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REPRODU(:AO PRO iBID A ~~~,::g::::~~ DE MINAS GERAIS DEPARTAME~~9~~s~NGENHARIA DE ESTRUTURAS IMPRESSAO DE MAR<;O DE 2011 BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS UF.N\.G SUMARIO Nota dos Autores ...................... ................ ........ .. ... .. .. ................................... ... . III Capitulo I: lntrodu,ao .................................... .... ...... .. ......................... ... .......... . 1.1. Generalidades 1.2. Considera<;oes Sabre os Elementos EstI1lrurais ................. .......................... . 2 1.3 . Usc de Estruturas de Ayo e Mistas no Brasil ................ .... ... ................... .... . 4 \ .4. Vantagens do Ayo como Material Estrutural... ..................... ...................... . . 8 1.5 . Cuidados ao se UsaI' 0 AQo como Material EstnnuraJ.... 12 Capitulo 2: Matcriais Estruturais ............. ................................... . 19 2.1. Generalidadcs .... ............ ........... .... ...... .. .............................. ......... ....... ... ... ... . 19 2.2. A(,:os Estruturai~ de Perfis.. ...... .............. ...................................... .. .. . 19 2.3 . Acros Estruturais de Annaduras ........... · .. ........ ,.,." .. .... " ..... .......................... .. . '27 2.4. Concreto ................................................................................ .. .................... . 28 Capitulo 3: Perfl s Estruturais de A.;:9 ............................................................... . 29 3. 1. Gcncralidades .......... ....... _ ......... . ; ....... .. ... ........ ...... :.. . ....... .................... . . 29 3.2. Perti s Laminados ............................... ... ........... ............... ...... ... ............ ...... . . 29 3.3. Pcrfis Soldados .... .. ... ............................. :.... . ...................................... . . 36 3.4. TensOes Residuais nos ·Perfis ..................................................................... . 38 Capfculo 4: Segurany3 e Desempenho Estrutural. ... ............ .......... .................. .. 43 4 . 1. Generalidades .......................................... ..... .. ................ : ...... ...... ................ . 43 4 .2. Moes........ ............... . .............. ...................... ....... . 44 4.3. Me~odo dos Estados-Iimi tes .................. , ................................... ................ . . 49 4.4 . Exemp'los de Aplicayao .... .................. .................................... . .. 62 Capi~lo 5: Comportamento e Analise EstruturaL. .......................... ................ . 73 5.1. Generalidades .................................... ................. .......... .................. .... .. 73 5.2. Id6ias Bas icas sobre Compol1amemo EstruturaL ......... ....... ..... .. 73 5.3. AmUisc EstruturaI................ . ... ......... ...... .. . , ........... . . 80 5.4. Considerayiio de Efeitos de Imperfeiyoes na Ana li se .. ...... ...... .. 87 5.5. Analise Estrutural para os Estados· limites Ultimos"." .... ........ . 89 5.6. Analise Estruturnl pant os Estados-limites de Servi~o ............................... .. 90 5.7. Excmplos de Aplica(f30................................................ . ........................ . 91 Capitulo 6: Barras de Ac;o Tracionadas .......... ...... .... .... .......... ......... .. ...... ..... ... . 109 6.1. Gcneralidades ............. .......... ............... ......................................................... . 109 6.2. Estudo da Regiao de Liga~ao ................................... .... ......... ..... ....... .......... .. 11 4 6.3. 'dentifica~ao dos Estados-limites' U!timos ................... .............. ....... _ .......... . 6.4. Dimensionamento aos Estados-limites Ultimos ............................... ............ . 123 124 6.5. Limita~ao do Indice de Esbeltez .............. .... .. .................... .... .. 125 6.6. Emprego de Barras,Compostas .............. .. ..... ... ........ ..... ................... ............ . 127 6.7. Barras Redondas com Extremidades Rosqueadas .... .. .... ........ . .. 129 6.8. Efeitos Adicionais.......... . ... ................ ......................... . 131 6.9. Exemplos de Aplica(fiio .. ............................ ................ ..... ......................... .. .. 132 1 UfIV\G Capitulo 7: Barras de A'fo Comprimidas................... ....................................... 149 7.1. Generalidades................................................................................................ 149 7.2. Instabilidade de Barras corn Curvatura Inicial.............................................. 150 7.3. Flambagem LocaL...... ............ ..... ............................ ...................................... 162 7.4. Dimensionamento aos Estados-limites intimos............................................ 169 7.5. Limitayao do Indice de Esbeltez................................................................... 170 7.6. Emprego de Barras Compostas..................................................................... 171 7.7. Exemplos de Aplicayao................................................................................. 172 Capitulo 8: Barras de A'fo Fletidas........................................... .... .................... 197 8.1. Generalidades .................................................................... ;~.,......................... 197 8.2. Plastificayao Total da Seyao TransversaL ........................ :........................... 198 8.3. Flambagem Lateral corn Toryao................................................................... 207 8.4. Flambagem Local.......................................................................................... 214 8.5. Dimensionamento ao Momento Fletor.. ............................................... ~ .. u..... 218 8.6. Colapso sob Forya Cortante ....................... ~r ................................................ ~. 225 8.7. Dimensionamento a Forya Cortante ........ ~ ............... " ................................... ~. 232 8.8. Colapso sob Foryas Localizadas ................................... ".;,.~ ......................... '" 233 8.9. Aberturas na Alma de Vigas ...................... :_ .. u ..................... ; ••• ~~ •• :,.:............ 237 8.10. Exemplos de Aplicayao.................................................................................. 238 Capitulo 9: Barras deA'fo Sob Combina'fao de:E-sforyos S~licitantes............. 271 9.1. Generalidades ............. '~""H ....... ; ...................................... " .......................... " 271 9.2. Atuayao de ForyaAxial e Momen!os Eletores~ ................ ;............................. 275 9.3. DimensionamentoaE~rya Cortante.::;: .. +.! .•.• ~ .. ~ ......... "................................ 278 9.4. Exemplos de A:plicayao .............. :;;~~.............................................................. 282 Apendice A: PerfisLaminados ~ae Se'fao Ab~rta eBarras Redondas............... 313 Apendice B: Alguns Peifis Soldados Confornte ABNT NBR 5884:2005....... 323 Apendice C: Flechas.......................................................................................... 327 11 NOTA DOS AUTORES o presente trabalho contem os nove primeiros capitulos de urn livro que se encontra em fase final de elabora<;ao, que tern 0 objetivo de fomecer os conhecimentos basicos necessarios para a especifica<;ao, a compreensao do comportamento e 0 dimensionamento de elementos estruturais de a<;o e mistos de a<;o e concreto. Esses nove capitulos abrangem introduyao, materiais estruturais, perfis estruturais de a<;o, seguran<;a e desempenho estrutural, comportamento e analise estrutural, barras de a<;o tracionadas, barrasde avo comprimidas, barras de a<;o fletidas e barras de a<;o sob combihayau de esfowos solicitantes. Em outro trabalho, estao ,sendo disponibilizados mais cinco capitulos (liga<;oes, basesde pilares, viglls mistas, pilares mistos e lajes mistas), que completam 0 livro. o futuro livro serv.ira como texto didMico paraa:s disciplinas Estruturas de A<;:o I e Estruturas de A<;:o II, que<perfazem urn total de cento e vinte horas- aula, do Curso de Gradua<;ao ell1,EngeIiliaria Civil da Escola de Engenharia da . Universidade Federal de Minas Gerais.(EVid~;Qtementy, pode ger util tambem a outros cursos de gradua<;3.0, a cursos dep6s-gradua.~ao e a profissionais dos setores de estruturas dea¢o e de estruturas 1111stas de a<;o'e concreto. o trabalho tern cQ.n10 referencia a no~a brasileita ABNT NBR 8800:2008 e trata apenas de~lementos estruturais com perfis, .. ne a<;o de se<;ao aberta, tendo em vista que as seyQes fechadas (tubulares) possuem caracteristicas especiais de compqrtamento emerecem ser tratada~. em separado. Destaca-se ainda que, . em diversas partes do texto ( comljtha<;ao de a<;oes, analise estrutural, emij¢uellt3r-es transversaisem vigas, . etc.), bus cando maior objetividade e facilidade/.de .. entendimentol1)ara iniciantes no assunto, optou-se por uma abordagemsUllplificada e conservadora. Alem disso, pela mesma razao, foram omitidos assmitosDlenos frefiluentes na pratica pro fissional. E importante tambem mencionar que 0 trabalho, apesar de proximo do final, encontra-se ainda ern aprimoramento, razao pela qual se solicita que, caso 0 leitor queira fazer sugestoes para seu aprimoramento, que entre em contato com este autor pelo e-mailfakury@dees.~ifing.br. Prof. Dr. Ricardo Hallal Fakury Departamento de Engenharia de Estruturas - Escola de Engenharia Universidade Federal de Minas Gerais fakwy@dees.ufmg.br UFfV\G 111 CAP. 1: INTRODUCAo UFfV\G 1 INTRODU<;AO 1.1. GENERALIDADES v- .":.. , , Este trabalho tern comq:6bjetivo {omecer Ulila base teorica e uma visao pratica elementar do comportamento 4e:, - elementos esm,.tfuraisde,a~oe:onsHtuidos por perfis laminados e soldados de se(fao aberta, I ouJ:!