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Prof: Dailâna Ellen 1 Violência contra a mulher – é qualquer conduta – ação ou omissão – de discriminação, agressão ou coerção, ocasionada pelo simples fato de a vítima ser mulher e que cause dano, morte, constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral, psicológico, social, político ou econômico ou perda patrimonial. Essa violência pode acontecer tanto em espaços públicos como privados. Violência de gênero – violência sofrida pelo fato de se ser mulher, sem distinção de raça, classe social, religião, idade ou qualquer outra condição, produto de um sistema social que subordina o sexo feminino. Violência doméstica – quando ocorre em casa, no ambiente doméstico, ou em uma relação de familiaridade, afetividade ou coabitação. Violência familiar – violência que acontece dentro da família, ou seja, nas relações entre os membros da comunidade familiar, formada por vínculos de parentesco natural (pai, mãe, filha etc.) ou civil (marido, sogra, padrasto ou outros), por afinidade (por exemplo, o primo ou tio do marido) ou afetividade (amigo ou amiga que more na mesma casa). Violência física – ação ou omissão que coloque em risco ou cause dano à integridade física de uma pessoa. Violência institucional – tipo de violência motivada por desigualdades (de gênero, étnico-raciais, econômicas etc.) predominantes em diferentes sociedades. Essas desigualdades se formalizam e institucionalizam nas diferentes organizações privadas e aparelhos estatais, como também nos diferentes grupos que constituem essas sociedades. Violência intrafamiliar / violência doméstica – acontece dentro de casa ou unidade doméstica e geralmente é praticada por um membro da família que viva com a vítima. As agressões domésticas incluem: abuso físico, sexual e psicológico, a negligência e o abandono. 2 A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) é a principal legislação brasileira para a enfrentar a violência contra a mulher. A norma é reconhecida pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência de gênero. A Lei Maria da Penha (Lei 11.340 de 2006) foi uma grande conquista, pois reconheceu a violência doméstica contra as mulheres como crime e não como assunto privado Além da Lei Maria da Penha, a Lei do Feminicídio, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em 2015, colocou a morte de mulheres no rol de crimes hediondos e diminuiu a tolerância nesses caso. No Brasil, a situação é alarmante: a cada 5 minutos uma mulher é espancada; a cada 2 horas uma mulher é assassinada devido à violência doméstica. 3 Conheça algumas formas de agressões que são consideradas violência doméstica no Brasil: 4 5 • Ameaças • Constrangimento • Humilhação • Manipulação • Isolamento ( Proibir de estudar e viajar ou de falar com amigos e parentes) • Vigilância constante controlar o que ela faz, controlar o que ela vestirá, não a deixar sair, procurar mensagens no celular ou e-mail • Insultos • Chantagem • Exploração • Limitação do direito de ir e vir • Ridicularização • Distorcer e omitir fatos para deixar a mulher em dúvida sobre sua memória e sanidade, ou seja Fazer a mulher achar que está ficando louca. Há inclusive um nome para isso: o gaslighting. Uma forma de abuso mental que consiste em distorcer os fatos e omitir situações para deixar a vítima em dúvida sobre a sua memória e sanidade. • Tirar a liberdade de crença Um homem não pode restringir a ação, a decisão ou a crença de uma mulher 6 7 8 Violência emocional: Humilhar, xingar e diminuir a autoestima Condutas como humilhação, desvalorização moral ou deboche público em relação a mulher constam como tipos de violência emocional. Violência tecnológica: Você está online e não fala comigo. Com quem você está conversando? Coloque no seu perfil uma foto de nós dois juntos… 9 10 11 CULTURA DO ESTUPRO Esse termo é usado para descrever o ambiente no qual o estupro é predominante e no qual a violência sexual é normalizada pela mídia e cultura popular. Ao Disseminar termos que difamam as mulheres, permite a objetificação dos corpos delas e glamuriza a violência sexual. Essa Cultura passa a diante a mensagem de que a mulher não é um ser humano, e sim uma coisa. Existem vários mecanismos que propagam essa cultura. 12 13 O conceito de gênero surge para questionar a ideia de uma essência ou natureza que explique os comportamentos È a necessidade de pautar em aspectos biológicos para justificar diferenças, as colocando como desigualdade, inferioridade que o conceito de gênero procura combater. 