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04 Avaliação Cardiorrespiratória

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Avaliação Cardiorrespiratória
Prof. Silvio Rodrigues Marques Neto
Descrição
Avaliação cardiorrespiratória e sua aplicabilidade no diagnóstico da aptidão física e na prescrição do
treinamento cardiorrespiratório.
Propósito
A avaliação cardiorrespiratória é um componente da avaliação física essencial na determinação da aptidão
cardiorrespiratória, bem como uma ferramenta fundamental na prescrição do exercício, seja para prevenção
de doenças ou para o aprimoramento das funções dos sistemas cardiovascular, respiratório e metabólico.
Esse conhecimento é fundamental para o profissional que trabalha com prescrição de exercícios.
Objetivos
Módulo 1
A aptidão cardiorrespiratória
Reconhecer os principais parâmetros relacionados à aptidão cardiorrespiratória.
Módulo 2
As variáveis ergoespirométricas
Analisar as variáveis ergoespirométricas e suas relações com o diagnóstico e a prescrição do
treinamento.
Módulo 3
Os principais protocolos de testes laboratoriais
Definir os principais protocolos de testes laboratoriais e sua aplicabilidade.
Módulo 4
Os principais protocolos de testes de campo
Definir os principais protocolos de testes de campo e sua aplicabilidade.
A aptidão cardiorrespiratória (AC) está relacionada à capacidade de realizar exercícios dinâmicos por
períodos prolongados de intensidade moderada ou vigorosa. Para isso, o organismo necessita
trabalhar na máxima eficiência e promover a integração dinâmica dos sistemas cardiovascular,
respiratório, muscular e de todo o metabolismo.
Nesse sentido, entender os protocolos e as interpretações dos testes cardiorrespiratórios é essencial
para a determinação da AC, considerada um importante componente da aptidão física relacionado à
saúde, uma vez que os níveis baixos de AC estão relacionados ao aumento do risco de mortes por
doenças crônicas – sobretudo as doenças cardiovasculares (DCVs).
Por outro lado, níveis elevados de AC estão associados a uma redução no índice de mortes por DCVs
e ao aumento do desempenho físico. Sendo assim, a avaliação da AC é uma ferramenta muito útil
não somente no diagnóstico atual dos níveis da aptidão, mas também na montagem de programas
de treinamento físico visando ao aumento do condicionamento cardiorrespiratório.
Introdução
1 - A aptidão cardiorrespiratória
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os principais parâmetros relacionados
à aptidão cardiorrespiratória.
Testes para avaliação cardiorrespiratória
Medidas das trocas gasosas durante o esforço
A capacidade de realizar exercícios físicos dinâmicos está diretamente relacionada à do sistema
cardiovascular em fornecer oxigênio (O2) para os músculos e à do sistema pulmonar de eliminar o dióxido
de carbono (CO2) da corrente sanguínea através dos pulmões. Nesse sentido, os sistemas cardiovascular e
respiratório trabalham de maneira dinâmica e integrada para fornecer um sistema de entrega de O2 e outro
de remoção de CO2 dos tecidos.
A integração dinâmica dos sistemas cardiovascular e respiratório durante o esforço pode ser monitorado e
interpretado de maneira bastante eficiente. Para que isso ocorra, ambos desempenharão uma tarefa que
pode ser subdividida em quatro processos:
1. Ventilação pulmonar (VE) ou movimento do ar para dentro e para fora dos pulmões por unidade de
tempo (em um minuto).
2. Difusão pulmonar ou troca de O2 e CO2 entre os pulmões e o sangue (por meio da barreira alvéolo
capilar).
3. Transporte de O2 e CO2 no sangue.
4. Trocas gasosas (O2 e CO2) no nível dos capilares sanguíneos dos músculos envolvidos na atividade
(músculos ativos).
Observe a seguir a diferença entre respiração externa e respiração interna.
Respiração externa
A VE e a difusão pulmonar envolvem o movimento de gases do ar ambiente para os pulmões e, em
seguida, para a corrente sanguínea; por esse motivo, elas são chamadas de respiração externa.
Respiração interna
Já a troca gasosa é um processo denominado respiração interna, uma vez que tal processo envolve a
troca de gases entre o sangue e os tecidos envolvidos na atividade física. Esses dois processos
(respiração externa e interna) são integrados pelo sistema cardiovascular.
Por conta disso, o teste de esforço cardiopulmonar (TECP) é um instrumento valioso para realizar a
avaliação da AC independentemente da população envolvida, já que a capacidade de realizar trabalho e
potência é diretamente proporcional à eficiência desses processos. A análise das trocas gasosas durante o
esforço (ergoespirometria) se tornou a medida padrão ouro para a determinação da AC para diagnósticos
relacionados às doenças cardiopulmonares ou ao desempenho esportivo.
O consumo máximo de oxigênio (VO2máx) é a medida aceita como critério para determinação da AC, isso
porque existe uma relação consideravelmente linear dos valores do VO2máx com a intensidade do esforço.
De modo geral, os valores referentes ao VO2 podem ser expressos em termos relativos à massa corporal
(ml.kg⁻¹.min⁻¹) ou absolutos (l.min⁻¹); por esse motivo, é possível realizar comparações da AC entre
indivíduos com características diferentes em relação à massa corporal.
Observe a figura a seguir:

Relação entre intensidade do exercício e o VO2 em diferentes populações.
Vários fatores são considerados determinantes do VO2 e, como consequência, podem limitar o desempenho
do exercício. Para um melhor entendimento, saiba que o VO2 pode ser interpretado pela equação de Fick, em
que o VO2 é o produto entre o débito cardíaco (DC) (DC=Frequência cardíaca x volume sistólico ) e a
diferença arteriovenosa mista de oxigênio (Dif A-V) O2. Com isso, quaisquer parâmetros responsáveis por
promover alterações nessas variáveis podem ter um impacto importante no VO2.
$$ {\mathrm{VO}}_{2\;}=\mathrm{DC}\;\times\;(\mathrm{Dif}\;\mathrm A\;-\;\mathrm V)\;{\mathrm O}_2
$$
Por que atletas de elite possuem o consumo de O2 mais elevado que o de pessoas
sedentárias ou até mesmo �sicamente ativas?
Resposta
Embora o DC em repouso dos atletas não se diferencie do presente em pessoas sedentárias, durante o
exercício moderado e intenso os valores do DC dos atletas podem apresentar o dobro daqueles registrados
em pessoas menos condicionadas devido às adaptações cardíacas (hipertrofia fisiológica) que, na
comparação com uma pessoa sedentária, ocorrem no coração do atleta.
Por outro lado, observa-se que a frequência cardíaca (FC) dos atletas é bem menor que a dos participantes
sedentários tanto em repouso quanto durante a atividade. Isso permite um maior período de enchimento
ventricular e, como consequência, o maior volume de sangue bombeado pelo coração.
Em suma, pelo que foi exposto até aqui, o VO2 reflete a capacidade dos sistemas cardiovascular e
respiratório em transportar oxigênio e a dos músculos envolvidos na atividade física em captar e utilizar
esse oxigênio na transferência de energia de forma aeróbica.
Mensuração do VO2máx
Podemos perceber que o VO2máx é considerado a variável mais importante para quantificar a AC de toda
população e o parâmetro mais fidedigno na prescrição do exercício cardiorrespiratório. Por essa razão, para
realizar sua mensuração, é necessário ocorrer a aplicação de testes de esforço progressivo máximo ou
utilizar protocolos de testes que sejam capazes de estimar tal parâmetro.
Antes de abordarmos os diferentes protocolos de teste de esforço, precisamos entender as diretrizes e
orientações do Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) antes da realização de um teste de
esforço máximo ou submáximo.
ACSM
American College of Sports Medicine
Organização dos testes
Para a realização dos testes, recomenda-se que os seguintes procedimentos sejam obedecidos, durante a
fase de organização dos testes, previamente à chegada do participante ao local das avaliações:
Verificar se os formulários de consentimento e triagem, as fichas de registro de dados e
quaisquer outros documentos relacionados aos testes estão disponíveis no arquivo do
participante e disponíveis para a administraçãodo teste.