~Q .. e cantonerra(L), e por barrasredondas lisas (ver subitem 1.2.1); - elementos estruturai~mistos de.~go e concreto, ou seja, elementos constituidos por urn perfiL.tie a(fo.e partes d~concretoco~/eu sem armadura, com 0 perfil de a(fo e as partes deciiriclTeto trabalhando e~ conjunto (ver subitem 1.2.2); '~ ,~?,,";- '< - liga(foes>ietatre os elemen~os estruturais e entre elementos estruturais e blocos de concreto demnda(fao (base~depilares). Os elementos ~~~~~~s'S~p;~citados, e suas liga(foes, sao projetados no Brasil de acordo com ~norma ABNT NBR 8800:2008, intitulada "Projeto de Estruturas de A(fo e de Estruturas Mistas de A(fo e Concreto de Edificios". Essa norma possui campo de aplica(fao limitado a edifica(foes habitacionais, comerciais, industriais e publicas, alem de passarelas de pedestres e suportes de equipamentos. Chama-se a atengao para 0 fato de que, buscando maior objetividade e facilidade de entendimento para iniciantes, optou-se aqui, sempre que possivel, por uma abordagem simplificada (ou pela abordagem mais simples permitida pela ABNT NBR 8800:2008) e, eventualmente, conservadora, no tratamento de diversas quest5es (ver Nota dos Autores). Pelas mesmas razoes, foram omitidos certos assuntos menos frequentes na pnitica. Para 1 CAP. 1: INTRODUCAO UF/V\G urn perfeito entendimento da abordagem empregada aqui e identificac;ao dos assuntos omitidos, aconselha-se que este trabalho seja utilizado tendo ao lado 0 texto original da mencionada norma brasileira. 1.2. CONSIDERA<;OES SOBRE OS ELEMENTOS ESTRUTURAIS 1.2.1. Elementos Estruturais de A~o Os elementos estruturais de ac;o, conforme 0 proprio nome in(;ir,ca, sao formados apenas por componentes de ac;o, que podem trabalhar, por exemp'lo, como "barra tracionada ou comprimida de trelic;a, inclusive em contraventamentos, como tirante, como pilar, como viga e como barra de portico, onde as solicitac;oes axiais sao acompanbadas de esforc;os de flexao, como ilustra a Figura 1.1. Figura 1.1 -2Exemplos de elementos estruturais de ac;o ',.'" Nota-se que elem¢n~~~de~o aparecem corriqueiramente submetidos a tensoes normais de trac;ao e compressao.· Isso ocorre porque 0 ac;o, como se vera adiante, e urn material que se comporta muito bern na resistencia a ambas as tensoes, embora, sob compressao; seja suscetivel a problemas de instabilidade. 1.2.2. Elementos Estruturais Mistos de A~o e Concreto Os elementos estruturais mistos de ac;o e concreto sao fOffilados por urn componente de ac;o e uma ou mais partes de concreto, armado ou nao, que trabalham solidariamente na resistencia aos esforc;os solicitantes. Esses elementos podem ser pilares, usualmente submetidos apenas it compressao axial, vigas, nonnalmente biapoiadas, e lajes. Nos pilares mistos, urn perfil de ac;o, normalmente do tipo H, e revestido totalmente com 2 CAP. 1: INTRODUCAO UF/V\.G concreto ou, parcialmente, quando 0 concreto e colocado apenas nos dois espayos entre a alma e as mesas. Nas vigas mistas, um perfil de a<;o, normalmente do tipo I, e sobreposto por uma laje de concreto, e uma faixa dessa laje trabalha em conjunto com 0 perfil de a<;o (0 perfil de a<;o e a laje sao unidos mecanicamente por elementos apropriados, denominados conectores de cisalhamento). Nas lajes mistas, e usada uma fOnna de a<;o com mossas e nervuras conformada a frio, que trabalha como annadura positiva, sobre a qual e colocado concreto (as mossas e nervuras da forma asseguram a liga<;ao adequada e o trabalho conjunto dos dois materiais). A Figura 1.2 mostra uma obra com pilares mistos totalmente revestidos com concreto, vi gas mistas e lajes mistas. Figura 1.2 - Exe11i\Plos de obl"~com elementos estruturais mistos de a<;o e concreto Nota",setilue os elementosmistos sao'~i~jetados de modo que: - as parte.s~~ concreto consti'iuintestrabalhem predominante a compressao, tensao sob a qual esse'ln~te~ial possui boa capacidade resistente (como se sabe, 0 concreto possui capacidade re'sist~nte a tra,9~o muito limitada); - 0 cOP1ponente d~~Q;~exceto nos pilares mistos, trabalhe predominantemente a tra<;ao, de modo que fique isentos de problemas relacionados a instabilidade (ver subitem 1.2.1). Nos pilares mistos e usada armadura longitudinal (Figura 1.2), formada por barras tedondas nervuradas, cuja contribui<;ao tambem e levada em conta na'determinayao da sua capacidade resistente. De maneira similar aos elementos de concreto armado, sao sempre usadas barras transversais (estribos). 3 CAP. 1: INTRODUCAO UFJV\G 1.3. usa DE ESTRUTURAS DE A<;O E MISTAS NO BRASIL 1.3.1. Estruturas de Aro No que se refere aos tipos de edifica90es cobertas pela ABNT NBR 8800:2008, no Brasil as estruturas de a90 (estruturas com elementos estruturais de a90) sao muito empregadas em galpoes industriais, edificios comerciais predominantemente horizontais, como centros de compras e revendedoras de veiculos, ginasios de esportes e constru90es para eventos, espetaculos e feiras. No entanto, seu usa ainda e relativamente pequeno em edificios altos de modo geral. Uma avalia9ao do conhecimento existente nas universidades, cent~os de pesquisa e escrit6rios de projeto, e da capacidade instalada nas uSlnas siderurgieas e empresas de fabrica9ao e montagem, permite conc1uir que 0 Brasil di$poe das condi90es tecnicas, de pessoal qualificado e dos produtos necessariosf):ara que sej:;tm executados tooos os tipos de obra com estruturas de a90, mesmo as mais complexas earrojadas. E interessante notar que, ja na constru9ao de BraSIlia, entre 1955el~6(J, os edificios dos ministerios e. a torre do congresso~acional foramfeitos COl'l1 estrutura de a90, conforme . se ve na Figura 1.3 (fonte: www~ge:{ictties.com, acesso em02110J2004). No caso desses edificios, as pe9as de a90 for(;!.lTI fabnCaa.aSino~Estad~s Unidos,transportadas por navios ate 0 porto do Rio de Janeil;'() e mpntada.s em Brasilia empresa tambem estadunidense. Figura 1.3 - Estruturas de a90 dos edificios dosministerios e do congresso nacional Desde a epoca da constru9ao de Brasilia, centenas de outros edificios com mais de dez pavimentos, possuindo diversos modelos arquitetOnicos, foram construidos no Brasil. Como ilustra9ao cita-se que, no remoto ana de 1957, foi erguido em Sao Paulo um dos primeiros edificios altos do pais usando engenharia e produtos nacionais, 0 Garagem America, para estacionamento de veiculos, com 15 pavimentos (Figura l.4-a - fonte: 4 CAP. 1: lNTRODUCAO UFfV\G www.metalica.com.br. acesso em 24/06/2009). Um caso interessante e 0 da antena da Rede Bandeirantes de Televisao, em Sao Paulo, de 1996, que atinge 212 m de altura (Figura lA-b), na qual, lla parte inferior, foi inserido um edificio comercial de 8 pavimentos. Um exemplo conhecido de edificio comercial arrojado, com arquitetura contemporanea, e 0 Casa do Comercio, com 15 pavimentos (Figura 1A-c - fonte: http://static.panoramio.com, acesso em 24/06/2009), concluido em 1987 em Salvador. Merece men9aO ainda 0 edificio Parque Fairmont, urn dos poucos residenciais do pais com estrutura de a90, em Belo Horizonte, com 30 pavimentos (Figura lA-d), concluido em 1991. ( c) Cas a do Comercio (b) Parque Fairmont Figura 1A - Exemplos de edificios residencial e comercial de andares mUltiplos 5 CAP. 1: INTRODUCAo UfIV\G Como ilustravao de outras edifica<;:oes tipicas, cUJO caIculo estrutural e coberto pela ABNT NBR 8800:2008, a Figura 1.5 mostra: - a cas a de eventos e ginasio de esportes Chevrolet Hall, em Belo Horizonte (Figura 1.5- a); - 0 galpao industrial da Fasal, em Santa Luzia, na regiao metropolitana de Belo Horizonte (Figura 1.5-b); - a expansao do centro de compras BH Shopping, em Belo Horizonte (Figura 1.5-c); - a passarela de pedestres no cruzamento do Anel Rodoviario cpm a Via do Minerio, em Belo Horizonte (Figura 1.5-d); - 0 edificio para revenda de veiculos marca Volkswagen (Garra Veiculos), em Belo Horizonte (Figura 1.5-e); - suportes de equipamentos de subestavao da CEMIG - Centrais El~tticas de Minas Gerais (Figura 1.5-f). (b) Galpao da Fasal (d) Passarela de peclestres na Via Expressa (e) Garra Veiculos (f) Suportes de equipamentos da CEMIG Figura 1.5 - Edificavoes tipicas cujo calculo e coberto pel a ABNT NBR 8800:2008 6 CAP. 1: INTRODUCAO UF/V\G 1.3.2. Estruturas Mistas de A~o e Concreto o primeiro elemento estrutural misto de ac;o e concreto utilizado em edificac;oes no Brasil foi a viga mista, por volta da dec ada de 1960, principalmente em pisos e coberturas de edificios de andares multiplos com lajes macic;as de concreto. Desde enHio, nesse tipo de edificio com estrutura met<ilica, as vi gas mistas sao usadas freqilentemente. Muitos dos edificios citados no subitem precedente possuem pis os com vigas mistas, como a Casa do Comercio (Figura lA-c), 0 Parque Fairmont (Figura lA-d), 0 Chevrolet Hall (Figura 1.5- a) e a expansao do BH Shopping (Figura 1.5-c). As lajes mistas comec;aram a ser usadas alguns anos apcs as vlgas\mistas, tambem em pisos e coberturas de edificios de, andares multiplos. Os mesmosenificios citados anteriormente como portadores de vigas mistas, tambem possuem laj~sl11listas. Os pilares mistos tern uso menos comum que vigas e pilates. Esses elementos comec;aram a ser us ados em nosso pais bern recentemente, com increi1)~lltq maior a partir. da decada de 2000. . A Figura 1.6 mostra uma parte da obra do Centro de Facilidades do Minas Tenis Clube, em Belo Horizonte, na qual forim usados viga;s mistG\$~>pi!.a:res mistos totalmente revestidos com concreto (ob~erva-sequeateo terceiro pavimento, 0 concreto ja foi colocado em volta do perfit~e;a¥,o e actma deste,>ainda;nao) elajes mistas. Figura 1.6 - Obra do Centro de Facilidades do Minas Tenis Clube 7 CAP. 1: INTRODUCAo UFJV\G 1.3.3. Considerm;iJes Adicionais Existem estruturas fonnadas por elementos apenas de concreto anna do e elementos puramente de ayO ou mistos de ayO e concreto. Essas estruturas sao denominadas hibridas e passaram a ser muito utilizadas no Brasil a partir da decada de 1990. E comum, por exemplo, construyoes executadas com pilares de concreto annado moldado no local ou pre-moldado e vigas de ayO (ou mistas) e lajes de concreto (ou mistas). A Figura 1.7 mostra um caso em que vigas treliyadas se apoiam em pHares de concreto annado moldados no local (entre esses pilares existem inclusive vigas de concreto) e uma estrutura onde vigas e contraventamentos de avo sao usados juntamente com pilares pre- moldados de concreto. 