Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O papel dos rins na homeostase A função mais importante dos rins é a regulação homeostática do conteúdo de água e íons no sangue - Equilíbrio hidroeletrolítico. 1. Regulação do volume do liquido extracelular e da pressão arterial Quanto menor o volume de liquido menor a pressão arterial 2. Regulação da osmolalidade A quantidade de uma substância no corpo deve permanecer constante, qualquer ganho deve ser compensado por uma perda igual. Os rins mantem as concentrações normais de íons e água no sangue através do balanço de ingestão dessas substancias com a sua excreção na urina, obedecendo ao principio do balanço de massas. A osmolalidade deve ser mantida em um valor próximo de 290mOsM. 3. Manutenção do equilíbrio iônico Mais importantes: Sódio, potássio e cálcio 4. Regulação homeostática do pH. Líquido extracelular muito ácido: rins excretam H+ e conservam íons bicarbonato. Líquido extracelular muito alcalino: rins excretam íons bicarbonato e conservam íons H+. 5. Excreção de resíduos Os rins removem produtos do metabolismo (creatinina, ureia, ácido úrico e urobiolinogênio - metabólito da hemoglobina,cor amarela), hormônios e xenobióticos (sacarina - adoçante artificial) 6. Produção de hormônios Síntese de eritropoetina, que regula na produção de eritrócitos, e liberação de renina, enzima que regula a produção de hormonios envolvidos no equilíbrio do sódio e na homeostasia da pressão sanguínea. Estrutura renal 7. Produção de vitamina D Os rins convertem a vitamina D em sua forma ativa (calcíferol) Anatomia externa Localizam-se acima da cintura na área retroperitonial. O rim direito localiza-se um pouco abaixo do rim esquerdo. O rim adulto mede 11,25 cm de comprimento, entre 5 e 7,5 cm de largura e 2,5cm de espessura. O hilo é a região pela qual o ureter deixa o rim e é a entrada para vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos, sendo assim, a entrada para a cavidade renal, o seio renal. Ê÷%µ ÷:÷: hilo hilo ama Ão fáscia renal %:* ÷: Cápsula renal Ata O rim é envolto por 3 camadas de tecido. A interna é a cápsula renal, que é composta por tecido conjuntivo fibroso e funciona como uma barreira contra infecções e traumas. A segunda é a cápsula adiposa, uma massa de tecido adiposo que protege o rim contra traumas. A terceira é a fáscia renal que é uma camada fina de tec conjuntivo fibroso que fixa os rins às estruturas. Anatomia interna O córtex é a parte mais externa, e a área interna é composta pela medula, no interior da existem entre 8 a 18 estruturas triangulares estriadas, denominada pirâmides renais, as pontas das pirâmides são voltadas para o centro do rim e são denominadas papilas renais. A substância cortical entre as pirâmides renais são denominadas colunas renais. O córtex e as pirâmides formam o parênquima renal, que compõe-se de néfrons. O cálice menor envolve a ponta de cada uma das pirâmides e eles se unem para formar o cálice maior que se unem para formar a pelve renal. Anatomia dos néfrons Néfron justamedular: possui alças de Henle que se estendem até a medula. Néfron cortical: possui alças de Henle que não se estendem até a medula. Filtração glomerular A filtração do plasma é o primeiro passo na formação da urina. Grandes quantidades de líquidos são filtrados através dos capilares glomerulares para dentro da capsula de Bowman. A elevada taxa de filtração glomerular depende da taxa de fluxo sanguíneo renal, bem como das propriedades especiais das membranas nos capilares glomerulares. Início da formação da urina A filtração ocorre no corpúsculo renal, envolvendo as arteríolas aferentes, os capilares glomerulares e a capsula de Bowman. Tais capilares são relativamente impermeáveis às proteínas. Dessa forma,o liquido filtrado é livre de proteínas e desprovido de componentes