Promover a manutenção e realizar a calibragem de todos os equipamentos (balança,
cicloergômetro, esteira, esfigmomanômetro, analisador de gases etc.) previamente ao
agendamento de cada teste. Cabe ressaltar que alguns equipamentos, como, por exemplo,
sistemas de análise de gases expirados e ventilatórios, devem ser calibrados antes de cada
teste de acordo com as especificações do fabricante.
Controlar a temperatura ambiente entre 20°C e 22°C (68°F e 72°F). Já a umidade relativa do ar
(URA) deve estar inferior a 60%, enquanto o ambiente onde serão realizadas as avaliações
tem de estar com a ventilação adequada.
Cabe relembrar que, quando vários testes forem realizados em uma mesma sessão, a organização deles
terá de obedecer a esta ordem: medidas de repouso, como FC, pressão arterial (PA), estatura, massa
corporal e composição corporal devem ser obtidas primeiro. Embora não tenha sido estabelecido uma
ordem exata de testes para os demais componentes de aptidão relacionados à saúde (AC, aptidão muscular
e flexibilidade), deve ser concedido tempo suficiente para que a FC e a PA retornem aos valores de repouso.
Além disso, na aplicação de uma bateria de testes para a avaliação da aptidão cardiorrespiratória e
neuromuscular, deve-se evitar que os mesmos grupamentos musculares sejam sobrecarregados; caso
contrário, os resultados dos participantes serão subestimados.
Exemplo
Não realizar testes seguidos que envolvam os membros inferiores.
Em laboratórios de pesquisa ou em clínicas especializadas, o VO2máx normalmente é medido por sistemas
de calorimetria indireta (ergoespirometria) que permitem seu monitoramento, bem como da quantidade de
dióxido de carbono produzido (VCO2) em tempo real. No entanto, o alto custo e a manutenção desses
equipamentos às vezes inviabilizam a utilização dessa técnica.
Por essa razão, embora o VO2máx possa ser predito a partir da intensidade máxima de exercício com um
bom grau de acurácia, os testes submáximos também proporcionam uma estimativa razoavelmente aceita
para a avaliação do nível de AC dos participantes, pois, além do baixo custo, no geral, a duração exigida é
menor e eles apresentam o menor risco de eventos cardiovasculares.
Instruções pré-teste
Previamente ao teste de esforço (fase pré-teste), todas as instruções precisam ser fornecidas e respeitadas
antes da chegada do participante ao ambiente em que os testes serão realizados (seja no laboratório ou em
campo). Recomenda-se ao avaliador seguir uma série de etapas para garantir a segurança e evitar o
desconforto dos participantes antes de realização da bateria de testes para a avaliação da aptidão física
relacionada à saúde.
Essas etapas serão descritas a seguir:
1. Orientar o participante no preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido,
informando-lhe os benefícios e os riscos associados em cada fase dos testes.
2. Realizar a estratificação de riscos que identifique o nível de risco em que o participante se enquadra
(consultar a avaliação pré-teste).
3.
Inserir nessa etapa o preenchimento de uma anamnese contendo o histórico médico e familiar, bem
como a identificação de fatores de risco para DCVs.
4. Recomendar para cada participante o preenchimento do questionário de prontidão para atividade
física + (PAR-Q+).
5. Usar outros formulários que contenham o histórico médico mais detalhado.
Contraindicações relativas e absolutas para o teste de esforço
Alguns procedimentos precisam ser estabelecidos para a realização de testes relacionados à avaliação da
AC. Verificamos que, previamente à execução do teste, é necessário garantir a segurança do avaliado para
um critério de excelência na obtenção de resultados eficientes. Durante a execução de um teste de esforço,
existem parâmetros determinados pelo ACSM referentes às contraindicações relativas e absolutas para a
realização do teste de esforço.
As contraindicações relativas são aquelas em que o sujeito pode ser submetido ao teste, obedecendo a um
cauteloso critério no que se refere à relação risco-benefício. Por outro lado, as contraindicações absolutas
são aquelas que impedem a realização do teste.
Desvio acentuado do segmento ST (horizontal ou descendente > 2mm, medido 60 a 80ms após o
ponto J em um paciente com suspeita de isquemia) na análise do eletrocardiograma;
Queda na pressão arterial sistólica > 10mmHg (persistentemente abaixo da linha de base) apesar
de um aumento na carga de trabalho e ausência de outras evidências de isquemia;
Aumento da dor no peito (angina pectoris);
Fadiga, falta de ar, sibilos, cãibras nas pernas ou claudicação;
Arritmias que não sejam a taquicardia ventricular sustentada, incluindo ectópica multifocal,
taquicardia supraventricular e bradiarritmias com potencial para se tornarem mais complexas ou
interferir no padrão hemodinâmico estável;
Resposta hipertensiva exagerada (pressão arterial sistólica > 250mmHg ou pressão arterial
diastólica > 115mmHg);
Desenvolvimento de bloqueio de ramo que não pode ser distinguido da taquicardia ventricular;
Saturação de O2 (SpO2) ≤ 80%.
Contraindicações relativas 
Elevação de ST (> 1,0mm) em derivações sem ondas Q preexistentes por causa do infarto do
miocárdio anterior (exceto aVR, aVL ou V1 - Derivações do eletrocardiograma);
Queda da pressão arterial sistólica > 10mmHg, apesar do aumento da carga de trabalho, quando
acompanhada de outras evidências de isquemia;
Angina moderada a grave;
Sintomas do sistema nervoso central (por exemplo, ataxia, tontura ou quase síncope);
Sinais de má perfusão (cianose ou palidez);
Taquicardia ventricular sustentada ou outra arritmia, incluindo bloqueio atrioventricular de segundo
ou terceiro grau, que interfira na manutenção normal do DC durante o exercício;
Dificuldades técnicas para monitorar o ECG ou a pressão arterial sistólica, ou quando o paciente
pede para interromper o teste.
O teste de aptidão cardiorrespiratória
O especialista Silvio Marques fará um breve resumo do módulo, apresentando os principais tópicos e
subtópicos. Vamos lá!
Vem que eu te explico!
Contraindicações absolutas 


Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Consumo máximo de oxigênio (VO2máx)
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Interpretação do VO2máx
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Contraindicações relativas e absolutas para o teste de esforço
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O consumo máximo de oxigênio (VO2máx) representa um excelente parâmetro de avaliação da dinâmica
integrada entre os sistemas cardiovascular e respiratório. Levando isso em consideração, o VO2máx de
atletas durante o exercício apresenta valores mais elevados que pessoas descondicionadas devido a:
A um aumento da frequência cardíaca (FC) durante o exercício.
B uma redução do volume sistólico durante o exercício.
C uma redução da diferença arteriovenosa mista de oxigênio.
D um aumento do débito cardíaco (DC) durante o exercício.
E aumento do DC em repouso.
Parabéns! A alternativa D está correta.
As principais responsáveis pelo aumento do VO2 em atletas, comparado às pessoas
descondicionadas, são as adaptações cardíacas (hipertrofia fisiológica) que ocorrem no coração
do atleta. Com isso, o coração aumenta sua capacidade de bombeamento de sangue,
acarretando o aumento do DC durante o exercício e, como consequência, do VO2.
Questão 2
Existem parâmetros determinados pelo ACSM referentes às contraindicações relativas e absolutas para a
realização do teste de esforço. Nesse sentido, é correto afirmar que:
A
aumento da dor no peito (angina pectoris) representa uma indicação absoluta para a não
realização do teste de esforço.
B
queda da pressão arterial sistólica > 10mmHg, mesmo com o aumento da carga de
trabalho, quando acompanhada de outras evidências de isquemia, representa uma
contraindicação absoluta para a não realização do teste de esforço.C
fadiga, falta de ar, sibilos, cãibras nas pernas ou claudicação representam indicações
absolutas para a não realização do teste de esforço.