1.4. VANTAGENS DO.<;O COMO MATERIAL ESTRUTURAL , "< "'5.',> A seguir, seraoapresentadas ¥l,gumas das principais vantagens da utilizayao do ayO como material . seja em ~~mentos puramente de avo, seja em elementos mistos de ayO e concreto. 1.4.1. Elevada Resistencia o avo e 0 material estrutura1 que possui maior indice de resistencia (relayao entre resistencia e peso especifico). Por essa razao, DS componentes estruturais de ayO apresentam seyao transversal com menores dimensoes que os componentes de outros materiais. Por exemplo (Figura 1.8), urn pilar de edificio com pe-direito de 3 m, em perfil H de ayo suportando uma forya axial de compressao de caIculo de 1500 kN, pode possuir dimensoes de 250 x 250 x 8,0 x 9,5 mm (area da seyao transversal de 66 cm2 e peso total da peya de 1,5 kN). 0 mesmo pilar, em concreto annado, teria uma seyao quadrada de lado aproximadamente igual a 300 mm (area da seyao transversal de 900 cm2 e peso total 8 CAP. 1: INTRODUCAo UFfV\G da peya de 6,8 kN). Se a forya axial fosse de 15000 kN, 0 perfil de ayO poderia ter dimensoes de 650 x 650 x 19,0 x 31,5 mm (area da seyao transversal de 521 cm2 e peso total da peya de 12 kN), e a seyao de concreto teria lado de cerca de 1000 mm (area da seyao transversal de 10000 cm2 e peso total da peya de 75 kN). 9,5~ 1250 1300 31,51 1000 IE 250 )1 IE 300 )1 650 (a) Forva axial de 1500 kN 650 (b) Forva axtal de 15000 kN Figura 1.8 - Comparayao entre pilares comprimidos de ayO ede~Qncreto armado Seja agora uma viga biapoiada (Fi~,!,a+:9)com 5 mde va,o,sob:reposta por uma laje de concreto e submetida a uma carga 'de:~~l{;l::tlQ unifQnnemente distribuida de 20 kN/m. Pode-se usar para essa vigaum.perfil rdeayod~<2I:)Gx100 x .. ;6,3 x 8,0 mm (area da seyao transversal de 28 cm2 e .. peso total da p~~~ de 1,lkN). Se a viga fosse de concreto armado, teria largura cle 200 mme altura de 500 mm (area da seyao transversal de 1000 cm2 e peso totalclapcya de 13.kN). Se ovao .cl:a viga passasse para 15 mea carga para 70 kN/m, o perfil deayo p~deria ter dimensoes de 800 x 400 x 8,0 x 19,0 mm (area da seyao transvers~l de 213 e peso total da peya de 25 kN) e a seyao de concreto armado teria largura:de 400 mme .altura de 1500 mm (area da seyao transversal de 6000 peso total dapeya de 225~¥ 8 'I~I (a) Vao de 5 ill e carga de 20 kN/ill (b) Vao de 15 ill e carga de 70 kN/m 400 Figura 1.9 - Comparayao entre vigas de ayO e de concreto armado 1500 9 CAP. 1: INTRODUCAo UF/V\G A estrutura de a<;o e, portanto, a mais adequada nas obras onde se necessita vencer grandes vaos, como e 0 caso de ginasios de esportes, centros de compras, galpoes e hangares, ou grandes alturas, como nos edificios altos. Alem disso, devido ao menor peso proprio da estrutura, 0 usa do a<;o e vantajoso quando as condi<;oes do solo sao pouco favoniveis para a funda<;ao. E evidente que se, ao inves de pilar puramente de ayO, for usado urn pilar misto, 0 perfil metalico tera ainda menores dimensoes externas, mas 0 peso do pilar sera maior em virtude das partes de concreto. Da mesma forma, se ao inves da viga puramente de a<;o sob laje de concreto, for projetada uma viga mista (nesse caso, conectores de cisalhamento devem ser soldados na face superior do perfil de £1<;'13 e penetrar na laje, como mostrado no subitem 1.2.2), 0 perfil de avo tera menores dimensoes, podendo apresentar redw;ao de peso de ate 30%. 1.4.2. ElevadaDuctilidade Os avos estruturais sao materiais que possuem elevada ductilldade( a defonl1a<;ao na ruptura se situa entre 15% e 40% - a Figura 1.10 cmostra ensaiosaetlra'$ao em tres corpos de provade a<;o estrutural com resistencia ao escoarnento da ordem de 415 MPa e resistencia a ruptura proxima de 5(l)O'McPa, podendo ser obs~r¥ada''lima deformayao entre 32% e 35% na ruptura), 0 que fazeornQ.uesejam r,esistentesa. choques bruscos e, em pontos de alta concentra<;aode t~soes, Etue estasse reclistribuam peIo corpo. 600.-·_····· __ ···_····································· ................... _ ...................... , ....... _ ..... -... - .. - ............... ~ ............................ ··"-·-'1 500 ~ 400 ra Q.. :a;; 0' 300 Ira '" c: Q) I- 200 100 II I I i ! 0+1~~~,~1~,~~,~1~~~~~~, ~'~'~'~'~I~' ~~~~I~i~~~ri o 5 10 15 20 Deforma,;:ao (%) 25 30 35 40 Figura 1.10 - Exemplos de ensaios de trayao em corpos de prova de a<;o estrutural 1.4.3. Aproximat;iio entre Teoria e Realidade o a<;o e urn material homogeneo e praticamente isotropico e que, portanto, possui caracteristicas mecanicas bern definidas. Assim consegue-se uma aproximayao muito boa entre seu comportamento estrutural definido teoricamente e 0 que efetivamente ocorre na pratica. 10 CAP. 1: INTRODUCAo UFfV\G 1.4.4. Canteiro de Obras Menor, Limpo e Organizado Em uma construyao com elementos estruturais puramente de ayO, a dispensa de escoramento e fOnnas e a ausencia de manuseio de materiais diferentes fazem com que a area necessaria ao canteiro de obras e a estocagem seja reduzida e que 0 canteiro se mantenha limp 0 , organizado e sem entulhos. Adicionalmente, no caso de haver elementos estruturais mistos, esses beneficios podem se reduzir urn pouco, tendo em vista eventual a necessidade de f6nnas para concreto e escoramentos, e a colocayao de annaduras. 1.4.5. Facilidade de Reforfo e Ampliafiio Uma obra executada com estrutura de ayO, caso necessario, pode ser Jacilmente reforyada ou ampliada. Urn exemplo de reforyo em viga com perfil I e mostrado na Figura I. II-a, em que e soldado a face inferior desse pe:dil original urn perfil T ,aumentando substancialmente sua capacidade resistente a <flexao e sua rigidez (esse tipo de reforyo pode tambem ser empregado em vigas mistas). A Figura 1.11-b ilustra 0 reforyo de urn pilar em perfil I por meio da soldagem chapas nas suas rriesas,o que aumenta sua capacidade de resistir as ayoes atuantes. Na Figura Lll-c tem-se urn exemplo de ampliayao de uma edificayao, pelacoiastruyao de urn vao acliciona;L, cuja viga e ligada por . meio de parafusos a urn pilar existent'e. .. /. pade c~ha . re fon;:o -'\r- '\ chapa de o refors: (b) Reforyo de pilar Figura 1.11 - Ilustrayao de reforyo e ampliayao 1.4.6. Possibilidade de Reaproveitamento (c) Ampliayao A estrutura de ayO, principalmente quando as ligay5es forem parafusadas e nao existirem lajes de concreto, pode ser desmontada e reaproveitada. Evidentemente, essa possibilidade praticamente deixa de existir nas estruturas mistas. 11 CAP. 1: INTRODUCAO UFMG 1.4.7. Rapidez de Execut;iio Como a estrutura metaIica e composta de peyas pre-fabricadas, a montagem pode ser executada com grande rapidez, 0 que permite que se termine a obra em urn prazo menor. No caso de serem usados elementos mistos, pode haver urn dispendio adicional de tempo. 1.5. CUIDADOS AO SE USAR 0 A~O COMO MATERIAL ESTRUTURAL o ayO, como qualquer material estrutural, requer certos cuidadosao ser usado, para que sejam evitadas situayoes indesejaveis. Alguns desses cuidados referefn-sea corrosao e ao comportamento em situayao de incendio, conforme se detalha nos subitens seguintes. 1.5.1. Corrosiio A corrosao e urn processo espontaneo que red1;!2graduahi1~nteas espessuras das chapas que formam as seyoes transversais dos componentes estrufurais,. {}ue.podem se tornar invalidos para as finalidades pretendidas. A Figura 1.mostra dOTs cas os extremos de ocorrencia do fenomeno, urn etn que aschapas das nervutas de reforyo da base de urn pilar foram praticamente destrui~ otttr.o em queas chapas tta.regiaode uma ligayao entre viga e pilar foram completamente tom(ldaspelacolTosao~ Figura 1.12 - Exemplos de casos de COlTosao de grande intensidade A pintura e a galvanizayao (Figura 1. 13) sao os procedimentos mais usados para proteyao da estrutura contra cOlTosao. A galvanizayao consiste no recobrimento da superficie do ayo por uma camada de zinco, obtido pela imersao das peyas em grandes cubas com zinco fundido a aproximadamente 450°C. Caso se queira, 0 ayO galvanizado pode ser ainda pintado. 12 CAP. 1: INTRODUCAo Figura 1.13 - Pintura e galvanizayao A velocidade de corrosao (reduyao da espessura com 0 tempo) depende da agressividade do ambiente. 0 processo e mais acelerado em locais com umidade relativa do ar alta, em ambientes poluidos, como os das grandes cidades e os industriais, es,p'ecialmente quando sujeitos a vapores acidos, na orla maritima, devido a presenya de elo~eto des6dio, e junto a piscinas, por causa do eloro. Uma opyao consiste em se usar os chamados ayOS Tesistentes a corrosao atmosferica. Tais ayos" em virtude de suas composiyoes quimicas,apresentam veloCri~el~ de corrosao pelo menos quatro vezes inferior ados demais, e podem, em atmosferas menm.;agressivas, ser . utilizados ate sem proteyao anticorrasii\T,a. ' Nos elementos estruturais mistos, existea vant~gemde as superficies do perfil de ayo em contato com 0 concreto n~Gserem suscetN:eis a corresgo. 1. 5.2. Comportamentpem Situa~iio de lncepdi{) Embora 0 ayQseja um materiul inc ombustive1 , suas principais propriedades mecanicas degeneram-se consiueravelmente em altas temperaturas. A Figura 1.14 mostra os fatores de reduy,ao da resistenci'fl ao escoamentoe do modulo de elasticidade dos ayOS estruturais usuais()om 0 aumento da temperatur.a.