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Neoclassicismo, Historicismo revivalista, Ecletismo, Arts and Crafts e Art Noveau

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Prévia do material em texto

Estilo e História 
do Mobiliário
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Renata Guimarães Puig
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Neoclassicismo, Historicismo Revivalista, 
Ecletismo, Arts and Crafts e Art Nouveau
• Contextualização;
• A Europa no Final do Século XVIII;
• A Diversidade do Século XIX;
• Século XX;
• Art Nouveau.
• Conhecer o estilo Neoclássico do final do século XIX e início do XX, responsável por 
inúmeras mudanças na arquitetura; a Revolução Industrial, no fi nal dos anos de 
1700; e a diversidade do século XIX.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Neoclassicismo, Historicismo 
Revivalista, Ecletismo, Arts 
and Crafts e Art Nouveau
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Neoclassicismo, Historicismo Revivalista, 
Ecletismo, Arts and Crafts e Art Nouveau
Contextualização
O século XVIII foi considerado o Século das Luzes na Europa, marcado por várias 
inovações tecnológicas e avanços da sociedade, como a invenção da máquina a 
 vapor e da locomotiva. Houve aumento da produção agrícola e, ao mesmo tempo, 
uma urbanização acelerada.
Grandes pensadores contribuíram para as descobertas científicas; havia um 
 entusiasmo causado pelo progresso. Médicos e cientistas explicaram muitos 
 mistérios do corpo humano. Lavosier (1743-1794) contribuiu para o surgimento 
da Química Moderna. A energia elétrica começou a ser explicada através da pilha 
de Alessandro Volta (1745-1827). Grandes matemáticos e físicos, estudiosos 
da óptica e astronomia, criaram novos “instrumentos” de pesquisa do Universo. 
A Austrália foi descoberta, alterando o mapa mundi, e inventaram o navio a vapor.
Os homens do Iluminismo aplicaram seus conhecimentos em outros campos do 
saber: filosofia, economia, política. E, a partir dessa “revolução cultural”, come-
çaram a germinar as sementes de outras revoluções, que alteraram definitivamente 
a Europa antes do final do século XVIII.
A Europa no Final do Século XVIII
A Europa estava passando por profundas transformações no final do século 
XVIII. A Revolução Industrial (1760), que substituiu o trabalho artesanal pelo 
 assalariado e introduziu o uso das máquinas, inicialmente na Inglaterra e posterior-
mente em países como Alemanha, França, Rússia e Itália, e a Revolução Francesa 
(1789), que significou o fim do Absolutismo e dos privilégios da nobreza, influen-
ciaram os costumes e o modo de vida.
Porém, mesmo antes das revoluções, a sociedade aristocrática estava saturada 
do estilo exagerado do Rococó, influenciada pelas descobertas arqueológicas de 
Herculano e Pompeia e também dos templos de Atenas, que revelaram ao mundo 
do século XVIII as riquezas da arte clássica. Publicações sobre as artes da antigui-
dade clássica também contribuíram para a divulgação de um novo estilo.
À medida que as escavações arqueológicas avançavam, os designers acrescen-
tavam motivos decorativos desses povos.
A França e a Inglaterra lideraram o novo movimento. Conhecido, na França, 
por estilo Luís XVI e, na Inglaterra, por estilo Adam, o Neoclassicismo difundiu-se 
rapidamente pelo resto da Europa e pela América.
Na corte francesa, o primeiro aparecimento do Neoclassicismo foi o Pavilhão de 
Louveciennes, construído em 1771 para Madame Du Barry, sucessora de Madame 
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de Pompadour. O arquiteto Ledoux projetou a construção como um templo grego 
cuja mobília também seguia o estilo neoclássico.
