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ESPAÇO GEOGRAFICO E TURISTICO

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Gestão de Turismo 
 
 
 
Geografia Aplicada ao Turismo 
 
 
Aula 01 - Espaço Geográfico e Turístico 
 
 
Profa. (Me.) Valéria de Meira Albach 
 
 
 
Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 01 2 
 
 
Esta é a nossa primeira aula de Geografia Aplicada ao Turismo. Vamos 
viajar entre conceitos, curiosidades e lugares do mundo? Você é muito bem-vindo 
a bordo. 
Introdução 
 Nesta disciplina será apresentada a relação da ciência geográfica com o 
fenômeno turístico e verificaremos que por meio desta é possível conhecer e 
reconhecer ferramentas e raciocínios que contribuem tanto para a organização de 
viagens, como para o planejamento do espaço turístico. A importância da 
compreensão do espaço geográfico e turístico será enfatizada e também o estudo 
da paisagem. A cartografia como representação do espaço oferece ao Turismo 
aplicações bastante úteis que serão demonstradas na disciplina. E, 
destacaremos características geográficas e turísticas valiosas do Brasil e do 
mundo, pois todo estudante e profissional da área do Turismo precisa saber se 
localizar no globo e identificar os principais atrativos turísticos. 
Problematização 
Ao término desta aula, você deverá saber responder: 
- Como a Geografia contribui para o Turismo? 
- Quais as características do espaço geográfico? 
- Quais as características do espaço turístico? 
Conceituando a Geografia 
Pode parecer simples definir ou estabelecer o objeto da Geografia, mas 
este campo é amplo e polêmico. 
Até pouco tempo, a Geografia era vista como a “descrição da Terra”. 
Somente no século XIX, ela tornou-se uma ciência autônoma. Isso não significa 
que não havia conhecimento geográfico e uma aplicação da Geografia desde a 
pré-história. Com a evolução da sociedade, que foi aperfeiçoando a sua 
 
 
Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n°01 3 
 
capacidade de dominar e modificar o ambiente, o conhecimento e a aplicação 
foram se expandindo. 
A Geografia é considerada a ciência que estabelece a relação, explicação 
e espacialidade dos fenômenos físicos (substrato rochoso, relevo, clima, água e 
solos), biológicos (fauna e flora) e humanos (aspectos sociais, culturais, políticos 
e econômicos) que integram e formam o contexto espacial terrestre. Assim, 
podemos dizer que a Geografia estuda a relação da sociedade com o meio 
ambiente. 
Observe e se divirta: A Geografia estuda muitos assuntos, sempre relacionando a 
sociedade com o meio, nesta seleção de charges você pode refletir sobre a 
dimensão desta ciência: http://migre.me/dxhzh ou link expandido: 
http://cageos.wordpress.com/2012/09/05/utilizacao-das-historias-em-quadrinho-
na-sala-de-aula/ 
Geografia e Turismo 
A Geografia oferece o espaço formado pela inter-relação entre 
sociedade/natureza, e sobre este espaço podem ser realizadas atividades 
turísticas. 
A Geografia é uma ciência que se relaciona diretamente com o Turismo, 
porque não é possível viajar para um determinado lugar sem ter um 
conhecimento prévio dos aspectos geográficos que ele apresenta, como por 
exemplo: que tipo de clima, quais são as formações vegetais, quais são os 
costumes do povo que ali habita para não interferir na sua cultura, entre outros. 
Através da disponibilidade dos aspectos físicos, humanos e biológicos, 
integrantes da Geografia, pode-se determinar qual segmento do Turismo que 
pode ser desenvolvido no local. Além de determinar empreendimentos e 
investimentos adequados para o local, fazendo a relação com a natureza local, 
tornando o negócio economicamente viável e como um mínimo de impactos 
ambientais negativos. 
 
