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Himenolepíase

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Himen
olepíase
Parasitologia
Clínica
HEMATOLOGIA BRENDA RODRIGUES 5° SEMESTRE 
Himenolepíase 
Características gerais 
• A himenolepíase é uma infecção intestinal, geralmente branda, 
provocada pelo helminto Hymenolepis nana 
o A H. nana já foi denominada Taenia nana e, atualmente 
Rodentolepis nana 
 
Posição taxonômica 
• Animalia → Platyhelminthes → Cestoda → Cyclophyllidea → 
Hymenolepididae → Hymenolepis → H. nana 
o Na família Hymenolepididae, as espécies que acometem 
humanos e roedores são: 
▪ Hymenolepis: desprovidas de rostelo e sem acúleos, 
oriundo de roedores 
 
▪ Rodentolepis: rostelo armado com acúleos, oriundos de 
humanos e roedores 
 
▪ Vampirolepis: rostelo armado com acúleos, oriundos de 
morcegos 
 
Epidemiologia 
• Estima-se que 75mi de pessoas vivam em baixas condições 
sanitárias e em aglomerados [favelas, creches...] em todo o 
mundo 
 
• Apesar de cosmopolita, é mais frequente em países ou regiões 
de clima frio 
 
• No Brasil, o H. nana é mais comum na região sul, onde durante 
os meses de inverno as crianças permanecem por mais tempo 
em ambiente fechado 
 
• Em geral, a prevalência é baixa [0,04 – 3,5%]; quando se examina 
a faixa etária de 2 – 9 anos em educandários coletivos, a 
prevalência pode chegar até 40% 
o A infecção é maior em crianças – após a puberdade, há 
aumento na resistência 
 
Fatores para alta prevalência 
• Densidade populacional 
• Hábito de viver em ambientes fechados 
• Resistencia curta do ovo no meio externo [até 10 dias] 
• Promiscuidade e maus hábitos higiênicos 
• Presença de hospedeiros intermediários próprios no ambiente 
• Transmissão direta; criança → fezes → ovos → chão → criança 
 
Localização 
• O verme adulto é encontrado no intestino delgado [íleo e 
jejuno] 
 
• Os ovos são encontrados nas fezes 
 
• As larvas podem ser encontradas nas vilosidades intestinais 
[homem] ou na cavidade geral do inseto [hospedeiro 
intermediário; pulgas e carrunchos de cereais] 
 
Morfologia 
Verme adulto 
 
a, ovário; b, glândula vitelina; c, testículo; d, canal deferente; e, bolsa do cirro; f, 
poro genital; g, vagina; h, receptáculo seminal 
 
 
B) Escólex de Hymenolepis nana mostrando ventosas e rostelo com ganchos. 
C) Proglotes maduras têm três testículos (coradas com carmina) 
 
• Mede cerca de 3 – 5cm 
• Não apresenta sistema digestório 
• É monoico 
• O corpo é dividido em escólex [cabeça], colo [pescoço] e 
estróbilo [corpo] 
o Escólex: forma globosa, possui 4 ventosas para fixação, 
apresenta rostro/rostelo retrátil e fileira única de acúleos 
[ganchos] 
 
o Colo: região após o escólex, responsável pelo crescimento do 
corpo do verme 
 
o Estróbilo: formado por unidades denominadas proglotes, que 
podem ser jovens, maduras [monoicas] ou gravídicas 
▪ H. nana pode apresentar 100 – 200 proglotes com formato de 
trapézio 
 
• Cada um possui uma genitália masculina e feminina; são 
hermafroditas 
 
 
Proglotes maduras de Hymenolepis nana coradas com acetocarmina – 
proglotes gravídicas contendo proglotes com úteros repletos de ovos 
(notar porção central mais escura, e a presença de poros genitais apenas 
na porção superior) 
 
Hymenolepis nana Hymenolepis diminuta 
Presença de rosto e acúleos 
3 – 5cm 
Ovo menor c/ filamentos 
Ciclo monoxênico e heteroxênico 
Parasita do homem 
Ausência de rostro 
30 – 60cm 
Ovo maior e s/ filamentos 
Ciclo heteroxênico 
Tênia do rato 
 
Ovos 
• São quase esféricos, medindo cerca de 40µm de diâmetro; são 
transparentes e incolores, apresentam duas membranas 
externas delgadas envolvendo um espaço claro e, internamente, 
outra membrana [embrióforo] envolvendo o embrião 
[hexacanto], apresentando dois mamelões claros em posições 
opostas, de onde partem filamentos longos; a sua morfologia é 
semelhante a um chapéu de mexicano ou ovo frito 
 
 
Observação dos 3 pares e acúleos apontados pelas setas verdes. 
 