2 - As variáveis ergoespirométricas
D
a saturação de O2 (SpO2) ≤ 80% representa uma contraindicação absoluta para a não
realização do teste de esforço.
E
resposta hipertensiva exagerada (pressão arterial sistólica > 250mmHg ou pressão arterial
diastólica > 115mmHg) representa uma contraindicação absoluta para a não realização do
teste de esforço.
Parabéns! A alternativa B está correta.
As contraindicações absolutas representam aquelas que impedem a realização do teste de
esforço; assim, a queda da pressão arterial sistólica > 10mmHg, mesmo com o aumento da carga
de trabalho, quando acompanhada de outras evidências de isquemia, representa uma
contraindicação absoluta para a não realização ou a interrupção do teste de esforço, pois ela
representa um grave sinal de incompetência na função ventricular durante o esforço.

Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar as variáveis ergoespirométricas e suas
relações com o diagnóstico e a prescrição do treinamento.
Ergoespirometria
Como já mencionamos, o VO2máx pode ser monitorado por meio de um sistema de calorimetria indireta, ou
seja, pela análise das trocas gasosas respiratórias durante o teste de esforço. Por mais que essa técnica
seja de alto custo, ela consiste em um método não invasivo e preciso para a obtenção de:
Volume corrente (VC)
Frequência respiratória (FR)
Ventilação minuto (VE)
Consumo de oxigênio (VO2)
Produção de dióxido de carbono (VCO2)
A partir disso, outras variáveis podem ser calculadas, tais como a taxa de trocas gasosas (RER) e os
equivalentes ventilatórios para o oxigênio (VE/VO2) e para o dióxido de carbono (VE/VCO2). Embora o
VO2máx seja considerado a variável fisiológica mais fidedigna na quantificação da AC, durante o teste de
esforço progressivo máximo, outros parâmetros podem ser atribuídos para determinar a capacidade aeróbia
e a manifestação de fadiga durante o esforço.
Atenção!
Há décadas, foram propostos diversos critérios para a identificação desses parâmetros, os quais são
denominados limiares ventilatórios e são obviamente baseados no comportamento das trocas gasosas.
Mas o que são os limiares ventilatórios?
Os limiares ventilatórios podem ser divididos em limiar ventilatório 1 e 2 e explicados da seguinte forma:
Este parâmetro refere-se à transição metabólica, ou seja, à transição do metabolismo
predominantemente aeróbio para o anaeróbio.
Limiar ventilatório 1 (LV1) 
À medida que o participante alcança o metabolismo anaeróbio, ele inicialmente não manifesta
fadiga, pois isso depende da capacidade de tamponamento e resistência à fadiga individual. No
entanto, uma vez que a intensidade do esforço continue aumentando, a capacidade de
tamponamento diminuirá e a fadiga será instalada. Por esse motivo, tal parâmetro demonstra o
momento de manifestação de fadiga do participante durante o teste incremental máximo.
Limiares ventilatórios
Vários pesquisadores desenvolveram diversas ferramentas baseadas na análise visual e no
desenvolvimento de softwares, tendo como base as trocas gasosas respiratórias para a identificação dos
limiares ventilatórios (LV1, transição do metabolismo aeróbio para o anaeróbio) e o ponto de compensação
respiratória (LV2, início da manifestação da fadiga cardiorrespiratória).
Na imagem a seguir, podemos visualizar um traçado representativo de três exemplos para a identificação do
LV1 e do LV2. Embora existam vários critérios para a determinação do LV, nos gráficos à esquerda podemos
identificá-lo por meio das inflexões no VE/VO2 (superior), na pressão parcial de oxigênio (PET O2, médio) e
na relação VE pelo VO2 (inferior). Por outro lado, o LV2 (gráficos à direita) pode ser determinado pela
inflexão do VE/VCO2 (gráfico superior), pela queda na pressão parcial de dióxido de carbono (PET CO2,
médio) ou por intermédio da inflexão da VE em função do VCO2 (inferior).
O painel da esquerda ilustra os métodos de identificação do LV1, enquanto o da direita destaca os métodos para a identificação do LV2.
Ponto de de�exão da frequência cardíaca
Na tentativa de determinar os limiares ventilatórios sem a dependência da ergoespirometria pelo seu alto
Limiar ventilatório 2 (LV2) 
custo e pela necessidade de treinamento profissional, estudos clássicos demonstraram que a FC e o VO2
aumentam de maneira similar durante o exercício progressivo e máximo. Por esse motivo, Conconi e demais
autores (s.d.) propuseram um método não invasivo para detectar o limiar anaeróbio (LA) com base na
observação de que, acima da intensidade do LA, a FC não acompanha o incremento de carga, apresentando
um ponto de deflexão da FC (DFFC) em função do aumento da velocidade de corrida.
Cabe apenas salientar que as avaliações referentes à determinação da velocidade máxima de corrida e do
limiar de lactato (LL) não ocorreram no mesmo momento. Outro ponto importante a ser dito é que as duas
variáveis foram obtidas em taxas de amostragens diferentes, induzindo a coincidência entre esses dois
fenômenos. Veja a figura adiante:
Representação do modelo de identificação do LA baseado na FC proposta por Conconi e demais autores (s.d.).
Na tentativa de testar as associações entre a DFFC e os limiares de lactato e ventilatórios (LV1 e LV2), um
importante estudo avaliou recentemente a relação entre essas variáveis. Foi constatado que o DFFC não
possui qualquer relação com o LA; no entanto, observou-se uma forte correlação entre a DFFC e o LV2, que
também pode ser chamado de ponto de compensação respiratória (CR).
Nesse sentido, podemos assumir atualmente que a DFFC possui boas correlações com a fadiga
cardiorrespiratória, demonstrando a dependência da ergoespirometria para a identificação do LV. Observe a
figura a seguir:
Comparações entre os pontos de deflexão da FC (HRDP1 e HRDP2) com os limiares de lactato (LT1 e LT2) e os ventilatórios (LV e RC).
Qual é a importância prática da identi�cação dos limiares ventilatórios?
A partir da identificação dos limiares ventilatórios, é possível estabelecer as zonas de treinamento visando
ao aumento da AC, como exemplifica a explicação adiante:
Zona 1
Considerada zona aeróbia, nesta sessão de treinamento a prescrição é realizada utilizando um valor
percentual abaixo do LV1.
Zona 2
A prescrição da sessão de treinamento desta zona é realizada entre o LV1 e LV2, sendo, portanto,
considerada uma zona anaeróbia, mas normalmente sem a manifestação da fadiga.
Zona 3
Ela é considerada zona máxima de treinamento, de tal maneira que a prescrição da sessão é realizada
utilizando valores percentuais acima do LV2.
Determinação do substrato energético pelas trocas
gasosas
A partir dos valores do VCO2 e VO2, é possível estabelecer a relação entre essas duas variáveis (VCO2 ÷
VO2) para determinar a contribuição energética de cada macromolécula (sobretudo de carboidratos e
lipídeos). A razão entre VCO2 e VO2 é denominada quociente respiratório (QR).
Na tabela a seguir, podemos notar sua relação com os substratos energéticos:
QR % Carboidratos % Gordura Kcal/02
0,70 0% 100% 4,70
0,72 7% 93% 4,72
0,74 13% 87% 4,75
QR % Carboidratos % Gordura Kcal/02
0,76 20% 80% 4,77
0,78 27% 73% 4,79
0,80 33% 67% 4,82
0,82 40% 60% 4,84
0,84 47% 53% 4,86
0,86 53% 47% 4,89
0,88 60% 40% 4,91
0,90 67% 33% 4,93
0,92 73% 27% 4,96
0,94 80% 20% 4,98
0,96 87% 13% 5,00
0,98 93% 7% 5,03
1,00 100% 0% 5,05
Tabela: Valores de referência para a determinação da faixa de utilização de cada substrato energético em função dos valores do QR. 
