Buscar

Seguros_de_Riscos_Equipamentos_Rurais_2021

Prévia do material em texto

SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
5ª EDIÇÃO
RIO DE JANEIRO
2021
REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS
SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA
DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO
ASSESSORIA TÉCNICA
FÁBIO ROBERTO DIAS – 2021/2020/2019
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO
PICTORAMA DESIGN
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, sob 
quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros
E73s Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.
 Seguros de riscos rurais e equipamentos rurais / Supervisão e coordenação 
 metodológica da Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de 
 Fábio Roberto Dias. -- 5.ed. -- Rio de Janeiro: ENS, 2021.
 93 p.; 28 cm
 
 1. Seguro rural. 2. Equipamentos rurais. I. Dias, Fábio Roberto. II. Título. 
 
 0021-2557 CDU 368.5(072)
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
A 
ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito 
 educacional, que contribuem para um mercado de seguros, 
previdência complementar, capitalização e resseguro cada 
vez mais qualificado.
Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para 
profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros 
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e 
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem 
sólida trajetória acadêmica.
A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para 
o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a 
competitividade é cada vez maior.
 Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 1. UMA BREVE VISÃO DO AGRONEGÓCIO 8
 INTRODUÇÃO 9
 SEGURANÇA ALIMENTAR 10
 AGRONEGÓCIO 12
Os Principais Segmentos do Agronegócio 12
Importância do Agronegócio 13
Oportunidades 13
Pontos Fortes do Agronegócio Brasileiro 13
Pontos Fracos do Agronegócio Brasileiro 14
 O POTENCIAL DO AGRONEGÓCIO 15
 CRÉDITO RURAL PARA A AGRICULTURA COMERCIAL 17
 FIXANDO CONCEITOS 1 18
 2. CRONOLOGIA NO SETOR DE SEGURO RURAL 21
 INTRODUÇÃO 22
 CRONOLOGIA 23
Receitas do FESR 24
 FIXANDO CONCEITOS 2 30
 3. POLÍTICA AGRÍCOLA 32
 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO (MAPA) 33
Missão 33
Uma Parceria Histórica com o Agronegócio 33
 IMPORTÂNCIA DO MAPA 34
SUMÁRIO
INTERATIVO
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 A ESTRUTURA DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA 34
 FUNÇÕES DA EMBRAPA E DA CONAB 35
 FIXANDO CONCEITOS 3 37
 4. RISCO RURAL 39
 INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO AO PRODUTOR RURAL 40
 OPERAÇÃO DO SEGURO RURAL 41
Mensuração do Risco 41
Produção 42
Distribuição dos Prêmios 43
Sinistralidade do Seguro Agrícola 44
 CONCEITOS 45
Rural e Agrícola 45
Custeio, Produção, Rendimento e Índice 45
Safra e Safrinha 46
Zoneamento Agrícola 46
 RISCOS 48
Riscos Não Correlacionados 49
Riscos Correlacionados 49
Riscos Intermediários 50
 PREMISSAS 50
Redução do Risco 50
Reconhecimento de Riscos Não Seguráveis 51
 Resseguradores 51
 MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DO RISCO 52
Diversificação 52
Franquia 53
Redução do Prêmio 53
Cosseguro 53
Resseguro & FESR 54
Consórcio 54
 NORMAS QUE ATUALMENTE REGEM O SEGURO RURAL 55
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 LINHA DO TEMPO DO SEGURO RURAL NO BRASIL 57
 FIXANDO CONCEITOS 4 58
 5. RAMOS DO SEGURO RURAL 62
 INTRODUÇÃO 63
 MODALIDADES DO SEGURO RURAL 64
Seguro Agrícola 64
Seguro de Granizo x Seguro Multirrisco 64
Seguro de Animais 68
Seguro Pecuário 68
Seguro Aquícola 68
Seguro de Benfeitorias e Produtos Agropecuários 69
Seguro de Penhor Rural 69
Seguro de Florestas 71
 Seguro de Vida do Produtor Rural 72
 FIXANDO CONCEITOS 5 73
 6. OS DESAFIOS DO AGRONEGÓCIO 76
 INTRODUÇÃO 77
 GARGALO LOGÍSTICO 77
 SISTEMA TRIBUTÁRIO 78
 CONTROLE SANITÁRIO 79
 INCREMENTO DA COMPETITIVIDADE 79
 PESQUISA & DESENVOLVIMENTO (P&D) 80
 FIXANDO CONCEITOS 6 81
 7. EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS 83
 CONTEXTO HISTÓRICO 84
 FIXANDO CONCEITOS 7 88
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 ESTUDOS DE CASO 90
 GABARITO 93
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 94
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 8
UNIDADE 1
 ■ Compreender a importância do agronegócio brasileiro, 
reconhecendo suas características mercadológicas e seus 
pontos fracos e fortes, bem como delinear os principais 
segmentos do setor.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
01
Uma BREVE 
VISÃO do
AGRONEGÓCIO
⊲ INTRODUÇÃO
⊲ SEGURANÇA ALIMENTAR
⊲ AGRONEGÓCIO
⊲ O POTENCIAL DO 
AGRONEGÓCIO
⊲ CRÉDITO RURAL PARA A 
AGRICULTURA COMERCIAL
⊲ FIXANDO CONCEITOS 1
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 9
UNIDADE 1
 INTRODUÇÃO 
O Brasil tem uma inegável vocação agrícola e já é o segundo maior expor-
tador agrícola do mundo. Isto posto, é fácil perceber que o agronegócio 
brasileiro é uma atividade próspera, segura e rentável. Com um clima 
diversificado, chuvas regulares, energia solar abundante e quase 13% de 
toda a água doce disponível no planeta, o Brasil, conforme a Embrapa, 
ocupa com a produção agrícola em torno de 7,8% de suas terras, sendo 
65.913.738 hectares.
O agronegócio é, hoje, a principal locomotiva da economia brasileira e res-
ponde por um em cada três reais gerados no país.
O Brasil situa-se, no contexto mundial atual, como celeiro mundial em termos 
de agronegócio. O país possui 22% das terras agricultáveis do mundo, além 
de elevada tecnologia utilizada no campo, fazendo do agronegócio brasilei-
ro um setor moderno, eficiente e competitivo no cenário internacional.
Temos acompanhado o esforço do Governo Federal, por meio do Minis-
tério da Agricultura, no sentido de consolidar a agricultura brasileira como 
setor estratégico moderno e competitivo. Para isso, o governo brasileiro 
vem lutando, por meio de participação nos fóruns internacionais, pelo 
acesso ao mercado e redução dos subsídios. 
Você sabe o que o Brasil ganha com isso? Muita coisa. A segurança ali-
mentar é, por exemplo, uma questão estratégica que afeta diretamente a 
Comentário
Medidas para o 
Brasil ter maior 
produção agrícola:
 ■ Adoção de créditos 
com juros fixos.
 ■ Investimento em pesquisa.
 ■ Fortalecimento da defesa 
agropecuária.
 ■ Melhoria da infraestrutura de 
transporte, portos e armaze-
nagem.
 ■ Modernização do parque 
de máquinas e implementos 
agrícolas.
10
UNIDADE 1
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
população brasileira. Temos, hoje, alimentos de qualidade, ofertados 
durante todo o ano, e com um custo que não vem sofrendo aumentos 
significativos nos últimos anos. Esta é uma das contribuições importan-
tes do agronegócio brasileiro, com impactos diretos na inflação, na 
estabilidade econômica e, consequentemente, no bolso do consumidor. 
Somam-se a este quadro, o saldo positivo da balança de pagamentos e o 
impacto do setor no interior do país, gerando mais empregos e renda. A 
maioria dos seus cinco mil municípios, que representam 89% do total dos 
municípios brasileiros, é altamente dependente do agronegócio.
O setor do agronegócio precisa aproveitar o momento positivo para consoli-
dar sua imagem na sociedade, por meio de um plano de comunicação bem 
estruturado. O maior beneficiário não será o próprio setor, mas sim a socie-
dade, que estará assegurando as bases do desenvolvimento sustentável.
 SEGURANÇA ALIMENTAR 
O conceito de segurança alimentar foi consolidado na Cúpula Mundial de 
Alimentação, em 1996, na cidade de Roma, na qual os representantes de 
vários países, inclusive do Brasil, estiveram reunidos e elaboraram um Pla-
no de Ação da Cúpula Mundial da Alimentação, o qual previu que há “segu-
rançaalimentar quando as pessoas têm, a todo o momento, acesso físico e 
econômico a alimentos seguros, nutritivos e suficientes para satisfazer às 
suas necessidades dietéticas e preferências alimentares, a fim de levarem 
uma vida ativa e sã”.
O art. 6º da Constituição Federal de 1988 prevê, na sua atual redação, 
o seguinte:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o 
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdên-
cia social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados, na forma desta Constituição.
Portanto, o direito à alimentação é um direito fundamental. Além disso, tal direi-
to é entendido pela comunidade internacional como Direito Humano, de modo 
que, dentro do contexto dos direitos sociais, a segurança alimentar deve ser 
assegurada, sobretudo para que prevaleça a dignidade da pessoa humana.
Por essa razão, o agronegócio brasileiro está inserido no contexto da 
segurança alimentar em tal magnitude, que, ao se tratar de desenvolvi-
mento do setor, não há a menor dúvida de que existe a necessidade de 
maior controle e fiscalização dos produtos utilizados como insumos e dos 
produtos finais, tanto para consumo interno, como para exportações, man-
tendo assim soberania e a sustentabilidade alimentar do País.
11
UNIDADE 1
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
O conceito de segurança alimentar relaciona-se também com aspectos 
macroeconômicos, sobretudo no que concerne à inflação, a qual retira o 
poder de compra e restringe o acesso aos produtos. Desse modo, asse-
gurar padrões estratégicos de segurança alimentar é interagir, construtiva-
mente, com variáveis econômicas, políticas públicas, subsídios, proteções 
aos riscos, políticas sociais e agrárias, e zoneamentos agroclimáticos.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) tem como 
missão o desenvolvimento de políticas agrícolas que promovam a segu-
rança alimentar brasileira.
Em 16 de outubro, é celebrado o Dia Mundial da Alimen-
tação. A data foi criada para colocar na pauta das autori-
dades a importância de assegurar a alimentação adequa-
da como um direito humano. 
