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Educação Física Adaptada

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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do 
Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais 
em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, 
Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória, 
e com a Educação a Distância presente 
em todo estado do Espírito Santo, e com 
polos distribuídos por todo o país. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, 
destacando-se pela oferta de cursos de 
graduação, técnico, pós-graduação e 
extensão, com qualidade nas quatro 
áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, 
Humanas e Saúde, sempre primando 
pela qualidade de seu ensino e pela 
formação de profissionais com consciência 
cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de 
Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 
instituições avaliadas no Brasil, apenas 
15% conquistaram notas 4 e 5, que são 
consideradas conceitos de excelência em 
ensino. Estes resultados acadêmicos 
colocam todas as unidades da Multivix 
entre as melhores do Estado do Espírito 
Santo e entre as 50 melhores do país.
 MISSÃO
Formar profissionais com consciência cidadã para o 
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança 
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.
 VISÃO
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida 
nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
R E I TO R
GRUPO
MULTIVIX
R E I
2
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
3
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)
Lilian Suelen de Oliveira Cunha
Educação Física Adaptada / CUNHA, L. S. O. - Multivix, 2020
Catalogação: Biblioteca Central Multivix 
 2021 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 
4
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
LISTA DE QUADROS
UNIDADE 1
 Terminologia sobre deficiência banidos na era da inclusão 22
UNIDADE 2
 Principais fatores que interferem nas capacidades e nas 
habilidades motoras do indivíduo com deficiência visual 40
UNIDADE 3
 Principais características observadas por síndrome 53
UNIDADE 5
 Tipos de adaptações 102
UNIDADE 6
 Relação entre cooperação e competição segundo Brotto (1999). 118
 Deficiência visual 132
 Deficiência intelectual 133
 Deficiência Física 133
5
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
LISTA DE FIGURAS
UNIDADE 1
 Instituto Benjamin Constant 11
 Inclusão e integração 24
UNIDADE 2
 Soldado espartano 30
 Soldados 33
 Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência 36
UNIDADE 3
 Família 56
 Criança com autismo 64
 Criança brincando com corda 66
UNIDADE 4
 Professor de Educação Física 75
 O que é ética? 82
 Diferença 85
UNIDADE 5
 Educação para todos 96
 Acessibilidade 100
 Dimensões da acessibilidade 101
 Sala de aula 103
 Fazer pedagógico 106
 Participação de todos 109
6
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
UNIDADE 6
 Jogos cooperativos 116
 Jogos 120
 Brincadeira 122
 Brincadeira 124
 Jogo de basquete em cadeira de rodas 126
 Esporte adaptado de rendimento 127
7
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
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MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 9
1 EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO: PRIMEIROS INDÍCIOS 11
INTRODUÇÃO 11
1.1 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL 11
1.2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA, A EDUCAÇÃO FÍSICA E A PESSOA COM DEFICIÊNCIA 22
2 INTRODUÇÃO ÀS DEFICIÊNCIAS: HISTÓRIA E TIPOLOGIAS SENSORIAIS, 
FÍSICAS E INTELECTUAIS 30
INTRODUÇÃO 30
2.1 DEFICIÊNCIA: CONTEXTO HISTÓRICO ATÉ OS DIAS ATUAIS 30
2.2 DEFICIÊNCIAS SENSORIAIS, FÍSICAS E INTELECTUAIS 38
3 INTRODUÇÃO ÀS SÍNDROMES E TRANSTORNOS DA GAMA DO AUTISMO 50
INTRODUÇÃO 50
3.1 SÍNDROMES: TIPOLOGIAS E INCLUSÃO 51
3.2 TRANSTORNO DA GAMA DO AUTISMO 62
4 FORMAÇÃO INICIAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA FACE A PRÁTICA PEDAGÓGICA 
INCLUSIVA 73
INTRODUÇÃO 73
4.1 FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 74
4.2 PRÁTICA PEDAGÓGICA INCLUSIVA NA EDUCAÇÃO FÍSICA 85
5 PLANEJAMENTO E VIVÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR 96
INTRODUÇÃO 96
5.1 ESTRATÉGIA METODOLÓGICA PARA AULAS INCLUSIVAS 96
5.2 CONHECER PARA MELHOR ACOLHER 106
6 JOGOS E ESPORTES ADAPTADOS 116
INTRODUÇÃO 116
6.1 JOGOS E INCLUSÃO 116
6.2 ESPORTE ADAPTADO 126
1UNIDADE
2UNIDADE
3UNIDADE
4UNIDADE
5UNIDADE
6UNIDADE
9
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
ICONOGRAFIA
10
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina “Educação Física Adaptada” tem o objetivo de apresentar os pres-
supostos básicos e o caminho para uma Educação Física mais inclusiva, reali-
zando uma análise crítica das barreiras e das potencialidades do processo de 
inclusão de pessoas com deficiência no cotidiano escolar. 
Por ser uma temática direcionada à valorização e ao respeito à diversidade 
humana, faz-se necessário discutir os âmbitos histórico, social, político e edu-
cacional da educação inclusiva no contexto da Educação Física. Esse olhar crí-
tico e ampliado possibilita contrapor práticas excludentes e discriminatórias 
e reverbera, no ato pedagógico de professores, na forma de estratégias que 
tornam a aula mais inclusiva. 
Cada vez mais, busca-se qualificar professores de Educação Física que sejam 
capazes de refletir sobre sua prática. Diante disso, devemos conhecer a histó-
ria da Educação Especial no Brasil até o movimento pela Educação Inclusiva; 
os marcos legais; o olhar da sociedade para as pessoas com deficiência ao lon-
go da história da humanidade; e as tipologias de deficiências e de síndromes. 
Esses conhecimentos auxiliam no planejamento pedagógico e contribuem 
para validar a importância do trabalho colaborativo no desenvolvimento de 
práticas pedagógicas mais inclusivas no contexto da Educação Física. 
UNIDADE 1
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
11
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
> Conhecer a história 
da Educação Especial 
no Brasil;
> Discutir a Educação 
Física perante a 
Educação Inclusiva.
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MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
1 EDUCAÇÃO FÍSICA E INCLUSÃO: 
PRIMEIROS INDÍCIOS
INTRODUÇÃO
Esta unidade traz uma abordagem introdutória à trajetória da Educação Es-
pecial no Brasil, considerando os aspectos históricos e sociais da luta pelos 
direitos da pessoa com deficiência. 
Esta parte da disciplina também versa sobre as possibilidades e sobre os de-
safios no cenário da legislação brasileira, trazendo, para a discussão, os prin-
cipais documentos internacionais que influenciaram na colaboração para o 
exercício da cidadania e na promoção da inclusão de pessoas com deficiên-
cia. Para melhor caracterizar esse movimento, além de fazermos uma retros-
pectiva histórica da evolução do atendimento educacional às pessoas com 
deficiência no Brasil, compreenderemos os principais conceitos relacionados 
à Educação Especial e à importância da terminologia em relaçãoàs pessoas 
com deficiência. 
Além disso, esta unidade apresenta os primeiros passos da Educação Física 
no contexto da inclusão. O objetivo é proporcionar reflexões sobre a influência 
histórica que ainda se faz presente na Educação Física quanto a concepções 
restritas ao corpo e ao movimento, pautadas nas áreas médica, militar e es-
portiva, que impactam uma efetiva inclusão nas aulas de Educação Física. 
1.1 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL 
NO BRASIL
A história da Educação Especial, no mundo, surge no início do século XVI, ten-
do, como seus principais precursores, a abade L’Epee, fundador da primeira 
escola pública de surdos em Paris; Louis Braille, que constituiu o Braille; Itard, 
fundador de instituições para ensino de crianças com deficiências sensoriais 
e físicas; e Montessori, que desenvolveu um programa de treinamento com 
ênfase na autoaprendizagem para crianças com deficiência intelectual.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
No Brasil, o contexto da Educação Especial no século XIX ainda estava no âm-
bito do assistencialismo e no acolhimento das Casas de Misericórdia, dos asi-
los e de outras instituições de forma isolada. A Educação para pessoas com 
deficiência surgiu como sensibilização de pessoas envolvidas em movimen-
tos e em entidades filantrópicas. 
1.1.1 TRAJETÓRIA HISTÓRICO-POLÍTICA DA 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
Este tópico se propõe a realizar uma breve retrospectiva histórico-política da 
Educação Especial no Brasil. O primeiro período refere-se a iniciativas oficiais 
e particulares isoladas entre os anos de 1854 a 1956. Surgiu em 1854 no Rio de 
Janeiro, fundada por D. Pedro II, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos que 
atualmente é o Instituto Benjamin Constant (IBC) e o Imperial Instituto dos 
Surdos-Mudos (1857) atual Instituto Nacional da Educação dos Surdos (INES) 
(MENDES, 2010).
INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT
Fonte: Carlos Luis M C da Cruz, Wikimedia Commons (2010).
#PraCegoVer 
Na imagem, observa-se o Instituto Benjamin Constant.
