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FAVENI – FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE ELIANE MARTINS GOUVÊA O PAPEL DA ESCOLA E DO PROFESSOR INCLUSIVO. SERRA/ES 2020 GRUPO EDUCACIONAL FAVENI ELIANE MARTINS GOUVEA O PAPEL DA ESCOLA E DO PROFESSOR INCLUSIVO. SERRA/ES 2020 Trabalho de conclusão de cursoapresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em EDUCAÇÃO ESPECIAL E ENSINO RELIGIOSO. NÃO DEVE COLOCAR NOME DE ORIENTADOR, POIS NÃO HÁ UM ORIENTADOR ESPECÍFICO PARA REALIZAÇÃO DO TRABALHO. O PAPEL DA ESCOLA E DO PROFESSOR INCLUSIVO. ELIANE MARTINS GOUVÊA¹ Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). O PAPEL DA ESCOLA E DO PROFESSOR INCLUSIVO. Resumo. O principal objetivo deste trabalho é enfatizar a Educação como direito de todos independentes das diversidades. Neste contexto,e em conformidade com as leis,é matriculado diariamente inúmero de discentes em escolas de classes comuns. E nesse ambiente supostamente “normal” que,contudo, há algumas barreiras que impedem o verdadeiro significado das palavras escola e inclusão. Dentre alguns obstáculos podemos citar o fato de alguns professores terem muitas dúvidas e receios, ao receber em suas salas de aula,alunos com necessidades especiais, e a precariedade das escolas para acolhê-los.Com intuito de indagar como é feita esta inclusão, e o que pode ser feito para que a ação do docente seja prazerosa,e não exaustiva, foi realizada esta pesquisa que responde a tais questões, por vezes tão pertinente no ambiente escolar. A metodologia usada foi do tipo bibliográfico com uma abordagem qualitativa e descritiva. Como resultado foi constatado que as dificuldades podem ser vencidas se tanto o professor, como a escola, deixar para trás as velhas práticas pedagógicas, mudando e transformando as ações, para viabilização da valorização e aceitamento das diferenças, como sendo algo enriquecedor não só para o aluno protagonista, mas para todos os participantes. Palavras chaves: Educação inclusiva, ações docente, valorização. 1 INTRODUÇÃO As relações humanas são portas de conhecimento, embora às vezes conturbadas, são importantes para o desenvolvimento pessoal de um individuo. Durante as interações sociais é que o ser vai adquirindo habilidades cognitivas, psicológicas, físicas entre outras. Em se tratando de ambiente escolar há uma atenção a mais, pois além dos conteúdos programáticos, a convivência e a confiança entre alunos e professores trazem momentos de reciprocidade ao longo das etapas escolares, e com esses vínculos os docentes por serem mais experientes devem repassar aos discentes os valores morais, éticos e humanos em especial, para a construção de saberes mútuos, levando em consideração todo o pluralismo existente. Neste contexto de algumas oscilações, há várias interferências que impedem professores e demais profissionais de exercerem praticas precisa e assertivas em relação às diversidades, havendo também os que escondem uma profunda preocupação ou ausência de profissionalismo no que se refere a uma ação mais competente para lidar com situações atípicas do dia a dia, viabilizando assim a pratica da velha pedagogia tradicional e estagnada. Ao longo de muitos anos a educação vem se renovando, principalmente na área da educação especial, muito se tem falado em inclusão, mas, pouco se tem feito para que realmente aconteça. Há casos que são “tapeadas” as verdadeiras necessidades de um aluno especial, para que se cumpram as devidas leis, e em outras ocasiões a escola tende a impulsiona as responsabilidades para os pais. São poucas instituições que se esforçam para que ações de fato aconteçam, mas também há as que se esbarram nas dificuldades que o sistema educacional oferece. Neste momento é iniciado este estudo que se fundamenta na ideia de que é no ambiente escolar que se faz o reconhecimento das diferenças existentes, a valorização e aceitação por parte de todos, então mostraremos que a diversidade é inerente à construção de toda e qualquer sociedade. Partindo do pressuposto, que a educação transforma, e que esta seja a base das