celulares como as hemácias. Arteríolas aferentes -> capilares fenestrados Arteríolas eferentes -> capilares peritubulares Apenas os capilares glomerulares desempenham papel da filtração. Os capilares peritubulares estão envolvidos diretamente nos processos de reabsorção e de secreção. A produção da urina tem inicio quando cerca de 20% do conteúdo plasmático é filtrado dos capilares glomerulares para o interior da capsula de Bowman. A composição do filtrado é igual à do plasma menos a maioria das proteínas plasmáticas. As células sanguíneas permanecem no capilar, de modo que o filtrado é composto apenas de água e de solutos dissolvidos. Apenas um quinto do plasma que flui ao longo dos rins é filtrado para dentro dos néfrons. Os quatro- quintos restantes do plasma, juntamente com a maior parte das proteínas plasmáticas e das células sanguíneas, passaporte os capilares peritubulares. Uma das etapas de seletividade mínima no processo de filtração se da em relação ao tamanho das estruturas que deverão ser filtradas. -> Os poros capilares glomerulares, de modo que, proteínas e elementos celulares sanguíneos não passem. Três barreiras de filtração 1. Endotélio capilar: capilares glomerulares são fenestrados, com grandes poros, que permitem que a maioria os componentes plasmáticos passem, porem impedem que as células sanguíneas deixem o capilar. As proteínas carregadas negativamente, presentes na superfície dos poros, repelem as proteínas plasmáticas carregadas negativamente. 2. Lâmina basal: camada acelular de matriz extracelular que separa o endotélio do capilar do epitélio da capsula de bowman. É constituída por glicoproteínas carregadas negativamente, colágeno e outras proteínas. Atua como peneira grossa, excluindo a maioria das proteínas plasmáticas do liquido que é filtrado através dela. 3. Epitélio da capsula de Bowman: Formada por células especializadas, chamadas, de podocitos. Eles possuem longas extensões citoplasmáticas, denominadas pés. Esses pedicelos envolvem os capilares glomerulares e se entrelaçam uns aos outros, deixando estreitas fendas de filtração fechadas por uma membrana semiporosa. Ela contem proteínas exclusivas como nefrina e podocina. Essas proteínas, quando ausentes ou anormais, causam doenças renais congênitas, que fazem com que as proteínas passem através da barreira de filtração glomerular para a urina. Células mesangiais: ficam entre e ao redor dos capilares glomerulares. Elas possuem feixes citoplasmáticos de filamentos semelhantes à actina, que fazem essas células serem capazes de contrair e alterar o fluxo sanguíneo pelos capilares. Elas também secretam citocina associadas a processos inflamatórios e imunes. A alteração dessas células é associada a muitas doenças renais. Medida do ritmo de filtração glomerular -> Uma substancia que é filtrada, mas não é reabsorvida ou secretada mantem a intensidade de excreção igual a de filtração. Ex: Creatinina é totalmente excretada através da urina e é usada para medir o ritmo de filtração glomerular renal. -> Uma substancia que é livremente filtrada mas é parcialmente reabsorvida de volta para a corrente sanguínea mantém sua intensidade de excreção menor do que a da filtração. Ex: Eletrólitos, como íons sódio e cloreto -> Uma substancia que é filtrada pelos capilares mas que não é excretada, é reabsorvida de volta para acorrente sanguínea. Ex: Substâncias nutricionais como aminoacidos e a glicose. A pressão nos capilares causa a filtração O que determina a filtração são as três pressões exercidas sobre o capilar: - Pressão hidrostática do capilar; - Pressão coloidosmótica do capilar; - Pressão hidrostática do fluido capilar. Pressão hidrostática do capilar: A pressão do sangue nos capilares força a passagem de fluido através do seu endotélio fenestrado. A pressão é de 55mmHg e favorece a