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MULTIVIX EAD
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
Em 1926, houve a criação do Instituto Pestalozzi, em Porto Alegre, para o aten-
dimento especializado aos deficientes mentais. Sua principal precursora foi 
Helena Antipoff. Antipoff propôs a divisão “homogênea” de classes no sistema 
regular de ensino e a criação de classes especiais. Com base em estudos de 
Binet, Antipoff sugeriu que os alunos fossem agrupados de acordo com seus 
níveis intelectuais, medidos a partir de testes de Inteligência. Com isso, no 
ano de 1930, em Belo Horizonte, surgiu um “sistema” de classes homogêneas, 
composta por grupos com QI elevando, médio e inferior (JANUZZI, 2004).
No ano de 1932, a Sociedade Pestalozzi passou a fornecer orientações mé-
dico-pedagógicas a pais e a professores de alunos com excepcionalidades. 
Do mesmo modo, em 1954, foram criados a primeira Associação de Pais e 
Amigos dos Excepcionais (APAE) e o Conselho Brasileiro para o Bem-estar do 
Cego (JANUZZI, 2004).
O segundo período, de 1957 a 1993, foi marcado por iniciativas oficiais de 
âmbito nacional. Nesse contexto, o governo federal assume, também, a res-
ponsabilidade pública, ainda que tenha sido mediado pelas instituições es-
pecializadas para a educação das pessoas com deficiência (MENDES, 2010). 
Foi fundamentado em 1961, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDBEN, lei n. 4.024/61), que estabelece o direito dos “excepcionais” 
à educação, de preferência inseridos no sistema geral de ensino. Em 1971, a 
lei n. 5.692/71 altera a LDBEN de 1961 e passa a definir “tratamento especial” 
para alunos com “deficiências físicas, mentais, os que se encontram em atra-
so considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados”. Nes-
se sentido, reforça o entendimento de encaminhamento desses alunos para 
as classes e para as escolas especiais (CIRINO, 2015). 
Alfred Binet foi um especialista no estudo da 
Inteligência e dos processos cognitivos. Construiu 
uma escala métrica da inteligência, visando a avaliar 
as capacidades cognitivas das crianças.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
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Um marco relevante para a Educação Especial foi a Constituição Federal Brasi-
leira de 1988, a qual democratizava a educação como direito de todos e como 
dever do Estado (art. 205) e estabeleceu, como princípio para a ministração do 
ensino, a “igualdade de condições para o acesso e permanência na escola” (art. 
206, inciso I). Sobretudo para a Educação Especial, garantiu, em seu artigo 208, 
“o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, pre-
ferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1988, on-line).
Em 1990, com a criação da lei n. 8069/90, a qual dispõe sobre o Estatuto da 
Criança e do Adolescente, reforçaram-se os dispositivos legais, quando, por 
exemplo, em seu artigo 55, determina-se que “os pais ou responsáveis têm 
a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino” 
(BRASIL, 1990, on-line)
No fim do século XX, documentos foram pactuados em prol das pessoas com 
deficiência, como a Declaração dos Direitos das Pessoas com Deficiência, a 
Declaração Mundial de Educação para Todos e a Declaração de Salamanca. 
Todos esses documentos servem de parâmetro para a formulação das políti-
cas públicas nacionais. 
Portador de deficiência é uma expressão usada, 
na época, para referir-se aos educandos com 
deficiências sensoriais (auditiva e visual), com 
deficiências múltiplas, com condutas típicas 
(transtornos de comportamento; autismo) e com 
altas habilidades. 
Acesso o seguinte endereço eletrônico e tenha 
acesso, na íntegra, ao Estatuto da Criança e do 
Adolescente. Clique aqui! 
https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/crianca-e-adolescente/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-versao-2019.pdf
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MULTIVIX EAD
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
1.1.2 EDUCAÇÃO ESPECIAL: MARCOS LEGAIS
A partir de 1994, deu-se mais ênfase, na legislação brasileira, à inclusão de alu-
nos com deficiências nas escolas públicas, iniciando uma luta por uma Políti-
ca Pública de cunho nacional de Educação Especial na perspectiva inclusiva. 
Para melhor compreender o olhar da sociedade perante a evolução das políti-
cas públicas direcionadas às pessoas com deficiência, é necessário entender os 
quatro paradigmas da assistência: exclusão, segregação, integração e inclusão.
O paradigma da exclusão (rejeição social) é composto por vários momentos 
da história da humanidade: da eliminação e do abandono à segregação em 
instituições religiosas, em abrigos e em manicômios 
O paradigma da segregação (institucionalização) se refere ao período asso-
ciado à enfermidade, que é marcado por institucionalização em prisões, em 
asilos e em hospitais psiquiátricos. A partir de 1717, as Santas Casas de Miseri-
córdia passaram a exercer um papel de suma importância na educação das 
pessoas com deficiência no Brasil, pois acolhiam as crianças pobres e doentes 
abandonadas pelos familiares (SILVA, 2010). 
Nesse período, surgem as escolas especiais, com o objetivo de manter os inde-
sejáveis longe dos ditos “normais”. A partir de testes de inteligência de Binet, 
justificava-se a retirada da escola regular daqueles que não acompanhavam 
o ritmo. Com esses testes, os alunos eram encaminhados às escolas espe-
ciais, que se multiplicaram e adquiriram diferentes funções e etiologias, como 
centros especializados para o atendimento de surdos, de egos, de deficientes 
mentais, de distúrbios de aprendizagem, de distúrbios da fala e paralisia cere-
bral (SANTOS; VELANGA; BARBA, 2017, p. 321).
Para saber mais sobre teste de inteligência de Binet, 
clique aqui! 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-3459201900010044317
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
O terceiro paradigma, de acordo com Sassaki (1997), é o movimento de inte-
gração social, que se baseia em um modelo médico da deficiência – ou seja, 
pessoas com deficiência devem ser tratadas e reabilitadas, a fim de que pos-
sam ser integradas à sociedade. O grande problema desse paradigma era 
que o indivíduo teria de adaptar-se à nova realidade, para, assim, ser inserido 
no ensino regular. Além disso, não havia nem proposta de formação ou qua-
lificação dos profissionais da educação para integrar alunos com deficiência; 
nem preocupação com a sua permanência no ambiente escolar (SANTOS; 
VELANGA; BARBA, 2017).
O quarto paradigma é o da inclusão, impulsionado, principalmente, a partir 
da “Declaração de Salamanca”. Por meio desse documento, ampliou-se o con-
ceito de necessidades educacionais especiais, sugerindo a inclusão de todas 
as crianças nas escolas regulares. Desse modo, o documento, além de con-
tribuir para o fortalecimento da educação inclusiva, reestrutura instituições 
educacionais, propondo que essas instituições ou serviços precisam adequar-
-se para atender às necessidades educacionais, e à diversidade. Isso deveria 
ser feito com a contemplação das especificidades de cada educando incluído 
e com o respeito às suas diferenças (SANTOS; VELANGA; BARBA, 2017).
Para compreender a composição da legislação brasileira sobre o tema, é im-
portante que você conheça as principais declarações que orientam as políti-
cas públicas relacionadas às necessidades especiais. 
Declaração Universal dos Direitos Humanos
É um o marco na história dos direitos humanos. A Declaração foi 
proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em Paris, em 10 
de dezembro de 1948, como uma norma comum a ser alcançada por 
todos os povos e nações.
Para saber mais sobre a Declaração de Salamanca, 
clique aqui! 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf
18
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
Declaração de Jomtien
Em março de 1990, aconteceu a Conferência Mundial sobre Educação 
para Todos, em Jomtien, na Tailândia. Pela abrangência dos 
compromissos assumidos durante esta conferência, a Declaração de 
Jomtien é também chamada de Declaração Mundial de Educação 
para Todos, por trazer novas definições e abordagens sobre as 
necessidades básicas de aprender, essenciais para uma vida mais 
digna, justa e humana.
Declaração de Salamanca
Em junho de 1994, foi realizado pela Unesco e teve, como objetivo, 
formalizar a atenção educacional aos alunos com necessidades 
educacionais especiais. Foi a primeira vez que se discutiu o direito à 
educação no âmbito da educação especial. 
Declaração de Guatemala
Foi uma convenção interamericana para a eliminação de todas as 
formas de discriminação contra as pessoas portadores de deficiência. 
Realizou-se na Guatemala, em 1999.
Paralelamente a esses movimentos internacionais, nesse período, o Brasil pas-
sava por um processo de “redemocratização”, após o fim da ditadura militar. 
Durante o processo de elaboração da Constituição Federal de 1988, as organi-
zações de pessoas com deficiência também almejavam participar desse pro-
cesso, no intuito de intervirem para que houvesse uma mudança no histórico 
paradigma de assistencialismo no quesito dos direitos humanos ofertados a 
esse público (RIBEIRO; SILVA, 2019, p. 9). 
1. Lei n. 7853/89: Visava a assegurar o “pleno exercício dos direitos indi-
viduais e sociais das pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva 
integração social” (BRASIL, 1989, on-line). Assim como a CF de 1988, esta 
lei manteve a concepção da integração escolar, imputando a respon-
sabilidade de se adaptar aos alunos público-alvo da educação especial 
e evidenciando a incapacidade do governo de oferecer uma educação 
efetivamente inclusiva.
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EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
2. 1993 a 1994: Em 1993, por meio do decreto n. 914, foi instituída a Política 
Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Em seu 
artigo 3º, foi considerado que as pessoas portadoras de deficiência são 
aquelas que apresentam, permanentemente, “perdas ou anormalidades 
de sua estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, que 
gerem incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão 
considerado normal para o ser humano” (BRASIL, 1993, on-line). Em 1994, 
surge a Política Nacional de Educação Especial, que reafirmou os pressu-
postos de participação e de aprendizagem. No entanto, não reformulou 
as práticas educacionais no ensino comum. 
