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Fichamento Expresso - Uma Reivindicação pelos Direitos da Mulher

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Eliene Ferreira dos Santos
Wollstonecraft, Mary. Reivindicação dos direitos da mulher. São Paulo: Boitempo, 2016. Introdução, cap. 1 e 2.
1ª Parte: A "inerente" inocência feminina como forma de legitimação e manutenção da dominação masculina (§§1-7)
No trecho em questão, Wollstonecraft questiona a máxima de que homens e mulheres são seres que detêm naturezas distintas e objetivações diferentes, afirmando que tal ideia faz com que as mulheres sejam infantilizadas, ao mesmo tempo que fortalece o pensamento de que devem permanecer ignorantes a fim de preservar sua inocência, que, nesse caso, seria o mesmo que prezar pela ignorância e pela fraqueza. Segundo a autora, as mulheres são seres que possuem alma, portanto, assim como os homens, têm seu caminho, de acordo com a Providência, voltado à virtude, à felicidade, ao pensamento racional e à autonomia. Entretanto, os homens agem de maneira a não permitir a obtenção da virtude feminina quando afirmam que as mulheres são destinadas à suavidade, à graça doce e atraente, e, por consequência, à obediência gentil.
2ª Parte: A educação destinada às mulheres (§§7-21)
Neste trecho, há a exposição de que a educação desordenada recebida pelas mulheres desfavorece a emancipação e o progresso de construção da razão feminina, fazendo com que as mesmas se tornem seres mais artificias e de caráter mais fraco. Ao contrário dos homens, cuja educação é marcada pelo incentivo ao aprendizado dos atos de raciocinar e pensar (o exercício da própria razão), as mulheres são educadas para a servidão, de forma que seu entendimento seja posto de lado em detrimento de seus sentidos. A dependência e as ocupações domésticas fazem com que as mulheres não se dediquem plenamente a nenhuma disciplina, prejudicando às faculdades e à clareza do julgamento, pois o aprendizado é algo secundário em suas realidades. 
3ª Parte: Os deveres das mulheres sob a ótica masculina (§§22-29)
No fragmento evidenciado, a personagem Sofia, presente no livro Emílio, de autoria de Jean-Jacques-Rousseau, é citada como exemplo do que seria, na visão masculina, o papel que uma mulher deveria desempenhar. Na obra citada, Sofia torna-se a companheira ideal do protagonista masculino a partir do desenvolvimento de “maneiras femininas”. Para Rousseau, a mulher não deveria ser independente, pois, no que se refere ao caráter feminino, a obediência é a principal lição a ser absorvida. Sendo assim, as mulheres teriam a obrigação de se subjugarem aos homens, satisfazer seus desejos e necessidades. Wollstonecraft refuta tais argumentos ao retornar a ideia de que a conduta feminina deve ser baseada nos mesmos princípios que a masculina e ter os mesmos objetivos, pois as virtudes masculinas e femininas, seguem a mesma direção. Portanto, a mulher deveria, sobretudo, buscar o desenvolvimento de suas próprias faculdades e a dignidade da virtude consciente.
4ª Parte: A subserviência feminina ao amor, à graça e à luxúria (§§30-49)
 Neste trecho, é exposto que a vida das mulheres é pautada por uma idealização do amor, pela graça e pela luxúria. A autora argumenta que o amor é algo passageiro na vida das pessoas, portanto, não deveria ser um dos pilares da vida, sobretudo quando se há a consciência de que no futuro a reflexão toma o lugar da sensação. Entretanto, para autores como Rousseau, a educação feminina deve se preocupar sempre em torná-las agradáveis. Porém, Wollstonecraft explicita que tal ato com o tempo, assim como a paixão, se enfraquecerá e, além disso, se tornará fonte de amargura. Sendo assim, a “arte de agradar” só é útil para uma amante. As mulheres deveriam ter como desejo principal fazer-se respeitável e não sucumbir a naturalidades ilusórias (como a falsa ambição do amor ao poder nos homens) e dissimulações a fim de assegurar um afeto efêmero. A mulher deve ser amiga de seu companheiro e não dependente do mesmo.
5ª Parte: A mulher emancipada e o casamento (§§ 50-53)
Neste fragmento, a autora expõe como uma visão idealizada do casamento pode provocar o sofrimento de mulheres (educadas a partir de preceitos de dependência em relação ao homem e que, por essa razão, nutriram sentimentos românticos e fantasias em relação a seus maridos) que se deparam com a frustração de uma realidade menos encantadora. Wollstonecraft afirma que tal sofrimento não seria tão impactando se as mulheres tivessem a liberdade de adquirir os princípios que enobrecem e constituem um ser racional, pois: “(...) uma mente bem formada, permitiria a uma mulher suportar viver sozinha com dignidade(...)”(p. 54).
6ª Parte: O cerceamento da virtude feminina e o futuro das mulheres (§§54-72)
Wollstonecraft afirmará, a partir de uma crítica a Dr. John Gregory (autor da obra “A Father's Legacy to His Daughters”), o teor tirânico do tratamento dirigido às mulheres pela sociedade, pois, segundo sua concepção, é absurdo educar seres a partir de quaisquer outros preceitos que não sejam deduzidos pela razão pura, quando o oposto disso é implementado se estabelece um sistema de escravidão. Nesse contexto, a gentileza, tão cultuada e sobreposta às mulheres, representa a submissão e a tolerância em relação à realidade abjeta, que estabelece a existência das mulheres apenas para serem “amadas” e jamais para aspirar respeito. A autora relata que as mulheres, segundo a percepção masculina, foram criadas para serem “brinquedos” dos homens. 
A inferioridade feminina foi acentuada pelos homens, segundo a autora. Por essa razão, ela afirma ser necessária a criação da possibilidade do desenvolvimento das faculdades e virtudes femininas e, somente após isso, estabelecer qual deve ser a posição do sexo feminino na escala intelectual.
Wollstonecraft expõe que: “Pois, ainda que os moralistas concordem que o curso da vida pareça provar que diversas circunstâncias preparam o homem para uma vida futura, eles com frequência coincidem em suas opiniões ao aconselhar a mulher a se ocupar somente com o presente”(p. 55). Entretanto, subverte ao especular acerca do futuro das mulheres, caso seja assegurada a liberdade do desenvolvimento racional: “(...) mas, quando a moralidade se assentar em bases sólidas, sem ser dotada de um espírito profético, eu me aventuro a predizer que a mulher será ou a amiga, ou a escrava do homem” (p. 58). 
Eliene Ferreira dos Santos
 