filtração para dentro da capsulado Bowman. Pressão coloidosmótica do capilar: A pressão coloidosmótica nos capilares é mais alta que no fluido da cápsula de Bowman. -> se da devido à presença de proteínas no plasma. Diretamente proporcional a FG TFG = Ucr × VIPorInversamente proporcional a FG O gradiente de pressão osmótica é 30mmHg e favorece o movimento de liquido e volta para os capilares. Pressão hidrostática do fluido: A presença de fluido dentro da capsula de bowman cria uma pressão hidrostática de fluido, que se opõe ao fluxo de fluido para o interior da cápsula. A pressão hidrostática capsular é 15mmHg, opondo-se à filtração. Taxa de filtração glomerular (TFG) A TFG é o volume de fluido que é filtrado para dentro da capsula de Bowman por unidade de tempo. Em média é de 125mL/min,onde 180L/dia. A TFG é influenciada por dois fatores: - Pressão de filtração resultante: fluxo sanguíneo renal e pressão arterial. - Coeficiente de filtração: A área de superfície dos capilares glomerulares e a permeabilidade da interface entre capilar e cápsula de bowman. Os rins filtram todo o volume plasmático 60 vezes por dia,ou 2,5 vezes a cada hora. Dentre os 180 litros diários filtrados pelos rins, apenas 1 a 2 litros chegam até o processo final de excreção. Fração de filtração glomerular = _____________ Filtração glomerular Fluxo plasmático renal Na clinica Diabetes: Indivíduos diabéticos,por possuirem elevadas taxas de glicose no sangue, tendem a eliminar o excesso de glicose na urina. -> A glicose só é reabsorvida se houver necessidade de glicose no organismo para que volte aos padrões ideias, se não, é facilmente excretada. A característica de excretar glicose através da urina em indivíduos diabéticos leva a um quadro de poluiria, ou seja, também há excesso de micção. ->Isso ocorre por conta do alto poder osmótico da glicose. Processos inflamatórios: A ocorrência de processos inflamatórios tendem a alterar a permeabilidade dos capilares.Ou seja,durante o processo inflamatório, há um aumento no coeficiente de filtração capilar. ↳ Pressão coloidosmótica : força de atração de água exercida pelas proteínas. ↳ Quando tem muita concentração de proteína na art . eferente - diminui a TFG ↳ art . oferente é o contrário . A TFG é relativamente constante A TFG é notavelmente constante em uma ampla faixa de pressões arteriais. Se a resistência aumenta na arteríola aferente a pressão hidrostática diminui no lado glomerular da constrição. Se a resistência aumenta na arteríolas eferente, o sangue acumula antes da constrição e a pressão hidrostática nos capilares glomerulares aumenta. Autorregulação da TFG A função da autorregulação é proteger as barreiras de filtração da pressão arterial alta que pode danifica-las. Resposta miogênica: Quando a pressão arterial está alta, os canais icônicos sensíveis ao estiramento se abrem e as células musculares despolarizam. Isso leva a vasoconstrição que aumenta a resistência ao fluxo e leva a uma redução no fluxo sanguíneo através das arteríolas. Se a PA diminui, o tônus da constrição diminui e a arteríola se dilata. Mas não é tão eficiente então quando a PA esta menos que 80mmHg, a TFG diminui. Retroalimentação tubuloglomerular: Reabsorção Mais de 99% do liquido que entra nos túbulos é reabsorvido para o sangue à medida que o filtrado percorre os néfrons. A maior parte da reabsorção ocorre no tubulo proximal, a reabsorção no néfron distal é finamente regulada, possibilitando aos rins reabsorverem seletivamente íons e água de acordo com as necessidades do organismo para a manutenção da homeostasia. A reabsorção pode ser passiva ou ativa: A ureia se desloca através das junções celulares epiteliais e ela passa por difusão depois do sódio e outros solutos serem reabsorvidos pois o lúmen tubular fica mais concentrado. Proteínas que passam