Os artesãos franceses atingiram o ápice de excelência na habilidade de produzir 
móveis. Porém não houve a criação de novos tipos de móveis, apenas adaptação ao 
novo estilo. O traçado foi ficando mais sóbrio; por exemplo, as pernas das cadeiras 
foram perdendo as curvas do Rococó e afunilando para os pés. Algumas, com 
seção quadrada ou redonda, eram torneadas na parte superior e tinham pequenos 
ornamentos nos pés.
Por volta de 1770, começaram a predominar as formas retangulares e muito 
simétricas; as curvas foram substituídas pelo arco ou pelo círculo. As costas das 
cadeiras e poltronas passaram a ser ovais ou em medalhão, às vezes talhadas com 
um pequeno festão floral e ramos com fita. As talhas eram delicadas e elegantes.
As confortáveis bergères continuaram na moda, surgindo uma versão com o 
encosto em forma de gôndola de uma ponta a outra. Os sofás e camas de dia 
continuaram em uso. Alguns desatualizados contadores do período do reinado de 
Luís XIV eram desmontados e seus painéis de mosaico aproveitados em novos 
móveis (Fig. 1).
Figura 1 – Cadeira neoclássica com motivos de vasos etruscos
Fonte: Oates, 1981
Os ingleses ditavam a moda nas diversas manifestações: jardins ingleses eram 
copiados, vestuários e papéis de parede também. Durante o período de 1795 e 
1799, a França foi governada pelos chamados Diretores, antes da ascensão de 
Napoleão Bonaparte.
Foi um período muito curto, quatro anos apenas, para o desenvolvimento de um 
estilo, mas a mais famosa decoração de interior no estilo Diretório foi desenhada por 
Percier e Fontaine para Madame Récamier (Fig. 2), uma mulher culta, cuja sala de 
 visitas serviu de local de encontro para os mentores do novo regime. A elegante cama 
de dia, inspirada num modelo grego com rolos nas extremidades, foi muito copiada e 
uma das peças mais populares da época; havia também a versão com costas.
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UNIDADE Neoclassicismo, Historicismo Revivalista, 
Ecletismo, Arts and Crafts e Art Nouveau
Figura 2 – Pintura de Madame Récamier, cama de dia, 
roupa e penteado inspirados em motivos clássicos
Fonte: Oates, 1981
Napoleão comandou uma campanha, no Egito, contra os mamelucos e isso 
 despertou um interesse pela ornamentação egípcia. O desenho dos móveis apre-
sentou certa rudeza e falta de conforto na última década do século XVIII; desapa-
receram as confortáveis cadeiras e sofás com almofadas das décadas anteriores. 
Os aristocratas e a realeza patrocinadora dos designers do mobiliário desapare-
ceram com a Revolução Francesa e muitos foram perseguidos devido à proximi-
dade com a elite. Somente após a coroação de Napoleão, em 1804, é que foram 
restauradas as condições para uma nova produção de móveis. Para o restante da 
Europa, o Neoclassicismo representou uma ruptura com a cultura francesa,que se 
sobressaía desde o período de Luís XIV.
A segunda metade do século XVIII foi uma época próspera para a Inglaterra, 
onde havia uma elite enriquecida. Um arquiteto chamado Robert Adam (1728-1792) 
foi responsável por um estilo decorativo mais elegante e versátil, que se espalhou 
por todas as classes sociais. Adam estudou em Roma e pôde observar os trabalhos 
de artistas do passado, como Rafael, no Vaticano e nas Vilas Madama e Caprarola . 
Os desenhos nos murais de Herculano e Pompeia foram copiados por Adam 
em ornamentos mais delicados e suaves. Procurava dar um sentido de unidade a 
seus trabalhos, como houve no estilo Rococó, porém com leitura dos elementos 
clássicos , amadurecendo um estilo com características próprias.
A disposição de pernas aos pares, separadas por um largo espaçamento ao 
centro , era uma das características do estilo Adam. Nas casas que seguiam seu 
estilo, não faltavam urnas e pedestais. Normalmente ficavam ao lado da mesa. 
