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ATIVIDADE SEMANA 5

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NUCLEO DE PRATICA JURIDICA IV 
Aluno: Mateus Ramos Ainsworth 
Matricula: 201601335075 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CIVEL DA COMARCA DA 
CAPITAL – RJ 
 
 
 GERALDO, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob nº_____, email:_____, 
residente e domiciliado no endereço_____, bairro de Ipanema, na cidade do Rio de Janeiro – RJ, 
CEP: _____, vem à presença de Vossa Excelência, por meio do seu Advogado infra-assinado, com 
fulcro no Art.77 do Código de Processo Civil, inciso V, ajuizar a presente: 
 
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C IDENIZAÇÃO 
 
 Em face da empresa KYZ, pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrita no 
CNPJ sob o nº______, com sede em ______, N°__ , Estado - UF, CEP ______, pelos motivos de 
fato e de direito a seguir expostos. 
 
I. DOS FATOS 
 
 Geraldo, é beneficiário do plano de saúde KYZ há cerca de 15 anos, mantendo em dia por 
todos esses anos o pagamento das mensalidades. 
 Ocorre que, por uma suspeita de um câncer raro, seu médico pediu a realização de 
determinado exame para que constatasse o tipo de tumor e definisse o tipo de quimioterapia e 
já começassem as sessões. 
 Haja vista que Geraldo há um mês enviou toda a documentação para o e-mail do plano de 
saúde, mas até o momento não obteve resposta, com receio de sua doença evoluir neste tempo, 
ele procura auxílio a este MM. Juizo, para realização do determinado exame mencionado. 
 
II. DO DIREITO 
 A inércia da requerida é alicerçada no que expressa na obrigação dos planos de saúde de 
fornecer o exame, haja vista que trata-se da obrigação de resultado, consistindo em 
proporcionar assistência médica e/ou hospital, independentemente do êxito do exame ou 
tratamento. 
 Por fim, o exame torna-se comprovadamente essencial para garantir a saúde ou a vida do 
paciente. Diante do exposto, visando a celeridade na constatação do tipo de tumor para 
definição do tipo de tratamento, a inércia do plano de saúde vulnera a finalidade básica do 
contrato, que é a de assistência à saúde. 
 
II.I DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA EM CARÁTER ANTECEDENTE 
Diante dos fatos narrados, bem caracterizada a urgência para realização do exame requisitado 
pelo médico do requerente, como é de conhecimento, para concessão do que ora se requer faz-
se necessário a presença de dois elementos, quais sejam, o fumus boni iuris e o periculum in 
mora. O fumus boni iuris se caracteriza pela inércia da requerida na análise dos documentos 
enviados por e-mail pelo autor há 1 mês, e até o momento sem obtenção de resposta, impedido 
assim, de solicitar o exame. 
De outro giro, o periculum in mora reside na demora para iniciar o tratamento, haja vista que a 
doença evolui de forma célere e o exame tipificará o tumor para definição do tratamento. 
Estando presentes ambos os requisitos, é irrefutável a necessidade de concessão da liminar ora 
requerida. 
Conforme disposto no Art. 294 do Código de Processo Civil 
A tutela provisória pode fundamentar-se em 
urgência ou evidência. 
Parágrafo único. A tutela provisória de 
urgência, cautelar, ou antecipada, pode ser 
concedida em caráter antecedente ou 
incidental. 
Desta forma, observa-se que o novo código de processo civil estabeleceu alguns requisitos para 
que a tutela provisória de urgência satisfativa seja concebida, notadamente, a demonstração da 
probabilidade do direito e do perigo de dano ou ilícito. 
 