( os fatores indicam a relayao entre a propriedade em 'temperatura elevada e a p:ropriedade a temperatura ambiente, suposta igual a 200 e). 'I Fa,'',;1 d, "d.,., . I 0,8 +----+--~ _ __+-~-_+----+----+_--- Resistenda ao Escoamen!o 0,6 -I-------f-----l-------' I 0,4 0,2 +----+------+----+~ oL--L--L--L-=~~~ o 200 400 600 800 1000 1200 Temperatura (OC) Figura 1.14 - Reduyoes de resistencia e rigidez do ayO com a elevayao da temperatura 13 CAP. 1: INTRODUCAo As reduvoes de resistencia e rigidez se tomam um problema real quando ocorre um incendio, situavao em que a temperatura do avo normalmente supera 500°C, e pode ocorrer colapso total ou parcial em decorrencia da estrutura perder a capacidade de suportar as avoes atuantes. Como ilustravao, a Figura 1.15 mostra a antiga cobertura metalica do teatro do Palacio das Artes, em Belo Horizonte, composta de trelivas de avo apoiadas em pilares de concreto, ap6s sua queda, em decorrencia de um incendio ocorrido em 1995. E possivel ver, em primeiro plano, uma das trelivas, ainda presa em uma das extremidades a urn pilar, bastante deformada, chegando a atingir 0 solo e, mais ao fundo, outras trelivas que nao chegaram a cair, possivelmente por estarem urn uma regiao mais distante do foco do incendio e terem sido submetidas.a menor aquecimento. Figura 1.15~Colapso datobertura do Palacio das Artes decorrente de incendio Para um;::p estrutura submetida a incendio,;a temperatura do avo em que ocorre 0 colapso . denomina-se temperatura ~>critica.Se a estrutura estiver dimensionada para total apr6ve1tljJ.mento do material~,(sem folga), a temperatura critic a situa-se geralmente entre 500°C e70{!)OC. Na prati~ essa temperatura muitas vezes supera 700°C, pois, comumente, q{!,ia.ndo ocorre 11m incendio, a estrutura nao esta sujeita a seu canegamento total, alem de serwuito.coll1lum existir folgas no dimensionamento. Em algumas situavoes, ha necessidade de proteger a estrutura contra incendio, para que a: temperatura do avo nao alcance a temperatura critica. Tal protevaoe feita usando materiais apropriados, normalmente tendo em sua composivao gesso, vermiculita, fibras minerais ou produtos ceramicos. Esses materiais, denominados materiais de revestimento contra fogo, costumam ter a forma de argamassa, que e jateada em toda a superficie exposta dos elementos estruturais (Figura 1.16-a), ou de placas rigidas, que sao montadas em volta dos elementos estruturais (Figura 1.16-b). No primeiro caso, a protevao e denominada "tipo contomo" e, no segundo, "tipo caixa". 14 CAP. 1: INTRODUCAo UF/V\G (a) Tipo contomo (b) Tipo caixa Figura 1.16 - Prote9ao contra incendio de elementos estiuturais Se a estrutura metaIica de uma edifica9ao e aparente e precisa ser protegida contra incendio, pode ser usada tinta intumescente. Esse produto, aplicado u$ua:lmente em pelicula de 0,25 mm e 6,0 mm, ao ser submetido ao calor, tem'sna .~s,pessura aumentada entre .20 e 30 vezes, passa a apresentar urn aspecto esponj.oso, como ilustra a Figura 1.17, e funciona como eficiente material d~pIote9ao contra incendio. A\em disso, permite que sobre ele seja aplicada uma pinturadeaca:liamento, de modo qqe a estrutura fique com a cor final desejada. Como exemplo, na Casa d.oComercio de Salvador, mostrada na Figura 1A-c, foi usado es.§etipo de tinta,e~m pintura de.acabamento na cor vermelha. Figura 1.17 - Ilustra9ao do comportamento da tinta intumescente Uma maneira de reduzir 0 problema e 0 usode a90s resistentes ao fogo que, em virtude de suas composi90es quimicas, apresentam degenerescencia das propriedades mecanicas com a eleva9ao da temperatura menos acentuada que ados demais a90s. Assim, a prote9ao contra incendio pode ser eliminada ou, n? pior das hipoteses, reduzida. No entanto, em praticamente todo 0 mundo, esses a90s apresentam custo pouco competitivo e raramente sao empregados. 15 CAP. 1: INTRODUCAo UFMG E interessante mencionar que os a<;os estruturais, quando resfriados apos urn incendio, recuperam pelo menos 90% das suas propriedades mecanicas originais. Por essa razao, todas as pe<;as recupenlveis, ou seja, que nao estiverem demasiadamente deformadas, podem ser reutilizadas. Nos elementos estruturais mistos, como 0 concreto tambem participa da capacidade resistente, e importante frisar que esse material tambem sofre degenerescencia das propriedades mecanicas quando submetido a altas temperaturas (a Figura 1.18 mostra, em termos aproximados, a degenerescencia da resistencia a compressao e do modulo de elasticidade do concreto de densidade normal). Fator de redU';lio I ~~~--~--~~-,-------,----.--,-,------,-------, 0.8 -t-------~;:--------+---"'...,._---+- Resistencia caracteristica a compressao 0.6+-------~----~~------~~--r_--r_------~----~ 0,4 +---- 1\·lMulo de clastiddade O.2-t--------r-------+-------~~--r_--r_----~r_----~ 0,1~-------+------~--------r_--+_--+_------~~~--~ 0+-------~------_+------_4----r_--r-------r-----~ o 200 400 600 700 800 1000 1200 Temperatura (0C) Figura 1.18 - Redllyoes de resi~tencia e rigi.rl.ezdo concreto com a teniperatura :'. ; 'f, ~\' ,':>~ " Como ilustraya6,'aFigura' f.i911l0stra 0 co1apso de uma estrutura de concreto armado, com destaque para acondi<;ao def<, alha de urn dos seus pilares. ',' , Figura 1.19 - Falha de urn pilar de concreto armado em incendio 16 CAP. 1: INTRODUCAo UF/V\G Como 0 concreto nao e um bom transmissor de calor, a perda de propriedades medinica e maior nas suas camadas extemas, mais expostas ao fogo, e pode ser desprezavel nas partes mais intemas, que se mantem menos aquecidas. Tambem por causa baixa transmissao de calor, nos pilares mistos, assim como nos pilares apenas de concreto armado, a armadura longitudinal e pouco afetada pelo incendio caso tenha cobrimento de concreto adequado (no caso do pilar misto em que 0 perfil de ac;o e totalmente envolvido por concreto, este tambem e pouco afetado pelo incendio caso 0 cobrimento seja adequado - Figura 1.20-a). Nas vigas mistas, quanto mais inferiores forem as camadas da laje de concreto, mais estas serao afetadas por um incendio .no pavimento imediatamente abaixo (Figura ] .20-b). Nas lajes mistas, a fOnna de ac;o, que item func;ao de armadura positiva, fica totalmente exposta ao incendio, e seu aquecimento pOGe causar colapso do sistema. Uma soluc;ao usual consiste em colocar barras de armadura dentto das nervuras, com cobrimento adequado, que passam a funcionar como armadvrapositiva da laje quando a fOrma perde parte importante da sua condic;ao de trabalho (t[igura 1.20-c). Outra soluc;ao, menos comum e normalmente mais onerasa, consiste em usar na face inferior da fOrma material de revestimento contra fogo. Concreto Perfil H de ayo (totalmente revestido com concreto) ·464 376 287 193 Concreto Barra de t1rrnadura (a) Pilar misto ~~~~~~~ 940 ~ 1845 (b) Viga mista :." ~~~ 560 465 370 275 180 B5 a.U1\C1UU<ll positiva para situayao de incendio . (c) Laje mista 981 I ~:~ , .~ 774- 705 635 566 I '·: 497 428 358 518 : 424 I ~ 331 237 144 Figura 1.20 - IlustraC;3o do aquecimento dos elementos estruturais mistos em incendio Ao contrario do ac;o, 0 concreto, quando resfriado ap6s um incendio, pode 'nao recuperar parte significativa de suas propriedades mecanicas originais. Assim, nao e aceitavel reutilizar um elemento estrutural misto ap6s um incendio sem que sejam feitas avalia<;oes minuciosas de sua condi<;ao estrutural. 17 CAP. 2: MA TERIAIS ESTRUTURAIS UFfV\G 2 MATERIAlS ESTRUTURAIS 2.1. GENERALIDADES Neste capitulo sao f~fuecidas todas as infonna90es relevantes relacionadas ao comportamento, bern como as e~,ecificac;oes e as propriedades medinicas, dos ac;os estruturais dos perfis el1:!pregadOSTI0§ elementos puramente de ac;o e nos elementos mistos de ac;oeconcreto (itelli 2.2), com excec;ao das lajes mistas (os ac;os utilizados nas farmas de ac;o dessas lajes sao des crito s no Capitulo 13, que trata especificamente das mesmas) .. "Sao fomecid~s ainda os danos ~:,elevantes dos ac;os de ban-as de amladura (item 2.3) e,doconcreto (item2A), materiaisempregados obviamente nos elementos estruturais mistos. 2.2. A<;OS EST~UTURAIS DE PERFIS 2.2.1. Defini~iio' Os ac;os utilizados na fabricac;ao de perfis de sec;ao aberta e ban-as redondas lisas tern qualidade estrutural. Isso significa que possuem propriedades mecanicas adeq~adas para uso em sistemas submetidos a tensoes e defonnac;oes. Alem dis so, que possuem urn custo competitivo para 0 setor da construc;ao civil (esse custo envolve 0 material propriamente dito e as operac;oes a que ele e submetido na fabricac;ao de estruturas, como a soldagem), e, ainda, a durabilidade necessaria para atender aos requisitos de vida util, geralmente igual a urn minimo de 50 anos. 19 CAP. 2: MA TERIA/S ESTRUTURA/S UFfV\G 2.2.2. Propriedades Meciinicas 2.2.2.1. Sob Tensao Normal Para obtenc;ao das propriedades mecamcas dos ac;os estruturais relacionadas ao comportamento sob tensao normal, realizam-se ensaios de trac;ao, a temperatura atmosferica, de corpos de prova cilindricos, isentos de tens5es residuais (tens5es intemas - ver item 3.4 no Capitulo 3). Sao obtidos diagramas ten sao versus deformac;ao como 0 mostrado simplificadamente na Figura 2.1, onde se observam tres fases distintas: - Fase Elastica Corresponde ao trecho reto que se inicia na origem e se encerra quando 0 material atinge a tens3.o hi, chamada de resistencia ao escoamento. 0 material segue a lei de Hooke, 0 que significa que as tensoes (()) e as deformac;oes (s) obedecem a seguinte relac;3.o linear: O'=E8 (2.1) onde E e uma constante, denominada modulo de elasticidade,m<:>dulode Young ou ainda modulo de deformac;3.o longitudinal, igual a tangente doal1gulo de inc1inac;3.o B. do trecho reto .. Para efeitos pniticos, seu valor pode set considerado C0mo: E =20(}(i)OOMRa (2.2) Nessa fase, caso haja ,'descarregamento;,este ocorr~segundo 0 mesmo caminho do carregamento,apenas ct}~ sentido ipverso. LogQ, a deforma93.0 desaparece completamente. fase de encruamento estriccao - - - - - - - - - - - - - --- - - - - - - - - - .. - - - - - - - - - -:"::-:';;--""'I""-~ colapso t t t gamento , I • , , I , I' f3 I I 1 a 5 \----C=r Deformayao residual 8,. 