O pedestal revestido de ferro servia de chapa de aquecimento, com prateleiras e 
suporte para o aquecedor.
As urnas eram para guardar talheres ou depósito de água com tampa de chumbo , 
para conservar a água potável ou para lavagem de copos e talheres.
O aparador de hoje derivou desse conjunto de urnas e pedestais. Os refrigera-
dores de vinho e garrafeiras projetados por Adam eram revestidos de zinco para 
conservar o gelo recolhido no inverno e conservado em poços profundos. Tinham 
uma forma oval, copiada dos sarcófagos egípcios com estrias e patas de leão.
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Ainda sob a influência de Adam, outros designers chamados Sheraton e 
 Hepplewhite aplicavam a arte do folheado, do embutido e da marchetaria. Os pai-
néis, portas de cômodas e contadores eram decorados com desenhos em tons 
coloridos, em medalhões ovais ou circulares (Figuras. 3, 4 e 5).
Figura 3 – Sofá de Hepplewhite (1787)
Fonte: Oates, 1981
Figura 4 – Aparador de Sheraton (1793)
Fonte: Oates, 1981
Figura 5 – Espelho, mesa e pedestal de Adam (1772)
Fonte: Oates, 1981
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UNIDADE Neoclassicismo, Historicismo Revivalista, 
Ecletismo, Arts and Crafts e Art Nouveau
Após a Guerra da Independência nos Estados Unidos, a importação de mó-
veis da Europa foi restabelecida e o mobiliário Hepplewhite foi muito copiado 
pelos marceneiros. Desenhos simples e despretensiosos, sem a pesada carga 
de deco ração que caracterizava os tempos anteriores, adaptavam-se perfeita-
mente aos hábitos da nova república e aos homens do governo para as edifi-
cações neoclássicas.
A Diversidade do Século XIX
O cenário do século XIX era de muitas transformações, tanto sociais como 
tecnológicas. Havia uma burguesia em expansão que contestava a autoridade da 
Igreja, dos reis e dos aristocratas. A população aumentava consideravelmente e a 
produção de móveis artesanais era incapaz de suprir a procura do mercado.
A partir do começo do século, os objetos de uso doméstico, cada vez mais, eram 
projetados para serem feitos em várias partes, unidos e montados por máquinas. 
A serra mecânica acionada pelo vapor foi criada para fabricar móveis; sua gran-
de vantagem foi tornar o processo de recortes do folheado mais simples e esses 
 móveis passaram a ter um preço mais baixo.
As formas mais simples, com superfícies lisas, eram ideais para a industrialização 
e os artífices passaram a ser responsáveis apenas por uma parte do trabalho rea-
lizado. A qualidade da produção em série foi inevitavelmente menor do que a do 
trabalho do artesão que dominava todas as etapas.
O surgimento de um verniz preparado com goma-laca e álcool permitiu a 
 obtenção de uma superfície brilhante de forma muito mais rápida e fácil do que os 
antigos polimentos com cera de abelha, terebintina ou óleo de linhaça.
O Neoclassicismo continuava no início do século XIX, mas, na França, com 
o governo de Napoleão, passou a ser considerado um estilo oficial, que ia ao 
 encontro de seu desejo de criar uma imagem emblemática, identificando-se com os 
triunfos e com os imperadores da Roma Antiga.
Houve um reflorescer das artes, em especial do mobiliário, e Napoleão Bonaparte 
e a Imperatriz Josefina foram responsáveis por estimular o luxo, patrocinando 
 designers e fabricantes no intuito de divulgar uma prosperidade nacional.
Os arquitetos Percier e Fontaine foram contratados para transformar diversos 
edifícios, interpretando, com êxito, o gosto de Napoleão pelas artes de Roma 
antiga e criando um estilo de opulência austera, formas simples, sóbrias e geo-
métricas, com linhas retas. As superfícies eram lisas e com poucos ornamentos; 
desapare ceram a talha e a marchetaria (Fig. 6).