No Brasil, as políticas públicas voltadas a esse objetivo são 
estruturadas no âmbito do Sistema Nacional de Seguran-
ça Alimentar e Nutricional (SISAN).
O Sisan foi criado em 2006 pela Lei 11.346 para disciplinar 
a atuação do Poder Público com participação da socieda-
de organizada, além de desenvolver e implementar pla-
nos, programas e ações, com o intuito de assegurar o direi-
to à alimentação.
A norma estabelece o dever de o Poder Público “adotar 
as políticas e ações que se façam necessárias para pro-
mover e garantir a segurança alimentar e nutricional da 
população”. Nessa responsabilidade, estão não apenas o 
Executivo Federal, mas outros entes da Federação, como 
instituições públicas estaduais e municipais.
A lei desenhou a estrutura institucional do sistema a partir 
do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional 
(Consea), órgão voltado ao debate das diretrizes do siste-
ma, sendo composto por: Representações da sociedade e 
da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutri-
cional, instância de reunião dos órgãos do Governo Federal 
voltada à integração das políticas públicas da área.
Fonte: Agência Brasil
12
UNIDADE 1
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 AGRONEGÓCIO 
O agronegócio envolve toda a cadeia produtiva e de comercialização dos 
alimentos e fibras.
ALCANCE DO AGRONEGÓCIO
INSUMOS PRODUÇÃO COMERCIALIZAÇÃO
C
O
N
S
U
M
ID
O
RFertilizantes Agricultura & 
Pecuária
Atacadistas
Sementes Cooperativas
Herbicidas Agroindústria & 
Energia
Exportadores
Defensivos Varejistas
 — Os Principais Segmentos 
do Agronegócio
O quadro a seguir indica os principais segmentos do agronegócio.
SEGMENTOS DO AGRONEGÓCIO
ANTES 
DA PORTEIRA
DENTRO 
DA PORTEIRA DEPOIS DA PORTEIRA
MÁQUINAS E 
EQUIPAMENTOS
PRODUÇÃO 
AGROPECUÁRIA
AGROINDÚSTRIA 
(PROCESSAMENTO) DISTRIBUIÇÃO
Sementes Produção animal Indústria alimentar
C
O
N
S
U
M
ID
O
R
E
S
Comércio atacadista
Calcário Lavouras permanentes Indústria de bebidas Refeições industriais
Fertilizantes Lavouras temporárias Couro e calçados Fast-food
Rações Horticultura Têxtil e confecções Lojas de conveniência
Defensivos Fruticultura Papel e celulose Restaurantes, hotéis
Fármacos Veterinários Silvicultura Madeira e móveis Super/ hipermercados
Combustíveis Extração vegetal Álcool carburante Mercearias
Tratores Borracha natural Bares
Colheitadeiras Fumo e cigarros Padarias
Implementos Óleos e essências Açougues
Equipamentos Feiras e sacolões
Máquinas Exportação
Motores
Inseminação Artificial
Ordenha mecânica
Equipamentos de frio
SERVIÇOS DE APOIO
13
UNIDADE 1
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 — Importância do Agronegócio
O Agronegócio é um dos setores mais dinâmicos da economia:
 ■ Representou 21% do PIB brasileiro (2018).
 ■ Comporta 37% dos empregos.
 ■ US$ 1 milhão investidos na agropecuária equivale à geração de 
202 empregos (IBGE).
É também o maior gerador de divisas do país:
 ■ Gerou saldo comercial de US$ 75,5 bilhões em 2019.
 ■ Correspondeu a 43,2% do total das exportações brasileiras no 
mesmo ano.
 — Oportunidades
O agronegócio brasileiro é muito competitivo e oferece grandes oportunidades:
 ■ Aumento da produção, que garante o desenvolvimento do setor.
 ■ Maior oferta de empregos e aumento de renda.
 ■ Maior produção de alimentos e fibras.
 ■ Aumento nas exportações.
 ■ Maior produção de energia a partir de biocombustíveis.
 — Pontos Fortes do 
Agronegócio Brasileiro
 ■ Disponibilidade de terras e clima favorável.
 ■ Recursos humanos qualificados.
 ■ Capacidade de gestão.
 ■ Estrutura de comercialização.
 ■ Potencial para bioenergia.
 ■ Desenvolvimento tecnológico (diferencial).
14
UNIDADE 1
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 
CERRADO – DISPONIBILIDADE DE TERRAS
(MILHÕES DE HECTARES)
Área Total: 204
Área Agricultável: 137
Pastagem: (35)
Culturas Anuais: (10)
Culturas Perenes e Florestas: (2) 
Área Disponível: 90
Fonte: MAPA/SPC
Fonte: MAPA/SPC – www.agricultura.gov.br
 — Pontos Fracos do 
Agronegócio Brasileiro
 ■ Logística (transporte, armazenagem, portos).
 ■ A questão social.
 ■ Desenvolvimento da biotecnologia.
 ■ Ação proativa e profissionalização em negociações internacionais.
 ■ Políticas públicas.
15
UNIDADE 1
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
LOGÍSTICA DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
VITÓRIA
PONTA DA
MADEIRA
SANTARÉM
ITACOATIARA
SANTOS
BOLÍVIA
ARGENTINA
PARAGUAI
PARANAGUÁ
S.F. DO SUL
RIO GRANDE
LOGÍSTICA ATUAL
Ferrovias
Hidrovias
Portos
Nova fronteira agrícola
Fonte: MAPA/SPC – www.agricultura.gov.br
 O POTENCIAL DO 
 AGRONEGÓCIO 
O agronegócio no Brasil contribuiu com 21% do Produto Interno Bruto (PIB) 
do país em 2018, a maior participação em 13 anos, de acordo com esti-
mativa feita pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
16
UNIDADE 1
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
O Brasil detém terras abundantes, planas e baratas, com uma reserva de 
90 milhões de hectares; dispõe de produtores rurais experientes e capa-
zes de transformar essas potencialidades em produtos comercializáveis; 
detém um estoque de conhecimentos e tecnologias agropecuárias, trans-
formadoras de recursos em produtos.
Por qualquer ângulo que se analise o mercado, o tamanho que o Brasil 
adquiriu no campo do agronegócio é impressionante.
Estes são pontos que reforçam a importância do agronegócio no Brasil, 
além de sua grande competitividade, utilização de alta tecnologia e gera-
ção de empregos e riquezas para o país.
Feitas estas considerações, parece racional acreditar positivamente no 
futuro da produção brasileira. No caso da soja, podemos dizer que o Brasil 
é o único país capaz de prover o esperado aumento da demanda mundial, 
por possuir mais de 60milhões de hectares de terras aptas para a produ-
ção de grãos.
Quanto ao mercado externo, o agronegócio participa com 43,2% das 
exportações brasileiras. Em 2018, as exportações totais foram de US$ 
239,26 bilhões, e o agronegócio respondeu por US$ 103 bilhões, gerando 
um significativo saldo positivo na balança comercial agropecuária. A pauta 
de exportações é diversificada, abrangendo café, soja, carnes, fumo, suco 
de laranja, cacau, açúcar e álcool, frutas, flores, hortaliças, madeira, móveis 
e compensados, couros e peles, entre outros produtos.
Entre os principais obstáculos à ampliação das exportações estão:
 ■ O protecionismo dos países desenvolvidos.
 ■ O custo Brasil e as deficiências da política comercial brasileira.
 ■ A falta de promoção e de marketing dos produtos brasileiros.
 ■ A falta de tradição dos empresários.
Os principais destinos das vendas brasileiras são: China, União Europeia, 
Estados Unidos, Turquia e Hong Kong.
17
UNIDADE 1
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 CRÉDITO RURAL PARA A 
 AGRICULTURA COMERCIAL 
O crédito rural procura estimular os investimentos rurais, garantir o valor de 
custeio da produção e comercialização e, consequentemente, favorecer o 
setor rural, responsável pela produção de alimentos. Além disso tudo, ele 
permite o desenvolvimento de tecnologias que irão promover a melhoria da 
produtividade e o aumento da produção de alimentos.
O crédito rural pode ser solicitado por produtores rurais ou empresas agrope-
cuárias de pesquisa, de produção de mudas e sementes, de inseminação 
artificial para bovinos, de serviços mecanizados e outras empresas com fina-
lidade comercial. Com o crescimento da demanda do consumidor por alimen-
tos produzidos de forma mais saudável e com garantia de qualidade, recente-
mente as instituições financeiras de crédito rural iniciaram suas operações 
junto à atividade específica da agricultura orgânica.
As operações de crédito são segmentadas em duas atividades principais: 
agrícola, quando relacionadas ao plantio de culturas perenes e temporárias; 
e pecuária, quando associadas à criação de bovinos, caprinos, aves e outros 
animais. Além da divisão por atividade, cada operação de crédito está asso-
ciada a uma das finalidades: custeio, investimento e comercialização.
As exigências para a obtenção do crédito rural variam de acordo com a 
instituição financiadora.Algumas exigências são comuns, como:
 ■ A idoneidade do tomador.
 ■ A elaboração de planos ou projetos com orçamentos.
 ■ A capacidade de execução.
 ■ Um cronograma de desembolso e reembolso do dinheiro tomado.
Comentário
Vantagens 
competitivas do Brasil
Atualmente, as lavouras 
ocupam 64 milhões de 
hectares, a pecuária 220 
milhões, e as florestas 
cultivadas abrangem 7 milhões 
de hectares. Em termos de 
piscicultura, o Brasil dispõe da 
maior reserva de água doce do 
mundo e de uma das maiores 
costas marítimas.
Saiba mais
Sugestão de leitura
Crédito Rural 
https://www.gov.br/agricultura/pt-br
https://www.gov.br/agricultura/pt-br
18
FIXANDO CONCEITOS
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 FIXANDO CONCEITOS 1 
Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque 
a alternativa correta.
1. São considerados insumos na cadeia produtiva do agronegócio:
( ) Fertilizantes.
( ) Atacadistas.
( ) Sementes.
( ) Defensivos.
Agora assinale a alternativa correta:
(a) F, F, F, F.
(b) V, V, F, F.
(c) V, F, V, F.
(d) F, F, V, F.
(e) V, F, V, V.
Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta.
2. Podemos considerar pontos fortes do agronegócio brasileiro o(a)(s):
I) Disponibilidade de terras e clima favorável.