discussões que nos levarão para a garantia da participação efetiva de todos a todas as oportunidades, de forma que professores e demais coadjuvantes da educação precisam deixar de lado o medo do diferente, explorando a empatia, e estando aptos para fazer essas inserções, negando toda e qualquer tipo de exclusão, e disseminando saberes a qualquer um que seja, começaremos nossos estudos. Foram analisadas algumas concepções de teóricos, pesquisadores e estudiosos da área, sobre a importância da inclusão, o papel de todos nesta esfera, a maneira que as pessoas com deficiência podem e deve ser inserida ao planejamento escolar, aos educadores a utilização de recursos, bem como a execução de planos de vivências, a adaptação dos conteúdos a cada caso. A realização dessa pesquisa justifica-se pela necessidade de mobilização da sociedade em si, e prioritariamente os docentes, que precisam estarseguros ao receber alunos não diferentes dos outros, mas com necessidades diferentes de aprendizado. No primeiro capitulo discorreremos a um breve histórico da pessoa com deficiência e a integração social, no segundo partiremos para fundamentos da educação inclusiva, no terceiro e ultimo capitulo nortearemos o papel da escola e as estratégias do professor inclusivo, a conclusão do trabalho e referências. 2 BREVE HISTORICO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA E INTEGRAÇÃO SOCIAL. As sociedades ao longo dos tempos definiam as pessoas com necessidades especiais de varias maneiras e sob vários enfoques, cada uma á seu tempo, sendo que foram consideradas conforme as concepções de indivíduos que ali faziam parte, seus valores morais, sociais, religiosos e éticos de cada momento histórico vivido por seus povos. Os registros feitos por historiadores, as mensagens deixadas pela antiguidade e as manifestações artísticas nos remetem de como eram tratados ao longo da trajetória humana. Temos alguns exemplos a seguir, como no Antigo Egito, em que pessoas com deficiência integrava-se as diferentes afazeres, uns tocavam harpas, outros desenhavam, existiam artesãos, entre outros ofícios. Diferente de outros povos, alguns destes eram aceitos, dependendo também do grau e dos talentos desenvolvidos. Para Gurgel (2011, p. 1). As obras indicavam uma pessoa com deficiência física, como, o guardião de Roma, e um músico anão da V Dinastia. “Já os papiros que continha os ensinamentos morais do Egito Antigo diziam que deveriam ser respeitadas as pessoas com nanismo e com outras deficiências”.Ainda segundo a autora, o Egito era conhecido como a terra dos cegos, pois o povo era constantemente atingido por infecções nos olhos que os levavam a cegueira, papiros dos médicos apresentavam procedimentos de cura para a cegueira. Esses dados da antiguidade Egípcia poderiam ser considerados um passo importante para uma inclusão social no mundo antigo, porém esses são um dos raros e breves momentos de aceitação, pois as pessoas com deficiênciasem vários lugares do mundo foram assinaladas com politicas extremas de exclusão em suas sociedades, como nos exemplos, a cidade de Esparta na Grécia, onde o culto ao corpo e a beleza física faziam parte daqueles que queriam participar da vida social daquela época, porém os que nasciam “defeituosos” eram deixados nas montanhas. Em Roma, os recém-nascidos eram atirados no rio Tibre. Segundo eles essas pessoas deveriam ser exterminadas para que não dessem continuidades a espécie. Mesmo com essas praticas, encontramos pessoas que fizeram historias sendo deficientes como é o caso de Homero, poeta grego com cegueira. Homero criou o personagem Hefesto, que segundo a mitologia era filho de Hera e teria nascido com pés atrofiados. Na Idade Antiga, os indivíduos que apresentavam tais comportamentos eram associados à imagem do diabo, bruxas e feitiçarias que eram consequências de forças malignas. Na antiguidade clássica as pessoas deficientes eram pessoas possessas de demônios e de espíritos maus [...] Os modelos econômicos e sociais impuseram a essas pessoas com algum tipo de deficiências uma inadaptação geradora de