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Figura 6 – Costas de cadeira no estilo Federal, inspirada 
nos desenhos de Sheraton e Hepplewhite
Fonte: Oates, 1981
Os novos motivos decorativos eram coroas de louros, águias, capacetes de guer-
reiros, troféus de lanças, copiados de objetos gregos e romanos. Muitas vezes a 
letra “N” aparecia rodeada por uma coroa de louros e um cisne, ou abelhas e 
 colmeias, símbolos da família de Napoleão (Fig. 7).
Figura 7 – Trono de Napoleão de Percier e Fontaine. 
O “N” foi retirado quando o império caiu
Fonte: Oates, 1981
Os móveis de Jacob-Desmalter decoraram palácios imperiais sintetizando o 
 chamado estilo Império. Os móveis dessa época foram concebidos como parte da 
decoração geral, completando harmoniosamente a arquitetura dos edifícios.
A peça mais utilizada era a cômoda, que, muitas vezes, possuía duas portas que 
ocultavam as gavetas, e a chiffonière, tipo de cômoda com mais gavetas.
A secrétaire (Fig. 8), uma escrivaninha para senhoras, era também um móvel de 
prestígio. As mesas redondas eram cópias de modelos antigos.
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UNIDADE Neoclassicismo, Historicismo Revivalista, 
Ecletismo, Arts and Crafts e Art Nouveau
Figura 8 – Secretária neoclássica
Fonte: Oates, 1981
A cama (Fig. 9) passou a ser colocada de forma longitudinal à parede e tomou 
várias formas, como, por exemplo, com duas extremidades com rolos na mesma 
altura, apenas com uma cabeceira; por cima, fixava-se uma cúpula ou baldaquino 
em forma de tenda com cortinas e símbolos militares, como flechas e lanças.
Figura 9 – Cama (1785)
Fonte: Oates, 1981
A cadeira em forma de gôndola foi muito popular no período; tinha braços e 
costas que combinavam em curva para baixo na direção do assento. Napoleão 
reintroduziu o uso do banco na corte, e as cadeiras de braços eram destinadas a 
ele, à imperatriz e à sua mãe.
Na Inglaterra, o tom mais sóbrio ao classicismo foi notado no trabalho do arqui-
teto Henry Holland, orientado pela produção de Percier e Fontaine na França.
Outra personalidade importante na Inglaterra foi Thomas Hope, um banqueiro 
colecionador de antiguidades e admirador do estilo francês. Adquiriu uma coleção 
de vasos gregos, bronzes e bustos, redecorando sua casa para receber esses objetos 
com móveis desenhados por ele próprio. Seus desenhos influenciaram a publicação, 
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em 1808, do livro A collection of designs for household furniture and interior 
decoration (Coleção de desenhos para mobiliário de habitação e deco ração de 
interiores) de autoria de George Smith.
Esse livro passou a ser considerado como a representação do estilo clássico 
da Regência, apropriado para as novas residências surgidas em muitas regiões 
da Inglaterra.
Houve também o reaparecimento do estilo Gótico, baseado nos romances de 
Walter Scott, cuja casa escocesa Abbotsford foi projetada à maneira medieval em 
1816. Algumas cadeiras desse estilo ficaram conhecidas como cadeiras Abbotsford.
O sofá grego registrado nas pinturas de vasos antigos foi copiado, assim como 
a mesa de sofá, tornando-se corrente no estilo Império.
As mesas de jantar eram circulares com suporte em pedestal. Utilizavam as 
 madeiras escuras e brilhantes, como o mogno e o pau-rosa, e também as decora-
tivas, como pau-zebra e amboína.
Os embutidos na madeira ficaram muito caros e o latão substituiu-os muito bem 
como elemento decorativo. O estilo Império espalhou-se por quasetoda a Europa, 
seguindo o rastro das conquistas de Napoleão. Na América, houve uma mistura dos 
estilos francês e inglês.
