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Gestão de Turismo Geografia Aplicada ao Turismo Aula 01 - Espaço Geográfico e Turístico Profa. (Me.) Valéria de Meira Albach Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 01 2 Esta é a nossa primeira aula de Geografia Aplicada ao Turismo. Vamos viajar entre conceitos, curiosidades e lugares do mundo? Você é muito bem-vindo a bordo. Introdução Nesta disciplina será apresentada a relação da ciência geográfica com o fenômeno turístico e verificaremos que por meio desta é possível conhecer e reconhecer ferramentas e raciocínios que contribuem tanto para a organização de viagens, como para o planejamento do espaço turístico. A importância da compreensão do espaço geográfico e turístico será enfatizada e também o estudo da paisagem. A cartografia como representação do espaço oferece ao Turismo aplicações bastante úteis que serão demonstradas na disciplina. E, destacaremos características geográficas e turísticas valiosas do Brasil e do mundo, pois todo estudante e profissional da área do Turismo precisa saber se localizar no globo e identificar os principais atrativos turísticos. Problematização Ao término desta aula, você deverá saber responder: - Como a Geografia contribui para o Turismo? - Quais as características do espaço geográfico? - Quais as características do espaço turístico? Conceituando a Geografia Pode parecer simples definir ou estabelecer o objeto da Geografia, mas este campo é amplo e polêmico. Até pouco tempo, a Geografia era vista como a “descrição da Terra”. Somente no século XIX, ela tornou-se uma ciência autônoma. Isso não significa que não havia conhecimento geográfico e uma aplicação da Geografia desde a pré-história. Com a evolução da sociedade, que foi aperfeiçoando a sua Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n°01 3 capacidade de dominar e modificar o ambiente, o conhecimento e a aplicação foram se expandindo. A Geografia é considerada a ciência que estabelece a relação, explicação e espacialidade dos fenômenos físicos (substrato rochoso, relevo, clima, água e solos), biológicos (fauna e flora) e humanos (aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos) que integram e formam o contexto espacial terrestre. Assim, podemos dizer que a Geografia estuda a relação da sociedade com o meio ambiente. Observe e se divirta: A Geografia estuda muitos assuntos, sempre relacionando a sociedade com o meio, nesta seleção de charges você pode refletir sobre a dimensão desta ciência: http://migre.me/dxhzh ou link expandido: http://cageos.wordpress.com/2012/09/05/utilizacao-das-historias-em-quadrinho- na-sala-de-aula/ Geografia e Turismo A Geografia oferece o espaço formado pela inter-relação entre sociedade/natureza, e sobre este espaço podem ser realizadas atividades turísticas. A Geografia é uma ciência que se relaciona diretamente com o Turismo, porque não é possível viajar para um determinado lugar sem ter um conhecimento prévio dos aspectos geográficos que ele apresenta, como por exemplo: que tipo de clima, quais são as formações vegetais, quais são os costumes do povo que ali habita para não interferir na sua cultura, entre outros. Através da disponibilidade dos aspectos físicos, humanos e biológicos, integrantes da Geografia, pode-se determinar qual segmento do Turismo que pode ser desenvolvido no local. Além de determinar empreendimentos e investimentos adequados para o local, fazendo a relação com a natureza local, tornando o negócio economicamente viável e como um mínimo de impactos ambientais negativos. Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 01 4 Importante! As principais categorias de estudo em Geografia são: Lugar, Território, Paisagem, Região e Espaço. Todas serão abordadas na disciplina, mas o destaque maior será para a categoria principal nos estudos geográficos: Espaço. O Espaço: conceituação dos espaços por Boullón Real: é o todo que pode ser percebido pelo homem por meio dos sentidos. Tudo entre a superfície da terra e a biosfera que nos envolve. Potencial: é aquele dentro do espaço real que podemos determinar um uso diferente do qual é utilizado no presente. Não existe no presente mas pode ser imaginado de modo ideal pelos planejadores após um diagnóstico e a proposição de um novo uso para ele. Estes dois podem ser subdivididos