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1 UNIVERSIDADE PAULISTA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Nome e sobrenome do aluno JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA INFÂNCIA: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO UNIVERSO LÚDICO RESENDE – RJ 2022 2 UNIVERSIDADE PAULISTA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Nome e sobrenome do Aluno JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NA INFÂNCIA: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO UNIVERSO LÚDICO _________________________________________ Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura plena em Pedagogia Universidade Paulista – Polo Resende Orientação: nome do prof, orientador _________________________________________ RESENDE - RJ 2022 3 Ultimo sobrenome, Nome e sobrenome do aluno. . Jogos, Brinquedos e Brincadeiras na Infância: A Importância do Brincar no Universo Lúdico / nome e sobrenome do aluno. - 2022. ....38 f. .... Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) apresentado ao curso de Pedagogia da Universidade Paulista, Resende, 2022. .... Orientadora: Prof.ª nome e sobrenome ....1. Lúdico. 2. Brincar. 3. Desenvolvimento Infantil. I. sobrenome, nome. (orientadora). II. Título 4 RESUMO O tema desta pesquisa bibliográfica “A Importância do Lúdico na Educação Infantil”, para aprendizagem dos alunos, nos primeiros anos iniciais no sistema educacional muitos profissionais utilizam de jogos, brinquedos e brincadeiras, porém em muitos casos somente de forma recreativa, no entanto ressaltamos a importância do brincar para o desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo, o professor é um importante mediador nessa fase inicial, se faz necessário conscientizar os pais, educadores e sociedade em geral sobre à ludicidade que deve estar sendo vivenciada na infância, ou seja, de que o brincar faz parte de uma aprendizagem prazerosa não sendo somente lazer. Esta pesquisa busca compreender a importância do brincar e do lúdico no desenvolvimento da aprendizagem, aproveitar e explorar mais esta área. Foi elaborada a partir de estudos bibliográficos com base em teóricos como Kishimoto, Piaget, Vygotsky, Froebel e entre outros. Tem como objetivo refletir sobre o tema e identificar os benefícios sobre a importância do ato de brincar sob uma visão pedagógica, numa perspectiva lúdica, promovendo um processo de ensino aprendizagem interação social do aluno. Palavras chaves: Lúdico, Brincar, Desenvolvimento Infantil. 5 ABSTRACT The theme of this bibliographical research "The Importance of Playful in Early Childhood Education", for student learning, in the early years in the educational system many professionals use games, toys and games, but in many cases only in a recreational way, however we emphasize the importance of playing for the integral development of the human being in the physical, social, cultural, affective, emotional and cognitive aspects, the teacher is an important mediator in this initial phase, it is necessary to make parents, educators and society in general aware of the playfulness that must be experienced in childhood, that is, that playing is part of pleasurable learning and not just leisure. This research seeks to understand the importance of playing and ludic in the development of learning, taking advantage and exploring this area more. It was elaborated from bibliographic studies based on theorists such as Kishimoto, Piaget, Vygotsky, Froebel and among others. It aims to reflect on the subject and identify the benefits on the importance of the act of playing from a pedagogical point of view, in a playful perspective, promoting a process of teaching learning and social interaction of the student. Keywords: Playful, Play, Child Development. 6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ....................................................................................... 7 CAPÍTULO I: CONCEITO BASICO DE EDUCAÇÃO INFANTIL ...........11 1.1 A Educação Infantil e sua Evolução .......................................11 1.2 O Ato de Brincar no desenvolvimento Infantil..........................14 1.3 A Aprendizagem através do brincar ........................................16 1.3.1 Jogos Brinquedos e Brincadeiras................................17 1.3.2 As Brincadeiras Lúdicas que estimulam o Desenvolvimento..................................................................20 CAPÍTULO II: MÉTODOLOGIA ............................................................23 2.1 Embasamento Teórico ............................................................23 2.2 Percurso Bibliográfico .............................................................25 2.3 Cronograma ............................................................................26 CAPITULO III: ANÁLISE E DISCUSSÃO ............................................. 27 3.1 Aprendendo Brincando ...........................................................27 3.2 Os Estágios do Desenvolvimento ...........................................29 3.3 O Professor como Mediador na Educação Lúdica .................31 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 33 REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS ....................................................... 36 7 INTRODUÇÃO Embasado em pesquisa bibliográfica de alguns autores que fizeram análises sobre o assunto. Os jogos e as brincadeiras sempre estiveram presentes em nossa história, é uma importante forma de comunicação muito além de somente “divertir-se, recrear-se, entreter-se, distrair-se” ou seja brincar. De acordo com Vygotsky: A criança aprende muito ao brincar. O que aparentemente ela faz apenas para distrair-se ou gastar energia é na realidade uma importante ferramenta para o seu desenvolvimento cognitivo, emocional, social, psicológico. (VYGOTSKY, 1979, p.45). Na educação de modo geral, os jogos, os brinquedos e as brincadeiras são um potente veículo de aprendizagem experiencial, visto que permite, através do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social. Observamos ao longo dos anos que as brincadeiras surge de modo natural desde os primeiros meses de vida, e faz parte do crescimento e desenvolvimento da criança, com a evolução das pesquisas e da ciência é possível observar a importância do lúdico no cotidiano escolar, quando brincam e jogam passam a fazer parte de um mundo lúdico, onde proporciona a criança estabelecer relações cognitivas, ou seja não é somente brincar por recreação ou passar o tempo, o ato de brincar também se aprende conteúdos escolares, com a mediação de um professor poderá promover grandes avanços na