preconceitos, ignorâncias e tabus, que ao longo dos séculos foram alimentando os mitos populares da “perigosidade”, determinando atitudes de rejeição medo e vergonha. VIEIRA;PEREIRA 2003, p.17). No inicio do sec. XIX ocorreu uma tentativa de remodelagem dessas pessoas, com objetivo de ajustá-las a sociedade, a fim de eliminar alguns atributos negativos. A igreja que pregava a existência do pecado do bem ou mal, assumia formas estranhas, como as praticas exorcistas a estas pessoas, mas teve seu papel fundamental na acolhida dos que eram abandonados de fato, mesmo assim eram tratados de forma excludente da sociedade. A roda dos excluídos foi uma das marcas deixada pelo preconceito, não só para os deficientes, mas também para as mães solteiras que não poderiam ter seus bebes numa sociedade conservadora e hostil. Neste mesmo século, médicos e outros profissionais das ciências começavam a se dedicar aos estudos das necessidades especiais, essas mudanças resultaram na descoberta de patologias. No entanto as pessoas ainda continuavam segregadas em asilos, instituições e hospitais, com objetivo de tratamento clínico. O modelo médico foi bastante expressivo, estendendo se até o sec. XX, levando ao inicio da educação inclusiva, mas de forma a trabalhar numa visão clinica, ainda preconceituosa e medicamentosa. As sociedades desencadeavam em suas culturas diversas fases no que se refere às praticas sociais. Em algumas não havia nenhuma tendência em mudar a tendência em mudar este quadro. Praticando a exclusão, e a eliminação das pessoas por causa de suas condições atípicas – parecia não pertencer a maioria da população. Em seguida foram desenvolvendo em alguns lugares o atendimento segregado dentro das instituições, passando para a pratica da integração social e recentemente adotou a filosofia da inclusão social para modificar os sistemas sociais gerais. (SASSAKI, 1997, P.16) No Brasil, na década de 60, houve uma explosão de instituições segregativas especializadas, eram as escolas especiais, centros de reabilitações, entre outros. Essas escolas tinham um caráter clinico e filantrópicos, em suas atividades. O problema na época era visto como o “problema” que deveria ser “concertado” e adaptado e ajustado à sociedade. Ao final da década de 60, iniciou-se o movimento pela integração social que planejava inserir [...] pessoas com deficiência nos sistemas sociais gerais, como educação, trabalho, família e o lazer, sendo vivenciados estes processos mais na década de 80. SASSAKI, 1999, p. 31) Podemos compreender que mesmo com alguns esforços em aceitar peculiaridades, a inclusão jamais estava perto de acontecer e estas formas de atendimentos nunca chegaria ao patamar de educação para a diversidade. Assim, foram dados os primeiros passos a integração social, uma forma de inserir pessoas com necessidades especiais à sociedade sem que esta se modifique. Para isso recorriam a métodos clínicos e especializado para ensinar a esta pessoa a socializa-se de maneira “normal” conforme a organização existente. Este processo de integração foi um marco muito forte e decisivo nas novas conquistas da educação inclusiva no Brasil e em alguns países, mas, porém não satisfazia as premissas dos direitos das pessoas com necessidades especiais, pois nada era modificado nas estruturas, nas pessoas, na metodologia, além da crença que, somente métodos clínicos, e remédiospoderiam ser eficazes. “Meu irmão entrou para uma escola. Não era uma escola como a minha; Parece que lá todos eram um pouco parentes. Todos tinham o mesmo jeito esquisito de andar, De mover os brações, e eram poucos os que falavam”. (PORTELA,1998,p8) Podemos compreender, pelas palavras da autora que não era uma escola comum e sim de atendimento especializado, o que nos permite dizer que não era um ambiente voltado para a inclusão escolar, e sim para a integração social onde os métodos clínicos eram aplicados aos alunos para que estes fossem qualificados a voltar à sociedade, mas eram poucos os que voltavam, e quando retornavam as suas residências, sempre ficavam “dopados” na maioria dos casos. Nesta parte do trabalho podemos ter um olhar critico para a história da humanidade, que revela com muita clareza todo tipo de preconceito existente, e que nenhuma sociedade se constitui bem sucedida, se não favorecer em todas as áreas da convivência humana, e em especial aos mais necessitados, o respeito e a preocupação com a diversidade que a constitui, e que cada povo atribuiua sua população dita “diferente” o que lhes fora passados de geração em geração. 