Elaborado por: Rodrigues Marques Neto.
Exemplo
Um atleta realiza uma sessão de treinamento de 30 minutos em estado estável (treinamento aeróbio). A
intensidade da sessão apresenta valores de VCO2 e VO2 equivalentes a 1,95 e 2,15 litros por minuto
(L/min⁻¹). Nesse exemplo, o valor do QR será de 0,90.
Visualizando a tabela acima, o valor do QR equivalente a 0,90representa 67% de utilização de carboidratos,
33% de lipídeos e um dispêndio energético para cada litro de O2 consumido de 4,93Kcal/L. Considerando
que o VO2 é 2,15 e o tempo do esforço, de 30 minutos, multiplicando o valor do VO2 pelo dispêndio
energético (2,15 x 4,93) e, em seguida, pelo tempo (30 minutos), temos então um dispêndio energético total
de 317,98Kcal totais.
Agora, leve em consideração que, para cada um grama de carboidrato utilizado, são geradas 4Kcal e que,
para cada grama de gordura, 9Kcal. Com isso, é possível estabelecer a quantidade em gramas de cada
substrato mobilizada durante o esforço, ou seja, os 67% dos carboidratos representam 213,04Kcal e os 33%
dos lipídeos, 104,93Kcal. Nesse sentido, dividindo os 213,04 por 4 e 104,93 por 9, teremos respectivamente
53,26 e 11,65 gramas de carboidrato e de lipídeos utilizados nessa sessão de treinamento.
Essa técnica é muito empregada por treinadores e centros de reprogramação metabólica visando não
somente às estratégias de reposição energética, mas também ao emagrecimento.
Avaliação cardiorrespiratória: ergoespirometria aplicada
ao treinamento cardiorrespiratório
Neste vídeo, o especialista Silvio Marques irá demonstrar os princípios da ergoespirometria, sua utilização
no diagnóstico da aptidão cardiorrespiratória e como utilizar esses conceitos e parâmetros na prescrição do
treinamento cardiorrespiratório. Vamos lá!
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Limiares ventilatórios
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Pontos de de�exão da frequência cardíaca, limiares de lactato (LT1 e LT2) e os limiares ventilatórios


Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Parâmetros de controle de carga utilizados na determinação dos sinais e sintomas relacionados ao
esforço máximo
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Além do consumo máximo de oxigênio (VO2máx), os limiares ventilatórios (LV1 e LV2) representam
parâmetros fisiológicos importantes no diagnóstico e na prescrição do treinamento cardiorrespiratório.
Marque a alternativa que apresenta os parâmetros relacionados aos LV1 e LV2 de forma adequada.
A
O limiar ventilatório 1 representa o ponto de transição do metabolismo aeróbio para o
predominantemente anaeróbio.
B
Entre os limiares ventilatórios 1 e 2, encontra-se a zona 3 de treinamento
cardiorrespiratório.
C O limiar ventilatório 2 representa o maior valor do VO2 durante o teste de esforço
incremental.
D
A zona 2 de treinamento cardiorrespiratório encontra-se em intensidades abaixo do limiar
ventilatório 1.
E
A zona aeróbia de treinamento cardiorrespiratório é localizada entre os limiares
ventilatórios 1 e 2.
Parabéns! A alternativa A está correta.
Embora o VO2máx seja considerado a variável fisiológica mais fidedigna na quantificação da AC,
os limiares ventilatórios (LV1 e LV2) representam parâmetros importantes para determinar a
capacidade aeróbia e a manifestação de fadiga durante o esforço. Nesse sentido, o LV1
representa a transição do metabolismo predominantemente aeróbio para o anaeróbio (zona 1 de
treinamento cardiorrespiratório), enquanto o LV2 demonstra o momento de manifestação de
fadiga do participante durante o teste incremental máximo (início da zona 3 de treinamento
cardiorrespiratório).
Questão 2
Em 1982, Conconi desenvolveu um novo método não invasivo para a determinação dos limiares baseada no
ponto de deflexão da frequência cardíaca (FC). Sobre essa técnica, é correto afirmar que:
A
em exercícios progressivos máximos, a FC mantém uma relação linear com a intensidade
do esforço.
B
em intensidades abaixo do LA, a FC não acompanha o incremento de carga, apresentando
um ponto de deflexão da FC.
C atualmente, assume-se que o ponto de deflexão possui relações fidedignas com o LA.
D o ponto de deflexão é o melhor método não invasivo para determinar o LA.
3 - Os principais protocolos de testes laboratoriais
Ao �nal deste módulo, você será capaz de de�nir os principais protocolos de testes
laboratoriais e sua aplicabilidade.
E
o ponto de deflexão não possui relação com LA (LV1), e sim com o LV2, representando um
bom indicador de fadiga cardiorrespiratória.
Parabéns! A alternativa E está correta.
O ponto de deflexão da FC foi equivocadamente relacionado com o LA (LV1) em função dos erros
metodológicos decorrentes do protocolo de Conconi. Nesse sentido, uma vez que a FC seja
sincronizada com as trocas gasosas, observa-se que, na verdade, o ponto de deflexão possui
relação com o LV2, podendo ser um método útil na determinação da fadiga cardiorrespiratória.

Protocolos de teste de esforço em laboratório
Quando devemos tomar a decisão de realizar um teste de esforço máximo ou
submáximo?
Resposta
A resposta para tal questão deve levar em consideração os objetivos do avaliado, sua classificação de
riscos e a disponibilidade de equipamento e pessoal adequado para sua realização.
Isso se deve ao fato de que os testes de esforço máximo requerem que os participantes se exercitem até a
fadiga voluntária máxima; por esse motivo, em algumas ocasiões, tal medida não se torna apropriada para
sua realização. Como exemplo, imagine um paciente cardiopata. Caso ele não tenha recursos de
emergência satisfatórios, o teste não será recomendável.
Os profissionais de educação física normalmente optam pela realização dos testes submáximos, pois, além
de não depender de equipamentos de alta tecnologia, eles não requerem que os voluntários sejam
submetidos ao esforço máximo, garantindo maior comodidade e segurança.
Sinais e sintomas relacionados ao esforço máximo
Na maioria dos protocolos validados, os testes submáximos são realizados e, a partir do monitoramento da
FC, o VO2 pode ser estimado, pois há muito tempo acreditava-se que o VO2 e a FC tinham respostas
semelhantes durante o esforço. No entanto, como apontamos, não se pode estabelecer uma relação de
semelhança entre tais variáveis.
Vejamos adiante os principais parâmetros de controle de carga que podem ser utilizados para determinar os
sinais e sintomas do esforço máximo:
Parâmetros de controle de carga utilizados na determinação dos sinais e sintomas relacionados ao
esforço máximo.
1. Consumo de oxigênio (VO2) estável apesar do incremento da carga de trabalho.
2. Níveis de lactato sanguíneo ≥ a 8mM.
3. FC próxima a prevista pela idade (≤10bpm).
Parâmetros de controle de carga utilizados na determinação dos sinais e sintomas relacionados ao
esforço máximo.
4. Sinais de intolerância ao esforço: fadiga, incapacidade de aumentar a carga de trabalho, palidez facial,
ataxia e cianose.
5. Escala de esforço percebido na escala de Borg acima de 18.
6. Pressão arterial sistólica diminui ou mantém-se instável apesar do incremento de carga.
Quadro: Parâmetros de controle de carga utilizados na determinação dos sinais e sintomas relacionados ao esforço máximo. 
Extraído de: AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2018, p. 121.
Com o passar dos anos, diversos protocolos foram estabelecidos para quantificar a AC da população, que,
por sua vez, pode ser classificada em função da faixa etária, do sexo e do nível de atividade física.
Descreveremos aqui os principais protocolos utilizados na prática do profissional de educação física.
