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Coletânea de tecnologias sobre dejetos suínos

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Coletânea de tecnologias sobre dejetos suínos 
 
Introdução 
A poluição causada pelos dejetos suínos é um problema crescente. Há demanda 
por soluções tecnológicas adequadas ao manejo e disposição dos dejetos, que 
sejam viáveis economicamente e atendam às exigências legais. Este boletim 
reúne informações dispersas sobre o assunto e visa fornecer um guia básico 
para a elaboração de um projeto de manejo dos dejetos em granjas suinícolas. 
A reciclagem agrícola é a abordagem preferencial, mas diferentes estratégias 
são necessárias dependendo da disponibilidade de terras agrícolas próximas e 
da capacidade de tratamento dos dejetos excedentes. 
 
Dejetos suínos 
Os dejetos suínos causam poluição ambiental, contaminando rios e lençóis de 
água. O poder poluente dos dejetos suínos é alto, equivalendo a várias vezes o 
impacto de uma população humana. A poluição ocorre devido ao lançamento 
direto dos dejetos sem tratamento, reduzindo o oxigênio dissolvido na água, 
disseminando patógenos e contaminando águas potáveis. Os principais 
constituintes dos dejetos que afetam as águas são matéria orgânica, nutrientes, 
bactérias fecais e sedimentos. Além disso, os dejetos suínos causam odores 
desagradáveis e emitem gases poluentes que afetam a saúde humana, 
contribuindo para o aquecimento global. 
 
 
Características dos dejetos suínos 
Os dejetos suínos consistem em fezes, urina, água desperdiçada e outros 
resíduos. Eles podem variar em sua composição, contendo matéria orgânica, 
nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio, além de outros elementos 
presentes na dieta dos animais. A quantidade de matéria seca nos dejetos pode 
ser baixa, afetando seu valor fertilizante. Alguns esterco líquido pode conter 
menos de 5 Kg/m³ de nutrientes e menos de 1% de matéria seca. 
 
 O poder poluente dos dejetos 
 
Na Europa, as regulamentações ambientais são rigorosas em relação aos 
dejetos suínos. No Brasil, a partir de 1991, houve uma maior atenção a esse 
assunto. A qualidade dos dejetos suínos é avaliada por meio de parâmetros 
como DQO, DBO, sólidos totais e voláteis, nutrientes como fósforo e nitrogênio, 
e a presença de coliformes fecais. O lançamento de efluentes suinícolas em 
corpos d'água deve estar em conformidade com os padrões estabelecidos, a fim 
de evitar a poluição, é importante ressaltar que os dejetos suínos podem conter 
cobre e zinco, que também devem ser monitorados para garantir a conformidade 
com os padrões ambientais. A quantidade aceitável de coliformes fecais para o 
lançamento de efluentes suinícolas em cursos d'água no estado do Rio Grande 
do Sul é de 1%. É essencial que os produtores de suínos cumpram as 
regulamentações ambientais para evitar a poluição e proteger os recursos 
hídricos. 
 
Estimativa de volume dos dejetos 
 
A quantidade de dejetos produzidos por suínos varia de acordo com seu peso e 
estágio de desenvolvimento, sendo de 2,30 kg/dia para suínos de 25 a 100 kg e 
3,60 kg/dia para porcas gestantes. Em média, cada suíno adulto produz 7-8 litros 
de dejetos líquidos por dia. A estimativa do volume de dejetos pode ser feita 
levando em consideração o sistema produtivo e o grau de desperdício de água 
na granja, variando de 7,5 a 150 litros por matriz ou de 1 a 11,2 litros por animal. 
É importante considerar esses dados ao planejar o manejo e tratamento dos 
dejetos suínos. 
 
Como planejar o manejo dos dejetos suínos 
O manejo dos dejetos suínos envolve planejamento, considerando poluição, mão 
de obra, área disponível, legislação, confiabilidade e custos. A quantificação 
correta dos dejetos é essencial para determinar o destino adequado. Problemas 
incluem diluição excessiva e desperdício de água. Um programa de manejo deve 
incluir produção, coleta, armazenagem, tratamento e distribuição dos dejetos. 
 
