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Responsabilidade no Código de Defesa Consumidor
O Direito do Consumidor trouxe uma nova sistemática para a responsabilidade civil, consagrando a responsabilidade objetiva em caso de danos aos consumidores. Dessa forma, não é necessário a comprovação da culpa.
Essa responsabilidade tem como base a teoria do risco da atividade, ou seja, o fornecedor ao exercer uma atividade no mercado de consumo aceita os riscos dessa atividade e não o consumidor. Em outras palavras, quem exerce uma atividade no mercado de consumo, dela obtendo vantagem econômica, tem o dever de responder pelos eventuais vícios ou defeitos dos produtos ou serviços fornecidos independentemente de culpa.
A teoria do risco da atividade é a única capaz de trazer e promover a justiça distributiva nas relações de consumo. A partir do momento em que há transferência para o fornecedor dos riscos da atividade, ele pode, por meio dos mecanismos de preço, diluir os riscos por toda a sociedade.
Os regimes de responsabilidade civil se dividem em responsabilidade pelo fato do produto e do serviço e em responsabilidade pelo vício do produto e do serviço. A aplicação de cada regime é feita com base na teoria da qualidade. A teoria da qualidade fundamenta-se na ideia de que o fornecedor possui um dever de qualidade, ou seja, os produtos colocados no mercado de consumo devem ter qualidade tanto no prisma da segurança quanto no da adequação. 
A qualidade em segurança significa que os produtos não podem oferecer riscos à saúde, à integridade física e psíquica do consumidor, enquanto que a qualidade em adequação é aquela em que o fornecedor só pode colocar no mercado de consumo produtos que sejam adequados ao fim a que se destinam.
O descumprimento do dever de qualidade-segurança atrai a incidência do regime de responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço. Logo, os produtos ou serviços que não possuem qualidade-segurança são considerados com defeito.
Já o descumprimento do dever de qualidade-adequação atrai a incidência do regime de responsabilidade pelo vício do produto ou do serviço. Trata-se de vício do produto ou do serviço, quando ausente.
Percebe-se, portanto, que a distinção entre defeito e vício se relaciona à teoria da qualidade. Em resumo, defeito é falha de segurança (decorrente do descumprimento do dever de qualidade-segurança), que insere no produto ou serviço uma potencialidade danosa por ele normalmente não possuída e, assim, inesperada para o consumidor. Por outro lado, o vício é a inadequação do produto ou serviço ao fim a que se destina, decorrente do descumprimento do dever de qualidade-adequação (vício de qualidade), ou ainda, a diferença quantitativa entre o que é informado ao consumidor e o que é efetivamente fornecido (vício de quantidade). 
O artigo 12 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) disciplina a responsabilidade civil pelo fato do produto. Inicialmente, observa-se que se trata de responsabilidade objetiva, independe de culpa. Os danos são causados por um defeito no produto, caracterizando falha de segurança. 
O artigo 12 do CDC enumera aindaos fornecedores responsáveis pelo fato do produto: 
Fabricante: é aquele que, efetivamente, participa da fabricação de determinado produto, mesmo que seja apenas um componente do produto. Igualmente, o montador do produto será considerado fabricante. 
Produtor: é aquele que disponibiliza no mercado de consumo produtos não industrializados.
Importador: é aquele que coloca no mercado de consumo nacional produtos de origem estrangeiras.
Construtor: é aquele que disponibiliza no mercado de consumo um bem imóvel. 
A doutrina, com base no artigo 12 do CDC, identifica três espécies de fornecedores: real, presumido, aparente. O fornecedor real é aquele que efetivamente participa do processo de fabricação do produto, a exemplo do fabricante, do produtor e do construtor. O fornecedor presumido é aquele que não participa diretamente do processo de fabricação/produção/construção do produto, é apenas um intermediário entre quem fabrica e o consumidor, como o importador (é considerado fornecedor por presunção legal). E o fornecedor aparente é aquele que põe uma marca nos produtos disponibilizados ao consumidor e cria neste a confiança no produto comercializado. Os defeitos desses produtos são de responsabilidade do franqueador. 
Para que haja a responsabilização dos fornecedores pelo fato do produto, é necessário a presença de determinados pressupostos, tais como conduta, dano, nexo causal e defeito. 