14 15 16 Afinal, o que é objetificação da mulher? Quando falamos de objetificação do corpo feminino estamos nos referindo à banalização da imagem da mulher, ou seja: a aparência das mulheres importa mais do que todos os outros aspectos que as definem enquanto indivíduos. E como observamos isso hoje? A objetificação está presente nos mais diversos setores da sociedade. Um exemplo clássico é a forma como a mulher é retratada em peças publicitárias. Em muitas campanhas, com destaque para as de cerveja, mulheres são estereotipadas e hipersexualizadas. A sociedade além de ser patriarcal, é racista e capitalista “ Essas três dimensões de dominação e de opressão vão permitir que as vidas e os corpos das mulheres Sejam explorados, mercantilizados, coisificados e , inclusive, agredidos, mutilados, estuprados e assassinados.” Combater a objetificação é, portanto, mostrar para as mulheres que elas são indivíduos completos e capazes, que podem ser muito mais do que objetos de prazer masculino. O primeiro passo para isso é identificar atitudes que reforçam essa cultura e combatê-las no dia a dia. 17 As relações de gênero são historicamente construídas! As relações de gênero são historicamente construídas! 18 AS RELAÇÕES DE GÊNERO SÃO HISTORICAMENTE CONSTRUÍDAS! VAMOS VER VÁRIOS EXEMPLOS DE PROPAGANDAS SEXISTAS: 23 A violência ameaça a saúde física e psicológica e é uma ameaça aos direitos humanos e à dignididade das pessoas. A violência contra a mulher se faz presente nas mais diversas esferas social e cultural A violência infligida contra a mulher resulta em perdas significativas em sua saúde física, sexual, psicológica, social e profissional, se fazendo necessário o seu encaminhamento a serviços de saúde especializados no enfrentamento desses problemas, ambicionando a melhoria na sua qualidade de vida 24 Mulheres que sofrem violência doméstica apresentaram transtornos e consequências psicológicas. Outras variáveis podem ser agregadas, como redução da qualidade de vida e comprometimento do sentimento de satisfação com a vida, o corpo, a vida sexual e os relacionamentos interpessoais. 25 Traumas físicos, gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis, além de todas as possíveis consequências para a saúde mental da vítima. Em geral acabam por tornar-se vulneráveis também a outros tipos de violência, transtornos sexuais, uso de drogas, estresse pós-traumático, depressão e suicídio. Os sentimentos mais descritos são: medo da morte, solidão, vergonha, culpa, ansiedade, isolamento social além de baixa auto-estima. No âmbito social a violência sexual pode gerar outras consequências como problemas familiares e sociais, abandono dos estudos, perda do emprego, separação conjugal, abandono da casa entre outras. As consequências da violência sexual 26 A violência sexista A violência sexista é a violência que sofrem as mulheres, por sua condição enquanto mulher. Ela amplia o conceito da violência de gênero no sentido de que pode acometer a todas as mulheres, independente de sua orientação sexual. Assim, ocorresem distinção de raça, classe social, religião, orientação sexual, idade ou qualquer outra condição. É produto de um sistema social patriarcal que subordina o sexo feminino ao masculino. 27 As consequências físicas e psicológicas da violência sexista são enormes para quem as sofre! SEXUAL : As trabalhadoras podem sofrer esse tipo de violência dentro de casa, nas ruas no trajeto até seu local de trabalho, ou, ainda, no próprio local de trabalho. FAMILIAR: sofrida dentro da família. Essa violência traz reflexos em toda vida profissional da mulher, e diminui seu desempenho profissional. FÍSICA: ação ou omissão que causem dano à integridade física de uma pessoa. Pode acontecer nos locais de trabalho, nos espaços privados e espaços públicos. MORAl: Caluniar, difamar ou injuriar a honra ou a reputação de uma mulher. Fofocas mal-intencionadas que depreciem as mulheres e que sejam feitas no locais de trabalho. PSICOLÓGICA: criticar seu desempenho profissional ou doméstico; desvalorizar sua aparência física; Piadinhas, reiteradas humilhações e desprezo pelo trabalho realizado pelas mulheres. MATERIAL: expressa-se quando são pagos salários diferenciados para mulheres e homens na mesma função, elas recebendo menos que eles. 28 29 Ao lado, o quadro originado dessa pesquisa, que demonstra como diversos aspectos da vida pessoal de mulheres são impactados quando elas são vítimas de alguma violência. Do total de 100% de mulheres que já foram vítimas de alguma violência sexista, temos as porcentagens das que relatam os seguintes efeitos causados após a violência: Entende-se por assédio moral no trabalho qualquer manifestação de uma conduta