 
Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 01 4 
 
Importante! As principais categorias de estudo em Geografia são: Lugar, 
Território, Paisagem, Região e Espaço. 
Todas serão abordadas na disciplina, mas o destaque maior será para a 
categoria principal nos estudos geográficos: Espaço. 
O Espaço: conceituação dos espaços por Boullón 
 Real: é o todo que pode ser percebido pelo homem por meio dos sentidos. 
Tudo entre a superfície da terra e a biosfera que nos envolve. 
 Potencial: é aquele dentro do espaço real que podemos determinar um 
uso diferente do qual é utilizado no presente. Não existe no presente mas 
pode ser imaginado de modo ideal pelos planejadores após um diagnóstico 
e a proposição de um novo uso para ele. 
Estes dois podem ser subdivididos nas seguintes categorias: 
 Espaço Natural Adaptado: é o espaço rural, onde predominam as 
espécies vegetais, animais e minerais conforme estabelecido pelo homem. 
Ex: uma fazenda. 
 Espaço Artificial: espaço onde predomina as intervenções físicas 
(estruturas) implantadas pelo homem. Ex: uma cidade. 
 Natural Virgem: áreas do espaço natural onde não houve ação antrópica. 
Ex: florestas, cavernas, etc. 
 Vital: este não se refere ao solo, mas sim ao espaço que todos precisam 
para existir. 
Espaço Geográfico 
O espaço geográfico pode ser definido como sendo a superfície da terra 
enquanto morada, potencial ou de fato, do homem, sem o qual tal espaço não 
poderia sequer ser pensado (Corrêa, 2004). Ele é construído no processo de 
desenvolvimento da sociedade que vai imprimindo nos mesmos suas relações. 
 
 
Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n°01 5 
 
Milton Santos, importante géografo, entende espaço como um conjunto de 
formas contendo cada qual frações da sociedade em movimento. E as formas têm 
papel na realização social. 
PARA SABER MAIS: Conheça quem foi Milton Santos acessando o site: 
http://miltonsantos.com.br/site/biografia/ 
O espaço está interligado com o tempo. O tempo pode ser percebido como 
a sucessão de anos, dias e horas. Envolve a noção de presente, passado e 
futuro. Época e estação. Momento ou ocasião apropriada para que um fato se 
realize. Envolve, também, as condições meteorológicas e a medida de duração 
dos fenômenos, quer sejam naturais ou sociais. No turismo, o tempo é convertido 
em distância e essencial para planejamento de viagens. 
O tempo da natureza e da do sociedade são distintos, enquanto na 
natureza se enfoca o tempo geológico (milhões de anos), com raras exceções, 
como por exemplo, os terremotos. O tempo da sociedade enfoca estações do 
ano, dia e noite. E num mundo globalizado as noções de tempo na sociedade se 
modificam, com o uso de tecnologias e um mercado mundial. Este debate entre 
tempo e espaço está sempre em transformação. 
Reflita sobre a sua relação de tempo com o espaço! 
Analisando o espaço Geográfico com a presença do Turismo 
No quadro podemos observar os elementos que compõem o espaço 
geográfico, segundo Santos, a esquerda e a direita o que é correspondente a 
formação do espaço turístico, quando a atividade de Turismo se desenvolve num 
espaço. 
QUADRO – Relações do Espaço Geográfico por Santos e Elementos do Espaço Turístico 
Espaço geográfico Elementos do espaço turístico 
Seres humanos/ sociedade Demanda turística 
População residente 
Representantes de instituições públicas, privadas e do terceiro setor ligados ao turismo 
Firmas Meios de Hospedagem 
 