3. 1996: Após dezoito anos de discussões no âmbito do legislativo, cria-se a 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, lei n. 9.394/96). 
Em seu artigo 58, essa lei estabeleceu que “entende-se por educação 
especial, para efeitos dessa lei, a modalidade de educação escolar, ofere-
cida principalmente na rede regular de ensino, para educandos portado-
res de necessidades especiais” (BRASIL, 1996, on-line). 
4. 2001: Foram lançadas, pela Resolução n. 2/2001 da Câmara de Educação 
Básica do Conselho Nacional de Educação as Diretrizes Nacionais para 
Educação Especial na Educação Básica. De acordo com a resolução, en-
tende-se, por educação especial, “um processo educacional definido por 
uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacio-
nais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complemen-
tar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais 
comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o desen-
volvimento das potencialidades dos educandos que apresentam ne-
cessidades da educação básica” (BRASIL, 2001, on-line). Ainda em 2001, 
foi instituído, pela Lei Federal n. 10.172/01, o Plano Nacional de Educação 
(PNE). Trata-se de um plano para estados e municípios atenderem ao 
cumprimento dos compromissos internacionais firmados pelo governo 
brasileiro na Conferência Mundial de Educação para Todos, em um prazo 
de 10 anos, tendo início em 2001 e vigorando até 2010. 
5. 2002 a 2006: Nesse período, houve alguns avanços, como a lei n. 10.436, 
que reconheceu a Libras (Língua Brasileira de Sinais) como meio oficial 
de comunicação do país. A portaria MEC 2.678 estabeleceu diretrizes e 
normas para o uso, para o ensino, para a produção e para a propagação 
do Sistema Braille em todas as modalidades de ensino, abrangendo o 
projeto da grafia Braille para a língua portuguesa e a sugestão para o 
seu uso em todo o país. 
6. 2011: Surgiu o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência 
– Plano Viver sem Limite. Tem a intenção de promover, por meio da 
integração e da articulação de políticas, de programas e de ações, o 
exercício pleno e equitativo dos direitos das pessoas com deficiência. 
Ainda em 2011, foi definida a meta 4 do novo Plano Nacional de Educa-
ção (PNE 2011-2020), cujos focos eram a valorização do magistério e a 
qualidade da Educação. 
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7. 2012-2015: Em 2012, a lei n. 12.764 institui a Política Nacional de Proteção 
dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Em 2014, foi 
promulgada a lei n.1 3.005, que aprovou o novo Plano Nacional de Educa-
ção 2014-2024. Em 2015, foi instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pes-
soa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
1.1.3 O QUE É EDUCAÇÃO INCLUSIVA?
Você compreendeu, no tópico anterior, que Educação Especial é uma moda-
lidade de ensino que perpassa todos os níveis e etapas; que realiza o atendi-
mento educacional especializado; que disponibiliza os recursos e os serviços; 
e que orienta quanto à sua utilização no processo de ensino e de aprendiza-
gem nas turmas comunsdo ensino regular.
Já a Educação Inclusiva concebe a escola como um espaço de todos, em que 
os alunos constroem o seu conhecimento segundo suas capacidades; expres-
sam suas ideias livremente; participam, ativamente, das tarefas de ensino; e 
se desenvolvem, como cidadãos, nas suas diferenças. Desse modo, nas es-
colas inclusivas, ninguém se conforma a padrões que identificam os alunos 
como especiais e normais, comuns. Todos se igualam pelas suas diferenças 
(ROPOLI; MANTOAN; SANTOS; MACHADO, 2010, p. 8).
A Educação Inclusiva se pauta na Declaração dos Direitos Humanos de 1948, 
com ênfase na luta pela equidade e no respeito à diversidade e à igualdade. 
Entre os documentos orientadores que balizam a Educação Especial na pers-
pectiva da Educação Inclusiva, está a Política Nacional de Educação Especial, 
na perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI) de 2008 (ALIAS, 2016).
Para saber mais sobre a Política Nacional para 
Educação Inclusiva, clique aqui! 
https://www.youtube.com/watch?v=krYIZ_6UtrQ
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Essa política tem, como papel, orientar os sistemas de ensino, para promover 
respostas ao estudante público-alvo da Educação Especial, garantindo-lhes
• transversalidade da educação especial, desde a Educação Infantil até o 
Ensino Superior;
• formação de professores;
• atendimento educacional especializado;
• continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino;
• participação da família e da comunidade;
• acessibilidade urbanística e arquitetônica nos mobiliários e nos equipamentos, 
nos transportes, na comunicação e na informação;
• articulação intersetorial na implementação das políticas públicas
Uma das inovações trazidas pela política citada acima é o Atendimento Edu-
cacional Especializado (AEE), um serviço da educação especial que identifica, 
elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as 
barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessida-
des específicas (BRASIL, 2008). 
O AEE, como proposto na Política Nacional de Educação Especial na Perspec-
tiva da Educação Inclusiva, tem, como função,
identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade 
que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando 
suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento 
educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de 
aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento 
comtempla e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia 
e independência na escola e fora dela. (BRASIL, 2008, p. 10)
Conheça a Política Nacional de Educação Especial 
na perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI) de 
2008. Clique aqui! 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
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Com o propósito de efetivar a Educação Inclusiva, foram lançados os seguin-
tes documentos:
• Resolução 04/2009, que instituiu diretrizes operacionais para o AEE, definindo 
seu público-alvo, a formação e as atribuições do professor;
• Resolução 04/2010, que delimitou as diretrizes curriculares nacionais gerais 
para a educação básica.
Os alunos público-alvo do AEE são definidos da seguinte forma:
• alunos com deficiência – têm impedimentos de longo prazo de natureza 
física, intelectual, mental ou sensorial, os quais, em interação com diversas 
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade 
em igualdade de condições com as demais pessoas. Nesta categoria, estão 
incluídos os alunos com deficiência visual, com deficiência auditiva, com 
deficiência física, com deficiência motora e com deficiência intelectual;
• alunos com transtornos globais do desenvolvimento – apresentam 
um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, de 
comprometimento nas relações sociais e na comunicação e/ou de 
estereotipias motoras. Fazem parte desta categoria alunos com autismo 
clássico, com síndrome de Asperger, com síndrome de Rett, com transtorno 
desintegrativo da infância (psicose infantil) e com transtornos invasivos sem 
outra especificação;
• alunos com altas habilidades/superdotação – demonstram potencial 
elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: 
intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Também 
apresentam elevada criatividade e grande envolvimento na aprendizagem 
e na realização de tarefas em áreas de seu interesse.
O AEE é realizado, de preferência, nas escolas comuns, em um espaço físico 
denominado Sala de Recursos Multifuncionais. O motivo principal de o AEE 
ser realizado na própria escola do aluno é a possibilidade de que suas neces-
sidades educacionais específicas possam ser atendidas e discutidas no dia a 
dia escolar e com todos os que atuam no ensino regular e/ou na educação 
especial, aproximando esses alunos dos ambientes de formação comuns a 
todos. Para os pais, quando o AEE ocorre nessas circunstâncias, propicia viver 
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uma experiência inclusiva de desenvolvimento e de escolarização de seus fi-
lhos, sem ter de recorrer a atendimentos exteriores à escola (ROPOLI; MAN-
TOAN; SANTOS; MACHADO, 2010, p. 18).
1.2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA, A EDUCAÇÃO FÍSICA 
E A PESSOA COM DEFICIÊNCIA
O movimento mundial pela inclusão é uma ação política, cultural, social e 
pedagógica desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de esta-
rem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação 
(BRASIL, 2008). Nesse sentido, a inclusão está relacionada com o desenvolvi-
mento de um senso de pertencimento, de valor e de importância no grupo. 
Para além disso, deve ser assumida como uma responsabilidade da comuni-
dade escolar, e não apenas do professor (ALVES; FIORINI, 2018). 
Portanto, com base no movimento inclusivo, o acesso ao processo de ensino-
-aprendizagem e a participação nas aulas de EF deve estar disponível a todos 
os alunos. As aulas de EF devem ser planejadas e estruturadas de forma a re-
mover as possíveis barreiras de aprendizagem e de participação de todos. Na 
prática pedagógica, o conceito de inclusão nas aulas de EF abrange a prática 
conjunta de um currículo único para todos os alunos. Dessa forma, professo-
res de Educação Física estruturam adaptações de acordo com as necessida-
des dos alunos (ALVES; FIORINI, 2018, p. 6). 
1.2.1 COMPREENDENDO CONCEITOS E 
NOMENCLATURAS
De acordo com Silva (2018, p. 22), faz-se importante conhecer a terminologia 
correta para fazer referência às pessoas com deficiência. Visa-se a padronizar 
a forma como as pessoas com deficiência são referidas, evitando o uso de pa-
lavras que soem de forma pejorativa. 
