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[FICHAMENTO] FRAGOSO, João L Ribeiro. Homens de Grossa Aventura.

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FRAGOSO, João Luís Ribeiro. Introdução. In: Homens de grossa aventura. Acumulação e hierarquia na praça mercantil do Rio de Janeiro (1790-1830). Civilização Brasileira: Rio de Janeiro, 1998.
Apresentação do Objeto e Hipóteses
- Objeto: Formas de acumulação que perpassam a economia escravista-colonial na virada do século XVIII para o XIX. Espacialidade e “como”: praça mercantil do RJ – mercado carioca e suas “formas de produção”. Mercado interno e acumulação endógena. Capital mercantil e produção agrícola como se articulam, há transformação? Combinação? *Quanto a escolha da espacialidade: A praça do RJ “é o contato entre a agroexportação e as produções de abastecimento”, e principal porto de exportação e importação à época. “Ponto de encontro dos movimentos de reprodução da economia colonial” (p. 39)
- Problemas: formação da agricultura cafeeira no agro fluminense (Vale do Paraíba) – “A montagem de um sistema agrário escravista-exportador na fronteira” Noção de acumulação anterior: Estudo das origens das riquezas das famílias dos “barões do café” (p. 24) * Atenção à dissertação de mestrado de Fragoso.
 Pouca atenção ao mercado interno por parte da historiografia; um “sentido da colonização” que só permite olhares de dependência (“uma estrita dependência”, p. 23) nas relações econômicas colônia-metrópole (A questão do dualismo) 
- Contexto (1789 – 1840): Constatação de um “ciclo de Kondratieff” na economia europeia Fase positiva (1792-1815) / Fase negativa (1815-1850). [footnoteRef:1] Respectivamente fase de bom desempenho no comércio colonial de exportação (algodão e açúcar), [footnoteRef:2] e um negativo desempenho no comércio internacional. 1815-1817: Cenário de crise internacional: Redução dos preços do algodão e açúcar ao longo de toda a primeira metade do XIX. [1: Referência a Frederic Mauro nessa delimitação.] [2: Tese de J. J. de Arruda se faz aqui importante. * Nota 5: “1811 balança portuguesa atinge o máximo de seu déficit”] 
 Assumpção de que a rápida montagem do sistema agroexportador cafeeiro no sudeste se deu em um contexto de baixa arrecadação em exportações (“desfavorável conjuntura econômica internacional”). “Uma fase recessiva da economia escravista-colonial”, diria Furtado e Virgílio Noya Pinto. (p. 16)
Aqui se insere a perspectiva furtadiana de estagnação e crise infindável proporcionada pela decadência do ouro: Restava ao café salvar a economia brasileira.
 Fragoso está criticando as teses de sentido da colonização. Sob esta perspectiva (dos modelos explicativos criticados por Fragoso), a crise do sistema colonial do final do XVIII não teria modificado tais traços estruturais do Brasil colonial/imperial, uma vez que o que está em jogo é a formação do mundo industrial europeu, e o entendimento de que não ocorreram modificações estruturais no seio da economia escravista-colonial. Esta permaneceria extrovertida, com seu ritmo determinado pela conjuntura externa. Ainda que este cenário de crise do sistema colonial tenha estimulado algum comércio intercolonial (mercado de abastecimento), é momento de recrudescimento da política colonial portuguesa de extração de excedentes. (Prado Jr. , e, principalmente, Novais).
 Fragoso observa na praça mercantil do RJ, a despeito dos clássicos modelos, um quadro de “tendência de alta nas flutuações coloniais e, portanto, uma não-equivalência às tendências internacionais” – Referência aos trabalhos de Kátia Mattoso e Harold Johnson -> “Comportamento dos preços não se ajusta inteiramente às tendências internacionais” (MATTOSO); crescimento superior a 4% das importações africanos através do tráfico internacional para o porto do Rio (Harold Johnson).
*Frederic Mauro. “A conjuntura atlântica e a Independência do Brasil”.
(p. 19) Volume de exportação frequentemente aumenta frente à uma baixa de preços, o que pode corresponder a receita positiva nas agroexportações... Além disso, referência a Roberto Martins: Minas não abastece a montagem das plantations de café com mdo. -> Apesar de momento de preços reduzidos das “commodities”, há alta taxa de reprodução (compra) de escravizados, e monta-se, no segundo quartel do XIX, o sistema agroexportador de café no Médio Vale do Paraíba. O que justificaria essa rápida montagem?!