 
Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 01 6 
 
Equipamentos de alimentação 
Agências e operadoras de turismo 
Transportadoras turísticas 
Espaços para eventos 
Serviços de lazer e entretenimento 
Empresas de marketing e promoção, e outras. 
Instituições Públicas e Privadas. Superestrutura turística – instituições reguladoras e normatizadoras da 
atividade (OMT – organização Mundial do Turismo, OMC – Organização Mundial do 
Comércio, Ministério do Turismo, Embratur – Instituto Brasileirodo Turismo, Secretarias 
Estaduais e Municipais de Turismo, Entidades da Classe Turístico, dentre tantas outras). 
Infraestruturas Serviços públicos 
Transporte e acessos 
Comunicação 
Segurança 
Educação 
Saúde 
Meio ecológico Base física do trabalho humano 
Questões dos ecossistemas e do turismo sustentável. 
Fonte: ALBACH (2010) com em Rodrigues (2001) e Ministério do Turismo (2006). 
Uma representação por meio de fotografias, mapas, imagens de satélite 
pode oferecer as bases necessárias para se iniciar a análise de um certo espaço 
geográfico. Para Santos (1998), este pode ser lido por quatro dimensões: forma, 
função, estrutura e processo, todos interligados e que necessitam além do olhar 
do observador, um resgate histórico que aprofunde e possa configurar a análise. 
Figura: Categorias de análise espacial 
3
1
2
4
 
1 - Forma;2 - Função;3 - Estrutura; 4 - Processo. 
Atenção: não é possível analisar o espaço com as categorias em separado, o 
importante é a visão completa. 
 
 
Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n°01 7 
 
1. Forma: Todo espaço é impregnado de formas antigas e recentes. 
As formas que caracterizam o meio rural não são as mesmas que 
existem no ambiente urbano. No campo, as casas são grandes, espaçadas 
umas das outras. Isso ocorre porque o campo ainda é uma região pouco 
habitada, o que não gerou a necessidade da população aglomerar-se em 
habitações verticais. 
Já na cidade, observam-se formas muito variadas. Existindo habitações 
grandes, pequenas, verticais como os edifícios, redondas, quadradas. Todas 
elas muito próximas umas das outras, pois o número de habitantes é muito 
grande em relação ao espaço disponível para a construção de moradias. 
2. Função: Ao explicar a forma, subjetivamente aparece a função. No mesmo 
exemplo anteriormente citado, têm-se habitações de formas variadas com 
funções iguais. Têm-se espaços organizados de forma diferente (o campo 
e a cidade) com funções diferentes. A função de um determinado espaço 
também pode mudar com o passar do tempo. 
Uma antiga moradia, que no passado abrigou uma família, pode, no 
presente, desempenhar a função de museu ou prédio público. A funções 
turísticas assim, como de outras atividades econômicas podem mudar também 
com o tempo. 
Pode-se dizer então, que forma e função são categorias do espaço que 
mudam no tempo (dinâmica espaço-temporal). 
3. Estrutura: A estrutura é a essência da paisagem. 
Como exemplo de estrutura espacial, tem-se uma favela e um bairro 
residencial estruturado, estas estruturas são resultantes de uma série de 
fatores sócio-econômicos, em que o modo de produção é determinante da 
organização de cada espaço. 
O espaço da favela foi estruturado de modo a suprir as necessidades 
dos seus moradores, ou seja, de agrupar suas moradias no mínimo espaço 
possível. Em geral, ocupam os terrenos menos favorecidos pelo relevo – 
 