Conheça a Política Nacional de Educação Especial: 
Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao longo da 
Vida. Essa política é considerada um retrocesso por 
diversas entidades que lutam e apoiam os direitos 
das pessoas com deficiência. Acesse-a aqui!
https://www.gov.br/mec/pt-br/assuntos/noticias/mec-lanca-documento-sobre-implementacao-da-pnee-1/pnee-2020.pdf
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Nesse sentido, o conceito de deficiência vem se modificando ao longo da his-
tória e ao sabor da forma como a sociedade se relaciona com a parcela da po-
pulação que apresenta algum tipo de deficiência. A fim de combater precon-
ceitos, estigmas e estereótipos, devemos conhecer os termos corretos para 
uso na abordagem de assuntos de deficiência, a fim de que desencorajemos 
práticas discriminatórias e de queconstruamos uma (SASSAKI, 2002).
TERMINOLOGIA SOBRE DEFICIÊNCIA BANIDOS NA ERA DA INCLUSÃO
Termo utilizado Termo correto
Adolescente normal Adolescente (criança, adulto) sem deficiência ou não 
deficiente 
Deficiente mental Pessoa com transtorno mental, paciente psiquiátrico
Mongoloide Pessoa com síndrome de Down, criança com Down
Paralisado cerebral Pessoa com paralisia cerebral
Portador de deficiência Pessoa com deficiência 
Surdo-mudo Pessoa com deficiência auditiva
Sala de aula normal Sala de aula comum
Necessidades educativas 
especiais 
Necessidades educacionais especiais
Linguagem Brasileira de 
Sinais 
Língua Brasileira de Sinais
Lepra; leproso Hanseníase; pessoa com hanseníase
Epilético Pessoa com epilepsia
Fonte: Adaptado de Sassaki (2002).
#PraCegoVer 
No quadro, há conceitos usados popularmente e suas versões corretas.
Ainda hoje, constata-se, em leis e em decretos brasileiros, as expressões “por-
tador de deficiência” e “portador de necessidades especiais. É importante 
pontuar, na história, que, na Convenção Sobre os Direitos da Pessoa com De-
ficiência, patrocinada pela Organização das Nações Unidas, definiu-se
O propósito da presente Convenção é promover, proteger e assegurar 
o exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades 
fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito 
pela sua dignidade inerente. Pessoas com deficiência são aquelas que têm 
impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou 
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sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua 
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com 
as demais pessoas. (ONU, 2007)
É primordial que você compreenda a deficiência não apenas como um fenô-
meno biológico, mas, também, como é defendido pela Convenção, como um 
conceito produzido e mantido pelo meio social. 
1.2.2 PRIMEIROS PASSOS DA EDUCAÇÃO 
FÍSICA ADAPTADA NO BRASIL
No Brasil, a aproximação de pessoas com deficiência com a Educação Física 
ocorreu por meio da prática esportiva. Em 1952, definiu-se a expressão “Edu-
cação Física Adaptada”, que é a tradução de uma expressão da American As-
sociation for Health, Physical Education and Recreation (Associação Ameri-
cana de Saúde, Educação Física e Recreação). A Educação Física Adaptada 
foi entendida como uma área da Educação Física que atende a pessoas com 
diferentes necessidades, como a presença de uma deficiência, dentro de um 
grupo de alunos, exigindo a adaptação das atividades às necessidades e às 
características de cada aluno e desenvolvendo um planejamento de aulas 
com foco nas potencialidades individuais, e não em suas dificuldades e nas 
suas condições de deficiência (CARVALHO, 2018, p. 57). 
Segundo Carvalho (2018, p. 57), a partir da Educação Física Adaptada, iniciou-
-se um movimento de debates a respeito da construção de aulas com me-
todologias e com atividades permissivas à participação de pessoas com di-
ferentes condições de deficiência. Rompeu-se, assim, com a pretensão de 
encontrar a cura para as alterações corporais, possibilitando a vivência das 
diversas práticas corporais para essa população, respeitando suas peculiarida-
des e proporcionando-lhe um desenvolvimento global, de forma respeitosa 
às suas necessidades. 
Para complementar seus estudos, assista a um 
vídeo curto sobre como utilizar a terminologia 
correta. Clique aqui! 
https://www.youtube.com/watch?v=pMqZUj1xpng
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Com o desenvolvimento desses conhecimentos, desencadearam-se críticas 
no tocante à terminologia da Educação Física Adaptada. Sendo essa uma su-
bárea da Educação Física, foi considerada contributiva à segregação das pes-
soas com deficiência, por serem atendidas apenas por uma parte específica 
da área, e não em sua totalidade. A Educação Física passou, portanto, a incor-
porar os ideais sociais inclusivos, repreendendo quaisquer resquícios exclu-
dentes e se reorganizando em uma nova proposta (CARVALHO, 2018, p. 63).
INCLUSÃO E INTEGRAÇÃO
Fonte: Plataforma Deduca (2021). 
#PraCegoVer 
Na imagem, demonstram-se as mãos como símbolos de inclusão e de integração. No 
meio, há uma cadeira de rodas.
1.2.3 EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA: 
DESAFIOS E PERSPECTIVAS
A Educação Física escolar busca a inclusão dos alunos por meio das produ-
ções da cultura corporal de movimento:
Foram incorporadas pela Educação Física como objeto de ação e reflexão: 
os jogos e brincadeiras, os esportes, as danças, as ginásticas e as lutas, que 
têm e comum a representação corporal de diversos aspectos da cultura 
humana. (BRASIL, 1998, p. 28)
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Desse modo, a Educação Física deve estar fundamenta em dois princípios 
fundamentais: inclusão e diferença. O primeiro diz respeito à inclusão de to-
dos na cultura corporal de movimento, inibindo toda e qualquer forma de 
prática excludente (BRASIL, 1998). Por sua vez, o segundo visa ao reconheci-
mento da diferença resultante de multiplicidade. A multiplicidade estimula a 
diferença, que se recusa a se fundir com o idêntico (SILVA, 2000, p. 100).
De acordo com Seabra Júnior (2012), a Educação Física escolar, a partir da 
abordagem apresentada nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), am-
pliou seu trabalho no que diz respeito à inclusão, de forma que o conteúdo, 
por intermédio da cultura corporal de movimento associada aos temas trans-
versais, ampliou seu campo de conhecimento, contribuindo para a participa-
ção de todos, além de promover um desenvolvimento integral baseado na 
criticidade e na autonomia.
A Educação Física inclusiva é um direito humano e obrigatório, seja nas ati-
vidades desenvolvidas nos diversos contextos de possibilidades de práticas, 
desde a Carta de Educação Física e Desporto, publicada, em 1975, pela UNES-
CO, seja no contexto escolar, conforme a determinação da LDB de 1996 (CAR-
VALHO, 2018, p. 64).
Segundo Silva (2015, p. 16), pensar e colocar em prática a perspectiva da Edu-
cação Inclusiva é uma tarefa árdua, ainda mais quando se trata da Educação 
Física, em função de seu histórico de exclusão e de marginalização dos me-
nos habilidosos e das pessoas com deficiência, quadro que ainda se mantém, 
marcado pela ditadura midiática, visto que se volta para a estética e para os 
corpos perfeitos.
Outra lacuna deixada na formação inicial dos professores diz respeito à edu-
cação inclusiva, gerando, dessa forma, certo choque quando esses profissio-
nais vão ao encontro da realidade escolar, em que a prática, muitas vezes, 
difere da teoria. Além disso, outro ponto negativo dessa realidade é que os 
professores esperam receber receitas prontas de como lidar com a diversi-
dade que compõe o universo escolar e, por isso, frustram-se com a realidade 
(BRITO; LIMA, 2012, p. 7).
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A respeito da Educação Física e dos desafios da inclusão escolar, Chicon 
(2008, p. 28) ressalta que apresenta dois principais aspectos: o atitudinal e o 
procedimental. O primeiro diz respeito ao preparo profissional, à concepção 
de homem que se quer formar. O segundo está no caminho, no meio para 
atingir os objetivos – ou seja, a escolha da metodologia de ensino, dos proce-
dimentos didáticos.
Dessa forma, compreendemos que a falta de formação profissional passa a 
ser um dos principais pontos que desafiam o profissional a trilhar os cami-
nhos da inclusão, ao mesmo tempo que as soluções para ações mais inclu-
sivas para a Educação Física escolar estão em formações mais adequadas 
(CHICON, 2008). 
As possibilidades de inclusão nas aulas deEducação Física surgem a partir do 
momento em que “conseguiu enxergar a potencialidade, valorizar a diferen-
ça, superar a visão de corpo imperfeito, mutilado, ineficaz, adaptando os es-
portes e as atividades físicas para que as pessoas com deficiência pudessem 
praticá-las” (CHICON, 2008, p. 31). 
Ademais cabe à Educação Física compreender as diferenças enquanto carac-
terística humana. Diante da existência de diferenças, constituem-se os limi-
tes e as possibilidades. A Educação Física tem, como desafio para século XXI, 
romper com a fragmentação dos conteúdos, de forma a flexibilizar e a abran-
ger “uno e diversos simultaneamente” (CHICON, 2008, p. 34) 
Para saber mais sobre uma prática inclusiva, assista 
ao vídeo promovido pelo Instituto Rodrigo Mendes 
– Projeto Portas abertas para Inclusão. Clique aqui! 
https://www.youtube.com/watch?v=xNGHDIHtow4&t=11s
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CONCLUSÃO
Esta unidade apresentou uma reflexão sobre a evolução do reconhecimento 
dos direitos da pessoa com deficiência, principalmente no âmbito educacio-
nal. Observamos que, a partir da movimentação internacional, o Brasil, sofreu 
fortes influências no desenvolvimento de políticas, de leis, de decretos e de 
documentos relacionados à pessoa com deficiência. 