II) Recursos humanos qualificados.
III) Capacidade de gestão.
IV) Logística (transporte, armazenagem, portos).
Agora assinale a alternativa correta:
(a) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(b) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(c) Somente II e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, II e III são proposições verdadeiras.
(e) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.
19
FIXANDO CONCEITOS
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
Correlacione os itens a seguir e depois marque a alternativa correta.
3. O agronegócio envolve toda a cadeia produtiva e de comercialização 
dos alimentos e fibras. Associe insumo, produção e comercialização aos 
itens a que se referem:
1) Insumo.
2) Produção.
3) Comercialização.
( ) Herbicidas.
( ) Fertilizantes.
( ) Agricultura e pecuária.
( ) Atacadistas.
( ) Cooperativas.
Agora assinale a alternativa correta:
(a) 1, 1, 1, 2, 2.
(b) 1, 1, 2, 3, 3.
(c) 1, 2, 1, 2, 2.
(d) 2, 2, 1, 1, 1.
(e) 2, 2, 2, 1, 1.
Marque a alternativa correta.
4. Com relação à importância do agronegócio, podemos dizer que:
(a) É um dos setores mais dinâmicos da economia.
(b) Tem inexpressiva participação no PIB brasileiro.
(c) Concentra-se fortemente nas cidades.
(d) Depende exclusivamente da indústria.
(e) Gera poucos postos de trabalho.
Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta.
5. São pontos fracos do agronegócio brasileiro:
I) Logística (transporte, armazenamento, portos).
II) Potencial para bioenergia.
III) A questão social.
IV) Desenvolvimento da biotecnologia.
20
FIXANDO CONCEITOS
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
Agora assinale a alternativa correta:
(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(c) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(d) Somente I, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) Somente II, III e IV são proposições verdadeiras.
Marque a alternativa correta.
6. Em relação à segurança alimentar no contexto do agronegócio brasilei-
ro, podemos afirmar que:
(a) A segurança alimentar é considerada uma necessidade desvincu-
lada de aspectos econômicos como a inflação e o preço final pago 
pelo consumidor brasileiro.
(b) O agronegócio brasileiro desenvolve-se no sentido quantitativo da 
produção agrícola, desconsiderando a qualidade e o controle sani-
tário dos alimentos produzidos.
(c) O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA – tem 
como missão o desenvolvimento de políticas agrícolas que promo-
vam a segurança alimentar brasileira.
(d) O consumo interno brasileiro de produtos agrícolas apresenta tendên-
cia de queda quando se assegura a segurança alimentar à população.
(e) A disponibilidade de terras e a diversidade de climas do território 
brasileiro comprometem a segurança alimentar da população.
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 21
UNIDADE 202
 ■ Reconhecer cronologicamente toda a história do seguro 
rural no Brasil, considerando as características e as 
particularidades da CNSA, do FESR, do Proagro, da 
COSESP e do PSR.
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
CRONOLOGIA
no SETOR de
SEGURO RURAL
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
⊲ INTRODUÇÃO
⊲ CRONOLOGIA
⊲ COMPANHIA NACIONAL 
DE SEGURO AGRÍCOLA (CNSA)
⊲ FUNDO DE ESTABILIDADE 
DO SEGURO RURAL (FERS)
⊲ COMPANHIA DE SEGUROS DO 
ESTADO DE SÃO PAULO 
(COSESP)
⊲ PROGRAMA DE GARANTIA DA 
ATIVIDADE AGROPECUÁRIA 
(PROAGRO)
⊲ PROAGRO MAIS
⊲ PROGRAMA DE SUBVENÇÃO AO 
PRÊMIO DO SEGURO RURAL 
(PSR)
⊲ FIXANDO CONCEITOS 2
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 22
UNIDADE 2
 INTRODUÇÃO 
O seguro é uma das mais antigas instituições idealizadas pelo Homem para 
lidar com eventos incontroláveis, de maneira a reduzir a incerteza ou o ris-
co presente no mundo real. A maioria dos riscos apresenta consequências 
econômicas, e são esses riscos e suas consequências que interessam ao 
mercado segurador.
Diversos mecanismos no seguro surgiram com o objetivo de reduzir o ris-
co, por exemplo: diversificação, autosseguro, reservas de crédito, investi-
mentos em redução da perda ou mecanismos baseados na pulverização 
do risco pelo mercado. Entretanto, restam ainda muitas formas de perdas 
econômicasque não podem ser evitadas, como a maior parte das ques-
tões climáticas.
Quando falamos de clima, existem situações cuja probabilidade de perda 
ou dano não pode ser reduzida. Tendo em vista esse problema, a transfe-
rência desse risco (ou parte dele) por meio da contratação de um seguro 
é uma das formas mais eficientes de proteção. Atualmente, o seguro se 
encontra difundido no mundo todo e em diversos setores da economia, 
entre eles, o setor agropecuário.
23
UNIDADE 2
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 CRONOLOGIA 
1954 – Criação da CNSA – Cia 
Nacional de Seguro Agricola
Em 1954 o Governo Federal elaborou instrumentos legais, possibilitando a 
criação da Companhia Nacional de Seguro Agricola (CNSA), visando fomen-
tar o desenvolvimento do Seguro Agricola no pais.
A CNSA era uma empresa de economia mista, cujas ações pertenciam ao 
Banco do Brasil (sócio principal, com cerca de 45%), seguradoras privadas 
(20%) e autarquias federais (35%). A CNSA não executou projeto algum.
1966 – Regulamentação do Seguro Rural
Houve, entre outras mudanças a regulamentação do Seguro Rural, por meio 
do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, representaram as primeiras 
tentativas de estruturação desse mecanismo no pais. 
Essa norma criou o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), que tem 
por fim equilibrar o mercado de Seguro Rural, minimizando os prejuízos das 
seguradoras em caso de sinistros abrangentes, como secas e geadas, e 
sua administração fica sob a responsabilidade da ABGF - Agência Brasileira 
Gestora de Fundos Garantidores e Garantias, desde de novembro de 2015.
De acordo com essa sistemática, as seguradoras que operam com Seguro 
Rural devem, obrigatoriamente, contribuir para o Fundo de Estabilidade do 
Seguro Rural (FESR), em função do resultado positivo em cada exercício nas 
modalidades garantidas pelo Fundo, segundo os seguintes percentuais:
I) Seguros Agrícola, Pecuário, Aquícola e de Florestas – 30%.
II) Seguro de Penhor Rural – 50%.
Em caso de sinistros catastróficos abrangente, o FESR cobre o prejuízo causa-
do pelo elevado numero de indenizações concentradas que devem ser pagas.
As sociedades seguradoras e os Resseguradores recuperam do FESR a 
parcela de seus sinistros retidos quando esta se situa entre 100% e 150% 
dos prêmios puros ou é superior a 250% dos prêmios puros. A faixa de 
150% a 250% pode ser amparada por um contrato de resseguro, uma vez 
que não e coberta pelo FESR.
Para fins de calculo de recuperação, são considerados créditos aos prê-
mios ganhos as comissões de resseguro recebidas pelas sociedades 
seguradoras nas operações garantidas pelo FESR.
24
UNIDADE 2
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 — Receitas do FESR
As receitas do FESR têm as seguintes origens:
 ■ Excedentes do Maximo admissível tecnicamente como lucro nas 
operações de Seguros Agrícola, Pecuário, Aquícola, de Florestas 
e Penhor Rural.
 ■ Credito especial da União, quando necessário, para a cobertura de 
deficiência operacional verificada no exercício anterior.
Atualmente, o FESR não atende as necessidades do mercado de seguro 
rural, uma vez que este não e reconhecido como mecanismo garantidor do 
equilíbrio das carteiras das seguradoras. As razoes para isso estão no fato 
de que o fundo tem dificuldades de pagamento das coberturas em virtude 
de contingenciamentos de recursos e da falta de previsão orçamentária 
por parte do Governo Federal. Trata-se de problemas que transcendem 
aspectos jurídicos e dizem respeito a confiabilidade, a tempestividade das 
coberturas, a adequação das faixas de cobertura e ao modo de participa-
ção e contribuição das seguradoras, as quais o consideram apenas como 
um limitador de lucratividade da operação no seguro rural.
São essas as deficiências que justificam a criação do Fundo de Catástrofe 
da Lei Complementar no 137/2010, com o objetivo de substituir o FESR.
Contudo, apesar de necessária, a regulamentação avança com lentidão 
pelo Governo Federal. Permanecem pendentes, para a regulamentação, 
as definições de mecanismos de garantia de pagamento no prazo que res-
guarde a eficiência do novo fundo; os limites de cobertura; como será a 
participação e a contribuição das entidades privadas do mercado de segu-
ros e do próprio Governo Federal, assim como a constituição e criação do 
fundo com a origem de recursos, dentre outros aspectos.
1969 – Criação da Companhia de Seguros 
do Estado de Sao Paulo (COSESP)
Operava basicamente, em Sao Paulo e no Parana e representou um dos 
poucos exemplos de sucesso nesse segmento.
E a seguradora com a mais longa historia de Seguro Agricola no pais, com 
uma experiência única no ramo, sendo uma empresa de economia mista.
No início, as operações da COSESP eram amparadas pelo governo do Esta-
do de Sao Paulo. Atualmente, tal respaldo e buscado com o FESR e o mer-
cado ressegurador. A longevidade dessa companhia deve-se, em grande 
parte, a fatores como a limitação geográfica de sua atuação e a inexistência 
de coberturas amplas em regiões onde as lavouras apresentassem riscos 
que a empresa não tivesse condições de avaliar com segurança.
25
UNIDADE 2
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
Com base nessa política de atuação, que perdurou por 27 anos, a segura-
dora decidiu expandir-se, passando a abranger um maior numero de cul-
turas, riscos e regiões. Em termos gerais, a experiência da COSESP apre-
senta como características principais, forte base agronômica, alto custo 
operacional e alta sinistralidade.
A seguradora já não vinha operando de forma significativa desde 2004, 
quando sofreu grandes prejuízos pela sinistralidade, e recentemente o 
governo do Estado de São Paulo conseguiu autorização da Assembleia 
Legislativa do Estado para a venda da seguradora.