nas seguintes categorias: Espaço Natural Adaptado: é o espaço rural, onde predominam as espécies vegetais, animais e minerais conforme estabelecido pelo homem. Ex: uma fazenda. Espaço Artificial: espaço onde predomina as intervenções físicas (estruturas) implantadas pelo homem. Ex: uma cidade. Natural Virgem: áreas do espaço natural onde não houve ação antrópica. Ex: florestas, cavernas, etc. Vital: este não se refere ao solo, mas sim ao espaço que todos precisam para existir. Espaço Geográfico O espaço geográfico pode ser definido como sendo a superfície da terra enquanto morada, potencial ou de fato, do homem, sem o qual tal espaço não poderia sequer ser pensado (Corrêa, 2004). Ele é construído no processo de desenvolvimento da sociedade que vai imprimindo nos mesmos suas relações. Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n°01 5 Milton Santos, importante géografo, entende espaço como um conjunto de formas contendo cada qual frações da sociedade em movimento. E as formas têm papel na realização social. PARA SABER MAIS: Conheça quem foi Milton Santos acessando o site: http://miltonsantos.com.br/site/biografia/ O espaço está interligado com o tempo. O tempo pode ser percebido como a sucessão de anos, dias e horas. Envolve a noção de presente, passado e futuro. Época e estação. Momento ou ocasião apropriada para que um fato se realize. Envolve, também, as condições meteorológicas e a medida de duração dos fenômenos, quer sejam naturais ou sociais. No turismo, o tempo é convertido em distância e essencial para planejamento de viagens. O tempo da natureza e da do sociedade são distintos, enquanto na natureza se enfoca o tempo geológico (milhões de anos), com raras exceções, como por exemplo, os terremotos. O tempo da sociedade enfoca estações do ano, dia e noite. E num mundo globalizado as noções de tempo na sociedade se modificam, com o uso de tecnologias e um mercado mundial. Este debate entre tempo e espaço está sempre em transformação. Reflita sobre a sua relação de tempo com o espaço! Analisando o espaço Geográfico com a presença do Turismo No quadro podemos observar os elementos que compõem o espaço geográfico, segundo Santos, a esquerda e a direita o que é correspondente a formação do espaço turístico, quando a atividade de Turismo se desenvolve num espaço. QUADRO – Relações do Espaço Geográfico por Santos e Elementos do Espaço Turístico Espaço geográfico Elementos do espaço turístico Seres humanos/ sociedade Demanda turística População residente Representantes de instituições públicas, privadas e do terceiro setor ligados ao turismo Firmas Meios de Hospedagem Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 01 6 Equipamentos de alimentação Agências e operadoras de turismo Transportadoras turísticas Espaços para eventos Serviços de lazer e entretenimento Empresas de marketing e promoção, e outras. Instituições Públicas e Privadas. Superestrutura turística – instituições reguladoras e normatizadoras da atividade (OMT – organização Mundial do Turismo, OMC – Organização Mundial do Comércio, Ministério do Turismo, Embratur – Instituto Brasileirodo Turismo, Secretarias Estaduais e Municipais de Turismo, Entidades da Classe Turístico, dentre tantas outras). Infraestruturas Serviços públicos Transporte e acessos Comunicação Segurança Educação Saúde Meio ecológico Base física do trabalho humano Questões dos ecossistemas e do turismo sustentável. Fonte: ALBACH (2010) com em Rodrigues (2001) e Ministério do Turismo (2006). Uma representação por meio de fotografias, mapas, imagens de satélite pode oferecer as bases necessárias para se iniciar a análise de um certo espaço geográfico. Para Santos (1998), este pode ser lido por quatro dimensões: forma, função, estrutura e processo, todos interligados e que necessitam além do olhar do observador, um resgate histórico que aprofunde e possa configurar a análise. Figura: Categorias de análise espacial 3 1 2 4 1 - Forma;2 - Função;3 - Estrutura; 4 - Processo. Atenção: não é possível analisar o espaço com as categorias em separado, o importante é a visão completa. Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n°01 7 1. Forma: Todo espaço é impregnado de formas antigas e recentes. As formas que caracterizam o meio rural não são as mesmas que existem no ambiente urbano. No campo, as casas são grandes, espaçadas umas das outras. Isso ocorre porque o campo ainda é uma região pouco habitada, o que não gerou a necessidade da população aglomerar-se em habitações verticais. Já na cidade, observam-se formas muito variadas. Existindo habitações grandes, pequenas, verticais como os edifícios, redondas, quadradas. Todas elas muito próximas umas das outras, pois o número de habitantes é muito grande em relação ao espaço disponível para a construção de moradias. 2. Função: Ao explicar a forma, subjetivamente aparece a função. No mesmo exemplo anteriormente citado, têm-se habitações de formas variadas com funções iguais. Têm-se espaços organizados de forma diferente (o campo e a cidade) com funções diferentes. A função de um determinado espaço também pode mudar com o passar do tempo. Uma antiga moradia, que no passado abrigou uma família, pode, no presente, desempenhar a função de museu ou prédio público. A funções turísticas assim, como de outras atividades econômicas podem mudar também com o tempo. Pode-se dizer então, que forma e função são categorias do espaço que mudam no tempo (dinâmica espaço-temporal). 3. Estrutura: A estrutura é a essência da paisagem. Como exemplo de estrutura espacial, tem-se uma favela e um bairro residencial estruturado, estas estruturas são resultantes de uma série de fatores sócio-econômicos, em que o modo de produção é determinante da organização de cada espaço. O espaço da favela foi estruturado de modo a suprir as necessidades dos seus moradores, ou seja, de agrupar suas moradias no mínimo espaço possível. Em geral, ocupam os terrenos menos favorecidos pelo relevo – Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 01 8 várzeas (planícies de inundações dos rios) ou morros – cujo valor imobiliário é mais baixo. Já os bairros residenciais ocupam áreas “mais privilegiadas”, dotadas de toda infra-estrutura e prestação de serviços. O traçado das ruas é bem planejado, o que torna a paisagem aparentemente mais fácil de ser compreendida. Contudo, para realmente compreender um espaço qualquer, é necessário buscar as razões que o determinaram desse ou daquele modo. 4. Processo: É a própria transformação que ocorre na sociedade e nas formas do espaço ao longo do tempo. Para Santos segundo Lima (2004) “a sociedade é atual, mas a paisagem, pelas suas formas, é composta de atualidades de hoje e do passado”. Portanto, em toda análise espacial, deve-se considerar a totalidade como resultante da forma, função, estrutura e dos processos que permeiam os diferentes espaços. Toda organização espacial engloba um ou vários processos: o processo de migração, o processo de implantação de indústrias; de urbanização, enfim, o processo de transformação, que faz do espaço um organismo vivo, onde o tempo deixa suas marcas e permite, assim, uma análise histórica. Todo processo pressupõe a noção de dinâmica, movimento, que é inerente ao estudo do espaço geográfico. O Espaço Turístico Para definir um espaço turístico a pré-definição do espaço geográfico pode ser valiosa, haja vista que aprofunda o estudo em relações que são ou podem vir a ser de uso para o planejamento e organização da atividade turística. Oferece elementos para pensarmos no equilíbrio dos impactos do Turismo em seus aspectos sociais, ambientais, políticos e econômicos. Além de favorecer a utilização de elementos de interpretação e valorização de fatos históricos. Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n°01 9 As pessoas (visitantes/turistas) tendem a se interessar cada vez mais pelas histórias antigas e recentes, por informações diferenciadas que provoquem experiências únicas e especiais (conceito da economia da experiência). Um espaço turístico reflete as interações do homem com as viagens e as estruturas necessárias para as mesmas, esse possui sua forma, sua função, sua estrutura e seu processo, e em diversas vezes em macro escala. Se houver a reflexão que o turismo espacial ou sideral já é um fato, percebe-se que a forma, por exemplo, urbana ou rural, já não será suficiente para caracterizá-lo. Por agora, esta definição de forma do espaço basta, para nelas se diferenciarem práticas de turismo que necessitam das estruturas existentes para se realizarem (estruturas e serviços em áreas urbanas e rurais – espaço urbano e espaço rural). O turismo vale-se