Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ATIVIDADE SOBRE PROCESSOS INFLAMATÓRIOS IMUNOLOGIA BÁSICA REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO I, II, III, IV e V* Anna Julia Tenorio – 2243468-2 Faculdade cruzeiro do Sul 4° semestre 2021 Introdução A imunidade adaptativa é extremamente importante na defesa contra infecções, mas as respostas imunes também são capazes de causar lesão tecidual ou doenças. Os distúrbios causados pela resposta imunológica são chamados de hipersensibilidade. A hipersensibilidade se refere a reações exacerbadas de uma resposta imune normal e requerem um estado pré sensibilizado do hospedeiro, ou seja, precisa ter tido contato com o antígeno anteriormente. Podem ser divididas em 5 tipos: tipo I, tipo II, tipo III, tipo IV e tipo V*. Hipersensibilidade tipo I = desgranulação de mastócitos mediados por IgE A hipersensibilidade do tipo I é conhecida por alergia, mas também pode ser chamada de imediata ou atopia e os antígenos envolvidos nessa reação são exógenos, ou seja, vem de fora do organismo e podem ser chamados de alérgenos. Nessa reação participam principalmente os mastócitos e frequentemente o basófilo, sendo mediada por IgE. Os mastócitos expressam em sua superfície receptores que tem muita afinidade para anticorpos IgE e quando esses entram em contato com o alérgeno, ocorre ligação cruzada dos receptores com o IgE que está ligado ao antígeno estimulando o mastócito a liberar histamina, heparina, quimiocinas que vão atrair neutrófilos e eosinófilos e PAF (fator ativador plaquetário) que irá amplificar essa reação. Anafilaxia: é o exemplo mais grave da hipersensibilidade do tipo I que tem como resultado a disseminação sistêmica do antígeno, causando uma resposta no corpo todo. A histamina liberada pelos mastócitos e eosinófilos provoca vasodilatação, aumenta a permeabilidade deles e estimula as terminações nervosas. Isso leva ao desenvolvimento do edema com vermelhidão. Além disso, a histamina produz broncoconstrição, parecido com o que acontece durante uma crise de asma. Também liberam outras substâncias como a triptase, leucotrienos, prostaglandinas, quimiocinas e citocinas. Atopia (alergia): Algumas pessoas são mais à desenvolver alergias por predisposição genética devido a uma desregulação na quantidade de células th2 e linfócitos B, que podem produzir mais IgE, estando assim mais propensos a sentir à reação de hipersensibilidade do tipo I. Hipersensibilidade tipo II = mediada por anticorpos A hipersensibilidade do tipo II, também conhecida como hipersensibilidade citotóxica, é mediada por anticorpos do tipo IgG e IgM e terá a participação do sistema complemento, através da via clássica, e de neutrófilos e macrófagos. A resposta ocorre quando há reconhecimento de um antígeno (próprio) da superfície celular por um anticorpo que posteriormente será reconhecido por um fagócito, acarretando a lise dessa célula (ADCC- citotoxicidade celular dependente de anticorpos). Também pode ocorrer lise celular através da ativação do sistema complemento pela via clássica, com lesão direta da membrana celular pelo MAC- complexo de ataque à membrana. Quando isso ocorre, os indivíduos têm risco de desenvolver alguma doença autoimune, em algum órgão específico ou anemia hemolítica autoimune. Um exemplo de doença autoimune causada pela hipersensibilidade do tipo II é a miastenia gravis, em que anticorpos são produzidos contra receptores de acetilcolina acarretando fraqueza muscular. Na anemia hemolítica autoimune, anticorpos anti A ou B vão reagir com os antígenos na superfície das hemácias, causando aglutinação e hemólise. Hipersensibilidade tipo III = mediada por imunocomplexos A hipersensibilidade do tipo III é chamada também de hipersensibilidade imune complexa, sendo mediada por imunocomplexos, ligação Ag-Ac, com anticorpos IgG e IgM e fagócitos (neutrófilos e macrófagos). Esse tipo de hipersensibilidade também causa autoimunidade. A reação de hipersensibilidade do tipo III ocorre quando anticorpos circulantes reconhecem antígenos próprios na superfície de células