1973 – Criação do Proagro - PROGRAMA DE 
GARANTIA DA ATIVIDADE AGROPECUÁRIA
Em 1973, foi criado o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária 
(PROAGRO), que tinha por objetivo eximir o produtor das obrigações finan-
ceiras do credito rural, caso houvesse quebra de produção em decorrência 
de eventos naturais.
O Proagro possui duas modalidades: 
1) o PROAGRO, atende aos demais agricultores. Algumas regras 
são diferentes em cada uma das modalidades;
2) o PROAGRO Mais, atende aos agricultores familiares do Pro-
grama Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
O Programa foi instituído pela Lei no 5.969/1973, com a finalidade de eximir 
o produtor rural do valor correspondente ao credito de custeio contrata-
do por intermédio do agente financeiro, o que o tornava uma espécie de 
“Seguro de Credito”, protegendo mais os agentes financeiros do que os 
produtores. 
Alem disso, por se tratar de um programa de Governo, não estava sujeito 
as demais regras do Seguro Rural.
Historicamente, o PROAGRO foi alvo de denuncias de fraude, alem de ser 
financeiramente inviável, uma vez que o volume total de prêmios arreca-
dado, na grande maioria dos anos, era insuficiente para cobrir os custos 
das indenizações, havendo necessidade de aporte financeiro. Alem disso, 
devido a dificuldade de fiscalização e aos constantes entraves burocráti-
cos, um grande número de indenizações não foi honrado, o que levou o 
programa ao descrédito.
A partir de 1995, após sua reformulação, os preços cobrados aos agriculto-
res e as coberturas do programa passaram a ser calculados com base no 
zoneamento agricola. Isso permitiu a regionalização das datas de plantio 
e a consequente redução e diferenciação, por cultura, do valor do premio.
26
UNIDADE 2
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
A motivações para a criação do Proagro
A criação do PROAGRO foi motivada pelos seguintes fatos:
 ■ Ausência de um mecanismo de proteção contra perdas da pro-
dução agropecuária decorrentes de causas naturais fortuitas, com 
consequente descapitalização e crescente endividamento dos 
produtores.
 ■ Fracasso na implantação da CompanhiaNacional de Seguro Agri-
cola (CNSA). A Companhia Nacional de Seguro Agrícola (CNSA), 
criada em 1954 e extinta em 1966 sem ter conseguido sequer emi-
tir uma única apólice.
 ■ Existência de modelos, em outros países, onde o governo conce-
de créditos ou assume despesas advindas de perdas de produção.
 ■ Necessidade de institucionalizar um mecanismo de garantia das 
operações de credito rural que pudesse ser usado em substituição 
as garantias reais ou fidejussórias usualmente exigidas pelo siste-
ma bancário.
A administração do PROAGRO cabe ao Banco Central do Brasil, segundo 
normas aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e os recur-
sos financeiros eram provenientes da taxa do adicional (premio), fixada 
na média 1% ao ano (dependendo da cultura) sobre o saldo devedor do 
empréstimo rural (custeio e investimento), de verbas do Orçamento da 
União e de outros recursos alocados.
A Lei Agricola (Lei no 8.171/1991), regulamentada pelo Decreto no 175/1991 
e pela Resolução no 1. 855/1991, instituiu o Conselho Nacional de Políti-
ca Agrícola e modificou as regras do programa (fase a partir da qual se 
denomina PROAGRO NOVO), com destaque para a possibilidade de se 
enquadrar em atividades não financiadas e a restrição de o enquadramen-
to aplicar-se apenas as operações de custeio (exclusão das operações de 
investimento).
Essa regulamentação traduziu a preocupação em tornar o PROAGRO 
autossuficiente, de forma que os adicionais arrecadados em cada safra 
suportassem as despesas apuradas no mesmo período.
No que se refere as fontes de recursos, passou-se a considerar os resulta-
dos das aplicações financeiras dos saldos existentes, e a participação do 
Tesouro Nacional ficou limitada aos casos em que a disponibilidade do pro-
grama não fosse suficiente para cobrir os prejuízos, quando da ocorrência 
de adversidades climáticas generalizadas.
Nesse sentido, foram elevadas as alíquotas dos adicionais, e as normas 
do PROAGRO foram simplificadas com o claro objetivo de reduzir custos.
27
UNIDADE 2
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
A adesão ao PROAGRO é facultativa, e, atualmente, as alíquotas do adicio-
nal variam de acordo com a atividade (de 1,2% para o custeio pecuário até 
11,7% para o custeio do cultivo de sequeiro do arroz, feijão, aveia, centeio, 
cevada, trigo e triticale, etc.). Porém a contratação é permitida apenas aos 
produtores rurais que Nos empreendimentos em que não for prevista a 
prestação de assistência técnica, as alíquotas são acrescidas de dois pon-
tos percentuais, por serem considerados de maior risco.
Em função do desempenho do produtor, a cobertura do PROAGRO, quan-
do devida, corresponde a, no mínimo, 70% e, no máximo, 100% do limi-
te de cobertura (calculado excluindo-se dos recursos comprovadamente 
aplicados, financiados e próprios, as perdas não amparadas e as receitas 
produzidas pelo empreendimento).
Os eventos causadores de perdas são comunicados formalmente pelo 
produtor ao agente do programa, responsável pela solicitação de pericia, 
que executada por empresas de assistência técnica, profissionais autôno-
mos ou pertencentes ao próprio quadro da instituição financeira.
Cabe ao agente examinar o pedido de cobertura, avaliando-o no prazo de 
15 dias uteis, contados do recebimento do laudo pericial. O produtor não 
satisfeito com a decisão tem o direito de recorrer a Comissão Especial de 
Recursos (CER), a quem compete julgar, em única instancia administrativa, 
os recursos interpostos ao PROAGRO.
Proagro Mais
Criado em 2004, um desmembramento do programa principal voltado 
para a agricultura familiar. Ele atende os participantes do Programa Nacio-
nal de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), que são os agri-
cultores, pescadores, aquicultores e silvicultores que faturaram até R$ 360 
mil nos últimos 12 meses, diferente do Proagro que os contratantes devem 
ser aqueles que investem até 300 mil de custeio.
O beneficiário do Proagro Mais, além das garantias do Proagro, também 
tem direito a enquadrar um valor a título de garantia de renda mínima. Esse 
valor está vinculado ao orçamento de custeio da lavoura e busca garantir a 
subsistência do pequeno agricultor em caso de perdas de receitas.
2002 – PSR – Subvenção ao 
Prêmio do Seguro Rural
Em 2002, o Congresso Federal apresentou projeto, dispondo sobre a sub-
venção econômica ao prêmio do Seguro Rural, que foi convertido na Lei 
10.823, de 19 de dezembro de 2003.
A finalidade do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural é dar 
apoio aos produtores rurais que desejam proteger suas lavouras contra 
riscos climáticos adversos. 
28
UNIDADE 2
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
Por meio da subvenção o Governo Federal apóia financeiramente àqueles 
produtores que contratarem essa modalidade de garantia, arcando com 
parcela dos custos de aquisição do seguro. O percentual de subvenção 
pago pelo Governo Federal varia de 20% a 40% de acordo com as priorida-
des da política agrícola formulada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária 
e Abastecimento (Mapa). As modalidades de seguro rural amparadas pelo 
PSR são agrícola, pecuária, florestas e aquícola.
A finalidade do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural é dar 
apoio aos produtores rurais que desejam proteger suas lavouras contra 
riscos climáticos adversos. 
Por meio da subvenção o Governo Federal apóia financeiramente àqueles 
produtores que contratarem essa modalidade de garantia, arcando com 
parcela dos custos de aquisição do seguro. 
Abaixo seguem tabelas atuais dos percentuais concedidos. Importante 
salientar que a cada ano estes percentuais e limites podem sofrer altera-
ções, como tem ocorrido desde sua implantação.
29
UNIDADE 2
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
A SUBVENÇÃO PARA O ANO DE 2021 SEGUE OS SEGUINTES LIMITES E 
PERCENTUAIS DE SUBVENÇÃO
MODALIDADES 
DE SEGURO
GRUPOS DE ATIVIDADES
TIPOS DE 
COBERTURA
TIPO DE PRODUTO
PERCENTUAL 
DE SUBVENÇÃO
LIMITE 
ANUAL
AGRÍCOLA
Soja
Riscos Nomea-
dos Multirisco
Custeio/Produtivi-
dade/ 
Receita
20%
R$ 48.000,00
Grãos de verão
Riscos 
Nomeados
Custeio/Produtivi-
dade
20%
Custeio/Produtivi-
dade
25%
Multirrísco Receita 30%
Grãos de inverno
Riscos 
Nomeados
Custeio/Produtivi-
dade
35%
Multirrísco
Custeio/Produtivi-
dade/ 
Receita
40%
Frutas, Olerícolas, 
Cana-de-açucar e Café
- - 40%
FLORESTAS
Silvicultura 
(florestas plantadas)
- - 40% R$ 24.000,00PECUÁRIO
Aves. bovinos, bubalinos, 
caprinos, equinos, ovinos 
e suínos
AQUICULTURA
Carcinicultura, maricultura 
e piscicultura
SEGURO PARAMÉTRICO PARA AS MODALIDADES AGRÍCOLAS, FLORESTAS, PECUÁRIO E AQUÍCOLA 20%
Observar a 
modalidade
VALOR MÁXIMO DE SUBVENÇÃO (CPF/ANO) R$ 120.000,00
Grãos de verão: algodão, amendoim, arroz, fava, feijão 1ª safra, girassol e milho 1ª safra
Grãos de inverno: aveia, canola, cevada, centeio, feijão 2ª safra, milho 2ª safra, sorgo, trigo e triticale
 Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento. 
30
FIXANDO CONCEITOS
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 FIXANDO CONCEITOS 2 
Marque a alternativa correta.
1. Sobre o PROAGRO podemos afirmar que:
(a) A adesão ao PROAGRO é facultativa, e, atualmente, as alíquotas do 
adicional variam de acordo com a atividade.
(b) Tem atuação sobre catástrofes generalizadas.
(c) Com a extinção da CNSA, criou-se o PROAGRO Novo.
(d) Trata-se do maior programa de seguro privado já operado no país.
(e) Utiliza experiências apenas de seguradoras nacionais.
2. Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta.
I) Em 1966, é criado o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), 
e extinta a Companhia Nacional de Seguro Agrícola.