Fase de produção e coleta 
 
Na fase de produção e coleta, o volume de dejetos líquidos é determinado pela 
densidade dos dejetos, tipo de piso, bebedouro, tipologia da edificação e manejo 
de água. É crucial evitar o desperdício de água, pois pequenos vazamentos 
podem resultar em perdas significativas. Medidas preventivas incluem identificar 
e corrigir vazamentos e adotar práticas de uso eficiente da água. 
Na questão do desperdício de água nas instalações suínas, é fundamental 
garantir água de qualidade e em quantidade suficiente para evitar problemas de 
saúde nos animais. A redução do desperdício é crucial, considerando o consumo 
médio de 6 litros/dia por matriz e 2 litros por animal na fase de terminação. 
Soluções incluem limpeza a seco, uso de piso ripado, instalações hidráulicas 
adequadas, e bebedouros ajustáveis em altura. Melhorar a eficiência alimentar 
e adotar técnicas de edificação adequadas também contribuem para evitar o 
desperdício de água. 
 
Armazenagem dos dejetos 
 
A armazenagem dos dejetos consiste em colocá-los em depósitos adequados 
durante um certo período de tempo para fermentação e redução de patógenos. 
Existem algumas opções comumente utilizadas para armazenar os dejetos: 
 
1. Esterqueiras: São depósitos retangulares ou circulares construídos com 
materiais como alvenaria, pedras, solo cimento ou lona PVC especial. Permitem 
a fermentação dos dejetos e seu uso como fertilizante, mas não realizam 
separação de fases. 
 
2. Bioesterqueiras: São adaptações das esterqueiras convencionais, com uma 
câmara de retenção e um depósito. Realizam o processamento dos dejetos por 
digestão anaeróbica, melhorando a qualidade do esterco a ser utilizado como 
fertilizante. 
 
3. Biodigestores: São câmaras que realizam a fermentação anaeróbica da 
matéria orgânica, produzindo biogás e biofertilizante. Podem ser construídos 
com diferentes materiais e existem dois tipos principais: batelada e contínuo. O 
biogás pode ser usado como combustível e o biofertilizante como adubo. 
 
Cada opção possui vantagens e desvantagens específicas em relação à 
eficiência, custo e uso agronômico. É importante considerar as necessidades 
energéticas da propriedade, o número de animais e a área disponível ao escolher 
o sistema adequado. 
 
 
Tratamento dos dejetos 
 
O tratamento de dejetos com alta concentração de matéria orgânica, como os 
provenientes da criação de suínos, envolve processos físicos e biológicos. Os 
processos físicos incluem a separação das fases sólida e líquida por decantação, 
centrifugação, peneiramento e desidratação da parte líquida. Os processos 
biológicos envolvem a degradação biológica do dejeto por microorganismos 
aeróbios e anaeróbios, como compostagem e lagoas de estabilização. A 
Embrapa Suínos e Aves está pesquisando sistemas que separam as frações 
sólidas e líquidas dos dejetos, aproveitando a primeira como fertilizante e 
tratando a fração líquida. O sistema Embrapa-UFSC combina um decantador de 
palhetas e lagoas de tratamento, removendo aproximadamente 50% do material 
sólido dos dejetos. O tratamento é realizado em lagoas anaeróbias e facultativas, 
visando remover a carga orgânica, nutrientes e patógenos indesejáveis. O 
sistema apresenta vantagens como a maximização do uso dos dejetos como 
fertilizante, redução de custos e remoção eficiente de poluentes, mas possui o 
custo relativamente elevado para implantação e a necessidade de áreas 
adequadas para construção das lagoas. 
 
Utilização dos dejetos 
 
A utilização dos dejetos suínos na alimentação animal, como bovinos de corte e 
peixes, pode trazer vantagens, como redução dos custos de alimentação e 
aumento da renda na propriedade rural. No entanto, é importante considerar 
algumas desvantagens. O uso excessivo de dejetos suínos na piscicultura pode 
causar falta de oxigênio na água, levando à mortalidade dos peixes. Além disso, 
o uso indiscriminado de dejetos nos açudes pode afetar o desenvolvimento dos 
peixes e causar problemas ambientais no momento da despesca. É necessário 
manejar cuidadosamente a quantidadee a frequência de aplicação dos dejetos 
para evitar esses problemas. 
 