aprendizagem na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental. Busca-se compreender que o professor como mediador pode atuar de forma que possa usar o lúdico como uma ferramenta educacional, pois 8 proporciona aos alunos uma aprendizagem natural e de forma eficaz, contribui para um desenvolvimento dinâmico e despertando o interesse, a participação de forma espontânea. Espera-se o despertar e a reflexão do educador para esta prática, e que possa proporcionar uma prática pedagógica eficiente, moderna e diversificada. Como utilizar desse universo para promover a aprendizagem? Com base nos estudos de teóricos será possível acompanhar o avanço do desenvolvimento infantil usando métodos lúdicos, envolvendo teorias e práticas no processo de ensino e aprendizagem. Ressaltando que este método de aprendizagem lúdica, vem sendo estudada de modo considerável ao longodos anos, portanto neste sentido avançaremos com as práticas já existentes com o objetivo de contribuir para a melhoria do ensino. A função da escola e do educador é associar o processo de aprendizagem com a ludicidade, e a responsabilidade de aliar as duas dimensões. Tem a necessidade de dispor de profissionais bem formados, conscientes da importância do entrelaçamento da cognição com o desenvolvimento das atividades lúdicas integradas aos processos de ensinar e aprender com reciprocidade. Dessa forma, o trabalho tem como contribuir para uma reflexão da prática pedagógica voltada para a valorização do lúdico, salientando que o ato de brincar não faz somente parte do momento de recreação. Busca compreender a importância do lúdico de forma geral, como uma ferramenta educacional para promover ensino e aprendizagem de forma natural, porém eficaz, tornando as aulas mais produtiva, interessante e dinâmica. Autores como Kishimoto, Piaget, Vygotsky, Froebel e entre outros que contribuíram para o desenvolvimento desta pesquisa bibliográfica, 9 elaborada com base em sites, Monografias, Artigos, Revista Digital e Documentos. No Capítulo I abordaremos um Conceito Básico de Educação Infantil, com um breve percurso sobre o que é Educação infantil, como começou, e quais eram os intuitos iniciais, os principais fatores que influenciaram a sua evolução ao longo dos anos até chegar ao ponto de passar a ser obrigatorio, a Educação Infantil é incluída então na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), onde se integrou à Educação Básica, determinando direitos de aprendizagem para bebês e crianças pequenas. O ato de brincar no desenvolvimento infantil com jogos, brinquedos e brincadeiras vão surgindo na vida da criança de forma gradativa e faz parte das conquistas e formação de sua identidade. A aprendizagem através do brincar faz parte do processo de ensino e aprendizagem ao tratar do lúdico no desenvolvimento infantil e ressalta a importância de manter esta ludicidade nos anos iniciais do ensino. No Capítulo II trata-se do método utilizado para elaborar a pesquisa, foi utilizada como embasamento teórico alguns autores como Kishimoto, Piaget, Vygotsky, Froebel e entre outros, que fizeram análises e estudo sobre o assunto, é uma pesquisa direcionada para profissionais da educação, com o objetivo de promover integração e enfatizar a importância de trabalhar de forma lúdica sobre as práticas pedagógicas e o cronograma de desenvolvimento de cada etapa. No Capítulo III será uma análise e discussão sobre o que foi aprendido nos capítulos anteriores, podemos considerar que “brincar não é somente um ato de recreação”, de acordo com a teoria de Piaget, a concepção de Henri Wallon e da autora Adriana Friedmann, aprendizagem e o desenvolvimento integral das crianças são desenvolvidas através do ato de brincar, pois aprender brincando propicia a criação e recriação de normas, a construção de alternativas para a 10 resolução de questões que podem surgir no momento lúdico, e ao mesmo tempo, facilita a compreensão do mundo em que está inserida. Algumas teorias dos autores citados como Piaget, Vygotsky e Froebel, ambos contribuem com conceitos sobre o desenvolvimento, tendo início ao nascer e se estabiliza na fase adulta, onde propõem quatro estágios de desenvolvimento e entre os estágios ocorrem algumas fases. As perspectivas desses teóricos e autores contribuem para a construção de práticas pedagógicas e de uma educação lúdica, onde enfatiza a análise da importância do papel do professor como mediador na aprendizagem ao longo dos anos. Nas considerações finais apresenta-se os resultados da pesquisa apontando os objetivos que foram atingidos e os pareceres sobre os temas abordados com o intuito de proporcionar uma reflexão quanto a prática pedagógica. 11 CAPÍTULO I – CONCEITO BÁSICO DE EDUCAÇÃO INFANTIL A primeira etapa da educação básica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até 5 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Durante a infância, a criança adquire um mínimo de conceitos básicos que se tornam muito úteis para o desenvolvimento do raciocínio lógico e o aprendizado de cada uma das distintas áreas do conhecimento. Podemos propiciar a aquisição desse conhecimento através da ludicidade, com atividades como jogos, brinquedos e brincadeiras. 1.1 A Educação Infantil e sua Evolução A educação infantil é a primeira etapa da educação básica, sendo referente ao início da criança com idade entre 0 (zero) e 5 anos no processo educativo e de socialização. Tendo como objetivo o desenvolvimento integral de forma a abranger os aspectos físico, motor, psicológico, cognitivo, intelectual, social e emocional. É nesta fase também que as crianças começam a interagir com pessoas de fora do seu círculo familiar e comunitário, principalmente através da realização de jogos e atividades que envolvem a ludicidade. Desta forma a educação infantil é subdividida entre as instituições educativas especializadas responsáveis pelo desenvolvimento das atividades, tais como as “Creches” para crianças de até 3 anos e “Pré-escolas” para as crianças de 4 a 5 anos de idade. Nesta primeira etapa de desenvolvimento, o professor faz a mediação entre o aluno e a realização das atividades que são desenvolvidas de acordo com cada faixa etária, dando prioridade a 12 ludicidade, teatros, histórias, brincadeiras, jogos, enfim atividades que estimulam as potencialidades cognitivas da criança. Segundo Kuhlmann, (2003) pode-se falar de Educação Infantil em um sentido bastante amplo, envolvendo toda e qualquer forma de educação da criança na família, na comunidade, na sociedade e na cultura em que viva. É considerada uma das mais importantes etapas da formação das crianças, pois é onde elas começam a existir fora