II) A Companhia Nacional de Seguro Agrícola foi criada em 1954, como 
uma empresa de economia mista, para fomentar o desenvolvimento 
do Seguro Agrícola no país.
III) O FESR foi criado para dar suporte financeirosempre que o sistema 
tivesse prejuízos.
IV) Inicialmente, a Companhia de Seguros do Estado de São Paulo foi 
criada para operar nos estados de São Paulo e Paraná.
V) O FESR tem, como uma de suas fontes de receita, um percentual 
dos resultados superavitários das operações de seguro nos Ramos 
Agrícola, Pecuário, Aquícola, de Florestas e Penhor Rural.
Agora assinale a alternativa correta:
(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente III e IV são proposições verdadeiras.
(c) Somente I, II e V são proposições verdadeiras.
(d) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições falsas
31
FIXANDO CONCEITOS
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
Marque a alternativa que preencha corretamente as lacunas.
3. O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO) foi ins-
tituído pela Lei nº 5.969/1973, com a finalidade de eximir o produtor rural 
do cumprimento de obrigações financeiras relativas a operações de cré-
dito __________________, quando da ocorrência de perdas das recei-
tas esperadas, em consequência de fenômenos __________________, 
 pragas e doenças que atingissem bens, rebanhos e plantações.
(a) financeiro / sazonais.
(b) industrial / ocasionais.
(c) comercial / artificiais.
(d) rural / artificiais.
(e) rural / naturais.
Marque a alternativa correta.
4. Para que as seguradoras possam ter a garantia do Fundo de Estabili-
dade do Seguro Rural, é preciso que elas operem com alguns ramos de 
seguro. Um deles é o: 
(a) Seguro de Automóvel.
(b) Seguro Incêndio.
(c) Seguro Aeronáutico.
(d) Seguro de Vida.
(e) Seguro Pecuário.
Analise se as proposições a seguir são verdadeiras ou falsas e depois 
marque a alternativa correta
5. Em relação ao Fundo de Estabilidade do Seguro Rural (FESR), pode-se 
afirmar que suas receitas têm as seguintes origens:
( ) Excedentes do máximo admissível tecnicamente como lucro nas 
operações de Seguro Agrícola, Pecuário e outros.
( ) Crédito especial da União, quando necessário, para cobertura de 
deficiência operacional verificada no exercício anterior.
( ) As receitas dos Seguros de Vida realizados no campo.
( ) As receitas provenientes dos lucros dos Seguros de Crédito à Exportação.
Agora assinale a alternativa correta:
(a) V, F, F, F. (d) V, V, V, V.
(b) V, V, F, F. (e) F, V, V, V.
(c) V, V, V, F.
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 32
UNIDADE 303
AGRÍCOLA
 ■ Reconhecer as funções do Ministério da Agricultura, 
considerando as políticas agrícolas do setor.
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
POLÍTICA
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
⊲ MINISTÉRIO DA 
AGRICULTURA PECUÁRIA E 
ABASTECIMENTO (MAPA)
⊲ IMPORTÂNCIA DO MAPA
⊲ A ESTRUTURA DO MINISTÉRIO 
 DA AGRICULTURA
⊲ FUNÇÕES DA EMBRAPA 
 E DA CONAB
⊲ FIXANDO CONCEITOS 3
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 33
UNIDADE 3
 MINISTÉRIO DA 
 AGRICULTURA PECUÁRIA E 
 ABASTECIMENTO (MAPA) 
 — Missão
Formular e implementar políticas para o desenvolvimento do agronegó-
cio, integrando os aspectos de mercado, tecnológicos, organizacionais e 
ambientais para o atendimento aos consumidores do país e do exterior, 
promovendo a segurança alimentar, a geração de renda e emprego, a 
redução das desigualdades e a inclusão social.
 — Uma Parceria Histórica 
com o Agronegócio
A missão institucional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-
mento (MAPA) é de estimular o aumento da produção agropecuária e o 
desenvolvimento do agronegócio, com o objetivo de atender ao consumo 
interno e formar excedentes para exportação. Isso tem como consequên-
cia a geração de emprego e renda, a promoção da segurança alimentar, a 
inclusão social e a redução das desigualdades sociais.
Para cumprir sua missão, o MAPA formula e executa políticas para o desenvol-
vimento do agronegócio, integrando aspectos mercadológicos, tecnológicos, 
científicos, organizacionais e ambientais para o atendimento aos consumido-
res brasileiros e ao mercado internacional. A atuação do ministério baseia-se 
na busca de sanidade animal e vegetal, na organização da cadeia produtiva 
do agronegócio, na modernização da política agrícola, no incentivo às expor-
tações, no uso sustentável dos recursos naturais e no bem-estar social.
A infraestrutura básica do MAPA é formada pelas áreas de política agrícola 
(produção, comercialização, abastecimento, armazenagem e indicadores 
de preços mínimos):
 ■ Produção e fomento agropecuário.
 ■ Mercado, comercialização e abastecimento agropecuário.
 ■ Informação agrícola, defesa sanitária (animal e vegetal).
 ■ Fiscalização dos insumos agropecuários.
 ■ Classificação e inspeção de produtos de origem animal e vegetal.
 ■ Pesquisa tecnológica, agrometeorologia, cooperativismo e asso-
ciativismo rural.
 ■ Eletrificação rural.
 ■ Assistência técnica e extensão rural.
Importante
O Ministério possui uma extensa 
ramificação de empresas que 
dão suporte às suas ações. 
São exemplos de empresas 
vinculadas ao MAPA: Companhia 
Nacional de Abastecimento 
(Conab), Empresa Brasileira 
de Pesquisa Agropecuária 
(Embrapa), Instituto Nacional de 
Meteorologia (Inmet), 
entre outras.
34
UNIDADE 3
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
Uma das inovações da atual gestão do MAPA foi a criação de câmaras 
setoriais das diversas cadeias produtivas do agronegócio (carne, leite, 
avicultura, açúcar e álcool, fruticultura, entre outras). Elas reúnem repre-
sentantes do Governo e do setor privado para debater e propor políticas 
públicas para o agronegócio brasileiro.
O Ministério da Agricultura também é responsável pela agropecuária e pelo 
agronegócio no Brasil em nível federal. Ser responsável pela agricultura sig-
nifica entender como é a dinâmica desse setor no Brasil, quais as potenciali-
dades, quais as principais barreiras enfrentadas pelos produtores e quais as 
consequências ambientais e sociais decorrentes dessa produção para o país.
 IMPORTÂNCIA 
 DO MAPA 
O Ministério da Agricultura é importante, pois o setor agropecuário tem alta 
representatividade na economia do país. 
O Brasil possui uma das áreas mais agricultáveis do mundo, e as condições 
climáticas e territoriais, como vimos anteriormente, nos dão grande vantagem 
e capacidade de produção. Além da produção para o mercado interno, desta-
ca-se a posição do Brasil em fornecer alimentos para grande parte do mundo. 
No que diz respeito aos produtos agrícolas, nós exportamos muito mais 
do que importamos, logo, esse setor tem importante contribuição para o 
equilíbrio da balança comercial. 
 A ESTRUTURA DO MINISTÉRIO 
 DA AGRICULTURA 
Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA/MAPA)
Responsável por acompanhar a saúde animal e a sanidade vegetal 
dos produtos, por meio de fiscalização, monitoramento e rastrea-
mento, tanto para a produção interna quanto para os produtos a 
serem exportados. Por meio de prevenção e controle, busca-se 
erradicar doenças animais e pragas vegetais.
35
UNIDADE 3
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
Secretaria de Política Agrícola (SPA/MAPA)
Responsável por formular políticas agrícolas e de segurança alimen-
tar a serem desenvolvidas pelo governo federal e por avaliar os resul-
tados das políticas econômicas adotadas pelo Ministério para o setor.
Secretaria de Relações Internacionais do Agronegó-
cio (SRI/MAPA)
Responsável por representar o Brasil em órgãos e acordos inter-
nacionais relacionados ao agronegócio, promover os produtos 
brasileiros no exterior, atrair investimentos estrangeiros e realizar 
cooperação técnica com outros países.
Secretaria da Mobilidade Social, do Produtor Rural e 
do Cooperativismo (SMC/MAPA)
Responsável pelas ações de promoção e apoio ao pequeno e 
médio produtor rural por meio de ações de educação e qualifica-
ção rural, estímulo ao cooperativismo e ao associativismo, assistên-
cia técnica e extensão rural, boas práticas e desenvolvimento rural.
Instituto Nacional de Meteorologia(INMET/MAPA)
Responsável por elaborar e implementar pesquisas agrometeoro-
lógicas e de acompanhamento de mudanças climáticas, além de 
divulgar avisos sobre as condições climáticas e ambientais.
 FUNÇÕES DA EMBRAPA 
 E DA CONAB 
Empresa Brasileira de Pesquisa 
Agropecuária (EMBRAPA)
Seu papel é atuar no fomento da agricultura e pecuária por meio da gera-
ção de conhecimento e desenvolvimento de tecnologias para o setor. A 
EMBRAPA se tornou reconhecida internacionalmente pela excelência em 
ciência e tecnologia, servindo como modelo para outros países.
As tecnologias desenvolvidas pela EMBRAPA ao longo desses anos contribuí-
ram para que o Brasil se tornasse o 2º produtor de soja no mundo bem como 
para os aumentos significativos na oferta de carne bovina e frango no país.
36
UNIDADE 3
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
Companhia Nacional de 
Abastecimento (CONAB)
A CONAB conta com mais de 90 unidades armazenadoras de alimentos no 
país para estocar produtos agrícolas e garantir o suprimento da população. 
Como atua no território, serve como um braço do Ministério da Agricultura 
no fornecimento de informações que ajudam na tomada de decisão de 
políticas públicas do Governo Federal como, por exemplo, sobre produção, 
previsão de safra, custos de produção, armazenamento e estoques.
O trabalho da CONAB contribui para garantir renda ao produtor rural, segu-
rança alimentar e nutricional à população e regularidade no abastecimento 
de produtos.
37
FIXANDO CONCEITOS
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 FIXANDO CONCEITOS 3 
1. Marque a alternativa que preencha corretamente as lacunas:
A missão institucional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-
cimento (MAPA) é: “estimular o aumento da produção agropecuária e o 
desenvolvimento do _____________, com o objetivo de atender ao con-
sumo interno e formar excedentes para ____________________.
