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Base histórica Os suínos eram provenientes de cruzamentos entre raças de Portugal. No começo, não havia preocupação quanto à seleção de matrizes, nem qualquer critério de reprodução. Com o tempo, criadores brasileiros passaram a notar diferenças entre esses animais e começaram a desenvolver raças próprias. Fundaram então a ABCS (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos) e novas raças foram introduzidas no Brasil, advindas de outros lugares, fazendo cruzamentos de forma mais criteriosa. Conceito Raça: Classifica diferentes populações de uma mesma espécie biológica de acordo com suas características genéticas ou fenotípicas semelhantes. - Ancestral comum de suínos: Javali. Origem das raças Todas as raças conhecidas hoje são descendentes de três grupos: Raças célticas: Javali Europeu – Sus scrofa ferus. Eram inicialmente domesticados. Possuem uma maior tendência a produção de carne. Raças asiáticas: Javali Asiático – Sus scrofa vittatus. O cruzamento entre o javali asiático e europeu resultou no javali ibérico. Raças ibéricas: Javali Ibérico – Sus scrofa mediterraneus. Obs: Cateto e Queixada são de famílias diferentes do Javali. Evolução dos suínos 70 – 30% anteroposterior: condições em que os javalis vivem. Precisavam ser ágeis, curto e com tórax musculoso, principalmente para procura de alimentos, disputar fêmeas e se defender de predadores. 50% anteroposterior: porco “tipo banha”. Conformação corporal mais homogênea. Foi produzido justamente para suprir as necessidades do ser humano. 30 – 70% anteroposterior: porco “tipo carne” ou moderno. Quando houve a descoberta das maquinas e óleos vegetais, o homem teve suas necessidades energéticas reduzidas, ou seja, já não precisava mais de gordura. São linhagens obtidas a partir de raças internacionais. Classificação Algumas características permitem identificar certas raças. Característica fenotípica utilizada para identificar raças. 1. Simples - Preta Raças de Suínos e suas Características FreeText Nathália Muniz - Medicina Veterinária UFRB - Branca - Vermelha 2. Composta - Selada - Extremidades claras - Oveiro - Retilíneo (característico do animal descendente do javali) - Subconcavilíneo (concavidade quase nula) - Concavilíneo - Ultraconcavilíneo - Asiática: orelha menor e bastante ereta - Ibérica: um pouco caída e tamanho intermediário - Céltica: orelhas grandes, extremamente caída na direção dos olhos. Raças nacionais - Nenhum critério quanto a alimentação - Sabor diferenciado da carne e derivados pelo maior aporte de gordura e produção de banha - Nenhuma raça do Brasil possui associação própria ou livro de registro próprio. Os animais são registrados na ABCS apenas. - Normalmente não há qualquer controle zootécnico e sanitário. Morfológicas: Normalmente são animais curtos, com rugas, papada, tipos de orelhas e de perfis fronto nasais variados. Produtivas: Baixo rendimento, baixo ganho médio diário de peso (de uma forma geral), maior conversão alimentar (não é uma conversão boa), alta produção de toicinho. Obs: Se a conversão alimentar for muito alta, significa que a conversão não é boa. Reprodutivas: Baixa prolificidade (8 animais na leitegada, geralmente) e habilidade materna (são animais mais tardios). Raças - Pelagem do tipo oveira - Orelha ibérica - Perfil retilíneo a subconcavilíneo - Raça em extinção - Pelagem preta entremeada - Orelha ibérica/asiática - Perfil retilíneo a subconcavilíneo - Raça em extinção - Origem do rebanho EMBRAPA (2003) - Desenvolvida por volta de 1920 e 1930 – MG para tornar a raça intermediária em 40 e 50/ESALQ; - Qualidades: vivacidade, precocidade, prolificidade, rusticidade, longevidade - Raça em extinção - Conhecido como Nilo-Canastra - Excelente produtora de toicinho - Cor preta sem pelo - Animais de pequeno porte e temperamento dócil - Encontrados em fazendas de MG, RJ e GO. - Pode chegar a 485 kg - Atresia anal - Palato fendido - Perna aberta - Sem olhos - Hérnia umbilical e/ou escrotal - Base genética pequena = maior ocorrência de problemas genéticos - Comum na região de Formigas – MG, disseminada no Brasil como Meia-perna e Moxambomba - Animais negros (vermelhos e malhados), com cerdas finas - Perfil subconcavilíneo - Fêmeas prolificas, com aptidão para banha, mas apresenta boa produção de carne. - Pelagem composta (malhada de preto sobre fundobranco) - Perfil subconcavilíneo e orelhas célticas - Animais rústicos e de prolificidade média - Propensão à produção de gordura - Precoces nas criações melhoradas - Comportamento: brigões - Base genética: Duroc, Landrace, Polland china - Situação atual: Pantanal mato-grossense - Encontrou condições de vida e tornou-se semi-selvagem, passando a ser chamado de “monteiro”, cujo nome estava associado ao local, região da mata - As condições do meio selecionaram adaptações fisiológicas e comportamentais. Essas adaptações refletiram na morfologia semelhante aos ancestrais e diferenciando o mesmo do porco doméstico, por serem criados de forma selvagem. Raças de origem estrangeira (raças puras) - Resultantes de anos de trabalho de seleção - Diferente das raças nacionais, apresentam alta prolificidade (15 a 18 animais na leitegada) - São raças mais precoces; com 5 meses de idade já entram em puberdade no geral - Boa qualidade de carcaça (rendimentos da carcaça, comprimentos, teor de carne magra) - Indicado para criação intensiva; alguns fatores influenciam, como adaptações climáticas e ambiental, ração específica. Raças - Primeira raça internacional registrada no Brasil (ABCS). Características morfológicas Pelagem: totalmente branca/cerdas finas e lisas Pele: rosada e sem rugas (diferente das nacionais) Dorso: comprido, reto e longo. O arqueamento no dorso é mais comum em fêmeas. Pernil: amplo e musculatura desenvolvida Membros: curtos porém fortes Perfil: retilíneo ou subconcavílineo Orelhas: célticas - Segunda raça registrada no Brasil (ABCS) Características morfológicas Pelagem: totalmente branca, cerdas finas e lisas Pele: rosada e sem pregas, podendo aparecer manchas (escuras e demasiadas são condenáveis) Dorso-lombar: reto e largo Orelhas: asiáticas Pernil: amplo e musculatura desenvolvida Perfil: subconcavilíneo Membros: curtos Mamas: bem inseridas Características gerais - Precoces e produtivos - Excelente conformação - Boa conversão alimentar (consome menor quantidade de alimento e converte para 1kg de alimento) - Comprimentos de corpo excelente - Alto ganho de peso médio diário (1,5 kg por dia no geral) - Produção de carcaça com baixo % de gordura Obs: apesar de ser uma excelente raça para produção de carne e ser um animal dócil, pode apresentar defeitos de aprumos, problemas de casco e alta sensibilidade ao sol (fotossensibilização). Características reprodutivas - Altamente prolíficas - Ótima habilidade materna, são fêmeas muito dóceis, normalmente não apresentam problemas de parto (fêmeas com problemas de parto são descartadas) - Reprodutivamente precoces - Boa produção leiteira - Os dois são interessantes, desde que não seja para criação de SISCAL (Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre) e para linhagens que sejam criadas em alta temperatura. Características morfológicas - Consideradas “raças-pai”. Pelagem: vermelha (com variaçãode dourado até castanho escuro), totalmente pigmentada Pele: sem pregas, podendo aparecer manchar Dorso: arqueado Pernil: amplo e musculatura desenvolvida Membros: curtos (mais compridos que o landrace e large white) Orelhas: ibéricas (não é totalmente caída, são menores que as célticas) Perfil: subconcavilíneo Características raciais - Aptidão: predomina produção de carne - Pode ser encontrada gordura entremeada - Boa rusticidade - Grau de marmorização desejável - Ótima conversão alimentar - Qualidade e rendimento da carcaça - Alto ganho de peso médio diário Características reprodutivas - Média prolificidade - Baixa habilidade materna - Tetos cegos ou invertidos - Produzem pouco leite - Apresentam problemas no parto frequentemente - Não é recomendado que haja um grau de sangue muito alto de duroc nas linhagens. Características morfológicas Pelagem: branca despigmentada com manchas pretas ou vermelhas Pele: branca, sem pregas, podendo aparecer manchas Dorso: reto e garupa larga Orelhas: asiáticas Perfil: retilíneo ou subconcavilíneo Membros: curtos e bem aprumados Pernil: amplo e musculatura desenvolvida Características raciais - Aptidão: predomina produção de carne - Pode ser encontrada gordura entremeada - Boa qualidade de adaptação, criação e produção - Ótima conversão alimentar - Alto ganho de peso médio diário - Baixa qualidade de carcaça e da carne – PSE (carne pálida, mole e