do convívio familiar, o que envolve lidar com diferenças, o desenvolvimento da personalidade e da autonomia, a criação de laços de amizade e as descobertas em diferentes áreas do conhecimento. Ela funciona como uma base para as demais etapas da educação formal, e o correto aproveitamento desta etapa permite que os pequenos cresçam com mais autonomia e tenham mais sucesso em sua vida escolar. Em 1932 Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova previa o “desenvolvimento das instituições de Educação e assistência física e psíquica às crianças na idade pré-escolar”. Mas foi A Conferência Nacional de Proteção à infância (RJ) levantou-se no ano de 1933 a importância da pré-escola não apenas no aspecto da saúde, mas também do desenvolvimento sob a ótica de facetas pedagógicas. Então em 1940 a Criação do Desenvolvimento da Criança estabeleceu normas para o funcionamento de creches. De 1975 a 1979 o II Plano Setorial de Educação e Cultura Previa (para além de assistencialismo) a Educação Infantil ser passada como parte da Educação, visando a diminuição das taxas de reprovação no ensino de 1º grau (sendo hoje em dia o Ensino Fundamental). No final de 1979 Movimento Luta por Creche reivindicava mais creches. 13 Nos anos de 1980 a 1985 o III Plano Setorial de Educação e Cultura, a educação infantil passou a ser vista com importância, pois as pessoas não queriam um lugar para que as crianças sejam somente cuidadas, para que os adultos possam trabalhar, querem um lugar onde as crianças possam ter experiências, com diferentes materiais e elementos culturais. A Constituição Federal de 1988 define de forma clara o atendimento e a responsabilidade do Estado para com a educação das crianças de 0 (zero) a 6 anos em creches e pré-escolas sendo como educação não obrigatória e compartilhada com a família (art. 280, inciso IV). “No art.29. A Educação Infantilé conceituada como a primeira etapa da Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até cinco anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico e social, complementando a ação da família e da comunidade. No art. 30 a Educação Infantil será oferecida em creches para crianças de até três anos de idade e em pré-escolas para crianças de quatro a cinco anos de idade. No art. 31. Na Educação Infantil a avaliação será feita mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para acesso ao Ensino Fundamental. É importante ressaltar que a Educação Infantil tem uma função pedagógica, um trabalho que toma a realidade e os conhecimentos infantis como ponto de partida e os amplia através de atividades que tem significado concreto para a vida das crianças, e simultaneamente asseguram a aquisição de novos conhecimentos. Diante disso é importante que o educador na Educação Infantil se preocupe com a organização e aplicação das atividades contribuindo assim para o desenvolvimento da criança de 0 a 5 anos”. Sendo assim ano de 1996 a LDB colocou a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica, e em 1998 O Referencial Curricular Nacional Infantil, estruturou melhor suas diretrizes. 14 Em 2001 o Plano Nacional de Educação previu um Programa Nacional de Formação dos Profissionais de Educação. Em 2006 ocorreu alteração na LDB antecipou-se o primeiro ano do Ensino Fundamental para os 6 anos de idade, no ano de 2009, as Diretrizes Nacionais para Educação Infantil orientaram o planejamento curricular das escolas. A partir do ano de 2013, a Lei 12.796 estabeleceu que todas as crianças de quatro e cinco anos passam a ser obrigatoriamente matriculadas em uma instituição de ensino infantil, com exigência de frequência e carga horaria mínima. Em 2017, quando a Educação Infantil é incluída na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), onde se integrou à Educação Básica, determinando direitos de aprendizagem para bebês e crianças pequenas. Na prática, os Centros Municipais de Educação Infantil - CEMEI não devem ser vistos como o local onde as crianças são deixadas com educador apenas para cuidados básicos enquanto seus pais, mães ou responsáveis trabalham, mas sim como espaço onde o educador possa desenvolver o seu papel de mediador na aprendizagem, pois eles são capacitados para atuarem de maneira a promover condições de desenvolvimento em diversas dimensões do conhecimento. As CEMEI vêm se modernizando nas últimas décadas deixando de ser “agência de cuidados e assistência para crianças de pais que trabalham” para assumir o papel de instituição educacional bem como novas responsabilidades para o sistema educacional. 1.2 O Ato de brincar no Desenvolvimento Infantil Desde que nasce a criança precisa de espaços que ofereçam liberdade de movimentos, segurança e que acima de tudo possibilitem 15 sua socialização com o mundo e com as pessoas que a rodeiam. Espaços estes de direito de todas as crianças sejam eles: públicos, privados, institucionais ou naturais. o espaço é muito importante para a criança pequena, pois muitas, das aprendizagens que ela realizará em seus primeiros anos de vida estão ligadas aos espaços disponíveis e/ou acessíveis a ela. Lima (2001, p.16) O ato de brincar não faz parte somente da recreação e descontração, é importante no desenvolvimento da criança, as brincadeiras vão surgindo na vida da criança de forma gradativa e com isso contribuindo experiencias, conquistas e formação de sua identidade, a desenvolver capacidades importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, propiciando a afetividade e a sociabilidade é um excelente estímulo para a aprendizagem. (...) desde muito cedo o jogo na vida da criança é de fundamental importância, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, através de esforços físicos se mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter sentimentos de liberdade, portanto, real valor e atenção as atividades vivenciadas naquele instante. Carvalho (1992, p.14) O primeiro educador a enfatizar o brinquedo, a atividade lúdica, a aprender o significado de aprender no ato de brincar foi Froebel. O brincar caracteriza a ação da criança e que o próprio ato de brincar é uma linguagem, gestual, corporal, sonora, verbal, entre outras. Afirma, em sua obra "A educação do homem" (1826): “A educação é o processo pelo qual o indivíduo desenvolve a condição humana autoconsciente, com todos os seus poderes funcionando completa e harmoniosamente, em relação à natureza e à sociedade. Além do mais, era o mesmo processo pelo qual a humanidade, como um todo, originariamente se elevara acima do plano animal e continuará a se desenvolver até a sua condição atual. Implica tanto a evolução individual quanto a universal.” 