 Não se pode medir o desempenho da economia colonial apenas por suas exportações. A importância do mercado colonial de abastecimento para o porto carioca. (p. 20) – Em contrapartida às quedas dos preços (e receitas arrecadadas) do açúcar no período de 1799-1811, a farinha e o charque, apesar de apresentarem taxa de crescimento anual negativa, apresentam preços superiores ao açúcar, com taxa anual de arrecadação de receita em franco crescimento. Diante de tais considerações, reenfatiza-se o crescimento na importação de escravizados (que chegam ao porto) – Isto se dá “em uma época em que a agroexportação se retrai e a produção de alimentos se alastra”.
Quanto ao período negativo do ciclo de Kontratieff europeu (1815-1850) ... Essa tendência não só permanece, como se acirra, diria Fragoso.
*Consumo doméstico do açúcar deve ser considerado (p. 21)
- Hipóteses: A economia colonial é mais complexa do que a plantation exportadora (importância de Martins para Fragoso); Complexidade pode ser averiguada “pela capacidade (além da elasticidade da agroexportação em frente das conjunturas internacionais) de aumentar as receitas e suas produções de abastecimento mesmo em épocas de queda dos preços internacionais e de retração da exportação” (p.21); Existe acumulação endógena através do mercado interno numa economia escravista colonial como a brasileira da virada do século XVIII ao XIX (e, porque não, antes disso?): a situação-limite (exceção x regra). -> Põe-se em “dúvida alguns traços dos clássicos modelos explicativos”.
À economia colonial é possível mover-se de certo modo autônomo/independente. *“Possibilidade de ter flutuações econômicas próprias, ou melhor, permite-lhe um ritmo próprio de reprodução, não totalmente determinado por injunções externas” (p. 27)
->A partir de referências a outros trabalhos, Fragoso parece extrapolar sua “situação-limite” averiguada no porto do RJ entre 1790-1840. (p. 22 e 23) *Atenção aqui para as críticas que seu trabalho sofre por Schwartz...
(p. 25) “Transformação da acumulação mercantil em produção”. O que Fragoso chama de “capital mercantil”, ou seja, a ação desses “homens de grosso trato” (a figura do ‘negociante’), acaba por “recriar uma forma de produção historicamente dada” (escravista colonial...?) -> Tal processo se assemelha à “constituição da sociedade e economia coloniais montadas a partir da expansão mercantil ultramarina moderna”. Contudo, entre (1790-1840) se dá de forma endógena ao mundo colonial. “Processo necessário para a reiteração da sociedade e economia coloniais”
Sob esse prisma, Fragoso ainda considera seu objeto de estudo o inicial “sistema agrário escravista-exportador”, porém, agora este pensado a partir de um outro ângulo. A nota 56 deixa evidente o legado de Ciro na tese de Fragoso Economia colonial entendida como formação econômico social, que ia além da exportação, bem como além das formas de produção escravistas.
*O exemplo da Santa Casa na Bahia estudada por Rae Floury e Schwartz – Produto de uma sociedade pré-capitalista (preocupada com status) -> Nem todas as aplicações do excedente econômico tinham uma direção produtiva. Uma estrutura social com “aplicações improdutivas” (irracionais?) era o que “viabilizava a reprodução do processo produtivo colonial, gerando, com isso, certa autonomia frente à economia metropolitana.” (p. 26)
 Escravismo colonial, forma predominante (hegemônica) que gera formas não-capitalistas de exploração (ligadas ao abastecimento, ...). Sudeste colonial dotado de caráter de formação econômico social.
- “As 3 categorias presentes na economia colonial”: A proposta de um novo quadro, de superação dos vigentes modelos explicativos, uma vez que a agroexportação se reproduz em meio a um mercado interno (p. 27)! - Acumulação endógena; mercadointerno; e finalmente, capital mercantil colonial residente.
*acumulação endógena é caracterizada pela retenção, no seio da economia colonial, do trabalho excedente que ali é produzido e reproduzido pelo setor de exportação, mas também pelas produções ligadas ao mercado interno;
*mercado interno de caráter não capitalista (Influência da obra de Witold Kula) – caráter restrito e imperfeito;
*capital mercantil colonial residente é elemento mediador dos processos de reprodução – face “racionalizada” da economia analisada por Fragoso? Grupo de negociantes residentes.