das características do espaço geográfico (urbano ou rural) para seu desenvolvimento, e pode contribuir para a (re)produção deste espaço, de acordo com as especificidades da atividade turística praticada. O espaço geográfico para ser um espaço turístico, deve considerar as informações de outras ciências (Economia, História, Sociologia, Antropologia etc) para “delimitar” e caracterizar as atividades turísticas que são ou que serão implantadas. As teorias e discussões do espaço turístico comumente utilizadas nas pesquisas brasileiras são a de Boullón (arquiteto argentino que a elaborou na década de 1980) e as reflexões de Rodrigues (geógrafa estudiosa de Turismo) que tem por base a teoria do espaço geográfico de Milton Santos. Conforme Boullón (2002), espaço turístico é conseqüência da presença e distribuição territorial dos atrativos turísticos que, não devemos esquecer, são a matéria-prima do Turismo. Este elemento do patrimônio turístico, mais o empreendimento e a infraestrutura turística, são suficientes para definir o espaço turístico de qualquer país. Rodrigues (2001) defende que o espaço turístico, como todo espaço geográfico, não pode ser concebido por fronteiras euclidianas (exatas e precisas), mesmo porque, existem elementos externos como a demanda. Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 01 10 Como os elementos do espaço turístico são diversos, os instrumentos para seu planejamento devem contemplar todos com visão holística e sistêmica, de um processo que recebe influências internas e externas para se apresentar como fenômeno turístico. Caso Las Vegas Importante destino turístico localizado no estado de Nevada nos Estados Unidos. Suas transformações no espaço são muito interessantes, vale você se interessar em buscar na internet e em filmes. Aplicação com a análise espacial: Forma: local inóspito que foi transformado de desértico a urbano. Função: de apoio comercial a capitaldo entretenimento Estrutura: Em 1946 com a construção do Flamingo Hotel 1946se inicia a construção de centenas de hotéis, possui os cassinos mais imponentes do mundo. Estes hotéis são dotados de teatros, restaurantes, salas de jogos, piscinas, etc. Fora um enorme número de lojas e infraestrutura de apoio como na área da saúde. Processo: Em 1890 estrada de ferro passa pela região e se concebe uma vila, em 1931 começa o jogo e em 1946 se consolida. Em um século passa de 5 mil a 2 milhões de habitantes. Nos anos 2000 é o local mais procurado para o “turismo de jogos”. DICA: O Discovery Channel fez alguns documentários onde o processo de lugares, hoje bem turísticos, é apresentado em detalhes. E podemos compreender a formação de um espaço turístico. Recomendamos o: Descontruindo Paris: http://www.youtube.com/watch?v=pFxp3pczRzg Outras formas no espaço turístico Com base em Lynch Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n°01 11 Kevin Lynch nos anos de 1960 lança a obra a imagem da cidade, onde entre tantos assuntos, são destacadas formas do meio urbano. Essas formas geralmente possuem representatividade para o turismo, se tornando atrativos turísticos. Como exemplos temo: Logradouros: Praça da Sé (São Paulo), Champs-Élysées (Paris). Marcos: Torre Eiffel (Paris), Estátua da Liberdade (Nova York), Cristo Redentor (Rio de Janeiro). Bairros: Bairro da Liberdade (São Paulo), Chinatown (em várias cidades), Soho (Nova York). Bordas: Ponte da Amizade (Brasil-Paraguai), Ponte do Bósforo (Turquia – entre Europa e Ásia). Pontos nodais: Esquina da rua Ipiranga com São João em São Paulo. Roteiros: por um centro histórico a pé, do museu x ao shopping y. Outras formas no espaço turístico Por Boullón O arquiteto Roberto Boullón possui sua teoria do espaço turístico comentada no importante livro Planejamento do Espaço Turístico. Entre diversos assuntos no espaço natural e urbano o autor destaca a possibilidade de criação de formas no espaço turístico que facilitam seu desenvolvimento. ATENÇÃO: O livro de Roberto Boullón Planejamento do Espaço Turístico ajudará você e muito na compreensão do espaço turístico em seus capítulos iniciais. Veremos as formas que Boullón propõem, onde se destaca o centro turístico, pois para desenvolvimento de qualquer destino há necessidade de apoio de serviços diversos em um raio próximo. Zona turística: a zona turística é a maior