16 1.3 A Aprendizagem Através do Brincar As crianças aprendem brincando desde muito cedo, faz parte do processo de aprendizagem, através de experiencias físicas, interações sociais de seus próprios sentimentos e da imaginação. O brincar une as partes lógicas e criativas do cérebro, além de movimentar o corpo inteiro, o que ajuda a desenvolver habilidades importantes para toda a vida, correr, dançar, rolar são atividades que desenvolvem a musculatura e as habilidades motoras, sendo assim os educadores devem planejar as suas estratégias de ensino, de e incluir as crianças na criação das regras da brincadeira ou atividade lúdica. Ao ler livros de contos de fadas, por exemplo, pedir que as crianças que leiam ou somente acompanhem a leitura, onde pode ser elaborado um breve teatro criando encenações, onde as crianças podem dar vida aos personagens e têm a oportunidade de encenar cenas e se expressar, despertar a interação social. Conquanto que se tenha observado a importância das brincadeiras dentro do processo de ensino aprendizagem, não pode esquecer que deve ser feito um trabalho dirigido e coordenado, de modo que não constitua um ambiente desorganizado. Pelo fato de citar jogos, brinquedos e brincadeiras, há certo relaxamento de posturas tradicionais de ensino, mas não pode ser confundida a liberdade em potencial das atividades lúdicas, com a libertinagem promovida pelo fazer de qualquer jeito. O papel do professor na utilização do processo lúdico deve ser o de conduzir e coordenar as atividades. Deve haver planejamento, acompanhamento e avaliação, para que os resultados positivos sejam alcançados. 17 1.3.1 Jogos Brinquedos e Brincadeiras Jogos e brincadeiras, assim como os brinquedos, são recriados de geração em geração, pois faz parte da cultura popular, sendo manifestações espontâneas, perpetua a cultura infantil ao mesmo tempo em que desenvolve formas de convivência social. Para Kishimoto: “o uso do brinquedo/jogo educativo com fins pedagógicos remete-nos para a relevância desse instrumento para situações de ensino- aprendizagem e de desenvolvimento infantil. Se considerarmos que a criança pré-escolar aprende de modo intuitivo adquire noções espontâneas, em processos interativos, envolvendo o ser humano inteiro com cognições, afetivas, corpo e interações sociais, o brinquedo desempenha um papel de grande relevância para desenvolvê-la” (1997. p.36). Assim Kishimoto (1997) mostra que as brincadeiras e jogos são instrumentos de grande importância para aprendizagem no desenvolvimento infantil, pois se a criança aprende de maneira espontânea, o brinquedo passa a ter significado crucial na formação e na aprendizagem. Há, portanto, a possibilidade de as crianças relacionarem através de várias formas, gerando múltiplos valores, já que ela faz parte e sentido na vida delas. A utilização de brincadeira, pode e deve ser incentivada como instrumentofacilitador do aprendizado. Os jogos para as crianças, diferentemente dos adultos, propiciam oportunidade de aprendizado, e não apenas de recreação. Os Brinquedos consistem no objeto de suporte da brincadeira. Este é o conjunto de ações desenvolvidas através da utilização dos brinquedos. As Brincadeiras permitem ampla possibilidade de desenvolvimento, já que há autoconstrução do conhecimento pela criança. Esse ambiente lúdico é 18 rico em possibilidades de criação e de expansão do potencial imaginário e criativo. A concepção de estudiosos como Piaget, Wallon e Vygotsky sobre a importância dos jogos no desenvolvimento infantil. Piaget identifica três grandes tipos de estruturas mentais que surgem sucessivamente na evolução do brincar infantil: o exercício, o símbolo e a regra. • O Exercício: Inicia-se a forma de jogo no período sensório-motor (0 a 2 anos) do desenvolvimento cognitivo e acompanha o ser humano durante toda a sua existência desde a da infância à idade adulta. • O Símbolo: Tem início no período Pré-operatório (2 a 7 anos) do desenvolvimento cognitivo, a função simbólica é a habilidade de estabelecer a diferença entre alguma coisa usada como símbolo e o que ela representa seu significado. • A Regra: Se manifesta no período Operatório concreto (7 a 11 anos) acontece um declínio nos jogos simbólicos e a criança começa a se interessar pelas regras. Para Wallon é um processo de construção progressiva, onde se realiza a integração de duas funções principais: A afetividade, vinculada à sensibilidade interna e orientada pelo social; A inteligência, vinculada às sensibilidades externas, orientada para o mundo físico, para a construção do objeto. Classifica jogos infantis em quatro categorias: • Jogos Funcionais: 19 Movimentos simples através dos sentidos, descobre as funções que a evolução da motricidade e exploração do corpo lhe possibilita e sente necessidade de pôr em ação as novas aquisições, tais como: os sons, ao gritar, a exploração dos objetos, o movimento do seu corpo, a criança percebe os efeitos agradáveis e interessantes obtidos nas suas ações gestuais, sua tendência é procurar o prazer repetindo suas ações. • Jogos de Ficção Caracterizadas pela ênfase do lúdico, do faz-de-conta e do imaginário, faz com que a criança represente papéis presentes no seu contexto social, brincando de “imitar adultos”, “casinha”, “escolinha”, entre outros. • Jogos de aquisição Se empenha para compreender, conhecer, imitar canções, gestos, sons, imagens e histórias, começam os jogos de aquisição. • Jogos de Fabricação Atividades manuais de criar, combinar, juntar e transformar objetos. Os jogos de fabricação, quando a criança cria e improvisa o seu brinquedo: a boneca, os animais que podem ser modelados, isto é, transforma matéria real em objetos dotados de vida fictícia. A concepção de Vygotsky apresenta estudos sobre o papel psicológico do jogo para o desenvolvimento da criança. O brinquedo que comporta uma situação imaginária também comporta uma regra relacionada com o que está sendo representado. Assim, quando a criança brinca de médico, busca agir de modo muito próximo daquele que ela observou nos médicos do contexto real. A criança cria e se submete às regras do jogo ao representar diferentes papéis. A brincadeira se configura como uma situação privilegiada de aprendizagem infantil, à medida que fornece uma estrutura básica para mudanças das necessidades e da consciência. 