 
Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 01 8 
 
várzeas (planícies de inundações dos rios) ou morros – cujo valor imobiliário é 
mais baixo. 
Já os bairros residenciais ocupam áreas “mais privilegiadas”, dotadas de 
toda infra-estrutura e prestação de serviços. O traçado das ruas é bem 
planejado, o que torna a paisagem aparentemente mais fácil de ser 
compreendida. 
Contudo, para realmente compreender um espaço qualquer, é 
necessário buscar as razões que o determinaram desse ou daquele modo. 
4. Processo: É a própria transformação que ocorre na sociedade e nas 
formas do espaço ao longo do tempo. Para Santos segundo Lima (2004) “a 
sociedade é atual, mas a paisagem, pelas suas formas, é composta de 
atualidades de hoje e do passado”. 
Portanto, em toda análise espacial, deve-se considerar a totalidade como 
resultante da forma, função, estrutura e dos processos que permeiam os 
diferentes espaços. 
Toda organização espacial engloba um ou vários processos: o processo de 
migração, o processo de implantação de indústrias; de urbanização, enfim, 
o processo de transformação, que faz do espaço um organismo vivo, onde 
o tempo deixa suas marcas e permite, assim, uma análise histórica. 
Todo processo pressupõe a noção de dinâmica, movimento, que é inerente 
ao estudo do espaço geográfico. 
O Espaço Turístico 
Para definir um espaço turístico a pré-definição do espaço geográfico 
pode ser valiosa, haja vista que aprofunda o estudo em relações que são ou 
podem vir a ser de uso para o planejamento e organização da atividade turística. 
Oferece elementos para pensarmos no equilíbrio dos impactos do Turismo em 
seus aspectos sociais, ambientais, políticos e econômicos. Além de favorecer a 
utilização de elementos de interpretação e valorização de fatos históricos. 
 
 
Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n°01 9 
 
As pessoas (visitantes/turistas) tendem a se interessar cada vez mais 
pelas histórias antigas e recentes, por informações diferenciadas que provoquem 
experiências únicas e especiais (conceito da economia da experiência). 
Um espaço turístico reflete as interações do homem com as viagens e as 
estruturas necessárias para as mesmas, esse possui sua forma, sua função, sua 
estrutura e seu processo, e em diversas vezes em macro escala. Se houver a 
reflexão que o turismo espacial ou sideral já é um fato, percebe-se que a forma, 
por exemplo, urbana ou rural, já não será suficiente para caracterizá-lo. Por 
agora, esta definição de forma do espaço basta, para nelas se diferenciarem 
práticas de turismo que necessitam das estruturas existentes para se realizarem 
(estruturas e serviços em áreas urbanas e rurais – espaço urbano e espaço rural). 
O turismo vale-se das características do espaço geográfico (urbano ou 
rural) para seu desenvolvimento, e pode contribuir para a (re)produção deste 
espaço, de acordo com as especificidades da atividade turística praticada. O 
espaço geográfico para ser um espaço turístico, deve considerar as informações 
de outras ciências (Economia, História, Sociologia, Antropologia etc) para 
“delimitar” e caracterizar as atividades turísticas que são ou que serão 
implantadas. 
As teorias e discussões do espaço turístico comumente utilizadas nas 
pesquisas brasileiras são a de Boullón (arquiteto argentino que a elaborou na 
década de 1980) e as reflexões de Rodrigues (geógrafa estudiosa de Turismo) 
que tem por base a teoria do espaço geográfico de Milton Santos. 
Conforme Boullón (2002), espaço turístico é conseqüência da 
presença e distribuição territorial dos atrativos turísticos que, não devemos 
esquecer, são a matéria-prima do Turismo. Este elemento do patrimônio 
turístico, mais o empreendimento e a infraestrutura turística, são suficientes para 
definir o espaço turístico de qualquer país. 
Rodrigues (2001) defende que o espaço turístico, como todo espaço 
geográfico, não pode ser concebido por fronteiras euclidianas (exatas e precisas), 
mesmo porque, existem elementos externos como a demanda. 
 