unidade territorial do espaço turístico de um país. por convenção, uma zona turística possui no mínimo 10 atrativos Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 01 12 turísticos localizados proximamente. essa proximidade dependerá do tamanho do território nacional de referência. a zona deverá ter dois ou mais centros turísticos, equipamentos, serviços, transportes e comunicação entre eles. grandes zonas podem ser subdivididas em áreas turísticas. Área turística: a área turística compreende cada uma das partes em que pode ser dividida uma zona, preferencialmente tomando por base suas divisões geográficas naturais. deve ter um centro turístico, um mínimo de dez atrativos e infra-estrutura de transporte e comunicação entre os elementos que a compõem. Centro turístico: é todo conglomerado urbano que conta em seu próprio território ou dentro do seu raio de influência com atrativos turísticos de tipo e hierarquia suficientes para motivar uma viagem turística. A fim de permitir uma viagem de ida e volta no mesmo dia, o raio de influência foi calculado em duas horas de distância-tempo. o raio de influência pode ser dividido em dois tipos: raio de influência teórico (compasso) e raio de influência real. deve-se considerar, no caso de transporte terrestre, o veículo utilizado: automóvel ou ônibus. Os serviços ofertados pelo centro turístico devem ser compostos por: hospedagem; alimentação; entretenimento; agências de viagem de ação local (operadoras); informação turística; comércio turístico; comunicação (postos telefônicos e de correio); sistema de transporte (deslocamento) interno; conexões com os sistemas de transporte externo (internacional, nacional, regional e local conforme a hierarquia do centro) Ele pode viver exclusivamente de turismo ou não. sua população é flutuante (de 6 habitantes por turista: 6:1 até um habitante para cada 7 turistas: 1:7). fora desta margem o conglomerado urbano passa a ter o papel de pólo de desenvolvimento regional, tendo outras atividades igualmente importantes. Corredores turísticos: podem ser de dois tipos: a.corredores turísticos de traslado: constituem a rede de estradas e caminhos de um país por meio dos quais se deslocam os fluxos turísticos para completar seus itinerários. seriam estradas turísticas, pouco presentes no território brasileiro Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n°01 13 que tem suas rodovias planejadas para o transporte de mercadorias, e não turístico. b. corredores turísticos de estada: desempenham uma função combinada de centro com corredor turístico. são superfícies alongadas, em geral paralelas às costas de mares, rios ou lagos, que tem uma largura que não supera, em suas partes mais extensas, os 5 km. Complexos turísticos: são pouco freqüentes, maiores que um centro e menores que uma zona ou área. são centros de distribuição que atingem um nível superior de hierarquia pelo tipo de atrativo que oferecem, onde os visitantes permanecem, em média, três dias ou um pouco mais, sem chegar, porém, a permanecer o mesmo número de dias que num centro de estada. um complexo deve ter um ou mais centros turísticos. o planejamento de um complexo deve ser cuidadoso para evitar que os centros venham a competir entre si; devem ser trabalhados como uma unidade. Núcleos turísticos: núcleos turísticos são locais que desenvolvem um turismo rudimentar em torno de dois a nove atrativos, isolados entre si e sem comunicação eficaz com o território. não podem constituir uma zona, porque não possuem quantidade de atrativos convencionados como necessários para tal e não dispõem de infra-estrutura adequada para atendimento aos visitantes. sua situação é sempre transitória, pois a construção de estradas pode transformá-los em conjuntos. ilhas antes isoladas com o trasnporte adequado deixam se ser núcleos para entrar em um conjunto. Conjunto turístico: conjunto turístico é o núcleo que deixa de ser isolado, relacionando-se com o resto do território. a passagem de núcleo a conjunto implica, também, que cada um dos atrativos passe a ter serviços essenciais como estacionamento, informação, guias, sanitários, venda de artesanato, curiosidades, e até alojamento se o atrativo justificar o investimento. Unidades turísticas: unidades turísticas são concentrações menores de equipamentos destinados a