(a) agronegócio / exportação.
(b) setor industrial / importação.
(c) setor pesqueiro / exportação.
(d) comércio / importação.
(e) setor automotivo / exportação.
2. Marque a alternativa correta.
Com relação ao desenvolvimento do agronegócio em bases sustentáveis, 
pode-se afirmar que:
(a) Decorre exclusivamente de investimentos financeiros.
(b) A utilização de tecnologia avançada supre todas as necessidades.
(c) Resulta da sinergia de mudanças tecnológicas e político-institucionais.
(d) Resulta da vontade política da sociedade como um todo.
(e) Decorre de um perfeito acompanhamento das variações climáticas.
3. Marque a alternativa correta.
No que diz respeito ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimen-
tos (MAPA), é correto afirmar que:
(a) O Brasil mais exporta do que importa alimentos.
(b) O agronegócio brasileiro ainda é incipiente e precisa se desenvolver.
(c) Os produtores rurais brasileiros são iniciantes no que tange às lavou-
ras.
(d) O MAPA não tem estrutura adequada para atender ao mercado.
(e) O Ministério da Agricultura é um órgão sem importância para o país.
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 38
UNIDADE 4
 ■ Compreender as 
características e os 
conceitos inerentes aos 
riscos seguráveis do 
segmento rural, bem 
como suas premissas 
e os mecanismos 
de transferência de 
riscos, considerando 
todas as diretrizes e as 
peculiaridades do setor.
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
 ■ Entender como funciona a 
proteção e a operação dos 
seguros dos ramos rurais, 
utilizando como base as 
condições vigentes.
RISCO
04
RURAL
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
⊲ INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO 
AO PRODUTOR RURAL
⊲ OPERAÇÃO DO 
SEGURO RURAL
⊲ CONCEITOS
⊲ RISCOS
⊲ PREMISSAS
⊲ MECANISMOS DE 
TRANSFERÊNCIA DO RISCO
⊲ NORMAS QUE ATUALMENTE 
REGEM O SEGURO RURAL
⊲ LINHA DO TEMPO DO 
SEGURO RURAL NO BRASIL
⊲ FIXANDO CONCEITOS 4
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS 39
UNIDADE 4
 INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO 
 AO PRODUTOR RURAL 
Em todo o mundo, o Seguro Rural é um dos mais importantes instrumen-
tos de política agrícola, por permitir ao produtor proteger-se contra perdas 
decorrentes, principalmente, de fenômenos climáticos adversos, sendo 
indispensável à estabilidade da renda dos produtores, à geração de empre-
go no campo e ao desenvolvimento tecnológico rural.
É uma atividade abrangente, que cobre não só a agricultura, mas também a ati-
vidade pecuária, o patrimônio do produtor rural, seus produtos, o crédito para 
comercialização desses produtos, além do Seguro de Vida dos produtores.
No Brasil, esse seguro cumpre um importante papel social e econômico, pois:
 ■ Freia o êxodo rural, permitindo a continuidade das atividades do 
trabalhador rural, devido à indenização recebida em caso de sinis-
tro, o que propicia a realização de investimentos produtivos.
 ■ Minimiza a inadimplência do produtor rural com as instituições 
financeiras que concedem o crédito rural, porque, mesmo com a 
ocorrência do sinistro, haverá recursos para saldar a dívida adqui-
rida. Com isso, o custo do crédito fica reduzido para o produtor, 
alavancando a produção agrícola brasileira.
40
UNIDADE 4
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 OPERAÇÃO DO 
 SEGURO RURAL 
O Seguro Rural, mais especificamente o Seguro Agrícola, é o ramo de seguro 
sujeito ao maior número de riscos e é o de maior dificuldade de precificação.
O Seguro Rural possui peculiaridades que o diferem dos demais ramos 
de seguros. A principal delas é a ocorrência cíclica dos eventos meteoro-
lógicos, que variam no decorrer dos anos. Com isso, para a precificação 
correta desse tipo de seguro e para a mensuração do risco, não bastam 
conhecimentos estatísticos e atuariais, mas há, também, a necessidade de 
utilização de pesquisas agronômicas.
 — Mensuração do Risco
A mensuração do risco é muito difícil, no Brasil, pela falta de informações 
históricas. Por isso, atualmente, utilizam-se experiências dos ressegurado-
res internacionais instalados no país. Esta prática, contudo, reduz a preci-
são na taxação das apólices, devido à utilização de experiências de outros 
países.
Atualmente, esse problema vem sendo reduzido com a utilização de dados 
agrícolas e climáticos, pelos órgãos de pesquisa/pesquisadores, e o desen-
volvimento de pesquisas sobre riscos agrícolas nas universidades.
Além disso, a SUSEP passou a solicitar dados estatísticos relativos a 
cada ano-calendário para que seja possível acompanhar o resultado das 
carteiras de Seguro Rural e verificar se as taxas estão adequadas aos 
riscos assumidos.
O Seguro Rural exige grandes investimentos por parte das seguradoras 
para que tenham condições técnicas de operar no ramo. Tanto na acei-
tação do risco quanto na liquidação de sinistro, algumas culturas neces-
sitam de inspeções individuais, acarretando o deslocamento de técnicos 
das seguradoras, instaladas nos grandes centros, para lugares longínquos, 
onde se encontram os objetos segurados. Por esse motivo, são poucas as 
seguradoras que operam esse seguro.
Para viabilizar suas operações, a maioria das seguradoras contrata empre-
sas especializadas na aceitação e liquidação de Seguros Rurais, o que 
pode tornar os prêmios do seguro superiores aos níveis aceitáveis pelo 
produtor. Conclui-se, com isso, que a extensão territorial do Brasil impõe 
um custo operacional muito alto às sociedades seguradoras.
Saiba mais
O Seguro Rural difere de 
outros Ramos, como Vida, 
Saúde, Roubo, Incêndio e 
Colisão, pois, nestes últimos, 
os sinistros podem ser eventos 
independentes. Ou seja, a 
ocorrência de um sinistro 
não altera as probabilidades 
atribuídas à ocorrência de outros. 
Por exemplo, o fato de um 
segurado ter falecido não altera 
a probabilidade de que um outro 
venha a falecer também.
Já o mesmo não ocorre no 
Seguro Rural, no qual o fato de 
um segurado, por exemplo, ter 
sua lavoura atacada por certa 
praga aumenta a probabilidade 
de que a lavoura de um vizinho 
venha a ser atacada pela mesmapraga. Isto também ocorre com 
outros tipos de eventos danosos, 
como seca, chuva excessiva, 
granizo, geada.
41
UNIDADE 4
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 — Produção
A produção do Seguro Rural (prêmios) vem crescendo em grande escala, 
como podemos observar no gráfico a seguir.
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 
PRÊMIO EMITIDO SEGURO RURAL – BRASIL (2005-2019)
EM MILHÕES DE REAIS
269,4
452,8
328,6
779,3
1.022,9 1.022,9
1.246,0
1.471,3
2.329,2
2.894,0
3.271,4
3.642,6
4.124,6
4.594,5
5.310,8
2017 2018 2019
 Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos mercados 
supervisionados do Centro de Estatística da SUSEP – 2018.
No entanto, tal crescimento ainda é pequeno se olharmos o desempenho do 
agronegócio. Quando comparamos os prêmios arrecadados com o Seguro 
Rural com os do mercado segurador nacional como um todo, verificamos 
uma pequena participação desse seguro, como observamos no gráfico a 
seguir. Portanto, ainda existe um grande potencial de crescimento.
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
4,00%
3,50%
3,00%
2,50%
2,00%
1,50%
1,00%
0,50%
0,00%
0,28%
0,15%0,20%
0,21% 0,27%
0,33% 0,33%
0,43%
0,61% 0,63%
0,68%
0,77%
0,67%
1,09% 1,14%
1,19%
1,03%
1,67%
1,96%
3,42%
3,76%
4,10%
 4,27%
4,73%
0,74%
PARTICIPAÇÃO DO SEGURO RURAL 
NO MERCADO DE SEGUROS (1995-2019)
5,00%
 
Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos mercados 
supervisionados do entro de Estatística da SUSEP- 2019.
42
UNIDADE 4
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 — Distribuição dos Prêmios
A distribuição dos prêmios por região, no ano de 2019, deu-se da forma apresen-
tada na tabela a seguir
DISTRIBUIÇÃO DE PRÊMIOS POR REGIÃO (2019)
REGIÃO % DO PRÊMIO
Sul 38,55
Sudeste 27
Centro-Oeste 24,81
Nordeste 5,89
Norte 3,75
Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos 
mercados supervisionados do Centro de Estatística da SUSEP (2019).
O Rio Grande do Sul foi o estado que mais arrecadou prêmios em 2019, 
com 18,73% do total, seguido do Paraná, com 16,38%, e de São Paulo 
(SP), com 15,12%. Estes três estados juntos representam 50,23% de todo 
o prêmio emitido no Seguro Rural anualmente.
Analisando a produção do Seguro Rural por modalidade, em 2019, a 
modalidade com maior volume de prêmio foi o Seguro Agrícola (englo-
bando as operações com e sem participação do FESR).
A segunda modalidade, em volume de prêmio, foi o Penhor Rural. Essas 
duas modalidades juntas representam mais de 69% de todo o segmento 
de Seguros Rurais, como mostra a tabela a seguir.
PRODUÇÃO DO SEGURO RURAL POR MODALIDADE (2019)
RAMO PRÊMIO DIRETO (R$) %
1101 / 1102 – Seguro Agrícola 2.410.934.592 45,40
1162 / 1163 – Penhor Rural 1.285.920.645 24,21
1198 – Seguro de Vida do Produtor Rural 1.165.780.518 21,95
1130 – Seguro Benf. e Prod. Agropecuários 408.127.550 7,68
1107 / 1108 – Seguro Florestas 21.707.888 0,41
1164 – Seguros Animais 12.024.080 0,23
1103 / 1104 – Seguro Pecuário 6.328.201 0,20
1105 / 1106 – Seguro Aquícola 0 0,00
1109 – Seguro da Cédula do Produto Rural 0 0,00
Totais 5.310.823.473 100,00
Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos mercados supervisiona-
dos do Centro de Estatística da SUSEP ( janeiro a dezembro de 2019).