 
Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 01 10 
 
Como os elementos do espaço turístico são diversos, os instrumentos 
para seu planejamento devem contemplar todos com visão holística e sistêmica, 
de um processo que recebe influências internas e externas para se apresentar 
como fenômeno turístico. 
Caso Las Vegas 
Importante destino turístico localizado no estado de Nevada nos Estados Unidos. 
Suas transformações no espaço são muito interessantes, vale você se interessar 
em buscar na internet e em filmes. 
Aplicação com a análise espacial: 
Forma: local inóspito que foi transformado de desértico a urbano. 
Função: de apoio comercial a capitaldo entretenimento 
Estrutura: Em 1946 com a construção do Flamingo Hotel 1946se inicia a 
construção de centenas de hotéis, possui os cassinos mais imponentes do 
mundo. Estes hotéis são dotados de teatros, restaurantes, salas de jogos, 
piscinas, etc. Fora um enorme número de lojas e infraestrutura de apoio como na 
área da saúde. 
Processo: Em 1890 estrada de ferro passa pela região e se concebe uma vila, 
em 1931 começa o jogo e em 1946 se consolida. Em um século passa de 5 mil a 
2 milhões de habitantes. Nos anos 2000 é o local mais procurado para o “turismo 
de jogos”. 
DICA: O Discovery Channel fez alguns documentários onde o processo de 
lugares, hoje bem turísticos, é apresentado em detalhes. E podemos 
compreender a formação de um espaço turístico. Recomendamos o: 
Descontruindo Paris: http://www.youtube.com/watch?v=pFxp3pczRzg 
Outras formas no espaço turístico 
Com base em Lynch 
 
 
Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n°01 11 
 
Kevin Lynch nos anos de 1960 lança a obra a imagem da cidade, onde 
entre tantos assuntos, são destacadas formas do meio urbano. Essas formas 
geralmente possuem representatividade para o turismo, se tornando atrativos 
turísticos. Como exemplos temo: 
Logradouros: Praça da Sé (São Paulo), Champs-Élysées (Paris). 
Marcos: Torre Eiffel (Paris), Estátua da Liberdade (Nova York), Cristo 
Redentor (Rio de Janeiro). 
Bairros: Bairro da Liberdade (São Paulo), Chinatown (em várias cidades), 
Soho (Nova York). 
Bordas: Ponte da Amizade (Brasil-Paraguai), Ponte do Bósforo (Turquia – 
entre Europa e Ásia). 
Pontos nodais: Esquina da rua Ipiranga com São João em São Paulo. 
Roteiros: por um centro histórico a pé, do museu x ao shopping y. 
Outras formas no espaço turístico 
Por Boullón 
O arquiteto Roberto Boullón possui sua teoria do espaço turístico 
comentada no importante livro Planejamento do Espaço Turístico. Entre diversos 
assuntos no espaço natural e urbano o autor destaca a possibilidade de criação 
de formas no espaço turístico que facilitam seu desenvolvimento. 
ATENÇÃO: O livro de Roberto Boullón Planejamento do Espaço Turístico ajudará 
você e muito na compreensão do espaço turístico em seus capítulos iniciais. 
Veremos as formas que Boullón propõem, onde se destaca o centro 
turístico, pois para desenvolvimento de qualquer destino há necessidade de apoio 
de serviços diversos em um raio próximo. 
Zona turística: a zona turística é a maior unidade territorial do espaço turístico de 
um país. por convenção, uma zona turística possui no mínimo 10 atrativos 
 