para o lúmen são removidas por endocitose mediada por receptores na membrana apical. ↳ Mácula densa - feedback c. céls especializadas em Perceber pequenas alterações do aporte de Ná pro tub. distal Néfron qr [ÉÍÍÇI : Iama. -oiamiaà - Reabsorção de 8% a 10% de sódio e água filtrados . ⑨H⑨H§ →°o° " """ ° " " "" "me - sofre grande influência da aldosterona ÷:*::::::÷:L FUBA- Transporte ativo e passivo- Borda do hímen em escova(aumenta a superfície) - o ducto coletou ÷:::÷÷÷÷÷÷÷÷÷÷:-P FE.. .....fi:÷÷÷÷÷::- Formação da medula § te:÷÷÷÷÷: "" /- Excreção de ttt- Impermeável à água ÷÷÷÷:*: % :*:*.no/f::r::::::!ffiY de água O transporte renal pode atingir saturação A saturação refere-se à taxa de transporte máximo que ocorre quando todos os transportadores disponíveis estão ocupados pelos substratos. A taxa de transporte no ponto de saturação é o transporte máximo. Ex: Glicose - analogia do trem As pressões nos capilares peritubulares favorecem a reabsorção A pressão hidrostática que existe ao longo de toda a extensão dos capilares peritubulares é menor do que a pressão coloidosmótica, de modo que a pressão resultante favorece a reabsorção. Os capilares peritubulares tem PH de 10 mmHg e, como resultado, o gradiente de pressão nos capilares peritubulares , de 20mmHg vorecendo a absorção delinquido para dentro dos capilares. Secreção Transferência de moléculas do liquido extracelular para o lúmen do néfron e depende, principalmente, de sistemas de transporte de membrana. A secreção torna o néfron capaz de aumentar a excreção de uma substancia. Se a substância filtrada para dentro do tubulo não é reabsorvida, e ainda é secretada para dentro do túbulo a partir dos capilares peritubulares, a excreção é ainda mais eficaz. A secreção é um processo ativo, uma vez que requer transporte de substratos contra seus gradientes de concentração. Os transportadores tem pouca especificidade, por exemplo, a família do transportador de ânions orgânicos (OAT) é capaz de transportar uma grande variedade de ânions. Excreção Quando o líquido chega ao final do néfron, ele apresenta pouca semelhança com o liquido que foi filtrado na cápsula de Bowman. A concentração de íons e água na urina é extremamente variável, dependendo do estado do corpo. Excreção = Filtração - reabsorção + secreção Depuração Forma não invasiva de medir a TFG. É a taxa na qual esse soluto desaparece do corpo por excreção ou metabolização Depuração de x = Taxa de secreção de X (mg/min)___________________ [X] plasma (mg/mL de plasma) Equilíbrio hidroeletrolítico Equilíbrio hídrico A ingestão e a excreção diárias de água são equilibradas. A ingestão total de água em um dia é de aproximadamente 2,5 litros (ingestão e metabolismo). A perda de água geralmente se caracteriza por 0,9L pela pele e pelos pulmões,1,5L pela urina e 0,1L pelas fezes em um dia. A perda insensível de água é a forma inconsciente e ocorre através da superfície da pele e pela exalação dera umidificado. Os rins podem remover o excesso de liquido através da excreção de água na urina, contudo,os rins não podem substituir o volume perdido. O volume perdido para o ambiente necessita ser recuperado a partir o próprio ambiente. Se a perda de liquido é grave e o volume diminui abaixo da linha tracejada, o liquido já não flui pela alça, da mesma maneira que uma grande diminuição no volume sanguíneo e na pressão arterial interrompe a filtração renal. A remoção do excesso de água na urina é conhecida como diurese. Fármacos que estimulam a produção de urina são chamados de diuréticos. Se os rins precisam conservar água, a urina pode ser bastante concentrada, até quatro vezes mais concentrada que o sangue. Os rins controlam a concentração da urina variando a quantidade água e de Na+ reabsorvidos no nefron distal. O mecanismo para reabsorver água sem os solutos é