exudativa). Mesmo que se faça um manejo de pré-abate adequado, a raça pietrain está predisposta à uma carne de má qualidade por causa do gene halotano, que causa principalmente o estresse e problemas cardiovasculares. Atualmente, tenta-se isolar esse gene halotano para que não se descarte a raça. Características reprodutivas - Média fertilidade (86%) - Baixa habilidade materna - Boa prolificidade (não é considerada ótima como as landraces e large white; 10 leitões em média) - Precoces em tempo de abate - Apenas machos são utilizados nos cruzamentos raça-pai. - A Hampshire foi substituída pela Duroc no Brasil por possuir uma pelagem mais grossa causando problemas no abate. - Nos Estados Unidos, essa é a raça mais popular, criada principalmente para a produção de carne fresca. Pelagem: composta, selada Orelhas: asiáticas Perfil: retilíneo Com relação à prolificidade, apresenta uma média de 9 leitões por prenhez. - Provavelmente de origem inglesa, sendo produto do cruzamento entre as raças New Forest e o Sussex, duas raças de suínos indígenas, que recebiam a classificação de tipo bacon. Orelhas: célticas Perfil: levemente côncavo Pernil: possuem excelente conformação, cheios, mas sem excesso de gordura. - Os suínos dessa raça são do tipo intermediário, mas podem ser utilizados também para carne magra. - Apresentam uma boa rusticidade, o que fez bem para sua adaptação ao clima do Brasil. - Desenvolvimento muito bom - Bastante pelo ao longo do corpo - Musculatura bem desenvolvida - Rusticidade moderada - A maciez da carne é sua marca registrada - Pelagem semelhante à uma ovelha - Conhecido como “porco ovelha” - Tem sido estudada para ser registrada no Brasil pela alta prolificidade e leitões homogêneos (características semelhantes no geral). Definição São conjuntos de práticas de manejo adotadas em uma criação. Não necessariamente está relacionado ao fato do animal ser criado solto ou preso em uma instalação. Classificação dos sistemas de criação Extensivo Consiste de criações primitivas, sem utilização de tecnologias adequadas. Normalmente os animais são criados soltos. Às vezes são contidos com cordas ou dentro de instalações improvisadas. - Todas as categorias estão juntas, podendo até mesmo animais de outras espécies estarem presentes. Com isso, acabam disputando pelo mesmo alimento. - Muito pequeno ou quase nulo, já que a maioria das coisas são aproveitadas (não há muito investimento) - Trata-se de uma forma de cultura extrativista ou subsistência. - A produção é destinada ao fornecimento de carne e gordura para alimentação própria e o excedente é comercializado. - Característica dos animais: normalmente animais do tipo banha, rústicos, de raças nacionais ou sem raça definida. - Manejo sanitário e reprodutivo: não há manejo específico em nenhum dos casos. No máximo um vermífugo, uso de ervas medicinais. - Manejo nutricional/alimentar: - Alimentação: baseada em restos de comida, alimentos de restaurante, feira livre (hortaliças, frutas). - Pode coexistir com a exploração de florestas. Controle zootécnico: não há. Ou seja, não se sabe o ganho de peso do animal, idade exata, etc. Objetivo da criação: na maioria das vezes não há um objetivo formado. Área/Densidade: são grandes, espaçosos. Equipamentos: os comedouros e bebedouros são bastante improvisados, como por exemplo pneu cortado. Índice de produtividade: não há preocupação ** Nos últimos anos tem-se observado a tendência ao abandono desse tipo de criação. Sistemas de Criação de Suínos Intensivo com variações - Sistema intensivo de suínos confinados (SISCON) - Sistema intensivo de suínos criados ao ar livre (SISCAL) - Criação de algumas fases em cama sobreposta Sistemas de criação intensivo (Tradicional) Acumula trabalho e capital em área relativamente restrita Preocupação com produtividade e economicidade (qualquer variação nos índices padrões de produtividade afeta o produtor economicamente) Pode ser parte da renda do produtor ou ser a fonte de renda principal Sempre está relacionado ao valor econômico para o produtor Totalmente confinado (tradicional – SISCON) - Fêmeas destinadas a reprodução são confinadas em gaiolas (gestação, maternidade, lactação); - Todas as categorias confinadas, sobre e piso e sob cobertura; - O grau de investimento é alto; - A área necessária é pequena, mas aumenta; conforme o produtor queira