- O fato desse mercado interno operar sob formas não-capitalistas de reprodução faz com que o setor agroexportador (que se reproduz no âmbito desse mercado interno) seja dotado de uma “maior elasticidade frente às conjunturas internacionais” (+ resistência à baixa dos preços internacionais de commodities) por conta de “redução de custos monetários”. (ainda na p. 27)
-Ponto chave da explanação de Fragoso: ... “Essa possibilidade de retenção de parte do excedente fica mais patente quando lembramos o próprio caráter do mercado interno” -> “A natureza não-capitalista desse mercado interno gera hegemonia do capital mercantil => “Acumulação mercantil que se alimenta, via circulação, de frações do excedente gerado pelos diversos setores da produção colonial”. – Ao passo que é residente, este capital mercantil, além do excedente apropriado pelo produtor (proveniente da agricultura – de exportação [ou não]), existe ainda aquele excedente que é retido por uma elite mercantil colonial (hegemônica...?) [footnoteRef:3]............ (p. 28) [3: Elite mercantil colonial = “grupo restrito de negociantes que controla setores-chave da economia colonial, como o tráfico de escravos, o crédito e o abastecimento de alimentos”.] 
· Fragoso assimila as críticas de Ciro Cardoso e Barros de Castro a respeito da “preocupação demasiada com a extração de excedente” e o “sentido da colonização”. Daí, depreende a necessidade de procurar o móvel da “reprodução colonial” nas próprias estruturas internas da sociedade apreendida, particularmente no escravismo colonial (eixo da formação econômico-social da colônia).
*Marx: o que distingue as diferentes formações econômico-sociais é a forma pela qual se extrai o sobretrabalho (p. 29)
 ”trabalhador direto precisa se reconhecer enquanto propriedade de outro homem” (sustentação que permite que a escravidão se torne produção escravista). – Influências de Godelier, além é claro de Marx.
 No escravismo colonial a produção e apropriação do trabalho excedente não resultam inteiramente de condições econômicas (diferentemente do capitalismo, aqui a produção não é regulada por mecanismos autodeterminados, mas sim por relações de poder). [footnoteRef:4] Fragoso chama a atenção para a inexistência da liberdade jurídica dos trabalhadores diretos. É a desigualdade jurídica e política que possibilita o processo produtivo típico do sistema escravista colonial, há justamente a inversão do que ocorre na relação capitalista de produção. “As desigualdades presentes na produção têm por base as desigualdades existentes entre trabalhador e o proprietário fora do processo produtivo”. (p. 30) => Desigualdades político-jurídicas (relações de poder) exercem função (estão entranhadas) nas relações de produção. [footnoteRef:5] [4: Aqui levemos em conta uma citação ao Livro 3 d’O Capital por parte de Fragoso: “A forma econômica específica na qual o trabalho não-pago se extorque dos produtores imediatos exige a relação de domínio e sujeição tal como nasce diretamente da própria produção e, em retorno, age sobre ela d maneira determinante”. (nota 69)] [5: Godelier, “Horizontes da Antropologia” (pp. 13-14) – Nota 72] 
 A questão da estratificação nesta sociedade é latente à Fragoso – Foros de fidalguia, os altos escalões das ordens religiosas, posições nas milícias, locais, a escravidão, ... Poucos exerciam cargos políticos (p. 31) => Mundo do trabalho; mundo da desordem; e mundo da ordem (Tempo de Saquarema)
 A questão da mais-valia: Por mais que se paute numa produção mercantil de sobretrabalho, o escravismo colonial não tem como eixo a produção da mais-valia. Produção e apropriação de trabalho não-remunerado não são as únicas condições para a reiteração das relações sociais do sistema colonial observado por Fragoso, diferentemente do que acontece no capitalismo. Aqui, a força de trabalho não é livremente vendida, porém usurpada (tomada a força). Para a transformação dessa apropriação de força de trabalho por meio da escravização dar vida ao sistema escravista colonial se faz necessário que os sujeitos que traçam tais relações sociais sejam enlaçados num mundo hierarquizado, no qual se veem hierarquizados de tal maneira, sintam-se enquanto (senhores, escravizados, ...) (Ideologia...?) 
 Relações de produção no escravismo colonial se dão nesses dois atos: Apropriação da FT (escravização) e desenvolvimento das relações de poder envolvendo os sujeitos (hierarquização – reprodução das relações sociais coloniais).