3 FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Para romper com o paradigma educacional existente, e também com a estrutura curricular fechada e com a homogeneidade nas escolas, no começo do séc. XX houve várias mobilizações em prol da educação inclusiva,ao longo dos anos como vimos no capitulo anterior,as várias tentativas de inserção dessas pessoas, mas muitas sem sucesso, pois o que ocorria era somente o sistema querendo aloca- los,sem comprometer a vida e o ritmo das outras pessoas comuns, então começaram a repensar alternativas, surgindo então a Educação Inclusiva iniciada com a Declaração dos direitos humanos em 1948, apontando a “igualdade de direitos”, no entanto durante toda a sua trajetória esta recebeu varias nomenclatura, porém nada mudava, pois o preconceito continuava, mas a preocupação de alguns em encontrar o que poderia ser feito e quais métodos usariam, para que a inclusão acontecesse, de fato essa luta não se interrompeu. A Conferência Mundial da Educação Especial ocorrida em 1994, na cidade de Salamanca na Espanha, “Declaração de Salamanca” foi uma das principais marcas para a expansão deste publico, embora já no final do século , mas teve sua marca registrada, que diz: “Ao definir políticas, princípios e práticas da Educação Especial nas Políticas Públicas de um pais”, foi um marco para que pessoas depois de tantos anos de isolamento e segregações tivessem seus direitos mais garantidos, tendo o reconhecimento como cidadãos e aceitos nas escolas comuns e em suas comunidades. No Brasil apesar de que na Constituição Federal de 1988 já dizia que: “A educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Mesmo assim em diversas instituições eram negados esses direitos, então no decorrer dos anos 2000 é que foi implantada uma politica denominada “Educação Inclusiva” assim podemos perceber as mudanças que já estãoocorrendo em nossos sistemas de ensino, e consequentemente influenciam a sociedade, esta que já não está com os mesmos pensamentos e julgamentos, embora aconteça alguma atitude preconceituosa, mas a realidade em si tem avançado e chegado a lugares jamais antes permitido. E ainda segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA – lei 8069/90, art. 3º diz que: “A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.” Em 1996 no Brasil quando foram instituídas as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional a LDB, que preconiza em um dos seus artigos que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender ás suas necessidades especiais, e também específicas àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e havendo também a aceleração de estudos aos superdotados para a conclusão das séries escolares. Essa lei atribui às redes de ensino o dever de disponibilizar todos os recursos necessários para o atendimento igualitário entre os estudantes tanto com necessidades educacionais ou não. Para Mittler: “No campo educacional, envolve um processo dereforma e da reestruturação das escolas como um todo, como o objetivo de assegurar que todos os alunos possam ter acesso a todos os gamas de oportunidades educacionais e sociais oferecidas nos colégios” (2003, pg 25) Direitos Iguais: A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela ONU em 2006, da qual o Brasil é signatário, estabelece que os Estados devam assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino. Esses são alguns dos inúmeros esforços,para que as entidades globais reconheçam a necessidade de se criar meios que determinam a participação de todos, a todas as ações nas comunidades, e o direito que cabe ao cidadão comum de ir e vir além da educação