aumentar a produção dele; - Um ou vários galpões (ou prédios) com fases de criação separadas. Considerando o manejo sanitário (limpeza, desinfecção, vazio sanitário com objetivo de reduzir a transmissão de doenças) é mais adequado que cada fase seja criada em instalação separada. - Característica dos animais: linhagens especializadas, são ótimos produtores de carne obtidas principalmente de raças internacionais. - Controle zootécnico e econômico: é bem organizado e rigoroso, garantindo bons índices. A. Sistema confinado tradicional de baixo custo e de baixa tecnologia - Nem sempre é a atividade principal do produtor - Instalações mais simples (custo relativamente baixo) - Reposição de fêmeas do próprio rebanho (o macho é de fora) - Técnicas de manejo e nutrição parcialmente aceitas - Nível sanitário adequado - Custo e produtividade variáveis. B. Sistema confinado de alta tecnologia e eficiência - Produção de caráter empresarial, com esquemas nutricionais para diferentes fases (totalmente subdividido) - Instalações especializadas, que asseguram o controle ambiental adequado, de acordo com a linhagem e fase do animal - Possui animais de alto potencial genético, com intensa reposição de reprodutores - Esquema profilático específico (controle de doenças de impacto econômico, doenças que podem ser um limitante para a exportação, etc) - Visa a maior produtividadepossível - Alto custo, porém convertido em alta produtividade - Variedade nos tipos de edificações e equipamentos. Misto ou semi-confinado - Em termos de controle é semelhante ao SISCON tradicional (totalmente confinado). Possui diferenças em termos de criação. - Caracterizado pela utilização de piquetes (permanente ou intermitente) para algumas categorias e confinamento para outras. - As categorias que possuem acesso aos piquetes são: fêmeas vazias (que já foram destinadas a reprodução mas ainda não foram cobertas, fêmeas que saíram da lactação e estão entre a lactação e a próxima gestação), fêmeas gestantes e cachaços. Também podem ter acesso a baias conjugadas à piquetes. - Confinamento em baias para lactantes e leitões do nascimento ao abate, já que a exigência nutricional dos leitões é maior. - As fêmeas lactantes podem estar em baias ou em gaiolas. No Brasil as gaiolas são o meio mais utilizado. Vantagens Menor problema de casco Maior bem-estar Ideal Piquetes integrados a baias Unir as vantagens do SISCON Piquetes de passeio Grande área para ser utilizada Sistema Intensivo de Suínos Criados ao ar livre (SISCAL – alternativo) O SISCAL é originário de países europeus; foi introduzido no Brasil no final da década de 80. As técnicas de manejo foram baseadas em experiências europeias, o que causou problemas. - Economicamente viável, promotor de bem- estar e, consequentemente, de saúde animal. - Ambientalmente positivo: não implica em acúmulo de dejetos e poluição porque propicia melhor reciclagem dos compostos. É notável a compactação do solo e a erosão laminar nas áreas próximas aos bebedouros. Por isso, o ideal é que o comedouro e bebedouro sejam moveis. - Baixo custo de implantação e manutenção das instalações. - As poucas criações produzidas neste sistema trouxeram ótimos resultados (econômico produtivo) semelhantes ou até superior ao SISCON. - Uso de técnicas avançadas de nutrição, biosseguridade, genética e gerenciamento. - No SISCAL, não tem sido adotada a prática da aplicação de ferro para a prevenção de anemia ferropriva dos leitões lactantes. O SISCAL tem conquistado grande número de adeptos: Garante um bom desempenho zootécnico Baixo custo de implantação (estimado em torno de 80 a 85% inferior ao que seria investido em um sistema confinado) Baixo custo para manutenção das instalações: número reduzido de edificações, facilidade da implantação e ampliação da produção. Proporciona mobilidade das instalações (simples, funcionais, baratas e móveis). Uso de medicamentos reduzidos: menor pressão de infecção sobre os animais comparado ao SISCON, visto que aqui a quantidade de animais é menor. Diminuição de 7% na quantidade de trabalho em relação ao SISCON. Mantém os animais em piquetes: fases de reprodução, maternidade e creche. Animais em confinamento: fases de crescimento (recria) e terminação. O recomendado, neste caso, seria a adoção de um sistema com cama sobreposta. Delimitações com fios, tela ou arame