Ou seja, “no escravismo colonial produção mercantil do sobretrabalho não é, simultaneamente, a produção das reproduções sociais”.
*O trabalho-não remunerado (acumulado) deve arcar com ”Outros tipos de investimentos, que representem a recorrência do mundo hierarquizado”. (p. 31) [footnoteRef:6] extensos exemplos, gastos “irracionais”, ou melhor, “inexplicável” no âmbito da racionalidade econômica capitalista: [6: Eugene Genovese e a “economia política da escravidão” (pp. 32-34) Nota 78] 
- Fragoso identifica nisso um padrão que reflete uma não-preocupação desses sujeitos em ampliar indefinidamente os seus bens econômicos, a partir de um certo patamar alcançado (prestígio e riqueza). Não há um fim em si mesmo na produção e uso mercantil do sobretrabalho – além dos gastos desse sobretrabalho que vão numa outra direção. (p. 33)
 Fragoso chama atenção para a possibilidade de ascensão social nessa sociedade, no âmbito da acumulação endógena – isso diz respeito também a adquirir prestígio. Pois, evidentemente, é uma economia mercantil (atenção à necessidade da compra e venda de escravizados / e seu sobretrabalho é trabalho não-remunerado, que deve[ia] voltar a produção), dessa maneira, essa elite deve investir em produção mercantil. 
(p. 33) *”Impregnação da hierarquia social de elementos mercantis”* - Seria está a “economia incrustada” de Polanyi...?
(p. 34) Mercado interno não-capitalista permite que parcelas de sobretrabalho (produzido no âmbito da reprodução da economia colonial [processo que acontece “parcialmente em meio àquele mesmo mercado interno]) sejam retidas em seu interior: Acumulação mercantil (endógena). Tal fato, diz Fragoso, decorre em 2 consequências: (p. 35-36)
- A forma de reprodução da economia colonial redefine a hierarquia econômico-social – separação entre proprietários (aristocracia escravista-territorial – grupo social hegemônico) e uma elite econômica (comerciantes de grosso trato – envolvem-se no tráfico de escravos, abastecimento interno e nas finanças coloniais); 
- Se a acumulação mercantil de parte do trabalho excedente colonial acontece repetidas vezes há ali um problema, uma vez que esta acumulação (retida pela elite econômica) é desvio do sobretrabalho da produção (que deveria retornar sempre para a produção mercantil, como fundamento de existência daquela própria economia). *Ressalvas quanto a este ponto: 1) Lógica diferente do capitalismo: Trabalho excedente deve sustentar a hierarquia pautada no poder. Além disso, baixo custo dos fatores produtivos (terras e escravos); 2) Tornar-se “senhor de terras e de homens” é vantajoso no ponto de vista da ascensão social, ainda que não o seja mais lucrativo. Fragoso reitera o movimento de negociantes (elite econômica) que se voltam aos sistemas agrários e se tornam senhores. 
(p. 37) “Uma contínua recriação, em parte pelo capital mercantil, de sistemas agrários escravistas em áreas de fronteira” -> Recriação esta que se deriva das estruturas internas dasociedade colonial. Essa recriação “permite a reprodução, no tempo, da sociedade colonial, ou seja, de uma sociedade onde, simultaneamente, prevalecem a hegemonia de relações de poder e de acumulação mercantil sobre a economia”.
 Fragoso tece as características básicas que observou no Médio Vale do Paraíba: hierarquia social (escravos e terras); agricultura mercantil especializada (existência de um mercado de abastecimento que sustente esta última); e finalmente “precária liquidez da agricultura e do comércio local” (existência de uma hegemonia mercantil que atua fora dali [praça mercantil do RJ], que, por sua vez, acumulava parte do trabalho excedente local).
* Como um adendo à última característica, Fragoso chama atenção, contudo, que a própria continuidade do sistema agrário considerado (o Médio Vale do Paraíba cafeeiro observado) subordinaria tais “traços gerais” segundo sua própria lógica interna. Isto é observado na “relação que passa a existir entre acumulação mercantil local e reprodução econômico-social”. Desenvolvimento de atividade mercantil (que gera a acumulação mercantil) por parte de “segmentos da elite agrária” para manutenção de sua hierarquia econômica Acumulação mercantil que se torna fortuna rural (a tal da hierarquia agrária) ... (p. 38)
*Atenção para a explanação a respeito dos ‘métodos e técnicas de pesquisa’ – ler atentamente (p. 40-49). *
FRAGOSO
, João Luís Ribeiro.
 
