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-Mora: é o cumprimento retardado, ou seja, atrasado ou imperfeito da obrigação. Não pagou em dia ou completa a obrigação. Mas ainda poderá sê-lo, com proveito para o credor. Ainda interessa a este receber a prestação, acrescida dos juros, atualização dos valores monetários, cláusula penal etc. -Inadimplemento absoluto: caso a prestação, por causa do retardamento, ou do imperfeito cumprimento, tornar-se “inútil ao credor”, a hipótese será de inadimplemento absoluto, e este poderá “enjeitá-la”, bem como “exigir a satisfação das perdas e danos”. *Caso estiver em mora e ocorrer um caso fortuito ou força maior, a pessoa é responsabilizado por estar em mora, responderá por todo objeto mais perdas e danos *Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebe-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer *Não tiver nenhuma hipótese de solução, inadimplemento absoluto. Se houver alguma possibilidade de resolução, mora *Mora extracontratual: ocorre quando a conduta é culposa ligada ao nexo de causalidade. Exemplo: acidente de transito, pois não foi combinado. -Espécies de mora: do devedor e do credor. Do devedor: é denominada mora solvendi (mora de pagar) ou debitoris (mora do devedor). Quando se dá o descumprimento ou cumprimento imperfeito da obrigação por parte deste, por causa a ele imputável. -Do devedor não pagar em dia, atrasado, incompleto Requisitos de mora do devedor: 1- Exigibilidade da prestação, vencimento da dívida 2- Inexecução culposa, essencial à mora é que haja culpa do devedor no atraso do comprimento 3- Constituição em mora Efeitos da mora do devedor: 1- Responsabilização por todos os prejuízos causados ao credor 2- Perpetuação da obrigação, pela qual responde o devedor moroso pela impossibilidade de prestação, ainda que decorrente de caso fortuito ou de força maior Do credor: mora accipiendi (mora de receber) ou creditoris (mora do credor). Venceu um título e o credor não cumpriu com a obrigação Requisitos da mora do credor: 1- Vencimento da obrigação, pois antes disso a prestação não é exigível, e, em consequência, o devedor não pode ser liberado. 2- Oferta da prestação, reveladora do efetivo propósito de satisfazer a obrigação. 3- Recusa injustificada em receber. Não basta somente a recusa. Para que o credor incorra em mora é necessário que ela seja objetivamente injustificada. 4- Constituição em mora, mediante a consignação em pagamento. Dispõe o art. 337 do Código Civil que cessam, para o consignante, os juros da dívida e os riscos, tanto que o depósito se efetue. Se o devedor não consignar, continuará pagando os juros da dívida que foram convencionados. Em regra, os riscos pela guarda da coisa cessam com a mora do credor (CC, art. 400). Efeitos da mora do credor: 1- Liberação do devedor, isento de dolo, da responsabilidade pela conservação da coisa 2- Obrigação do credor moroso de ressarcir ao devedor as despesas efetuadas com a conservação da coisa 3- Obrigação do credor de receber a coisa pela sua mais alta estimação, se o valor oscilar entre o tempo do contrato e do pagamento 4- Possibilidade de consignação judicial da coisa devida Purgação da Mora: é neutralizar seus efeitos, sana a sua falta, cumprindo a obrigação já descumprida e ressarcindo os prejuízos causados à outra parte. Mas a purgação só poderá ser feita se a prestação ainda for proveitosa ao credor. Se, em razão do retardamento, tornou-se inútil ao outro contraente (caso de inadimplemento absoluto), ou a consequência legal ou convencional for a resolução, não será possível mais pretender-se a emenda da mora. Mora de ambos os contratantes: -Moras simultâneas: nesta hipótese (nenhum dos contratantes comparece ao local escolhido de comum acordo para pagamento, p. ex.), uma elimina a outra, pela compensação. As situações permanecem como se nenhuma das duas partes houvesse incorrido em mora. Se ambas nela incidem, nenhuma pode exigir da outra perdas e danos. - Moras sucessivas: caso o credor não queira receber o que o devedor se dispõe a pagar e mais tarde este se recusar a fazê-lo no momento em que aquele se dispor a receber, a situação será a seguinte: quando afinal o pagamento for realizado e também forem apurados os prejuízos, cada um responderá pelos ocorridos nos períodos em que a mora foi sua, operando-se a compensação. Os danos que a mora de cada uma das partes haja causado à outra, em determinado período, não se cancelam pela mora superveniente da outra parte, pois cada um conserva os seus direitos. Purgação e cessação da mora Purgar ou emendar a mora é neutralizar seus efeitos, sana a sua falta, adimplindo a obrigação já descumprida e ressarcindo os prejuízos causados à outra parte. Mas a purgação só poderá ser feita se a prestação ainda for proveitosa ao credor, pois se, em razão do retardamento, tornou-se inútil ao outro contraente (caso de inadimplemento absoluto) ou a consequência legal ou convencional for a resolução, não será mais possível pretender-se a emenda da mora. Modos pelos quais se dá a purgação da mora pelo devedor e pelo credor (art. 401 do CC): Purgação da mora do devedor: concretiza-se mediante a oferta da prestação atrasada “mais os prejuízos decorrentes até o dia da oferta” (inc. I). Exemplo: juros moratórios e a cláusula penal. Purgação da mora do credor: por parte do credor, purgase a mora “oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data” (inc. II). Deve o retardatário dispor-se a receber o pagamento, que antes recusara, e a ressarcir as despesas empregadas pelo devedor na conservação da coisa, bem como a responder por eventual oscilação do preço (art. 400, CC). *O terceiro pode purgar a mora nas mesmas condições em que pode adimplir suportando os mesmos encargos que incidem sobre o devedor. Cessação da mora: não se confunde purgação com cessação da mora. Esta não depende de um comportamento ativo do contratante moroso, destinado a sanar a sua falta ou omissão. Decorre, na realidade, da extinção da obrigação. *Por exemplo, se o devedor em mora tem as suas dívidas fiscais anistiadas, deixa de estar em mora sem que tenha cumprido a prestação e indenizado os prejuízos causados à outra parte. Não houve purgação, mas, sim, cessação da mora. Esta produz efeitos pretéritos, ou seja, afasta os já produzidos; o devedor nada terá de pagar. *A purgação da mora só produz efeitos futuros, não apagando os pretéritos, já produzidos. *Decorre da extinção da obrigação, por anistia, perdão etc., e não de um comportamento ativo do contratante moroso, destinado a sanar sua falta ou omissão. Produz efeitos pretéritos, ou seja, o devedor não terá de pagar a dívida vencida. *A purgação da mora só produz efeitos futuros, não apagando os pretéritos, já produzidos.
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