10 a 30 15 a 40 f: (0/0) Figura 2.1 - Diagrama tensao normal de trac;ao versus deformac;ao dos ac;os estruturais 20 CAP. 2: MA TERIAIS ES'TRUTURA/S UF/V\.G - Fase Plastica Corresponde ao trecho do diagrama ern que 0 material fica corn tensao constante, igual a h" enquanto a defonnayao aumenta consideravelmente, atingindo quase sempre val ores entre 1 % e 5%. Esse trecho e conhecido como patamar de escoamento. o descarregamento nessa fase ocorre segundo uma reta praticamente paralela ao segmento reto inicial. Assim, sempre restani uma defonnayao residual (&1'). - Fase de Encruamento Apos 0 escoamento, 0 material sofre urn revigoramento, que crecebe a denominayao de encruamento ou endurecimento. Assim, a tensao volta a crescer corn 0 aumento da defonnayao, porem sern relayao linear entre ambas. 0 material atinge sua tensao mais elevada, denominada resistencia a ruptura, representada por ill' A defonnayao correspondente varia. nonnalmente de 10% a 30%. Nessa etapa, 0 descarregamento, assim como na fase pl<istiqa, da por uma reta praticamente paralela ao segmento reto inicial. Depois de alcanyar ill, a area da seyao transversal Ita regiao central da carpa de prova comeya a se reduzir rapidamente, ern urn fen6meno conhecido cama estriq:aa, e ocorre uma queda no valor da forya de trayao aplicada, ate a rompimento, sobdeforrnayao daordem de 15% a 40%. A reduyao de tensao que se ve no diagrama aposfu aparece porque, CGIIVencianalmente, os valores das tens5es saoobtid6s dividindo-se a forya,aplicada p'ela area original (se a divisao fosse feita pela area reduzida pelaestricyao, ern carla inst~nte, as tens5es seriam sempre crescentes). Assim, pode-se dizer qllea<tensao ill ea tensao atuante na seyao transversal original do corpo de prova couespondent~ama,~~rforya que se consegue aplicar no mesmo. Caso .0 cerpe de prevafesse submetidea cempressao; seu cempertamente nas fases elastica e plastica seaa>praticameD:i:e igual ao<tla atu~H;:ae da tra<;ae, apenas apresentande redu<;ae ne lugaLcle aUIn~nte decemprimente,~tn a resistencia ae esceamente tende aproximadamerlte .0 mesmo>valor. Na fase de encruamente, ne· entante, em vez de estric9ae, haveria aumente daa1;eade cerpe de prova, .0 que faria cern que a fer9a atuante se eleva~se centinuamente ate .0 es.ma~amente de material. Assim, ae centrarie da resist~ncia ae esceamento~ a resistenciaa ruptura s6 e definida para selicita<;ae de tra9ae. 2.2.2.2. S'GoTensao de Cis~lhamento Urn cerpe de p1:ova s:ub1JJ:~tide a tensae de cisalhamente pessui urn diagrama tensae versus deferma<;ae simil'ar aquele relacienade as tens5es nermais de tra<;ae (Figura 2.2). A tangente de angule de inclina<;ao de segmente reto inicial (~v) denemina-se m6dule de elasticidade transversal eu m6dule de rigidez, sende representade per G. 0 seu valer pede ser ebtide da teeria da elasticidade, que relaciena .0 m6dule de rigidez ae m6dule de elasticidade E peIa equa<;ae: G= E 2 (1 + v) (2.3) ende vee ceeficiente de Peissen de age, igual a apreximadamente 0,3 em regime elastice. Intreduzinde esse mimere na expressae de G e substituindo-se E per seu valer, 21 CAP. 2: MA TERIA/S ESTRUTURA/S 200000 MPa, tem-se, aproximadamente, que: G= 77000 MPa T fvu -----------------------------:.:.,--;;.;-_ ....... _- s" (0/0) Figura 2.2 - Diagrama tensao de cisalliamento versus deforma<;ao UFf1I\G (2.4) A resistencia ao escoamento por cisa1hamento, repres~ntada pori"" v~i1aentre a metade e cinco oitavos da resistencia ao escoamento a tensao nonnal (fy). ~ E possivel, no entanto, chegar teoricamente ao seguinte vaior,<tradicionalmente usadoemproje~os estruturais: (2.5) A resistencia a ruptura.ao cisalhamento (j~!I) situa-se entre dois ter<;os e tres quartos da resistencia a rupturaatensao normal (fzJ Por simplicidade e a favor da seguran<;a, na pnltica,/vu e muitas vezestol;nadaigual;;a. 60% de 1;/> 2.2.2.3~ Massa Especifica, Peso Bspecifico e Coeficiente de Dilata9tlO Termica Os asYos estruturais apresentam, respectivamente, os seguintes val ores de massa especifica,peso especifico ecoeficiefite de dilata<;ao termica: Pa = 7850 kg/m3 (2.6) (2.7) a = 12 x 10-6 °e l a (2.8) 2.2.3. Composir;iio Quimica Os a<;os estruturais sao materiais que possuem na composi<;ao quimica uma porcentagem de ferro superior a 95%, carbona numa porcentagem maxima de 0,29%, alem de elementos como manganes, silicio, f6sforo, cobre, cromo, ni6bio, niquel e outros, em pequenas quantidades. 22 CAP. 2: MA TERIA/S ESTRUTURA/S UFfV\.G o carbono e os demais elementos que aparecem em pequenas quantidades na composiyao do avo sao os responsaveis por sua qualidade. Assim, por exemplo, 0 carbona e 0 principal elemento para aumento de resistencia, mas apresenta 0 inconveniente de reduzir a soldabilidade e a ductilidade. Tambem, aumentam a resistencia, 0 manganes, 0 silicio, 0 f6sforo, 0 cobre, 0 cromo, 0 ni6bio e 0 niquel, embora muitos desses elementos, da mesma fonna que 0 carbono, tambem contribuam para reduzir a soldabilidade e a ductilidade. 0 manganes, 0 cobre, 0 cromo, 0 ni6bio e 0 niquel aumentam a resistencia a corrosao atmosferica. Pequenas variayoes nas quantidades dos elementos pemlitem obter avos com qualidades diferentes. 2.2.4. Classijicariio 2.2.4.1. Introduyao Os avos estruturais nonnalmente usados no Brasil" em funyao da qualidade proporcionada pela composiyao quimica, saoclassificad~sem ayos-carbon0 e avos de baixa liga e alta resistencia mecanica. Esses ayospodem possuir resistencia a corrosao atmosferica nonnal ou superior a nonnal, sendo neste ultimo casodenominados avos re.sistentes a corrosao atmosferica. Os ayos-carbono e os avos de baixaligaealtaresist~cia meeAll1:ca podem ser resistentes ao fogo. Nessa condiyao, cohfa1ilTIe exp,~sto n0Capitti'lo J,apresentam degenerescencia das propriedades medinieas inferior a dos'd.emais a90ssob altas temperaturas. 0 uso de avos resistentes ao fogo tem sido e:xtremament~ reduzido em nosso pais. A ABNT NBR8800:2008exi;ge que os a90s est~!1turais possuam: - resistencia ao escQfllTIento 'U;~)ll;laxima de 450 MPa, para assegurar sua soldabilidade com o.emprego dosel.etrodos utiUzadps nonnalmente na constru9ao civil (para valor aciqnl.do citado, pode seT, necessariona composiyao quimica urn percentual de carbono e ·thang\Uues elevado, 0 que prejudica a soldabilidade - a rigor, a soldagem poderia ser efetuad~~lllO usa de eletr@!\1os especiais, de custo muito elevado); - relayao mini~~';:entJ:~ ~stesistencias a ruptura e ao escoamento (j/h) de 1,18, para assegurar queasi,p~¢~Griyoes de calculo da nonna relacionadas a propagayao do escoamento antes da ruprura possam ser aplicadas. 2.2.4.2. A<;os-carbono . Os a90s-carbono, tambem chamados de a90s comuns e de avos de media resistencia medinica, apresentam resistencia ao escoamento minima situada entre 230 MPa e 380 MPa e resistencia a ruptura minima entre 310 MPa e 480 MPa. 0 nivel de resistencia desses avos se deve principahnente a presenya do carbono, numa quantidade entre 0,15% e 0,29%, e do manganes, em porcentagem maxima de 1,5%. 23 CAP. 2: MATERIAlS EStRUTURAIS UFfV\G 2.2.4.3. A<;os de Baixa Liga e Alta Resistencia Medinica Os a<;os de baixa liga e alta resistencia medinica apresentam resistencia ao escoamento minima situada entre 290 MPa e 450 MPa e resistencia it ruptura minima entre 415 MPa e 550 MPa. 0 nivel de resistencia desses a<;os fica mais elevado que 0 dos a<;os-carbono pela presen<;a de elementos como silicio, ni6bio, cromo, cobre e niquel, entre outros. 2.2.4.4. A<;os Resistentes a Corrosao Atmosferica Os a<;os-carbono e os a<;os de baixa liga e alta resistencia.mecanica podem conter elementos como manganes, cobre, cromo, niquel e ni6bio, eni porcentagens adequadas, de modo a terem resistencia it corrosao atmosferica superior it nonnal,constituindo os chamados a<;os resistentes it corrosao atmosferica. Nesses a<;os ocorre a fonna<;ao de uma pelicrlla de o:xi<ios, de colora<;aocastanho- alaranjada, praticamente insoluvel, continua eaderida it st!:-perficie das pe<;asexpostas it atmosfera, chamada de patina, que funciona comoprote<;ao 'aptic0rrosiva(Figura 2.3-a). Tais a<;os nao sao imunes it corrosao, mas apreserttam uma velocidadede corrosao (perda de espessura com 0 tempo) pelo menos quatro vezes inf~ribra dos demais a<;os. Deve-se, no entanto, observar que, em detenninados ambientes extre{l1ame'llte agressivos, como os industriais onde a concentra<;ao dedi6xitldueenxofte sup eta 250 ~g/m3 e os marinhos com taxa de deposi<;ao depi'0retqs supeI!iora30:0 mg/rn2/dia, a patina nao se desenvolve adequadamente. . . Os a<;os resistente$. 