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A2 CONTRATOS EM ESPÉCIE

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TRABALHO DA DISCIPLINA – A2 – CONTRATOS EM ESPÉCIE
ALUNA: EDNA CRISTINA PORTO FERREIRA
Contratos contemporâneos: os dilemas civilistas do contrato de transporte seja ou não por meio de aplicativos (Uber, Cabify, 99, Bláblá Car, etc.).
É o contrato pelo qual alguém se obriga, mediante retribuição, a transferir de um lugar para outro (transportar) pessoa ou bens, coisas.
O contrato de transporte é essencialmente típico e nomeado, pois foi previsto e disciplinado em lei (CC, art. 730 a 756). Portanto, o contrato de transporte, quanto à natureza jurídica é bilateral ou sinalagmático, oneroso, comutativo, consensual, típico e nomeado.
O Artigo 730 do Código Civil conceitua os contratos de transporte como o pacto pelo qual “alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um lugar para o outro, pessoas ou coisas.”
Os artigos 734 e 735, tratam especificamente da responsabilidade civil do transporte de pessoas. Com efeito, estabelece o CC: “O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade.”.
Características do contrato de transporte
O contrato de transporte caracteriza-se como contrato bilateral, consensual, oneroso, comutativo, não solene, de duração e de adesão. É bilateral porque gera obrigações não só para o transportador como para o transportado ou o dono da coisa transportada.
Existem, basicamente, dois tipos de contratos de transporte a saber: transporte de pessoas, que pode ser coletivo ou individual. O transporte coletivo pode ser marítimo, aéreo, ferroviário ou rodoviário
No primeiro caso, a responsabilidade pelo transporte é do único transportador que responde pelos danos causados às pessoas e coisas. Já no segundo caso, cada transportador responde pela parte em que prestou o transporte, não assumindo assim a obrigação de outrem.
Segundo o Código de Defesa do Consumidor e o Código Civil, a responsabilidade pelo transporte de passageiros é objetiva, isso significa que o passageiro está amparado independente da culpa do motorista, ou seja, mesmo que o motorista do UBER estiver “correto”.
Em direito do consumidor, a responsabilidade é solidária por diálogo de fontes entre o referido dispositivo legal (CC 733) e o CDC 12 caput.
O dispositivo legal do CC 733 caput padece da referida ambigüidade porque confunde o transporte sucessivo com o transporte cumulativo. No transporte sucessivo há tantas relações jurídicas entre credor e devedor quantos forem os trechos do itinerário. No transporte cumulativo, a relação jurídica entre credor é uma só, havendo inclusive a expedição do bilhete ou conhecimento de transporte por um dos transportadores. Eventual apuração de efetivo responsável para efeitos indenizatórios deve se dar, em momento posterior, entre os transportadores, de modo a evitar um enriquecimento injustificado do verdadeiro causador do dano. Perante o credor, entretanto, a responsabilidade é da cadeia de transportadores, podendo demandar a qualquer um deles, tendo em vista a responsabilidade solidária.
De outro lado, há uma norma que tenderá a aumentar significativamente os custos de “transação” nos contratos de transporte e nas relações jurídicas indenizativas que surjam no seu interior. Trata-se do CC 735, que prevê que a culpa de terceiro não elide a responsabilidade do transportador por danos causados aos passageiros. Este dispositivo, revolucionário em matéria de responsabilidade civil, acaba por estabelecer nas relações jurídicas de transporte um mecanismo de dever de reparar o dano análogo ao da teoria chamada do risco integral.
Normalmente, nas hipóteses de responsabilidade objetiva, o dever de reparar o dano não se configura nos casos em que não se forme nexo causal entre o resultado lesivo e a ação ou omissão que supostamente o desencadeou. Ou seja, nas situações em que não se configure nexo de causalidade, não há que se falar em dano indenizável. Pode haver prejuízo econômico ou moral, sem responsabilidade em sentido jurídico próprio.
São conhecidas excludentes de responsabilidade civil, ainda assim da responsabilidade objetiva, a culpa exclusiva de terceiro, a culpa exclusiva da vítima e o caso fortuito ou força maior. Isto porque estas modalidades de acontecimentos mostram que o resultado danoso teve outra causa que impede a imputação de responsabilidade no suposto causador do dano, que de causador terá apenas o nome.