Derivado do estilo Império, surgiu, na Áustria e em alguns estados alemães, o 
mobiliário denominado estilo Biedermeier, de características mais informais e sim-
ples, preferindo o conforto em vez do luxo. As salas mais informais possuíam um 
sofá com costas altas, mesa redonda com poucas cadeiras, espelhos simples e o 
piano como principal guarnição da sala de visitas. Com a ausência de formalismo, 
usavam flores, biombos e objetos diversos.
Substituíram as ferragens em bronze pelas madeiras mais claras, como a macieira , 
cerejeira e vidoeiro. A maioria dos países europeus produzia suas versões do 
mobiliário Biedermeier (Fig. 10), surgindo também algumas releituras de períodos 
passados, como o Neogótico, na Alemanha e na França, e o Rococó, na Áustria.
Figura 10 – Sofá alemão estilo Biedermeier (1835)
Fonte: Oates, 1981
O mobiliário criado durante o século XIX possuía vários estilos e referências. 
Eram os chamados neo: neoclássico, neobarroco, neorrococó, que adotavam 
estilos passados, com uma interpretação particular ligada mais ao momento inicial 
da industrialização do que às origens dos estilos (Fig. 11).
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UNIDADE Neoclassicismo, Historicismo Revivalista, 
Ecletismo, Arts and Crafts e Art Nouveau
Também recebeu a denominação de Ecletismo, porque as referências de estilos 
eram muitas e as formas como eram aplicadas aos móveis eram diversas.
Figura 11 – Cadeira de carvalho Abbotsford neogótica (1840)
Fonte: Oates, 1981
Durante o século XIX, as máquinas possibilitaram alguns experimentos com 
materiais alternativos, como o ferro, o fio de arame, papier-mâché, mármore e 
chifre. Era um caminho paralelo à produção tradicional, mas abriu caminhos para 
os estilos desenvolvidos no século XX.
Michel Thonet, nascido em 1796, em Boppard, inventou novos processos de 
curvar armações em faia, com o auxílio do vapor, e foi responsável por produzir 
um mobiliário elegante e atemporal. Também inventou máquinas para produção 
desse processo em série.
No início, Thonet produzia móveis seguindo o estilo Biedermeier, mas, após 
1830, começou a desenvolver um estilo próprio, baseado na sua técnica de uti-
lizar finas ripas de madeiras, coladas umas às outras, que podiam ser curvadas. 
Seu primeiro mobiliário experimental foi de madeira contraplacada mais simples e 
 folheada por fora com madeira de qualidade.
Em 1841, sua técnica foi patenteada na Inglaterra, França e Bélgica, fundando, 
em 1849, uma fábrica com seu nome em Viena, Áustria. Mais tarde desenvolveu 
a madeira dobrada.
Essa nova técnica permitiu que Thonet produzisse, em série, um mobiliário leve 
e de baixo custo. Sua peça mais famosa foi a cadeira número 14 (Fig. 12), que 
 podia ser transportada em partes e montada no local do seu destino com para-
fusos. Foi largamente difundida no século XIX, copiada até os dias de hoje. Outra 
cadeira famosa de Thonet foi a cadeira de balanço, copiada da América. O mobi-
liário de Thonet não estava presente apenas nos palácios, mas também nas casas 
de campo, nos cafés, hotéis, comércios, salões de música, etc.
16
17
Figura 12 – Cadeira Thonet nº 14 e seus componentes
Fonte: Oates, 1981
Em 1874, foi registrada uma patente de cadeira com apenas três peças nos 
Estados Unidos. Ela era montada com um espaldar contínuo com o assento e 
perna da frente. A segunda parte reforçava o espaldar e continuava para baixo 
formando a perna de trás e, por último, uma travessa entre as duas pernas. Esse 
mobiliário contraplacado foi aperfeiçoado após a cadeira de modilhão de Alvar 
Aalto em 1930.
