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Art. 12, §3, da Lei n.8.078/90 § 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar: I - que não colocou o produto no mercado; II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros *A inversão do ônus da prova pode decorrer da lei (ope legis – fica a critério do juiz a inversão do ônus da prova), como na responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço (Art. 12 e 14 CDC), ou por determinação judicial (ope judicis), como no caso dos autos, versando acerca da responsabilidade por vicio no produto (Art. 18, CDC). Hipóteses do Art. 12, §3°: I – a não colocação do produto no mercado como causa excludente de responsabilidade - na atual conjuntura em que vive nossa sociedade, muitas vezes despida de qualquer valor moral e com estilo de vida pautado no lema “tudo é possível em prol de minha sobrevivência”, a citada causa excludente de responsabilidade ganha relevância. - cumpre destacar que a excludente ora estudada enaltece a existência da presunção de que o produto foi introduzido no mercado de consumo pelo fornecedor, na medida em que apareceu no mercado. Assim, caberá ao fornecedor elidir tal presunção. II – A comprovação da inexistência do defeito como causa excludente de responsabilidade do fornecedor pelo fato do produto -Neste caso o fornecedor assume que colocou o produto no mercado de consumo, mas comprova que o defeito inexiste. Neste caso, rompido estará uma vez o nexo de causalidade, isentando, portanto, da responsabilidade - E de acordo com Cavalieri Filho ao ensinar que há “igualmente, aqui, uma presunção que milita contra o fornecedor, ao qual caberá elidi-la”. III – A culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros como causa excludente de responsabilidade do fornecedor pelo fato do produto - Somente se a exclusividade da responsabilidade pelo causar do dano for atribuída ao consumidor ou a terceiro é que estará isento o fornecedor de responder pelos prejuízos sofridos pelo vulnerável - Culpa concorrente: quando a culpa é do fornecedor e do consumidor, cada um responde na medida da sua responsabilidade, da sua contribuição pelo evento danoso, NÃO exclui a responsabilidade do fornecedor - Terceiro é aquele que não integra a relação de consumo, estranho ao vínculo entre o fornecedor e consumidor, alheio à cadeira de fornecimento. Caso fortuito e força maior como causas excludentes de responsabilidade do fornecedor pelo fato do produto - Caso fortuito ou força maior rompem o nexo de causalidade e, portanto, são causas excludentes de responsabilidade nas relações de consumo desde que ocorram após a inserção do produto no mercado de consumo. Isto porque é dever do fornecedor inserir no mercado de consumo produto de qualidade, não podendo invocar conduta humana ou fenômeno da natureza como responsáveis pela deterioração de um produto se tal acontecimento ocorrer antes de introduzir no mercado. - Se ocorrer caso fortuito ou força maior enquanto estava com o fornecedor, não exime de responsabilidade Ex: se um laboratório de medicamentos tem seu galpão inundado por fortes chuvas que foram as responsáveis pela deterioração de seus medicamentos, estes não poderão jamais ser introduzidos no mercado de consumo, pois o fenômeno da natureza aqui ocorreu antes da colocação do bem no mercado. - Se ocorrer caso fortuito ou força maior a partir do momento que o produto já estava com o consumidor, exime de responsabilidade. Ex: o consumidor comprar o produto que necessita ser refrigerado, ocorrer um caso fortuito ou força maior e a geladeira parar de refrigerar.
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