Dica
Ressalta-se que, dependendo da característica do participante, os protocolos de testes são bastante
variados. Para compararmos o VO2máx obtido no teste e saber se ele é o adequado para o indivíduo,
podemos utilizar a equação de predição de VO2máx.
Protocolos em esteira rolante
Na esteira rolante, a quantificação da potência aeróbia (VO2máx) é realizada por intermédio dos valores
relativos dos participantes (ml.kg.min⁻¹). Isso se deve ao fato de as pessoas terem de sustentar a massa
corporal no decorrer de teste de esforço.
Na corrida, o cálculo da potência física ergométrica é dado pela seguinte equação:
$$Potência\;=\;V\;.\;MC\;.\;Sen\;\alpha$$Em que: V = velocidade em metros por minuto (m/min) 
MC = massa corporal em kg 
Sen α = Seno do ângulo de inclinação da esteira
Portanto, um participante com massa corporal de 70kg, ao se deslocar em uma corrida com velocidade
constante de 12km/h (200m/min) e uma inclinação de 13%, representa uma potência física equivalente a
1.820kgm/min⁻¹ ou 297 watts.
Protocolo de Bruce
O teste de Bruce é considerado um protocolo escalonado e máximo com incrementos fixos a cada três
minutos. Apesar de ser utilizado para ambos os sexos, ele só é recomendado para pessoas saudáveis. Para
participantes com problemas cardíacos, a intensidade do esforço e os parâmetros cardiometabólicos
podem ser estabelecidos em conformidade com a tabela adiante.
Estágios m/min Inclinação VO2máx
1 45,6 10 % 15 4
2 67,1 12 % 25 7
3 91,2 14 % 35 1
4 112,7 16 % 45 1
5 134,2 18 % 55 1
6 147,6 20 % 65 1
7 161,0 22 % 75 2
Tabela: Características do protocolo de Bruce. 
Extraído de: QUEIROGA, 2005, p. 76.
Embora os protocolos escalonados sejam preferíveis para a determinação da AC,
os de rampa permitem a individualização do teste de esforço com o aumento de
carga ocorrendo de forma contínua.
Determina-se neles um estágio inicial com intensidade leve, visando ao aquecimento, com duração entre 1 e
3 minutos. Em seguida, a carga é aumentada de forma contínua e progressiva de acordo com a capacidade
individual do participante.
Por meio desses parâmetros, é possível alcançar o VO2máx entre 8 e 12 minutos de teste. Um protocolo
bem fácil para a determinação do VO2máx pode ser estabelecido com esta simples equação:
$$ \mathrm{VO}_{2}\text{ max
}\left(\mathrm{ml}.\mathrm{Kg}^{-1}\cdot\mathrm{min}^{-1}\right)=3,9\text.tempo(minutos)-7 $$
Protocolo de Balke
O protocolo de Balke é destinado para participantes bem condicionadas. Entretanto, ele possui como
desvantagem o grande tempo de execução do teste. Nesse teste, o VO2máx é obtido pela seguinte equação:
$$\mathrm{VO}_{2} \operatorname{má} x\left(\mathrm{ml} . \mathrm{Kg}^{-1} \cdot \min ^{-1}\right)=1,75
. \%\text { elevaçăo }+10,6$$
Protocolo de Ellestad
O protocolo de Ellestad é considerado escalonado máximo, com incrementos de três minutos. Nesse
protocolo, os incrementos de carga ocorrem em oito estágios, e o VO2máx pode ser calculado a partir da
equação do ACSM. Observe a tabela a seguir:
Estágios Km/h Inclinação Minutos
1 2,7 10% 3
2 4,8 10% 6
3 6,4 10% 9
4 8,0 10% 12
5 8,0 15% 15
6 9,6 15% 18
Tabela: Padrões incrementais relacionados aos estágios do protocolo de Ellestad. 
Extraído de: QUEIROGA, 2005, p. 74.
Protocolo de Kattus
Outro protocolo conhecido e muito utilizado em testes ergométricos é o de Kattus. Ele é classificado como
um protocolo com cargas escalonadas e máximo. Cada estágio tem duração de três minutos. Os
incrementos de velocidade e inclinação encontram-se nesta tabela:
Estágios mph Inclinação MinutosEstágios mph Inclinação Minutos
1 2 10% 3
2 3 10% 6
3 4 10% 9
4 4 14% 12
5 4 18% 15
6 4 22% 18
Tabela: Protocolo de Kattus. 
Extraído de: QUEIROGA, 2005, p. 71.
Protocolos em cicloergômetro
No cicloergômetro, a potência física normalmente mensurada e representada como medida de intensidade
é em watts. Nesse ergômetro, diferentemente da esteira rolante, a massa corpórea é apoiada no assento e
não exerce influência na sobrecarga da atividade.
Para o ajuste correto durante a realização do teste de esforço, o selim deve ser posicionado de tal modo que
seu ângulo, durante a extensão, seja de aproximadamente cinco graus. A potência física do cicloergômetro
é calculada pela seguinte equação:
$$P\;=\;F\;.Dist\;.N$$
Em que:
P = potência, em watts
F = força aplicada na correia do ergômetro
Dist = distância virtual do ergômetro para cada giro no pedal
N = número de pedaladas em um minuto
Protocolo da Associação Cristã de Moços (ACM) norte-americana
Um protocolo de exercício submáximo bastante utilizado é o da ACM dos EUA (GOLDING; MYERS; SINNING,
1989). Nesse protocolo, aplicam-se entre 2 e 4 estágios de 3 minutos de maneira contínua até que a FC
alcance o estado estável (steady-state), que deve ser entre 110 e 150bpm por 2 estágios consecutivos. A FC
é registrada nos 15 a 30 segundos nos minutos finais de cada estágio. Podemos observar os procedimentos
de cada estágio nesta tabela:
FC <80 80-90 90-100
2º estágio
750kgm.min⁻¹ 
25W
600kgm.min⁻¹ 
100W
450kgm.min⁻¹ 
75W
3º estágio
900kgm.min⁻¹ 
150W
750kgm.min⁻¹ 
125W;
600kgm.min⁻¹ 
100W
4º estágio
1.050kgm.min⁻¹ 
225W
900kgm.min⁻¹ 
150W
750kgm.min⁻¹ 
125W;
Tabela: Estágios referentes ao protocolo da ACM norte-americana no cicloergômetro. 
Extraído de: AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2018, p. 130.
O primeiro estágio se inicia com a carga equivalente a 25 watts (ou 150kgm.min⁻¹). Note que, na primeira
linha superior da tabela, existe o critério para carga do 2º estágio. Do 2º para o 3º estágio, adota-se o
mesmo critério em função do comportamento da FC.
Durante todo o teste, o ritmo de pedaladas é mantido em 50 revoluções por minuto (rpm). Já os incrementos
de carga dependem dos valores em que a FC atinge cada estágio. Contudo, resumidamente, o VO2máx pode
ser calculado a partir da seguinte equação:
$$ VO_2\;\mathrm{ml}.\mathrm{Kg}^{-1}\cdot\min\nolimits^{-1}=\frac{300+(12\;\times\;\text{ carga
final })}{\text{ Massa Corporal }}$$
Protocolo de Astrand e Ryhming
Outro protocolo em cicloergômetro muito popular é o desenvolvido por Astrand e Ryhming: um teste
submáximo com a utilização de carga constante para ambos os sexos.
Após aquecimento, o avaliado precisa manter uma frequência de pedaladas de 50 a 60rpm durante um
período de 6 minutos. A FC deve ser mensurada no 5º e 6º minuto e calculada sua média (FC média). Uma
vez estabelecidos esses critérios, o VO2máx pode ser estimado seguindo o nomograma representado na
figura a seguir:
Recomendação
Segundo as diretrizes do protocolo, os valores da FC precisam estar entre 120 e 170bpm – para jovens, ele
tem de estar preferencialmente acima dos 140bpm.
Nomograma de Astrand-Ryhming modificado.