Como se pode perceber, o sistema de direito privado instituiu uma responsabilidade mais que objetiva ao transportador, no caso específico do transporte de pessoas. A impossibilidade de exoneração da responsabilidade por culpa exclusiva de terceiro mostra isto. Neste caso, o transportador assume o dever de impedir resultado danoso, ainda que causado por estranhos. O nexo de imputação normativa sobrepaira o nexo de causalidade natural.
A responsabilidade civil do transportador, no âmbito do CDC também é objetiva. Este pode ser visto como um fornecedor de serviços. Quando opera em cadeia também responde junto com os demais integrantes do ciclo de distribuição do serviço.
 transporte, hoje, deve ser visto como um bem de consumo, o qual guarda forte relação existencial com a pessoa, demandando assim um respeito a sua incolumidade e também, uma forma de concretizar a obrigação de segurança constitucionalmente prevista (CF 5º caput).
Assim, vícios no transporte são vícios nos termos do CDC 18, assim como acidentes no transporte são acidentes de consumo, fazendo com que os “stand buyers” possam ser credores perante o transportador sem que com ele tenham celebrado contrato de transporte.
Segundo o Código de Defesa do Consumidor e o Código Civil, a responsabilidade pelo transporte de passageiros é objetiva, isso significa que o passageiro está amparado independente da culpa do motorista, ou seja, mesmo que o motorista do UBER estiver “correto”.
tanto a UBER quanto o motorista serão responsáveis. Trata-se de uma obrigação solidária que deve ser paga por qualquer um deles, sem preferência ou ordem de pagamento. Na pratica a responsável será a UBER, uma vez que é empresa com maior patrimônio e maior facilidade para realizar os pagamentos de indenizações.
Com base nestas considerações concluímos que a UBER e o motorista são responsáveis solidários por qualquer tipo de obrigação decorrente de acidente ou danos em geral aos passageiros.
A Uber não tem frota e se utiliza de motoristas com veículos próprios para o transporte de pessoas por intermédio de aplicativo. Por isso, sua atividade deve ser caracterizada como transportadora, e sua relação com o motorista como de prestador de serviços.
Partindo dessa premissa, o artigo 927 do Código Civil que trata de responsabilidade objetiva (sem culpa) fundada na teoria do risco, atribui a obrigação de indenizar a quem exerce alguma atividade que cria risco ou perigo de dano a terceiro. 
Por sua vez, o artigo 735 do Código Civil afasta a responsabilidade do transportador apenas nos casos em que o acidente decorrer de fato de terceiro, inevitável e imprevisível, sem relação com o transporte, por se equiparar ao caso fortuito externo (situações causadas por eventos extraordinários, como raios, enchentes, balas perdidas e apedrejamentos).
qualquer dano sofrido pelos usuários de transporte deve ser indenizado, independentemente de culpa do transportador. Isso se aplica tanto ao transporte privado, como ao transporte público de passageiros. Neste último caso, reafirma-se a responsabilidade objetiva, por previsão constitucional.
O artigo 37, § 6 da Constituição Federal prevê que as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes causarem. Tratando-se ainda de um fornecimento de serviço (ainda que público) aplica-se o Código de Defesa do Consumidor.
O seu artigo 22 dispõe que os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviçosadequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos, devendo reparar os danos causados em caso de descumprimento.
Portanto, diante de toda a legislação revisada acima, que garante ao usuário de transporte de pessoas a reparação de qualquer dano sofrido em razão desse contrato firmado, podemos concluir o seguinte:
O passageiro que for lesado em razão do seu transporte, que tenha sofrido algum acidente, que tenha sofrido algum dano, seja pessoalmente ou por sua bagagem, tem o direito de ser indenizado pelos prejuízos sofridos, sem precisar provar a culpa do transportador. Esses danos podem ser de ordem material, e/ou moral, conforme o caso. A legislação não excepciona o tipo de transporte, o que significa que todo transportador, seja particular (taxi, Uber, avião), seja público (ônibus, metrô, trem) deve transportar o passageiro com segurança, respondendo objetivamente em caso danos ocorridos em razão do transporte.
Bibliografia:
https://depaduaadvogados.com.br/Publicacoes/o-contrato-de-transporte-e-o-cdc/
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-34/responsabilidade-civil-no-transporte-de-pessoas-dialogo-entre-o-cdc-e-o-cc
http://www.procon.rj.gov.br/index.php/publicacao/detalhar/204

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