Saiba mais
Sugestão de leitura
Distribuição de Prêmios 
www.susep.gov.br
http://www.susep.gov.br
43
UNIDADE 4
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 — Sinistralidade do Seguro Agrícola
A tarifação do Seguro Agrícola é muito difícil no Brasil, por falta de dados 
estatísticos e estudos climáticos. Portanto, pode haver uma grande varia-
bilidade nas sinistralidades, dependendo das ocorrências cíclicas dos 
eventos meteorológicos, como podemos observar na tabela a seguir. 
Esse é um dos principais motivos de as seguradoras necessitarem de 
que haja a cobertura de resseguradores e do FESR para comercializar o 
Seguro Agrícola.
VARIAÇÃO DE SINISTRALIDADE
ANO SINISTRALIDADE
1995 77
1996 80
1997 46
1998 156
1999 62
2000 117
2001 69
2002 227
2003 25
2004 267
2005 365
2006 29
2007 45
2008 40
2009 79
2010 6,5
2011 45
2012 83
2013 37
2014 18
2015 89
2016 76
2017 44
2018 50
2019 54
Fonte: SES – Sistema gerador de estatísticas dos mercados 
supervisionados do Centro de Estatística da SUSEP – 2019.
44
UNIDADE 4
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 CONCEITOS 
Começando pelo conceito de que o bem segurado pode englobar desde a vida 
e o patrimônio do produtor rural até a safra, temos que ter em mente que, no 
Seguro de Safra, o bem não é sempre o mesmo e que, no risco rural, lida-se com 
a chance ou probabilidade de consequências desfavoráveis sobre organismos 
vivos expostos a céu aberto, sobre os quais o produtor não tem controle.
 — Rural e Agrícola
No Brasil, sempre foi relativamente confusa a terminologia das atividades 
que, direta ou indiretamente, exercem o papel de seguro para a ativida-
de agropecuária. É muito comum que muitos agricultores façam confusão 
entre o Seguro Rural Privado e os programas governamentais, destacan-
do-se, entre eles, o PROAGRO.
O conceito de Seguro Rural Privado, tal qual é utilizado hoje em dia, con-
sidera-se tratar do seguro operacionalizado por seguradoras, nas áreas 
de Seguro Agrícola, Seguro de Penhor Rural, Seguro Pecuário, Seguro de 
Florestas e outras modalidades previstas, mas pouco exploradas.
A atividade do PROAGRO, que, por muitos, é considerada como Seguro 
Rural Governamental (Agrícola), não deve ser entendida como Seguro 
Rural do ponto de vista legal.
A nova classificação dos ramos de seguros, determinada pela SUSEP, pre-
vê a existência do Grupo 11 (Rural/Animais), que abrange todos aqueles 
seguros direcionados à agricultura e à pecuária. O Seguro Agrícola, por 
sua vez, é tão somente um dos ramos participantes do grupo.
 — Custeio, Produção, Rendimento e Índice
Como o mercado está mudando, novas transações deverão exigir desenhos 
alternativos na transferência de riscos e compensação de prejuízos. Embora 
já existam várias formas de comercialização, as que se encontram mais pre-
sentes no mercado são:
 ■ Seguros de Custos (ou de Custeio) – o objeto do seguro é a inde-
nização da despesa de custeio da safra, do preparo do solo à colhei-
ta. Esse seguro permite que, sobrevindo o sinistro, o agricultor tenha 
recursos para o replantio (se a indenização ocorrer em tempo hábil) 
ou, pelo menos, possa manter-se na atividade.
 ■ Seguro de Produção – o objeto do seguro é a indenização da perda 
de produção do agricultor. A perda de produção é a diferença entre a 
produção em quantidade (toneladas ou sacas por hectare), estimada na 
contratação da apólice, e a produção verificada por ocasião da colheita.
Rural
Conjunto amplo de seguros 
direcionados à agricultura 
e pecuária.
Agrícola
Subdivisão do Ramo de Seguro 
Rural, direcionado a culturas 
permanentes e temporárias.
Custeio
Seguro limitado ao custo de im-
plantação, manutenção e colheita.
Produção
Seguro atrelado ao montante físico 
colhido, normalmente medido em 
toneladas, sacas ou arrobas.
Rendimento
Seguro que garante a produção 
por hectare tanto contra risco físico 
quanto de mercado.
Índice
Seguro de produtividade associado 
a indicador regional.
45
UNIDADE 4
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 ■ Seguro de Rendimento – o objeto do seguro é a indenização 
da perda de receita do agricultor por hectare cultivado. A perda 
de receita é a diferença entre a receita esperada e a receita efeti-
va, obtida por ocasião da venda. A receita esperada depende da 
produtividade física da lavoura (toneladas ou sacas por hectare) 
e, também, do preço do produto, e ambos têm um forte compo-
nente aleatório. A receita esperadaé, portanto, o produto de uma 
promessa tecnológica (a produção futura) pelo preço futuro do 
bem que vier a ser colhido. O ressarcimento é baseado no valor 
das perdas que podem decorrer, tanto do risco físico da produção 
quanto do risco de mercado.
 ■ Seguro de Índice – o objeto do seguro é a indenização da perda 
de produtividade, associada a um indicador regional. A perda é 
estimada por meio de um índice que determina a quebra de pro-
dutividade (toneladas ou sacas por hectare) da região. A quebra é 
determinada pelo confronto das produtividades estimada e efetiva.
 — Safra e Safrinha
Uma das principais características dos produtos agrícolas é a sazonalidade 
da produção, ou seja, sua oferta ao mercado é concentrada em épocas 
bem definidas do ano, devido a restrições impostas pelo clima aos cultivos 
agrícolas. Vem daí o conceito de safra, nome que se atribui ao período de 
colheita e, também, ao ciclo de desenvolvimento da cultura. Normalmente, 
a safra restringe-se a um período dentro de um ano, mas, em função das 
características das culturas, pode variar, ocorrendo mais de uma safra por 
ano (hortaliças), duas safras por ano (uvas de mesa) ou, ainda, uma safra a 
cada dois anos (café).
Muitas vezes, quando o produtor antecipa ou posterga o plantio ou con-
dução de uma lavoura, ele está expondo sua atividade a um risco climáti-
co, como geada, frio ou seca. É a chamada safrinha. No entanto, deve-se 
esclarecer que toda a cadeia relacionada ao agronegócio deve respeitar 
esse conceito de safra.
 — Zoneamento Agrícola
O zoneamento agrícola é um valioso instrumento de apoio à Política Agrícola 
do Governo Federal, sendo fruto de um contrato firmado entre o Ministério 
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Fundação de Empreen-
dimentos Científicos e Tecnológicos (FINATEC/UnB).
O projeto inicial objetivava o desenvolvimento de estudos de regionali-
zação dos sinistros climáticos no Brasil, visando minimizar as perdas na 
produção agrícola e disponibilizando ao produtor rural técnicas que permi-
tiriam fugir de riscos climáticos oriundos do regime de chuva.
Safra
É o período de colheita e, também, 
o ciclo de desenvolvimento 
adequado de uma cultura agrícola.
Safrinha
Está associada à época antecipada 
ou adiada de plantio, em um 
período curto e pouco apropriado, 
em que a lavoura está mais exposta 
a riscos como geada, frio ou seca.
Atenção
As seguradoras não aceitam 
riscos de áreas que estejam 
fora do zoneamento agrícola.
46
UNIDADE 4
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
EXEMPLO DE MAPA DE ZONEAMENTO CLIMÁTICO 
PARA UMA REGIÃO E UMA CULTURA
ZONEAMENTO AGROCLIMÁTICO DA CULTURA DO FEIJÃO
NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Favorável
Intermediária
Desfavorável
Inapta
CICLO MÉDIO 
SOLO TIPO 1 
SEMEADURA: 21 A 28/02
Fonte: MAA/FINAJEC-UnB/EMBRAPA-CPAC-C-
NPMS/PESAGRO-RIO/ANEEL/INMET/SERLA – 
www.embrapa.br, 2017.
Atualmente, sua finalidade é mais ampla e, com base em dados 
técnico-científicos, oferece orientações de períodos de plantio por município, 
por cultura e tipos de solo, de modo a evitar adversidades climáticas respon-
sáveis por perdas na agricultura. Assim, a minimização dessas perdas, em 
razão da ocorrência de geadas, seca e outros eventos climáticos adversos, 
elimina reflexos negativos no abastecimento e nos preços dos produtos.
Essas informações são divulgadas e disponibilizadas a associações de 
produtores, entidades de assistência técnica e extensão rural, agentes 
financeiros, cooperativas, secretarias de agricultura e entidades públicas/
privadas ligadas ao setor, inclusive seguradoras.
Com isso, as seguradoras tornaram-se mais conservadoras no momento 
da taxação do seguro: quando o produtor rural não segue as orientações 
do zoneamento, é possível que sua proposta de seguro não seja aceita.
Um dos maiores desafios do Seguro Agrícola no Brasil é reunir informação 
e tecnologia organizadas, passo a passo, em protótipos que facilitem o 
entendimento dos sistemas de produção pelos agentes seguradores.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com o apoio 
da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e de várias 
outras organizações, desenvolveu um modelo de zoneamento agrícola 
http://www.embrapa.br
47
UNIDADE 4
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
que tem sido extremamente importante na redução de riscos e perdas. 
Esse modelo define zonas homogêneas quanto à precipitação pluviomé-
trica, à capacidade de retenção de umidade dos solos e aos ciclos dos 
cultivares. Essas zonas podem ainda ser homogêneas, se subdivididas em 
função de outras características do solo.
Dentre as ferramentas necessárias à implementação de um programa de 
Seguro Agrícola sustentável, o zoneamento agrícola é um dos pilares fun-
damentais, tanto no sentido de reduzir as perdas causadas por eventos 
climáticos quanto no de melhorar o controle das operações e também 
aumentar a produtividade, direcionando as safras às regiões mais 
apropriadas para cada cultivo. 
Saiba mais
O aquecimento da Terra nos próximos 100 anos requer uma tomada urgente de posi-
ção não apenas para tentar frear o efeito estufa. Por causa das alterações futuras no 
clima do planeta, é preciso estar preparado para a mudança de zoneamento agrícola, 
em que as culturas deverão migrar para regiões onde o cultivo possa ser sustentado.