A conduta caracteriza-se pela colocação do produto no mercado de consumo pelo fornecedor. Cita-se, como exemplo, a compra de óculos da marca “X” na Rua 25 de Março, em SP, pela metade do preço. Ao acionar judicialmente o fornecedor da marca “X”, este não poderá ser responsabilizado, pois não colocou o produto (falsificado) no mercado de consumo. Há, claramente, ausência de conduta. 
O dano deve ser extrínseco ao produto, ou seja, o defeito deverá causar um dano externo, extrapolando os limites da depreciação econômica do produto. Por exemplo, a aquisição de uma motocicleta com problemas de freios, em que o consumidor detecta o problema antes que ocorra um acidente (não gera responsabilidade pelo fato do produto). 
Nexo causal é a relação de causa e efeito entre a conduta praticada pelo fornecedor e o dano causado ao consumidor. 
O defeito deve estar presente, mas há uma presunção legal ou uma inversão legal do ônus da prova. Assim, o consumidor não precisa provar que o defeito existe. Como visto anteriormente, o defeito é uma falha de segurança no produto. O §1º do artigo 12 do CDC define quando um produto será considerado defeituoso:
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: 
I - sua apresentação; 
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; 
III - a época em que foi colocado em circulação.
A doutrina classifica o defeito do produto em três espécies: defeito de concepção ou de criação, defeito de fabricação e defeito de comercialização. Defeitos de concepção ou de criação são os decorrentes de falhas no projeto ou na fórmula do produto. Por exemplo: erro no design de uma “chapinha” para cabelo, que torna tal produto exageradamente perigoso ao consumidor; falha na escolha de matéria-prima de determinado medicamento. As principais características que podem ser citadas deste defeito é a inevitabilidade (escapa a qualquer controle de qualidade) e a universalidade (alcança todos os produtos de uma mesma série).
Os defeitos de fabricação são os decorrentes de falhas nos processos de fabricação, montagem, manipulação ou acondicionamento dos produtos. A título de exemplo: erro no acondicionamento de um produto alimentício que se torna impróprio ao consumo. Suas características são inevitabilidade (escapa ao controle) e pontualidade (alcança apenas determinados produtos).
O terceiro defeito é o de comercialização, que decorre de falhas na apresentação do produto, assim como de informações inadequadas ou insuficientes ao consumidor. Aqui, a falha de segurança não está no produto em si, mas sim no modo como este se apresenta. Por essa razão, a doutrina em geral o considera um defeito extrínseco, diferentemente dos defeitos de concepção e fabricação, considerados intrínsecos ao produto.
O artigo 13 do CDC traz as hipóteses em que o comerciante deve ser responsabilizado pelo fato do produto. O inciso I abarca a hipótese de produto anônimo, ou seja, quando não for possível identificar um dos fornecedores do artigo 12 do CDC. O inciso II trata dos produtos que forem mal identificados. E o inciso III traz a responsabilidade do comerciante quando ele não conservar o produto de maneira correta. Ressalta-se que a responsabilidade do comerciante é subsidiária, serão responsáveis apenas nas hipóteses do artigo 13 do CDC. Contudo a responsabilidade do comerciante não afasta a responsabilidade dos demais obrigados (CPI dos fornecedores), como se observa pela expressão “igualmenteresponsável” contida no caput do artigo 13.
A responsabilidade pelo fato do serviço está regulamentada no artigo 14 do CDC. Tem em comum com a responsabilidade civil pelo fato do produto os seguintes pontos: responsabilidade objetiva; adota-se a teoria do risco da atividade; o dano é causado por um defeito; o dano é extrínseco ao serviço; e os pressupostos de responsabilidade são os mesmos.
Em relação à responsabilidade por fato do serviço, o CDC utiliza-se a expressão fornecedor como gênero. Com isso, todos os que participarem da cadeia de produção serão considerados responsáveis. Cita-se, como exemplo, a aquisição de um pacote de viagens na CVC, o dano poderá ocorrer no hotel, no transporte aéreo, mas todos serão considerados responsáveis. 
Por sua vez, serviço defeituoso é aquele que possui uma falha de segurança, decorrente do descumprimento do dever de só oferecer serviços seguros no mercado de consumo, o que causa um evento inesperado.
O defeito poderá ser na prestação do serviço, na concepção do serviço ou, ainda, na comercialização do serviço. Defeito na concepção é aquele que surge na própria formulação do serviço. Por exemplo, ataque cibernético ao site de um banco, que possui falha no programa de segurança, com lesão ao consumidor correntista. 