II.III DA OBRIGAÇÃO DE FAZER 
O requerente doente, está profundamente decepcionado, e porque não dizer abalado 
psicologicamente com tal episódio. É dizer, agora passa a não fazer ideia do mal que lhe 
comete pelo atraso do respectivo exame. 
Acima de tudo, espera ser surpreendido a qualquer momento por algum possível risco à vida 
não tratado tempestivamente. 
Entretanto, Excelência, a empresa requerida não pode se recursar ou protelar a cobertura do 
respectivo exame, uma vez que viola expectativa legitima de um tratamento célere, conforme 
preconiza o Código de Defesa do Consumidor em seus Artigos: 
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre 
outras, as cláusulas contratuais relativas ao 
fornecimento de produtos e serviços que: 
IV - Estabeleçam obrigações consideradas 
iníquas, abusivas, que coloquem o 
consumidor em desvantagem exagerada, ou 
sejam incompatíveis com a boa-fé ou a 
eqüidade; 
(...) 
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros 
casos, a vantagem que: 
II - restringe direitos ou obrigações 
fundamentais inerentes à natureza do 
contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto 
ou equilíbrio contratual; 
Sobressai-se da norma acima mencionada que são nulas de pleno direito as obrigações 
consideradas “incompatíveis com boa-fé ou equidade” (inciso IV). 
Nesse contexto professa Rizzato Nunes que: 
“Dessa maneira percebe-se que a cláusula 
geral de boa-fé permite que o juiz crie uma 
norma de conduta para o caso concreto, 
atendo-se sempre à realidade social, o que nos 
remete à questão da equidade, prevista no 
final da norma em comento”. 
(Nunes, Luiz Antônio Rizzato. Comentários ao 
Código de Defesa do consumidor. 6ª Ed. São 
Paulo, 2011. P. 671). 
Ainda que, se tratando-se de “condição pré-existente”, diante da gravidade do estado de 
saúde do requerente, o requerido não poderia omitir, se eximir de sua responsabilidade 
contratual de prestar a cobertura médico-hospitalar devida. 
Este atraso por parte da empresa requerida, viola não apenas elementos essenciais do 
contrato firmado junto à requerente, como também todos os diplomas legais pátrios, a 
começar pelo Código Civil e do consumidor, e, finalmente, o unanime entendimento 
jurisprudencial sobre a matéria. 
Diante do exposto, pugna-se, Excelência, pelo exame da matéria de forma urgente, uma vez 
que o estado do requerente é delicado e necessita de atenção, tendo em vista, que a decisão 
do contrário, acarretará graves prejuízos à sua saúde senão irreversíveis. 
 
 
III. PEDIDOS 
 
Pelo exposto, requer: 
a) A citação do plano de saúde requerido, ou seus representantes legais, 
nos endereços antes mencionados, conforme o Art. 335 do CPC/2015, 
para que, querendo, responda aos termos da presente ação, e 
compareça à audiência de conciliação designada por Vossa Excelência, 
segundo o preceito do Art. 334 do CPC/2015 sob pena de ser condenado 
por ato atentatório à dignidade da Justiça, nos termos do §8° do Art. 334 
do Código de Processo Civil de 2015; 
b) a concessão da tutela provisória satisfativa de urgência em caráter 
antecedente, da obrigação de fazer consistente na imposição do 
requerido plano de saúde na obrigação de autorizar, custear, e garantir 
o exame _______, de que necessita o requerente imediatamente; 
c) a aplicação do CDC, bem como a inversão do ônus da prova, nos 
termos do art. 4º, inciso I e art. 6º, inciso VIII, ambos do CDC; 
d) seja julgado procedente o pedido formulado, para condenar a 
requerida ao pagamento de indenização por danos materiais e morais, 
em favor da requerente, na quantia sugerida de R$____, atualizada; 
f) pede, mais, sejam julgados procedentes todos os pedidos formulados 
nesta demanda, declarando nulas todas clausulas contratuais que 
prevejam a exclusão do exame ______, tornando definitiva a tutela 
provisória concedida e, além disso: 
e) em caso de descumprimento da decisão anterior, pede-se a 
imputação ao pagamento de multa diária de R$_____, em caráter 
cominatório pelo seu descumprimento; 
e) Por fim, que as intimações sejam realizadas exclusivamente em nome 
do advogado subscritor, via Diário da Justiça, sob pena de nulidade. 
 
IV. DAS PROVAS 
 Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na 
amplitude do Art. 369 e seguintes do CPC. 
 
V. DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa o valor de R$_____ (Atualizados) 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento.Local/data 
 
Advogado 
OAB/UF

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