Importantes inovações na indústria siderúrgica foram responsáveis por experi-
mentos em metal, com novos processos de fundição. Os móveis de ferro, incial-
mente, eram usados em edifícios públicos e salões de entrada de casas e hotéis, em 
forma de bancos de jardim e cadeiras.
A primeira patente de uma cama de ferro foi registrada em 1849. Inicialmente, 
as construções de ferro com barras metálicas ou varões para apoio do colchão 
eram imperfeitas. Em 1856, o aumento da produção do aço possibilitou camas 
mais elaboradas com tubos de ferro e latão.
Nas duas últimas décadas do século XIX, já havia catálogos de ornamentos em 
bronze para móveis metálicos. As camas metálicas, além de terem um custo menor, 
eram mais higiênicas, pois não permitiam infestação de insetos. Foram realizados 
alguns experimentos em papel machê, como mesinhas e cadeiras leves, mas, como 
não possuíam resistência suficiente, foram logo abandonados.
No início do século XIX, os tecidos passaram a ter mais importância na deco-
ração de interiores; os tecidos pintados foram substituídos por cortinados natu-
rais. As janelas compridas, que, nesse período, quase alcançavam o chão, tinham 
 cortinas suspensas, cruzadas e franzidas com grandes pregas e com a parte supe-
rior bem elaborada e enrolada num varão (Fig. 13).
17
UNIDADE Neoclassicismo, Historicismo Revivalista, 
Ecletismo, Arts and Crafts e Art Nouveau
Figura 13 – Janela com cortinados
Fonte: Oates, 1981
Outra inovação foi o surgimento do estofado em molas por volta de 1822. 
Os  estofados mudaram o aspecto das salas de visita na Europa e na América. 
 Montados em uma base de madeira, tinham tiras de tecido, crina de cavalo e 
 algodão em ramas para produzirem almofadas que se adaptavam ao sentar.
A Grande Exposição de Londres, em 1851, sediada no Palácio de Cristal, 
 funcionou como um mostruário da indústria britânica e afirmação do seu poder. 
Quanto aos móveis expostos, um júri relatou que eram sobrecarregados com 
elementos decorativos desnecessários, o que dificultava o custo da produção, e 
acrescentou que deveria ser adotado um processo mais simples. Os reformistas do 
 período tentavam afastar o gosto do público pela decoração elaborada.
William Morris fundou, por volta de 1860, uma empresa que era um tipo de 
 cooperativa de artistas. Sua intenção era produzir artigos de uso doméstico de 
forma artística, porém pouco dispendiosa. Seus móveis pintados, tapeçarias e 
 vitrais foram bem recebidos e inspiraram um grande número de artesãos a iniciarem 
pequenas indústrias artesanais.
A contribuição de William Morris, no domínio do estilismo, foi a retomada do 
respeito ao artista que trabalhava com as próprias mãos. Em 1888, com o intuito 
de organizar exposições seletivas, surgiu a ideia de fundar a Sociedade de Exposi-
ções de Artes e Ofícios, para mostrar não só os trabalhos dos estilistas ao público, 
mas também as ideias do movimento.
A escolha ideal do nome para esse movimento reformista foi Arts and Crafts (artes e ofícios). 
O movimento estético surgido na Inglaterra na segunda metade do século XIX defendia o ar-
tesanato criativo como alternativa à mecanização e à produção em massa e pregava o fim da 
distinção entre o artesão e o artista. Opôs-se aos avanços da indústria e pretendia imprimir em 
móveis e objetos o traço do artesão-artista, que, mais tarde, seria conhecido como designer.
Ex
pl
or
18
19
O Arts and Crafts durou, relativamente, pouco tempo, mas influenciou o movi-
mento francês seguinte, denominado Art Nouveau, considerado por historiadores 
como uma das raízes do modernismo no design gráfico, desenho industrial e arqui-
tetura do século XX.