Notamos, também, um movimento baseado na busca pela inclusão que re-
percute, no fazer pedagógico, como promoção para a cidadania. A Educação 
Física, enquanto disciplinar curricular, faz parte de processo e tem potencial 
para, de fato, incluir todos os alunos. Compreender a importância de termos 
corretos contribui para a luta e para o reconhecimento dos direitos da pessoa 
com deficiência. 
Por fim, destacamos, também, a importância de compreender a diferença 
entre Educação Física Inclusiva e Adaptada. A Educação Física Adaptada se 
baseia nas práticas dos esportes convencionais para mudar apenas algumas 
regras, de maneira a atender a cada tipo de deficiência. Por sua vez, a inclu-
siva diz respeito a todos os alunos e é orientada pela equiparação de oportu-
nidades e pelo respeito às diferenças. Frente a isso, reforçamos a importância 
de uma formação de professores de Educação Física crítica e reflexiva, com 
um olhar para praticas inclusivas. 
UNIDADE 2
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
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> Conhecer a 
trajetória percorrida 
pelas pessoas com 
deficiência ao longo 
da história;
> Conhecer as 
deficiências 
sensoriais, físicas e 
intelectuais.
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2 INTRODUÇÃO ÀS DEFICIÊNCIAS: 
HISTÓRIA E TIPOLOGIAS 
SENSORIAIS, FÍSICAS E 
INTELECTUAIS 
INTRODUÇÃO
Esta unidade traz um breve contexto histórico da humanidade até os dias 
atuais sobre o modo de ver a pessoa com deficiência, destacando momentos 
importantes da construção de uma luta por visibilidade e por direitos. Desse 
modo, temos a intenção de proporcionar reflexões sobre a influência e sobre 
a importância de olhar a pessoa com deficiência como ser humano e como 
cidadão. 
O conteúdo está organizado em dois tópicos: “Deficiência: contexto histórico 
até os dias atuais” e “Deficiências sensoriais, físicas e intelectuais”. Ao apresen-
tar esses temas, temos, também, a intenção de demonstrar que, para com-
preender o aluno com deficiência e para promover uma inclusão efetiva, é 
preciso conhecer as suas especificidades e entender que as ações pedagó-
gicas devem focar as potencialidades desse aluno, em vez de destacar suas 
limitações. 
2.1 DEFICIÊNCIA: CONTEXTO HISTÓRICO ATÉ OS 
DIAS ATUAIS
Neste tópico, trataremos da deficiência e do seu contexto histórico. No pri-
meiro momento, buscaremos elucidar alguns momentos que marcaram a 
visão da deficiência desde a Antiguidade até Idade Média. Em seguida, apre-
sentaremos como os avanços da medicina contribuíram para mudanças de 
paradigmas na visão da sociedade sobre a pessoa com deficiência. 
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2.1.1 A DEFICIÊNCIA NA ANTIGUIDADE ATÉ 
IDADE MÉDIA
Segundo os médicos do Antigo Egito, as doenças graves, as deficiências e 
os problemas mentais eram provocados por maus espíritos, por demônios 
e por pecados de vidas anteriores que deveriam expiados. Como forma de 
tratamento, usavam preces, exorcismos, encantamentos, poções, pomadas e 
eventuais cirurgias (SILVA, 1986). 
Na Grécia Antiga, particularmente em Esparta, cidade-estado cuja marca 
principal era o militarismo, as amputações traumáticas das mãos, dos braços 
e das pernas ocorriam com frequência nos campos de batalha. Dessa forma, 
identifica-se, facilmente, um grupo de pessoas que adquiriu uma deficiência 
e que permaneceu vivo. Por outro lado, como dissemos anteriormente, era 
costume lançar crianças com deficiência em um precipício (GARCIA, 2011).
SOLDADO ESPARTANO
Fonte: Plataforma Deduca (2021). 
#PraCegoVer 
Na imagem, apresenta-se um soldado espartano com seus trajes de guerra.
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O advento do Cristianismo significou, em diferentes aspectos, uma mudança 
na forma pela qual as pessoas com deficiência eram vistas e tratadas pela 
sociedade em geral. O Cristianismo foi muito relevante para a mudança da 
mentalidade imperante no século IV, pois condenava, abertamente, muito do 
que o sistema vigente aprovava, como a libertinagem das pessoas solteiras, a 
perversão do casamento, a morte de crianças não desejadas pelos pais devido 
a deformações etc. (SILVA, 1986). 
Do século XII ao século XV, por exemplo, a Inglaterra chegou a organizar 750 
hospitais, dos quais 217 eram destinados às vítimas da terrível “lepra”. A lepra, 
hoje conhecida como hanseníase, sempre causou mutilações e outros tipos 
de deficiências. Na França dos séculos XII e XIII, havia em torno de 2.000 la-
zaretos, que se destinavam à segregação dos doentes, em vez de tratá-los. 
Na Europa inteira, devido à extensão do problema, havia, aproximadamente, 
19.000 desses abrigos, separando, duramente, seus doentes da sociedade e 
deixando que morressem sem qualquer assistência (SILVA, 1986).
A prática de eliminação de crianças deficientes era 
entendida como natural e era justificada com o 
bem da própria criança e com a sobrevivência da 
república, em que grande parte cidadãos deveria 
tornar-se guerreira. Nesse sentido, temos uma 
dica: o filme “300”. No filme, temos passagens que 
mostram como era feito o treinamento dos soldados 
e como eram selecionadas as crianças para tal. 
Daremos outra dica de filme: O Corcunda de 
Notre Dame. O filme conta a história do corcunda 
Quasímodo, que mora enclausurado, desde a 
infância, na catedral de Notre Dame, em Paris, na 
Idade Média. 
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Por fim, no fim do século XV, os problemas específicos das pessoas deficientes 
ainda não eram nem entendidos nem atendidos com propriedade, uma vez 
que essas pessoas faziam parte de um grupo bem maior e de uma problemá-
tica mais séria – ou seja, aquela representada pelos pobres, pelos enfermos e 
pelos mendigos. Tal problemática marcou e chegou mesmo a caracterizar os 
ambientes das cidades e dos campos europeus do fim da Idade Média (SILVA, 
1986).
Portanto, na penosa história do homem portador de deficiência, começava a 
findar-se uma longa e obscura etapa. A humanidade se tornava mais escla-
recida conforme avançavam os tempos conhecidos como Renascimento – 
época dos primeiros direitos dos homens postos à margem da sociedade, dos 
passos decisivos da medicina naárea de cirurgia ortopédica e de um atendi-
mento mais científico para o ser humano em geral (SILVA, 1986).
2.1.2 NOVOS OLHARES: DA MODERNIDADE 
ATÉ OS DIAS ATUAIS
A Idade Moderna marcou a passagem de um período de extrema ignorância 
para o nascer de novas ideias. Nessa fase, iniciaram-se os estudos das neces-
sidades especiais. O avanço da medicina, por meio da descoberta de patolo-
gias, trouxe outras abordagens à questão, o que, mais tarde, também contri-
buiu para a educação das pessoas com deficiência (GUGEL, 2007).
Durante os séculos da Renascença, muitos hospitais não sofreram alterações 
substanciais na Inglaterra, uma vez que continuaram com suas característi-
cas básicas de abrigo e de mero asilo para doentes, para deficientes físicos e 
para velhos abandonados. O pauperismo se agravou com o fechamento dos 
mosteiros e das abadias (SILVA, 1986).
Para complementar o seu conhecimento sobre as 
pessoas com deficiência nos tempos medievais, 
assista a um vídeo produzido pelo canal Diário de 
Biologia & História. Clique aqui! 
https://www.youtube.com/watch?v=eFH2lT4bVRo
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Chegando ao século XIX, é interessante registrar a forma como o tema das 
pessoas com deficiência era tratado nos EUA. Nesse país, já em 1811, foram 
tomadas providências para garantir moradia e alimentação a marinheiros e a 
fuzileiros navais que viessem a adquirir limitações físicas. Assim, desde cedo, 
estabeleceu-se uma atenção específica para pessoas com deficiência nos 
EUA, em especial para os veteranos de guerras e de outros conflitos militares. 
Depois da Guerra Civil norte-americana, foi construído, na Filadélfia, em 1867, 
o Lar Nacional para Soldados Voluntários Deficientes, que, posteriormente, 
teria outras unidades (GARCIA, 2011).
SOLDADOS
Fonte: Plataforma Deduca (2021).
#PraCegoVer 
A imagem mostra soldados armados em fila.
Pauperismo: absoluta pobreza; miséria, paupérie. 