Vamos observar a seguir como isso funciona na prática.
Considere a média da FC no 5º e no 6º minuto de uma voluntária condicionada equivalente a 150bpm e que
a intensidade do teste realizada foi de 150 watts (900kgm.min⁻¹). Plotando uma reta que parta da FC, na
reta da esquerda, em direção ao valor da potência na da direita (900kgm.min⁻¹), observe que a linha
tracejada passa exatamente pelo valor de 3,0L/min⁻¹, representando a estimativa do VO2máx dessa
voluntária.
Existem critérios para a determinação da intensidade em função do nível de condicionamento do
participante. Eles operam da seguinte maneira:
Sexo masculino
Condicionado: entre 100 e 150 watts.
Descondicionado: entre 50 e 100 watts.
Sexo feminino
Condicionada: entre 75 e 100 watts.
Descondicionada: entre 50 e 75 watts.
Em indivíduos acima de 35 anos, é necessário utilizar um fator de correção para ajuste conforme demonstra
a tabela a seguir:
Idade Fator Idade FatorIdade Fator Idade Fator
36-38 0,87 45-48 0,78
39 0,86 49 0,77
40-42 0,83 50-51 0,75
43 0,82 52 0,74
44 0,81 53 0,73
Tabela: Fator de correção do VO2máx sugerido em função da idade (anos). 
Extraída de: FERREIRA, 2017. p. 129.
Protocolo de Fox
Outro protocolo submáximo com carga fixas e contínua, sendo de fácil aplicação, é o protocolo de Fox (s.d.).
Nele, a duração do teste é de seis minutos. Sua intensidade deve ser mantida em 150W (equivalente a
900kp/m/min), com o ritmo de pedaladas de 50rpm.
A FC tem de ser mensurada no 5º minuto para estimar o VO2máx pela equação adiante:
$$ VO_{2máx}(L.\min)=6,3-0,0193\times\mathrm{FC} $$
Exemplo
Imagine que um participante tenha realizado esse teste e que sua FC tenha alcançado o valor de 145bpm no
5º minuto. Dessa forma, o valor do VO2máx estimado nesse exemplo é de 3,5L/min-1.
Teste de potência anaeróbia de Wingate
O objetivo deste teste é avaliar a potência anaeróbia alática.Para sua realização, são necessários um cicloergômetro de frenagem mecânica e uma câmera para a
quantificação dos giros do pedal ao longo do teste.
Etapa de aquecimento
Na etapa de aquecimento, os participantes realizam 3 séries de 4 a 7 segundos em potência máxima
no cicloergômetro com resistência mais elevada, seguido de períodos de baixa intensidade de
aproximadamente 15 a 20 segundos.
Término do aquecimento
Ao término do aquecimento, a carga é ajustada para 75g/kg (75 gramas de carga para cada quilograma
de massa corporal do avaliado), enquanto o avaliado é incentivado a pedalar o mais rápido possível
durante 30 segundos.
Dica
A potência física é determinada conforme já explicamos.
Potência física
Potência (watts) = F x Dist x N
Durante os 30 segundos, os valores da potência em watts são calculados a cada 5 segundos para a
quantificação dos seguintes resultados:
Potência máxima (Pmáx) – Representa o maior valor de potência observado nos 30 segundos.
Potência mínima (Pmin) - Representa o menor valor de potência observado nos 30 segundos.
Potência máxima relativa (W/kg) - Representa o maior valor de potência observado nos 30 segundos
dividido pela massa corporal em quilos.
Índice de fadiga (IF) – É calculado da seguinte maneira: 
IF = [(Pmáx – Pmin) ÷ Pmáx] x 100
Exemplo
Um avaliado realizou o teste de Wingate. Sua Pmáx foi equivalente a 700 watts; sua Pmin, a 500 watts. Qual
seria o valor de seu IF?
IF = [(700 – 500) ÷ 700] x 100 = 28,57% de índice de fadiga

Protocolos em banco
Os testes de banco são amplamente usados para realizar a estimativa do VO2máx por terem o menor custo
e serem de fácil aplicabilidade. Para a maioria dos protocolos de banco, é necessário um banco com altura
equivalente a 41cm (semelhante à altura do degrau das arquibancadas dos estádios esportivos).
A grande desvantagem desse método é a falta de precisão na quantificação do trabalho excêntrico (descida
do degrau). Por isso, muitos estudiosos consideram que o trabalho excêntrico seja aproximadamente 1/3
daquele representado no concêntrico (subida no degrau contra a gravidade). Para o cálculo da potência
física, basta aplicar a seguinte equação:
$$ \text { Potência }=(M C \times A \times R) \div \text { tempo } $$
Em que:
MC = Massa corporal (kg)
A = Altura do banco (m)
R = Ritmo de subidas no degrau
Tempo = Tempo do teste (min)
Baseado nisso, o ACSM desenvolveu uma equação para determinar o dispêndio de energia baseado na
estimativa do VO2 do exercício realizado no degrau:
$$ \mathrm{VO}_{2}\left(\mathrm{ml} . \mathrm{Kg} \cdot \mathrm{min}^{-1}\right)=(R \times 0,35)+(A
\times R \times 1,33 \times 1,8) $$
Em que:
R = Ritmo de subidas no degrau
A = Altura do banco em metros
Exemplo
O participante está realizando subidas e descidas completas em um banco de 41cm em um ritmo de 25
passadas por minuto. A estimativa do VO2 dessa atividade seria equivalente a 33,29ml/kg/min-1 –
lembrando que tal valor é referente ao VO2 da atividade, e não uma estimativa do VO2 máximo.
Protocolo de Astrand e Ryhming
Em um protocolo tradicional, Astrand e Ryhming utilizaram um banco com 33cm para mulheres e 40cm para
homens no qual o ritmo de passadas deve ser mantido em 22,5 passos a cada minuto (contar somente uma
das pernas) durante um período de 5 minutos. A FC é registrada no último minuto, da mesma maneira como
descrito no teste de cicloergômetro, e o VO2máx é estimado a partir do nomograma de Astrand.
Protocolo de Katch
Outro importante teste de banco, o de Katch exige que os participantes mantenham um ritmo de passadas
de 24 passadas a cada minuto para homens e 22 passadas a cada minuto para mulheres. Sua duração total
é de 3 minutos.
A altura do banco é de 41,3cm. Após a conclusão do teste, o avaliado permanece em pé. Ao fim de 5
segundos de interrupção do teste, deve-se realizar a contagem dos batimentos cardíacos por mais 15 (até
completar 20 segundos) e, em seguida, multiplicar por 4 para a obtenção da FC. O VO2máx é calculado por
meio das fórmulas adiante:
$$ \text{ Homens: }VO_2\text{ máx }\left(\mathrm{ml}.\mathrm{Kg}^{-1}\cdot\overset{}
{\min\nolimits^{-1}}\right)=111,33-(0,42\times FC) $$
$$\text{ Mulheres: }VO_2\text{ máx }\left(\mathrm{ml};\mathrm{Kg}^{-1}\cdot\overset{}
{\min\nolimits^{-1}}\right)=65,81-(0,1847\times\mathrm{FC})$$
Exemplo
Uma participante do sexo feminino concluiu o teste. Você esperou os primeiros cinco segundos do término
para realizar a contagem dos pulsos. Do 5º ao 20º segundo, (período de 15 segundos) você mensurou 30
pulsos.
Logo, multiplicando 30 por 4, teremos o resultado de 120bpm. Aplicando o valor de 120bpm para a equação
das mulheres, obteremos o valor referente à estimativa do VO2máx: 43,65ml.kg-1.min−1.
Testes laboratoriais da aptidão cardiorrespiratória
Acompanhe agora os principais testes para avaliação da aptidão cardiorrespiratória com o especialista
Silvio Marques.
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Quanti�cação da potência aeróbia na esteira rolante
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Protocolos em cicloergômetro
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Em 1991, Fox desenvolveu um protocolo bem simples para a estimativa do VO2máx em cicloergômetro.