Móveis com dispositivos mecânicos que permitiam ajustar a posição foram 
 projetados não por marceneiros ou estofadores, mas por engenheiros que paten-
teavam suas criações.
O móvel de patente era mais comum nos Estados Unidos, onde foram registra-
das milhares de patentes no final do século XIX. Na virada do século, as classes 
médias e baixas, que viviam em áreas pequenas, interessaram-se pelos móveis 
compactos com dupla função. O sofá-cama ou armário-cama e outras invenções 
eram móveis funcionais e divertidos.
Além da diversidade de materiais, das inovações tecnológicas, o comportamento 
também foi responsável por mudanças no mobiliário. A postura influenciouo 
 desenho dos móveis; uma postura mais descontraída, de repouso, que variava entre 
o sentar e o deitar, proporcionava soluções construtivas. O mobiliário compacto, 
criativo e sem ornamentos foi o precursor da funcionalidade moderna que veremos 
no século XX a seguir.
Século XX
Movimentos reformistas, Arts and Crafts, Art Nouveau 
e outras correntes precederam o modernismo
O movimento Arts & Crafts foi uma importante influência para o surgimento da 
escola Bauhaus, que, assim como os ingleses do século XIX, acreditava que o ensino 
e a produção do design deveriam ser estruturados em pequenas comunidades de 
artesãos-artistas, sob a orientação de um ou mais mestres.
A Bauhaus desejava uma produção de objetos feitos por artistas e para todos, 
nos quais a assinatura do artesão teria um valor simbólico fundamental. Dessa 
 maneira, a Bauhaus herdou a reação gerada pelo movimento de William Morris 
contra a produtividade anônima dos objetos da Revolução Industrial.
Na América, Chicago foi um dos mais importantes centros do movimento Arts 
and Crafts. Foi responsável pela inspiração da Prairie School de arquitetura, 
uma combinação natural do exterior com o interior e um estilo de linhas retas e 
geométricas, somados ao respeito por materiais naturais e ao interesse pela arte 
do oriente.
19
UNIDADE Neoclassicismo, Historicismo Revivalista, 
Ecletismo, Arts and Crafts e Art Nouveau
Frank Lloyd Wright (Fig. 14) desenhou um mobiliário para as casas que projetava 
como parte integrante delas. Do mesmo modo como suas construções se harmo-
nizavam com o ambiente externo, o mobiliário que projetava era simples e podia ser 
adaptado à produção por máquinas. Wright aceitava a máquina, como registrado 
num manifesto publicado por ele em 1901, The art and craft of the machine (A arte 
e o ofício da máquina), no qual escreveu que a máquina veio para ficar.
Figura 14 – Cadeira desenhada por Frank Lloyd Wright (1904)
Fonte: Oates, 1981
Art Nouveau
Na Alemanha chamou-se Jugendstil. Na Inglaterra chamou-se Liberty Style, 
devido a uma loja de objetos de arte. Na Itália chamou-se Stile Liberty. O nome 
Art Nouveau advém da Maison de l’Art Nouveau, loja de móveis, tapeçaria e 
objetos de arte do colecionador e comerciante Samuel Bing.
Importantes arquitetos do final do século XIX e início do século XX, como Hector 
Guimard, Victor Horta, August Endell, Joseph Hoffmann, entre outros, aderiram 
ao estilo e divulgaram-no por meio de sua obra.
Originário das artes gráficas e industriais, o Art Nouveau foi um movimento 
de inspiração romântica que se opunha ao classicismo acadêmico e ao ecletismo, 
dominantes na arquitetura do século XIX.
Suas formas tinham profunda ligação com a pintura simbolista e os artistas pré-
-rafaelistas, como Dante Rosseti e Edward Burne-Jones. Uma das mais marcantes 
características gráficas do estilo foi o seu aporte tipográfico inconfundível, unindo 
letra e imagem por meio de uma profusão de linhas curvas naturais. Essa combi-
nação foi utilizada em capas de livros, anúncios, cartazes etc.