 
Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 01 12 
 
turísticos localizados proximamente. essa proximidade dependerá do tamanho do 
território nacional de referência. a zona deverá ter dois ou mais centros turísticos, 
equipamentos, serviços, transportes e comunicação entre eles. grandes zonas 
podem ser subdivididas em áreas turísticas. 
Área turística: a área turística compreende cada uma das partes em que pode 
ser dividida uma zona, preferencialmente tomando por base suas divisões 
geográficas naturais. deve ter um centro turístico, um mínimo de dez atrativos e 
infra-estrutura de transporte e comunicação entre os elementos que a compõem. 
Centro turístico: é todo conglomerado urbano que conta em seu próprio território 
ou dentro do seu raio de influência com atrativos turísticos de tipo e hierarquia 
suficientes para motivar uma viagem turística. A fim de permitir uma viagem de 
ida e volta no mesmo dia, o raio de influência foi calculado em duas horas de 
distância-tempo. o raio de influência pode ser dividido em dois tipos: raio de 
influência teórico (compasso) e raio de influência real. deve-se considerar, no 
caso de transporte terrestre, o veículo utilizado: automóvel ou ônibus. 
Os serviços ofertados pelo centro turístico devem ser compostos por: 
hospedagem; alimentação; entretenimento; agências de viagem de ação local 
(operadoras); informação turística; comércio turístico; comunicação (postos 
telefônicos e de correio); sistema de transporte (deslocamento) interno; conexões 
com os sistemas de transporte externo (internacional, nacional, regional e local 
conforme a hierarquia do centro) 
Ele pode viver exclusivamente de turismo ou não. sua população é flutuante (de 6 
habitantes por turista: 6:1 até um habitante para cada 7 turistas: 1:7). fora desta 
margem o conglomerado urbano passa a ter o papel de pólo de desenvolvimento 
regional, tendo outras atividades igualmente importantes. 
Corredores turísticos: podem ser de dois tipos: 
a.corredores turísticos de traslado: constituem a rede de estradas e caminhos 
de um país por meio dos quais se deslocam os fluxos turísticos para completar 
seus itinerários. seriam estradas turísticas, pouco presentes no território brasileiro 
 
 
Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n°01 13 
 
que tem suas rodovias planejadas para o transporte de mercadorias, e não 
turístico. 
b. corredores turísticos de estada: desempenham uma função combinada de 
centro com corredor turístico. são superfícies alongadas, em geral paralelas às 
costas de mares, rios ou lagos, que tem uma largura que não supera, em suas 
partes mais extensas, os 5 km. 
Complexos turísticos: são pouco freqüentes, maiores que um centro e menores 
que uma zona ou área. são centros de distribuição que atingem um nível superior 
de hierarquia pelo tipo de atrativo que oferecem, onde os visitantes permanecem, 
em média, três dias ou um pouco mais, sem chegar, porém, a permanecer o 
mesmo número de dias que num centro de estada. um complexo deve ter um ou 
mais centros turísticos. o planejamento de um complexo deve ser cuidadoso para 
evitar que os centros venham a competir entre si; devem ser trabalhados como 
uma unidade. 
Núcleos turísticos: núcleos turísticos são locais que desenvolvem um turismo 
rudimentar em torno de dois a nove atrativos, isolados entre si e sem 
comunicação eficaz com o território. não podem constituir uma zona, porque não 
possuem quantidade de atrativos convencionados como necessários para tal e 
não dispõem de infra-estrutura adequada para atendimento aos visitantes. sua 
situação é sempre transitória, pois a construção de estradas pode transformá-los 
em conjuntos. ilhas antes isoladas com o trasnporte adequado deixam se ser 
núcleos para entrar em um conjunto. 
Conjunto turístico: conjunto turístico é o núcleo que deixa de ser isolado, 
relacionando-se com o resto do território. a passagem de núcleo a conjunto 
implica, também, que cada um dos atrativos passe a ter serviços essenciais como 
estacionamento, informação, guias, sanitários, venda de artesanato, curiosidades, 
e até alojamento se o atrativo justificar o investimento. 
Unidades turísticas: unidades turísticas são concentrações menores de 
equipamentos destinados a explorar, intensivamente, um ou vários atrativos 
semelhantes. são menores que os centros de estada porque têm apenas um tipo 
 
 
Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 01 14 
 
de atrativo principal que, geralmente, é visitado por um tipo de turista específico. 
são maiores que os hotéis e resorts, têm alojamentos, serviço de alimentação e 
algumas opções de lazer, geralmente dentro dos próprios hotéis. 
Outras formas no espaço turístico - Política Brasileira 
No país, desde 2003, há o programa de regionalização do Turismo do Ministério 
do Turismo que pensa a organização do espaço turístico em regiões. Na região 
são aproximados, neste caso do turismo, por decisão política destinos turísticos 
com afinidades para se trabalhar uma ideia turística no planejamento, gestão e 
promoção.Ex: Costa dos Coqueiros (BA), Região Sul do Brasil e Serra Gaúcha 
(RS). 
Esquema síntese para compreensão do espaço turístico 
Se você partir do centro da figura observando o espaço geográfico seguindo as 
setas verá as relações com o espaço turístico presentes na nossa aula. 
 