20 1.3.2 As Brincadeiras Lúdicas que estimulam o Desenvolvimento Estimular as crianças com brincadeiras lúdicas no ambiente escolar ajuda a desenvolver habilidades para a vida. Ser capaz de planejar, traçar objetivos para agir, focar a atenção, ter flexibilidade e controlar as emoções, estão dentre essas habilidades essenciais. Os jogos é uma metodologia de ensino que precisa estar incluída no dia a dia em sala de aula, planejada e utilizada de maneira coerente para facilitar a transmissões de conhecimentos. Por ter caráter lúdico, os jogos e brincadeiras proporcionam prazer além de ser educativo ensina regras. Piaget afirma: “Piaget ([s/d], apud SANT’ANNA; NASCIMENTO 2011, p. 21), atribui ao lúdico um papel para o desenvolvimento infantil; acredita que ao jogar as crianças assimilam e transformam a realidade”. De acordo com Kishimoto: “Quando a criança percebe que existe uma sistematização na proposta de uma atividade dinâmica e lúdica, a brincadeira passa a ser interessante e a concentração do aluno fica maior, assimilando os conteúdos com mais facilidades e naturalidade”. (KISHIMOTO, 1996, p.24). “A importância de contextualizar esse tema releva-se, pois, o lúdico deve ser visto com uma ferramenta contributiva para o melhor desenvolvimento das crianças e não ser visto como algo fora do contexto educacional”. (KISHIMOTO,1998) Portanto entre várias brincadeiras, podemos destacar: • Massinha, desenho e pintura: Além de ser uma brincadeira divertida e prazerosa, ajuda na aprendizagem e preparação para a escrita, pois fortalece os músculos das mãos e dedos. Também estimula o desenvolvimento da motricidade fina, o professor pode ainda inserir novos objetos no decorrer da atividade tais como palitos, rolos, forminhas e entre outros para estimular as habilidades motoras finas e a criatividade. O Professor pode oferecer tintas guache, 21 pincéis, telas, papel sulfite ou cartolina, lápis de cor, enfim tem muitas formas de se trabalhar em cima dessas atividades. • Blocos de montar, quebra-cabeças e tabuleiro: Brincar com blocos de montar, quebra-cabeças de madeira ou de papelão encaixáveis e tabuleiros, ajudam a desenvolver a noção espacial, coordenação, reconhecimento de formas, tamanhos, cores, raciocínio lógico e o respeito de regras. É possível improvisar jogos de encaixe com materiais alternativos, como caixas, tecidos, cestos e blocos de madeira, estimulando ainda mais a criatividade e imaginação. • Culinária e sensoriais: Brincar de cozinhar, servir e fazer compras são brincadeiras que as crianças adoram. O ato de cozinhar e dar oportunidade para as crianças de misturar e combina ingredientes são elementos de jogo sensorial, conceitos matemáticos e segurança doméstica. Jogos sensoriais são quaisquer atividades lúdicas que envolvam tato, olfato, paladar, visão e audição. Os jogos sensoriais aguçam e estimulam os sentidos, a curiosidade e a percepção sensorial, funciona muito bem com crianças pequenas, coloque uma venda, ou tape os olhos da criança para que ela descubra o que é. • Amarelinha e pular corda: A Amarelinha desenvolve o equilíbrio e noções básicas de matemática das crianças, além de propiciar convivência em grupo e habilidades de pensamentos para soluções de problemas. Pula corda é uma atividade que vai além de diversão e lazer, desenvolve a coordenação motora, força e bem-estar físico, além de promover a socialização das crianças. • Música, dança e canto: Brincadeiras como estátua, estimula o sentido do ritmo com a música, onde se toca uma música e quando ela para é preciso ficar imóvel, ensina 22 a sincronizar palavras ações e ritmos. Além disso, ao cantar as músicas as crianças desenvolvem a linguagem e habilidades de alfabetização, como por exemplo a contagem. • Faz de conta: Estimula a imaginação brincar de faz-de-conta, desenvolve a imaginação uma habilidade fundamental para aprendizagem, através do mundo da fantasia, elabora sua experiencia e aprendem lições, ajuda a encontrar soluções para problemas e conflitos. Além de compreender o mundo ao seu redor. O Professor pode disponibilizar adereços, ou fantasias, onde a criança poder brincar de ser uma princesa, uma bruxa ou um super-herói, enfim não há limites. • Leitura e Contação de Histórias: Contar histórias estimula a imaginação,a memória e até mesmo usar a moral da história e a lição aprendida com ela, com coerência e discernimento, além de ser divertido ajuda a tomar decisões e compreender o mundo. Aproveitar este momento para realizar interatividades como imitar sons ou falas dos personagens da história, realizar atividades baseadas na história lida, como desenhar por exemplo. Essas são somente algumas das brincadeiras entre várias, além disso vale ressaltar que qualquer objeto pode virar brinquedo e com isso desenvolver jogos e brincadeiras que ajude no desenvolvimento, basta dar uma funcionalidade para eles. A funcionalidade não está somente nos brinquedos que são comprados e oferecidos a criança, hoje existe uma gama de brinquedos disponíveis no mercado, vários tipos, cores, formatos e tamanhos com diversas finalidades. Porém, com tanta tecnologia que alguns brinquedos possuem, pode dificultar a criatividade da criança, pois pode não deixar espaço para que a imaginação flua. 23 CAPÍTULO II – MÉTODO Esta pesquisa é relacionada a jogos, brinquedos e brincadeiras e a Importância de brincar no universo lúdico, como instrumento e método que pode contribuir com o processo de ensino e aprendizagem e desenvolvimento do ensino infantil, mas também nos anos iniciais do ensino fundamental, como apoio a construção de conhecimentos, busca deixar evidente a importância do papel do professor como mediador para promover um ensino dinâmico, atrativo e prazeroso. Utilizando como base um levantamento bibliográfico sobre o tema escolhido auxiliando no desenvolvimento de análises, integração entre teorias e práticas pedagógicas. 2.1 Embasamento Teórico Antigamente havia uma concepção de infância como uma fase preparatória para a vida adulta, era uma fase dita como introdutória das outras seguintes. Assim as especificidades da infância, eram atropeladas com conceitos de como ensiná-los para a vida adulta. A infância deve ser vivida no presente com seus direitos que são assegurados por lei, através do Estatuto da Criança e do Adolescente (1990): “Art. 