abusiva, especialmente, os comportamentos, palavras, atos, gestos e textos que possam atentar contra a personalidade, dignidade ou integridade física ou psicológica de um trabalhador ou trabalhadora. Com relação a essa definição, o assédio moral é identificado como um abuso de poder que atenta contra os direitos trabalhistas das pessoas. Essas condutas, realizadas de maneira reiterada, constituem assédio moral e geram na vítima uma perda gradual de autoconfiança e autoestima, gerando estresse e abrindo a possibilidade a outras doenças físicas e psicológicas. Afetam sobremaneira a qualidade de seu trabalho e a qualidade de sua vida em geral, repercutindo em suas relações sociais e familiares. 30 EXEMPLOS DE CONDUTAS ABUSIVAS QUE CONFIGURAM ASSÉDIO MORAL: ♀ Gritar ou insultar a vítima na frente de outras pessoas ou na ausência destas; ♀ Designar objetivos ou projetos com prazos impossíveis de serem cumpridos; ♀ Sobrecarregar seletivamente a vítima, atribuindo muito trabalho em comparação aos demais trabalhadores; ♀ Ameaças reiteradas de demissão ou troca de setor como forma de punição; ♀ Tratar de maneira desrespeitosa, diferente, excluí-la; ♀ Modificar várias vezes as atribuições ou responsabilidades da trabalhadora sem seu prévio conhecimento; ♀ Ridicularizar a vítima e estigmatizá-la diante de outros trabalhadores; ♀ Invisibilizar a vítima, ignorá-la; ♀ Não repassar informações cruciais para o bom desempenho de seu trabalho ou manipular informações para induzir a vítima ao erro e depois acusá-la de negligente ou incompetente; ♀ Difamar a vítima com a finalidade de acabar com sua reputação e imagem pessoal; ♀ Ignorar os êxitos e conquistas profissionais; ♀ Criticar continuamente seu trabalho, suas propostas; ♀ Castigar ou impedir qualquer tomada de decisão ou iniciativa pessoal no marco de suas atribuições; ♀ Desvalorizar o trabalho, ideias ou resultados obtidos em comparação com os dos demais trabalhadores; ♀ Incentivar demais trabalhadores a participar de qualquer uma das ações anteriores mediante persuasão, coação ou abuso de autoridade. 31 ♀ Anotar tudo o que acontece, fazer um registro diário e detalhado do dia a dia do trabalho, procurando, ao máximo, coletar e guardar provas do assédio (bilhetes do assediador, documentos que mostrem o repasse de tarefas impossíveis de serem cumpridas ou inúteis, documentos que provem a perda de vantagens ou de postos etc.); ♀ Manter-se em alerta, mas sem pânico. ♀ Buscar ajuda nos canais de denúncia e acolhimento do próprio órgão público, quando existirem. ♀ Vencer o medo, denunciando sua situação a pessoas de sua confiança. É importante romper o silêncio e saber que não está sozinha. . ♀ Averiguar se outras pessoas estão na mesma situação, ou parecida ♀ Procurar informações sobre seus direitos e sobre as distintas instâncias de proteção. ♀ Procurar o sindicato, organizar-se. ♀ Evitar conversa, sem testemunha, com quem pratica a agressão. ♀ Em casos extremos, retirar-se do local de trabalho, explicitando, por escrito, que o motivo é a violência sexista no local de trabalho. ♀ Buscar orientação jurídica. ♀ Utilizar os distintos meios disponíveis de proteção que a legislação lhe garantir. 32 A primeira coisa a se fazer para combater a violência sexista nos locais de trabalho é manter um ambiente de trabalho que respeite a presença das mulheres. Brincadeiras consideradas “de macho” são desnecessárias no trabalho. Piadinhas, exibição de fotos e vídeos de mulheres nuas e comentários sobre aparências femininas devem ser evitados. Com isso, as mulheres poderão sentir-se mais respeitadas e confortáveis. É importante reforçar a solidariedade no local de trabalho, como forma de coibir o agressor, criando uma rede de resistência às condutas abusivas. Um ambiente de trabalho saudável, com condições dignas, é uma conquista diária, que requer “vigilância constante”, cooperação e respeito aos próximos e à condição individual de cada um. Onde buscar ajuda • Sindicato da categoria da vítima da violência; • DEAMs – Delegacias Especializadas no Atendimento às Mulheres; • Ministério Público; • Ministério do Trabalho; • Justiça do Trabalho; • Centros de Referência e apoio à vítimas de violência contra a mulher; • Movimentos sociais que discutam a temática. “Para colocarmos um fim na violência sexista, é necessário construirmos um outro modelo de sociedade, baseado na igualdade entre mulheres e homens em todas as esferas de suas vidas, seja em casa, no trabalho, nos estudos, nos diferentes espaços de poder ou em qualquer outro espaço.” 33 34 35 36 37 38 39 40 41
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