tornar a osmolaridade intersticial medular alta. A vasopressina controla a reabsorção de água: A vasopressina é um hormônio da neuro-hipófise, devido a ela provocar retenção de água no corpo,ela tambem é conhecida como hormônio antidiurétco (ADH). Quando a vasopressina atua nas células-alvo, o epitélio do dueto coletor torna-se permeável à água, permitindo sua saída do lúmen tubular. A permeabilidade é variável, dependendo dequanta vasopressina está presente. Aquaporinas: São uma família de canais de membrana. A AQP2 é regulada pela vasopressina. Elas são encontradas em dois locais nas células do ducto coletor: na membrana apical,voltada para o lúmen tubular, e na membrana das vesículas de armazenamento, no citoplasma. Quando a vasopressina chega ao ducto coletor, ela se liga aos seus receptores V2. Essa ligação ativa uma proteína G e o sistema de segundo mensageiro do AMPc. A fosforilação subsequente de proteínas intracelulares faz as vesículas de AQP2 se moverem para a membrana apical e fundirem-se com ela. A exocitose insere os poros de água AQP2 na membrana apical, tornando a célula permeável à água. A osmolalidade é monitorada por osmorreceptores, neurônios sensíveis ao estiramento que aumentam sua frequência de disparo quando a osmolalidade aumenta. Em adultos, a secreção de vasopressina também apresenta um ritmo circadiano, com secreção aumentada durante a noite. Como resultado, menos urina é produzida durante a noite do que durante o dia e a primeira urina excretada pela manhã é mais concentrada. Sistema de troca em contracorrente: Os vasos sanguíneos arteriais e venosos passam muito perto uns dos outros e no néfron eles transferem água e solutos entre eles. O sistema multiplicador em contracorrente tem como resultado produzir liquido intersticial hiperosmótico na medula e filtrado hiposmótico saindo no final da alça de Henle. Os vasos retos removem a água: Quando os vasos fluem para a medula, na alça de Henle, eles perdem água para poderem capturar os solutos que foram transportados para fora do ramo ascendente da alça de Henle, então, conforme o sangue flui de volta, em direção ao córtex, a alta osmolalidade do plasma atrai a água que está sendo perdida no ramo descendente, esse movimento diminui a osmolalidade do sangue, enquanto simultaneamente impede a água de diluir o liquido intesticial medular que esta concentrado. A ureia aumenta a osmolalidade do interstício medular Equilíbrio do sódio e do volume do LEC A quantidade total de sódio no organismo é o principal fator que determina o volume do LEC. A aldosterona aumenta a reabsorção de sódio e a secreção de potássio. Ela atua nas células principais do nefron distal e aumenta a atividade da Na+-K+- ATPase e aumenta o tempo de abertura dos canais de vazamento de sódio e potássio, também estimula a síntese de novas bombas e canais. A secreção de aldosterona pode ser controlada diretamente no córtex da glândula suprarrenal. O aumento da concentração de potássio no LEC estimula a secreção de aldosterona, porem grandes aumentos na osmolalidade do LEC a inibem. Equilíbrio do potássio A homeostasia do potássio mantem os seus níveis dentro de uma pequena variação. A hiercalemia e a hipocalemia estão associadas a problemas em tecidos excitáveis, principalmente no coração. Mecanismos comportamentais no equilíbrio do sal e da água A sede é desencadeada por osmorreceptores hipotalâmicos e aliviada pela ingestão de líquidos. O apetite por sal é desencadeado pela aldosterona e pela angiotensina. As compensações homeostáticas pela mudanças no equilíbrio do sal e água seguem a lei de ação das massas. Líquidos e solutos adicionados ao corpo precisam ser repostos. Contudo, a compensação perfeita nem sempre é possível. Equilíbrio ácido-básico O pH ideal para o sangue varia entre 7,35 e 7,45. É denominado