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão organizar e estimular a criação de espaços lúdicos que propiciem o bem-estar, o brincar e o exercício da criatividade em locais públicos e privados onde haja circulação de crianças, bem como a fruição de ambientes livres e seguros em suas comunidades”. (1990, p.192) O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) destaca: “• o respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas etc.; 24 • o direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil; • o acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, à interação social, ao pensamento, à ética e à estética; • a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma; • o atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao desenvolvimento de sua identidade”. (1998, p.13) Portanto, esta pesquisa é relacionada a Jogos, Brinquedos e Brincadeiras na Infância e a Importancia de Brincar no Universo Lúdico, com instrumentos e métodos que possam contribui com o processo de ensino e aprendizagem do desenvolvimento infantil, buscando deixar em evidencia o papel do professor como mediador na construção de uma educação lúdica, onde desenvolve um ensino pleno e satisfatório além de dinâmico e prazeiroso, onde utilizou-se uma pesquisa bibliografica com bases em documentos e teoricos, com o objetivo baseado no levantamento da literatura pesquisada sobre o tema escolhido para integrar teorias e praticas pedagogicas, para que o sistema educacional não seja monotono, levando a baixos indices de aprendizagens e com isso, consequentemente deixando as crianças estressadas e desinteressadas em aprender prejudicando o rendimento e produtividade em sala de aula, como consequencia a retenção do aluno, sendo assim o professor diante de estudos e analises juntamente com a pratica, desenvolve uma aprendizagem mais cativante e prazeiroza onde sendo assim provovendo um ambiente escolar acolhedor, usando uma estrategia didatica que consista em desfazer o “mito” da ideia de que o ato de brincar é somente recreação e passatempo, sendo assim é possivel promover uma educação que, ao mesmo tempo em que permite 25 o treino de habilidades que a criança ja possui, possibilita aprimorar e induzir a desenvolver o surgimento de novas habilidades. 2.2 Percurso Bibliográfico Esta pesquisa bibliográfica foi elaborada com base em sites, Monografias, Artigos, Revista Digital e Documentos; lidas de forma a completar a elaboração da pesquisa. Sites: Nova Escola – Revista Digital • De babá a professora: a evolução da Educação Infantil. Brasil Escola – Meu Artigo • O espaço físico e sua relação no desenvolvimento e aprendizagem da criança. • Desenvolvimento Infantil de Zero a Três Anos • A importância dos jogos na educação infantil. Brasil Escola - Monografias • A importância do brincar na educação infantil • A Importância do Lúdico na Educação Infantil. Instituto Neurosaber – Artigo • Brincadeiras que estimulam o ensino em casa. • Brincadeiras que potencializam o desenvolvimento infantil. • Avaliação na Educação Infantil como aplicá-la de maneira lúdica. Portal Educação - Artigo • O que é educação Infantil? • O Lúdico e o Papel do Jogo na Aprendizagem Infantil. Documentos on-line: • Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil Vol. 1. 26 • Jogos, Brinquedos e Brincadeiras. • Friedrich Fröbel • Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA 2.3 Cronograma Esta pesquisa foi elaborada e direcionada para profissionais da educação, com o objetivo de promover integração e enfatizar a importância de trabalhar de forma lúdica sobre as práticas pedagógicas, desenvolvendo um ambiente com aulas dinâmicas, divertidas e prazerosas facilitando o desempenho das atividades, e do ensino e a aprendizagem com qualidade. • Fevereiro: Pesquisas e leituras, análise e compreensão de conteúdos pesquisados e selecionados para a definição de um tema (provisório), seleção bibliográfica e documentos relevantes, sendo eles em sites de Revista Digital, Documentos, Monografias e Artigos. • Março: Capa, contracapa, sumario, resumo e introdução (prévia); Produção teórica que compõe o Capítulo I. • Abril: Revisão do conteúdo produzido no Capítulo I, produção e elaboração do método e cronograma do Capítulo II e Capítulo III, juntamente com uma produção (prévia) das considerações finais. • Maio: Revisão da pesquisa, e ajustes finais. 27 CAPÍTULO III – ANÁLISE E DISCUSSÃO Neste capítulo retomaremos a discussão iniciada nos capítulos anteriores, apresentando o papel do professor na construção de uma educação lúdica, na visão de alguns teóricos como Wallon que enfatiza a importância das brincadeiras e Kishimoto autora que trata do tema atualmente, Adriana Friedmann autora de vários livros relacionados com o universo da criança e do brincar, as análises das teorias de Piaget, Vigotsky e Froebel sob a perspectiva do desenvolvimento infantil através do lúdico. 3.1. Aprendendo Brincando Considerando a análise do que foi aprendido nos capítulos anteriores, podemos considerar que “brincar não é somente um ato de recreação”, pois a falta de brincadeiras pode comprometer o desenvolvimento social, cognitivo e motor da criança. A aprendizagem e o desenvolvimento integral das crianças são desenvolvidas através do ato de brincar, pois aprender brincandopropicia a criação e recriação de normas e a construção de alternativas para a resolução de questões que podem surgir no momento lúdico, e ao mesmo tempo, facilita a compreensão do mundo em que está inserida. O Referencial Nacional para Educação Infantil (1998) traz que não podemos perder de vista o trabalho envolvendo o lúdico na escola. E partir daí surgem algumas indagações acerca do desenvolvimento de atividades usando a ludicidade, os jogos e as brincadeiras num contexto ensino e aprendizagem. Quais experiências pedagógicas o aluno precisa viver, considerando as particularidades em relação as brincadeiras? De 28 que forma o educador deve usar o lúdico na sala de aula? Qual a maneira certa de intervir no jogo ou brincadeira? De acordo com a visão do autor pioneiro na teoria da inclusão dessas ferramentas no processo de aprendizagem na educação inicial, Vygostsky o comportamento da criança ao brincar é diferente, ela se comporta como se tivesse idade além do normal. O brinquedo pode proporcionar uma realidade irreal ou fantasia que é reproduzida através da vida do adulto, a qual ela ainda não pode participar ativamente. Deste modo, quanto mais rica for a experiência, maior será o material disponível para imaginação. A Teoria de Piaget (1978) afirma que: “(...) a fase de zero a dois (0 a 2) anos, a criança conquista o mundo por meio da percepção e dos movimentos, o recém-nascido reduz-se ao exercício dos reflexos. O seu desenvolvimento é acelerado dando suporte para as suas novas 18 habilidades motoras como, por exemplo: pegar, andar, olhar, apontar entre outros. Ao decorrer desse estágio, os reflexos podem ser progressivamente substituídos pelos esquemas e somados aos símbolos lúdicos”. (1973, p.89) A concepção do autor que se dedicou a realização de pesquisas para conhecer a infância e os caminhos da inteligência Henri Wallon, destaca que: “(...) o adulto batizou de brincadeira todos os comportamentos de descoberta da criança. Os adultos brincam com as crianças e é ele inicialmente o brinquedo, o expectador ativo e depois o real parceiro. Ela aprende, a compreender, dominar e depois produzir uma situação específica distinta de outras situações”. (2004.p.98) Segundo a autora de vários livros relacionados com o universo da criança e do brincar, Adriana Friedmann, afirma: “Jogo Simbólico - Entre os dois e os seis anos a tendência lúdica predominante se manifesta sob a forma de jogo simbólico. Nesta categoria o jogo pode ser de ficção ou de imitação, tanta no que diz respeito à transformação de objetos quanto ao desempenho de papéis. 