em seus méritos.Nessas novas tentativas, começam a serem repensadas atitudes cotidianas consideravelmente discriminatórias, mas que com a ajuda da escola, e da sociedade, vários desses pensamentos e ações estão sendo descaracterizados. As dificuldades estão nas demoras para que o público leigo, e os profissionais, mudam seus comportamentos, raciocínios e conhecimentos acerca da verdadeira inclusão, que vai da aceitação da pessoa com deficiência, modificação nas estruturas escolares e na sociedade, até mudanças de hábitos em relação aos estereótipos existentes, interações e convívio. Para Vygotsky:A deficiência primaria surge como biológica e a secundaria como social, neste sentido a primaria são as lesões orgânica, malformações, e alterações cromossômicas, e a secundária compreende o desenvolvimento que o individuo apresenta baseado em suas interações sociais. Para resumir o tópico a educação inclusiva se fundamenta em que os alunos com deficiência sejam tratados de igual para igual, sem algum tipo de preconceito ou segregação, que seus direitos sejam aplicados no cotidiano, e que para isso existem as leis, ou decretos criados por especialistas em educação e áreas afins, baseados em estudos feitos por teóricos, pesquisadores e estudiosos,que testaram e atestaram seus estudos, métodos e pesquisas, pressupondo sempre mudanças de hábitos e praticas com relação a diversidade,sendo a inclusão o resultado um processo de acumulação de necessidades históricas, resultando nas transformações que vem ocorrendo na sociedade como um todo. 4 O PAPEL DA ESCOLA E AS ESTRATEGIAS DO PROFESSOR INCLUSIVO. O papel da escola inclusiva é educar a todos sem exceção, é ter em suas salas de aula de aula, e nas dependências escolares recursos e materiais, para que a educação de fato aconteça, independente da situação física ou cognitiva de seus alunos, significa que todos tende a receber oportunidades educacionais iguais e adequadas. Além disso, o professor e o aluno precisam de todo auxilio que necessitarem, para a construção do conhecimento. Podendo assim esta escola ser um local em que todos fazem parte, sem discriminação, e com um ensino voltado para os valores humanos, para a conscientização de todos sobre a importância da valorização da diversidade. A inclusão escolar visa varias técnicas, que assegura maior participação na vida social do aluno com deficiência, em sua comunidade, e também além dos muros da escola. Uma das principais estratégias da escola é agregada ao professor, pois ele tem a responsabilidade de educar tanto as crianças sem deficiência como aquela com deficiência, mesmo tendo um ou mais auxiliares em sua sala, assim a referência sempre será o professor regente. O aluno com necessidades especiais deve ser visto pelo professor como parte da turma, como qualquer outra criança, sendo assegurada pelo mesmo que este seja valorizado e integrado a turma sempre. Neste sentido, as interações sociais é peça fundamental na hora do ensino e aprendizagem em todos os sentidos. Nas abordagens de Vygotsky permite nos compreender que, o desenvolvimento da criança está em constante construção e transformação, dependendo do ambiente em que estas estão inseridas, e o resultado pode ser bem positivo, dependendo também da mediação se esta for correta. Então podemos nos atentar como professores, da importância para as crianças serem motivadas, e o educador que se propõe a inovar suas práticas dessa forma,conseguir com êxito levar a criança a interagir de forma mais dinâmica com seu meio, sem prejuízo para ambas às partes e para o conjunto ali presente. O professor inclusivo deve preocupar com o contexto curricular e instrucional para que sejam iguais para todos, precavendo para que em suas aulas sejam disponibilizados materiais adequados, ou adaptados para que os alunos especiais se sintam inseridos, satisfazendo os na hora da aprendizagem. Esta é uma das regras para o professor que realmente quer sucesso na hora de por em pratica suas ações, submetendo se os planos de vivência, e a colaboração de outros profissionais, que ali também participam