'a CO]7fosao atm~sf~rica sao. tatn:Qem conhecidos como a<;os patimiveis e, exceto nos ambientesque.impedem a fornta<;ao da patina, anteriormente citados, podem ser usatlos>~em pinturaol1sem qualquer 'outro tipo de prote<;ao. Como ilustra<;ao, a Figura 2.3-b mostra~~sultados deensai?s realizados em area industrial, comparando as perdas espessura de u~ a<;o comtlm~.ere urn a<;o resistente it corrosao atmosferica. ( a) Aspecto da patina (b) Velocidade de corrosao em ambiente industrial Figura 2.3 - Comportamento dos a<;os resistentes it corrosao atmosferica 24 CAP. 2: MA TERIAIS ESTRUTURAIS UFfV\.G 2.2.5. AfoS Usados no Brasil 2.2.5.1. Avos Normatizados A Tabela 2.1 apresenta os avos normatizados pela ABNT para uso estrutural em perfis de seyao aberta e chapas grossas (vel' Capitulo 3) que atendam as condiyoes relacionadas as propriedades med.nicas exigidas pela ABNT NBR 8800:2008 rJ;! :::; 450 MPa e relayao /z/J;, ~ 1,18 - vel' 2.4.1). Alem disso, nao sao relacionados os avos com resistencia ao escoamento inferior a 250 MPa, pOI' nao serem utilizados na pratica. Sao citados 0 numero e ana da norma brasileira, sua aplicayao e a denomi'1;layao dos avos, com os respectivos valores minimos (a menos que uma faixa seja indicada) da resistencia ao escoamento (fy) e da resistencia a ruptura (f;J Nos avos previstosna ABNT NBR 7007 :2002, a sigla MR significa media resistencia mecanica, a sigla AR alta resistencia mecanica e a sig1a COR resistencia a corrosao atmosferica. Tabela 2.1 - AyoS estruturais nomlatizadospela ABNT NBR 7007:2002 NBR:6648:1984 .' A~os-carbono e microligados para Ch~pasgrossas de a~o-carbono para uso estrutural e geral uso estrutural Denominayao ;;, ift Denominayao " };, };, (MPa) (MFa) , (MPa) (MPa) MR250 250 400~56.0 AR350 350 .... 450 .. CG-26 255 410 AR350COR 350 485 CG~28 275 440 AR415 415 520 . . . ' ' . NJlR 5000:1'9,81 ..•... NBR 5008:1997 .,c' " .. <Ehapas grossas e bobinas gross as, de a<;o de Chap as grossas de a<;o de'b.aixaliga e alta baixa liga, resistentes it corrosao atmosferica, resistencia medinka para uso estrutural DeJ,1ominayao ,I; j~. , Denominayao ;; };, (MFa) (MJ>a) (MPa) (MPa) ,<IG-30 300 415 345 450 CGR400 250 380 415 520 CGR 500 e CGR 500A 370 490 GL:t5>.!!. 450 550 """ 7-,~~',( " A ABNT NBR"'~~GG~20Q8 permite 0 usa de avos estruturais de especificayao norte- americana ASTM (American Society for Testing and Materials), sendo que os mais comuns no Brasil, ' usados na fabricayao de chapas, perfis de seyao aberta e barras redondas lisas, estao apresentados na Tabela 2.2. Graus diferentes de um mesmo avo indicam pequenas variayoes na composiyao quimica, que podem alterar ligeiramente suas propriedades mecanicas e seu comportamento, tomando-o mais ou menos adequado para determinadas aplicayoes. ' 25 CAP. 2: MA TERIA/S ESTRUTURA/S UFfV\G Tabela 2.2 - Ayos estruturais de especificayao ASTM comumente usados no Brasil Classifica~ao Denomi- Produto Grupo 1) Grau J;, j;, na~ao (MPa) (MPa) Perfis laminados - 400 A~os-carbono A36 - 250 a Chapas e batTas t::; 200mm 550 redondas lisas 42 290 415 50 345 450 Periis 55 380 485 laminados - 60 415 520 A572 65 450 550 A4;OS de baixa liga e alta resistencia tS; 150mm 42 ,290 415 medlnica tS; 100 min 50 345 450 Chapas e balTaS 380 redondas lisas) tS; 50mm 55 485 tS; 31,5 mm 60 415 520 65 450 550 A992 2) Perfis laminados 345 a 450 - - 450·' - M5 485 Perfis laminados - - 315 460 - 290 435 A~os de baixa liga A242 tS;l9mm 345 480 - e alta resistencia Chapas e bajJ'.l$ 19'11lm < t.,&37,5 mm .. 315 460 - mecanica redondas lisas resistentes it /' . 37,5,lYlm< $.:S;100 mm - 290 435 corrosao .... ". Perfis laminados - - 345 485 atmosferica I' '" tS; 100 mm - 345 485 ... Chapa§ e barras 100mm·<tS; 125mm 315 460 redondas"lisas - 125.riim < t S; 200 mm - 290 435 1) t correspohde a~s.pessura da e~pa ou a menor dimensao ou ao diametro da seyao transversal da bftrra redonda lisa. 2) Arelayaof)fy nao podeser inferiol'a l;lE', •. J .... \.: . 2.2.5.2.A~.()sProduzidos pelas Usinas Siderurgicas Brasileiras " ; ";'< ", ~",' Alem dos a9o~>estruturaj:s normatizados pela ABNT e pela ASTM, apresentados respectivamente na'S'T~he:lf{s 2.1 e 2.2, a ABNT NBR 8800:2008 permite ainda 0 usa de outros avos estruturais, desde que atendam. as condiyoes relacionadas as propriedades mecanicas, mencionadas em 2.4.1. Assim, as usinas siderfugicas brasileiras produzem avos estruturais, baseados em especificayoes proprias, que sao utilizados com freqllencia nas constru90es. Alguns desses avos, fornecidos na forma de chapas, produzidos pela USIMINAS,' CSN e COSIPA, sao apresentados na Tabela 2.3, juntamente com sua qualidade e propriedades medinicas (valores minimos da resistencia ao escoamento e da resistencia a ruptura). 26 CAP. 2: MA TERIAIS ESTRUTURAIS UFfV\G Tabela 2.3 - A90S estruturais pr6prios produzidos por USIMINAS, CSN e COSIP A Espedfica~ao QuaUdade l ) 1;. /11 Fabricante (MPa) (MPa) USI CIVIL 300 1 300 400 USIMINAS USI CIVIL 350 2 350 500 USIMINAS USI SAC 300 .., 300 400 USIMINAS J USI SAC 350 4 350 500 USIMINAS USI FIRE 350 5 350 490 USIMINAS CSNCOR420 3 300 420 CSN CSN COR 500 4 380 500 CSN COS CIVIL 300 1 300 400 COSIPA COS CIVIL 350 2 350 490 COSIPA COS AR COR 300 3 300 400 (E@SIPA COS AR COR 350 4 350 490 C(jSIPA COS AR COR 400 .., 250 .380 COSIPA J COS AR COR 400E 3 300 380 costP:A COS AR COR 500 4 375 490 COSIPA I) 1: a90-carbono; 2: a90 de baixa liga e alta resistencia mecanica; 3: a90-carbono resistente a corrosao atmosferica; 4: a90 de baixa liga e alta resistenciamecanica resistente a corrosao atmosferica; 5: a90 de baixa liga e alta resisten(::iam~c:@ica resistente.a corrosao atJ:rl6sferica e ao fogo . .... 2.2.5.3. Sobre os ValoresdasPropriedadesM:epanicas Os val ores das resistencias ao escoamento e a ruptura dos a90s estruturais sao obtidos a partir de ensaios,es~() oschamadosvalores cara~teristicos, definidos teoricamente como aqueles que tern >uma probabiliaade muito peqlleha, que nao supera 5%, de nao serem atingidos em tIIIl dado lote de·material. A rigor,na pnitica, aSlitsinas siderurgl~fis ensaiam seus a90s e costumam descartar os prod~(}s\que nao atingemos valores caracteristicos especificados. Assim, ocorre que, geralmen.te~.£s a90s fomecid,()s possuem val ores de propriedades mecanicas superiores aos caracteris~~~s (fato que J?ode ser comprovado em certificados emitidos pelas usinas). Apesar . disso: no entanto, no ca1culo estrutural, devem ser us ados os valores caracteristicos especifiGados, constantes, por exemplo, das Tabelas 2.1, 2.2 e 2.3, e nao os valores que aparecem nos certificados dos fabricantes de a90. 2.3. A<;OS ESTRUTURAIS DE ARMADURAS Nos elementos estruturais mistos de a90 e concreto, sao usadas barras redondas nervuradas de armadura fabricadas em a90 CA-50, que apresenta patamar de escoamentodefinido, tern boa trabalhabilidade e aceita solda comum (para maiores informa90es deve ser consultada a norma brasileira ABNT NBR 6118:2007 - Projeto de Estruturas de Concreto). Esse a90 apresenta os seguintes valores caracteristicos da resistencia ao 27 CAP. 2: MA TERIAIS ESTRUTURAIS UFJV\.G escoamento (representada porj;'S) e da resistencia a mptura (representada poriz,s): j;,s = 500 MPa (2.9) Ills = 550 MPa (2.10) o modulo de elasticidade do a90, representado por Es, pode ser tornado igual a: Es = 210000 MPa (2.11 ) o coeficiente de dilata9ao tennica, Us, para intervalos de temperatura entre -20°C e 150°C, pode ser considerado igual a: (2.12) Os valores da massa especifica (ps)e do peso especifico{Yi) do a90 CA-50s'~o iguais aos dos a90s dos perfis estmturais, dados no subitem 2.2.2.3. 2.4. CONCRETO Neste trabalho, somente sao trataat)selementos estmturais mistos com concreto de densidade nonnal, com resistencia car~cteJJistica· a compressao, leh entre 20 MPa e 50 MPa, confonne preve a. ,t\,BNT NBR 611~.:2@@7;e resis.tencia a tra9ao suposta, por simplicidade, nula. o modulo de elastiyidagedo concreto, aser tornado .nos caIculos estruturais, e 0 modulo de elasticidade secante (]jara mafores ·.·infonna9Qes deve ser consultada a ABNT NBR 6118:2007), c\:iuo,em MPa,por: (2.13) onde ktesistencia caracteristica a compressao,leh deve ser expressa tambem em MPa. ;\ "': \>~,;", o coeficiente,~e Poisson, 0 ·coeficiente de dilata9ao tennica e a massa especifica sao iguais, respectl~4-m'ente, a: . Vc = 0,2 Pc ~ 2400 kg/m3 (2.14) (2.15) (2.16) No caso do concreto annado, pode-se considerar que a massa especifica sofre urn acrescimo da ordem de 4%, tomando-se: Pc = 2500 kg/m3 (2.16) 28 CAP. 3: PERF/S ESTRUTURA/S DE ACO UFfV\.G 3 PERFIS ESTRUTURAIS DE AC;O 3.1. GENERALIDADES as pedis estruturais de. ayo mai~ utilizadm,na constrt:l~ao metaIica brasileira previstos pela ABNT NBR 8800:2008 podem ser classi1;icados, segundo 0 modo de obtenyao, em perfis laminados e;perfissoidadoli.·· . . as perfis lamih~d()S,envolv~Ildo~.dentro do escopo deste trabalho, apenas perfis de seyao aberta (g~rfis I ou H,;U e cantoneiras -L - e ainda, as chapas, que sao os perfis mais elemetlclares) e barras re(;iondas (lis~s".ou nervuradas para armadura de concreto) sao tratadosaseguir no item 3.2ce, os peffis soldados, no item 3.3. Adicionalmente, no item 3.4, sao feitafi considerayoestrelevantes sobre 0 aparecimento das tensoes residuais e sua influencia nocQruportamento:«os perfis. as perfis empreganosiias fOrmas de ayo das lajesmistas sao mostrados no Capitulo 13, qU'e trata especificamente desse tipo de laje. 3.2. PERFIS LAMINADOS 3.2.1. Generalidades as perfis laminados sao aqueles obtidos por meio de urn processo de transformayao medinica de metais, chamado laminayao. Nesse processo, a forma de urn de urn corpo metalico e alterada para toma-lo adequado a uma determinada aplicayao. 29 CAP. 3: PERF IS ESTRUTURA/S DE ACO UFfV\G No caso dos pedis de ayO, sucintamente, a laminayao modifica continuamente, a quente, a seyao transversal de um produto metalico pela sua passagem entre um conjunto de dois cilindros paralelos. Um lingote pode entao ser transformado em placa, que por sua vez se transfom1a em chapa. 