ideal pois permite que o funcionamento correto de diversos processos intra e extracelulares ocorra. Se o liquido extracelular se torna muito ácido,os rins excretam H+ e conservam íons bicarbonato (HCO3-), que atuam como tampão, inversamente, quando o liquido extracelular se torna muito alcalino, os rins excretam bicarbonato e conservam H+. Os rins não são capazes corrigir desequilíbrios no pH tão rapidamente quanto os pulmões. Regulação neural no sistema renal A intensa ativação do SNS diminui a filtração glomerular. Todos os vasos sanguíneos renais, inclusive as arteríolas aferentes e eferentes, são ricamente inervadas pelas fibras nervosas simpáticas. A forte ativação desses nervos podem produzir constrição das arteríolas renais e diminuir fluxo sanguíneo renal e a FG. A estimulação leve ou moderada tem pouca influência no fluxo sanguíneo renal e na FG. Entretanto, mesmo aumentos ligeiros na atividade simpaticamente podem provocar uma redução na excreção de sódio e água, ao elevar a reabsorção tubular renal. Os nervos simpáticos renais parecem ser mais importante na redução da FG durante distúrbios graves agudos que duram de alguns minutos a algumas horas, tais como os suscitados pela reação de defesa, isquemia cerebral ou hemorragia grave. Norepinefrina, epinefrina e endotelina provocam constrição dos vasos sanguíneos renais e diminuem a FG. Sistema renina-angtensina- aldosterona Quando a pressão cai até valores inferiores a normalidade, o fluxo sanguíneo pelos rins diminui, fazendo com que o rim secrete a importante substância chamada renina para o sangue. A renina atua como uma enzima convertendo uma das proteínas plasmáticas, o substrato da renina, no hormônio angiotensina I. Esse hormônio tem efeito pouco intenso sobre a circulação e é rapidamente convertido em um segundo hormônio, a angiotensina II, por meio da enzima conversora (ECA). Essa enzima conversora é encontrada apenas nos vasos de menor calibre dos pulmões. A angiotensina II permanece no sangue por pouco tempo, apenas de 1 a 3 minutos, por ser inativada por outras enzimas, encontradas no sangue e no tecido, e chamadas coletivamente de angiotensinas. Não obstante seu reduzido tempo de ação, e que está circulando no sangue, a angiotensina II produz vasoconstrição nas arteríolas, fazendo a pressão aumentar até o seu valor normal. Além do mecanismo hormonal dos rins, outro importante sistema hormonal também participa da regulação da PA: É a secreção de aldosterona pelo córtex da suprarrenal. Esse córtex secreta hormônios corticoides, um dos quais, a aldosterona, controla o débito renal de água e de sal. A aldosterona participa da regulação da seguinte forma: quando a pressão arterial cai a valores muito baixos, a falta de fluxo sanguíneo ideal pelo corpo faz com que os córtices suprarrenais secretem a aldosterona. Uma das causas desse efeito é a estimulação das glândulas suprarrenais pela angiotensina II que é formada quando ocorre a baixa da PA. Essa aldosterona exerce efeito no rim. Como consequência a água e o sal ficam retidos no sangue, aumentando o volume sanguíneo, normalizando a PA. De modo inverso, a PA aumentada inverte esse mecanismo, de modo que os volumes líquidos e, consequentemente a pressão arterial, diminuam. Prostaglandinas e Bradicininas Reduzem a Resistência Vascular Renal e Tendem a Aumentar a FG. Embora esses vasodilatadores não pareçam ter importância significativa na regulação do fluxo sanguíneo renal ou da FG, em condições normais eles podem amenizar os efeitos vasoconstritores renais dos nervos simpáticos ou da angiotensina II, especialmente os efeitos constritores sobre as arteríolas aferentes. Pela oposição da vasoconstrição das arteríolas aferentes, as prostaglandinas podem ajudar a evitar reduções excessivas na FG e no fluxo sanguíneo renal. Sob condições de