Introdução. In
:
 
Homens de grossa aventura. Acumulação e 
hierarquia na praça mercantil do Rio de Janeiro (1790
-
1830)
.
 
Civilização Brasileira: Rio de 
Janeiro, 1998.
 
 
Apresentação do 
Objeto e Hipóteses
 
 
-
 
Objeto
: 
Formas de acumulação que 
perpassam a economia escravista
-
colonial na virada do 
século XVII
I para o XIX.
 
Espacialidade e “como”: praça mercantil do RJ 
–
 
mercado carioca e 
suas “formas de produção”.
 
à
 
Mercado interno e acumulação endógena.
 
Capital mercantil 
e 
produção agrícola
 
à
 
como se articulam, há transformação? Combinação?
 
*
Quanto a escolha 
da espaciali
dade
: A praça do RJ “é o contato entre a agroexportação e as produções de 
abastecimento”
, e principal porto de exportação e importação à época. 
à
 
“Ponto de encontro 
dos movimentos de reprodução da economia colonial”
 
(p. 39)
 
-
 
Problemas
: formação da agricu
ltura cafeeira no agro fluminense (Vale do Paraíba)
 
–
 
“A 
montagem de um sistema agrário escravista
-
exportador na fronteira”
 
à
 
Noção de 
acumulação
 
anterior
: Estudo das origens das riquezas das famílias dos “barões do café” (p. 24) * Atenção à 
dissertação de mestrado de Fragoso.
 
à
 
Pouca atenção ao mercado interno por parte da historiografia; um “sentido da colonização” 
que só permite olhares de dependência (“uma estrita dependência”, p. 23) nas relações 
econômicas colônia
-
metrópole (A questão do
 
dualismo
)
 
 
-
 
Contexto
 
(1789 
–
 
1840): Constatação de um “ciclo de Kondratieff” 
na economia europeia 
à
 
Fase positiva (1792
-
1815) / Fase negativa (1815
-
1850)
. 
1
 
Respectivamente fase de bom 
desempenho no comércio 
colonial 
de exportação (algodão e açúcar), 
2
 
e um negativo 
desempenho no comércio internacional. 
1815
-
1817: 
Cenário de crise internacional: Redução 
dos preços do algodão e açúcar ao longo de toda a primeira metade do XIX.
 
 
à
 
 
Assumpção de que a rápida montagem do sistema 
agroexportador cafeeiro no sudeste se 
deu em um contexto de baixa arrecadação em exportações
 
(“desfavorável conjuntura 
econômica internacional”)
.
 
“Uma fase recessiva da economia escravista
-
colonial”, diria 
Furtado
 
e Virgílio Noya Pinto. 
(
p. 16
)
 
 
1
 
Referência a Frederic Mauro nessa delimitação.
 
2
 
Tese de J. J. de Arruda se faz aqui importante. * Nota 5: “1811 balança portuguesa atinge o máximo de seu 
déficit”
 
FRAGOSO, João Luís Ribeiro. Introdução. In: Homens de grossa aventura. Acumulação e 
hierarquia na praça mercantil do Rio de Janeiro (1790-1830). Civilização Brasileira: Rio de 
Janeiro, 1998. 
 
Apresentação do Objeto e Hipóteses 
 
- Objeto: Formas de acumulação que perpassam a economia escravista-colonial na virada do 
século XVIII para o XIX. Espacialidade e “como”: praça mercantil do RJ – mercado carioca e 
suas “formas de produção”.  Mercado interno e acumulação endógena. Capital mercantil e 
produção agrícola  como se articulam, há transformação? Combinação? *Quanto a escolha 
da espacialidade: A praça do RJ “é o contato entre a agroexportação e as produções de 
abastecimento”, e principal porto de exportação e importação à época.  “Ponto de encontro 
dos movimentos de reprodução da economia colonial” (p. 39) 
- Problemas: formação da agricultura cafeeira no agro fluminense (Vale do Paraíba) – “A 
montagem de um sistema agrário escravista-exportador na fronteira”  Noção de acumulação 
anterior: Estudo das origens das riquezas das famílias dos “barões do café” (p. 24) * Atenção à 
dissertação de mestrado de Fragoso. 
 Pouca atenção ao mercado interno por parte da historiografia; um “sentido da colonização” 
que só permite olhares de dependência (“uma estrita dependência”, p. 23) nas relações 
econômicas colônia-metrópole (A questão do dualismo) 
- Contexto (1789 – 1840): Constatação de um “ciclo de Kondratieff” na economia europeia  
Fase positiva (1792-1815) / Fase negativa (1815-1850). 
1
 Respectivamente fase de bom 
desempenho no comércio colonial de exportação (algodão e açúcar), 
2
 e um negativo 
desempenho no comércio internacional. 1815-1817: Cenário de crise internacional: Redução 
dos preços do algodão e açúcar ao longo de toda a primeira metade do XIX. 
 
 Assumpção de que a rápida montagem do sistema agroexportador cafeeiro no sudeste se 
deu em um contexto de baixa arrecadação em exportações (“desfavorável conjuntura 
econômica internacional”). “Uma fase recessiva da economia escravista-colonial”, diria 
Furtado e Virgílio Noya Pinto. (p. 16) 
 
1
 Referência a Frederic Mauro nessa delimitação. 
2
 Tese de J. J. de Arruda se faz aqui importante. * Nota 5: “1811 balança portuguesa atinge o máximo de seu 
déficit”

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