explorar, intensivamente, um ou vários atrativos semelhantes. são menores que os centros de estada porque têm apenas um tipo Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 01 14 de atrativo principal que, geralmente, é visitado por um tipo de turista específico. são maiores que os hotéis e resorts, têm alojamentos, serviço de alimentação e algumas opções de lazer, geralmente dentro dos próprios hotéis. Outras formas no espaço turístico - Política Brasileira No país, desde 2003, há o programa de regionalização do Turismo do Ministério do Turismo que pensa a organização do espaço turístico em regiões. Na região são aproximados, neste caso do turismo, por decisão política destinos turísticos com afinidades para se trabalhar uma ideia turística no planejamento, gestão e promoção.Ex: Costa dos Coqueiros (BA), Região Sul do Brasil e Serra Gaúcha (RS). Esquema síntese para compreensão do espaço turístico Se você partir do centro da figura observando o espaço geográfico seguindo as setas verá as relações com o espaço turístico presentes na nossa aula. Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n°01 15 DICA DE LEITURA: Para compreender melhor a relação do turismo com as categorias geográficas, recomendamos a leitura de Remy Knafou, Turismo e território: por uma abordagem científica do turismo em: http://migre.me/dxh3V (ou link expandido: http://www.proppi.uff.br/turismo/sites/default/files/knafou_remy._turismo_e_territrio _-_por_uma_abordagem_cientfica_do_turismo_0_0.pdf) Atividades 1. Leia as afirmações a seguir a respeito dos conceitos de espaço geográfico e espaço turístico e assinale a alternativa que apresenta os itens corretos. I - A Geografia estuda a descrição, a análise e a explicação das transformações e de suas interações num determinado espaço. correta Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 01 16 II - O espaço natural é aquele que resultou da transformação da natureza, da ação de fenômenos geológicos, climáticos e outros. Já o espaço geográfico corresponde ao espaço que está sendo ou foi produzido pelos seres humanos. correto III - O tempo da sociedade é diferente do tempo da natureza, isso influência muito na construção do espaço. Sendo que o primeiro tempo é maior do que o segundo. Errado, pois o tempo da natureza é maior que o tempo as sociedade IV - Para entender a organização e a produção do espaço, precisamos compreender as relações entre os seres humanos, pois os espaços geográficos materializam essas relações.correto V – Uma maneira de analisar o espaço turístico é por meio de suas formas como zonas, áreas, corredores, logradouros, bairros e até roteiros. correto a. Estão corretas as afirmações I, II, IV e V. correta b. Estão corretas apenas as afirmações I e IV. c. Estão corretas apenas as afirmações I, II e V. d. Todas estão corretas. 2. 2. O espaço geográfico pode ser analisado por seus quatro aspectos fundamentais, marque a questão incorreta em relação ao espaço geográfico de Milton Santos: a. Na forma podemos observar espaços urbanos e espaços rurais com características distintas. b. No processo podem ser observadas as transformações que ocorrem na sociedade e nas formas e funções do espaço ao longo dos tempos. c. A função no espaço pode ser transformada, um exemplo é uma antiga habitação da época da colônia que é hoje um museu para o turismo. d. A estrutura não constitui a essência da paisagem, ela se relacionada somente com as atividades praticadas no espaço.é a incorrera, pois a estrutura é a essência da paisagem Referências ALBACH, V. M. Panorama da pesquisa em Turismo nos mestrados em Geografia do Brasil: o caso do mestrado em Geografia da UFPR. Dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Paraná, 2010. BOULLÓN, R. C. Planejamento do Espaço Turístico; tradução Joseli Baptista. EDUCS, 2002. Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n°01 17 CORRÊA, R. L. et al. Geografia: Conceitos e Temas. Rio de Janeiro, Editora Bertrand, 1995. LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo, Martins Fontes, 1997. RODRIGUES, A. B. Turismo e espaço: rumo a um conhecimento transdisciplinar. 3ª ed. São Paulo: Hucitec, 2001b. SANTOS, M. Técnica, Espaço, Tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. 4ª ed. São Paulo: Hucitec: 1998.
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