 RISCOS 
A crescente alocação de capital e os riscos associados à tendência de 
especialização do setor agropecuário têm criado exposição financeira 
para a qual o seguro é indispensável. Ciclos de El Niño, La Niña, furacões, 
geadas e inundações estão tornando a produção agropecuária menos 
previsível para o produtor rural, para o mercado de commodities, para a 
indústria de processamento de alimentos e para os consumidores, criando 
demandas crescentes para a transferência de risco.
Uma peculiaridade do Seguro Agrícola consiste na definição de unidade 
segurada, que dependerá do tamanho da propriedade e irá afetar a taxa 
de prêmio necessária para manter um programa atuarialmente viável.
Há duas modalidades mais conhecidas:
 ■ Quadra ou talhão – refere-se à possibilidade de o produtor segu-
rar cada unidade separadamente, o que torna o seguro mais van-
tajoso ao produtor, principalmente em grandes propriedades.
 ■ Toda a propriedade – refere-se a todas as quadras ou talhões 
operados por um produtor, considerados uma única unida-
de. Em outras palavras, todos os hectares plantados com 
uma cultura segurável, operados por um produtor, devem 
ser segurados.
48
UNIDADE 4
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
Portanto, tendo em mente que todos os riscos não são iguais e que riscos 
diferentes requerem modos diferentes de distribuição, costuma-se classifi-
car, genericamente, os eventos em não correlacionados e correlaciona-
dos ou, ainda, intermediários.
 — Riscos Não Correlacionados
São assim denominados, pois os sinistros ocorrem de forma indepen-
dente. São situações em que os riscos não se comunicam, gerando per-
das pontuais, pois nem todos, em uma mesma região, experimentam ocor-
rências iguais ao mesmo tempo, podendo ser efetivamente gerenciados.
As experiências mostram que os mercados de seguros, de maneira geral, 
estão mais bem adequados à distribuição de riscos não correlatos. É o caso, 
por exemplo, de automóveis e danos à propriedade devido a fogo e vendaval, 
enquanto, no Seguro Agrícola, temos o exemplo clássico das tempestades 
de granizo. As seguradoras, normalmente, trabalham melhor quando riscos 
independentes estão agregados para tomar vantagem sobre os princípios 
básicos de diversificação, pois, ao agregar riscos similares independentes em 
um único pacote de seguro, reduz-se a perda variante.
Nesses casos, a contribuição financeira do governo é dispensável, sendo 
mais importante que ele exerça suas funções clássicas de disseminar infor-
mações, garantir o cumprimento doscontratos, defender a concorrência e 
proteger o consumidor, regulando e fiscalizando as seguradoras, especial-
mente na definição de parâmetros técnicos.
 — Riscos Correlacionados
São assim denominados, pois os sinistros ocorrem de forma generalizada. 
São situações em que os riscos são interdependentes e aos quais, portanto, 
os tradicionais mecanismos de redução do risco global não se aplicam.
Na realidade, são o calcanhar de aquiles do Seguro Rural. Sinistros de 
natureza catastrófica, como seca, geada e pestes, podem atingir deze-
nas de municípios e milhares de produtores.
Em se tratando de Seguro Agrícola, deve-se analisar um efeito impor-
tante e complicado que é o aumento na capacidade de previsão de 
eventos sazonais extremos. Em alguns casos, com muitos meses de 
antecedência, como os fenômenos El Niño e La Niña. Esses eventos de 
natureza generalizada também têm característica sistêmica, pois, além 
de ocorrerem com certa frequência e causarem prejuízos que afetam 
não somente uma região, repetem-se de tempos em tempos.
49
UNIDADE 4
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
São os sinistros que, conforme sua magnitude, podem determinar o com-
prometimento da atividade financeira de uma seguradora ou do próprio 
sistema de seguro, pois são abrangentes e, ao mesmo tempo, implicam 
perdas extraordinárias.
Nesse caso, a participação do Governo na partilha do risco torna-se reco-
mendável, como forma de estimular o desenvolvimento do mercado de segu-
ro privado, atuando somente quando estritamente indispensável e de forma a 
minimizar distorções na alocação de recursos da sociedade, sem se transfor-
mar em um mecanismo de transferência de renda a grupos de seu interesse.
 — Riscos Intermediários
Alguns desastres naturais não são nem altamente independentes, nem 
altamente correlacionados. São os chamados riscos intermediários que, 
teoricamente, aumentam o custo marginal do seguro, reduzindo sua oferta.
Esses riscos, como enchentes, terremotos, furacões, requerem um trata-
mento diferenciado, que exige maior compreensão e conhecimento (tan-
to de perdas quanto administrativo), fundamentais no cálculo de custos, 
como no carregamento de reservas, no carregamento catastrófico e no 
cálculo de taxas de prêmio e sinistros.
No caso hipotético de um furacão se aproximando, os seguradores pode-
riam ir ao mercado de capitais para comprar cobertura extra.
Para riscos intermediários, os custos históricos de perdas podem não ofe-
recer estimativas precisas. Eventos de baixa frequência e de alta conse-
quência podem facilmente ser subestimados ou superestimados durante 
o período histórico usado para desenvolver os custos de perdas, sendo 
necessários muitos anos de indenizações e prêmios para avaliar a sinistra-
lidade. Deve-se, também, acrescentar a este fato que falhas de informação 
podem levar ao risco moral e à antisseleção.
 PREMISSAS 
 — Redução do Risco
É a minimização do risco utilizando tecnologias associadas ao processo de 
cultivo, também chamadas de “práticas agrícolas”, e a perfeita definição de 
“onde se deve plantar” e “quando se deve plantar”. O objetivo é reduzir 
as restrições impostas por fatores naturais e geográficos. Questões como 
esta estão contempladas na seção “Zoneamento Agrícola” deste material.
Lembre-se
Riscos não 
correlacionados
Riscos independentes, com 
perdas pontuais.
Riscos correlacionados
Riscos interdependentes, com 
perdas generalizadas.
Riscos intermediários
Eventos de baixa frequência e 
alta consequência.
50
UNIDADE 4
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
Alguns exemplos são as pragas e doenças contagiosas quando houver 
prevenção ou tratamento. Deve-se dispender o que for necessário para 
prevenir sua instalação e disseminação, mas não para indenizar aqueles 
que, por negligência, deixarem de tomar as medidas preventivas. O segu-
ro não pode desestimular a prevenção, até porque os seguros de 
lavouras no Brasil não indenizam estes eventos, salvo o PROAGRO e 
eventuais riscos previamente negociados com as seguradoras.
 — Reconhecimento de Riscos 
Não Seguráveis
Prevenir-se contra a ocorrência de sinistros é sempre mais barato do que 
remediar seus efeitos. É o caso de haver riscos onde a atividade não seja 
recomendada por não conter os pressupostos mínimos de segurabili-
dade, ou seja, atividades que não são passíveis de serem seguradas. 
Assim, os métodos utilizados em taxação do Seguro Rural, especificamen-
te do Agrícola, dependem do tipo de cobertura e dos dados disponíveis.
A taxação agrícola pode ser baseada no histórico de perdas do seguro ou, 
para novos seguros, no histórico de perdas de produtividade.
A experiência tem mostrado que o modelo mais adequado é taxar o risco, 
mas, como em muitas partes do mundo, inclusive no Brasil, tais dados não 
existem, torna-se necessário contar com a larga experiência de ressegu-
radores internacionais que têm conhecimento sobre a natureza do risco 
associada à suscetibilidade de perdas de cada cultura.
Caso não seja possível examinar ou estimar os custos de perda física ou 
por meio do histórico de indenizações, utilizando-se dados climáticos con-
fiáveis, dentro de níveis aceitáveis de confiança e avançadas técnicas esta-
tísticas, o risco pode se tornar não segurável.
 — Resseguradores
A necessidade de favorecer o aumento da capacidade das seguradoras 
para a retenção de maior volume de negócios em nossa economia tor-
nava urgente a dinamização do mercado de resseguros, com o fim do 
monopólio do IRB.
Portanto, com a Lei 126/2007, foi autorizada a entrada de novos ressegu-
radores no mercado de seguros brasileiros.
51
UNIDADE 4
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
A abertura do resseguro brasileiro aos players internacionais foi um 
avanço e representa uma excelente perspectiva para a comercialização 
de seguros agrícolas no Brasil. Em que pese a entrada de novos par-
ceiros no mercado de resseguro, os problemas estruturais brasileiros 
persistem e mesmo com os novos resseguradores continuarão a existir: 
a falta de dados históricos confiáveis, a pouca cultura do seguro por 
parte do agricultor nacional, as altas despesas administrativas das segu-
radoras e a inexistência de uma participação estatal mais significativa, 
elementos que não desaparecerão com a simples abertura do mercado.
Não existem no mundo muitos resseguradores operando efetivamente 
no seguro agrícola e a maioria dessas companhias já operava no Brasil 
por intermédio de contratos automáticos ou facultativos. Com a abertura 
do mercado, importantes mudanças ocorreram, pois deu-se às 
seguradoras que atuam no ramo a possibilidade de assumirem mais 
riscos e maior expertise por conta do know how dos resseguradores 
estrangeiros. Além disso, contamos com um aumento das 
seguradoras atuantes no seguro rural.
 MECANISMOS DE 
 TRANSFERÊNCIA DO RISCO 
De modo geral, o agricultor não faz uso em larga escala do seguro como 
ferramenta para sua administração de riscos.
No entanto, não sendo possível evitar o risco em sua integralidade, você 
verá a seguir que há vários mecanismos para sua diluição e partilha.
 — Diversificação
Embora este item já tenha sido analisado como um princípio do seguro, trata-
-se, na realidade, também de um mecanismo de proteção. Ao partilhar o risco 
entre o maior número de produtores, aqueles produtores que não sofrerem
o risco contribuem com uma pequena parcela para a cobertura das grandes
perdas dos demais. É o que chamamos de princípio do mutualismo, muito
compreendido no meio rural, berço do sistema cooperativo nacional.
52
UNIDADE 4
SEGUROS DE RISCOS RURAIS E EQUIPAMENTOS RURAIS
 — Franquia
Uma das formas de tornar o prêmio economicamente viável decorre de o 
produtor preferir aceitar uma pequena e consistente parcela de perda a 
enfrentar o risco de uma grande perda não desejável, mas possível. Com 
a participação no risco, o produtor tem um incentivo

Continue navegando