do momento destes alunos na escola, como auxiliares de sala, estagiários, cuidadores e etc. Alguns estudiosos, pensadores, e teóricos se dispuseram de seus tempos e força de vontade para modificar algumas situações, como a grande pensadora do sec. XX – Maria Montessori (1879-1952) que usou a ludicidade como forma de inclusão, ela se preocupou em construir uma pedagogia voltada para crianças com deficiências mentais. Sendo encarregada da seção de crianças especiais, produziu uma metodologia de ensino no uso e manuseio de materiais apropriados como recursos educacionais. Em 1907, foi convidada a organizar uma sala para educação de crianças sem deficiências dentro de uma habitação coletiva destinada a famílias dos setores populares, experiência que denominou "Casa das Crianças" (MONTESSORI, S/D). Vimos então como é importante reconhecer os métodos usados por grandes teóricos, que testaram e avaliaram e tiveram êxito com seus experimentos. Porém, em alguns casos, há professores e até outros profissionais da educação que não se sentem a vontade diante das diversidades existentes nas escolas, e ainda tem medo ou até apatia, na hora de receber os mesmos. Isso nos remete a profissionais que não expressa à empatia, talvez não tivesse durante a sua vida convivência com pessoas com deficiência, ou ainda a própria personalidade do profissional em não ser paciente, pois além de ter que ter um olhar caridoso, a profissão em si exige muita paciência. E em outras situações,essa falta de cuidado se dá porque dependendo da instituição, os professores, têm que dar conta dos conteúdos com data prevista, sufocando-os, como é o caso de colégios particulares e alguns públicos, assim o profissional se quer pode parar para dá uma atenção a mais aos que necessitam de ajuda, além da falta de auxiliares para apoia-los. Então podemos dizer que essas são algumas das situações que levam alguns professores a temer, ao receber crianças com necessidades especiais em suas salas. O que pode ser feito é em primeiro lugar o professor reconhecer a palavra“ inclusão” seu significado, sabendo que esta está em vários setores da sociedade não somente na escola, ter um olhar pesquisador e carinhoso ao mesmo tempo para suprir as necessidades do aluno, conhecendo suas dificuldades e suas habilidades, onde este possa ser inserido, testando sempre metodologias diferentes, para que se chegue á denominador comum, garantindo o aprendizado desta criança, ou nos casos mais específicos fazer com que o discente se sinta confortável perante a turma. Além do mais o professor deve sempre esta avaliando os alunos, para saber se suas metodologias estão sendo bem aplicada, e se seus objetivos estão sendo alcançados. “A avaliação é um processo abrangente da existência humana, que implica na crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar obstáculos” (VASCONCELLOS, 1995, p. 43). Concluímos então que, o professor inclusivo é aquele que pratica a empatia, tem prazer no que faz, prepara a sala de aula, e os conteúdos para os alunos especiais, oferecendo espaço para locomoção, integrando-o ao convívio e relacionamento com outros alunos que não possuam deficiência, vencendo preconceitos na busca da emancipação de todos, e de um mundo mais igualitário. A Escola inclusiva então seria aquela que, garante a qualidade de ensino a cada um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade, e respondendo um a um de acordo com suas potencialidades e necessidades. Adequando seu ambiente escolar para que eles tenham as melhores chances de progredir e terem sucesso. Isso não se limita apenas à estrutura física da escola. Mas também aos treinamentos de todo o corpo da escola que vai dos profissionais da portaria até a direção, atentando se a para a compreensão dos demais alunos sobre a importância de ter um ambiente verdadeiramente inclusivo. CONCLUSÃO Esta pesquisa é de grande relevância acadêmica, pois proporciona o aprofundamento a um estudo bem conhecido na área educacional, mas pouco aplicado no dia-a-dia, que é a reflexão sobre o papel da escola inclusiva e do professor