 
Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n°01 15 
 
 
DICA DE LEITURA: Para compreender melhor a relação do turismo com as 
categorias geográficas, recomendamos a leitura de Remy Knafou, Turismo e 
território: por uma abordagem científica do turismo em: http://migre.me/dxh3V (ou 
link expandido: 
http://www.proppi.uff.br/turismo/sites/default/files/knafou_remy._turismo_e_territrio
_-_por_uma_abordagem_cientfica_do_turismo_0_0.pdf) 
Atividades 
1. Leia as afirmações a seguir a respeito dos conceitos de espaço 
geográfico e espaço turístico e assinale a alternativa que apresenta os itens 
corretos. 
I - A Geografia estuda a descrição, a análise e a explicação das 
transformações e de suas interações num determinado espaço. correta 
 
 
Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 01 16 
 
II - O espaço natural é aquele que resultou da transformação da 
natureza, da ação de fenômenos geológicos, climáticos e outros. Já o espaço 
geográfico corresponde ao espaço que está sendo ou foi produzido pelos seres 
humanos. correto 
III - O tempo da sociedade é diferente do tempo da natureza, isso 
influência muito na construção do espaço. Sendo que o primeiro tempo é maior 
do que o segundo. Errado, pois o tempo da natureza é maior que o tempo as 
sociedade 
IV - Para entender a organização e a produção do espaço, precisamos 
compreender as relações entre os seres humanos, pois os espaços 
geográficos materializam essas relações.correto 
V – Uma maneira de analisar o espaço turístico é por meio de suas 
formas como zonas, áreas, corredores, logradouros, bairros e até roteiros. 
correto 
a. Estão corretas as afirmações I, II, IV e V. correta 
b. Estão corretas apenas as afirmações I e IV. 
c. Estão corretas apenas as afirmações I, II e V. 
d. Todas estão corretas. 
 
2. 2. O espaço geográfico pode ser analisado por seus quatro aspectos 
fundamentais, marque a questão incorreta em relação ao espaço geográfico de 
Milton Santos: 
a. Na forma podemos observar espaços urbanos e espaços rurais com 
características distintas. 
b. No processo podem ser observadas as transformações que ocorrem na 
sociedade e nas formas e funções do espaço ao longo dos tempos. 
c. A função no espaço pode ser transformada, um exemplo é uma antiga 
habitação da época da colônia que é hoje um museu para o turismo. 
d. A estrutura não constitui a essência da paisagem, ela se relacionada 
somente com as atividades praticadas no espaço.é a incorrera, pois a 
estrutura é a essência da paisagem 
 
Referências 
ALBACH, V. M. Panorama da pesquisa em Turismo nos mestrados em 
Geografia do Brasil: o caso do mestrado em Geografia da UFPR. Dissertação de 
mestrado do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal 
do Paraná, 2010. 
BOULLÓN, R. C. Planejamento do Espaço Turístico; tradução Joseli Baptista. 
EDUCS, 2002. 
 
 
Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n°01 17 
 
CORRÊA, R. L. et al. Geografia: Conceitos e Temas. Rio de Janeiro, Editora 
Bertrand, 1995. 
LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo, Martins Fontes, 1997. 
RODRIGUES, A. B. Turismo e espaço: rumo a um conhecimento 
transdisciplinar. 3ª ed. São Paulo: Hucitec, 2001b. 
SANTOS, M. Técnica, Espaço, Tempo: globalização e meio técnico-científico 
informacional. 4ª ed. São Paulo: Hucitec: 1998.

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