estresse, tais como depleção volumétrica ou após cirurgias, a administração de anti-inflamatórios não esteroides, como a aspir ina que in ibe a s íntese de prostaglandinas, pode causar reduções significativas na FG. Magnitude das doenças renais da população brasileira A doença renal crônica (DRC) consiste na perda gradativa da estrutura e função renal, resultando em perda progressiva das funções fisiológicas dos rins. O declínio da função renal se associa ao aumento da mortalidade, morbidade, limitações na vida diária, incapacidades físicas e perda da qualidade de vida. A prevalência da DRC tem aumentado mundialmente emfunção do envelhecimento populacional e dos fatores de risco metabólicos como hipertensão, obesidade, diabetes e uso de agentes nefrotóxicos. No Brasil, foram identificados aproximadamente 280 mil pacientes cadastrados em programas de diálise na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), entre os anos de 2000 e 2012, o que corresponde a 85% das diálises realizadas no país. Estima-se que no mundo, aproximadamente um milhão de pessoas com DRCT sejam submetidas a uma das três modalidades de TRS - hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal - e mais de 220.000 novos pacientes iniciem diálise a cada ano. A DRC é considerada no atual contexto social por diversos especialistas da área como uma espécie de pandemia. Particularmente no Brasil, o índice de crescimento dessa patologia é avassalador entre a população brasileira, exibindo um péssimo prognóstico. Esta situação vem acarretando sérios problemas à saúde da população, com sofrimento, limitações e perdas, o que se agrava com os custos do tratamento que são caríssimos. Apesar dos avanços em conhecimento científico específico, em tecnologias e equipamentos, o número de pessoas vítimas dessa nefropatia progride em escala ascendente em nível global. A dimensão do dilema é tão preocupante que nos dias atuais esta enfermidade vem sendo considerada como uma questão de saúde pública (BASTOS, 2010). Ressalte- se que o Censo 2010 da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) contabilizou um quantitativo de 10 milhões de pessoas acometidas por algum tipo de distúrbio renal, sendo que cerca de 70% ignoram a sua existência (TANAKA, 2013). Para agravar ainda mais este cenário uma parcela significativa dos indivíduos acometidos por essa enfermidade não detém o necessário conhecimento para a vigilância quanto a sua prevenção. Ademais os casos de nefropatias são diagnosticados tardiamente e tratados, muitas vezes, de maneira errônea. Dessa maneira, tais situações vão se constituindo em enormes perdas como o desperdício de tempo do método terapêutico adequado (PINHO, 2015). Impacto psicossocial do transplante renal em pacientes nefropatas. O SUS é a maior fonte pagadora dos transplantes realizados no Brasil, sendo responsável por 75% dos procedimentos, enquanto 17% utilizaram convênios e 8% o sistema privado. Quanto ao transplante de rim de doador falecido, 98,5%, foram realizados pelo SUS, 1,3% sistema privado e 0,2% convênios; já com doador vivo, 87,1% utilizaram o SUS, 1,4% sistema privado e 11,5% convênios (REGISTRO BRASILEIRO DE TRANSPLANTES, 2010). Proença et al. (2004) enfatizaram que o transplante renal permite ao paciente resgatar o bem-estar físico e a capacidade cognitiva, além de mantê-lo inserido no contexto social, ou seja, levar uma vida quase normal, mantendo o acompanhamento imunossupressor contínuo. É claro que para isso é necessário o comprometimento do paciente transplantado em seu auto- cuidado e do envolvimento da Equipe de Saúde e da família. Mendonça (2006), com vistas a identificar aspectos sobre a QV em uma população com IRC, entre pacientes em hemodiálise (62) e transplantados (58), aplicou o instrumento de avaliação WHOQOL-bref e concluiu que o