formando imunocomplexos. Quando estes imunocomplexos são produzidos excessivamente, vai haver o recrutamento de fagócitos, que farão a lise celular, entretanto devido ao grande número de células que foram recrutadas, somado ao metabólitos das células lisadas que caem na corrente sanguínea, se tornando sistêmica, podem formar microtrombos, gerando isquemia local ou constituindo uma fonte de aminas vasoativas por meio de imunocomplexos insolúveis que serão depositados nos rins, articulações, pele, entre outros. Algumas pessoas são mais propensas a terem esse tipo de reação , devido a histórico de doenças ou predisposição genética. O Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é um exemplo de doença autoimune causado pela diminuição dos receptores de células nas hemácias e deposição de complexos imunes. Pulmão de fazendeiro, glomerulonefrite aguda e doença sérica também são doenças que se devem à hipersensibilidade do tipo III. Hipersensibilidade tipo IV = mediada por linfócitos T As reações de hipersensibilidade do tipo IV vão ser feitas por linfócitos T e é conhecida por hipersensibilidade tardia. Está envolvida na patogênese de doenças autoimunes e infecciosas, agentes químicos, e granulomas.O mecanismo de resposta da hipersensibilidade tardia acontece devido a interação exacerbada entre 𝛂o antígeno e respostas imunes normais. Na maioria dos casos, esses antígenos são próprios. O antígeno é reconhecido no local por células da resposta imune (APCs) que migram para os linfonodos para fazer a apresentação do antígeno ao linfócito TCD4 +. Os linfócitos reconhecem esse antígeno e são ativados, adotando um perfil Th1 e migrando em direção ao local da infecção. Quando ativados, os linfócitos TCD4+ liberam várias citocinas, como o IFN-y que ativará Linfócitos TC8 +, farão o reconhecimento das células alvo e sua lise. A reação de hipersensibilidade do tipo III recebe o nome de tardia devido ao tempo que essas respostas levam para acontecer, pode levar mais de 12 horas para se desenvolver. Já a resposta mediada pelo linfócito TCD8+ é imediata e recebe o nome de citólise. A diabetes tipo I e a doença de Crohn são doenças decorrentes da reação de hipersensibilidade do tipo IV, onde células B, produtoras de insulina no pâncreas são atacadas, e há acometimento da parede intestinal caracterizada por inflamação granulomatosa, respectivamente. Hipersensibilidade tipo V* = hipersensibilidade estimulatória Este tipo de hipersensibilidade foi classificado recentemente, e se caracteriza pela ação direta de anticorpos nas funções celulares, alterando-as sem causar dano tecidual. Será mediada por anticorpos IgM ou IgG, complemento e receptores de superfície celular. No hipertireoidismo, por exemplo, anticorpos anti receptor de TSH (hormônio estimulante da tireoide) se ligam a esses receptores estimulando a produção de hormônio tireoidiano. Numa resposta normal, após a produção suficiente de hormônios tireoidianos, o Tsh se desligaria dos seus receptores, interrompendo sua produção, mas nesse caso há estimulação constante dos receptores o que provoca a liberação contínua de hormônios causando o hipeprtireoidismo. Fontes bibliográficas https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/patologia/HELIOJOSEMONTASSIE R/ed-13-reacoes-de-hipersensibilidade.pdf https://tutoriaisdeanestesia.paginas.ufsc.br/files/2016/06/328-Immunologia-para-anes tesistas-Part-2-Hypersensitivity-Reactions.pdf ROITT, I. M.; DELVES, P. J. Fundamentos de imunologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 552 p. https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/patologia/HELIOJOSEMONTASSIER/ed-13-reacoes-de-hipersensibilidade.pdf https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/patologia/HELIOJOSEMONTASSIER/ed-13-reacoes-de-hipersensibilidade.pdf https://tutoriaisdeanestesia.paginas.ufsc.br/files/2016/06/328-Immunologia-para-anestesistas-Part-2-Hypersensitivity-Reactions.pdf https://tutoriaisdeanestesia.paginas.ufsc.br/files/2016/06/328-Immunologia-para-anestesistas-Part-2-Hypersensitivity-Reactions.pdf
Compartilhar