 
Wollstonecraft, Mary. Reivindicação dos direitos da mulher. São Paulo: Boitempo, 2016. 
Introdução, cap. 1 e 2.
 
 
1ª
 
Parte:
 
A "inerente" inocência 
feminina c
omo forma de legitimação e manutenção da 
dominação masculina
 
(§§1
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7
)
 
No trecho em questão, 
Wollstonecraft
 
questiona a máxima de 
que homens e mulheres 
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naturezas distintas e objetivações
 
difere
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faz 
com que as mulheres sejam
 
infantilizadas
, ao mesmo tempo que fortalece 
o pensamento de que 
devem 
permanecer ignorantes a
 
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inocência, que, 
nesse caso, seria
 
o mesmo 
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. 
Segundo a autora
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Entretanto, 
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quando afirmam 
que as mulheres são 
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e, 
por consequência, 
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.
 
 
2ª Parte: 
A educação destinada 
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s mulheres
 
 
(§§
7
-
21
)
 
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que a educação 
desordenada recebida pelas mulhere
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, fazendo com que 
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suas realidades. 
 
 
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Parte:
 
Os deveres
 
das mulheres sob a ótica masculina 
(§§
22
-
29
)
 
No fragmento evidenciado
, a 
personagem 
Sofia, 
presente no
 
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o Emílio
, de autoria de
 
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-
Jacques
-
Rousseau
, é citada como exemplo do que seria, na visão masculina, o papel que 
uma mulher de
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Na obra citada, Sofia 
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a mulher não deveria ser independente, 
pois, no que se refere ao caráter feminino, a obediên
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Sendo assim, as mulheres teriam a obrigação de se 
subjugarem aos homens
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Wollstonecraft
 
refu
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ao retornar a ideia de que a conduta feminina d
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Portanto, a 
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de
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, sobretudo, buscar o desenvolvimento de 
suas próprias faculdades 
e a dignidade da virtude consciente
.
 