grupo de transplantados apresentaram escores melhores quanto a satisfação com a saúde nos domínios físico, psicológico e relações sociais; já no domínio meio ambiente, os resultados ficaram em uma faixa de neutralidade. Numa pesquisa com pacientes em dialise e pacientes transplantados, concluíram que o transplante renal alcançou seu objetivo de melhorar a reabilitação física, mental e social dos pacientes. O resultado, segundo Flores e Thomé (2004), pode ser atribuído ao fato de que a percepção do paciente em hemodiálise à espera de um transplante renal está ligada a incertezas e sentimentos, como: esperança, ansiedade, liberdade, ambivalência, medo, culpa e fé. GONSALEZ, Sabrina Ribeiro et al. Atividade inadequada do sistema renina-angiotensina- aldosterona local durante período de alta ingestão de sal: impacto sobre o eixo cardiorrenal. Brazilian Journal of Nephrology, v. 40, n. 2, p. 170-178, 2018. C. Douglas Eaton, Pooler, John P. Fisiologia renal de Vander. AMGH editora Ltda. 2016 Unglaub, S. D. Fisiologia humana. 7th edição, Porto Alegre, editora Artmed, 2017. Guyton, Arthur C.. Fisiologia humana. 6.ed. RIO DE JANEIRO: Guanabara Koogan, 1988. 564p. Vander, Arthur J.; Sherman, James H.; Luciano, Dorothy S.. Fisiologia humana: os mecanismos da função de órgãos e sistemas.. SAO PAULO: McGRAW - HILL, 1981. 834p. A dependência da diálise o leva a confrontar-se com a morte. Neste sentido, a percepção de QV do paciente em hemodiálise está alterada, visto que passa por um momento peculiar em sua vida, enquanto os transplantados já superaram esta fase e estão num período diferente: enfrentando os desafios oriundos do transplante. Contudo, Ravagnani, Domingos e Miyazaki (2007), em um estudo recente compararam a QV pré e pós-transplante renal e identificaram estratégias de enfrentamento utilizadas por 17 pacientes submetidos a transplante e que responderam ao SF-36, ao Inventário de Enfrentamento e a um roteiro de entrevista (pré e pós-transplante), e concluíram que não houve melhora significativa na QV, medida através do instrumento SF-36. A explicação para esse fato é que, após o transplante, o paciente deve aderir a um complexo regime medicamentoso, que pode acarretar efeitos colaterais indesejáveis. Há, ainda, o acompanhamento médico constante, causando estresse e ansiedade, especialmente nos primeiros seis meses, pois as consultas devem ser realizadas frequentemente. Para Fallon, Gould e Wainwright (1997), após esse período, ocorre a diminuição do convívio ao SUS e o paciente se depara com o retorno a um estilo de vida diferente do anterior à doença renal e, com esse “novo” modo de vida, surgem outras preocupações, como atividades profissionais, convívio com a família e novas responsabilidades. Quanto às estratégias de enfrentamento, as mais utilizadas estavam centradas na emoção, ou seja, estratégias subjetivas para enfrentar dificuldades. Portanto, mesmo com o transplante bem sucedido, após a alta e com o enxerto funcionante, o paciente continua a portar uma doença crônica. Para o paciente portador de IRC, o transplante significa incremento na expectativa e QV, sendo que o interesse nessa forma de tratamento se torna evidente, devido à crença da independência da máquina de diálise e, consequentemente, da “cura” pós-transplante. Molzahn (1991) afirma que existe QV após o transplante renal. Segundo o autor, a literatura científica apresenta diversos relatos de que a QV do paciente transplantado é muito boa, se comparada com seu estado pré-transplante e em relação aos pacientes em diálise. Entretanto, segundo Fallon, Gould e Wainwright (1997), diversos estudos apontam também que a consciência do risco da rejeição do órgão e a incerteza quanto à sobrevida são fatores que interferem no nível de estresse do paciente transplantado. Referências :
Compartilhar