Defeito na prestação 	é aquele que se manifesta no ato da prestação do serviço, a exemplo de um dano à saúde do paciente de um hospital, causado pela má administração de medicamentos. 
E defeito na comercialização decorre de informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. A título de exemplo, acidente numa academia de ginástica, por instruções insuficientes sobre o uso seguro e adequado de um dado aparelho.
A responsabilidade do profissional liberal é uma exceção à responsabilidade objetiva, já que a responsabilidade dos profissionais liberais é subjetiva, ou seja, é necessária a comprovação da culpa, nos termos do § 4º do artigo 14 do CDC. Profissional liberal é aquele que exerce a sua atividade profissional com grande especialização, com autonomia, sem subordinação e pessoalmente, independentemente do seu grau de escolaridade.
Ainda há a obrigação de meio e a obrigação de resultado. Na obrigação de meio, o fornecedor se compromete a empregar todos os esforços necessários para a entrega do resultado, mas o resultado não é garantido. Diante de um contrato de meio, cabe ao consumidor provar a culpa do fornecedor, quando o resultado não for alcançado. Na obrigação de resultado, o fornecedor garante o resultado. Assim, caso o resultado não seja alcançado, presume-se a culpa do fornecedor.
O Superior Tribunal de Justiça entende que as cirurgias plásticas estéticas/embelezadoras são obrigações de resultado. Entretanto a responsabilidade continua sendo subjetiva, isto é, deve-se demostrar a culpa do profissional liberal, que é presumida, cabendo ao réu demonstrar que não houve culpa (inverte o ônus da prova). Para diferenciar, determinou que, nas obrigações de meio, a culpa é provada; ao passo que, nas obrigações de resultado, a culpa é presumida. 
No tocante à responsabilidade de médicos e de hospitais, tem-se que o hospital se enquadra no caput do artigo 14 do CDC, como fornecedor. Sendo sua responsabilidade objetiva. Enquanto que o médico se enquadrado no § 4º, como profissional liberal, respondendo mediante culpa, sendo sua responsabilidade subjetiva.
Finalmente, a responsabilidade civil pelo vício do produto e do serviço. Novamente, trata-se de responsabilidade objetiva, não sendo necessário perquirir se o fornecedor agiu com dolo ou com culpa. Basta, portanto, a prática do dano, a ofensa à incolumidade econômica do consumidor. 
Destaca-se que, ao contrário da responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço, não há previsão expressa de que a responsabilidade é objetiva pelo vício do produto ou do serviço. Todavia é pacifico tanto na doutrina quanto na jurisprudência que é responsabilidade objetiva, tendo em vista que no CDC, como regra, a responsabilidade civil do fornecedor será objetiva. 
A responsabilidade civil será subjetiva apenas quando o CDC expressamente prever, a exemplo da responsabilidade do profissional liberal (art. 14, §4º). O artigo 23 do CDC reforça a tese de responsabilidade objetiva, eis que prevê que a ignorância do fornecedor sobre os vícios não exime sua responsabilidade.
Todos os fornecedores, independentemente de sua posição na cadeia produção, distribuição e comercialização, são responsáveis pelos vícios de produto ou de serviço. Porém há duas exceções à solidariedade: a primeira exceção ocorre quando do fornecimento de produto in natura, sem identificação clara de seu produtor (art. 18, § 5º), neste caso, apenas o comerciante irá responder. A segunda exceção diz respeito ao vício de quantidade decorrente de produto pesado ou medido com instrumento não aferido segundo os padrões oficiais (art. 19, § 2.º), assim, a responsabilidade será do fornecedor imediato (comerciante).
Os vícios de qualidade do produto podem ser divididos em três espécies:
a) Impropriedade 
É o caso de produto com prazo de validade vencido, do celular que o wi-fi não funciona. São produtos não adequados aos fins a que se destinam. 
b) Diminuição do valor 
Cita-se, como exemplo, a compra de um veículo zero km que sai da concessionária com a porta amassada. Haverá, obviamente, uma diminuição do valor do automóvel. 
c) Disparidade 
Ocorre quando há diferença entre aquilo que foi contratado e aquilo que foi efetivamente entregue ao consumidor. Por exemplo, compra de rodas aro 18, pela internet, ao receber o produto o consumidor nota que se trata de rodas aro 16.