29 A função do jogo simbólico consiste em assimilar a realidade. É através do faz-de-conta que a criança realiza sonhos e fantasias, revela conflitos interiores, medos e angústias, aliviando tensões e frustrações. O jogo simbólico é também um meio de auto-expressão: ao reproduzir os diferentes papéis (de pai, mãe, professor, aluno etc.), a criança imita situações da vida real. Nele, aquele que brinca dá novos significados aos objetos, às pessoas, às ações, aos fatos etc., inspirando-se em semelhanças mais ou menos fiéis às representadas. Dentro dessa categoria destacam-se os jogos de faz-de-conta, de papéis e de representação (estas denominações variam de um autor para outro)”. (1995, p. 56) 3.2 Os Estágios do Desenvolvimento Algumas análises sobre as teorias dos autores citados como Piaget, contribuem com conceitos sobre o desenvolvimento, tendo início ao nascer e se estabiliza na fase adulta, onde propõem quatro estágios: Sensório-motor, Pré-operatório, Operatório concreto e Operatório formal; • Sensório-motor (0 a 2 anos): Neste estágio o bebê realiza o processo básico de tentar compreender o mundo que o cerca. Assimila informações, usa sua percepção de impulsos sensoriais e motores e se acomoda baseando em suas experiências. Esse é o ponto de partida do desenvolvimento da criança. É a etapa onde o desenvolvimento das coordenações motoras da criança aprende a diferenciar os objetos, e seus pensamentos está vinculado ao concreto. Suas habilidades vão se aprimorando de acordo com o que lhe é oferecido, estimulando a maturação do sistema nervoso central. • Pré-operatório (2 a 7 anos): Neste estágio há o uso de símbolos em muitos aspectos do comportamento da criança, que começam a representar ações na brincadeira. O egocentrismo aparece assim como a descrição de 30 conservação. O pensamento da criança está centrado nela mesma, nesta fase que se apresenta as primeiras palavras em forma de linguagem, a socialização da criança, que se dá através da fala, dos desenhos e das dramatizações. • Operatório concreto (7 a 11 anos): Durante este estágio, as crianças se tornam mais conscientes dos eventos externos, bem como de outros sentimentos que não os seus. Eles se tornam menos egocêntricos e começam a compreender que nem todos compartilham seus pensamentos, crenças ou sentimentos. • Operatório formal (12 em diante): Neste último estágio, há uma transformação de pensamento concreto para o formal e abstrato, as crianças conseguem, aos poucos, dominar a competência de abstração e generalização, criar teorias referentes ao mundo concreto, acrescentando-se aspectos de reformulação da realidade. Há perfeita relação de equilíbrio entre o pensamento e a realidade, onde permite uma compreensão na necessidade de reflexão sobre o mundo real, através do seu pensamento, consiga manipular as ideias por meio das palavras, símbolos, jogos, brinquedos e brincadeiras. Para Vygotsky a perspectiva sobre o desenvolvimento da criança é desenvolvida pela cultura de pensamentos, linguagem e raciocínio desenvolve por meio do ambiente e interações onde é inserida, ou seja, uma aprendizagem mediada entre um adulto ou criança mais experiente (mais velha) onde “automaticamente” os processos mentais é induzida a planejar ações, imaginar objetos e até mesmo tomar decisões. Em toda obra de Froebel há uma constante comparação do desenvolvimento da criança com o das sementes, ou seja, a criança é como uma semente a ser cultivada para desenvolver. A partir desse conceito, os estágios ocorrem conforme as seguintes fases: a infância, a 31 meninice, a puberdade, a mocidade e a maturidade. Cada uma delas tem características próprias, mas são igualmente importantes. Entretanto, ele focou seus estudos nos primeiros anos de vida da criança durante o tempo que seria vivido no Jardim da Infância. As atividades motoras e os sentidos são importantes para as fases do desenvolvimento, onde se realiza através de: percepção sensorial, linguagem e brinquedo. 3.3 O Professor como mediador na educação lúdica Verificou-se a intensa transformação na concepção do papel do professor ao longo da História da Educação, saindo do conceito “onde o educador era um profissional que se destinava somente aos cuidados das crianças, onde não havia necessidade de caráter educacional”. Para a perfeita realização desses direitos, houve aprimoramento da relação cuidar e educar. Segundo o Referencial Nacional para Educação Infantil (1998), nos traz aspectos importantes sobre o papel do professor: “Nesta perspectiva, o professor é o mediado entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos do conhecimento humano. Na instituição de educação infantil o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas”. (BRASIL, 1998, p. 30) Portanto,a respeito do papel do professor como facilitador da aprendizagem sendo o mediador da utilização dos jogos, brinquedos e brincadeiras, principalmente da organização dos espaços para as crianças adentrar no universo da ludicidade. 32 O Professor ganha em qualidade e sustentação se estiverem presentes teorias, práticas pedagógicas e ludicidade. Por meio dessa formação poderá definir discernimentos importantes como, estabelecer a duração para o envolvimento de cada brincadeira, a verbalização e linguagem que acompanha o jogo, observar o interesse, a motivação, a satisfação e afetividade no decorrer da atividade e com isso constituindo conhecimentos de raciocínio, cooperação, resolução de conflitos e argumentos entre outros. A educação lúdica pode ser para o professor uma potente ferramenta de unificação e transformação além de inovadora é também uma prática possível de ser aplicada no ambiente escolar. Para isso observar e coletar informações sobre as brincadeiras e se necessário adaptá-las no decorrer da brincadeira, participando e questionando com as crianças, respeitando o direito da criança de não participar, porém neste momento, fazer observações e oferecer opções diferenciadas de participação da criança na atividade desenvolvida ou ouvir opiniões, indagá-las sobre as atividades propostas isso estimula a falar e expor opiniões sobre as aulas, onde pode ser para elaborado relatórios e portfólios para registrar o desenvolvimento de seus alunos em relação à participação, habilidades, dificuldades e preferências, comportamento, interação social, reações a conflitos, conquistas e frustrações, entre outros pontos. Valorizar o processo de cada criança em superar suas dificuldades, estimular o esforço sem incentivar a competição, pois a criança pode se sentir tensa ou até mesmo julgada pelo seu desempenho. As escolas devem criar estratégias e procedimentos de avaliação. 