O movimento Art Nouveau propunha-se a ser um estilo total, expressando-se 
em diferentes escalas de design – arquitetura, design de interiores e artes decora-
tivas, incluindo joalharia, mobiliário, têxteis, prata, utensílios domésticos e objetos 
de iluminação. De acordo com a sua filosofia, a arte deveria ser um modo de vida.
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Figura 15 – Cadeira Art Nouveau
Fonte: Oates, 1981
Muitos historiadores e críticos tendem a registrar o início do Art Nouveau no 
movimento Arts and Crafts, por volta dos anos 1880, na Inglaterra. O desenho 
de Arthur Mackmurdo para a capa do livro sobre as igrejas, de Christopher Wren, 
publicado em 1883, alguns desenhos florais planos em tapeçarias e trabalhos em 
ferro fundido, assinados por filiados ao movimento inglês de artesanato, são apon-
tados como marcos iniciais.
Importante!
O termo Art Nouveau dava nome a um estabelecimento comercial em Paris, aberto em 
1895 por Samuel Bing e que se tornou um centro de arte. O movimento difundiu-se 
rapidamente na Europa e na América. Mas foi na Bélgica, país industrial altamente de-
senvolvido, que a Art Nouveau atingiu a mais completa expressão. Havia uma atmosfera 
estimulante para as artes em Bruxelas, e Victor Horta destacou-se como um dos maiores 
exemplos (Fig. 16).
Importante!
Figura 16 – Móveis desenhados por Victor Horta
Fonte: Oates, 1981
Na Escócia, particularmente em Glasgow, despontou o nome de Charles Rennie 
Mackintosh e sua obra canônica, a Escola de Artes de Glasgow (Fig. 17).
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UNIDADE Neoclassicismo, Historicismo Revivalista, 
Ecletismo, Arts and Crafts e Art Nouveau
Figura 17 – Cadeira de espaldar alto, 
última fase do estilo de Mackintosh
Fonte: Oates, 1981
Outros nomes são do pintor e ilustrador Walter Crane e Arthur Lasenby Liberty, 
que emprestou o nome ao movimento na Inglaterra (Liberty Stile) através de sua 
loja de tapeçaria e objetos, na Regent Street, Londres, a Liberty & Co. Esse vasto 
e agitado universo artístico presente na produção de móveis no final do século 
XIX e início do século XX foi responsável pelas bases do movimento moderno que 
 veremos na próxima unidade (Fig. 18).
Figura 18 – Guarda-fogo de Emile Gallé
Fonte: Oates, 1981
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Metropolitan Museum of Art
https://goo.gl/2ewtXN
 Leitura
Furniture Styles
https://goo.gl/9FQXpN
Armchair (fauteuil) from Louis XVI’s Salon des Jeux at Saint Cloud, 1788
https://goo.gl/1u1vEc
Coin cabinet, ca. 1809-19
https://goo.gl/d11N6c
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UNIDADE Neoclassicismo, Historicismo Revivalista, 
Ecletismo, Arts and Crafts e Art Nouveau
Referências
BARBOSA, M. I. História de estilos e decoração. São Paulo: Editora Metalivros, 
2011. (Ebook)
DESIGN MUSEUM. Como criar uma cadeira. São Paulo: Editora Gutenberg, 
2011. (Ebook)
DENIS, R. C. Uma introdução à história do design. São Paulo: Edgard Blucher, 
2010. (Ebook)
MONTENEGRO, R. Guia da história do mobiliário. São Paulo: Presença, 1995. 
(Ebook)
MOUTINHO, S. O.; LONDRES, R.; PRADO, R. B. Dicionário de artes decora-
tivas e decoração de interiores. São Paulo: Lexikon, 2011.
OATES, Phyllis Bennet. História do mobiliário ocidental. Lisboa: Presença, 1991.
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