eletrificado nos piquetes. As raças utilizadas são especializadas em produção de carne. Clima, solo e manejo de pastagem: Pode ser desenvolvido em qualquer lugar (países de clima temperado, tropical, etc), desde que os animais se adequem aquela condição, para o seu conforto térmico e proteção. Nos piquetes é preciso que haja estruturas para garantir sombra a esses animais, como as árvores. Se não houver naturalmente, é necessário providenciar através da edificação de sombreadores, abrigos, cabanas (coletivos ou individuais). Mesmo com a presença de árvores no local é recomendado que se faça a construção de diversas cabanas, no intuito de servir como um refúgio ao animal. Requer uma boa disponibilidade de área. Terreno levemente inclinado e solo com boa capacidade de drenagem. Evitar terrenos úmidos e pedegroso. A pastagem do local não tem como finalidade a nutrição dos suínos. Seu objetivo é apenas para cobertura do solo, sendo resistente ao pisoteio. (Suínos são monogástricos, não digerem bem a fibra alimentar). 1. Introduzir os animais nos piquetes só após enraizamento profundo da vegetação; 2. Distribuir cabanas, abrigos, bebedouros e comedouros movendo-os periodicamente; 3. Fazer o destrompe dos animais (argolar o septo nasal): o principal objetivo deste manejo é evitar que os suínos fucem o solo. 4. Adotar pastoreio rotativo a fim de preservar a cobertura vegetal do solo. Bebedouros: Os mais utilizados são os de vasos comunicantes com bóias, canalização enterrada a mais ou menos 35 cm, evitando aquecimento de água. Devem ser limpos diariamente e de preferência em local sombreado. Deve ainda prever uma caixa d’água, como reservatório, sendo de preferência no ponto mais alto do terreno. Comedouros: Devem ser constituídos com materiais leves e serem móveis, podendo ser de madeira, metal ou pneu, facilitando seu deslocamento dentro do piquete, com o objetivo de evitar a ação constante de pisoteio. Disposição dos piquetes e lotação: O ideal é que haja uma rotação de piquetes. Pode ser do tipo: radial ou paralelo. Cama sobreposta (alternativo) - Foi introduzido no Brasil através da EMBRAPA; é originário da China. - Ótima alternativa para solucionar o problema da poluição ambiental (compostagem “in situ”). - Fases recomendadas: gestação, reprodutores, creche e em unidades de crescimento e terminação. - 20% da baia é constituída de piso concreto, onde são instalados os bebedouros e comedouros e cerca de 80% constituída de chão batido, que recebe a camada de cama. - As camas podem ser mais profundas ou superficiais. O uso de cada uma delas depende do clima. Em uma região mais quente ou período do ano mais quente é utilizada a cama superficial. Já em regiões frias ou período frio a cama utilizada é a profunda. - Este sistema visa reduzir os investimentos em edificações (40%), bem como os riscos de contaminação ambiental. - Melhor conforto, bem-estar animal e aproveitamento da cama. - Dispensa a necessidade de instalações destinadas ao manejo do dejeto líquido (canaletas, esterqueiras e/ou lagoas) e transporte de dejetos. Além disso, reduz o mau odor e proliferação de vetores. Os dejetos absorvidos e o substrato sofrem fermentação aeróbica in situ, o que resulta em um material que poderá ser utilizado ou comercializado como adubo (compostagem do solo dentro da propriedade). - Redução de mais de 50% da emissão de amônia, dos gases de efeito estufa e dos odores em geral. - Menor tempo de mão de obra utilizada na limpeza e manejo. - Menor uso de água e desinfetantes para higienização das instalações. - Maior número de animais por baia. Maior consumo de água no verão Maior cuidado e necessidade de ventilação nas instalações Disponibilidade de substrato (maravalha, serragem, ou outro tipo de substrato) Aspectos sanitários relacionados com a ocorrência de infecções. Muito cuidado com a escolha do substrato. Por exemplo, serragens de madeiras podem ser fonte de fungos. Necessidade de prever resíduos para o aproveitamento como cama. A entrada do primeiro lote e a troca de cama deverão ocorrer no inverno. Não se deve revolver a cama com animais nas instalações. Se for preciso fazer, é feito de forma estratégica em lugares pontuais ou períodos de inverno rigoroso, produzindo uma fonte aquecimento para o animal. Revolvimento manual ou mecanizado. Em casos de revolvimento mecanizado, fazer um galpão aberto. É permitido utilizar a mesma cama por mais quatro lotes. Materiais utilizados: maravalha, casca dearroz, palha ou feno. É necessário o cuidado com o material que está sendo utilizado. Introdução São definidos pelo produto a ser comercializado. Pode existir todas as fases ou apenas algumas. 