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme apresentado, houve uma grande evolução na área da educação infantil, considerando a inexistência de órgãos específicos destinados à educação das crianças pequenas, quando a família era a única responsável pela educação de seus filhos, sendo as creches instituições assistencialistas apenas, possuindo pouca estrutura física e funcional para receber os alunos. Nessa época, em decorrência do grande aumento da industrialização, as mulheres, mães de família, eram uma das principais mãos de obra, o que levou a surgir a necessidade de ampliar as “creches” como também melhorias dos serviços e estruturação o que levou a reivindicações. Dessa forma, aconteceu a aprovação pela Assembleia Constituinte das principais exigências referentes a valorização da educação no Brasil, sendo que a Constituição de 1988 trouxe na sua publicação a inclusão da “creche” no sistema educacional das crianças de 0 (zero) a 6 anos, qualificando como responsabilidade da família e do Estado a garantia de educação. Desde então, percebemos que houve muitas mudanças no que diz respeito à melhoria na educação, até os dias atuais, porém, ainda temos um longo caminho pela frente. Nesta perspectiva, buscamos entender maneiras de ensino que sejam favoráveis ao desenvolvimento integral da criança, o que nos leva a estudos de teorias de autores, cientistas e pesquisadores da área a respeito do desenvolvimento da criança relacionando-o ao uso de jogos e brincadeiras na infância e a importância do brincar no universo lúdico. Nesse sentido, no decorrer da pesquisa, buscamos enfatizar e entender a importância do ato de brincar e as suas implicações para o desenvolvimento e aprendizagem. Assim, acabamos compreendendo que a criança se torna construtor de seu próprio conhecimento quando 34 brinca, pois encontra motivos para solucionar problemas, desenvolver hipóteses ou até mesmo estimular a própria imaginação. Constatamos que brincar “não é somente um ato de recreação e passatempo” e sim um ato mediador de aprendizagem prazerosa, é uma ação desenvolvida em sua plenitude, dessa forma pode ser considerada uma atividade lúdica. Nesta pesquisa percebe-se como o lúdico está presente e faz parte da vida do ser humano, e com estudos no passar dos tempos, o tema e as teorias e concepções a respeito deste assunto se aprofundou levando a evolução no desenvolvimento de aprendizagem da criança no ambiente educacional. Abordou-se o quanto é importante o papel do professor nesse processo de mediação na construção de ensino e aprendizagem com intuito de proporcionar aos alunos um ensino dinâmico e atrativo, ao analisarmos as concepções teóricas de alguns autores sobre a atuação lúdica em sala de aula, o educador deve possuir um bom embasamento teórico para que possa aplicar sua metodologia de forma produtiva e eficaz, uma boa noção do conhecimento das fases da criança para que possa fazer intervenções de acordo com cada faixa etária e saber utilizar o lúdico para construção de aprendizagens. Quanto aos jogos, Brinquedos e Brincadeiras como ferramenta no processo de aprendizagem, observa-se com a pesquisa que as crianças ao utilizarem regras estimula atitudes de cooperação, interação e habilidades cognitivas, proporciona estímulos de raciocínio, aprende respeitar regras e a lidar com frustrações. Ao analisar a ideia de Kishimoto onde autora nos atentou sobre desfazer a ideia de ver os jogos como momento de distração, pois a educação infantil oferece muito mais do que um mundo de sonhos e imaginação, pois é no momento do jogo que a criança absorve o máximo de informações. 35 Piaget, Wallon e Friedmann nos enfatizou com suas teorias, o quanto é essencial o universo da criança e do brincar no desenvolvimento infantil em seus aspectos lúdicos, observa-se que esses autores trazem olhares com pontos importantes para embasar a prática pedagógica. Além disso tais teóricos como Piaget e Wallon compartilham da ideia de que a atividade lúdica não exige esforço adaptativo, classificam os jogos segundo o nível de desenvolvimento da cognição, da motricidade e da afetividade da criança. Friedmann falou sobre os jogos tradicionais populares que pode se modificando pelo homem, através da sua criatividade buscando sempre inovar sem perder a essência, incorporando o velho com o novo. Esse processo de modificação se tem através das transformações dos indivíduos que está relacionado com o ambiente em que se vive. Considera-se que os objetivos iniciais da pesquisa foram concluídos com êxito, diante da apresentação de teorias sobre uma prática lúdica na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, fica claro que os jogos brinquedos e brincadeiras e a importância do brincar no universo lúdico, contribuem para a construção de aprendizagens tornando as aulas atrativas, com isso despertando o interesse em aprender, já que as crianças possuem a espontaneidade do brincar para se desenvolver, espera-se ter contribuído para uma reflexão quanto a uma pratica pedagógica mais lúdica porém eficaz para possibilitar agregar conhecimentos futuros. 36 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil Vol.1. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf>. Acesso em 01 de março de 22. BRASILIA 2019, Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em: < https://www.gov.br/mdh/pt-br/centrais-de-conteudo/crianca-e- adolescente/estatuto-da-crianca-e-do-adolescente-versao-2019.pdf>. Acesso em 01 de março de 22. DUDAR, Claudia Zajac. SANTOS, Jandira Inez Garcia. O Lúdico e o Papel do Jogo na Aprendizagem Infantil. Disponível em: < https://www.pedagogia.com.br/artigos/o_ludico/index.php?pagina=0>. Acesso em 01 de marçode 22. COUTINHO, Dimítria. De Babá a Professora: A Evolução da Educação Infantil. Disponível em:<https://gestaoescolar.org.br/conteudo/2263/de- baba-a-professora-a-evolucao-da-educacao- infantil#:~:text=Com%20ela%2C%20a%20Educa%C3%A7%C3%A3o%2 0Infantil,dos%20quatro%20aos%2017%20anos>. Acesso em 14 março de 22. CREPALDI, Roselene. Jogos, Brinquedos e Brincadeiras. 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