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No contexto de guerra, um período vergonhoso tanto para a história geral da 
humanidade quanto para a história do corpo legislativo foi o da legalização de 
práticas de genocídio, incluindo, nesse processo, o extermínio legal de mino-
rias, como os portadores de deficiências (LEMOS, 2009). Aziz (2015, p.153) faz 
um relato sobre esse momento na história:
Desde os primeiros meses do regime que a esterilização faz parte do 
arsenal dos métodos nazis. Um decreto de 1933 legalizou a esterilização 
por motivos eugênicos: pode-se privar da faculdade de procriar os doentes 
hereditários, ou inadaptados, os desequilibrados. [...] Na Alemanha, a porta 
é completamente aberta aos mais graves excessos e os abusos depressa 
se tornam flagrantes: o inconformismo político é, muitas vezes, motivo 
para esterilização. Quando a guerra rebenta, os dirigentes alemães acabam 
por encarar a esterilização de populações inteiras, para criarem, conforme 
desejo de Himmler, um novo equilíbrio racial na Europa. O Dr. Mengele 
trabalha para a multiplicação da raça pura; outros devem, paralelamente, 
estudar os meios mais eficazes de impedir a reprodução das raças inferiores.
A união do corpo legislativo com a medicina permitiu ao nazismo realizar ex-
periências que resultavam na morte de deficientes, que, como outras mino-
rias, passaram a ser utilizados como cobaias humanas (LEMOS, 2009). Os de-
ficientes físicos e mentais eram considerados inúteis para a sociedade, uma 
ameaça à pureza genética ariana. 
Após a Segunda Guerra Mundial, a formação do Estado de Bem-Estar Social 
nos países europeus levou ao crescimento da preocupação com assistência e 
com qualidade do tratamento da população, incluindo as pessoas com defi-
ciência. A partir desse contexto, programas e políticas assistenciais passaram 
a ser propostos, no sentido de atender a minorias e a vítimas de guerra. O 
número de contingentes com deficiência aumentou significativamente, re-
sultando em uma maior importância para a política interna dos países com 
proporções internacionais e envolvendo a Organização das Nações Unidas 
(ONU) (GARCIA, 2010).
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2.1.3 ATENDIMENTO ÀS PESSOAS COM 
DEFICIÊNCIA
Segundo Silva (1986), a finalidade do Ano Internacional das Pessoas Deficien-
tes é promover a concretização dos seguintes objetivos: participação plena 
de pessoas portadoras de deficiência na vida social e no desenvolvimento das 
sociedades nas quais vivem; igualdade, significando condições de vida iguais 
às de outros cidadãos; e participação igual na melhoria das condições de vida 
que resultam do desenvolvimento social e econômico. 
O Brasil ratificou a Convenção da ONU, comprometendo-se com o Programa 
de Ação Mundial para Pessoas com Deficiência e com os seus cinquenta arti-
gos que tratam dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais dos 
brasileiros com deficiência. Esse texto foi integrado, como emenda, à Carta 
Constitucional brasileira em julho de 2008 (LUSTOSA et al., 2015).
Conforme apresenta o Ministério da Saúde, são diretrizes da Política Nacional 
de Saúde da pessoa com deficiência (BRASIL, 2002) as seguintes:
• promoção da qualidade de vida das pessoas com deficiência;
• assistência integral à saúde da pessoa com deficiência;
• prevenção de deficiências;
• ampliação e fortalecimento dos mecanismos de informação;
• organização e funcionamento dos serviços de atenção à pessoa com 
deficiência;
• capacitação de recursos humanos.
De acordo com a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do 
SUS (portaria n. 793, de 24 de abril de 2012), a pessoa com deficiência deve 
receber cuidados em pontos articulados (BRASIL, 2012).
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REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Rede de Cuidados à Pessoa com eficiência
Atenção Básica
NASF
Atenção
Odontológica
Atenção Especializada
em Reabilitação 
Estabelecimento único
em reabilitação
CER II, III ou IV
Oficina ortopédica
CEO
Atenção hospitalar 
Urgência e Emergência 
Atenção Básica
Emergência
SAMU;
UPA
Hospitais
Fonte: Adaptada de Brasil (2012).
#PraCegoVer 
Na imagem, apresenta-se a distribuição da Rede de Cuidados à 
Pessoa com Deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúde. 
Compete às equipes de Saúde da Família e da Atenção Básica a atenção 
integral à pessoa com deficiência, em sua condição específica, como a as-
sistência a doenças e a agravos comuns. A responsabilidade do acolhimento 
e do atendimento é de toda a equipe, devendo ser prestado por médicos, 
por enfermeiros, por técnicos e por auxiliares de enfermagem, por agentes 
comunitários de saúde, por cirurgiões-dentistas, por auxiliares de saúde bu-
cal bem e por profissionais do NASF, na unidade de saúde e nos domicílios 
(BRASIL, 2009).
Os processos de reabilitação envolvem todos os níveis, em uma visão de inte-
gralidade e de humanização do atendimento. Assim, a atenção básica tam-
bém tem papel fundamental, com atividades definidas no Projeto Terapêuti-
co Singular (PTS) (BRASIL, 2007).
O PTS é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, 
para um sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão coletiva de 
uma equipe interdisciplinar com apoio matricial se necessário. Geralmente 
é dedicado a situações mais complexas. No Fundo é uma variação da 
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discussão de “caso clínico”. Foi bastante desenvolvido em espaços de 
atenção à saúde mental como forma de propiciar uma atuação integrada da 
equipe valorizando outros aspectos, além do diagnóstico psiquiátricoe da 
medicação, no tratamento dos usuários. Portanto, é uma reunião de toda a 
equipe em que todas as opiniões são importantes para ajudar a entender o 
sujeito com alguma demanda de cuidado em saúde e, consequentemente, 
para definição de propostas de ações. (BRASIL, 2007, p.40)
A sexualidade é, também, um direito próprio da condição humana e deve ser 
vista sem preconceitos, incluindo a possibilidade de as pessoas com defici-
ência exercerem seu direito a ter uma vida afetiva e sexual ativa, constituindo 
suas famílias e planejando seus filhos. É preciso que os profissionais da saúde, 
incluindo o profissional de Educação Física, capacitem-se para uma aborda-
gem com naturalidade e com muito conhecimento dos vários aspectos do 
afeto, da sexualidade, da saúde sexual e do exercício da maternidade e da 
paternidade das pessoas com deficiência. A adolescência, o desempenho de 
papéis sexuais, a gravidez e o planejamento familiar são temas fundamentais 
e inadiáveis (BRASIL, 2009).
2.2 DEFICIÊNCIAS SENSORIAIS, FÍSICAS E 
INTELECTUAIS
Mais de um bilhão de pessoas, em todo o mundo, convivem com alguma 
forma de deficiência, dentre as quais cerca de 200 milhões experimentam di-
ficuldades funcionais importantes. Segundo projeções, esse número tende a 
aumentar nos próximos anos, devido ao envelhecimento das populações e ao 
aumento global de doenças crônicas. Nesse sentido, os seguintes subtópicos 
abordam as condições de deficiência física, sensorial e intelectual. 
2.2.1 DEFICIÊNCIAS SENSORIAIS
A deficiência sensorial se caracteriza pelo não funcionamento (total ou par-
cial) de algum dos cincos sentidos. Consideram-se a surdez e a cegueira de-
ficiências sensoriais, mas déficits relacionados ao tato, ao olfato e ao paladar 
também podem ser enquadrados em tal categoria. Além disso, temos a sur-
do-cegueira como uma múltipla deficiência sensorial.
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DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Quando falamos de audição, temos que ter em mente não apenas a percep-
ção e a discriminação dos diferentes tipos de sons, mas, também, o reconhe-
cimento e a compreensão da informação sonora, que dependem do pleno 
funcionamento neuropsicomotor e da integridade do sistema auditivo.
Sob o aspecto da interferência na aquisição da linguagem e da fala, o déficit 
auditivo pode ser definido como a perda média de decibéis na zona conver-
sacional (frequência de 500 – 1000 – 2000 hertz) para o melhor ouvido (BRA-
SIL, 2006).
Pela área da saúde e, tradicionalmente, pela área educacional, o indivíduo 
com surdez pode ser considerado (BRASIL, 2006) parcialmente surdo e surdo.
Parcialmente surdo (com deficiência auditiva – DA)
a. Pessoa com surdez leve: indivíduo que apresenta perda auditiva de até 
quarenta decibéis. Essa perda impede que o indivíduo perceba, igual-
mente, todos os fonemas das palavras. Além disso, a voz fraca ou distan-
te não é ouvida. 
b. Pessoa com surdez moderada: indivíduo que apresenta perda auditiva 
entre quarenta e setenta decibéis. Esses limites se encontram no nível 
da percepção da palavra, sendo necessária uma voz de certa intensida-
de para que seja convenientemente percebida. São frequentes o atraso 
de linguagem e as alterações articulatórias, havendo, em alguns casos, 
maiores problemas linguísticos. 
Surdo 
a. Pessoa com surdez severa: indivíduo que apresenta perda auditiva entre 
setenta e noventa decibéis. Esse tipo de perda permite que se identifi-
que alguns ruídos familiares e apenas vozes fortes. Pode-se chegar até os 
quatro ou cinco anos sem aprender a falar. A compreensão verbal de-
penderá, em grande parte, da aptidão para utilizar a percepção visual e 
para observar o contexto das situações.
b. Pessoa com surdez profunda: indivíduo que apresenta perda auditiva 
superior a noventa decibéis. A gravidade dessa perda é tal que o priva 
das informações auditivas necessárias para perceber e para identificar a 
voz humana, impedindo-o de adquirir a língua oral. 