1. Ciclo completo 2. UPL – Unidade de Produção de Leitão 2.1. Desmamados 2.2. Crechados 3. Unidade de Produção de Terminados 4. Unidade de Produção de Reprodutores (granjas multiplicadoras) Instalações: conjunto de prédio Equipamento: utensílios, acessórios e máquinas. Tipos de produção Ciclo completo - O criador realiza todas as etapas na propriedade. - É uma propriedade com muitos equipamentos. - Os ganhos e as perdas podem ser muito alto. - As instalações internas são em gaiolas subdivididas em fases (reprodução, gestação, maternidade, creche) - Existe o prédio contínuo, onde é subdividido em salas por fases ou prédios separados, onde cada um é constituído por uma fase. Os prédios separados são melhores para o controle sanitário. ** Recria e terminação é feito em um mesmo galpão. Unidade de Produção de leitão (UPL) – desmamado - Envolve basicamente as fases de reprodução (inseminação, gestação, maternidade) - Comum em integrações e cooperativas - O leitão pode chegar em média de 6kg, saindo em torno de 21 dias da maternidade. Tipos de produção e Instalações Unidade de Produção de leitão (UPL) – crechados - Envolve as fases de reprodução e creche (inseminação, gestação, maternidade e cheche) - Também pode envolver apenas a fase de creche, depende da finalidade do produtor - Criações especializadas - Tem como produto o leitão de 18 a 25kg de peso vivo e 50 a 70 dias de idade. O que determina essa variação é o grau de especialização ou tecnificação. Melhor controle sanitário do rebanho Programação de parições para vendas Rápido retorno de capital (grande número de leitões sendo produzidos) Menor quantidade de dejetos (pela menor quantidade de fases) Mercado e preço do leitão é instável Produto inacabado sendo necessário escoamento da produção Unidade de Produção de Terminados - Envolve as fases de crescimento e terminação - Aquisição de animais que saem da creche, com +- 27kg - Até a terminação (100 a 120 dias) - Trabalha com integração - Menor necessidade de gerenciamento (menos trabalho, com alimentação automática ou semi automática) - Ilabilidade para compra e venda de animais - Retorno econômico é rápido - Facilidade de manejo - Mão de obra menos exigente - Não necessita de rebanho de reprodução - Facilidade de interrupção da atividade - Preço do leitão é variável (em qualquer um dos tipos pode ser variável) - Problemas sanitários (aquisição de leitões de granjas diferentes) - Grande volume de dejetos (é menor em relação ao ciclo completo. Para ser um problema depende da organização do produtor). Produção de reprodutores - Envolve a fase de reprodução (desde leitão até adulto reprodutor, com boa qualidade genética) - Trabalha com melhoramento genético - Finalidade principal: produzir reprodutores machos e fêmeas cruzados, que serão utilizados em granjas comerciais. Criação exercida com plantel fechado e exige número elevado de animais por raça criada e grande investimento tecnológico Animais de raça pura e alto padrão genético Avaliados e destinados à reposição de plantel, granja multiplicadora ou abate Alta rotatividade de reprodutores para reduzir intervalo entre as gerações e maximizar o progresso genético. Raças e linhas puras, tamanho adequado de planteis, seleção e transferência de reprodutores. Criação vinculada à granja núcleo Objetivo: promover acasalamentos e gerar F1 – incorporação da heterose e vigor O plantel é constituído no mínimo por duas raças puras As fêmeas cruzadas destinam-se a povoar granjas que produzirão animais de abate Reposição de macho a cada seis meses. Instalações Depende do sistema e tipo de produção. 1. Unidade produtora de leitão desmamado: instalações para reprodução (gestação, maternidade, cobertura) e creche. 2. Crecheiros: instalações apenas para creche na propriedade. 3. Unidade produtora de terminados: edificações para terminação. 4. Ciclo completo: necessidade de todas as edificações (quarentenário, pré- gestação, gestação, maternidade, creche, terminação...)
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