Nesse teste ergométrico, o avaliado precisa pedalar em um ritmo constante de 50rpm, mantendo a potência
em 150 watts durante um período de 6 minutos. Baseado na sua equação VO2máx (L/min) = 6,3 – 0,0193 x
FC, marque a opção correta para a estimativa do VO2máx de uma pessoa que tenha terminado o teste com
uma FC equivalente a 153bpm.
A 3,43L/min
B 4,34L/min
C 3,53L/min
D 3,34L/min
E 2,34L/min
Parabéns! A alternativa D está correta.
Para a realização do cálculo do VO2máx dessa pessoa, basta substituir o valor da FC na fórmula e
realizar o cálculo. Utilizando a equação do enunciado como parâmetro, observa-se que o VO2máx
estimado do avaliado é equivalente a 3,34L/min. Tal informação determina a capacidade aeróbia
máxima do indivíduo. Com isso, é possível fazer comparações com valores já obtidos na literatura
para determinada modalidade esportiva ou comparar com testes futuros para avaliar a evolução
do avaliado.
Questão 2
O teste de Wingate é um protocolo laboratorial desenvolvido com o objetivo de avaliar a potência anaeróbia
alática. Além disso, é possível calcular outras variáveis, como:
A o limiar ventilatório 1.
B o índice de fadiga.
C o limiar ventilatório 2.
D as zonas de treinamento.
E o limiar de lactato.
Parabéns! A alternativa B está correta.
Pelo teste de Wingate, é possível calcular o índice percentual de fadiga pela seguinte equação: IF
= [(Pmáx – Pmin) ÷ Pmáx] x 100. Esse teste avalia a taxa de produção de energia de um indivíduo
durante um esforço anaeróbio.

4 - Os principais protocolos de testes de campo
Ao �nal deste módulo, você será capaz de de�nir os principais protocolos de testes de campo
e sua aplicabilidade.
Primeiras palavras
Algumas diferenças podem ser observadas entre os testes de campo e os laboratoriais. Apesar de o
ambiente laboratorial ser mais controlado e possibilitar o uso de alguns equipamentos, os de campo
aproximam o teste em si da prática de treinamento ou da prova de um atleta.
No entanto, algumas precauções necessitam ser tomadas durante o planejamento de um teste de campo,
sobretudo em relação às condições climáticas. Para isso, recomenda-se que esses testes sejam realizados
em horários em que a temperatura ambiente seja menos quente. Além disso, a umidade relativa do ar
precisa estar em valores acima de 30% e abaixo de 60%, enquanto a velocidade do vento tem de ser baixa
ou sem nenhum vento.
Veremos agora alguns protocolos existentes na literatura de fácil aplicabilidade.
Protocolo de Cooper
Um dos testes de campo mais conhecidos e muito utilizado em concursos públicos é o teste de 12 minutos
deCooper. Ele é considerado um teste de carga fixa, contínuo e máximo. Seu protocolo consiste no
seguinte: o participante deve percorrer a maior distância possível dentro do tempo estipulado. Caso
manifeste fadiga, é permitido caminhar.
O VO2máx pode ser estimado usando a seguinte equação:
$$ \mathrm{V} \mathrm{O}_{2} \operatorname{máx}\left(\mathrm{ml} . \mathrm{Kg}^{-1} .
\mathrm{min}^{-1} \right) $$
$$ =\text { (distância percorrida em metros }+504,9 \div 44,73)$$
Em 2021, foi realizado concurso público para agentes de Polícia Federal. Após a prova escrita, os candidatos
precisaram realizar o teste de aptidão física (TAF). Uma das provas do TAF é a corrida de 12 minutos (teste
de Cooper), em que os candidatos do sexo masculino precisam percorrer, no mínimo, 2.000m; os do sexo
feminino, 1.600m.
Vamos calcular a exigência física mínima cardiorrespiratória para ambos os sexos:
Homens:
$${\mathrm{VO}}_2\text{ máx }\left(\mathrm{ml}.\mathrm{Kg}^{-1}\cdot\overset{}
{\min\nolimits^{-1}}\right)=
(2000+504,9)\div44,73=56\mathrm{ml}.\mathrm{Kg}^{-1}\cdot\min\nolimits^{-1}$$
Mulheres:
$$\mathrm{VO}_{2} \operatorname{máx} \left(\mathrm{ml} . \mathrm{Kg}^{-1} . \mathrm{min}^{-1}\right)=
(1600+504,9) \div 44,73=47 \mathrm{ml} . \mathrm{Kg}^{-1} . \mathrm{min}^{-1}$$
Por meio desses resultados, podemos notar que, para conseguir a aprovação no teste de 12 minutos do TAF,
os homens precisam apresentar um VO2 igual ou superior a 56ml.kg-1.min-1, enquanto as mulheres devem
possuir um VO2 igual ou superior a 47ml.kg-1.min-1.
Protocolo de Cumming
Com objetivo de avaliar pessoas com baixo nível de condicionamento cardiorrespiratório, como obesos,
idosos e cardiopatas, foi desenvolvido um teste de campo por intermédio da realização de uma caminhada
(submáximo) de carga fixa e contínua: o teste de Cumming. Para isso, os participantes devem caminhar o
mais rápido possível por 2 milhas (3.200 metros).
Atenção!
Se o avaliado realizar esse teste e terminar em tempo inferior a 28 minutos, recomenda-se que ele faça o
teste de Cooper.
Para estimar a potência aeróbia máxima, basta saber o tempo de duração do teste para expressar a
velocidade média em km/h e aplicar na seguinte equação:
$$ V O_{2} \operatorname{máx}\left(\mathrm{ml} \cdot \mathrm{kg}^{1} \cdot
\mathrm{min}^{-1}\right)=0,35 \times V^{2}+7,4 $$
Em que:
V = velocidade média em km/h
Vamos imaginar que um participante cardiopata tenha terminado os 3.200m em 29 minutos. Dividindo a
distância pelo tempo (3200 ÷ 29), é possível calcular a velocidade média em metros por minuto
(110,34m/min).
A partir daí, para converter a velocidade para km/h, basta dividir 110,34 por 1.000 e depois multiplicar por
60; assim, sua velocidade média em km/h durante o teste foi 6,62. Aplicando na equação, obtemos o
VO2máx estimado de 22,73ml.kg-1.min-1.
Protocolo yo-yo incremental test
Muito utilizado por jogadores de futebol é o teste incremental de vai e vem (yo-yo incremental test). São
realizadas demarcações nele de 20 metros, que é a distância determinada para cada estágio.
O participante, portanto, inicia o teste atrás da demarcação e precisa se deslocar no percurso de 20 metros
até ultrapassar a outra linha dentro do intervalo de tempo instruído por um sinal sonoro. Em seguida, o
avaliado vira-se e retorna ao ponto inicial quando sinalizado por outro sinal sonoro.
Os intervalos entre os estímulos sonoros reduzem progressivamente (a cada minuto), de tal modo que o
avaliado precisa aumentar a velocidade (1km/h a cada min) para conseguir alcançar a distância
preconizada.
Há um período de recuperação ativo (5 e 10 segundos respectivamente para as versões de resistência e
recuperação do teste) interceptado entre cada lançadeira de 20 metros (para fora e para trás). Nesse
momento, o sujeito deve andar ou correr em torno do outro cone e retornar ao ponto de partida. Um aviso é
dado quando o sujeito não conclui com êxito o deslocamento de ida e volta no tempo estipulado. Quando o
avaliado não consegue por duas vezes alcançar a distância daquele estágio em específico, o teste é
interrompido.
Esquema ilustrativo da organização espacial necessária para a realização do teste de yo-yo.