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DEFICIÊNCIA VISUAL
As crianças com deficiência visual são as cegas e as com baixa visão. A defini-
ção educacional diz que são cegas as crianças que não têm visão suficiente 
para aprender a ler em tinta, necessitando, portanto, utilizar outros sentidos 
no seu processo de desenvolvimento e de aprendizagem. O acesso à leitura e 
à escrita se dará pelo sistema braille (BRASIL, 2006b). 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a deficiência visual em ca-
tegorias que incluem desde a perda visual leve até a ausência total de visão, 
baseando-se em valores quantitativos de acuidade visual e/ou de campo vi-
sual para definir, clinicamente, a cegueira e a baixa visão, de acordo com a 
Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados 
à Saúde (CID-10) (BRASIL, 2016).
De acordo com a CID-10, considera-se baixa visão ou visão subnormal o valor 
de acuidade visual corrigida no melhor olho menor do que 0,3, tendo sido 
medida com a tabela de Snellen e maior ou igual a 0,05; ou um campo visual 
menor do que 20º no melhor olho, com a melhor correção óptica (categorias 
1 e 2 de graus de comprometimento visual da CID-10). Considera-se cegueira 
ou quando esses valores estão abaixo de 0,05; ou quando o campo visual for 
menor do que 10º (categorias 3,4 e 5 da CID-10) (BRASIL, 2016).
Como complemento às informações sobre 
deficiência auditiva, consulte um material produzido 
pelo Ministério da Educação. Clique aqui!
https://www.gov.br/mec/pt-br/media/publicacoes/semesp/surdez.pdf
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No contexto da Educação Física escolar, Almeida e colaboradores (2010) desta-
caram alguns dos principais fatores que podem interferir no desenvolvimen-
to das capacidades e das habilidades motoras do indivíduo com deficiência 
visual: a causa da deficiência, o tempo decorrido desde a perda visual, o nível 
da perda visual, a condição de saúde e o repertório motor. Essas informações 
estão descritas no quadro a seguir.
PRINCIPAIS FATORES QUE INTERFEREM NAS CAPACIDADES E NAS 
HABILIDADES MOTORAS DO INDIVÍDUO COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Fatores Descrição
Causa da 
Deficiência 
visual (DV)
Conforme a etiologia apresentada e/ou condições associadas, deve-
se observar a necessidade de cuidados especiais durante a prática de 
determinados tipos de exercícios e atividades físicas. Alunos com baixa 
visão e propensão a deslocamento de retina devem evitar exercícios em 
que haja possibilidade de traumatismos na região da cabeça. Considera-se 
importante estender tal cuidado a indivíduos que possuam glaucoma. 
Tempo 
decorrido 
desde 
a perda 
visual
É importante identificar se a deficiência visual é congênita ou adquirida 
e, neste caso, há quanto tempo está instalada, a fim de verificar o grau de 
adaptação do indivíduo à condição de cegueira ou baixa visão. Recomenda-
se avaliar a qualidade de orientação e mobilidade, entre outros aspectos 
das atividades de vida diária do indivíduo, que reflitam seu efetivo nível de 
independência e autonomia, ou que sirvam de parâmetros para adequar a 
intervenção às necessidades do mesmo.
Nível de 
perda 
visual 
É fundamental conhecer o nível da perda visual de cada indivíduo, buscando 
o máximo aproveitamento de sua visão remanescente. Deve-se investigar as 
preferências do indivíduo quanto às funções visuais, visando identificar que 
tipo de estímulo é mais adequado em cada caso; determinar em que região 
do campo visual esse estímulo deverá ser apresentado; estipular a que 
distância o indivíduo é capaz de identificar visualmente um objeto estático 
ou em movimento; indicar qual é a luminosidade mais adequada para os 
ambientes esportivos, de acordo com as diferentes etiologias. 
A tabela de Snellen é umdiagrama utilizado para 
avaliar a acuidade visual de uma pessoa. Saiba mais 
sobre isso no seguinte endereço eletrônico. Clique 
aqui! 
http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/05/tabela-snellen-uso-e-interpretacao.pdf
http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/05/tabela-snellen-uso-e-interpretacao.pdf
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Fatores Descrição
Condições 
de saúde 
As pessoas com DV, como quaisquer outros indivíduos, eventualmente estão 
sujeitas a condições de saúde que inspiram cuidados específicos, tais como 
asma, diabetes, entre outras disfunções orgânicas. Dessa forma, recomenda-
se verificar a existência de contraindicações ou necessidades especiais 
durante a prática de exercícios e atividades físicas.
Repertório 
motor 
Com base na qualidade dos estímulos recebidos e das oportunidades de 
vivências motoras anteriores, as pessoas com DV apresentam diferentes 
patamares de habilidades físicas. É necessário adequar a exigência da 
atividade física (tipo, intensidade e complexidade de exercícios) aos estágios 
de desenvolvimento em que cada indivíduo se encontra, de forma a 
estimular continuamente suas potencialidades, respeitando inclusive, seus 
interesses e suas expectativas em relação ao programa de atividade física e 
esportes adaptados.
Fonte: Almeida et al. (2010, p. 15).
#PraCegoVer 
No quadro, há os principais fatores que interferem nas capacidades e nas habilidades 
motoras do indivíduo com deficiência visual.
MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA SENSORIAL: 
SURDOCEGUEIRA
Pessoas com múltipla deficiência sensorial têm uma variedade de necessida-
des especiais. A criança surdocega, além de não poder valer-se dos sentidos 
de distância (visão e audição) para captar informações reais do mundo, pode 
apresentar alguns problemas decorrentes de saúde, aspecto que pode vir a 
interferir nos processos de ensino e de aprendizagem. O processo de apren-
dizagem ocorre por repetição e por estimulação orientada em contextos na-
turais, dado que a surdocegueira interfere na capacidade de aprendizagem 
espontânea e na capacidade de imitação (BRASIL, 2006). 
A partir desse contexto, Amaral (2002) relata a necessidade de abordagens 
funcionais e coativas no atendimento à criança surdocega. A abordagem fun-
cional salienta a necessidade de dotar a criança surdocega de aprendizagens 
significativas para a sua vida futura. A abordagem coativa tem, como base, os 
estudos de Van Dijk. 
O programa de Jan Van Dijk compreende seis fases: 1) relação de apego e 
confiança (nutrição); 2) fenômeno de ressonância; 3) movimento coativo; 4) 
referência não-representativa; 5) imitação e 6) gestos naturais. O desenvolvi-
mento dessas fases consiste em viabilizar melhores condições de aprendiza-
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gem de um sistema de comunicação pela criança, ampliando suas potencia-
lidades de interação com o ambiente.
2.2.2 DEFICIÊNCIA FÍSICA
A Deficiência física é um comprometimento do aparelho locomotor, que 
compreende o sistema ostearticular, o sistema muscular e o sistema nervoso. 
As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente 
ou em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas de grau e de 
gravidades variáveis, a depender dos segmento(s) corporal(ais) afetado(s) e do 
tipo de lesão ocorrida (BRASIL, 2006).
Tipos de Deficiência Física (BRASIL, 2006)
• Lesão cerebral (paralisia cerebral, hemiplegias)
• Lesão medular (tetraplegias, paraplegias)
• Miopatias (distrofias musculares)
• Patologias degenerativas do sistema nervoso central (esclerose múltipla)
• Lesões nervosas periféricas
• Amputações
• Sequelas de politraumatismos
• Malformações congênitas
• Distúrbios dolorosos da coluna vertebral e das articulações dos membros
• Artropatias
• Reumatismo inflamatório da coluna e das articulações
• Doenças osteomusculares
• Sequelas de queimaduras
O site do MEC disponibiliza a série “Saberes e 
Práticas de Inclusão – Educação Infantil”, que 
aborda as deficiências. Clique aqui!
https://www.gov.br/mec/pt-br/publicacoes-secretarias/semesp/saberes-e-praticas-da-inclusao-educacao-infantil
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A deficiência física pode apresentar comprometimentos diversos das funções 
motoras do organismo, que variam em número e em grau e de indivíduo para 
indivíduo, dependendo das causas e da abrangência. Esses comprometimen-
tos relativos à deficiência física podem ser os seguintes (BRASIL, 2006):
• leve cambalear no andar;
• necessidade do uso de muletas e/ou de andador adequados para auxiliar a 
execução da marcha;
• uso de cadeira de rodas que possa ser manobrada pelo aluno;
• uso de cadeira de rodas manobrada por terceiros, devido à impossibilidade 
do aluno;
• uso de cadeira de rodas motorizada, que poderá ser acionada por qualquer 
parte do corpo em que predomine alguma função voluntária. 
Outro aspecto que deve ser discutido no âmbito da inclusão de pessoas com 
deficiência física é a acessibilidade. Segundo estudos desenvolvidos por Sas-
saki (2009), podemos identificar seis dimensões de acessibilidade: atitudinal, 
arquitetônica, comunicacional, instrumental, metodológica e programática. 
Além das seis dimensões apontadas por Sassaki, outras dimensões são abor-
dadas na literatura acerca do tema. Confira cada uma delas a seguir.
1. Acessibilidade atitudinal
Refere-se à percepção do outro sem preconceito, sem estigmas, 
sem estereótipos e sem discriminações. Todos os demais tipos de 
acessibilidade estão relacionados a essa, pois a atitude da pessoa 
impulsiona a remoção de barreiras.