 
Uso dos dejetos na agricultura 
 
A utilização dos dejetos suínos na agricultura como fertilizante tem sido uma 
alternativa bastante receptiva pelos agricultores. Pesquisas indicam que o 
esterco de suínos, quando usado de forma equilibrada, pode substituir parcial ou 
totalmente a adubação química das culturas, tornando-se economicamente 
viável. No entanto, é importante garantir o equilíbrio entre a composição química 
dos dejetos e as necessidades das plantas a longo prazo, para evitar o acúmulo 
excessivo de nutrientes no solo e impactos negativos no ambiente. Conhecer as 
características físicas e químicas dos dejetos, como a matéria seca, a densidade 
e a concentração de nutrientes (N, P, K), auxilia na recomendação técnica para 
o uso adequado desses resíduos. Além disso, é importante que o esterco 
fermentado tenha um pH superior a 6,5, especialmente se for aplicado em 
cobertura nas pastagens ou culturas anuais, e que seja submetido a um tempo 
de retenção adequado na esterqueira, geralmente de pelo menos 120 dias. 
O uso de dejetos suínos na agricultura como fertilizante tem sido uma alternativa 
viável para substituir parcial ou totalmente a adubação química. A densidade dos 
dejetos pode ser determinada usando um densímetro, o que permite estimar a 
composição em nutrientes e calcular a dose adequada para uma determinada 
cultura. A quantidade a ser aplicada depende do valor fertilizante, análise do solo 
e exigências da cultura. É importante calcular as quantidades de nutrientes com 
base no nutriente que requer a menor dose de adubo orgânico. Existem fórmulas 
específicas para adubos sólidos e líquidos, levando em conta a quantidade de 
produto, teor de matéria seca, concentração de nutrientes e índice de eficiência 
de liberação dos nutrientes. 
 
Distribuição dos dejetos 
Os sistemas mais comumente utilizados para distribuição de dejetos são o 
conjunto de aspersão com canhão e o conjunto trator e tanque distribuidor. No 
caso do trator e tanque distribuidor, é necessário realizar a calibragem do 
conjunto. Isso é feito carregando o distribuidor com um volume determinado de 
dejetos, percorrendo uma distância específica até que o tanque fique vazio, e 
então calculando a taxa de aplicação por hectare com base na área percorrida. 
Essa distribuição deve ser feita em horários de menor insolação e 
preferencialmente próximo ao plantio da cultura, para evitar perdas de nutrientes 
após a aplicação. O sistema de distribuição por aspersão utiliza uma bomba, 
tubulação e um canhão hidráulico para aspergir o esterco sobre a área desejada. 
A distância entre a esterqueira e o local de aplicação influencia significativamente 
os custos de transporte e distribuição na lavoura. 
 
Outras tecnologias 
Sistema de produção de suínos em cama sobreposta 
 
O sistema de produção de suínos em cama sobreposta é uma técnica introduzida 
no Brasil em 1993 pela Embrapa Suinos e Aves. Consiste em criar suínos em 
leitos compostados com materiais como maravalha ou serragem, reduzindo 
emissões de amônia e odores. O sistema possui vantagens como menor custo 
de investimento, conforto animal e aproveitamento da cama como fertilizante. No 
entanto, há desafios relacionados ao consumo de água, ventilação e aspectos 
sanitários, como a possibilidade de infecções por micobactérias. Recomenda-se 
testes e tratamento térmico da cama para prevenir problemas de saúde. 
 
Uso de peneiras e prensas 
 
Peneiras e prensas são usadas para separar sólidos e líquidos no dejeto. 
Existem peneiras estáticas, rotativas e vibratórias, cada uma com vantagens e 
desvantagens. A escolha depende do volume de dejetos e do destino do lodo. O 
uso de separadores tipo peneira prensa é eficiente na separação de sólidos de 
dejetos bovinos e suínos, desde que não sejam muito finos. Essa tecnologia tem 
boa eficiência, acima de 50%, mas também tem um custo relativamente alto. 
 
 
Controle de moscas através do manejo dos dejetos 
 
O controle das moscas é importante devido à sua capacidade de transmitir 
sujeira e doenças. Diversas espécies de moscas se reproduzem no esterco dos 
animais. O manejo adequado dos dejetos é essencial para controlar sua 
proliferação. Medidas como manter a calha da coleta do dejeto com água, 
desviar a água do esterco com desinfetante, retirar o esterco regularmente e 
manter uma fina camada de água sobre ele podem ajudar a evitar a criação de 
moscas. Para a cama das porcas retiradas da maternidade, é recomendado 
amontoar o material em local alto e seco, cobrindo-o com lona plástica ou 
colocando-o em composteiras por um período antes de ser utilizado como adubo. 
Em criação de suínos sobre cama, é necessário diminuir o espaço ocupado pelos 
leitões e pisotear uniformemente o material da cama para impedir o 
desenvolvimento de larvas de moscas. Além disso, medidas como enterrar 
animais mortos, proteger os alimentos e utensílios domésticos, manter as latas 
de lixo e vasilhames tampados, usar telas nas portas e janelas e ter uma privada 
com fossa bem vedada também contribuem para evitar a criação de moscas.

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