0 lingote pode tambem ser transformado em bloco, que se transforma em perfil de seyao aberta ou balTa, confonne ilustra a Figura 3.1. L Chapa (perfil de se<;ao aberta mais elementar) Perfis de Se<;ao Aberta • Barra Redonda Figura 3.1 - Mudanyas de forma produzidas pela laminayao Na Figura 3.2 ve-se esquematicamente a laminayao de chapas e de perfis de seyao aberta. cilindros ..... horizontais cHindros ------- verticais j< (a) Chapas (b) Periis de se<;ao aberta Fi,gura 3.2 - Esquemas da laminayao 3.2.2. Perfis Produzidos no Brasil 3.2.2.1. Chapas As chapas podem ser grossas (espessura -igual ou superior a 4,75 mm) ou firias (espe"ssura inferior a 4,75 mm). Aqui somente serao tratadas as chapas grossas (as chap as finas sao mais usadas para fabricayao de perfis formados a frio, que nao fazem parte do escopo deste trabalho, de telhas de ayo e outros produtos sim!lares). Essas chapas sao fomecidas normalmente como peyas retangu1ares (Figura 3.3 - fonte: catalogo da Usiminas), com comprimento de 12 me largura de 3,2 m. 30 CAP. 3: PERFIS ESTRUTURAIS DE ACO UFIV\G Figura 3.3 - Chap~sgrossas A Tabela 3.1 apresentaas espessuras> comerciais (0:11 padnao), em milimetros, das chapas grossas produzidas no Brasil (a tab~lafotnece as ch~pas come~essura de 4,75 ate 102 mm), com suaS respectivas massas:en1\i\.lii'Qgram(is por'metro quadrado. Alguns fabricantes, no entanto, pq<tem fornecer chapas'comas espessuras em polegadas. Chapas com espessuras diferentes das cOl11erciais taw-bern poden1 ser utilizadas, mas devem ser especialmente encOl11'euuadas epossuem custo lllais elevado. Entre os principais fornecedores bras~leirosaeehapaspata, a construyao civil estao a USIMINAS, a COSIP A e a CSN, que.:pfoduzem essesprodutos nos a~os normatizados pela ABNT, nos a90s especificados pela ASTM e, ainda,uos a90s proprios, conforme se viu no Capitulo 2 . • J< ..... "''''', ... 3.1 - Espessmas comerciais de ate 102 mm e massa das chap as grossas ··c·; '<:f~, Espessura Massa (mm) (kg/m:?) Espessura Massa (rum) (kg/m2) <.! .• .ti4, 7 5 ;'" 37,3 31,5 247 ';·6,3'0 ....••...... 49,5 37,5 294 S:;U<1 62J', 45,0 353 9,50 74,6 50,0 393 12,5 98,1 57,0 447 16,0 126 63,0 495 19,0 149 76,0 597 22,4 176 89,0 . 699 25,0 196 102 801 Uma chapa e especificada por meio do sfmbolo CH seguido da espessura em milimetros (exemplos: CH 16, CH 25). A espessura pode ainda ser acompanhada, caso seja interessante, peio comprimento e pela largura da pe9a, em milimetros (exemplos: CH 16 x 2000 x 500, CH 25 x 2000 x 500). 31 CAP. 3: PERF/S ESTRUTURA/S DE ACO UFfV\G 3.2.2.2. Perfis de Se~ao Aberta 3.2.2.2.1. Formas de Se~iio Transversal Os perfis laminados de se9ao aberta produzidos atualmente no Brasil sao os seguintes: perfil I de faces inc1inadas, perfil I e H de faces paralelas, perfil U e cantoneira (perfil L) de abas iguais. A Figura 3.4 mostra a forma das se90es transversais desses perfis com a identificaryao dos elementos componentes e a posiryao dos eixos centrais de inercia (x e 0 eixo de maior inercia e y 0 eixo de menor inercia). Nas cantoneiras ve-se tambem a posiryao dos eixos baricentricos paralelos as abas (eixos Xl e Yl). Perfil I de fa'c~~inclinadas Perfil U Perfil I e H de faces paralelas I I I I I I I , YJ,' ,/ Yk! Cantoneira de abas iguais (perfil L) Figura 3.4 - Perfis laminados de se9ao a1!erta produzidos no ,Bra~il 3.2.2.2.2. Perfls I de Faces Inclinadas Os perfis I de faces inc1inadas (a face intema das mesas nao e paralela a face extema) obedecem a uma antiga padroniza9ao americana, sendo fabricados atualmente no Brasil, entre outras empresas, pe1a BELGO, principalmente em aryos ABNT MR 250, ABNT AR 350, ABNT AR 350 COR, ABNT AR 415, ASTM A36, ASTM A572-Grau 50, ASTM 32 CAP. 3: PERFIS ESTRUTURAIS DE ACO UFfV\G A588 e ASTM A572-Grau 60, e pela GERDAU, principalmente em a<;o ASTM A36, com altura variando entre 76,2 mm (3") e 152,4 mm (6"). A largura das mesas situa-se entre 66% e 35% da altura. A cada altura de perfil, tem-se mais de uma se<;ao transversal distinta, em fun<;ao da varia<;ao da espessura da alma e da largura das mesas. Esse tipo de perfil e apropriado para uso sob solicita<;ao de flexao nonnal simples em rela<;ao ao eixo x, ja que sua resistencia it flexao em rela<;ao ao eixo y e reduzida (se solicitado it flexao em rela<;ao a este eixo, atinge com facilidade tensoes muito altas e se solicitado it compressao axiat flamba por flexao com facilidade em rela<;ao a tal eixo). 0 perfil I e especificado pelo seu simbolo (1), seguido da altura (d), em mpimetros, e da massa por unidade de comprimento (kg/m)(exemplo: 1 127 x 14,8). 3.2.2.2.3. Perfis U Os perfis U, a exemplo dos perfis 1 de faces inclinadas, sao produzid@s no Brasil, alem de outras empresas, pela BELGO e pela GERDAU,.nos mesmos a<;os citados,GOln altura entre 25,4 mm (l") e 152,4 mm (6") e tamb6ll1. obedec€l11 it uma antiga padroniza<;ao americana. De mane ira similar. aos perfis I, acada altura de p.erfil, tem-se mais de uma se<;ao transversal distinta, em fun<;ao da varia<;ilo tia espessuradaahnaeda largura das mesas. Trata-se de um tipo de perfil empregado q(Uandoa soljcita¢an,de qualquer tipo, e pequena, como por exeniplo, nos pilares de estrutun,as pOtl,cocarregadas, em componentes de treli<;as, em ter<;as e travessas d~ta:p~ellt? e emdegrause l~1igarinas de escadas. 0 perfil U e especificado pelo seu simbalo(U),seguido da altUra (d), em milimetros, e da massa por unidade de compfimento (kg!m}(exemFlIQ:~J152,'4 x 12,2). 3.2.2.2.4. Cantoneiras(Perfis L) Como os perfis Lee faces·inclinadase'Os perfisU;<as cantoneiras (perfis L) sao fabricadas no Brasil pel':LBijLGO e pelaGERDAU, entre outras empresas, nos mesmos a<;os ja citados. Possuemsettnpre abasiguais e podem pertencer a duas series: (a) serie baseada em pol~gadas, e; (b )s¢rie metrica./)..&erie baseada em polegadas segue uma antiga padrqni~<;ao americana,s~ndo com,~sta por cantoneiras com largura variando entre 12,1 mm(l/2") e 203,2 ~. (8"). A serie metrica obedece it Nonna Brasileira ABNT NBR 610~:>~~94 (Cantoneir~ de Abas Iguais, de A<;o, Laminadas - Dimensoes e Toledincias),~~lldo formad~JDor cantoneiras .nas quais as dimensoes principais (largura das abas e espess.Ura~~~o. <~~rnecidas em numeros inteiros, co.m a largura variando de 40 mm a 100 mm. As canto.neiras sao. perfis leves, usados principalmente como. componentes de treli<;a e como elementos de contraventamento, situa<;oes em que a solicita<;ao predominante e de tra<;ao ou compressao axial. A especifica<;ao das cantoneiras se faz pelo seu simbolo (L), seguido pelo comprimento das abas (b) e pela espessura (t), em milimetros (exemplo: L 76,2 x 6,35). 3.2.2.2.5. Perfis Ie H de Faces Paralelas Os perfis I e H de faces paralelas, assim chamados por terem a face interna das mesas paralela it face externa, sao produzidos no. Brasil pela GERDAU A<:;OMINAS, principalmente em a<;o ASTM A572-Grau 50 (a Figura 3.5 mostra 0 laminador da empresa em opera<;ao). Apresentam triangulos circulares dos do.is lados da alma na 33 CAP. 3: PERF IS ESTRUTURA/S DE ACO UFfV\.G jun9ao com as mesas, e foram projetados de fonna a terem se90es transversais com boas propriedades geometricas para uso estrutural em rela9ao ao volume de a90 consumido. Figura 3.5 - Laminador de perfis I e H da GER.l}AU AQOMINAS (cortesia daempresa) Os perfis I sao origimirios de padroniza9ao americana eapropriados para uso sob solicita9ao de flexao simples em rela9ao ao eixo x, uma vez que seumomento de inercia em rela9ao ao eixo y e relativament~ pequeno. Esses perfispossuem altura variando entre 150 mm e 610 mm e de vern serespecificados pela letraW, seguida da altura (d), em milimetros, e da massa por unidade ~c(\),rnptimento ekg/m) texemplo: W 310 x 38,7). A letra W nao tern rela9ao direLacoma;.fonna~sperfis, 1:llils sim significado historico (quando esse tipode perfil surgiu, foi cli'a,l11ado nos Estados Unidos de WF, de "wide flange", e, mais recentemente, potsimplicidade, a letra F foi eliminada da especifica9ao, pennanecendo apep.as al(!ua W) .. Os perfis H sabmflis apropriauospara trabalhar como barras comprimidas, especialmente como pilares (possuer:p a largura das mesas proxima da altura da se9ao transversal e valores:S'fgnificativos de momenta de.inMCia tambem em rela9ao ao eixo y). Esses perfis POSSA~l:n:tdtura variando en~re 150 mtIie 360 mm e devem ser especificados pela letra W ou letnis~;f'W, seguidas da\c.altura 'Cd), em milimetros, e da massa por unidade de compriment6J~/m) (exemplb: W 310 x 93, HP250 x 85). Quando e usada a letra W, 0 perfil tern orig~tl1em padf<.)niza<;ao americana e, quando sao usadas as letras HP, a origem e europeia(og·perns HP tern a particularidade de possuirem as espessuras de mesas e alma iguaisollmuito proximas). . Urn perfil I ou H de faces paralelas pode ser facilmente transfonnado em dois perfis T por meio de urn corte reto longitudinal na alma. Os perfis T assim obtidos sao adequados para serem usados como barras de treli<;a, principalmente nos banzos. 3.2.2.2.6. Tabelas No Apendice A encontram-se as tabelas dos perfis laminados de se<;ao aberta produzidos no Brasil pela BELGO, pela GERDAU e pela GERDAU AQOMINAS, nas quais sao fornecidas as dimensoes, as massas e as propriedades geometricas. 34 CAP. 3: PERF/S ESTRUTURA/S DE ACO UFfV\G 3.2.2.3. Barras Redondas 3.2.2.3.1. Lisas Sao produzidas no Brasil, principalmente pela BELGO e pela GERDAU, barras redondas lisas (Figura 3.6-a) com diametro de 6,35 mm a 88,9 mm, muito empregadas como tirantes ou como elementos de contraventamento, situayoes em que a solicitayao atuante e de trayaO axial. Barras com outras fonnas de SeyaO transversal, como as chatas e as quadradas sao tambem fabricadas, mas como possuem uso estrutural bastante restrito, nao serao tratadas aqui. As barras redondas sao fabricadas principalmente em ayO ASTM A36. A especificayao das barras redondas lisas e feita por meio do simbolo (~), seguido do diametro (D), em milimetros (exemplo: ~ 50,8). No Apendice A encontra-se tambem a tabela de barrasredondas lisas produzid~s no Brasil pela BELGO e pela GERDAU, com as dinlensoes,~smassas e as areas da SeyaO transversal. . 