 
4ª
 
Parte:
 
A 
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feminina
 
ao amor
, 
à 
graça
 
e 
à luxúria
 
(§§
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Neste trecho, é exposto que a vida das mulheres é pautada por uma idealização do amor, 
pela graç
a e pela luxúria. A autora argumenta que o amor é algo passageiro na vida das pessoas, 
portanto, não deveria ser um dos pilares da vida, sobretudo quando se há a consciência de que 
no futuro a reflexão toma o lugar da sensação. Entretanto, para autores com
o Rousseau, a 
educação feminina deve se preocupar sempre em torná
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las agradáveis. Porém, Wollstonecraft 
Eliene Ferreira dos Santos 
 
Wollstonecraft, Mary. Reivindicação dos direitos da mulher. São Paulo: Boitempo, 2016. 
Introdução, cap. 1 e 2. 
 
1ª Parte: A "inerente" inocência feminina como forma de legitimação e manutenção da 
dominação masculina (§§1-7) 
No trecho em questão, Wollstonecraft questiona a máxima de que homens e mulheres 
são seres que detêm naturezas distintas e objetivações diferentes, afirmando que tal ideia faz 
com que as mulheres sejam infantilizadas, ao mesmo tempo que fortalece o pensamento de que 
devem permanecer ignorantes a fim de preservar sua inocência, que, nesse caso, seria o mesmo 
que prezar pela ignorância e pela fraqueza. Segundo a autora, as mulheres são seres que 
possuem alma, portanto, assim como os homens, têm seu caminho, de acordo com a 
Providência, voltado à virtude, à felicidade, ao pensamento racional e à autonomia. Entretanto, 
os homens agem de maneira a não permitir a obtenção da virtude feminina quando afirmam 
que as mulheres são destinadas à suavidade, à graça doce e atraente, e, por consequência, à 
obediência gentil. 
 
2ª Parte: A educação destinada às mulheres (§§7-21) 
Neste trecho, há a exposição de que a educação desordenada recebida pelas mulheres 
desfavorece a emancipação e o progresso de construção da razão feminina, fazendo com que 
as mesmas se tornem seres mais artificias e de caráter mais fraco. Ao contrário dos homens, 
cuja educação é marcada pelo incentivo ao aprendizado dos atos de raciocinar e pensar (o 
exercício da própria razão), as mulheres são educadas para a servidão, de forma que seu 
entendimento seja posto de lado em detrimento de seus sentidos. A dependência e as ocupações 
domésticas fazem com que as mulheres não se dediquem plenamente a nenhuma disciplina, 
prejudicando às faculdades e à clareza do julgamento, pois o aprendizado é algo secundário em 
suas realidades. 
 
3ª Parte: Os deveres das mulheres sob a ótica masculina (§§22-29) 
No fragmento evidenciado, a personagem Sofia, presente no livro Emílio, de autoria de 
Jean-Jacques-Rousseau, é citada como exemplo do que seria, na visão masculina, o papel que 
uma mulher deveria desempenhar. Na obra citada, Sofia torna-se a companheira ideal do 
protagonista masculino a partir do desenvolvimento de “maneiras femininas”. Para Rousseau, 
a mulher não deveria ser independente, pois, no que se refere ao caráter feminino, a obediência 
é a principal lição a ser absorvida. Sendo assim, as mulheres teriam a obrigação de se 
subjugarem aos homens, satisfazer seus desejos e necessidades. Wollstonecraft refuta tais 
argumentos ao retornar a ideia de que a conduta feminina deve ser baseada nos mesmos 
princípios que a masculina e ter os mesmos objetivos, pois as virtudes masculinas e femininas, 
seguem a mesma direção. Portanto, a mulher deveria, sobretudo, buscar o desenvolvimento de 
suas próprias faculdades e a dignidade da virtude consciente. 
 
4ª Parte: A subserviência feminina ao amor, à graça e à luxúria (§§30-49) 
 Neste trecho, é exposto que a vida das mulheres é pautada por uma idealização do amor, 
pela graça e pela luxúria. A autora argumenta que o amor é algo passageiro na vida das pessoas, 
portanto, não deveria ser um dos pilares da vida, sobretudo quando se há a consciência de que 
no futuro a reflexão toma o lugar da sensação. Entretanto, para autores como Rousseau, a 
educação feminina deve se preocupar sempre em torná-las agradáveis. Porém, Wollstonecraft

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