC: Os barbitúricos causam sonolência, dificuldade de concentração e 
desânimo; 
2. Ressaca: Doses hipnóticas de barbitúricos produzem sensação de cansaço logo 
após o despertar. Essa "ressaca" farmacológica causa incapacidade de agir normalmente 
durante muitas horas após o despertar. Podem ocorrer náuseas e confusão; 
3. Precauções: Como visto antes, os barbitúricos induzem o sistema P-450, 
reduzindo o efeito de fármacos que sejam metabolizados por essas enzimas hepáticas. 
Os barbitúricos aumentam a síntese de porfirinas, sendo contra-indicados em pacientes 
com porfiria intermitente aguda; 
4. Dependência: A suspensão abrupta de barbitúricos pode causar tremores, 
ansiedade, fraqueza, inquietação, náuseas e vômitos, convulsões, delírio e parada 
cardíaca. A síndrome de abstinência de barbitúricos é muito mais grave do que a de 
opiáceos e pode ser fatal; 
5. Intoxicação: Durante muitas décadas a intoxicação barbitúrica tem sido a primeira 
causa de morte por superdosagem farmacológica. A grave depressão respiratória 
associa-se com a depressão cardiovascular central, resultando em condição semelhante 
ao choque, com movimentos respiratórios superficiais e infreqüentes. O tratamento 
compreende respiração assistida e lavagem gástrica se o fármaco foi ingerido 
recentemente. Pode ser necessária hemodiálise se a quantidade ingerida tiver sido muito 
grande. A eliminação do fenobarbital é normalmente acelerada pela alcalinização da 
urina. 
 
 
SEDATIVOS NÃO-BARBITÚRICOS 
 
 
→ Hidrato de cloral 
 
 
O hidrato de cloral é derivado triclorado do aldeído acético, que é convertido no 
organismo a tricloroetanol. O fármaco é eficazsedativo e hipnótico, induzindo o sono, que 
dura em torno de 6 horas, em cerca de 30 minutos. O hidrato de cloral é irritante do trato 
gastrintestinal, causando desconforto epigástrico. Também produz sensação de "gosto 
ruim" na boca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ Anti-histamínicos 
 
 
Anti-histamínicos de venda livre com propriedades sedativas, tais como a 
defenidramina e a doxilamina, são eficazes no tratamento de formas menores de insônia. 
Entretanto, estes fármacos não atuam a não ser na forma mais suave de insônia 
situacional. Além disso, apresentam numerosos efeitos adversos, o que os torna menos 
úteis do que os benzodiazepínicos. Os anti-histamínicos sedativos são comercializados 
na forma de vários produtos de venda livre (sem necessidade de prescrição). 
 
 
→ Etanol 
 
 
O etanol tem efeitos ansiolíticos e sedativos, porém seu potencial tóxico sobrepuja 
os benefícios. É um depressor do SNC, produzindo sedação e então hipnose com o 
aumento da dose. A curva dose-resposta do etanol é suave, a sedação ocorrendo numa 
ampla faixa de doses. O álcool tem efeito sinérgico com muitos outros agentes sedativos 
e pode ocasionar grave depressão do SNC com anti-histamínicos ou barbitúricos. 
 
 
1. Dissulfiram: O etanol é metabolizado primariamente no fígado, em primeiro 
lugar pela álcool-desidrogenase, dando origem ao acetaldeído, e depois pela 
aldeído-desidrogenase para originar acetato. O dissulfiram bloqueia a oxidação do 
acetaldeído a ácido acético, inibindo a aldeído-desidrogenase. O resultado é 
acúmulo de acetaldeído no sangue, provocando fogachos, taquicardia, 
hiperventilação e náuseas. O dissulfiram tem sido usado por pacientes seriamente 
desejosos de terminar com o vício da bebida. Induz-se, assim, resposta aversiva 
 
condicionada, de tal modo que o paciente abstém-se do álcool para evitar os 
desagradáveis efeitos do acúmulo de acetaldeído induzido pelo dissulfiram.

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