Constatado o vício, o consumidor deverá fazer uma reclamação ao fornecedor, o qual terá 30 dias para sanar o vício de qualidade do produto, nos termos do artigo 18, §1º do CDC.
O prazo é flexível, podendo ser diminuído (7 dias) ou aumentado (180 dias). Ressalta-se que se a flexibilização for prevista em contrato de adesão, deverá ser feita em separado, cláusula específica, a fim de que o consumidor tenha conhecimento.
Recente mudança de entendimento do STJ, no Info 619, segundo a qual existe o dever do comerciante de receber e enviar os aparelhos viciados para a assistência técnica.
Como alternativas reparatórias, deverá haver a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições. Por mesma espécie entende-se mesma marca e mesmo modelo, ou seja, o produto deve ser exatamente o mesmo. O CDC não exige que o produto seja novo, mas sim que esteja em perfeitas condições de uso. Por fim, não havendo mais o mesmo produto, o consumidor, caso assim queira, poderá optar por outro produto: se mais caro, deverá pagar a diferença; se mais barato, deverá receber a diferença. 
Também poderá haver a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos e abatimento proporcional do preço.
O vício de quantidade nada mais é do que uma disparidade quantitativa entre aquilo que é informado ao consumidor e aquilo que efetivamente lhe é entregue. Por exemplo, o rótulo informa que a caixa de leite possui 1L, consumidor pesa e verifica que possui 800g.
Não existe prazo para sanar o vício de quantidade, o prazo é apenas para o vício de qualidade. Assim, as alternativas reparatórias podem ser exercidas imediatamente, como: abatimento proporcional do preço; desfazimento do negócio; complementação do peso ou da medida; substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo – não havendo, pode o consumidor escolher outro (preço maior, paga a diferença; preço menor, recebe a diferença); restituição da quantia paga, sem prejuízo de eventuais perdas e danos (aplica para todos).
Quanto ao vício de qualidade, também são três espécies: 
a) Inadequação: o serviço é improprio ao fim que se destina. Por exemplo, consumidor vai ao cinema e o filme fica sem áudio por 20 min. 
b) Diminuição do valor: é o caso de uma Universidade que indica determinadas obras literárias, mas não as possui em sua biblioteca. 
c) Disparidade:divergência entre o que é oferecido e o que é entregue ao consumidor. 
Não há prazo para sanar o vício de qualidade, assim, o consumidor pode exercer as alternativas reparatórias imediatamente.
O profissional liberal possui responsabilidade objetiva. Apenas quando se tratar de acidente de consumo é que a responsabilidade será subjetiva. O consumidor poderá exigir: reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; restituição da quantia paga, atualizada monetariamente, sem prejuízo de perdas e danos; abatimento proporcional do preço.
Já o vício de quantidade do serviço é a disparidade entre aquilo que é contratado pelo consumidor e o que efetivamente foi executado. Por exemplo, consumidor contrata um pintor para realizar a pintura interna e externa de sua casa, mas só houve pintura interna. Não há prazo para o saneamento do vício. As alternativas reparatórias são abatimento proporcional do preço; complementação do serviço; e restituição imediata da quantia paga, sem prejuízo de eventuais perdas e danos. 
Aquele que é lesado possui o direito de ser ressarcido, mas tal direito não pode ser eterno. Daí surgem as ideias de prescrição e decadência, consagrando a segurança jurídica. O CDC foi pragmático, separando o regime de responsabilidade pelo vício do produto e do serviço (prazo decadencial – art. 26) do regime de responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço (prazo prescricional – art. 27).
Os vícios aparentes ou de fácil constatação são aqueles perceptíveis pelo consumidor. Por exemplo, o consumidor compra uma TV bivolt, mas ao receber o produto percebe que é 110V. Assim, tratando-se de produto ou serviço não durável, o prazo será de 30 dias; tratando-se de produto ou serviço durável, o prazo será de 90 dias.
A doutrina e a jurisprudência, para determinarem a durabilidade de um produto, baseiam-se no critério de vida útil do produto. Assim, por exemplo, um livro é considerado um bem durável, pois sua vida útil é grande; já uma garrafa de água é um bem não durável, tendo em vista que sua vida útil é pequena. Em relação ao serviço, a durabilidade é aferida pela duração dos efeitos do serviço. Não se considera o tempo de execução do serviço.
Para a contagem do prazo, se o vício é parente ou de fácil constatação, inicia-se a partir da entrega do produto ou do término da execução do serviço; se o vício é oculto, inicia-se a partir do conhecimento do vício. Ficando atrelado ao critério de vida útil do bem de consumo.