2. Acessibilidade arquitetônica
Envolve a eliminação das barreiras ambientais físicas nas residências, 
nos edifícios, nas escolas, nos espaços e nos equipamentos urbanos.
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3. Acessibilidade metodológica
Conhecida, também, como pedagógica, é a ausência de barreiras nas 
metodologias e nas técnicas de estudo. Está relacionada, diretamente, à 
concepção subjacente à atuação docente. A forma como os professores 
concebem conhecimento, aprendizagem, avaliação e inclusão 
educacional determinará ou não a remoção das barreiras pedagógicas.
4. Acessibilidade programática
Visa à eliminação de barreiras presentes nas políticas públicas (leis, 
decretos, portarias, normas, regulamentos etc.).
5. Acessibilidade Instrumental
Foca a superação das barreiras nos instrumentos, nos utensílios e nas 
ferramentas de estudo (escolar), de trabalho (profissional), de lazer e de 
recreação (comunitária, turística, esportiva).
6. Acessibilidade nos transportes
É uma forma de acessibilidade que elimina barreiras não só nos 
veículos, mas, também, nos pontos de paradas, incluindo as calçadas, 
os terminais, as estações e todos os outros equipamentos que 
compõem as redes de transporte.
7. Acessibilidade nas comunicações
É a acessibilidade que elimina barreiras na comunicação interpessoal, 
seja escrita, seja virtual.
8. Acessibilidade digital
Trata do direito de eliminação de barreiras quanto à disponibilidade 
de comunicação, de acesso físico, de equipamentos e de programas 
adequados, de conteúdo e de apresentação da informação em 
formatos alternativos.
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Especificamente no caso do aluno com deficiência física, a acessibilidade se 
dá, principalmente, com a disponibilidade e com a implementação da Tec-
nologia Assistiva (TA), na tentativa de trazer componentes para equiparação 
de oportunidades de aprendizagem. O uso da TA vem contribuir para que o 
indivíduo com deficiênciapossa ter oportunidades e participar das atividades 
ativamente, enquanto cidadão consciente dos seus direitos, interagindo com 
seus pares nos meios social e educacional (GONÇALVES, 2014).
Em 2007, o Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) definiu o conceito de TA: 
Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica 
interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, 
práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada 
à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou 
mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de 
vida e inclusão social. (CAT, 2007, p. 3)
Portanto, de acordo com Barnes e Turner (2001), os recursos de TA que devem 
estar dispostos no contexto educacional são adaptações em mobiliário, em 
transporte, em equipamentos de mobilidade, em comunicação alternativa e 
suplementar; adaptações arquitetônicas; adaptações de recursos pedagógi-
cos de aprendizagem, de recreação e de lazer; dispositivos computacionais e 
adaptações para atividades de vida diária. 
2.2.3 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Há dois enfoques que buscam definir a deficiência intelectual (DI): o enfoque 
centrado no funcionamento adaptativo do sujeito e o enfoque que se delimi-
ta pelo marco da psicologia cognitiva. A American Association on Intellectual 
and Developmental Disabilities (AAIDD, 2010) define deficiência intelectual 
como uma condição caracterizada por limitações significativas no funciona-
mento intelectual e no comportamento adaptativo com origem antes dos 
18 anos. A terminologia deficiência intelectual imprime à situação uma pers-
pectiva funcional, bioecológica e multidimensional, considerando a interação 
dinâmica entre o funcionamento do indivíduo e o meio social (VIEIRA, 2017).
Algumas premissas estão na base da definição oficial da AAIDD (2010):
a. as limitações no funcionamento intelectual devem ser consideradas nos 
contextos comunitários típicos da faixa etária e da cultura da pessoa;
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b. a avaliação da deficiência intelectual deve considerar a diversidade 
linguística e cultural, além dos fatores comunicativos, sensoriais e mo-
tores da pessoa;
c. limitações coexistem com capacidades;
d. limitações são identificadas objetivando a oferta de apoios necessários;
e. os apoios têm efeito positivo no funcionamento da pessoa com deficiên-
cia intelectual, considerando sua aplicação com a intensidade e com a 
duração necessárias. 
A DI também foi definida, pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Trans-
tornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana (DSM-5), publicado em 
2013, como um transtorno do neurodesenvolvimento que inclui déficits fun-
cionais, tanto intelectuais quanto adaptativos, nos domínios conceitual, social 
e prático. O conceito de deficiência intelectual, no DSM-5, substitui a ideia de 
retardo mental do DSM-IV. 
De acordo com o DSM-5, para o diagnóstico de DI, os critérios abaixo devem 
ser preenchidos:
a. déficits em funções intelectuais – raciocínio, solução de problemas, 
planejamento, pensamento abstrato, juízo, aprendizagem acadêmica, 
aprendizagem pela experiência;
b. déficits em funções adaptativas – referem-se à capacidade de uma pessoa 
de alcançar os padrões de sua comunidade quanto à independência pesso-
al e à responsabilidade social em comparação com as demais de idade e de 
antecedentes socioculturais similares. O domínio adaptativo envolve
• domínio conceitual (acadêmico) – memória, linguagem, leitura, escrita, 
raciocínio matemático, aquisição de conhecimentos práticos, solução de 
problemas e julgamento em situações novas;
• domínio Social – percepção de pensamentos, de sentimentos, de experiências 
dos outros, de empatia, de habilidades de comunicação interpessoal, de 
habilidade de amizade, de julgamento social etc.;
• domínio prático – envolve aprendizagem e autogestão na vida, incluindo 
cuidados pessoais, responsabilidades profissionais, controle do dinheiro, 
recreação, autocontrole comportamental, organização de tarefas escolares 
e profissionais etc.
c. início dos déficits intelectuais e adaptativos durante o período do de-
senvolvimento.
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Em relação à inclusão escolar da pessoa com DI, ainda é comum o despre-
paro de professores e de equipes pedagógicas ao lidar com esses alunos em 
sala de aula. Essa dificuldade persiste, pois, segundo Santos e Martins (2015), 
o modo de ver e de compreender as deficiências pela sociedade prejudica 
o processo de inclusão escolar, uma vez que há um fortalecimento de mitos 
sobre o desenvolvimento da aprendizagem construídos com base em ideias 
segregacionistas e preconceituosas de educadores. 
CONCLUSÃO
Esta unidade apresentou um breve histórico do modo de ver a pessoa com 
deficiência, que é marcado por períodos de exclusão e de segregação. Vistas 
como seres humanos inúteis e, ainda, como demônios, as pessoas com defi-
ciência são sinônimos de resistência e de luta por direitos iguais.
Notamos que o modo de pertencimento à sociedade foi mudando de acor-
do com os avanços da medicina, porém, ainda hoje, existem resquícios de 
preconceito e de desconhecimento das etiologias das deficiências. Compre-
endê-las é extremamente necessário para que, de fato, seja possível garantir 
os direitos conquistados. Nesse sentido, discutimos algumas informações im-
portantes sobre as deficiências sensoriais, físicas e intelectuais, as quais servi-
rão de base para seus aprofundamentos em estudos complementares. 
Para saber mais sobre o DSM, acompanhe a sua 
linha do tempo. Clique aqui! 
Um filme que aborda a DI é “Meu nome é Rádio”, 
que retrata a história de Rádio, um indivíduo 
fascinado por futebol americano que está sempre 
por aí, andando com um carrinho de supermercado 
cheio de coisas, incluindo um rádio.
http://newpsi.bvspsi.org.br/uploads/linha%20do%20tempo%20DSM/linha.html
UNIDADE 3
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
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MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
> Conhecer as 
características 
de pessoas com 
síndromes mais 
frequentes no 
ambiente escolar;
> Ampliar o 
conhecimento sobre 
o autismo.
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MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA
3 INTRODUÇÃO ÀS SÍNDROMES 
E TRANSTORNOS DA GAMA DO 
AUTISMO
INTRODUÇÃO
Esta unidade traz uma abordagem introdutória sobre as síndromes mais fre-
quentes no contexto escolar e sobre as principais informações relacionadas 
ao indivíduo com transtorno do espectro autista (TEA).
Esta parte da disciplina também versa sobre a importância do acolhimento e 
sobre a inclusão de pessoas com síndromes que, muitas vezes, são desconhe-
cidas pelo meio acadêmico e/ou vistas com preconceito, por suas característi-
cas e suas necessidades educacionais não serem conhecidas. 
Para melhor caracterizar essa inserção, além de fazermos uma breve expla-
nação sobre esses alunos com síndromes no ensino comum, destacaremos a 
importância do papel da família no processo de inclusão. Veremos que, ainda, 
são recorrentes as dificuldades por parte de familiares, de professores e da 
gestão escolar em compreender o papel de cada um na efetivação da in-
clusão. Em seguida, abordaremos, especificamente, a questão de indivíduos 
com TEA, os principais apontamentos em relação à Educação Física e a im-
portância de ressignificar o ato pedagógico. 
Desse modo, esta unidade tem a intenção de proporcionar reflexões sobre a 
influência e sobre a importância das relações entre família e escola para crian-
ças que precisam ser acolhidas e entendidas por suas especificidades. Seu 
conteúdo está organizado em dois tópicos: “Síndrome: tipologias

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