3.2.2.3.2. Nervuradas As barras redondas nervuradas\sao~fabtica:das no Brcasil, principalmente pela BELGO e pe1a GERDAU (Figura 3.6 .. ,1:», comci:trunetroentre5,O mrp e 40 mm, para uso como armadura de concreto, inQirtsive 'hos elementos es~tumis mistos de avo e concreto (as nervuras proporcionamlaaderencia adequadaentre a barra e o concreto). Neste trabalho, apenas serao consi!;lef~asas barra's. fabricadascOIll avo CA-50, 0 mais utilizado (em estribos podem serusadas>'bat:rasredondas lisas, fa:bricadas com outro tipo de ayO, 0 avo CA-60 - ver IteI'fllta ABNT N:1,)1SR 6118:2007). A eSpeqiificayao das ba$ias redondaslleervuradas e feita da mesma fonna que as lisas, ou seja,,:&f'lneio do simbold($), seguidqd.o diametro (D), em milimetros (exemplo: ~ 20). ~.' ",. <, ". ·"<z ~ , NOAP~~~i~e,"A e mostrada~~,abela de barras redondas nervuradas produzidas no Brasil pela BELGO,'\'€1IiRDAU e .A1bTORA(:O, com as dimensoes, as massas e as areas da SeyaO transversil~~;·:·.·\ ..• ~;}' (a) Lisas (b) N ervuradas Figura 3.6 - Barras redondas 35 CAP. 3: PERF/S ESTRu'TURA/S DE ACO UF/V\G 3.3. PERFIS SOLDADOS Os perfis soldados produzidos no Brasil sao obtidos por meio de liga<;ao continua, por meio de solda eh~trica, de dois ou mais perfis laminados (lembra-se aqui que a chapa e considerada urn perfillaminado), confonne se ve na Figura 3.7. Esses perfis geralmente sao usados quando se necessitam de perfis mais resistentes que os perfis laminados disponiveis, ou entao para se ter uma fonna especial de se<;ao transversal, em decorrencia de exigencias estruturais ou arquitetonicas. (a) I ou H T (b) T lJ 1 (c) I com uma mesa em U lll:miu,ado Figura 3.7 - Exemplos deperfis sdldados ( d) I fOrnfudo por I e .. UJaminados Os perfis soldados mais com~s sa(r.dO.tl~~lou H, constituiGos.por tn3s chapas cortadas nas dimensoes apropriadas,colllo se vena Figura 33..,..a. Es§~s perfis sao prescritos pela nonna brasileira ABNT ~if3R 58'84:200Y(Perfil Ig~trutural de A<;o Soldado por Arco Eletrico) que, alem de ftK'ar requisitos para fa1;)r,ica<;ao, os divide nas seis series seguintes: - serie CS (a siglasignific~ colup.a~oldada),c0n1p0sta de perfis do tipo H duplamente simetricos, aptopriadospara serem usaq.9's como barras predominantemente comprimidas'axialmente, comoe 0 caso dos pilares (Figura 3.8-a). A larguradas mesas e sempre igual a altUra da se<;ao.datransversal, que varia de 150 mm a 750 mm; - serieVS (a sigla sigriifica vig~ $61i;l3:da), composta de perfis do tipo I duplamente si};Fletric.Qs, apropriados para serep.'l usados como barras predominantemente fletidas, como as,:v,i{gas (Figura 3.8-lj).}. A altura desses perfis varia de 150 mm a 2000 mm e se sitUa entre vez e meia ~Zquatro vezes a largura das mesas; - serie CVS (asignilIt6~ coluna-viga s·oldada), composta de perfis intennediarios entre os dos tipos H, duplamente simetricos, apropriados para serem usados como barras submetidas a esfor<;os combinados de flexao e compressao axial como, por exemplo, pilares de porticos submetidos a ar;oes vertical e lateral (Figura 3 .8-c). A altura desses perfis varia de 150 mm a 1000 mm e se situa entre uma e uma vez e meia a largura das mesas; - serie VSM (a sigla significa viga soldada mista), composta de perfis do tipo I monossimetricos (as duas mesas possuem a mesma largura, mas espessuras diferentes), apropriados para serem usados em barras predominantemente fletidas, em que a tensao na mesa de menor area e inferior a da mesa de maior area (Figura 3.8-d). A altUra desses perfis varia de 150 mm a 650 mm e se sitUa entre uma e quatro vezes a largura das mesas; 36 CAP. 3: PERFIS ESTRUTURAIS DE ACO UF/V\G - serie PS (a sigla significa perfil soldado), composta de perfis duplamente simetricos, com dimensoes quaisquer, nao fazendo parte, portanto, das series CS, VS, CVS; - serie PSM (a sigla significa perfil soldadomonossimetrico), composta de perfis monossimetricos, com dimensoes quaisquer, nao fazendo parte, portanto, da serie VSM. (a) CS (b) VS (c)CVS (d) VSM Figura 3.8 - Perfis soldados OS, V>S~ CVS e VSM Os perfis das series CS, VS, CVS <e VSM sao patlronizadospela norma ABNT NBR ·5884:2005. No Apendice B alguns perfisd~ssasseriessao apresentados em tabelas, nas quais sao fomecidas dimenS:oes,1l1assa eproprieda4esgeometricas. Os perfis soldados doJipo I ou H devem ser especificados por meio do simbolo (CS, VS, CVS e VSM, no/caso dosperfis'padronizadosoll, PS e PSM, no caso dos perfis nao padronizados),J~~gp.ido daal~ra, em milimetros; e da massa por unidade de comprimento (kg/m) (exemplos:CS 500 x 253,VS 400 x 53, CVS 350 x 98, VSM 600 x 99, PS 500 x 147, PS~ 400 x 52).'Qutra formadeesp}~cificar, menos usual nos perfis padronizados e . comulllnos demais, e colncar 0 sinibolcJ'r ou H precedendo as dimensoes, em milimetros, na seguinte ordem: altura xiargurafda mesa de maior area x largura da mesa de menor area x espessura da mesa de maior area x espessura da mesa de menor area x espessura da alma (exemplo;z.L500 x 300~200 x16 x 12,5 x 8). Se as duas mesas forem iguais, basta colocar altura x;l~rgura dasmesas x espessura das mesas x espessura daalma (exemplo: I 500 x 300 x16 x 8). . Na pratica, e comum se adquirir perfis soldados I ou H de fabricas especializadas, que usam modemas maquinas automatic as de corte e soldagem das chapas para prodw;ao em escala industrial, como e 0 caso, por exemplo, da USIMINAS MECANICA (UMSA). Essas fabric as apresentam tabelas de produtos com os perfis previstos peia ABNT NBR 5884:2005 e, muitas vezes, tambem com outros perfis. A Figura 3.9 mostra, na seqiiencia, 0 corte automatizado das chapas por meio de mayaricos, a pre-montagem de urn perfil por meio de pontos de solda e a soldagem final. 37 CAP. 3: PERF/S ESTRUTURA/S DE ACO UFfV\G A nonna brasileira ABNT NBR 8800:2008 somente fomece procedimentos para dimensionamento estrutural de perfis soldados nao-hibridos, ou seja, com todos os perfis laminados componentes da se9ao transversal fabricados com 0 mesmo a90. Figura 3.9 - Corte, pre-montagem e soldagem de chap as para fabrica9ao de perf is I ou H ~~~\-::-. ~- -,:~ -, 3.4. TENSOES RESIDUA;IS NOSPERFI$ 3.4.1. Defini~iio 'C:-. " Denominam-serens6es ;~$~dtlaisasiens6es n~.rtnais e de cisalhamento que aparecem durante 0 resfPia.m~nto nao-umforme de um perfil, decorrentes do processo de fabrica9ao. Tratam-se de tens6esintemas>ou seja, que nao sao causadas por ay6es extemas, e, portantp'com resultant~nulas defor~a::e<inomento. 3.4.2. e Distribui~~v dasTensoes Normais Nos perfis simpl;{~cadamente, as tens6es nonnais residuais se originam dos seguintes fatos: - 0 a90, quando resfria, passando da temperatura de laminayao para a temperatura ambiente, sofre uma reduyao de volume; . certas partes da seyao transversal, onde existe menor quanti dade de material concentrado, passam da temperatura de laminayao para a temperatura ambiente mais rapidamente que outras, onde se tem maior quantidade de material concentrado. As partes que resfriam primeiro diminuem livremente de volume e, solidificadas, passam a resistir a diminuiyao de volume daquelas partes que ainda pennanecem aquecidas. Como consequencia, quando 0 resfriamento e completado, aquelas partes que resfriaram primeiro ficam com tens6es residuais de compressao e as partes que se resfriaram mais tarde ficam com tens6es residuais de trayao. A Figura 3.10 ilustra 0 processo em um 38 CAP. 3: PERF IS ESTRUrURAIS DE ACO UF/V\G perfil com se<;ao transversal retangular, em que se adota a hipotese simplificadora de que as regioes proximas das bordas resfriam unifonnemente primeiro, tomando-se comprimidas, e a regiao central resfria unifonnemente por ultimo, tomando-se tracionada. regiao que resfria primeiro regHio que resfria por ultimo regiao que resfria primeiro Se~aoA-A j A ( - regiao com reduyao de volume ao res friar --------------- ----- ---_. regiao com reciuyao de volume ao resfriar. ~r-----------~~ ~ regiao ~ comprimida ~ ~ ---------------<::= c:::::::> <::= regiao com c:::::::> <::= redu~ao de volume ao c:::::::> <::= resfriar por c:::::::> <::= ultimo e que fica c:::::::> tracionada <::= c:::::::> ~ ---------------~ ~ reglao ~ ~ comprimida ~ )1 FiguraJ.lO - Origemcl1;\~ tensoesuormais residuais A distribui<;ao e a ijaten$id~de das tensoes noI11iais r,esiduais de uma barra dependem de varios fatores, entre os quaisoJ~6eas dimensoesda se<;ao transversal e a velocidade de resfriamento. {A Figura 3. 1nostra a distribui<;ao tipica em urn perfil I laminado. Verifica-se que as~~ioes dasext~emidades das mesas e do centro da alma, nas quais existe menor quantida:de de materi:!ll~o~centrado, ficam comprimidas, e as regioes das jun<;oesentre alma e mesas, naslilil':i!is existe maior quanti dade de material, ficam traci()na~ .. Mostra tambeJ$l a dIstribui<;ao tipica em uma chapa com as bordas longitudiri:a\silaminadas. '<:,::, I : fcompressao (-) tra~ao (+) : ' I . ir tra<"o(+) bordas longitudinais laminadas Figura 3.11 - Tensoes normais residuais em perfil I laminado e chapa laminada 39 CAP. 3: PERF/S ESTRUTURA/S DE ACO UFIV\G No Brasil, para prodw;:ao de perfi.s soldados, inicialmente cortam-se longitudinalmente as chapas a mayarico. Nesse procedimento inicial, as regi5es das bordas das chapas ficam mais aquecidas, tern 0 resfriamento completado por ultimo, e ficam, portanto, tracionadas, ao passo que a regiao central fica comprimida. Em seguida, a soldagem entre as chapas aquecem com mais intensidade as regi5es proximas das soldas que, ao resfriarem apos to do 0 restante da seyao, ficam tracionadas. A Figura 3.12 mostra as tens5es normais residuais tipicas em uma chapa apos 0 corte das bordas longitudinais par mayarico e em urn perfil I soldado. lW ~ I I em ambas as mesas I ' Figura 3.12 - Tens5es residuaisemcl1apa cortada a mayarico e perfis I soldado 3.4.3. Origem e DistrihlJ;iCiio das Tenso'i!s de Cisalhl!mento As tens5es normais'resi~rrais variamligeiramenteao longo do comprimento da barra, 0 que da origem a fluxosJ'{Jngitudinais e tJ:'ansversais de cisalhamento e, como conseqiiencia;atens5es residblgtisde cisalhamento correspondentes. A Figura 3.l3 ilustra o surgimento dessas't~ns5es em·Ulna barra de seyao
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