Uma vez que a distância total tenha sido mensurara, o VO2máx pode ser calculado utilizando a seguinte
equação:
$$ V O_{2} \operatorname{máx}\left(\mathrm{ml} \cdot \mathrm{kg}^{-1} \cdot
\mathrm{min}^{-1}\right)=\text { distância em metros } \times 0,0084+36,4 $$
Dica
Para corredores profissionais, existem dois testes recomendados: o de Conconi (incremental máximo) e o
de Weltman (teste máximo de carga fixa e contínuo).
Protocolo de Conconi
No teste de Conconi, os corredores são orientados a realizar um aquecimento de 15 a 30 minutos com
intensidade autossugerida (livre escolha dos atletas), mas sem apresentar fadiga voluntária. Os atletas
iniciam o teste com uma velocidade equivalente de 12 a 14km/h em pista oficial de 400m.
A cada volta, os atletas são encorajados a aumentar a velocidade de corrida em 0,5km/h a cada 200m até a
fadiga voluntária. As variáveis de interesse nesse teste são a velocidade máxima, o ponto de deflexão da FC
e – se possível, por meio de um sistema de calorimetria indireta portátil – o VO2máx.
Protocolo de Weltman
No teste de Weltman, os atletas precisam percorrer uma distância fixa de 3.200m no menor tempo possível;
assim, é possível estimar o VO2máx por meio das seguintes equações:
$$ \text { Homens: } V O_{2} \text { máx }\left(\mathrm{ml} \cdot \mathrm{kg}^{1} \cdot
\mathrm{min}^{-1}\right)=118,4-4,77(T) $$
$$ \text { Mulheres: } V O_{2} \text { máx }\left(m l \cdot \mathrm{kg}^{-1} \cdot
\mathrm{min}^{-1}\right)=90,70-3,25(\mathrm{~T})+0,04\left(\mathrm{~T}^{2}\right) $$
Em que:
T = tempo em minutos
Corrida lançada de 50 metros
Neste teste, o protocolo é o seguinte: em uma pista de atletismo, registra-se o tempo de uma corrida em
velocidade máxima durante uma distância de 50 metros. No entanto, é necessário que o participante a inicie
em uma distância de 15 metros que antecede os 50 metros para descartar o tempo de aceleração.
Tal teste tem como objetivo avaliar a potência anaeróbia alática. É possível adaptá-lo
para distâncias inferiores.
Teste de potência anaeróbia de corrida (running
anaerobic sprint test) – Rast test
Este teste consiste na realização de 6 corridas máximas (sprints) de 35m intercaladas por um período de
recuperação passiva de 10 segundos. Para o cálculo da potência absoluta em cada estímulo, aplica-se a
seguinte equação:
$$ \left.P_{abs}(W)=\left(MC\;\times\;D^2\right)/T^3\right) $$
Em que:
MC = massa corporal
D = distância de 35 metros
T = tempo percorrido em cada estímulo
A partir daí, outros parâmetros são calculados, como potência de pico (PP), potência média (Pméd) e
mínima (Pmin), bem como o índice de fadiga expresso em valores percentuais da mesma maneira que no
teste de Wingate.
Parâmetros são calculados
IF = [(Pmáx – Pmin) ÷ Pmáx] x 100
Exemplo
Um atleta com massa corporal de 70kg obteve os seguintes valores durante os seis estímulos: sprint 1 –
4,85s, sprint 2 – 4,98s, sprint 3 – 5,09s, sprint 4 – 5,28s, sprint 5 – 5,37s e sprint 6 – 5,49s.
A partir dessas métricas, temos os seguintes resultados:
PP = (70 x 352) / 4,853) = 752 watts
Pméd = (70 x 352) / 5,173) = 620 watts
Pmin = (70 x 352) / 5,493) = 518 watts
IF (%) = (752 – 518) x 100) / 752) = 31,11%
Testes de campo para aptidão cardiorrespiratória
Acompanhe agora a explicação sobre os principais protocolos de teste de campo com o especialista Silvio
Marques.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 4 - Vem que eu te explico!
Protocolo de Cooper
Módulo 4 - Vem que eu te explico!
Protocolo Yo-Yo incremental teste
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O teste de Cooper é muito utilizado na prática esportiva e em muitos concursos públicos para avaliara
aptidão cardiorrespiratória (AC) dos avaliados. Ele consiste na realização de corrida no tempo fixo de 12
minutos com o objetivo de percorrer a maior distância possível nesse período. A quantificação do VO2máx é
realizada inserindo a distância percorrida nesta equação: 
VO2 máx (ml.Kg ⁻¹ . min ⁻¹) = (distância+504,9) : 44,73. 
O Departamento de Polícia Federal (DPF) realizou um concurso no ano de 2021 no qual voluntários do sexo
masculino e feminino precisavam alcançar a distância mínima de 2.000m e 1.600m, respectivamente.
Assinale a opção correta referente aos valores mínimos de VO2máx requeridos pelo DPF para a seleção dos
candidatos de ambos os sexos.
A 52ml.kg⁻¹.min⁻¹ (homens) e 47ml.kg⁻¹.min⁻¹ (mulheres)
B 54ml.kg⁻¹.min⁻¹ (homens) e 45ml.kg⁻¹.min⁻¹ (mulheres)
C 56ml.kg⁻¹.min⁻¹ (homens) e 47ml.kg⁻¹.min⁻¹ (mulheres)
D 46ml.kg⁻¹.min⁻¹ (homens) e 57ml.kg⁻¹.min⁻¹ (mulheres)
E 51ml.kg⁻¹.min⁻¹ (homens) e 43ml.kg⁻¹.min⁻¹ (mulheres)
Parabéns! A alternativa C está correta.
Para serem aprovados no concurso público, os candidatos do sexo masculino e feminino
precisam alcançar respectivamente VO2 máx=(2000+504,9) 44,73=56 ml.Kg⁻¹.min⁻¹para os
homens e VO2 máx=(1600+504,9) 44,73=47 ml.Kg⁻¹.min⁻¹ para as mulheres. O teste de Cooper é
de fácil aplicação e pode ser utilizado com diversos objetivos, como, por exemplo, avaliar o
progresso do treinamento ou gerar dados para a periodização.
Questão 2
Em 1963, Cumming desenvolveu um teste de campo por meio da realização de uma caminhada de carga
fixa e contínua. Para isso, os participantes precisam caminhar o mais rápido possível por duas milhas (3.200
metros). Aponte a alternativa que apresenta o objetivo principal desse teste.
A Avaliar a condição cardiorrespiratória de indivíduos de baixa aptidão.
B Avaliar a potência anaeróbia alática.
C Avaliar o índice de fadiga de indivíduos condicionados.
D Avaliar a condição anaeróbia de jogadores de futebol.
Considerações �nais
Como vimos neste conteúdo, a avaliação cardiorrespiratória é uma ferramenta muito importante para a
quantificação da aptidão cardiorrespiratória (AC), um componente essencial para o diagnóstico e a
prescrição do treinamento. O padrão ouro para a avaliação da AC é a ergoespirometria, ferramenta que
permite a quantificação dos parâmetros cardiorrespiratórios pela análise das trocas gasosas. Além da
medida direta do consumo máximo de oxigênio (VO2máx), ela é a ferramenta mais indicada para a
determinação dos limiares ventilatórios.
Para a fidedignidade dos resultados preconizados na avaliação da AC, apresentamos diferentes protocolos
de testes laboratoriais e suas interpretações. Na inviabilidade da realização desses testes, demonstramos
ainda que os de campo são bastante acessíveis e também de fácil interpretação, sendo possível o acesso
para qualquer profissional e sua aplicação em qualquer parcela da população.
Podcast
Para encerrar, ouça um resumo sobre os principais parâmetros relacionados à avaliação cardiorrespiratória.
Confira!
E Avaliar a potência máxima e mínima em cicloergômetro.
Parabéns! A alternativa A está correta.
O teste de Cumming é uma alternativa ao de Cooper. Sua aplicabilidade principal é avaliar a
aptidão do sistema cardiovascular em pessoas destreinadas ou em condições especiais, como
os pacientes crônicos.
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Referências
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