O CDC traz, no §2º do artigo 26, duas causas que obstam o prazo decadencial: a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos ou serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca. Ressalta-se que apenas a reclamação feita ao fornecedor irá obstar o prazo. Assim, a reclamação feita ao Procon não tem o condão de obstar o prazo de decadência. 
A segunda causa é a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. O inquérito encerra-se com a homologação da promoção de arquivamento, bem como com a propositura da ação civil pública.
O STJ firmou entendimento no sentindo de que é possível a convenção de prazos decadenciais, mesmo nos casos de contrato de consumo, desde que sejam respeitados os deveres anexos à contratação: informação clara e redação expressa, ostensiva e legível. Isto porque o CDC não elimina a liberdade contratual, mas limita para que haja equilíbrio entre as partes, já que as relações de consumo são naturalmente desequilibradas. Aplica-se, em caráter complementar, o disposto no art. 211 do CC.
O artigo 27 do CDC, por sai vez, consagra a prescrição, aplicada apenas ao regime de responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço, ou seja, casos em que há acidente de consumo. O prazo inicia-se a partir do conhecimento do dano e da autoria. Diferentemente do que ocorre no Direito Civil, em que a contagem se inicia a partir da ocorrência do dano. Não há previsão de causas de interrupção e suspensão do prazo prescricional no CDC. Assim, havendo compatibilidade utilizam-se as causas previstas no Código Civil (arts. 197 a 204).
 
Responsabilidade no Código de Defesa Consumidor
 
 
O Direito do Consumidor
 
trouxe uma nova sistemática para a 
responsabilidade civil, consagrando a responsabilidade objetiva em caso
 
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Em outras palavras, quem exerce uma atividade no 
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tem o dever de responder pelos 
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A teoria do risco da atividade é a única capaz de trazer e promover a justiça 
distributiva nas relações de consumo. A partir do momento em que há transferência par
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os riscos por toda a sociedade.
 
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na ideia de que o fornecedor possui um dever de qualidade, ou seja, os 
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A qualidade em segurança significa que os produtos não podem oferecer 
riscos à saúde, 
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Responsabilidade no Código de Defesa Consumidor 
 
O Direito do Consumidor trouxe uma nova sistemática para a 
responsabilidade civil, consagrando a responsabilidade objetiva em caso de danos aos 
consumidores. Dessa forma, não é necessário a comprovação da culpa. 
Essa responsabilidade tem como base a teoria do risco da atividade, ou seja, 
o fornecedor ao exercer uma atividade no mercado de consumo aceita os riscos dessa 
atividade e não o consumidor. Em outras palavras, quem exerce uma atividade no 
mercado de consumo, dela obtendo vantagem econômica, tem o dever de responder pelos 
eventuais vícios ou defeitos dos produtos ou serviços fornecidos independentemente de 
culpa. 
A teoria do risco da atividade é a única capaz de trazer e promover a justiça 
distributiva nas relações de consumo. A partir do momento em que há transferência para 
o fornecedor dos riscos da atividade, ele pode, por meio dos mecanismos de preço, diluir 
os riscos por toda a sociedade. 
Os regimes de responsabilidade civil se dividem em responsabilidade pelo 
fato do produto e do serviço e em responsabilidade pelo vício do produto e do serviço. A 
aplicação de cada regime é feita com base na teoria da qualidade. A teoria da qualidade 
fundamenta-se na ideia de que o fornecedor possui um dever de qualidade, ou seja, os 
produtos colocados no mercado de consumo devem ter qualidade tanto no prisma da 
segurança quanto no da adequação. 
A qualidade em segurança significa que os produtos não podem oferecer 
riscos à saúde, à integridade física e psíquica do consumidor, enquanto que a qualidadeem adequação é aquela em que o fornecedor só pode colocar no mercado de consumo 
produtos que sejam adequados ao fim a que se destinam. 
O descumprimento do dever de qualidade-segurança atrai a incidência do 
regime de responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço. Logo, os produtos ou 
serviços que não possuem qualidade-segurança são considerados com defeito. 
Já o descumprimento do dever de qualidade-adequação atrai a incidência do 
regime de responsabilidade pelo vício do produto ou do serviço. Trata-se de vício do 
produto ou do serviço, quando ausente.

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