Larva cisticercoide 
• É pequena, formada por um escólex invaginado e envolto por 
uma membrana, contendo uma pequena quantidade de líquido 
e medindo cerca de 500µm de diâmetro 
o Pode denominar-se protoescólex ao escólex da larva 
 
 
Transmissão 
• Larvas cisticercoides: ingestão de água ou alimentos 
contaminados com ovos 
 
• Himenolepíase: ingestão acidental de insetos e carrunchos de 
cereais infectados com larvas cisticercoides 
 
• Ovos: ingestão através de alimentos ou mãos/objetos 
contaminados 
 
o Pode ocorrer hiperinfecção → autoinfecção interna [a 
oncosfera de cada ovo penetra na mucosa do íleo → larva 
cisticercoide → verme adulto]; retroperistaltismo 
▪ Também pode ocorrer autoinfecção externa 
 
Ciclo biológico 
HEMATOLOGIA BRENDA RODRIGUES 5° SEMESTRE 
 
• Ciclo monoxênico: os ovos são eliminados nas fezes → ingestão 
→ estômago → embrióforos fragilizados pelo suco gástrico → 
intestino delgado; eclosão da oncosfera [possuem 6 ganchos para 
destruir o epitélio e invadir a lâmina própria]→ penetração nas 
vilosidades do jejuno/íleo → 4 dias; larva cisticercoide – epitélio 
intestinal e alojamento na lâmina própria→ 10 dias; a larva está 
madura – lúmen intestinal → ‘’desenvaginação’’ e fixação na 
mucosa intestinal através do escólex → 20 dias; vermes 
adultos no íleo – possuem vida curta, sobrevivendo em média 
por 14 dias e são eliminados pela própria resistência do corpo 
por conta da resposta imunológica no momento da parasitose 
o É o ciclo mais frequente em que as larvas cisticercoides, nas vilosidades, 
estimulam o sistema imune e conferem imunidade ativa específica; 
indivíduos c/ imunidade baixa ingerem os ovos e desenvolvem uma 
parasitose mais prolongada 
 
 
• Ciclo heteroxênico: ovos no meio externo são ingeridos pelas 
larvas de algum inseto vetor → intestino do hosp. intermediário 
→ libera a oncosfera → larva cisticercoide 
o A criança pode ingerir, acidentalmente, um inseto contendo 
larvas cisticercoides que, ao chegarem no ID, desenvaginam-
se, fixam-se à mucosa e 20 dias depois são vermes adultos 
 
 
• Hospedeiros intermediários: 
o Pulgas: Xenopsylla cheopis, Ctenocephalides canis, Pulex irritans 
o Coleópteros: Tenebrio molitor, T. obscurus e Tribolium confusum 
 
Ciclo na Hymenolepis diminuta 
• É um ciclo heteroxênico e o homem infecta-se a partir da 
ingestão de insetos com a larva cisticercoide 
 
• Em geral, o verme é eliminado 2 meses após a infecção 
 
 
Patogênese 
• Frequentemente assintomática [depende da carga parasitária] 
o Isso deve-se ao fato de que há uma resposta imune aos ovos 
que chegam no hospedeiro pelo ciclo monoxênico 
 
o A sintomatologia está associada à idade do paciente e ao 
número de vermes albergados 
 
• Dor epigástrica, apetite alterado, prurido anal, náuseas, diarreia, 
insônia, e irritabilidade nervosa 
o Pode chegar à cefaleia e crises epileptiformes, cianose, perda 
de consciência, convulsões 
▪ As alterações nervosas provavelmente ocorrem devido a uma 
excitação do córtex, por ação reflexa ou ação de toxinas 
 
o Quadro toxêmico → prurido, inquietação, anorexia, 
convulsões 
 
• Hiperinfecção → congestão da mucosa, infiltração linfocitária, 
pequenas ulcerações, eosinofilia, perda de peso 
 
Ação 
• Ação mecânica/traumática [lesões] → congestão e ulcerações 
da mucosa – presença da coroa de ganchos 
 
• Ação tóxica [alérgica e irritativa] 
o Liberação de neurotoxinas ou ação reflexa → excitação do 
córtex cerebral [ataques epilépticos...] 
▪ Vermes podem promover estímulos variados no SNC 
 
o Produção de muco → ação imunológica específica [humoral e 
celular] 
 
• Ação espoliativa: vitamina B12 e ácido fólico; pode acarretar 
anemia por déficit nutricional; emagrecimento 
 
Diagnóstico 
• Clínico: pouca utilidade e difícil 
o Em crianças com ataques epileptiformes, deve-se pensar 
primeiramente em alguma verminose, a qual será confirmada 
ou não pelo parasitológico de fezes 
 
• Laboratorial 
o Método direto; EPF – sedimentação espontânea 
▪ Quandonegativo; repetição de exames pela irregularidade 
de eliminação dos ovos 
 
• A H. diminuta também é encontrada a partir do EPF, e os seus 
ovos são maiores que o da H. nana e não possuem filamentos 
polares 
 
Tratamento 
• Praziquantel 
o Atua sobre as formas adultas 
▪ Não atua sobre as larvas cisticercoides na mucosa 
 
o Repetição de ciclo c/ intervalo de duas semanas – o 
tratamento só atinge o verme adulto 
 
• Niclosamida 
 
o Experimentos em camundongos demonstram uma reação cruzada 
entre o H. nana e o H. diminuta; quando este é infestado por uma 
espécie e depois pela outra, essa segunda espécie não se desenvolve 
no hospedeiro devido a antigenicidade não só da forma tecidual – larva 
cisticercoide – como da forma adulta, altamente imunogênica, levando 
a produção de altos títulos de IgG. Assim, pode-se realizar a proteção de 
hospedeiros intermediários contra o H. nana provocando uma infecção 
controlada e discreta pelo H. diminuta. 
 
Profilaxia 
• Higiene individual; uso de privadas ou fossas; uso de aspirador 
de pó 
 
• Tratamento precoce dos doentes 
 
• Combate aos insetos de cereais e pulgas existentes em 
ambiente doméstico 
 
• Realizar o exame de fezes nos demais membros da comunidade 
e tratá-los corretamente → evita manutenção de fontes de 
infecção

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