inclusivo. Trata-se de um trabalho voltado para o comportamento dos professores, que ficam receosos, e até aflitos, ao lidar com alunos que possuem necessidades especiais, o que pode ser feito para facilitara adaptação do docente a essa nova realidade. E o que a escola tem a oferecer para os professores e alunos, para que o ensino seja agradável, comprometendo-se a disponibilizar recursos que vá além das Teorias de Aprendizagem, para proporcionar o desenvolvimento social e acadêmico das crianças. O professor que planeja suas atividades se baseando no atendimento ao discente com necessidades especiais como ponto de partida, possibilita a escola ser um local propício para a inclusão, bem como a aquisição de conhecimentos diversificando suas ações e atitudes, pois é através das praticas do professor inclusivo, da dinâmica da escola, bem como os materiais didáticos e as interações com a turma, que se percebe o interesse do aluno e seus avanços, contribuindo para a formação e emancipação do mesmo, promovendo então sua cidadania. Entendemos então, que as ações dos professores que buscam autonomia, e não se inibem diante do “diferente”, faz toda diferença,bem como uma escola bem estruturada para receber seus alunos, e que é nas atividades por este conjunto apresentadas que desperta no aluno o desejo de interagir, tornando o momento de ensino-aprendizagem satisfatório para todos. . Respondendo então ao questionamento deste estudo, chega-se a conclusão que a pesquisa cientifica, as teorias já apresentadas, o aprimoramento profissional, a busca por uma escola inclusiva, a renovação das praticas pedagógicas, sãouma das ferramentas principais, na hora de mediar e facilitar a aprendizagem na educação especial, e é através dessas ações motivadoras e inovadoras, no qual se percebe que existem várias possibilidades de desenvolver trabalhos significativos ao contexto escolar. Infelizmente ainda é inevitável que exista a falta de interesse, disponibilidade e motivações por parte de alguns professores, por fatores externos, falta de estrutura dos locais, e as falhas no sistema educacional. Bem como a própria formação profissional, que por vezes é feita de maneira precária, não possibilitando ao aluno e futuro docente a busca de estudos aprofundados com embasamentos teóricos e vivenciados sobre este e outros assuntos. Mas para o profissional que realmente quer uma mudança, não há impedimentos neste sentido, basta ter força de vontade para mudar uma situação, e satisfazer aos anseios de seus alunos, independentemente das condições dele,e da escola, associando sua satisfação de lecionar com a vontade deles de serem aceitos, valorizados, e ter uma vida digna numa sociedade ainda excludente. REFERÊNCIAS CONSTITUIÇÂO FEDERAL – Artigo 205. ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Federal 8069/90, capítulo II, artigo 3º. GURGEL, Maria Aparecida. A pessoa com deficiência e sua relação com a História da humanidade.Disponível em http://www.ampid.org.br/ampid/Artigos/PD_Historia.php. Acesso: 20 abr. 2020 LDB - 9394/96 – Capitulo V, Art. 58. MITTLER, Peter. Educação Inclusiva: contextos sociais. Tradução de WindyzBrazão Ferreira. Porto Alegre: Artmed, 2003. MONTESSORI, M. A criança. Rio de Janeiro: Ed. Nórdica, s/d. PORTELLA, Miriam. Alguém muito Especial. São Paulo, 2008 SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão construindo uma sociedade para todos.3.ed. Rio de Janeiro: WVA, 1997. SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão construindo uma sociedade paratodos.3.ed. Rio de Janeiro: WVA, 1999. VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: Plano de Ensino-Aprendizagem e Projeto Educativo. São Paulo: Libertat, 1995. VIEIRA, Fernando David: PEREIRA, Mario do Carmo. “Se houvera quem me ensinara...” A Educação de Pessoas com Deficiência Mental.2.ed.Coimbra: Fundação CalousteGulbekian, Serviço de Educação Gráfica de Coimbra, 2003. VYGOTSKY, Lev S. Psicologia Pedagógica. São Paulo: Artes Médicas, 2001. http://www.ampid.org.br/ampid/Artigos/PD_Historia.php
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